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Tal mãe, tal filho, seja ele adotivo ou não. O amor materno não é definido apenas por laços de sangue e cor dos olhos. Não ter tido o contato primeiro com a criança incluindo o período de gestação não diminui o laço afetuoso de considerá-los como filhos de verdade. Embora o cordão umbilical seja apenas simbólico, a convivência é real e as questões biológicas não fazem diferença. página 4 O sobe e desce dos elevadores A invenção que surgiu no Egito, du- rante a construção da primeira pirâ- mide de pedra conhecida, é a alegria de pessoas que não gostam de encarar escadas e a tristeza de quem tem pâ- nico de entrar em lugares apertados. Muito comum em cidades de médio e grande porte – com arquitetura mais vertical - os elevadores começaram a ser fabricados no Brasil em 1918. página 3 Rotary: 1 milhão de anjos no mundo Frutal # Edição 2 - 06 de Maio/2011 360 PG. 9 Ninho vazio As crianças crescem e começam a bater suas asas. Se não há uma preparação para essa nova fase a mãe pode passar por uma crise chama- da Síndrome do Ninho Vazio PG. 8 Lar, doce lar Viver na casa dos pais, desfrutar do acon- chego da mãe e não ter data definida morar sozinho. É a geração “Geração Canguru”. PG. 5 Caçulinha Filhos caçulas gostam de estar no centro das atenções e são chamados pelos filhos mais velhos de queridinhos da mamãe. Será? O casamento Real Olé! Barcelona ou Real? Qual é o melhor time? De um lado, a base da atual se- leção campeã mundial unida ao melhor jogador do planeta, comandada por um técnico que se não é genial, ao menos conhece muito e tem lá sua sorte. Do outro, um estrate- gista nato, fantástico, polêmi- co, atual treinador campeão do torneio ,tentando trazer o Real Madrid, da estrela Cristia- no Ronaldo, de volta ao topo. Desde 2002, Real Madrid e Barcelona não se encontra- vam nas semifinais da Liga dos Campeões da Europa. página 11 Há meses se ouve falar do Casamento Real. TV, jornais, revistas, redes sociais e sites. As principais emissoras de televisão iniciaram seus trabalhos às 5 horas da madrugada de sexta, 29, dia do tão falado casório. Foram enviados apresentadores, repórteres, cinegrafistas, fotógrafos para captar todas as imagens e informações possíveis e impos- síveis para que tudo chegasse rápido na TV ou computador dos brasileiros. Mas o que milhões brasileiros têm com o casamento do neto da rai- nha da Inglaterra? Filhos do afeto www.sxc.hu Parabéns, Mães de Frutal Foto/Rafael Giudice Foto/Octávio Augusto página 7 23 de fevereiro de 1905. Centro de Chicago. Paul Harris em companhia de alguns amigos faz uma rápida reunião. Objetivo? Reavivar o espírito de amizade em suas cidades de origem. Nascia assim, o Rotary Clube, instituição sem fins lucrativos, pa- trocinada por doações de rotarianos e outros que compartilham a visão de um mundo melhor. Entre seus projetos está a erradicação da Poliomielite em todo o mundo. página 6

Jornal 360 - 2ª edição

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2ª edição do Jornal quinzenal produzido pela 360 Agência de Comunicação de Frutal/MG

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Tal mãe, tal filho, seja ele adotivo ou não. O amor materno não é definido apenas por laços de sangue e cor dos olhos. Não ter tido o contato primeiro com a criança incluindo o período de gestação não diminui o laço afetuoso de considerá-los como filhos de verdade. Embora o cordão umbilical seja apenas simbólico, a convivência é real e as questões biológicas não fazem diferença. página 4

O sobe e desce dos elevadores A invenção que surgiu no Egito, du-rante a construção da primeira pirâ-mide de pedra conhecida, é a alegria de pessoas que não gostam de encarar escadas e a tristeza de quem tem pâ-nico de entrar em lugares apertados. Muito comum em cidades de médio e grande porte – com arquitetura mais vertical - os elevadores começaram a ser fabricados no Brasil em 1918.

página 3

Rotary: 1 milhão de anjos no mundo

Frutal # Edição 2 - 06 de Maio/2011

360PG. 9Ninho vazio

As crianças crescem e começam a bater suas asas. Se não há uma preparação para essa nova fase a mãe pode passar por uma crise chama-da Síndrome do Ninho Vazio

PG. 8Lar, doce lar

Viver na casa dos pais, desfrutar do acon-chego da mãe e não ter data definida morar sozinho. É a geração “Geração Canguru”.

PG. 5Caçulinha

Filhos caçulas gostam de estar no centro das atenções e são chamados pelos filhos mais velhos de queridinhos da mamãe. Será?

O casamento Real

Olé! Barcelona ou Real? Qual é o melhor time?

De um lado, a base da atual se-leção campeã mundial unida ao melhor jogador do planeta, comandada por um técnico que se não é genial, ao menos conhece muito e tem lá sua sorte. Do outro, um estrate-gista nato, fantástico, polêmi-co, atual treinador campeão do torneio ,tentando trazer o Real Madrid, da estrela Cristia-no Ronaldo, de volta ao topo. Desde 2002, Real Madrid e Barcelona não se encontra-vam nas semifinais da Liga dos Campeões da Europa.

página 11

Há meses se ouve falar do Casamento Real. TV, jornais, revistas, redes sociais e sites. As principais emissoras de televisão iniciaram seus trabalhos às 5 horas da madrugada de sexta, 29, dia do tão falado casório. Foram enviados apresentadores, repórteres, cinegrafistas, fotógrafos para captar todas as imagens e informações possíveis e impos-síveis para que tudo chegasse rápido na TV ou computador dos brasileiros. Mas o que milhões brasileiros têm com o casamento do neto da rai-nha da Inglaterra?

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23 de fevereiro de 1905. Centro de Chicago. Paul Harris em companhia de alguns amigos faz uma rápida reunião. Objetivo? Reavivar o espírito de amizade em suas cidades de origem. Nascia assim, o Rotary Clube, instituição sem fins lucrativos, pa-trocinada por doações de rotarianos e outros que compartilham a visão de um mundo melhor. Entre seus projetos está a erradicação da Poliomielite em todo o mundo. página 6

15 minutos de fama e 15 dias de espera

Editorial

A fórmula é simples: junte 360 horas de trabalho, idéias, discussões e 10 cabeças pen-sando, respirando e correndo contra o tempo para entregar a próxima edição do jornal. É as-sim o cotidiano de uma redação. Claro que em grandes veículos de comunicação esse crono-grama é muito mais apertado, chegando a pouco mais de 12 horas para fechar a edição da manhã seguinte. Quem ganha com isso? O leitor? O jornal? É melhor não entrarmos nesse mérito agora.

A verdade é que prazos curtos resultam em coberturas superfi-ciais e sem detalhes. Não que o jornalista faça isso proposital-mente, mas o tempo é mínimo!

A proposta de publicar um jornal quinzenal partiu da von-tade de apresentar um produ-to diferente, que convidasse o leitor para uma viagem conta-da em forma de histórias reais e imaginárias. Em cada página, um casamento entre textos, fo-tos e ilustrações produzidos não só para informar, mas para pro-vocar reações.

Depois dos 15 minutos de fama, cumprimentos e muitos elogios, as expectativas aumen-tam em relação ao próximo “fi-

lho” da 360 Agência de Comunica-ção. E, para não decepcionar, pre-paramos a segunda edição com cara de primeira, pra não perder o gás que nos motiva a fazer um jornal diferente e inovador.

E já que é Dias das Mães, va-mos falar sobre adoção, filhos caçulas, filhos que deixam a casa dos pais para estudar ou trabalhar e filhos que não dei-xam a casa dos pais. Nunca.

Uma visão diferente e pecu-liar sobre o Casamento Real que parou o mundo também ocupa as páginas do 360. Ainda em terras européias, tudo sobre o clássico Real Madrid e Barcelo-na.

E quem tem medo de andar de elevador? Pessoas que já fica-ram presas no elevador relatam esse momento angustiante.

Mais que um clube de servi-ço e uma entidade de classe: o Rotary Club e seus anjos da guarda pelo mundo. Conheça a história da entidade e as boas ações realizadas em Frutal.

Não fique acanhado para ler este jornal. Se estiver de pé, puxe uma cadeira, sente, apre-cie, leia sem pressa. O tempo, quando bem aproveitado, igno-ra os ponteiros do relógio. Pen-se nisso!

2 06/MAI

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O Jornal 360 é um produto da Agência 360 Comunicação

CNPJ - 10.690.919/0001-08Praça 7 de Setembro, 200,

4º andar, Sala 40738200-000 Frutal/MG

Telefone: (34) 3423-8360

Editor ChefeLausamar Humberto

Jornalista ResponsávelSamir Alouan Bernardes

MTB - 13.890

Designer GráficoEduardo Uliana

ColaboraçãoVagner DelvecchioMariana Nogueira

Priscila MinaniRafael Del Giudice Octávio Augusto

Giovanna MesquitaVictor MartinsSamuel Rocha

Natália CoquemalaAluízio UmbertoRoni Humberto 360

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Mãe de todosNesses dias que muito se debate a

análise pelo Congresso Nacional do Có-digo Florestal lembrei de um texto que li sobre “crescimento sustentável”. Entre outras coisas, o autor – economista e professor Herman E. Daly – argumenta que a economia é um subsistema do ecossistema terrestre. Portanto, como o ecossistema terrestre é finito, o cres-cimento da economia terá, um dia, que parar. Ou seja, até que a humanidade não disponha de tecnologia para sugar recursos de outros planetas, é melhor ir com menos sede às tetas ou a ma-mãe Terra não terá leite para todos.

O grande problema nessa freada é que, no modelo atual de economia, o crescimento precisa ser perpétuo. O desencontro nos discursos é até en-graçado; o mesmo líder que jura ter o maior zelo com a conservação ambien-tal comemora o crescimento das suas indústrias. Países que crescem menos de 5% ao ano são olhados com des-confiança. Empresas automobilísticas batem recordes anuais de produção e, enquanto o povo das cidades maio-res se arrasta nos congestionamentos, poucos se lembram que esse modelo é fantasioso – uma hora não haverá mais recursos naturais disponíveis para tan-to crescimento.

Outra piada sem graça dos gover-

nantes é falar da “eliminação da po-breza”. Imagine o outro terço da popu-lação mundial tendo acesso aos bens de consumo. Mamãe Terra vai morrer seca, coitada.

Economistas haverão de corrigir: crescimento do PIB não significa ape-nas aumento quantitativo, mas quali-tativo. Eles têm razão – teoricamente-. Mas convenhamos que não é o que vem acontecendo.

E, antes que alguém me acuse de vi-ver como todos os outros, gastando os recursos que o planeta não consegue re-por, ou de querer voltar um século no de-senvolvimento, ou de defender a conti-nuidade da desigualdade econômica, ex-plico: graças a Deus – e ao modelo atual da economia – eu tenho trabalho e posso sustentar minha família com dignidade. Os avanços em saude que o crescimento econômico proporciona já seriam moti-vos suficientes para calar qualquer críti-ca. Mesmo assim, temos que refletir. A Mãe Terra ainda precisará prover muitas gerações antes que esta filha complicada – chamada Humanidade – possa procu-rar outra casa para morar.

Segundo “entendidos” no assunto o segredo está em dividir melhor tudo o que já produzimos. Acho que é por ai mesmo, mas isso já é assunto para ou-tros artigos.

Artigo

Por Aluízio umberto @aluizio102

Charge

Pra ser mãe, tem que ser muito macho

Sou de uma família de seresteiros de Fernandópolis, interior paulista. E dentre os clássicos que costumo ouvir meu pai cantar desde que eu era crian-ça está uma música de Vicente Celesti-no: Coração Materno. Só pra resumir a história trágica: um rapaz quer provar sua louca paixão por uma moça (uma verdadeira sirigaita) atendendo a um pedido da mesma. A mocinha pede que o Mané lhe traga o coração de sua mãezinha. O rapaz corre para casa e encontra sua mãe rezando. Sem dó, o filho ingrato rasga o peito da mãe e tira o coraçãozinho da coitada – que cai aos pés do altar (pausa pra imagi-nar a cena terrível).

O rapaz sai correndo pela estrada pra levar o coração pra tal moça. Eis que ele cai na estrada, quebra a perna (bem feito!) e derruba longe o coração da mãe. Os quatro últimos versos da música resumem o que de melhor pos-so imaginar para personificar o amor de mãe: “Neste instante uma voz ecoou; Magoou-se pobre filho meu; Vem bus-car-me filho, aqui estou; Vem buscar-me que ainda sou teu”.

O cara mata a mãe, tira o coração da pobrezinha pra levar como prova de amor a uma messalina e a mãe o per-doa... Amor incondicional. Acho que é isso que me assusta tanto quando pen-so na maternidade. Tem que ser um cabra muito do macho pra ser mãe. A começar pela gravidez. Deve ser muito difícil carregar barrigão nove meses, aí o parto... ai, o parto. Terrível, terrível.

Então o guri nasce. Dói pra ama-mentar. Há seios que chegam a san-grar no início. E o guri chora. E você não sabe o porquê. Ele cresce e todos os medos do mundo lhe amedrontam, todos os dias. Ele comeu? Tomou ba-nho? Estudou? Olhou para os dois la-dos antes de atravessar a rua? Está sofrendo bullying (esse medo está na moda...)? Já transou com o namora-do? Usou camisinha? Está bebendo demais? Arrumou emprego? Separou da mulher? Pegou o guarda-chuva e aquele moletom (só para o caso de mudar o tempo...)? E assim vai, nem uma só noite inteira bem dormida para o resto da existência. Uma prova de coragem a cada dia de vida da prole.

Será que é isso que amedronta mu-lheres que deixam seus recém-nas-cidos em lixeiras e caçambas, emba-lados em sacos plásticos? Não. Essa pode até ser uma das desculpas, mas penso que o motivo principal é o ego-

ísmo, a total impossibilidade de dedi-car-se incondicionalmente a outro ser humano que não seja ela mesma. São mulheres mesquinhas demais para ter a coragem de gerir vida. E o descarte do filho no lixo deixa claro a relação delas com suas crias: a de total repul-sa, indiferença e frieza. Por que não deixar o bebê indesejado na porta de alguém? Jogá-lo no lixo, para essas almas secas, é dar destino final, sem volta, sem incômodos futuros. Um ato de egoísmo puro e repulsivo.

O que mais me espanta é que ficar grávida, hoje, não é como pegar res-friado. Fico pasma quando escuto um “escapou, não pude evitar”. Poderia listar aqui uma dezena de métodos an-ticoncepcionais, da camisinha gratuita até os mais caros medicamentos. Em pleno século XXI, por que é tão difícil pensarmos em planejamento familiar? E por planejamento entendo que não seja apenas decidir a hora de ter fi-lhos, mas também a decisão de não tê-los. Em uma sociedade onde cres-cer, casar e multiplicar é quase uma obrigação, essa discussão é difícil, am-pla e controversa. Já saliento, antes de mal entendidos, que não sou a favor do aborto. Mas a decisão de gerar uma nova vida deve ser tomada com cui-dado, certeza e, principalmente, muito amor.

E aí termino esse texto (que agora leio e parece um artigo quase anti-ma-ternidade) expressando minha opinião do porquê, apesar das adversidades listadas, ainda deve ser maravilho-so ser mãe e a razão pela qual tan-tas mulheres não abrem mão de dar a luz. Ainda não tenho os meus filhos de sangue (embora, como professora, adotamos dezenas no dia a dia), mas relatos de muitas mães com as quais convivo me deixam fascinada. Ser mãe é a maior prova de amor ao mundo. É a chance de formar um ser humano com tanto cuidado, amor e dedicação para que ele possa contribuir para um planeta melhor. Ser mãe é se atirar de peito aberto em um abismo de pos-sibilidades que transcendem a razão. É irracional ser mãe. Porque racionali-zar a maternidade é pura especulação fria. E é só na prática que se pode pro-var o quanto o mundo seria melhor se houvessem mais mães como a minha. Como a sua. Porque amor de mãe é gostoso, aconchegante, sublime. E não há qualquer adversidade que pos-sa se sobrepor a tanta luz.

Artigo

Por AnA CArolinA ArAújo @prof_anacarol

3 06/MAI

360Tá subindo?

Tá descendo?

Quem nunca ouviu essas expressões enquanto utilizava o elevador?

Diz o ditado que “tudo que sobe tem que descer”. Talvez a concepção do aparelho que conhecemos hoje como elevador tenha parti-do desse princípio. Ou não.

A verdade é que a invenção que surgiu no Egito, durante a construção da primeira pirâmide de pedra conhecida, é a alegria de pessoas que não gostam de encarar escadas e a tristeza de quem tem pânico de entrar em lugares apertados.

Muito comum em cidades de médio e grande porte – com arquitetura mais vertical - os elevadores começaram a ser fabricados no Brasil em 1918. Nessa época, era o cabineiro, girando uma manivela, que fazia com que o elevador subisse ou descesse. As portas eram abertas e fechadas manualmente. Com a construção de edifícios mais altos, o transporte movido à manivela foi substituído por sistemas elétricos mais complexos que dispensavam o serviço dos cabineiros. Hoje em dia, os elevado-res contam com modernos sistemas, que permi-tem grande conforto e segurança aos usuários.

Um dos elevadores mais antigos e famosos do país fica em Salvador. O Elevador Lacerda foi construído em 1873 para transportar mo-radores de bairros situados em níveis diferen-tes da cidade.

eduArdo uliAnA @eduardoulliana

Em Frutal, as possibilidades de ficar preso em um elevador são poucas. A cidade conta apenas com três prédios que possuem sistema de elevadores: os edifícios Executivo, Frutal e Três Poderes. Não há registros de acidentes graves, envolvendo vítimas, mas sempre ou-vimos falar de pessoas que ficaram presas no elevador. Lausamar Humberto, editor chefe do 360, entrou recentemente para a lista dos “sorteados” que passaram por momentos de desespero dentro de um elevador com pro-blemas. A coordenadora do Pólo de Educa-ção à Distância da Universidade Federal de Minas Gerais em Frutal, Maria José Lacerda da Mata, também fala sobre suas precauções antes de entrar em um elevador. Confira:

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Domingo de manhã. Edifício 3 poderes às moscas. Para adiantar alguns trabalhos da se-mana resolvi buscar meu notebook que estava na 360. Ao descer pelo elevador, ele para no 1º andar. Não sabia, mas começava meu drama.

A porta não abre. Aguardo alguns segundos e nada. De repente, o elevador despenca. Cai até a portaria, ou melhor, ultrapassa o piso da portaria em uns 70 centímetros. Não deu tem-po nem de ter medo. Só senti o baque e cai de quatro, de gatão, que não é uma posição res-peitável nem quando se está sozinho dentro de um elevador em queda. Já em pânico, pois meu estoque de coragem é pequenininho, come-ço apertar alucinadamente o botão pra porta abrir. Só abre a interna, a externa permanece fechada. Aperto a campainha. Ouço alguém dizer: _ Tem gente aí. Ufa, aleluia, vão me tirar daqui.

Qual o quê, o martírio só começava. Do nada o danado do elevador começa a subir de novo. Aí, o desespero foi completo. O bi-cho não parava de subir e eu pensava: _ Agora não tem jeito, se ele cair daqui eu me arreben-to, danou-se. Nesta hora a gente comprova o acerto de Einstein na teoria da relatividade. Segundos viram uma imensidão de tempo. A ferrugem da minha prática religiosa desfez-se por encanto. Rezei uns cem Pai-Nossos, umas cinqüenta Ave-Marias, uns vinte Credos e até a oração Salve-Rainha, que nunca consegui de-corar, rezei umas dez vezes. E o elevador não parava de subir. Chega ao 8º andar. Pensei:_ É agora. Subir mais não dá. Ele vai cair.

Não caiu. A porta se abre e eu, mais amare-lo que maracujá maduro, me arranco pra fora. Uma faxineira limpa o corredor e só consigo dizer que o elevador está com problemas, e des-ço pelas escadas. Os músculos do meu corpo se tornam autônomos e mexem sozinhos. Che-go na rua e ao alívio de um espaço aberto com as pernas tremendo mais do que caboclo com maleita.

Percebo depois desta experiência que já sofri acidentes com carrinho de rolemã, bici-cleta, moto, carro, ônibus, e agora, elevador. O problema não é com eles, é comigo. E ainda querem que eu viaje de avião. Acho que não. Melhor não”, relata Lausamar Humberto.

“ Eu nasci prematura, de seis meses, e como os hospitais não disponibilizavam estufas, me colocavam em uma caixa de sapato para me manter aquecida. Os psicólogos explicam que pode ter vindo daí a causa de meu medo por locais fechados e escuros. Em uma visita que fiz ao MEC (Ministério da Educação) em Bra-sília, fiquei presa no elevador e precisava de-sesperadamente enxergar, ver ao menos um resquício de luz. Tive sudorese, fiquei zonza e quase desmaiei. Então, toda vez que entro em um elevador é imprescindível ter uma lanterna em minha bolsa. Caso aconteça novamente, já estarei prevenida. A lanterna é uma segurança, ou melhor, uma pseudosegurança, que me dá coragem.

Não consigo permanecer em locais fecha-dos sem que eu veja o ambiente externo. Em salas muito fechadas não permaneço por muito tempo, preciso de vento, daquela sensação de liberdade. Hoje meu medo está mais ameno. Não houve um tratamento específico. Foi uma busca pessoal, um amadurecimento. Procuro escrever, conversar com psicólogos para buscar me libertar desses fantasmas”, conta Maria José Lacerda da Mata.

Em 1740, a moda foi o fator

propulsor de novas invenções. O Duque de Savoy, imperatrizes e a corte

russa entraram na onda de instalação da “ca-deira voadora”. Foi criada também, para refeições privativas, a “mesa voadora”, empregada em ocasi-

ões onde a presença dos servos não era desejada. O elevador cadeira, além de ser usado para o transporte de nobres em castelos, era utilizado no deslocamento

de enfermos (precursor do elevador de macas em hospitais. Em 1800, com a invenção da máquina a

vapor, o elevador começou a ser utilizado para o içamento de carvão das minas. Era o início

da utilização de uma fonte alternativa de tração que dispensava a força

humana e/ou animal

4 06/MAI

PrisCilA minAni @priiminani

“Ah, este tem meu sangue”; “Pu-xou para a mãe”. Essas são expres-sões bastante comuns quando se fala das características de um filho. A constante comparação de apa-rência física e hábitos cotidianos moldam os descendentes de acordo com os seus pais. No entanto, uma atitude de amor tem mudado um pouco essa história. E nesta prática a Justiça foge da função de definir inocentes e culpados e passa a ter o papel de permitir a criação e o cres-cimento de novas famílias. Trata-se da adoção.

Pessoas que não podem ter filhos biológicos, mulheres solteiras que desejam ser mães ou até pessoas que tomam esta decisão por uma causa social optam pelo acolhimento de crianças e adolescentes que não ti-veram a oportunidade de conviver em um ambiente familiar. Assim, a vontade de amar alia-se àqueles que precisam ser amados. Mães e filhos que podem nunca antes ter se vis-to, compartilham de um sentimen-to afetivo de identificação e conse-

guem construir uma nova história. Para as mães, não ter tido o con-

tato primeiro com a criança incluin-do o período de gestação e todo o acompanhamento que lhe cabe, não diminui o laço afetuoso de considerá-los como filhos de verda-de. Embora o cordão umbilical seja apenas simbólico, a convivência é real e as questões biológicas não fa-zem diferença.

Em contrapartida, encontra-se o medo que muitos pais têm de que seus filhos tornem-se adolescentes rebeldes pelo fato de serem adota-dos. Travessuras, brigas e broncas são atitudes corriqueiras do desen-volvimento da personalidade do adolescente. Mas não há razão para pânico! Psicólogos alegam que a probabilidade de filhos adotivos revoltarem-se é a mesma dos filhos biológicos, pois apesar dos primei-ros supostamente terem motivos para tal revolta, o amor incondicio-nal e a educação que recebem dos pais devem ser os mesmos e isso re-duz essa possibilidade de rebeldia.

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Tal mãe, tal filho, seja ele adotivo ou não. O amor materno não é definido apenas por laços sangue e cor dos olhos

“Não existe filho adotivo. Filho é filho independente da forma que ele veio até você.” É assim que a assisten-te social judicial Delimar Cunha Tri-velato fala sobre o assunto. E se enga-na quem diz que ela vê a situação de fora e, portanto, é fácil palpitar. Deli-mar lida com o tema da adoção além do seu horário de expediente. Mãe de dois filhos, ela tem um biológico de 19 anos e uma menina adotada (pede-se desculpas à Delimar pelo uso do termo), de 11 e afirma que, por ter vivido as duas experiências, sabe que o amor é o mesmo.

Para defender esse sentimento ela conta que considera o processo de adoção como se fosse uma gesta-ção, só que emocional, pois enquan-to a criança está no ventre, embora ela possa ser sentida, ainda se trata de um ser desconhecido e que o afe-to vem com a convivência e, nesse as-pecto, ela não falta com sua filha.

Dos fatores que contribuíram para a decisão pela adoção, Delimar relata que o desejo de exercer no-vamente a maternidade atrelado ao seu estado civil de solteira, levou-a à adoção. Para a sua felicidade, conse-guiu o que a maioria dos casais alme-ja, que é adotar uma criança de até um ano de idade. Sua filha chegou

a seus braços com apenas dois dias de vida: “é até engraçado, mas quan-do eu entrei no berçário do Hospital São Francisco de Assis, não foi pre-ciso me dizer quem era minha filha. Entre os cinco bebês que tinha lá eu sabia quem ela era.”

Delimar ainda conta que apesar do desejo de ser mãe estar presente em quase todas as mulhe-res, há aquelas que não o possuem e acredita que isso não seja compre-endido pela sociedade. Por isso, mu-lheres dão à luz e logo em seguida deixam seus filhos em abrigos, nas ruas e até mesmo em caçambas, o que pode ser justificado pela tama-nha repressão social de não se ter o instinto materno.

Na educação dos filhos, De-limar considera importante contar a verdade para os filhos adotivos e acha errado quem dá mais liberdade ou é mais rígido com quem é adota-do. Ela acredita que se deve impor limites e esquecer o medo de perdê-los por não possuírem seu sangue e que o ato de ser mãe não depende de laços corporais. “os vínculos são da alma e não do corpo”. Assim, a adoção trata-se não de ter concedido a vida ao filho, mas de lhe ter dado uma razão para viver.

“Eu sabia que era ela”

5 06/MAICoisinha do pai, da mãe, dos avós...

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Temas que dizem respeito ao con-vívio familiar sempre estão em evi-dência. Preocupações quanto ao re-lacionamento entre pais e filhos não é relevante apenas para especialistas na área da psicologia. No dia-a-dia, lidar com questões dessa natureza é um verdadeiro desafio para as mães, principalmente no que diz respeito aos filhos caçulas.

Filhos caçulas carregam a fama de xodós da família. E quase sempre isso é verdade, em umas famílias mais, em outras menos. Quase sempre alvos dos ciúmes dos irmãos mais velhos, obri-gam as mães a estarem sempre alertas para que sua atenção e carinho sejam dispensados de forma igual entre os filhos, mesmo que para isso haja uma mudança no estilo de vida, inclusive com algumas renúncias.

Jucy Castro, mãe de Beatriz, de apenas 10 anos, diz que há certo ciú-me entre as filhas, principalmente por parte da primogênita, Maria Paula, de 15 anos. Beatriz é o protótipo da ca-çula. Espevitada, com jeito meigo, ca-rinhosa, pronta pra conseguir tudo o que quer.

Certas liberdades e a forma de cria-ção desta caçulinha, fruto da experiên-cia e amadurecimento da mãe diante da primeira maternidade, são questio-nadas por Maria Paula. Jucy considera normal a cobrança, porém acredita que não há diferenças em sua conduta diante das filhas, exceto pela própria personalidade de Beatriz, que sempre foi mais inquieta em relação à irmã.

Atividades antes realizadas pela mãe, como a freqüência às reuniões da maçonaria e igreja ou mesmo passeios em família, já não são muito freqüen-tes. A personalidade forte e, talvez, hi-perativa, da caçulinha Beatriz é algo difícil de lidar, conta Jucy, mas acha que está no caminho certo. “Quando se tem o primeiro filho, sempre há certa insegurança, porém, essa expe-riência me ajudou a ter mais acertos na maternidade posterior”, conclui.

De acordo com a psicóloga Bethâ-nia Lacerda Andrade, a questão do

ciúme entre irmãos é um fenômeno natural. “Todos nós, quando crian-ças, crescemos sabendo que somos es-peciais, somos amados pelos pais ou pessoas próximas. A diferença é que quando se tem um irmão mais novo, descobrimos que não somos únicos. Somos especiais, porém, não melho-res que o outro”, destaca. A rebeldia atribuída aos filhos caçulas pode estar relacionada ao conflito entre esta e a geração dos pais, vista como muito di-ferente.

Para Élida Toledo, mãe de três fi-lhas, a experiência da maternidade é encarada de forma natural. A fun-cionária pública não vê a tarefa de ser mãe como algo difícil, principalmen-te pelo fato da pouca idade das filhas, Anna Carolina, 13 anos, Anna Bea-triz, 10 anos e Anna Clara, de apenas 7 anos. Élida conta que não esperava ser mãe de três filhas, mas considera que Anna Clara veio como um presen-te para toda a família.

Uma característica da caçula é o fato de sempre querer chamar a aten-ção de quem esteja por perto. Ao contrário do que seria normal, a filha mais velha, Anna Carolina sempre cuidou da irmã mais nova desde o nas-cimento. Uma característica positiva apontada pela mãe e prova de que a convivência entre as filhas é marcada por relativa normalidade.

Os exemplos de Élida e Jucy mos-tram que, com muito cuidado, cari-nho e tato, pode-se moldar um bom relacionamento entre os filhos. Para a psicóloga Bethânia Lacerda, é pre-ciso que no processo de criação do filho caçula, os pais construam uma integração entre ele e os filhos mais velhos. Através dessa proximidade, é possível se evitar que nasça um ciúme ou sentimento de rejeição dos filhos mais velhos. Atividades como trocar fraldas ou dar a mamadeira para o bebê são bons exemplos onde pais e filhos podem estar próximos.

“Cada filho é único. Por isso, exige educação e conduta diferenciada por parte dos pais.”, avalia Bethânia.

As filhas Anna Carolina, Anna Clara e Anna Beatriz e a mãe Élida. A caçula sempre gosta de estar no centro das atenções. Até na foto.

Beatriz, de 10 anos é inquieta, espevitada e carinhosa. A personalidade da caçula desperta cíumes por parte da irmã mais velha, Maria Paula, de 15 anos.

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Dia 23 de fevereiro de 1905. Centro de Chicago. Paul Harris em companhia de alguns amigos faz uma rápida reunião. Objeti-vo? Reavivar o espírito de ami-zade em suas cidades de origem. Para muitos podia parecer um intuito banal, mas esse foi o pri-meiro passo para o surgimento de uma importante instituição que atua no mundo todo.

Aos poucos, pessoas foram convidadas a aderir aos propó-sitos de promoção da paz e do bem-estar. Assim nascia o Rota-ry. Para os curiosos de plantão, tal nome foi dado porque no iní-cio as reuniões eram rotativas. Em 1910, ocorreu a primeira convenção da associação, cujo presidente eleito foi o próprio fundador, Paul Harris. A reu-nião contou com a participação de 16 clubes. Gradativamente, o Rotary Club ganhou reco-nhecimento e difusão mundial. Hoje, existem mais de um mi-lhão de rotarianos no mundo.

A atuação do Rotary não visa

fins lucrativos e é patrocinada por doações de rotarianos e ou-tros que compartilham a visão de um mundo melhor. Dentre seus principais projetos, a luta pela erradicação da Poliomieli-te tem grande destaque. Desde 1985, mais de dois bilhões de crianças no mundo foram imu-nizadas com a ajuda do Rotary Internacional. A Polio é uma doença que atualmente está controlada, mas que no século XX era uma epidemia e uma grande ameaça à vida de mi-lhões de pessoas.

A eficácia do PolioPlus, nome dado ao projeto, é resultado da contribuição e auxílio de todos os rotarianos em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde), CDC (Centro Norte-Americano de Controle de Do-enças), Unicef (Fundo das Na-ções Unidas para a Infância), ONU (Organização das Nações Unidas) além de entidades não-governamentais e os governos nacionais do mundo todo.

Rotary: a união para o bem

PrisCilA minAni @priiminani

Rotarianos de hoje (em pé e agachados) e rotarianos do amanhã (crianças na caçamba do caminhão doado pela Fundação Rotária para a Casa da Criança de Frutal)

Cartaz da campanha interna-cional da luta pela erradicação da Poliomielite, promovida pelo Rotary Internacional em parceria com a OMS, Unicef, ONU e en-

tidades não-go-vernamentais e os governos nacionais do mundo todo

O Rotary Clube de Frutal carrega uma história de 53 anos. Nesse tempo, fundou outros grupos na região, entre eles o Frutal-Sul, Fronteira e Iturama e dois que já fecharam, em Planura e Itapagipe. Atualmente, existem 34 rotarianos no Rotary Clube de Frutal. O Presidente em exercício é Eduardo Mendonça Rodrigues. A instituição pertence ao Distrito 4770, que atende ao Triângulo Mineiro, Sul de Goiás e parte do Mato Grosso e o Governador atual, responsável pelo Distrito, é o frutalense João Maluf Franco.

A instituição tem atividades des-tinadas a pessoas de todas as idades, pois possui grupos específicos. O Ro-tary Kids é composto por crianças de 7 a 12 anos. Quando ficam mais velhos podem ingressar no Interact, formado por adolescentes entre 14 e 18 anos. Dos 18 aos 30 anos os serviços presta-dos ficam por conta do Rotaract.

Como é da natureza do Rotary, em Frutal também são desenvolvidos di-versos trabalhos. De acordo com Jos-ney Freitas Silva, que é Conselheiro do Interact e no Distrito ocupa o cargo de Secretário Geral, o projeto de alfabeti-zação de adultos é um bom exemplo.

Pessoas que não tiveram a oportu-nidade de frequentar a escola, agora cursam os anos iniciais do ensino fun-damental. A atividade, que já tem qua-tro anos, acontece todos os dias na Es-cola Municipal Vicente de Paulo e tem a participação de 18 alunos, divididos em duas salas. “No início, havia uma professora voluntária que tentava au-

xiliar essas pessoas numa sala cedida pela Casa da Criança, então o Rotary notou estas necessidades e começou a fornecer materiais e uniformes. De-pois disso, houve o interesse da Prefei-tura em abraçar a causa, melhorando a infraestrutura”, relata Josney.

O secretário do distrito ainda con-ta que, no ano passado, foi entregue um caminhão para a Casa da Criança doado pela Fundação Rotária em par-ceria com um grupo internacional. O veículo é utilizado para fazer a coleta seletiva de lixo.

Outro plano em desenvolvimento desde 2000 é o Lighthouse. Trata-se da alfabetização de crianças carentes que possuem maior dificuldade de aprendizado. É feito na Escola Muni-cipal Cândida Arantes Carvalho. “A metodologia aplicada procura estimu-lar a criação dos alunos, que montam histórias de acordo com os desenhos que eles mesmos fazem”.

O Rotary Clube de Frutal tem uma marca forte na história da cidade sen-do responsável pela criação do Alvora-da Praia Clube, Sindicato Rural, Co-operativa Mista de Produtores Rurais de Frutal - Cofrul, Colégio Estadual Maestro Josino de Oliveira e Associa-ção Comercial.

Como futuros projetos, a Fundação pretende montar uma sala de fisiote-rapia no Hospital Frei Gabriel, além de construir um espaço destinado à educação profissionalizante que possi-bilite oferecer cursos para melhorar a qualificação da mão de obra.

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Josney Freitas Silva, Conselheiro do Interact e Secretário Geral do Distrito

7 06/MAI

360Casamento surreal

Que menina não sonha em se ca-sar com um príncipe? Ou melhor, que menina britânica não sonhava em se casar com o príncipe William, futuro rei da Inglaterra? Muitas. E Catherine Elizabeth Middleton sem dúvidas era uma delas. São poucas as que nunca pensaram em se tornar uma prince-sa e eventualmente se compararam a Princesa Diana.

A Inglaterra é um país monárqui-co parlamentarista comandado pela Rainha Elizabeth II, mãe do príncipe Charles e avó do príncipe William. Uma das monarquias mais famosas do mundo teve um grande evento no dia 29 de Abril. Kate Middleton, enfim, casou-se com príncipe William após longos oito anos de namoro, em que até dividiram a mesma casa.

A Sua Alteza Real Catherine Du-quesa de Cambridge, plebéia, iniciou

mAriAnA nogueirA @maricotanog

seus esforços em busca do príncipe en-cantado já no colégio, época em que, de acordo com alunos amigos, ela já ido-latrava um pôster do Príncipe William. Mas foi a sua entrada na Universidade de St. Andrews em Fife, Escócia, que deu o pontapé inicial para o golpe, digo, o sonho de conquistar o príncipe. Tornaram-se amigos, ela cursou Histó-ria da Arte, ele Geografia. Fontes pró-ximas afirmam que ela foi um grande estímulo para William continuar a estu-dar.

Demorou até que eles assumiram o relacionamento em público, mesmo

depois de terem sido flagrados (pelos paparazzi, obviamente) aos beijos em uma estação de esqui. Foram muitos finais de semana em casas de campo, palácios, tudo patrocinado pelo povo britânico. Como todo relacionamento real, eles chegaram a romper o namo-ro, que só foi reatado após uma semana em uma ilha alugada apenas para os dois. Ou seja, coisa muito simples e nor-mal para todos aqueles que pretender reatar um namoro.

Só em novembro do ano passado o noivado foi declarado à imprensa e à população, já que eles estavam noivos

desde uma viagem ao Quênia. Pratica-mente uma coletiva de imprensa para anunciar o casamento, com a entre-ga de um anel escândalo que perten-ceu a princesa Diana, e que, segundo William, é uma forma de ter a mãe sem-pre presente nessa data tão especial. O casamento aconteceu na Abadia de Westminster em Londres. Foi assistido por 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo e apenas 1900 convidados para a cerimônia religiosa, e entre eles ape-nas um brasileiro, o embaixador do Bra-sil no Reino Unido. O dia do casamento foi declarado feriado nacional.

Há meses se ouve falar do Casamento Real. TV, jornais, revistas, redes sociais e sites. Está em todos os lugares a bela foto do casal Catherine e William como um troféu do Reino Unido. As principais emissoras de televisão iniciaram seus trabalhos às 5 horas da ma-drugada de sexta, 29, dia do tão falado casório. Foram enviados apresentadores, repórteres, cinegrafistas, fo-tógrafos para captar todas as imagens e informações possíveis e impossíveis para que tudo chegasse rápi-do na TV ou computador dos brasileiros. Mas, o que milhões brasileiros têm com o casamento do neto da rainha da Inglaterra? Curiosidade.

E o principal motivo por tamanha curiosidade é o fato de não sermos um país monárquico nem de realizarmos eventos grandiosos com organização tão impecáveis e horários cumpridos a risca, qualidade dos britânicos. Além de ser um ótimo pretexto para encher os olhos daqueles que estão cansados de ler as mortes e crimes alheios.

Já pela manhã, todos estavam ligados para acom-panhar o enlace. Ver o desfile dos convidados e as mulheres com seus esquisitíssimos chapéus, um show de bizarrices à parte. As redes sociais, principalmente o Twitter, estavam fervendo de atualizações. O Casa-mento Real foi o assunto do fim de abril e do começo de maio, até que todos encontrem um assunto me-lhor para discutir.

Sem falhar, o assunto mais comentado do casa-mento será o beijo. Um beijo fraquinho e singelo. Respeitando a presença da rainha foi apenas um ges-to de união para o delírio do povo que se esmagava para tentar ver os recém-casados.

E Kate conseguiu. Mais uma história de A dama e O vagabundo em que se invertem os papéis. Ela é a plebéia, ele o membro da corte. E eles serão felizes para sempre, até que um escândalo os separe.

E eu com isso?E você com isso?

E nos com isso?

8 06/MAI

Viver na mesma casa dos pais e desfrutar do aconchego da mãe, po-rém com a conduta de um adulto e todas as responsabilidades inerentes a esta condição. Assim se configura um novo hábito contemporâneo, deno-minado por especialistas como “Gera-ção Canguru”.

Mesmo podendo morar sozinhos, com toda a formação necessária e con-dição financeira favorável, é cada vez maior o número de filhos com idades entre 25 e 40 anos que ainda vivem junto aos pais. Um levantamento rea-lizado em 2009 pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - confirma essa tendência: no Brasil,

aproximadamente 8 milhões de pes-soas nessa faixa etária moram com os pais.

Estar na companhia diária dos pais, ter a segurança e proteção ma-terna, não ter de se preocupar com algumas responsabilidades comuns a quem vive sozinho, incluindo aí a par-te financeira, são alguns dos motivos citados por aqueles que optaram por morar na casa dos pais. Nesse proces-so, segundo especialistas, há um retar-do na transição da fase da adolescên-cia para a fase adulta, justamente pelo fato do indivíduo ainda se abster dian-te de certas responsabilidades e expe-riências sociais comuns aos adultos.

Segundo Bethânia Lacerda Andra-de, psicóloga em Frutal, o conceito de “geração canguru” é relativo. Há ca-sos, já atendidos pela profissional, em que filhos se sentem despreparados e inseguros diante de uma possível se-paração, como nas vésperas de um ca-samento, por exemplo. A insegurança emocional nesses casos pode ser re-flexo do prolongamento da fase ado-lescente do indivíduo, necessitando, posteriormente, de acompanhamento psicológico para superar o problema. É necessário que o indivíduo utilize-se do seu lado agressivo/destemido para enfrentar os desafios, as mudanças a que cada um de nós está sujeito no

dia-a-dia, destaca a psicóloga. Contudo, a profissional avalia essa

tendência também como uma simples afinidade entre filhos e pais, o que em nada compromete no desenvolvimen-to psicológico e social do indivíduo. Esse comportamento se justifica, por exemplo, em casos onde os pais são idosos ou doentes e haja apenas um único filho. Nada mais natural que estes estejam juntos ou muito próxi-mos, como uma forma de se criar um vínculo de tranqüilidade e segurança entre os mesmos. Se pais e filhos se sentem bem convivendo sob o mesmo teto, essa tendência jamais pode ser encarada como um problema.

Mamãe!

“Geração Canguru”: insegurança no futuro ou muita afinidade no presente?

oCtávio Augusto ribeiro octavioaugustos

Mães e filhos compartilham da saudade quando a distância é necessária para o sucesso profissional e pessoal

“Sou filho único, tenho minha casa pra morar...” Quem gosta de Demônios da Garoa ou de qualquer outro artista que tenha regravado esta canção, ao ouvi-la certamente se lembra do seu lar, da terra natal, da família.

O segundo corte do cordão um-bilical se dá quando o filho, por causa de estudo, de trabalho ou por outro motivo qualquer, sai de casa. É um evento natural e corriqueiro. Mas como dói. Especialmente para as mães.

Por natureza, toda mãe é cari-nhosa, amorosa e tem um imenso sentimento de proteção aos filhos. Por isso, quando as crianças cres-cem e começam a bater suas asas, se não há uma preparação para a nova fase da vida que está por vir, a mãe tende a passar por um período de crise que é chamado de Síndrome do Ninho Vazio. A síndrome, nos casos mais graves, pode levar a mu-lher ao alcoolismo e à depressão.

Nas décadas passadas, era mais comum que as mulheres adoeces-sem na hora da partida dos filhos. Hoje a mulher se tornou indepen-dente e tem filhos quando já é mais velha. Essa mudança no papel so-cial feminino contribui para que as conquistas dos filhos e as respon-sabilidades dela própria, de certo modo deixem pouco espaço para a saudade, que existe e é imensa, não afete tão drasticamente o ambiente familiar como antes.

Longe de casa e perto do coração

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Se uma foto vale mais que mil palavras. Essa foto da Maria José não precisa ser explicada.

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Filhos para o mundoNice Helena Franco Botelho é mãe de três filhos que

moram fora. Maria José Domingos Machado Luz é mãe de um casal. As duas concordam que o processo de sair de casa é natural na sociedade moderna, mas não escondem a saudade e a falta que fazem os filhos.

Maria José conta que Letiele, de 21 anos, e Altivo Neto, de 19, sempre foram muito unidos, assim como a família toda e por isso a saudade sempre aperta. Letie-le estuda medicina em Araguari, enquanto Altivo Neto está matriculado na Universidade Federal do Mato Gros-so e mora em Uberlândia, onde ainda faz cursinho por sonhar com alguma faculdade mais próxima de casa. “Altivo Neto chegou a estar matriculado no Ceará, mas conseguiu vir um pouco mais pra próximo de nós. Acre-dito que todo filho deva sair de casa para amadurecer, mas a família sofre um pouquinho com esse processo.” diz Maria José.

Na outra família, a de Nice, o processo de afasta-mento ocorreu praticamente todo de uma vez só. Os filhos, Lívia, de 30 anos, Ricardo, de 29 e Marcos, que completa 28 neste mês, saíram de casa quase que ao mesmo tempo e essa foi a maior dificuldade apontada pela mãe. Lívia mora na Espanha e trabalha com co-mércio exterior, Ricardo é advogado em São Paulo e Marcos é contabilista auditor em Ribeirão Preto.

Nice, profissional da saúde, afirma que a Síndrome do Ninho Vazio deve ser encarada como mais um pro-cesso da maternidade, que traz perdas e ganhos, assim como a primeira vez que o filho vai à escola, faz suas primeiras escolhas e começa a amadurecer para no fu-turo, formar um novo ninho.

A importância de uma família bem estruturada tam-bém foi citada por ambas. Gilson, marido de Maria José, brinca e reforça a idéia dessa união mesmo com a dis-tância: “Eu falo: nós temos quatro escovas de dente. Uma em casa, uma na fazenda, uma em Araguari e outra em Uberlândia. E sempre que podemos, estamos juntos e passamos boas horas com nosso filhos.”

Nice, que não tem – ou se tem, não revelou – es-

covas de dente espa-lhadas pelas casas dos filhos, comen-tou sobre a vida familiar e a visita dos filhos: “Eu e meu marido nos tornamos mais próximos após a saída dos filhos. Nosso relaciona-mento sempre foi saudável e agora, quando algum de-les vem nos visitar, tem de vir para ficar em casa e matar a saudade.”

A saída de casa dos filhos, portanto, deve ser encarada com naturalida-de, pois é um processo neces-sário para a formação de qualquer pessoa. Mesmo que haja saudade, e ela existirá, há a gratificação em saber que a pessoa que um dia foi segura no colo pela mãe, hoje cresceu, criou autonomia e tornou-se sinônimo de orgulho para a família. É o ciclo da vida.

Devemos considerar também que, se há saudade sentida pelas mães, também há pelos filhos. É o caso deste repórter que, estudante da UEMG, está a 430 km de sua mãe. Peço, portanto, licença ao leitor, que sabe-rá perdoar este jeito inusitado de encerrar uma matéria, e deixo aqui minha homenagem para a pessoa mais im-portante da minha vida. A você, minha mãe, toda a feli-cidade do mundo, todo carinho e força para superar os pequenos obstáculos que enfrentamos todos os dias. A você, Dona Maria Tereza, desejo paz e serenidade para, assim como eu, seguir tocando em frente. Sua benção.

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Mau gosto e ignorância em cartaz

Por lAusAmAr humberto

Ponto Crítico

Lamento do oficial pelo seu cavalo morto

Nós merecemos a morte,porque somos humanose a guerra é feita pelas nossas mãos,pela nossa cabeça embrulhada em séculos de sombra,por nosso sangue estranho e instável, pelas ordensque trazemos por dentro, e ficam sem explicação .

Criamos o fogo, a velocidade, a nova alquimia,os cálculos do gesto,embora sabendo que somos irmãos.Temos até os átomos por cúmplices, e que pecadosde ciência, pelo mar, pelas nuvens, nos astros!Que delírio sem Deus, nossa imaginação!

E aqui morreste!Oh, tua morte é a minha, que, enganadarecebes. Não te queixas. Não pensas. Não sabes. Indigno,ver parar, pelo meu, teu inofensivo coração.

Animal encantado – melhor que nós todos – que tinhas [tu com este mundo dos homens?Aprendias a vida, plácida e pura, e entrelaçada em carne e sonho, que os teus olhos decifravam...Rei das planícies verdes, com rios trêmulos de relinchos...Como vieste a morrer por um que mata seus irmãos!

Cecília MeirelesAutora de voz própria

e peculiar dentro de nos-sa poesia moderna, Cecília escreveu o que há de me-lhor no lirismo de nossas letras e, ao mesmo tempo, uma obra-prima da poesia social, “Romanceiro da In-confidência”, o melhor livro de poesia brasileiro.

Deve-se ler Cecília Mei-reles sempre. Como exem-plo da força e beleza de sua poética, reproduzo um poema que é verdadeira jóia literária. Escrito logo após a Segunda Guerra, é extremamente atual, nos dias que vivemos.

Já foi chamada de “o ópio do povo”. Este aparelho, que está presente em mais casas brasileiras do que a geladeira foi o grande instrumento de muitas mudanças culturais e comportamentais ocorridas nos últimos 60 anos.

Talvez se encontre paralelo de influência com tal poder apenas no cinema. Mas a te-levisão, que se disseminou em todas as classes sociais, do ca-sebre na roça até o espigão da Paulista, do barraco da Roci-nha até a cobertura no Leblon, por sua presença maciça, é o maior fenômeno de influência na história da humanidade.

É a mais barata, e muitas vezes a única, fonte de diver-são e entretenimento para a imensa maioria da população. O tempo que se dedica a ela é assombroso. A conta é simples. Verificando quantas horas por

dia uma pessoa fica em frente à tevê e qual o tempo que é dedi-cado às conversas com a família se verá que o tempo em frente à tevê será muito maior.

No seu início, na chamada era romântica da televisão, com profissionais vindos do rádio e do teatro, quando se engatinhava à procura da lin-guagem televisiva, o apelido de “circo eletrônico” se justi-ficava. Era uma diversão ingê-nua em busca de seu próprio caminho. Mas alguma coisa se desvirtuou neste percurso.

Já foi chamada pelo escri-tor Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, de “máquina de fazer doido”. Na decadência de conteúdo verificada nas úl-timas décadas e que hoje pare-ce alcançar o fundo do poço, a televisão tem se transformado numa máquina de produzir ig-norância.

Com programas cada vez mais discutíveis, com raras e bem-vindas exceções, com sua parcela jornalística caracteri-zando-se pela superficialidade e fragmentação, o caráter educa-dor que a televisão deveria ter, por ser concessão pública com finalidades culturais, perdeu-se no emaranhado televisivo de bai-xa qualidade que atinge milhões de brasileiros todo santo dia.

Como principal elemen-to propagador da chamada indústria cultural, a tevê vem se prestando a divulgar o que de pior temos em nossas artes populares, se é que se pode chamar de arte o lixo que se tem consumido. Que não en-tendam a próxima frase como discriminadora, mas apenas realista. A tevê só é inofensiva para quem possui considerável bagagem cultural e é capaz de analisar criteriosamente toda

informação recebida.Como quem consome tevê em larga escala não está preparado para este tipo de análise, a televisão semeia suas tolices impune-mente e o estrago é enorme.

O acesso a outros meios de formação cultural é desmo-tivado pela facilidade ofere-cida pela tevê. A passividade na qual somos colocados, sem qualquer necessidade de exer-cício mental, (e físico, depois da invenção do controle re-moto), tem contribuído para a formação de uma legião de ignorantes televisivos.

Em um veículo no qual profundidade e pensamento crítico não tem vez nem voz, os felizes telespectadores tor-nam-se papagaios repetidores do senso comum. Com isso es-tamos nos tornando não uma nação de cidadãos, mas sim uma nação de teleguiados.

11 06/MAI

360rAfAel del giudiCe noronhA @rafael_giudice

Quando a mágica encontra a retranca

XO tira-teima

Classificação do Barcelona Classificação do Real

O Barcelona não vai ficar marcado por aquele velho ditado de que jogar bonito não dá resultado. Dá sim! Desde a época de Ronaldinho Gaúcho até a de seu herdeiro Messi, a equipe cata-lã proporciona verdadeiros espetáculos aos seus torcedores. E o melhor, com títulos.

O Real Madrid tentou quebrar a he-gemonia nacional do Barcelona ao ven-cer a Copa do Rei, mas o troco veio e o mundo todo assistiu a capacidade e pa-ciência que o Barcelona tem para envol-ver o adversário e sair com a vitória.

Polêmicas devem ser deixadas de lado. O Real diz não conseguir termi-nar um jogo com os seus onze jogado-res em campo. Pois bem, o futebol arte deve ser protegido e a violência tem de ser punida. O Barcelona tem um futebol mais bonito, com toque de bola refinado e um gênio que sabe a hora de definir

as partidas e isso tem de ser exaltado.O futebol vem se deteriorando e ven-

do a inversão da valorização daquilo que é bom. José Mourinho é ótimo, mas retranqueiro. No primeiro jogo, em casa, se propôs a defender e sacrificou o me-lhor jogador do time para uma estratégia que poderia dar certo em campo, mas não é o que o torcedor espera e mui-to menos aquilo que as equipes podem apresentar de acordo com os elencos que tem.

A ida à final da equipe de Pep Guar-diola é um bem para o futebol e serve para mostrar que a retranca em muitos casos dá resultado, mas quando se vê diante de equipes qualificadas, torna-se apenas um obstáculo que é superado pelo talento. Resta saber como será o jogo final do torneio, mas, de fato, tere-mos um futebol mais bonito de se assis-tir em campo.

O Real tinha duas opções: ou ven-cia o jogo por mais de dois gols de diferença para se classificar, ou por 2 a 0 para mandar a decisão para os pênaltis. Assim, foi buscar inspiração no último elenco merengue campeão do torneio. Em 2002, contando com a excelente fase de Zidane, o Real ven-ceu o Barça no Camp Nou por 2 a 0 para depois bater o Bayer Leverkusen e ficar com o caneco da competição.

Por essas e outras, o futebol é mágico. Após a derrota no primeiro jogo, polêmicas e declarações mos-trando total frustração com o resul-tado, o Real conseguiu superar uma das melhores equipes de todos os tempos.

Tal resultado vem comprovar a tese de que feio não é jogar feio, feio é perder. Embora eu discorde e não tenha total paixão pelo futebol joga-

do pela equipe de José Mourinho, te-mos de reconhecer quando alguém é bom.

Há pouco tempo o Real Madrid estava se tornando um time de nome e que era mero coadjuvante, sendo sempre eliminado nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Hoje, mesmo que de uma maneira não tão bela aos admiradores do bom futebol, a equipe é forte, sabe como se portar e rea-prendeu a vencer, fato que não deixa de ser bom.

Se há um lado triste da história toda é que, times como o Barcelona, que tem os atuais três melhores joga-dores do mundo, ou como a seleção brasileira de 82 e os times holande-ses que revolucionaram o modo de se jogar futebol, não consolidaram o belo futebol em títulos de grande ex-pressão.

No campeonato espanhol, observamos a vantagem de oito pontos da equipe catalã sobre o Real Madrid. No duelo pelo tor-neio, empate, 1 a 1, e a expecta-tiva pelos capítulos restantes só aumentou.

Na decisão da Copa do Rei, prorrogação, e Cristiano Ronal-do decidiu para o Real. A con-quista da equipe da capital gerou declarações e interpretações que deixaram os torcedores em dúvi-

da sobre o que vale a pena: jogar pelo espetáculo ou pelo resulta-do. Mas o vacilo de Sergio Ramos ao deixar a taça cair na comemo-ração madrilenha, pode ser um sinal.

O pré-jogo da primeira semi-final pelo torneio europeu foi tenso. Mourinho, considerado por muitos o melhor técnico do mundo, foi responsável por decla-rações polêmicas, acusou o time comandado por Pep Guardiola

de ser muito chorão, reclamar de tudo, mesmo quando o árbitro acerta. Guardiola simplesmente disse que o confronto seria den-tro das quatro linhas, e foi.

O gramado foi o tabuleiro. Os jogadores, as peças e até a ex-pulsão do luso-brasileiro Pepe, a estratégia do Real Madrid funcio-nou, mas ao fim, Messi foi rei e deu o primeiro xeque. Vitória do Barcelona por 2 a 0.

O Real Madrid agora tinha

uma missão das mais difíceis. Vencer o melhor time do mundo por três gols de diferença, fora de casa e ainda com uma crise de egos entre José Mourinho e Cris-tiano Ronaldo. O atacante decla-rou não gostar do modo que a equipe joga e Mourinho o barrou da partida contra o Zaragoza.

Como esta matéria foi escrita antes do confronto decisivo, cabe a você, leitor, buscar o caminho que o clássico tomou...

A hegemonia do futebol espanhol, se não é concretizada com títulos europeus em todas as temporadas, se confirma com a presença dos melhores jogadores do mundo atuando nas suas duas grandes equipes. Em anos recentes, desfilaram pelos palcos espanhóis jogadores como Romário, Rivaldo, Raul, Ronaldo, Zidane, Figo, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho. Hoje, as principais peças em campo são Cristiano Ro-naldo, Iker Casillas, Xavi Hernandez, Andres Iniesta e o fan-tástico Lionel Messi.

Desde 2002, Real Madrid e Barcelona não se encontravam

nas semifinais da Liga dos Campe-ões da Europa. Foi sem dúvida o confronto mais esperado da tem-porada. Dois elencos formidáveis. De um lado, a base da atual seleção campeã mundial unida ao melhor jogador do planeta, comandada por um técnico que se não é genial, ao menos conhece muito e tem lá sua sorte. Do outro, um estrategis-ta nato, fantástico, polêmico, atual treinador campeão do torneio ,ten-tando trazer o Real Madrid, da es-trela Cristiano Ronaldo, de volta ao topo.

Em um curto período, Barcelona e Real se enfrentam por quatro ve-zes e o torcedor tem o privilégio de ver se o futebol bonito, de toque de bola envolvente e jogadas rápidas é capaz de superar adversários que

formam um verdadeiro tabuleiro de xadrez no gramado, onde o xeque-mate parece impossível.

Novidade não é, mas vale destacar que além de todos esses ingredientes, os valores que envol-vem as partidas assustam. Para se ter uma idéia, no jogo de ida das semifinais da Liga dos Cam-peões, alguns ingressos foram vendidos por nada menos do que R$ 4,5 mil. Mas, vamos aos fatos.

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@Piadas_Power O Twitter mudou a minha vida. Antes eu falava sozinho, agora eu falo sozinho com um mon-te de gente.

@josesimaoband Buemba, Buemba: PAC mudou de nome para Programa de Atrasos para Copa.

@millorfernandes Vocação: há várias décadas Sarney escreve todos os dias.Espantoso. Ainda não conseguiu preencher o espaço que há entre ele e a literatura.

@LeoJaime Homem quando pergunta, quer uma res-posta. A mulher quer apenas ouvir uma opinião.

@georgemacedo o inimigo número um dos estados uni-dos volta a ser a obesidade.

@microcontostoscos: Só fico pensando numa coisa: e banheiro químico pra essa gente toda? #casamento-real

@ocriador Di Maria, vc quer ser bonito ou ser jogador de futebol?

@bomdeassunto Só confio nesse teste de DNA do Bin Laden se passar pelo programa do Ratinho.

@SabioBrasileiro Sou contra o casamento gay. Não pelo fato de ser gay, mas pelo casamento em si.

@MarceloTas Criminosos mudam tendência a cada es-tação do ano. A moda atual é explodir caixa eletrôni-co. Glorinha Kalil deveria comentar.

@ojosoares Fim de semana é tão curto que começa com a palavra fim.

@kibeloco Acharam o Bin Laden, encontraram a caixa-preta da Air France, mas ainda estão procurando as bolas dos pênaltis do Vasco.

@LeoLins “morre Bin Laden” agora sim “Osama nas al-turas”.

@rafinhabastos Al Qaeda está sem líder. Amanhã tão tudo no partido do Kassab.

@rafinhabastos Bin Laden foi encontrado e assassi-nado. Patrocínio: Google Maps.

TwittadasInteligência, humor, mau-humor, lirismo,

cinismo e acidez em 140 caracteres36

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06/MAI

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Por Carlos Teixeira

Carlos Teixeira é gaúcho, 43 anos, formado em jorna-lismo pela UFSM, é mestre por Harvard e doutor pela Universidade de Columbia.

Logo após a indicação do nobre e impoluto senador Renan Calheiros para o Conselho de Ética do Senado, Fernandinho Beira-Mar lançou sua candidatura para o Conselho Federal Antidrogas. Pode emplacar.

Tem chance

Coragem cruz-maltina

Nos bastidores de São Januário alguns jogadores confirmam que o pavor que sentiram diante do goleiro Felipe, do Flamengo, nas cobranças de pênaltis da final da Taça Rio, só se compara com o sentido com a morte da mãe de Bambi, no filme da Disney. Sensibilidade à flor da pele, a dos moços.

O pai do noivo

Favas contadas

Na Casa Branca (White House, para os alfabetizados) começam os projetos para os próximos 4 anos. Depois da morte de Osama Bin Laden, a reeleição de Barack Obama em 2012 é tão certa quanto a vitória do Cruzeiro na Libertadores deste ano. É pule de dez.

O Vaticano entrou em polvorosa ao tomar conhecimento que líderes tucanos rezam pela intercessão de um milagre do Papa João Paulo II para acabar com as brigas internas do partido. Ben-to XVI pediu, peloamordedeus!, para pararem com isso. A Igreja quer canonizar João Paulo II rapidamente, não daqui a 100 anos.

Depois do casório real do Príncipe Willian com a bela plebeia Kate, agora Lady Kate, o telefone tocou na casa de José Sarney. Era um desconsolado Príncipe Charles, angustiado com as notícias de que os britânicos preferem que seu filho assuma a coroa. Precisava da opinião de um especialista. Tomou conselhos com o sábio senador e aprendeu, por telefone mesmo, as dez lições de como não ser apeado do poder. Agora, reina a tranquilidade no reino da Inglaterra.

Só Deus mesmo

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