Ubirajara Crespo 1!

2 Amar e coçar, é só começar!

Amar e Coçar é só Começar

Versão Atualizada

Todos os direitos são reservados.Deverá ser pedida a permissão por

C921s CRESPO, Ubirajara CerqueiraAmar e coçar é só começar / Ubirajara Cerqueira Crespo.— 2.ed.—São Paulo: Naós, 2003.112 p.ISBN – 85-88606-09-7.1.Vida cristã – Marido e mulher 2. Relacionamento conjugal 3. Casa-mentoI.Título. CDD –261.834

Catalogação na Fonte – Michelle Nunes Basile Papakyriakou CRB-7 5139.

ISBN 85-88606-34-8Copyright © 2003 por Editora Naós

!Categoria:

Família - Vida Cristã!

Diagramação e editoração:Ubirajara Crespo

!Revisão de texto:

João e Edna Guimarães!

Primeira Edição Revista e Aturlizada:Setembro de 2006

!Capa:Ridaut!

Ilustrações:Samuel Supimpa

!Impressão:

Imprensa da Fé

Av. Fuad Lutfalla, 45 – 02968-000São Paulo – SP

Tel: (11) 3992-8016www.editoranaos.com.br –

editoranaos@editoranaos.com.br

DADOS PARA CATALOGAÇÃO

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Introdução

O amor é mais ou menos igual a uma partida de futebol: alguémprecisa dar o pontapé inicial para a bola rolar. Essa partida não temapito final, é para sempre. As muitas águas não poderão apagar o amor.Quando o amor começa, não pára mais.

No instante em que o marido e esposa resolvem estudar juntosos princípios de Deus para a família, tudo pode ficar muito melhor.Estou certo de que você encontrará aqui orientação prática para asua vida conjugal.

Não há nada melhor para a sua família do que descobrir comoandar do jeito certo. Um caminho sempre seguro espera por todosaqueles que desejam firmar seus passos na fé.

O aspecto prático deste livro é que foi escrito de forma a servirnão apenas a casais separadamente, mas também como material deestudo para grupos de casais. A idéia é levar ajuda à comunidade quedeseja implementar um trabalho voltado para as famílias. Muitos seencontram cheios de vontade, mas não sabem exatamente o quefazer.

Você encontrará aqui idéias interessantes para desenvolver oseu trabalho com casais. Geralmente, uma reunião semanal ouquinzenal constitue um bom suprimento para esse departamentoda sua comunidade.

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Muitos grupos têm incorporado ao seu programa de casais umencontro semestral em lugar reservado. Jantares ou festas especiaiscom um convidado também ajudam bastante.

Procure ler o livro Mutualidade, a Dinâmica da Vida, de minhaautoria, contendo dinâmicas de grupo que podem ser incorporadasa esse programa.

Observo que, depois de ministrar em um encontro de casais,uma lacuna se abre. Falta continuidade. Os encontros semestrais ouanuais são ótimos, mas não dá para esperar até o próximo encontro.Os problemas acontecem todos os dias e precisam recebertratamento adequado. As necessidades nessa área aumentam dia-a-dia. O lar tem encontrado dificuldades cada vez maiores paraestruturar-se.

Este livro também poderá ser utilizado por casais que desejamorientação em sua vida familiar. Nada como assentar-se com suamulher no sofá e conversar sobre os princípios bíblicos para a família.

Algumas das lições vêm acompanhadas de perguntas e exercíciosque podem ser discutidos em grupo ou pelo casal. O objetivo éhaver uma confrontação edificante em seu relacionamento no lar.

Pastores e conselheiros poderão utilizar estas lições para aorientação de famílias e aconselhamento pré-nupcial. É sempre bomorientar o casal para aquilo que pode acontecer no lar.

Procurei falar sobre os assuntos que envolvem o dia-a-dia docasal, por exemplo: relacionamento, amor, sexo e projetos familiares.Esses assuntos são tratados aqui com um bom nível de clareza.

Espero sinceramente estar colocando em suas mãos umaverdadeira ferramenta de trabalho que construa atitudes cristãs noseu lar.

Dedicação

Este livro é dedicado àquela, com quemconvivo há mais de trinta anos.

Lidia participou de cada momento deminha vida, tanto dos bons quanto

dos máus.

É a mulher da minha vida

"

Agradecimento

Ao Sr. Davi Cox, com quem aprendi boaparte de tudo o que escrevi neste livro.

Amar e CoçarAmar e CoçarAmar e CoçarAmar e CoçarAmar e CoçarÉ Só ComeçarÉ Só ComeçarÉ Só ComeçarÉ Só ComeçarÉ Só Começar

Boa Viagem 7!

Capítulo 1

Boa Viagem

Gosto de imaginar o casamento como uma viagem agradável quetodos nós gostaríamos de fazer. Trata-se do tipo de empreendimentoque deveríamos estar dispostos não apenas a começar, masprincipalmente a conduzir até o fim. Alimentar expectativas e sonhosfaz parte dessa viagem, entretanto não podemos construir um castelonas nuvens. De vez em quando, somos assaltados pela realidade.Problemas nem sempre esperados invadem nosso lar e podemprovocar uma mudança de rumo.

O relacionamento precisa ser provado pelas adversidades. Possoaté mesmo afirmar com certeza que um casamento que não tenhapassado por momentos difíceis ainda não se fortaleceu o suficiente.

Todas as coisas colaboram para o bem daqueles que amam aDeus. Alguns ingredientes que compõem as melhores receitas nãotêm sabor agradável quando degustados individualmente. No todo,porém, compõem pratos deliciosos e, por isso, são necessários.

Não se pode casar pensando que tudo terá sabor de sobremesa.Nesse caminho, haverá pneus furados, buracos na pista e defeitosque deverão ser resolvidos. Muitos constroem a vida conjugal sobreníveis de compromisso tão baixos que atolam na primeiratempestade. Na doença ou na saúde, na pobreza ou na riqueza;palavras, nada mais do que palavras...

Recentemente, casei o meu primeiro filho. Que grande momento

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foi aquele! André eMari iniciaram umcaminho que Lídia eeu já estamospercorrendo há maisde 33 anos. Observara felicidade dos doisno momento da cerimônia foi uma sensação inesquecível! Se nãohouvesse outras razões, eu diria que só por isso valeu a penapermanecermos fiéis ao compromisso que nós, pais, assumimosum com o outro.

Até onde Podemos Ir?

Dizem que casamento é como carro: dependendo da quantidade eda qualidade da gasolina colocada no tanque, sua autonomia serámaior ou menor. Quando o combustivel escolhido está misturado,o carro engasga na subida. Tem muito casamento rateando nasladeiras da vida, sem forças para continuar subindo.

Jesus disse à mulher samaritana que ela poderia alcançar umestado de espírito tal que todas suas sedes seriam saciadas e iria maislonge do que tinha chegado até aquele instante em seus casamentos.

As expectativas geradas no espírito são saciadas; mas asexpectativas geradas na carne nem sempre são supridas. Jesus é afonte geradora tanto dos sonhos quanto de seu suprimento.

O que mantém um casamento aceso? Qual é o combustível quedá a ele força para atingir altas quilometragens? Momentos de alegria,o sexo, o dinheiro, as viagens, os filhos, móveis novos e jantares adois, funcionam como aditivos. O amor deve ser alimentado; casocontrário, morrerá de inanição.

Em um certo sentido, seu casamento não pode ser flex,abastecendo-se alternadamente de amor e ódio, de perdão e mágoa.Abasteça-se apena do que é bom, perfeito e agradável, só assim

Jesus é a fontegeradora tanto dossonhos quanto deseu suprimento.

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vocês irão longe. Elementos como a mesmice, a frieza, a indiferençae o silêncio podem provocar sujeira no carburador. Tudo isso podeproduzir corrosão e fazer o combustível escoar.

Não é só de compromisso que vive um casamento, muitoembora este seja, talvez, um de seus componentes mais importantes.Nessa receita, há ingredientes que somos forçados a engolir:momentos de calor, frieza, fartura, pobreza, alegria, tristeza,entendimento e desentendimento.

A disposição de ambos para fazer os ajustes necessários,entretanto nos faz passar incólumes por todos esses sabores.Costumo dizer a Lídia que ficaremos juntos não apenas até que amorte nos separe, mas também até que o arrebatamento nosaproxime ainda mais definitivamente.

Quando a Direção É Certa, a Chegada É Garantida

...aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares,ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o

meu Deus (Rt 1.16).Esta é uma declaração feita por Rute à sua sogra, mas pode seraplicada sem receio ao relacionamento conjugal. Existem pessoasque casam pensando seriamente na possibilidade de a coisa não darcerto. Esse tipo de relacionamento não agüenta nem escorregão emcasca de banana. O compromisso gera uma predisposição para oacerto, enquanto sua falta produz predisposição para a separação.

Não se começa uma viagem se o roteiro não estiver bemdefinido. O que começa mal, termina mal. A casa cai quandoconstruída sobre bases gelatinosas.

Creio, sinceramente, que se alguém deseja acertar, não tem comoerrar. Devemos estar dispostos a qualquer tipo de sacrifício paraque todos os ajustamentos necessários aconteçam. É sempre maiscômodo desistir e recomeçar com outra pessoa, em outra casa e,quem sabe, em outra cidade. Não adianta fazermos mudanças

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exteriores drásticas antes de processarmos mudanças interioresradicais. Fatalmente, veremos os mesmos problemas aconteceremnovamente com outra pessoa, em outra casa e em outra cidade.

Não resolvemos nossos problemas de foro íntimo trocando decônjuge. A fuga não é a solução. Não se resolve uma dificuldade derelacionamento fazendo de conta que ela não existe, masenfrentando-a. Nossa tendência é transferir a culpa de nossosproblemas de relacionamento para o outro. Dificilmente, assumimosa parte que nos cabe.

A Camuflagem não Funciona

Por mais que você se esforce, uma Brasília jamais será confundidacom um carro modelo BMW. Muitos vestem uma máscara de bemcasados quando, na realidade, o relacionamento está desmoronando.No casamento, não dá para brincar de faz-de-conta. Maquiagensnão conseguem esconder por muito tempo o que acontece nocoração. Nada como uma conversa franca e honesta em busca desoluções.

Muitos casamentos vivem de aparência. Bonitinho, bemarrumado, mas embalsamado e conservado no formol. A casa é umverdadeiro caixão. Muitos poderiam colocar uma lápide em sua portadizendo: “ aqui jaz o amor, a alegria, a esperança e toda uma famílialinda e cheia de potencial”. Morremos, mas esquecemos de enterrar.O cheiro sepulcral já se sente da esquina.

Não tenha medo da auto revelação, da constatação do problemae do diagnóstico carregado de maus presságios. Seu casamento temjeito e Jesus ainda opera milagres. Submeta-se ao tratamento deDeus e vença. A esperança existe, por mais pesado e insuportávelque seja o mal que o aflige.

“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas oque as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13). A verdadeàs vezes dói, mas também liberta. A exposição a que nos submetemosacaba revelando ao outro coisas a nosso próprio respeito que nem

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sabíamos que existiam. Algumas qualidades e até mesmo defeitosdormem em algum canto escuro de nosso interior, mas, diante daluz intensa da convivência constante, tudo se revela.

Algumas dessas tendências comportamentais não vieram à tonadurante o namoro e o noivado. Isso não significa necessariamenteque os cônjuges tenham escondido esses detalhes um do outro. Podetratar-se de algo que o próprio cônjuge não sabia.

Nem sempre as pessoas sabem até que ponto podem resistir àprovocação. A aproximação sempre causará atritos, e mais cedo oumais tarde nos vemos reagindo a uma atitude da pessoa amada deforma que nem sabíamos que éramos capazes de reagir. Falo dereações como agressividade, impaciência, indiferença e mentira.

Oficina de Conserto ou Ferro-Velho?

“...o mal que não quero, esse faço” (Rm 7.19). Até o apóstolo Pauloadmitia ter reações imprevisíveis e muito menos desejadas. Tantovocê quanto seu cônjuge terão, vez por outra, atitudes indesejáveis.O inesperado sempre acontece.

O que vamos fazer a respeito disso determinará até onde nossocasamento vai caminhar. O lar pode tornar-se uma comunidadeterapêutica ou uma área de atrito.

De todas as possíveis reações a essa descoberta, a pior delas é afuga. Na realidade, dispensar o cônjuge é como quebrar um espelho.Se todas as vezes que me olhar ao espelho ficar decepcionado como que contemplar, terei de jogar pela janela pelo menos um espelhoa cada manhã. Haja espelho!

Trocar de cônjuge é como trocar de espelho. Se tiver de trocarde cônjuge toda vez em que ele mostrar algo de ruim, haja mulher,haja homem! Um espelho mostra o defeito, mas também ajuda aconsertá-lo.

Quem sabe está na hora de processar algumas mudanças – sefosse um novo casamento, você certamente passaria a freqüentarlugares desconhecidos, mudaria de casa ou de apartamento, trocaria

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seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo e a maquiagem. Maspode ocorrer tudo isso sem que seja necessário separar-se de seucônjuge.

Fui procurado por um casal em adiantado processo dedeterioração.

– Mulher, como você ficou gorda!– Gorda eu? Vê se te enxerga, meu!!! nem consigo dar um beijoem sua boca, por causa do seu barrigão.

Essa luta contra o peso é eterna e tem sido motivo para muitasseparações. Depois do divórcio, os cônjuges perdem uma média de10 quilos em um mês, por que não conseguem o mesmo enquantovivem com a mesma pessoa? Faça de conta que está de caso novo. Aacademia pode ser um bom investimento na relação. Lídia e euestamos de caso novo, entre nós mesmos, é claro, e resolvemosfazer hidroginástica juntos. (Vocês precisam ver como estou ficandosarado.)

O lar é a mais eficiente comunidade terapêutica. Um atrito nadamais é do que um alerta que revela a necessidade de algum ajuste.Visto dessa forma, ele é uma bênção e nos ajuda a continuar essagrande viagem.

A felicidade existe e está ao alcance de nossas mãos. Estenda obraço e pegue tudo o que lhe pertence.