29

Livro de contos e orações do meu avô

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Livrinho com os contos, histórias, músicas e orações que meu avô nos contava

Citation preview

Page 1: Livro de contos e orações do meu avô
Page 2: Livro de contos e orações do meu avô

2

Page 3: Livro de contos e orações do meu avô

3

Índice Introdução............................................................................................... 5 Memorial - José Roberto e Gilberto ....................................................... 6 Músicas .................................................................................................. 7 Orações ................................................................................................. 12 Histórias ............................................................................................... 18

... e o depoimento de todos os filhos no decorrer do livro...

Page 4: Livro de contos e orações do meu avô

4

Page 5: Livro de contos e orações do meu avô

5

Introdução

Nascido em 15 de Agosto de 1925, Sebastião Ferreira de Carvalho Filho é

casado com Zoraide Pena Ferreira com quem teve 9 filhos: Gilberto, Sebastião,

Antônio Alberto, José Roberto, Sergio, Maria José, Regina, Nilce e Fernando.

Filho de Elidia Josefina Ribeiro Ferreira e Sebastião Ferreira de Carvalho,

também teve oito irmãos: José, Antônio, Everaldo, João, Batista, Luiz,

Bernardino e Paulo.

Lutou sempre, junto com dona Zoraide, para garantir o sustento da família e

nunca recusou nenhum tipo de trabalho para que isso fosse possível. Foi

confeiteiro, pedreiro, marceneiro, caldeireiro, padeiro, vendedor de doces,

servente, carpinteiro, e outros mais... Sofreu um ataque cardíaco que o

impossibilitou de trabalhar em muitas coisas, mas sempre manteve sua fé, sua

dedicação e seu amor à família.

Fervoroso em sua fé, aprendida de seus pais, vive firme em seu propósito de

vida diária, onde busca levar, a todos, um pouco mais de Deus.

* * * * * * *

Oitenta e três anos, 8 irmãos, 10 residências, 4 cidades, mais de 15 trabalhos

diferentes, 9 filhos, 17 netos, 5 bisnetos, várias orações, vários doces: 1 vida… 1

história... Estes são alguns detalhes da vida de Sebastião Ferreira de Carvalho,

um homem cuja maior riqueza é sua família e cujo maior defeito é amá-la

demais.

Page 6: Livro de contos e orações do meu avô

6

Memorial - José Roberto e Gilberto

Como não poderia deixar de ser, fica aqui nossa singela homenagem aos irmãos que já se foram, mas que viverão eternamente em nossas lembranças e em nossos corações... José Roberto Ferreira e Gilberto Ferreira. "É preciso amar, as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar… na verdade não há." (Pais e Filhos, Legião Urbana).

José Roberto Ferreira �18/10/1955 - � 02/10/1997

Gilberto Ferreira �01/11/1948 - � 17/05/2008

"… eu sei que estes detalhes vão sumir na longa estrada. Do tempo que transforma todo amor em quase nada. Mas "quase" também é mais um detalhe, um grande amor não vai morrer assim. É por isso que de vez em quando você vai… Você vai lembrar de mim" (Detalhes, Roberto Carlos).

Page 7: Livro de contos e orações do meu avô

7

Músicas

Quem canta seus males espanta. Essa é sem dúvida uma de suas marcas registradas. O maior "canteiro" do pedaço, como ele mesmo fala, Sebastião se emociona e se alegra com as canções que embalaram sua época e pelo saudoso tempo em que cantava com seus irmãos.

Quiririquiki Morenada

Quiririquiqui morenada, isto não é nada, E o samba é bom morenada, é de madrugada.

Eu não sou daqui, sou de lá da Fortaleza, estou para chegar aqui nesta redondeza. (2 X)

Eu tenho pena e também eu tenho dó, de ver meu galo preto sapecar seu carijó.

Lá na oficina

Lá na oficina, lá na serraria, onde trabalhava a jovem Maria. Ela trabalhava de cabeça baixa até raiar o dia.

E a mestra dizia, oh meu Deus o que será: ou esta moça morre ou ela fica louca de tanto pensar.

De manhã cedinho vem sua amiguinha para despertar, Levanta Maria que isso já são horas de nós trabalhar. Espera lá mamãe, espera lá mamãe que eu levanto já. Benção ó mamãe, benção ó mamãe, vamos trabalhar.

Já meio dia em ponto, vem o mensageiro para avisar,

Que a jovem Maria lá na oficina foi se suicidar, Sua mãe chorava com uma dor no coração,

Desgraçado o moço, que fez minha filha, morrer de paixão.

Saudade de Matão (1920)

Neste mundo choro a dor, Por uma paixão sem fim, Ninguém conhece a razão

por que eu choro no mundo, assim.

Page 8: Livro de contos e orações do meu avô

8

Quando lá no céu, surgiu,

uma peregrina flor, pois devem saber

que a sorte me tirou, foi uma grande dor.

Lá no céu ô

junto a Deus ô, em silêncio, minha alma descansa

e na terra, todos cantam, eu lamento minha desventura desta pobre dor.

Ninguém me diz

que sofreu tanto assim, essa dor que me consome,

não posso viver. Quero morrer,

vou partir para bem longe daqui, já que a sorte não quis,

me fazer feliz.

“E ste é m eu PA I, fonte de am or, fonte de verdade, caráter e exem plo a ser seguido. H oje a árvore da vida de m eu PA I já não tem m ais 9 frutos de quando foi gerada. São apenas 7 frutos que ficaram , m as sei que m eu PA I entregou os dois que foram para Jesus Cristo, que com o tem po serão, com certeza, m em órias dos filhos de seus filhos, sobrinhos, netos, bisnetos, etc. Por fim , m eu PA I m e ensinou a am ar, respeitar, ser correto e todas as qualidades de um verdadeiro cristão. Te am o m eu Pai, e nunca, nunca m esm o, vou ter algum rem orso de nunca ter dito a você tudo o que eu sem pre senti por você: TE A M O , TE R E SPE ITO , e quando um dia não tiverm os m ais um ao outro, certam ente estarem os juntos na casa do PA I.”

Page 9: Livro de contos e orações do meu avô

9

Atire a primeira pedra (carnaval - 1944, Ataulfo Alves e Mário Lago)

Covarde sei que me podem chamar, Porque não cala no peito esta dor,

Atire a primeira pedra ou ai ai, Aquele que não sofreu por amor.

Covarde sei que me podem chamar, Porque não cala no peito esta dor,

Atire a segunda pedra ou ai ai, Aquele que não sofreu por amor. (2 X)

Eu sei que você vai sussurrar do meu proceder,

Eu sei mulher que você mesmo vai dizer, Que eu vim pra me humilhar, mas isso não faz mal.

Você pode até sorrir, perdão foi feito pra gente pedir.

Alô Roberta

Alô, Alô, ô, ô, Roberta. Perdeu a chave deixe a porta aberta. (2x)

Não vá fazer como da vez passada: Telefonei e não valeu de nada.

E eu já venho cansado de fazer o cerão, Traga pra mim um pastel de camarão.

Morena sambando

Duas coisas neste mundo que faz meu coração chorar (2X) É os olhos de uma morena, numa noite de luar (2X)

E numa noite de luar e um caboclo violeiro (2X)

Vale mais que todo mundo e vale mais que o mundo inteiro (2X)

E ai como é lindo ver, o canto do sabiá, eu vi uma morena sambando numa noite de luar

(Repete Tudo) E numa noite de luar, e um caboclo violeiro...

Page 10: Livro de contos e orações do meu avô

10

Cigana

Há muito tempo que meu samba me dizia, E uma cigana que cansou de me avisar:

"Cuidado com esta mulher que ele vai te abandonar" Eu fui um louco não querer acreditar, acreditar...

Agora eu vejo que meu samba tinha razão,

E a cigana foi sincera quando leu a minha mão: "Esta mulher não te ama, esta mulher não te quer,

Cuidado com esta mulher, manda esta mulher embora"

E agora eu vivo recordando este meu samba, Periquito bateu asas, passarinho que leva a fama.

Sinhá Maria (1941)

Nosso Senhor, me perdoa Essa descrença magoada

Tive uma vida tão boa Hoje, não creio em mais nada

Não canto mais ladainha Não faço mais oração

Até a crença que eu tinha Fugiu do meu coração.

Porque não foste justo, outro dia

Vindo buscar Sinhá Maria A santa do meu altar

Talvez tu não pensasses em maldade E que mais tarde, a saudade

Vinha me desesperar.

Nosso Senhor, que tristeza Quando regresso à tardinha

Debruço e choro na mesa Lembrando a vida que eu tinha

Minha choupana vazia Com a porta aberta pra trás Não sabe que Sinhá Maria

Não volta mais, nunca mais!

Page 11: Livro de contos e orações do meu avô

11

Perdão, volve para mim teu olhar

Só tu me podes vingar, o que a saudade me fez Por Deus, escuta Nosso Senhor

Manda do céu por favor Sinhá Maria, outra vez!

Sapateia minha gente

Sapateia minha gente E aproveita a mocidade.

Porque depois vem a velhice, E a velhice traz a saudade!

Quando a saudade vem

De alguém que foi-se embora, Quando a saudade vem,

A gente chora!

“Q ue bom ter um pai, m as ter um pai com o o Sebastião F erreira, é algo

m aravilhoso. H om em de fé, hom em sincero, hom em honesto, hom em

tolerante, hom em de brio, hom em de brilho, hom em com "H " m aiúsculo. Q ue D eus continue abençoando-o e dando-lhe m uita paz.”

Page 12: Livro de contos e orações do meu avô

12

Orações

As orações aprendidas de seus antepassados, principalmente de seu pai, marcam sua personalidade. Com rezas para diversas ocasiões, versos cantados e poesias, Sebastião sempre se mantém firme na fé e se faz um pilar seguro e firme para aqueles a quem o procuram… Foi sempre buscando "imitar seu velho pai" que seu Sebastião conseguiu, sempre acompanhado destas orações e de sua esposa, criar e acompanhar seus filhos até os dias de hoje...

Oração da Estrela do céu

A estrela do céu Virgem Santíssima; que ao seu peito criou e o Senhor extinguiu com a mortal peste que no mundo introduziu o primeiro homem. Pai dos humanos. Digna-se agora a mesma estrela reprimir-se aos influxos dos astros; que por suas disposições malignas feriu o povo com moléstias. Gloriosa estrela do céu de sublimes louvores; digníssima de todos os perigos do mundo, nos defendei e nos protegei. Medicina Cristã; aos Sãos Conservai e aos Enfermos Sarai o que a humana força não pode; vossa graça nela conceda a mim.

**SEU PEDIDO**

Repita 3 vezes: Ouve-nos óh Maria porque vosso filho vos honra em nada vos negar. Salve-nos óh Messias; porque por nós vos pede a Santíssima Virgem em todas as nossas atribulações e angústias. Recorrei e socorrei-nos óh piedosa Virgem. <Rezar 3 Ave Maria> <Rezar 3 Pai Nosso> Oferecei a nossa Senhora da Penha.

“Tuas palavras de coragem e carinho, Seus sorrisos de fé e esperança, Suas lágrim as de alegria e em oção, F orm aram a m inha pessoa, que a ti será sem pre grata. M eu querido pai Sebastião.”

Page 13: Livro de contos e orações do meu avô

13

Meu Jesus Crucificado

Meu Jesus crucificado grande filho da Virgem Maria, me guardei por esta noite e amanhã pelo dia. Quando abrir o Jubileu eu quero guardar o Senhor. Assim como vós me dais o pão e também nos dais o vinho. Meu Jesus crucificado Grande Filho da Virgem Maria, ando bem acompanhado sendo Deus o meu guia, amém. Óh Maria concebida sem pecado, rogai a Deus por nós que recorremos a vós. Senhor que morto foi, morto foi e vivo está, dai-me sempre bom viver e a graça a ti servir. Mas antes morrer Senhor que uma vez pecar. Dai-me vossa graça para não lhe ofender mais, e ofereço todo o trabalho deste dia para o Senhor me abençoar. Óh Virgem Santíssima não permitais que eu viva e nem morra em pecados mortais. (2 X) Óh Virgem Santíssima estrela do norte, nossa guia e nossa morte. Senhor Deus pequei, misericórdia. (2 X) Senhor pelas dores de nossa Mãe Maria Santíssima, misericórdia Senhor!

Para pesadelos

Pesadelo, pesadelo, se quiser me ver dai 3 voltas em redor do mar (3 X)

Pai Nosso Piquinim

Pai nosso Piquinim, Deus me leve ao bom caminho, Nosso Senhor meu Padrinho, Nossa senhora minha Madrinha. Sete velas me iluminam, sete anjos me acompanham. Que o demônio não me atente, nem de dia e nem de noite. Nem na vida e nem na morte. Para sempre amém Jesus!

Com Deus me deito

Com Deus me deito e com Deus me levanto. Com a graça de Deus e do divino Espírito Santo. Senhora do pranto, me cubra com vosso manto. Se eu cobrir e for coberto, coberto hei de ir. Não terei medo de pavor, nem de coisa que de mal for. Senhora, seu eu cair, me levantai, se eu dormir, me acordai, se eu morrer me iluminai com as três candeias da Santíssima trindade, para sempre, amém Jesus!

Page 14: Livro de contos e orações do meu avô

14

Eu pecador

Eu pecador me confesso com Deus todo poderoso, Bem aventurado Santa Virgem Maria, Bem aventurado São Miguel Arcanjo, Bem aventurado São João Batista, São Pedro e São Paulo, Todos os Santos, que eu pequei por pensamentos, palavras e obras, e digo a Deus a minha culpa, a minha culpa minha máxima culpa... E por isso eu peço e rogo, bem aventurado Santa Virgem Maria, Bem aventurado São Miguel Arcanjo, Bem aventurado São João Batista, São Pedro e São Paulo, e a ti Pai, que roga a Deus por mim, Amém!

Oração protetora

Em volta da minha casa tem 3 conquistas. São Pedro, São Paulo e São João Evangelista!

Nossos inimigos vêm

João: Senhor nossos inimigos vem! Jesus: Que eles venham, João! Se tiverem olhos, não nos enxergarão. Se tiver ouvidos, não nos ouvirão. Se tiverem braços, não nos pegaram. Se tiverem pernas, não nos alcançarão. Se tiverem facas, não nos furarão. Se tiverem armas de fogo, escorrerão água pelo cano, e serão atados pé, mão e coração. São, São Córdio. Passo Dominé Amém!

Nossa Senhora

Levantei de madrugada, fui varrer a conceição, encontrei Nossa Senhora, com seu livrinho na mão. Eu pedi o seu livrinho, ela me disse que não. Eu tornei a lhe pedir, ela me deu o seu cordão. Que me dava sete voltas, ao redor do coração.

Page 15: Livro de contos e orações do meu avô

15

Numa ponta vai São Pedro, na outra ponta vai São João. No meio era um letreiro, da Virgem da Conceição. Amém.

“Pai, F alar de você eu até poderia escrever um livro. M as com o não é possível, posso

dizer que pra m im você representa um grande hom em de D eus. V ocê, pai, é um a pessoa ‘ilum inada’. Te A M O . D eus te abençoe.”

Nossa senhora do Carmo

Nossa senhora do Carmo é madrinha de São João, Eu também sou afilhado da Virgem da Conceição, Na casa daquela santa, bate Jesus toda hora, Respondeu a mesma Santa, "o que quer Jesus agora?" Quero que deixes do mundo e vamos juntos para a Glória, Oferece este bendito, para o Senhor que está na cruz, Que nos livre do inferno, para sempre amém Jesus.

Nossa Senhora

Lá no céu acendeu uma luz, no ponto de meio dia, Eram os anjos que cantavam o rosário de Maria, O rosário de Maria doce amante coração, Quer na vida e quer na morte, quer a nossa salvação. Amém!

Nossa Senhora

Chegai, pecador, chegai, nesta mesa enflorecida, Pra beijar nossa senhora, conceição aparecida. Conceição aparecida, mãe de consolação Consolai as nossas almas, minha virgem da conceição. Amém.

Page 16: Livro de contos e orações do meu avô

16

Ao passar por:

Cemitério

Deus te salve campos mortos, que está no campo sereno, Onde foi sepultado, bom Jesus Nazareno. Igreja

Deus te salva casa santa, onde Deus fez a morada, Onde mora o cálice bento e a hóstia consagrada. Cruz

Deus te salva cruz bendita, que está no campo sereno, Onde foi crucificado, bom Jesus Nazareno.

Depois do terço (oração sempre dita pelo pai do Senhor Sebastião Ferreira de Carvalho)

Nas fortes batalhas, vitória teremos, Por rezar um terço, sempre rezaremos, Sempre rezaremos, com muita alegria, Para se alegrar a Virgem Maria, A Virgem Maria, prometeu salvar, A todos os devotos, que o terço rezar, Quem o terço rezar, com muita alegria, Para se alegrar a Virgem Maria. Amém!

Oração de São José

Meu Divino São José, aqui estou em vossos pés, pedindo misericórdia. Meu Divino São José, quem tiver suas devoções, se apegai com São José. Que ele é um Santo de milagre pela vossa Santa Fé. Meu Divino São José, pelo menino que vós tens nas mãos, nem de sede, nem de fome, não matais seus filhos não! São José, aumentai a minha fé! Amém.

Page 17: Livro de contos e orações do meu avô

17

Oração do Anjo da guarda

Meu anjo da guarda, que andai junto comigo: Ajudai a vencer o batalhão do inimigo. Meu anjo da guarda, eu vos peço também: que nos livre do inferno para sempre amém…

Para chamar chuva

São Sebastião poderoso, que mora na beira do mar. Suspende a sua bandeira e deixe a água derramar. Eu vi a lua gemendo e o sol suspirando, suspende a sua bandeira e deixe a água derramando. Amém!

Oração para cobreiro

Em nome de Deus o que eu corto aqui: Cobreiro bravo, eu corto a ponta, o rabo e o meio, com os poderes de Deus está cortado e vão parar nas ondas do mar para nunca mais voltar. 1 Pai Nosso

“A m igo é coisa pra se guardar, debaixo de sete chaves. D entro do coração...”

Tem os certeza de que, de onde ele estiver, gostaria de d izer que am ou m uito seu pai.

Para dor

Dor me deu e dor me daria. Quem me cura é Deus e a Virgem Maria. 1 Pai Nosso 1 Ave Maria

Para dor de dente

Estava Santa Pelonha em sua pedra dourada gemendo e chorando com dor de dente. Passou a Virgem Senhora e perguntou o que tem Pelonha? Dor de dente, Senhora! Pelas águas poentes e pelo Jesus que Maria trazia no ventre, não te doerá mais o dente. Amém.

Page 18: Livro de contos e orações do meu avô

18

Histórias

As conversas no final do dia rendiam boas histórias. Como não havia televisão, o programa da família era se sentar em roda e contar histórias. As histórias que seu Sebastião ouvia dos colonos baianos na fazenda onde morava, de seus pais e irmãos, ficaram registradas em sua memória e ele repassa, ainda hoje, para os filhos e netos...

O Gato e a Raposa

Certa vez, um Gato apostou corrida com uma Raposa e apostaram o rabo um do outro. Se o Gato ganhasse a corrida, ficava com o rabo da Raposa, se a Raposa ganhasse, ela então ficaria com o rabo do Gato. Aconteceu que o Gato ganhou a corrida e ficou, portanto, com o rabo da Raposa. A Raposa, muito sentida, disse então para o Gato: Raposa: Gato, me dá meu rabo. E o Gato então disse: Gato: Me dá leite! A Raposa, então, foi conversar com a Vaca: Raposa: Vaca, me dá leite, pra eu dar o leite pro gato, pro gato dar meu rabo? Vaca: Me dá capim! E lá foi a Raposa conversar com o Pasto: Raposa: Pasto me dá capim, pra eu dar o capim pra Vaca, pra Vaca me dar leite, pra eu dar o leite pro gato, pro gato dar meu rabo? Pasto: Me aguai! A Raposa foi tratar com o Lago: Raposa: Lago me dá água, pra eu aguar o Pasto, pro Pasto me dar capim, pra eu dar o capim pra Vaca, pra Vaca me dar leite, pra eu dar o leite pro Gato, pro Gato dar meu rabo? Lago: Me limpa! Para limpar o Lago, a Raposa precisava de uma enxada. Foi então conversar com o Ferreiro: Raposa: Seu Ferreiro, o senhor poderia me dar uma enxada, pra eu limpar o Lago, pro Lago dar água, pra eu aguar o Pasto, pro Pasto dar capim, pra eu dar o capim pra Vaca, pra Vaca me dar leite, pra eu dar o leite pro Gato, pro Gato dar meu rabo? Ferreiro: Me dá carvão. Pra fazer a enxada o Ferreiro precisava de carvão, o que fez a Raposa ir conversar com o Toco.

Page 19: Livro de contos e orações do meu avô

19

Raposa: Boa tarde senhor Toco, o senhor poderia me dar carvão, pra eu dar o carvão para o Ferreiro, pro Ferreiro me fazer uma enxada, pra eu limpar o Lago, pro Lago dar água, pra eu aguar o Pasto, pro Pasto dar capim, pra eu dar o capim pra Vaca, pra Vaca me dar leite, pra eu dar o leite pro Gato, pro Gato dar meu rabo? Toco: Me queima! Para queimar o Toco, a Raposa precisava de fogo, e o Fósforo poderia lhe dar fogo. E lá foi a Raposa conversar com o Fósforo: Raposa: Senhor Fósforo, boa noite, eu gostaria de saber se o senhor poderia me dar fogo, pra eu queimar o Toco, pro Toco me dar carvão, pra eu dar o carvão para o Ferreiro, pro Ferreiro me fazer uma enxada, pra eu limpar o Lago, pro Lago dar água, pra eu aguar o Pasto, pro Pasto dar capim, pra eu dar o capim pra Vaca, pra Vaca me dar leite, pra eu dar o leite pro Gato, pro Gato dar meu rabo? Fósforo: Sim, pois não. Então o Fósforo deu o fogo para a Raposa que então queimou o Toco, que lhe deu carvão, que o Ferreiro usou para fazer a enxada que serviu para limpar o Lago. O Lago limpo deu água para a Raposa que aguou o Pasto que, então, lhe deu capim que foi entregue para a Vaca. A Vaca satisfeita lhe deu o leite que, por fim, foi dado ao Gato que, por sua vez, devolveu o rabo da Raposa. E então teve uma festa muito grande na família da Raposa e o seu Sebastião estava lá fazendo doce pra todo mundo.

Tião F erreira, “m eu Pai” G uerreiro; vencedor com poucas arm as. A com panhei sua luta e vi

quantas batalhas teve que vencer. O brigado por ter cuidado de m im ,

por ter m e educado e por ter m e feito um hom em . Tenho o m aior orgulho de ser seu filho. T iãozinho

Charada

Gavião: Bom dia minhas cem pombas. Pombas: Cem pombas nós não seremos. Mas com outro tanto de pombas, mais o senhor gavião, cem pombas transformaremos. Quantas pombas havia?

Page 20: Livro de contos e orações do meu avô

20

Pão Matou Catita

Resolva o enigma: Pão matou Catita; Catita matou sete; De sete tirei o bom e o melhor; Atirei no que vi e matei o que não vi, Com uma lasca de pau santo assei e comi; Passando sob uma ponte, um morto carregando um vivo, coisa que nunca vi. Resposta: Havia duas vizinhas, uma rica e uma pobre. A podre sempre pedia um pão para a rica para matar a fome sua e dos filhos que tinha. Sempre que a vizinha pobre recebia um pão, ela dizia: "Quem bem faz pra si o faz, e quem mal faz, pra si o faz" Um dia, cansada da vizinha pobre, a vizinha rica resolve envenenar um dos pães e dar para a vizinha pobre levar. E foi o que aconteceu. Mas por ter deixado algumas sobras de pão sobre a mesa, o filho da vizinha rica, com fome, também comeu alguns pedaços do pão e veio a morrer. "Quem bem faz pra si o faz e quem mal faz pra si o faz" Aconteceu também do filho da vizinha pobre ir viajar para uma cidade bem distante e sua mãe lhe entregou o pão dado pela vizinha rica para ele levar. E é aqui que começa as respostas da charada. Junto com o filho foi uma cachorrinha chamada Catita. Catita era a cachorrinha de estimação da família e sempre acompanhava o filho mais velho nas viagens que fazia. Depois de muito viajarem, os dois resolveram dormir em um local e Catita, fuçando nas trouxas de viagem, encontrou o pão e o comeu. Ao acordar, o moço viu que a cachorrinha Catita havia morrido e ao lado dela o pão envenenado. Como o moço levava consigo umas anotações para documentar a viagem, escreveu logo: >> Pão matou Catita.

Page 21: Livro de contos e orações do meu avô

21

Nem deu tempo de enterrar a cachorrinha de estimação e logo ele avistou sete soldados que protegiam aquelas regiões e vinham para o encontro dele. Ao perceber isso, o moço se escondeu, mas teve que deixar a cachorrinha no meio da estrada. Os soldados por ali pararam e resolveram descansar e comer alguma coisa, pois estavam cansados de caminhar. Avistaram, então, a cachorrinha no meio da estrada e resolveram fazer um virado da cachorra no fogo. Como o veneno do pão ainda estava na Catita, todos os sete soldados morreram também envenenados pela Catita. Ao ver isso o moço tomou suas anotações novamente e escreveu: >> Catita matou sete.

Como ele queria também se prevenir e ter mais segurança, ele escolheu o melhor fuzil dos sete soldados que haviam morrido. Por isso ele também escreveu: >> De sete tirei o bom e o melhor.

Continuando a viagem e agora com mais fome, o moço resolveu usar o fuzil para apanhar algumas pombas para comer. Ao tentar atirar em uma pomba, ele errou o tiro e matou um gavião que passava pelo bando. Ele foi lá buscar o pássaro e com uma lata que achou no caminho e uma fogueira que ele fez, assou e comeu o gavião. Depois ele escreveu no caderninho: >> Atirei no que vi e matei o que não vi. Com uma lasca de pau santo, assei e comi.

Por fim, já longe na sua caminhada, passou por uma ponte que ficava sobre um rio. Neste momento ele vê um cavalo morto no rio boiando e sendo levado pela correnteza. Em cima do cavalo estavam alguns urubus comendo ele. É aqui então que se resolve a última frase do enigma: >> Passando sob uma ponte, um morto carregando um vivo, coisa que nunca vi.

E chegando ao lugar onde o moço se dirigia teve uma grande festa, com doces e comidas a vontade. O seu Sebastião estava lá fazendo doce de leite e de banana para a moçada.

“B em , tudo que eu falar do m eu querido Pai, serão pouco para expressar o grande am or, afeto e adm iração que sinto por ele. M eu Pai sem pre foi um hom em de fé, e desde criança quis m e passar que devem os crer em Jesus e enfrentarm os todas as tem pestades na nossa vida. A ntes tinha m uito m edo de

chuva, das tem pestades de água, m as hoje estou na presença de Jesus e já não tenho m ais m edo, pois Jesus nos ensina que

não devem os ser hom ens de pouca fé. A m o m eu Pai, m inha m ãe e m eus irm ãos e sei que a m aior herança que

m eu Pai nos deixará é seu am or, caráter e todos os seus ensinam entos. Q ue nós, seus filhos, possam os im itá-lo sem pre.”

Page 22: Livro de contos e orações do meu avô

22

Pedrinha de comando

Era uma vez um senhor muito pobre que batia na casa das pessoas para pedir comida para si e para a mulher e os filhos. Um dia, ele bateu na casa de um senhor e disse: "O senhor não teria um pedaço de queijo para eu levar para os meus filhos?" O senhor lhe respondeu: "Olha, queijo eu não tenho, mas eu posso lhe dar outra coisa que vai te ser muito importante" "E o que seria essa coisa", perguntou o homem pobre. "É uma pedrinha de comando", Respondeu o velho. "É uma pedrinha mágica. Você pede qualquer coisa e ela te dá" O homem pobre não acreditou muito, mas levou a pedrinha. Melhor do que nada, disse ele. Mas ouviu a recomendação do velho que lhe alertou: "Peça o que quiseres, mas tem que dizer: enquanto me chega, no final. Não peça mais do que aquilo que precisas!" O homem então voltou pra casa sem nada, mas com a pedrinha nas mãos. Ao chegar à casa a mulher ficou brava com ele por não ter trazido nada. Foi quando ele falou: "Mulher, não consegui nada, mas um senhor me deu esta pedrinha e disse que é mágica" A mulher então começou a bater nele ainda mais. "Seu vagabundo, onde já se viu trazer uma pedrinha mágica pra casa. Seus filhos estão precisando de comida." Foi quando o homem resolveu testar a pedrinha e disse: "Pedrinha, me dê comida enquanto me chega nesta mesa" A mesa, então, encheu-se de comida. Eles ficaram maravilhados com tudo aquilo. Comeram e compartilharam com os vizinhos e amigos. E assim foram todos os dias. A pedrinha lhes dava comida enquanto chegava para eles. Pediu certa vez pra lhes dar roupas enquanto lhes chegasse. A pedrinha lhes deu roupa, calçados e voltaram a ir à missa com roupas novas. Foi em uma missa, então, que seu irmão mais velho o encontrou. Vendo o irmão pobre com roupas novas e de boa saúde, felizes, o irmão mais velho comentou com a esposa: "Este canalha deve estar roubando por ai. Veja só suas roupas e seus calçados."

Page 23: Livro de contos e orações do meu avô

23

O irmão mais velho então foi tirar satisfações com o irmão pobre. Perguntou o que tinha acontecido para conseguir roupas. O irmão pobre, então, na sua inocência, contou para o irmão sobre a pedrinha de comando que lhe dava todo o necessário. O irmão mais velho, vendo a possibilidade de ter tudo o que quisesse, pediu a pedrinha emprestada para o irmão. Comentou que haveria uma pescaria e queria a pedrinha emprestada para conseguir mais peixes. O irmão pobre lhe deu a pedra de comando, mas alertou: "Tem que pedir as coisas enquanto lhe chega. Ou seja, o suficiente para você naquele momento". Mas o irmão mais velho não se importou muito com aquilo e foi para sua pescaria. Estando no barco, o irmão mais velho disse consigo mesmo: "É hoje que encho este barco de peixes" e pediu: "Pedrinha de comando, encha este barco de peixes" E a pedrinha lotou o barco de peixes e não parava de colocar peixes no barco. O barco lotou e o começou a afundar. Já tinha uma montanha de peixes no barquinho e então o barco afundou levando o irmão mais velho para o fundo do lago.

Cachinhos de coco (contada pelo Baiano Germano, colono no sítio onde morava em Olímpia)

Era uma vez um homem preguiçoso que resolveu vender alguns cachinhos de coco para a mulher para de lhe encher a paciência. Foi até o quintal e colheu alguns cachinhos de coco e saiu para vender. Ao bater palmas em uma casa, saiu uma senhora que perguntou então o que ele queria. O homem comentou que estava vendendo cachinhos de coco para colocar comida dentro de casa, pois a mulher dele já estava muito irritada com toda a situação deles de pobreza. A senhora, portanto, lhe disse: "Olha, dinheiro eu não tenho para comprar os cachinhos de coco, mas eu tenho aqui um guardanapo mágico. Tudo o que você pedir para ele por, ele põe!". E a senhora fez uma demonstração para o homem dizendo ao guardanapo: "Põe guardanapo. Café da tarde pra gente tomar" E a mesa ficou cheia de bolos, sucos e café. O homem nunca tinha visto uma coisa daquelas, comeu, agradeceu a senhora e foi embora feliz. Mas antes de ir para a casa, resolveu passar na comadre que ficava no caminho. Como a distância era grande resolveu também ficar para dormir.

Page 24: Livro de contos e orações do meu avô

24

O homem comentou com a comadre o que havia acontecido: "Olha comadre, passei numa casa de uma senhora e ela deu-me um guardanapo mágico. Tudo o que você quiser de comida o guardanapo põe."

A comadre não acreditou nessa história: "Você ta ficando louco compadre, um guardanapo mágico?" Homem: "Então veja comadre. Põe guardanapo!" E o guardanapo pôs comida para os dois e eles se fartaram de comer. Para recolher a comida bastava dizer para o guardanapo. - "Recolhe guardanapo" e o guardanapo recolhia tudo o que sobrou na mesa. Era fantástico. Tão fantástico que, enquanto o compadre dormia, a comadre roubou o guardanapo dele colocando outro no lugar. Um guardanapo bem velhinho que tinha lá. E como o compadre não prestava muita atenção nas coisas, nem percebeu a diferença no dia seguinte quando foi embora para a casa. Ao chegar a casa, todo contente, já foi dizendo para a mulher: "Mulher, não vamos mais passar fome nesta casa. Ganhei um guardanapo mágico de uma senhora e ele põe toda a comida que quisermos" A mulher começou então a bater nele e não parava. E ele, aos gritos dizia: "Calma muié, deixa eu mostrar pro cê então…" Mas ao pedir para o guardanapo por comida, o guardanapo não punha, pois era o guardanapo trocado pela comadre. Ai que ele apanhou mesmo da mulher… que dizia: "Vai trabalhar seu vagabundo. Fica me enrolando com estas histórias de guardanapo mágico." E batia mais nele. Bem, no dia seguinte, lá vai o homem novamente com uns cachinhos de coco e passou novamente pela casa da senhora que havia lhe dado o guardanapo mágico. A senhora o recebeu e disse novamente que não tinha dinheiro, mas agora tinha uma bandeja que punha tudo quanto é tipo de doce. Bastava dizer: - "Põe bandeja!" e ela punha um mundo de doces. Comeram, então, novamente na casa da senhora. No final a senhora disse: - "Recolhe bandeja!" e ela recolheu tudo o que sobrou dos doces. Eles se despediram e o homem novamente voltou pra casa todo feliz por agora ter uma bandeja mágica. Sua mulher ia adorar tudo aquilo, ele pensava. Mas, como o caminho era comprido, o homem novamente resolveu dormir na casa da comadre. Antes de dormir, porém, o homem contou, todo cheio de alegria, a nova bandeja que ele tinha ganhado. Contou para a comadre que era uma bandeja mágica e tudo o que você pedisse em doce ela colocava.

Page 25: Livro de contos e orações do meu avô

25

A comadre pediu, então, para ele provar e ele disse: "Põe bandeja!" E ela pôs vários doces para eles comerem. No final ele disse: "Recolhe bandeja" e ela recolheu tudo. Quando o homem foi dormir então a comadre trocou novamente as peças. Colocou uma bandeja velha que tinha em sua casa no lugar da bandeja mágica. No outro dia lá vai o homem para sua casa novamente, encontrar a esposa, com a bandeja velha da comadre na mão. Ao chegar a casa sua mulher disse: "E ai homem, conseguiu alguma coisa na rua com os cachinhos de coco?" Ele disse que não, mas que a senhora tinha lhe dado uma bandeja mágica. Que punha tudo quanto é doce neste mundo. A mulher olhou pra ele furiosa, porque ele não tinha trazido dinheiro para casa, e foi logo dando-lhe umas bofetadas: "Onde já se viu bandeja mágica?" O homem, então, pediu para fazer um teste e disse todo com receio: "Põe bandeja!", mas a bandeja não pôs nada. Ele levou outra surra da mulher. No dia seguinte lá vai ele novamente na casa da senhora que lhe deu abandeja e o guardanapo mágico. Ao chegar lá a senhora estava lhe esperando e disse. "Como vai o guardanapo e a bandeja que lhe dei?" O homem, de cabeça baixa, respondeu: "Ah, eles não funcionam mais" A senhora deu uma risadinha e disse que tinha outra coisa para lhe dar. O homem sorriu alegre novamente. A senhora então trouxe um chicote. A senhora então disse ao chicote: "Põe chicote!" e o chicote bateu tanto neste homem que ele pedia por favor para parar. A senhora então disse: "Então você vai lá à casa de sua comadre, e lhe apresenta também o chicote que estou lhe dando e pede para ela devolver tudo o que pegou de você”. O homem,todo machucado da surra, entendeu o recado, pegou o chicote e saiu. Chegando à comadre ele a cumprimentou e disse: "Comadre eu tenho aqui hoje uma coisa fenomenal" - "O que é?" disse a comadre com curiosidade. - "É um chicote comadre, e veja o que ele põe: Põe Chicote" e o chicote batia na comadre, e batia mais, e mais, até ela pedir pra parar por favor que devolvia o guardanapo e a bandeja que havia pegado. O homem pediu para o chicote parar e a comadre devolveu tudo rapidinho para o homem que então foi pra casa comer com a mulher.

Page 26: Livro de contos e orações do meu avô

26

Mas antes de festejar com sua mulher, o homem, já cansado de tanto apanhar, também resolveu usar o chicote na mulher... e disse: “Põe chicote” e o chicote bateu na mulher até ela pedir perdão pra ele... E depois foi uma festa.... e até o Tião Ferreira tava lá, comendo doce com a família do homem.

“Sebastião F erreira, tenho m uito orgulho de ser filha desse pai pequeno em estatura, m as um grande hom em que soube nos criar com a gana de um leão e a doçura de um pássaro. H om em que m esm o sem a sabedoria dos livros soube viver com o um grande sábio ensinando a nós e a todos que podem os passar pela vida com dignidade e hum ildade, pois aquele que era grande m orreu na cruz para nos dar o exem plo. A m o m uito m eus Pais e sei que eles sem pre quiseram o m elhor para gente e peço a D eus que os abençoe e os protejam sem pre.

O brigada Pai, obrigada m ãe, por tudo. A m o vocês!”

O pobre pescador e sua mulher vaidosa

O nome dele é Pedro e de sua mulher, Izabel. "Izabel era muito vaidosa" Pedro todos os dias ia pescar e um belo dia Pedro demorou para voltar. Era noite quando Pedro chegou . Izabel perguntou irritada: "Pedro, porque demoraste tanto?" Pedro respondeu que ficou um bom tempo no rio e não havia conseguido pegar nenhum peixe. Pedro disse que então pegou um peixe por nome de bacalhau e o peixe lhe disse que se o soltasse lhe daria muitos peixes. Foi o que Pedro fez. Soltou o bacalhau e sua rede se encheu de peixes. Izabel, então, disse a Pedro: "Pedro, você não pediu nada a esse peixe?"

Page 27: Livro de contos e orações do meu avô

27

No dia seguinte, Izabel, logo pela manhã disse a Pedro: "Pedro, vai-te a praia e diga ao bondoso bacalhau que sua mulher deseja alguma coisa". Pedro, então, foi a praia e chegando lá disse ao bacalhau: "Meu querido bacalhau, a minha esposa Izabel deseja alguma coisa" e o bacalhau respondeu: "E o que ela deseja?” Pedro disse: "Ela deseja uma bela casa, porque moramos numa choupana". O Bacalhau disse para Pedro voltar que iria encontrar o que foi pedido. Pedro chegou em casa e viu Izabel toda contente com a casa nova. E isso aconteceu várias vezes: Izabel pedindo uma coisa, Pedro ia pedir ao bacalhau e conseguia… Até que um dia Izabel disse a Pedro: "Vai-te a praia e diz para o bondoso bacalhau que eu quero mandar no tempo". O bacalhau, então, disse a Pedro: "Volta e encontrarás tudo como tinha na sua miserável choupana de onde eu te tirei" Moral: Quem muito quer, nada tem!

“V ocê m eu am igo de fé, m eu irm ão cam arada. A m igo de tantos cam inhos e tantas jornadas. Cabeça de hom em , m as um coração de m enino.” Tem os certeza que ele tam bém gostaria de d izer a seu pai que o am ou m uito.

Jesus eu estou aqui…

Era uma vez, um senhor por nome de José. Indo para o trabalho, ele passava todos os dias na igreja e, como não sabia rezar, dizia apenas: "Jesus, é o José, eu vim te visitar" e ia embora. Um dia, já velho e muito doente, José foi hospitalizado. Já sem forças para nada, quase morrendo, ele viu um homem ao seu lado, que, pegando em sua mão e olhando em seus olhos disse: "José, é Jesus, e eu vim te visitar!"

Page 28: Livro de contos e orações do meu avô

28

Page 29: Livro de contos e orações do meu avô

29