6

Click here to load reader

Jornal Reflexão 2ª edição

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Jornal Reflexão 2ª edição

Jucelino: sou a favor da lei, já que sei que tem

crianças que sofrem neste meio em que vivemos.

Rosemeire: Sou contra a lei porque ensinamos às

crianças a não fazerem coisa errada e as crianças

acabam sendo agressivas e se for assim acho que

pode sim dar umas palmadinhas.

Denny Barros: Bla bla blá... Esta lei representa

um atraso que contrapõe ao processo que o mundo

como um todo caminha. O estado com essa lei visa

tirar a autoridade dos pais negando a eles o direi-

to a verdadeira educação de seus filhos que futura-

mente serão castigados pelo mesmo estado que

negou a esses “filhos” e futuramente “cidadãos” , o

direito de serem educados pelos próprios pais.

Michelle: Acho que a lei

não vai se cumprir.

Gilmara: Não devemos só

pensar na palmadinha,

mas também nas agressões

verbais.

Gabriel: Realmente não se

pode bater, mas não sei se

sou contra ou a favor.

Kelly: Acho inviável que

essa lei se cumpra, afinal

quem nunca levou uma

palmadinha!

Aparecido: São tantas leis

no Brasil, que já não dá

nem pra saber o que é mais

lei.

Edvande: sou a favor da

lei porque vejo muita vio-

lência. Semana passada vi

uma mãe com um pedaço

de pau para bater no seu

filho e ele aterrorizado saiu

correndo.

Miguel: sou a favor da lei

porque ao invés de bater é

necessário dialogar e edu-

car.

Ronie: sou a favor da lei.

As crianças devem ter a

chance de aprender mais.

Os adultos têm mania de

descontar o que levaram na

infância.

Aparecido

Camila

Denny Barros

Edvande

Felipe

Gabriel

Gilmara

Janea

José Davi

Kelly

Kleber

Jucelino

Mayra

Michelle

Miguel

Pâmela

Ronie

Rosemeire

N E S T A E D I Ç Ã O :

Lei da palmada 1

È desumano bater Depoimento Consumismo Você sabia?

2

Parabéns Corinthians!! Agenda Cultural CAPS Alerta!

3

Mural livre Receita do Mês CAPS Diverte

4

História de Vida 5

Faça Arte Aconteceu no CAPS

Aniversariantes do Mês 6

C A P S I I - I D A L I N A C . V I C T O R E L L O

Jornal Reflexão Setembro/ Outubro 2010 2ª edição

Kleber - A Lei Anti-Palmada segue o modelo do atual “politicamente correto”: bater nos filhos para educar seria algo ultrapassado. Em certo sentido, quando alguem diz que bate nos filhos para educá-los, temos a impressão de que tal criança estaria sendo espamcada, o que nem sempre corresponde com a realidade. Há quem “bata” com moderação. Nos dias de hoje, bater nos filhos, até mesmo moderamente é considerado fora de moda e politicamente incorreto, o que á algumas décadas atrás era considerado algo normal e saudável como prática educativa, aplicada ate mesmo por professores em alunos. Um dos pontos polêmicos em torno da Lei Anti-Palmada coloca a questão da interferência do Estado na vida privada das pessoas. Muitos brasileiros nutrem um repudio em relação à politica em nosso país, e essa atitude legislativa da anti-palmada virá para essas pessoas nutrirem mais ódio ainda pela politica em nosso país, pois os políticos estão agora atuando não só na vida pública dos cidadãos, mas também na esfera privada dos brasileiros.

“Projeto de lei que proíbe qualquer palmada”. Aí vai um assunto pra você refletir!!

Page 2: Jornal Reflexão 2ª edição

É desumano bater

Bater em um ser que tão pouco sabe se defender,

Desumano é culpá-lo pelo direito de nascer,

Desumano, agredidos com ofensas e castigos,

Sabendo que uma conversa pode resol-ver;

Desumano fazê-lo sofrer sem nada ter feito para me-recer;

Desumano não permitir seus erros para depois aprender,

Desumano fazê-lo chorar por qualquer besteira sendo que tudo não passou de uma simples brincadeira.

Desumano sempre criticar ao invés de elogiar quando na verdade só precisa disso para se valorizar.

Desumano não ser protegida pela própria família, onde deveria ser,

Desumano é ver cenas de crianças sendo maltrata-das, espancadas, abandonadas sem saber o porquê!

Michelle

P á g i n a 2 J o r n a l R e f l e x ã o

Consumismo Batons, roupas, perfumes, carros, equipamentos de última geração e sei lá mais o quê!

O gasto excessivo agrada aos consumistas de plantão!

Bastou brigar com o(a) namorado(a) e lá vai comprar algo para curar a tristeza e ai é só alegria e a pessoa já nem lembra mais da briga, mas também nem do(a) namorado(a).

Quer dizer então que corações e sentimentos estão à venda e tão fácil assim?!

Há quem seja consumista a ponto de ir comprando tudo o que vê pela frente, mesmo não tendo dinheiro, quer dizer, hoje o que predomina é o famoso “dinheiro de plásti-co” (Cartão de Crédito). Parcela a perder de vista, mas não há problema; pois o que importa é levar o objeto de desejo para casa, mesmo que daqui algum tempo o objeto fique “demodê”.

Pessoas ansiosas também costumam a atender seus dese-jos momentâneos, gastando, dizendo que é pra tirar a ansi-edade.

Há também os que ficam totalmente endividados, estou-rando o limite do cheque especial e ai vira “uma bola de neve”, dever pra banco, ai vem os juros exorbitantes e é ai então que se ouve a desculpa mais ouvida:

-Estou com depressão, porque estou devendo para o ban-co!!!

E ai pessoal, vamos fazer umas comprinhas?! Kelly

VOCÊ SABIA.....

Você sabia que....

A mulher tem o cérebro mais desenvolvido do que o homem, isso foi comprovado; pois segundo pesquisas feitas por cientistas a mulher consegue fazer muitas coisas ao mesmo tempo, enquanto que o homem exi-ge mais concentração para realizar uma tarefa de cada vez.

CURIOSIDADES!!!!

Para tirar o odor do alho das mãos, esfregue-as em limão taiti que o cheiro forte vai embora.

Como clarear a prata:

Em uma vasilha de alumínio, coloque 1 copo de água, com 1 colher de bicarbonato de sódio, coloque a pra-ta, ferva por 1 minuto dê uma balançada na vasilha, depois coe numa peneira debaixo da torneira, em seguida coloque para secar em cima de panos limpos depois de seca a prata está pronta para ser usada.

DEPOIMENTO: Anticoncepcional

A história que vou lhes contar aconteceu comigo a quatro

anos atrás, tudo começou com um formigamento na perna

direita, inchaço e muita dor, parecia que estavam colocan-

do um ferro em brasa em minha perna,

Não conseguia andar de tanta dor; só conseguia andar

apoiada em meus filhos para poder ir ao hospital durante

uma semana inteira procurando ajuda médica, porém sem

sucesso, e nesse meio tempo a perna ia piorando, ficando

inchada e preta e muita dor. Até que no último dia apare-

ceu um “anjo” no hospital, chamado, Dr. André, o qual me

deu a triste notícia que eu estava com trombose, fiquei

internada por vários dias e fiquei sabendo que iam ampu-

tar minha perna, foi onde apareceu outro “anjo” chamado

Dr. Abraão que fez todos os exames em mim e diagnosti-

cou que não era genético, já que meu pai havia morrido de

trombose. Ai conversando com o médico, eu lhe contei que

tomava anticoncepcional, pois tomei por vinte anos sem

parar, também fumava, bebia bebida alcoólica, muito açú-

car e muita gordura, aliás o açúcar se cristaliza e vira gor-

dura no sangue o que também causa pequenos coágulos

nas veias e as entope causando não só trombose, mas tam-

bém outras doenças cardiovasculares.

Ana Rosa (esposa Edvande)

Page 3: Jornal Reflexão 2ª edição

Dear Mr. President Pink Dear Mr. President Come take a walk with me Let's pretend we're just two people and You're not better than me I'd like to ask you some questions if we can speak honestly What do you feel when you see all the homeless on the street Who do you pray for at night before you go to sleep What do you feel when you look in the mirror Are you proud How do you sleep while the rest of us cry How do you dream when a mother has no chance to say goodbye How do you walk with your head held high Can you even look me in the eye And tell me why Dear Mr. President Were you a lonely boy Are you a lonely boy Are you a lonely boy How can you say No child is left behind We're not dumb and we're not blind They're all sitting in your cells While you pay the road to hell What kind of father would take his own daughter's rights away And what kind of father might hate his own daughter if she were gay I can only imagine what the first lady has to say

You've come a long way from whiskey and cocaine How do you sleep while the rest of us cry How do you dream when a mother has no chance to say goodbye How do you walk with your head held high Can you even look me in the eye Let me tell you about hard work Minimum wage with a baby on the way Let me tell you about hard work Rebuilding your house after the bombs took them away Let me tell you about hard work Building a bed out of a cardboard box Let me tell you about hard work Hard work Hard work You don't know nothing about hard work Hard work Hard workOh How do you sleep at night How do you walk with your head held high Dear Mr. President You'd never take a walk with me Would you http://www.vagalume.com.br/pink/dear-mr-president.html#ixzz11bajNVhh TRADUÇÃO DA LETRA Querido Sr. Presidente Venha dar um passeio comigo Vamos fingir que somos somente

duas pessoas e Você não é melhor do que eu Eu gostaria de te fazer algumas perguntas se pudermos conversar honestamente O que você sente quando vê tantos desabrigados nas ruas? Por quem você reza todas as noites antes de ir dormir? O que você sente quando se olha no espelho? Você está orgulhoso? Como você dorme enquanto o resto de nós chora? Como você sonha quando uma mãe não teve a chance de dizer adeus? Como você caminha com a cabeça erguida? Você poderia ao menos olhar nos meus olhos E me dizer porque? Querido Sr. Presidente Você foi um garoto solitário? Você é um garoto solitário? Você é um garoto solitário? Como você pode dizer Que nenhuma criança é deixada pra trás Nós não somos burros e nós não somos cegos Eles estão todos sentados em suas celas Enquanto você pavimenta uma estrada para o inferno Que tipo de pai tiraria os direitos da própria filha? E que tipo de pai poderia odiar a

própria filha se ela fosse gay? Eu só posso imaginar o que a primeira-dama tem a dizer Você veio de um longo caminho de uísque e cocaína Como você dorme enquanto o resto de nós chora? Como você sonha quando uma mãe não teve a chance de dizer adeus? Como você caminha com a sua cabeça sempre erguida? Você poderia ao menos olhar nos meus olhos Deixe-me te falar sobre trabalho duro Salário minimo com um bebê a caminho Deixe-me te falar sobre trabalho duro Reconstruindo sua casa depois que as bombas a levaram embora Deixe-me te falar sobre trabalho duro Construindo uma cama feita de caixas de papelão Deixe-me te falar sobre trabalho duro Trabalho duro Trabalho duro Você não sabe nada sobre trabalho duro Trabalho duro Trabalho duro Oh Como você dorme a noite Como você anda de cabeça erguida Querido Sr. Presidente Você nunca iria dar um passeio comigo

Sugestões de Livros

Admirável Mundo Novo (Aldans Huxley)

O Segredo (Honda Byrne)

O Diário de um Mago (Paulo Coelho)

Pingo de Luz

Verônica Decide morrer (Paulo Coelho)

Sugestões de Filmes

The Blue Butterfly

Garota Interrompida

O Mistério da Libélula

Avatar

Apocalíptico

Um sonho possível

Sugestões de Músicas

A new day has come (Celine Dion)

Só Rezo (NX Zero)

Jardim Secreto (Acústika)

Tente outra vez (Raul Seixas)

Do you remember (Phil Collins)

Catedral (Legião Urbana)

Depois da Guerra (Oficina G3)

Parabéns Corinthians!

O U Ç A O U Ç A O U Ç A O U Ç A R E F L I T AR E F L I T AR E F L I T AR E F L I T A

A g e n d a C u l t u r a l

P á g i n a 3 2 ª e d i ç ã o

Nós, corinthianos do jornal Reflexão, estamos felizes pelo centenário do timão do Coração! O estádio será construído em Itaquera com aproximadamente 60 mil Lugares.O Corinthians foi campeão invic-to, tetra campeão brasileiro e é a paixão de mais de 30 milhões de brasileiros, segundo Ibope.Agora com seu centenário foi fundada a República Corintiana, inclusive o Presidente Luis Ignácio Lula da Silva foi o primeiro a receber o passaporte da República Corinthiana.

Informações: Pedro (enfermeiro)- Mayra, Camila, Kelly, e Rosemeire (Corinthianos)

CAPS ADVERTE!!!!!!!CAPS ADVERTE!!!!!!!CAPS ADVERTE!!!!!!!CAPS ADVERTE!!!!!!! Tenha um fundo de EMERGÊNCIA (Poupança)

Todos nós devemos ter um fundo de reserva; pois sempre somos pegos de surpresa, um aparelho do-méstico, um carro que quebra, um problema de saúde etc...E ai, recorrer a um empréstimo? Quando você for a um lugar e sabe que tem a possibilidade de gastar à toa, se pergunte: -Será que eu preciso

disso? Muitas vezes compramos por impulso!

Pensar no dia de amanhã, também é importante, nem precisa ser “pão duro”, basta apenas ser ponderado e não sair gastando pra depois se arrepender.

Ter um fundo de emergência é muito bom; pois já pensou que bacana poder fazer também planos para o futuro.

Ilustração Gabriel

Page 4: Jornal Reflexão 2ª edição

MURAL LIVREMURAL LIVREMURAL LIVREMURAL LIVRE

“O medo f

az o gato v

irar on-

ça” (Laudin

ha). “Eu gosto de vocês Pamela e Kelly, admiro o jeito de ser de vocês!” (Michelle)

...Diante dos fatos, a

fada é a que menos chóca!!!

(Pam e Fah).

“Mãe estou feliz; pois

vou voltar

para a escola e am

o toda minha

família”(Elisabete)

“Helena, parabé

ns, tudo de

bom pra

você e aprove

ite muito essa fase

da sua

vida, é uma das

melhores. Você

é linda

como sua mamãe! Ah

e continue am

ando os

animais os gatinho

s etc... beijos!

(Pamela)

“Estive com os autores do Jornal Reflexão,

juntamente com a psicóloga Mayra e fiquei

deslumbrada e encantada com a alegria, es-

pontaneidade e inteligência de to-

dos!” (Talita)

“Meu nome é Joice, sou aluna do curso de psicolo-gia, estive aqui dia 26-08-2010. Fiquei muito feliz pela experiência e por conhecer o pessoal. O grupo é muito criativo e alegre. Um abraço à todos e obrigada pela oportunidade de conhecê-los(Joice)

Um dia alguém me disse que eu devia sonhar mais alto e que nada me cairia do céu. Eu não imagina-va o que isso significava a fundo, hoje estou aqui sozinha e tendo que lutar dia após dia pela minha sobrevivência e vontade de viver! (Kelly)

“Quero ver vocês todos feli-zes, adoro vocês” (Denise)

J o r n a l r e f l e x ã o

R E C E I T A D O M Ê S

TAPIOCA

Ingredientes:

Massa

1 pacote(500) de polvilho doce

1 pitada de sal

Água o quanto for necessário

Recheio

1 lata de leite condensado

1 pacote de coco ralado

Modo de preparo:

Coloque o polvilho doce em uma vasilha, coloque a pitada de sal e coloque água o suficiente para cobrir o polvilho. Deixe de molho por 12 horas (vai subir uma água, espere por umas 6 horas, depois vá escorrendo a água que vai subindo e quando der as 12 horas es-corra o restante da água), espere um pouco, vá pas-sando essa massa por uma peneira(vai virar uma fa-rinha). Esquente uma frigideira(sem óleo), espalhe a farinha da massa e vá apertando com uma colher, deixando mais ou menos com meio centímetro de es-pessura, vire, recheie com o leite condensado, coloque também coco ralado por cima e feche a tapioca como se fosse um envelope.

Obs: O recheio é opcional

CAPS DIVERTECAPS DIVERTECAPS DIVERTECAPS DIVERTE

O pimentão e a alface

Você sabe o que o pimentão falou para a alface?

- O pimentão falou para a alface: você está fresqui-nha!!!

A alface respondeu: você não precisa ficar verme-lho!!!

O Tomate e o banco

Você sabe o que o tomate foi fazer no banco?

-Foi tirar um extrato.

2 ª e d i ç ã o

Page 5: Jornal Reflexão 2ª edição

Meu nome é Aparecido Garcia, e vou contar os principais fatos que aconteceram ao longo da mi-nha vida. Quero também relatar a importância que o “Caps” desempenhou em meu processo de recupera-ção juntamente com seus profissionais através de psi-coterapia, oficinas de arte e tantas outras ativida-des que contribuíram para que hoje eu pudesse levar uma vida equilibrada.

Quando eu era criança fui criado na fazenda com mais cinco irmãos. Freqüentei a escola até a quarta série e depois que completei dez anos tive de abandonar os estudos para trabalhar e ajudar o meu pai no sustento do lar.

Em 1977, quando já estava com 12 anos, lembro-me de ter contraído meningite e ser hospitalizado para ser medicado; mas após o tratamento sofri uma perda de memória e fui internado numa clíni-ca psiquiátrica pela primeira vez, pois haviam diag-nosticado que eu sofria de esquizofrenia e durante seis meses fiquei internado até que recebesse alta mé-dica e pudesse voltar ao trabalho. E foi justamente o que fiz, mas só aos 14 anos tive o primeiro emprego com a carteira assinada.

Durante os anos que se seguiram, troquei várias vezes de emprego, mas sempre para melhores condi-ções que me possibilitaram conquistar o sonho de ter uma motocicleta e proporcionar aos meus pais uma vida sem aborrecimentos com as finanças. Mas ao completar 21 anos, no auge da minha mocidade, com a vida emocional e financeiramente estável me aventurei a fazer o uso do álcool em busca de novas emoções e amizades. E isso trouxe de volta os lapsos de memória dos quais já não sofria desde a infân-cia. À esta altura, minha vida já não era boa como antes, podia sentir que minhas capacidades mentais já não eram as mesmas e não demorou muito para que eu fosse internado inconsciente pela segunda vez. Agora moço, fiquei em tratamento por dois me-ses e recebi alta para voltar para o meu emprego.

Disposto a recomeçar voltei ansioso ao trabalho, mas no primeiro dia de meu retorno me chamaram até o escritório e me pediram para assinar um docu-mento o qual disseram se tratar de minha demissão. Senti na pele então o preconceito e o descaso com que são tratadas as pessoas que sofrem destes distúr-bios.

Esse não foi um fato isolado. Quando perdi minha mãe e meu pai, em ambos os casos fui internado in-consciente devido ao desgaste emocional, e à cada internação sentia minhas faculdades mentais cada vez mais debilitadas. Não conseguia me estabilizar em nenhum emprego, pois meus irmãos não me da-vam o apoio e o incentivo que eu agora necessitava para trabalhar e seguir o tratamento; e cada inter-nação era seguida de demissão, até que somassem

nove ou dez internações (não me recordo bem) e o ´

médico por iniciativa própria decidisse que seria melhor me aposentar.

Aparentemente meus problemas estavam resolvidos, mas só aparentemente, pois me encontrava num es-tado que já não podia mais cuidar de mim e o má-ximo que eu poderia esperar dos meus irmãos era que me internassem contra minha vontade a cada vez que eu perdesse a memória. Foram muitas as ve-zes em que me perdi voltando pra ca-sa. Me deitava em qualquer lugar da rua para dormir mesmo tendo uma cama. Já não cuidava mais da higie-ne pessoal, e com isso meus dentes to-dos se estragaram e um caroço se de-senvolveu na minha cabeça. Isso muito me magoava, pois quando me perguntavam sobre ele sentia-me di-minuído, complexado e vivia sempre de cabeça baixa sem coragem de olhar as pessoas nos olhos. Andava maltrapilho, não tinha amigos, me alimentava mal e bebia muito. Não conseguia manter minhas contas e os impostos em dia mesmo tendo dinheiro, e por conta dos lapsos de memória (brancos) não ligava mais pra nada. O problema é que eu vivia numa prisão que me seguia pra onde quer que eu fosse mesmo sendo livre. Não hesito em dizer que provavelmente hoje estivesse mor-to se no ano de 2008 eu não tivesse aderido ao tra-tamento e ao apoio que recebi dos profissionais e amigos do “Caps”.

Freqüentando o “Caps”, Centro de Atenção Psicos-social, participei de diversas reuniões de psicotera-pia nas quais recebi todo auxílio para que eu pudes-se reestruturar minha vida de tal forma, que me conseguiram uma cirurgia para retirar aquele ca-roço que tanto maltratava minha estética deixando-me com uma aparência doentia; também com a ajuda da doutora Marta e dos meus amigos, através de psicoterapias venci barreiras emocionais e psico-lógicas que me impediam de tratar meus dentes, cuidar da aparência, alimentação e manter as con-tas em dia.

Já fazem dois anos que seguindo o tratamento não sofro de nenhum mal relacionado a esquizofre-nia e sinto-me tão bem que às vezes chego a me ques-tionar se o tratamento realmente me surte efeito. Mas basta olhar para trás, compreendo que o equilí-brio da minha vida e a nova família que é o “Caps”, são as principais provas que sim.

Agradeço aos meus amigos, os profissionais e a atenção especial da doutora Marta que tanto con-tribuíram para que hoje eu voltasse a me sentir in-dependente e fe- l i z . Muito Obrigado!!!

História de vidaHistória de vidaHistória de vidaHistória de vida P á g i n a 5 2 ª e d i ç ã o

“O problema O problema O problema O problema é que eu vivia é que eu vivia é que eu vivia é que eu vivia numa prisão numa prisão numa prisão numa prisão que me que me que me que me seguia pra seguia pra seguia pra seguia pra onde quer onde quer onde quer onde quer

que que que que eu fosse eu fosse eu fosse eu fosse mesmo mesmo mesmo mesmo sendo sendo sendo sendo livre.” livre.” livre.” livre.”

Redação Denny Barros

Page 6: Jornal Reflexão 2ª edição

Faça arteFaça arteFaça arteFaça arte

Aconteceu no CAPSAconteceu no CAPSAconteceu no CAPSAconteceu no CAPS Visita Justiça Eleitoral

Viagem Parque Ecológico Americana

Cinema Centro Cultural “ Garota interrompida”

Cinema Centro Cultural “Alice no País das Maravilhas”

Aniversariantes do MêsAniversariantes do MêsAniversariantes do MêsAniversariantes do Mês

Setembro e Outubro

13/09 Pâmela

11/10 Renata

13/10 Bruna

14/10 Elvira

Nome em vão

Não quero o direito de me calar, prefiro o dever de reclamar

E contestar tudo de errado, que precisa ser muda-do

Você trabalha o ano inteiro de sol a sol de janeiro a janeiro

Esperando seu décimo terceiro

Ano novo, siglas novas pra você pagar, ponha o whisky no copo vamos negociar

Eu faço as regras do jogo e te ensino a jogar.

Me sento aqui e desfruto o melhor, mas você deve trabalhar em meu lugar

E você vai morrer de tanto trabalhar, velho aca-bado e sem ninguém pra cuidar

Então vai ouvir a morte chamar, antes que você possa se aposentar.

Refrão: Não devo dizer amém para tudo que eu ouvir,

mesmo assim sou grato pelo direito que me dão de

sorrir.

Vivemos sob leis que rejeitam uma revisão,

se não é pra mudar DEMOCRACIA então é nome

em vão!

Então mais uma guerra vai estourar, “to sabendo, imagina pra quem vai sobrar”.

Posso morrer, posso matar, mas para isso devo abandonar o meu lar.

Terno e gravata e com cara de bobo, então se pre-parar para o ano novo de novo.

O PIB subiu, que satisfação, mas não temos direi-to a nossa porção!

Refrão

Já doei a farinha, o leite e o ovo, só que ainda não comi a minha parte do bolo.

A inflação caiu, me serve de consolo, mas eles co-mem filé e você rói é o osso.

Nós somos a voz de uma nova geração que não cala e consente, mas questiona a informação.

Eu não tenho no bolso nenhum tostão e pela TV me chamam de cidadão.

A imprensa é livre pra dizer a verdade, mas ela só é dita somente pela metade

Por isso eu fico com essa cara de bobo, puseram um cabresto invisível em meu pescoço

Futebol, cachaça e religião, são manobras pra manter o povo em desunião

Nos dão a doença e nos vendem a cura, só o povo unido é capaz de cuspir na estrutura

Posso falar não há mais ditaduras, isso não quer dizer que não haja censura

O povo é um tigre que está enjaulado e se liberto não poderá ser cavalgado Refrão Não devo dizer amém para tudo que eu ouvir,

mesmo assim sou grato pelo direito que me dão de sorrir.

Vivemos sob leis que rejeitam uma revisão,

se não é pra mudar DEMOCRACIA então é nome

em vão!

Denny Barros