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C 7-10 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO Manual de Campanha COMPANHIA DE FUZILEIROS ANTEPROJETO 2005

MANUAL DE CAMPANHA COMPANHIA DE FUZILEIROS C 7-10

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C 7-10

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Manual de Campanha

COMPANHIA DE FUZILEIROS

ANTEPROJETO 2005

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ÍNDICE DOS ASSUNTOS Pág CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ARTIGO I - Generalidades ....................................... 1-1

ARTIGO II - Companhia de fuzileiros ........................ 1-2

CAPÍTULO 2 - COMANDO E CONTROLE ARTIGO I - Introdução .............................................. 2-1

ARTIGO II - Responsabilidades Funcionais de Comando e Controle ................................ 2-2

ARTIGO III - Ligações e Comunicações na Companhia .............................................. 2-3

ARTIGO IV - Trabalho de Comando ........................... 2-6

ARTIGO V - Sincronização ........................................ 2-8

CAPÍTULO 3 - APOIO DE FOGO

ARTIGO I - Introdução .............................................. 3-1

ARTIGO II - Meios de Apoio de Fogo ........................ 3-2

ARTIGO III - Planejamento e Coordenação de Fogos 3-4

ARTIGO IV - Execução dos fogos .............................. 3-8

ARTIGO V - Fumígenos ............................................. 3-11

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CAPÍTULO 4 LOGÍSTICA ARTIGO I - Introdução .............................................. 4-1

ARTIGO II - Logística na Companhia de Fuzileiros..................................................

4-2

ARTIGO III - Atividades Logísticas ............................. 4-10

CAPÍTULO 5 MOVIMENTOS PREPARATÓRIOS ARTIGO I - Generalidades ....................................... 5-1

ARTIGO II - Planejamento e Execução dos Movimentos .............................................

5-2

ARTIGO III - Estacionamentos ................................... 5-5

CAPÍTULO 6 OFENSIVA ARTIGO I - Generalidades ....................................... 6-1

ARTIGO II - Marcha para o Combate ........................ 6-3

ARTIGO III - Reconhecimento em Força ................... 6-18

ARTIGO IV - Ataque ................................................... 6-19

ARTIGO V - Ataque de Infiltração .............................. 6-49

ARTIGO VI - Ataque Noturno ou Sob Condições de Visibilidade Limitada ................................

6-57

ARTIGO VII - Ataque com Transposição de Curso de Água ........................................................

6-71

ARTIGO VIII - Ataque em Bosques .............................. 6-81

ARTIGO IX - Aproveitamento do Êxito ....................... 6-84

ARTIGO X - Perseguição ........................................... 6-86

ARTIGO XI - Outras Ações Ofensivas ........................ 6-88

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CAPÍTULO 7 DEFENSIVA

ARTIGO I - Generalidades ....................................... 7-1

ARTIGO II - Defesa em Posição ............................... 7-7

ARTIGO III - Defesa de Área ...................................... 7-9

ARTIGO IV - Forças da Área de Segurança ............... 7-11

ARTIGO V - Companhia de Fuzileiros da Área de Defesa Avançada ....................................

7-14

ARTIGO VI - Companhia de Fuzileiros Reserva ........ 7-44

ARTIGO VII - Táticas e Técnicas Especiais de Defesa 7-51

ARTIGO VIII - Movimentos Retrógrados ...................... 7-62

ARTIGO IX - Retraimento ........................................... 7-64

ARTIGO X - Ação Retardadora ................................. 7-73

ARTIGO XI - Retirada.................................................. 7-80

CAPÍTULO 8 OPERAÇÕES COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

ARTIGO I - Introdução .............................................. 8-1

ARTIGO II - Operações em Áreas Edificadas (Localidades) ...........................................

8-1

ARTIGO III - Ataque a Localidade .............................. 8-3

ARTIGO IV - Defesa em Localidade ........................... 8-15

ARTIGO V - Operações Aeromóveis ......................... 8-22

ARTIGO VI - Operações Aeroterrestres ..................... 8-23

CAPÍTULO 9 OUTRAS OPERAÇÕES

ARTIGO I - Substituição ........................................... 9-1

ARTIGO II - Junção ................................................... 9-10

ARTIGO III - Operações de Manutenção de Paz ....... 9-13

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CAPÍTULO 10 PELOTÃO DE APOIO

ARTIGO I - Introdução .............................................. 10-1

ARTIGO II - Características do Emprego .................. 10-2

ARTIGO III - Pelotão de Apoio na Ofensiva ............... 10-13

ARTIGO IV - Pelotão de Apoio na Defensiva ............. 10-18

ANEXO A EXEMPLOS DE ORDEM DE OPERAÇÕES

A-1

ANEXO B EXEMPLO DE MATRIZ DE SINCRONIZAÇÃO

B-1

ANEXO C DADOS MÉDIOS DE PLANEJAMENTO C-1

ANEXO D EXEMPLO DE DOCUMENTAÇÕES DO PELOTÃO DE APOIO

D-1

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1-1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

ARTIGO I GENERALIDADES

1-1. FINALIDADE

a. Este manual tem por finalidade apresentar uma orientação doutrinária para o emprego das companhias de fuzileiros (Cia Fuz) existentes nos batalhões de infantaria do Exército Brasileiro, considerando os preceitos doutrinários constantes dos manuais C 100-5 – OPERAÇÕES e C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA.

b. A doutrina que será apresentada destina-se às companhias de fuzileiros dos Batalhões de Infantaria Motorizado (BI Mtz), de Montanha (BI Mth), Pára-quedista (BI Pqdt), Leve (BIL) e Fronteira (B Fron). A referente ao emprego peculiar das subunidades dos Batalhões de Infantaria de Selva (BIS), e Blindado (BIB) será tratada em manuais específicos. Quanto ao emprego das subunidades dos Batalhões de Caçadores (BC) e de Infantaria (BI) e das subunidades isoladas, que não adotarem Quadro de Organização (QO) da Cia Fuz de BI Mtz, deve-se considerar aquilo que se aplicar a estas subunidades (SU).

c. Este manual deve ser usado com outros documentos doutrinários, particularmente aqueles específicos dos diversos escalões da arma e os que regulam as Operações sob Condições Especiais de Ambiente, Operações com Características Especiais e Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

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1-2

1-2. OBJETIVO

a. Apresentar a doutrina básica aplicável às companhias de fuzileiros nos diferentes tipos de operações.

b. Capacitar o comandante (Cmt) de subunidade e seus oficiais subalternos ao planejamento, execução, coordenação, controle e sincronização das operações conduzidas por essas SU.

c. Fornecer elementos que possibilitem a metodização e a padronização da instrução na Força Terrestre (F Ter).

ARTIGO II COMPANHIA DE FUZILEIROS

1-3. CONCEITO

A Cia Fuz é uma tropa valor subunidade, elemento de manobra dos batalhões de infantaria. É particularmente apta para realizar o combate a pé, ainda que utilizando-se de meios de transportes terrestres, aéreos ou aquáticos para o seu deslocamento. É, por excelência, a tropa do combate aproximado, com capacidade de operar em qualquer terreno e sob quaisquer condições climáticas ou meteorológicas.

1-4. MISSÕES BÁSICAS

a. Na ofensiva - Cerrar sobre o inimigo, para destruí-lo ou capturá-lo, utilizando-se, para isto, do fogo, do movimento e do combate aproximado. Pelo fogo procura neutralizar o inimigo permitindo o movimento. Pela combinação do fogo e do movimento, coloca-se nas melhores condições possíveis em relação às defesas inimigas. Finalmente, pelo combate aproximado é concretizado o cumprimento da missão, lançando-se violentamente sobre o inimigo, a fim de, pelo assalto, ultimar a sua destruição ou capturá-lo.

b. Na defensiva - Manter o terreno, impedindo, resistindo ou repelindo o ataque inimigo, por meio do fogo e do combate aproximado, e expulsando-o ou destruindo-o pelo contra-ataque.

1-5. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

a. A companhia de fuzileiros é o menor escalão de combate da infantaria com funções táticas e administrativas.

b. A estrutura organizacional básica da companhia de fuzileiros inclui: três pelotões de fuzileiros (Pel Fuz),como peças de manobra; um pelotão de

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1-3

apoio (Pel Ap), que proporciona apoio de fogo imediato aos pelotões de fuzileiros; e uma seção de comando (Seç Cmdo). Eventualmente, a companhia pode ser reforçada por elementos de combate e apoio ao combate.

Fig 1-1. Estrutura Organizacional da Cia Fuz

c. A organização detalhada de cada tipo de Cia Fuz, inclusive quadro de distribuição de material e quadro de cargos previstos, consta dos diversos quadros de organização (QO) dos batalhões de infantaria, dos quais são orgânicas.

1-6. CARACTERÍSTICAS DE EMPREGO

O emprego da Cia Fuz segue exatamente a base doutrinária do Batalhão de Infantaria do qual é orgânica (consultar Anexo A do manual C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA).

1-7. SISTEMAS OPERACIONAIS

a. Os elementos de combate, apoio ao combate e logísticos interagem, integrando sistemas operacionais. Cabe ao comandante da companhia de fuzileiros coordenar o seu emprego oportuno e sincronizado no tempo, no espaço e na finalidade, tendo como objetivo a maximização do poder de combate.

∙∙∙ ∙∙∙ ∙∙∙ ∙∙∙ ∙∙

Ap Cmdo

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1-4

b. Os sistemas operacionais são: Inteligência, Manobra, Apoio de Fogo, Defesa Antiaérea, Mobilidade, Contra-mobilidade e Proteção (MCP), Logística e Comando e Controle.

c. Inteligência – é fundamental para o planejamento eficaz e para a segurança das tropas. Envolve as ações organizadas para a coleta e difusão de dados sobre a área de operações e o inimigo. Por meio de patrulhas, observação e vigilância, a companhia de fuzileiros atende às suas necessidades de inteligência e às do escalão superior.

d. Manobra – consiste da combinação de fogo e movimento dos pelotões de fuzileiros para posicionar-se de maneira vantajosa em relação ao inimigo no campo de batalha. Todos os demais sistemas trabalham para facilitar, orientar e apoiar a manobra.

e. Apoio de fogo – a sincronização dos fogos com a manobra é crucial para o sucesso das operações. Cabe ao comandante de companhia a coordenação de apoio de fogo da SU, empregando os meios orgânicos e os colocados à sua disposição pelo escalão superior.

f. Defesa anti-aérea – a defesa anti-aérea da companhia é proporcionada pelo escalão superior. No âmbito da subunidade a atuação do sistema resume-se à adoção de medidas de auto-defesa por meio do fogo do armamento orgânico e medidas passivas como camuflagem, dispersão e vigilância.

g. Mobilidade, Contra-mobilidade e Proteção (MCP) – a atuação do sistema visa preservar a liberdade de manobra da companhia, limitar a do inimigo e proteger a tropa e instalações. A companhia executa seus próprios trabalhos, podendo receber apoio de elementos de engenharia do escalão superior.

h. Logística – constitui o conjunto de ações voltadas para preparar e garantir a continuidade do combate, englobando o processo de planejamento e execução do apoio às operações, devendo atender às condições dinâmicas do combate em todas as suas fases. A companhia é o menor escalão com funções logísticas, contudo possui um reduzido efetivo para o desempenho das atividades relativas ao sistema.

i. Comando e Controle – é o sistema que permite aos comandantes visualizar o campo de batalha, apreender a situação, dirigir e sincronizar suas ações, estabelecendo as ligações necessárias ao exercício do comando. No escalão companhia e inferiores cresce a importância do contato direto e a presença física do comandante.

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2-1

CAPÍTULO 2

COMANDO E CONTROLE

ARTIGO I INTRODUÇÃO

2-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Comando e Controle (C2) é um sistema através do qual as atividades da companhia são planejadas, coordenadas, sincronizadas e conduzidas para o cumprimento da missão. Esse sistema abrange pessoal, equipamento, comunicações, instalações e procedimentos necessários para obtenção e análise de informações para o planejamento, expedição de ordens, fiscalização e condução das operações.

b. O estabelecimento de normas gerais de ação, comunicações eficientes, organização para o combate apropriada, adequada localização do posto de comando e adoção de efetivas medidas de coordenação e controle permitem aos comandante de companhia controlar e coordenar as operações sob sua responsabilidade.

c. No escalão companhia e inferiores, a presença do comandante junto à tropa é de capital importância. O contato pessoal e a direta ação de comando são freqüentes, contribuindo para o efetivo exercício da liderança sobre seus homens, que é peça fundamental para o êxito no cumprimento das missões.

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2-2

ARTIGO II RESPONSABILIDADES FUNCIONAIS DE COMANDO E CONTROLE

2-2. COMANDANTE DA COMPANHIA

a. O comandante é o responsável por tudo que a companhia faz ou deixa de fazer. Desempenha suas atribuições realizando planejamentos, tomando decisões oportunas, emitindo ordens eficientes e exercendo a supervisão e o comando. Seus deveres exigem que tenha um completo conhecimento sobre o emprego tático e técnico, e sobre as possibilidades e limitações de todos os elementos orgânicos, bem como sobre os elementos de outras armas que possam reforçar a companhia ou integrá-la, quando constituir uma força-tarefa.

b. É por meio da cadeia de comando que ele exerce sua autoridade e estabelece diretrizes, missões e normas para a companhia. O funcionamento eficiente da cadeia de comando exige que um grau suficiente de liberdade seja atribuído aos subordinados, para que possam realizar suas tarefas.

c. O comandante de companhia certifica-se de que suas determinações estão sendo executadas, por intermédio de visitas e inspeções freqüentes, realizadas por ele ou por seu subcomandante. A eficiência combativa da companhia somente pode ser sentida por uma contínua avaliação das manifestações de liderança, iniciativa, moral, espírito de corpo, disciplina e competência.

d. Deve utilizar todos os meios disponíveis para cumprir sua missão, coordenando as atividades da companhia com as demais subunidades do batalhão. Durante os ensaios, coordenados pelo subcomandante, certifica-se que todos os subordinados compreenderam a missão e sua intenção, realizando as correções e ajustes necessários.

e. Durante o cumprimento das missões, coloca-se onde melhor possa dirigir, controlar e influir nas operações. Via de regra, posiciona-se próximo ao escalão de ataque ou peça de manobra que executa a ação tática principal, podendo ainda estar em um posto de observação ou em qualquer outro lugar de sua zona de ação onde seja exigida sua presença ou possa coordenar melhor as ações.

2-3. SUBCOMANDANTE DA COMPANHIA

a. É o principal auxiliar e assessor do comandante da companhia, sendo seu substituto eventual. Deve manter-se constantemente a par da situação e dos futuros planos, a fim de estar em condições de assumir o comando da companhia em qualquer ocasião.

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b. É o coordenador da logística da companhia, integrando e sincronizando os planejamentos da logística do pessoal e do material à manobra e ao apoio ao combate, permitindo ao comandante concentrar-se na condução das ações táticas da companhia.

c. As principais atribuições do subcomandante de companhia são: (1) Verificar se as instruções da tropa estão de acordo com as

diretrizes e com os planos do comandante da companhia; (2) Coordenar as medidas de segurança adotadas pela companhia

em zona de reunião; (3) Confeccionar a matriz de sincronização, por ocasião da

elaboração de uma ordem de operações; (4) Assegurar-se da instalação e exploração eficiente dos meios de

comunicações da companhia para manutenção das ligações necessárias; (5) Fiscalizar os preparativos da companhia após a emissão da

ordem do comandante da companhia; (6) Coordena a autodefesa antiaérea da companhia, verificando a

adoção das medidas passivas de camuflagem, dispersão, ocultação e disfarce; posicionando a metralhadora pesada da companhia; identificando as possíveis rotas de aproximação de aeronaves; estabelecendo sistema de alarme e medidas de execução do fogo contra aeronaves; e

(7) Coordena a realização dos ensaios da operação.

d. Durante o combate, permanecerá onde o comandante julgar mais importante, em condições de auxiliar o comandante na condução das operações ou substitui-lo caso necessário. Poderá estar próximo ao comandante, junto à reserva ou a um dos pelotões de primeiro escalão, ou próximo aos trens da companhia, acompanhando a ação da mesma a partir de um posto de observação.

ARTIGO III

LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES NA COMPANHIA

2-4. GENERALIDADES

a. As características do combate moderno levam à necessidade de um sistema de comunicações confiável, de grande capacidade de tráfego, muito flexível, permitindo imediata transmissão de mensagens. Tem por objetivo maior prestar ao comandante da companhia informações das ações das tropas amigas, das atividades do inimigo e das alterações no terreno, de forma a permitir-lhe tomar decisões de conduta do combate com oportunidade.

b. As comunicações devem ser o elo entre o comandante e sua tropa, levando a sua presença em todos os lugares, simultaneamente.

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c. O sistema de comando e controle depende da eficácia das comunicações, o que o torna alvo primordial do esforço de busca do inimigo, objetivando não só dificultar a intervenção do comandante no combate, como também a coordenação dos elementos desdobrados.

d. O sistema de comunicações da companhia deve ser estabelecido segundo a rígida observância da segurança, tendo em vista a maior proximidade com o inimigo. Um maior grau de segurança será obtido pela diversificação dos meios de comunicações, pelo uso restrito do meio rádio e pela priorização do uso dos circuitos físicos, de sinais convencionados, mensagens preestabelecidas e desencadeamento de ações por horário. Todos os componentes da companhia devem ter a noção exata de que, com o advento da guerra eletrônica, não basta negar ao inimigo o conteúdo das mensagens, é preciso também ocultar a sua própria transmissão.

e. A missão de instalar e operar os meios de comunicações do comando da companhia cabe ao grupo de comunicações da seção de comando da companhia. O grupo é composto pelo sargento auxiliar de comunicações, um Cb radioperador, um Cb construtor de linha / telefonista, um Sd radioperador e um Sd construtor de linha / telefonista.

f. Todas as ordens e diretrizes do escalão superior sobre a instalação e exploração dos meios de comunicações, bem como as prescrições a serem observadas na operação em curso, devem constar das instruções para exploração das comunicações (IECom), do parágrafo 5º COMANDO E COMUNICAÇÕES da ordem de operações do batalhão e de ordens particulares do comandante do batalhão.

2-5. POSTO DE COMANDO

a. Posto de Comando é o local onde se instala o comando da companhia para planejar e conduzir as operações. Nele são reunidos os meios necessários ao exercício do comando, incluindo a coordenação e controle dos elementos de combate e de apoio.

b. No nível companhia ele só existe como instalação em ações estáticas, como uma defesa de área ou durante a ocupação de uma zona de reunião. Durante a execução de operações que exigem movimento, o comandante de companhia desloca-se constantemente com os integrantes do posto de comando, posicionando-se onde melhor possa conduzir as ações e exercer efetivo comando e controle.

c. Integrantes – Comandante da companhia, comandante do pelotão de apoio, OA de artilharia, OA do pelotão de morteiros do batalhão, OA da seção de morteiros da companhia, radioperadores / telefonistas e, conforme a situação, o subcomandante da companhia.

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2-6. SITUAÇÕES DE COMANDO

a. Reforço - Situação em que um pelotão de fuzileiros ou uma fração de apoio (não orgânicos da subunidade), por determinação do escalão superior, é colocado diretamente subordinado à companhia. A relação de comando decorrente é a mesma que a companhia mantém com seus elementos orgânicos.

b. Integração – Situação semelhante ao reforço, que verifica-se quando a companhia recebe um pelotão de cavalaria, compondo uma força-tarefa (FT).

c. Controle operacional – Situação em que uma fração fica temporariamente subordinada à companhia para cumprir somente missões ou tarefas específicas. Todavia, exclui-se a autoridade desta para empregar separadamente os componentes dos elementos em questão e a responsabilidade sobre o controle administrativo dos mesmos. No escalão companhia esta situação ocorre, por exemplo, no contexto de operações aeromóveis, quando a subunidade recebe uma fração de helicópteros.

d. Quando uma fração encontra-se em apoio direto à companhia, não existe a relação de comando, pois esta permanece diretamente subordinada ao seu comando original, havendo apenas a ligação necessária para coordenação do apoio a ser prestado.

e. A companhia, conforme determinação do batalhão, pode reforçar outras subunidades com parte de seus meios orgânicos. Neste caso, o comando da fração passa a ser exercido pelo comandante da companhia reforçada.

2-7. RESPONSABILIDADES DE LIGAÇÃO

a. O batalhão é responsável pelo estabelecimento e pela continuidade das comunicações com a companhia.

b. A companhia é responsável pelo estabelecimento e pela continuidade das comunicações com seus pelotões orgânicos e frações em reforço, integração e/ou controle operacional.

c. As comunicações com as tropas vizinhas são estabelecidas e mantidas conforme determinado pelo comando superior a que ambas estiverem subordinados. Na ausência de instruções específicas, a companhia é responsável pelo estabelecimento e continuidade das comunicações com seu vizinho da direita.

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2-8 MEIOS DE COMUNICAÇÕES

a. Meio rádio – Utilizado conforme prescrições constantes da ordem de operações do batalhão.

(1) Os radioperadores do comandante de companhia pertencem ao grupo de comunicações da seção de comando. Um deles opera na rede de comando do batalhão (que liga a companhia às demais companhias e ao comando do batalhão) e outro na rede de comando da companhia (que liga o companhia a seus pelotões e frações diretamente subordinados), devendo acompanhar, em todas as situações, o comandante da companhia.

(2) A companhia participa, ainda, das redes de apoio de fogo, por intermédio dos observadores avançados de artilharia e do pelotão de morteiros do batalhão.

b. Meios físicos (1) O Cb e o Sd construtores de linha / telefonistas são os

encarregados de lançar os circuitos do posto comando da companhia até a posição dos comandantes subordinados.

(2) O meio físico deve ser utilizado sempre que a situação permitir, por ser mais seguro que o meio rádio face a interferências inimigas.

c. Mensageiros – Constitui-se no meio mais seguro, utilizado sempre que necessário ou quando os demais meios não forem eficazes. Todos os integrantes do grupo de comunicações recebem instrução de mensageiro e podem ser empregados como tal.

d. Acústicos, visuais e diversos – Utilizados conforme previsão em ordens e instruções. Incluem pirotécnicos, sinais para desencadeamento de fogos, sinalização de cumprimento da missão, designação de alvos, sinalização para aeronaves, identificação mútua para Op junção, etc.

ARTIGO IV TRABALHO DE COMANDO

2-9. GENERALIDADES

a. O trabalho de comando do comandante da companhia compreende as atividades desempenhadas durante o recebimento da missão, a aplicação das normas de comando, onde o comandante preparará a sua tropa para o cumprimento da missão imposta, e a execução, propriamente dita.

b. A realização dessas ações, numa seqüência uniforme, permite ao comandante ter a certeza de que todas as situações possíveis foram consideradas e que sua decisão está fundamentada em todas as informações disponíveis.

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2-10. NORMAS DE COMANDO

a. As normas de comando são uma seqüência de ações que permitem ao comandante de subunidade empregar o tempo disponível de forma eficiente e eficaz durante o planejamento e execução de missões de combate.

b. As normas de comando não são uma série de regras inflexíveis. Na verdade, elas constituem-se em um guia que o comandante deve aplicar de acordo com a situação vivida, sua experiência e a de seus comandantes subordinados.

c. Essas normas constituem um lembrete e contribuem para que o comandante da companhia tire o máximo proveito do tempo disponível, coordenando suas ações com as de seus subordinados.

d. As normas de comando compreendem: (1) Providências Iniciais (2) Observação e planejamento do reconhecimento (3) Reconhecimento (4) Estudo de Situação (5) Ordens e (6) Fiscalização

e. A aplicação das normas de comando para as operações de ataque e defesa serão descritas nos capítulos correspondentes deste manual.

2-11. ESTUDO DE SITUAÇÃO

a. É um processo lógico e continuado de raciocínio pelo qual um comandante considera todos os fatores que possam afetar a situação militar e chega a uma decisão que objetive o cumprimento de uma missão. No escalão subunidade, o estudo de situação deve ser simples, objetivo e prático.

b. A finalidade de qualquer estudo de situação é assegurar que sejam devidamente analisados todos os fatores que influem na montagem e escolha de uma linha de ação que, se bem sucedida, permitirá o cumprimento da missão e oferecerá as maiores probabilidades de êxito.

c. É importante que o comandante de companhia, durante todo o processo de estudo de situação e durante a execução das operações tenha uma perfeita compreensão da missão e intenção dos comandantes de brigada e batalhão. Isto lhe permitirá realizar um planejamento em sintonia com o escalão superior e, durante o desenrolar das ações, lhe servirá de guia para a tomada de decisões de conduta.

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d. O estudo de situação inicia-se com o recebimento da missão e conclui-se com a tomada de decisão, englobando as seguintes etapas:

(1) Análise da missão – Fase em que o comandante de companhia, após receber a missão do comandante de batalhão, verifica as missões impostas, identifica os principais aspectos sobre a área de operações, planeja seu reconhecimento e estabelece um quadro-horário inicial.

(2) Situação e linhas de ação – Fase em que o comandante realiza o reconhecimento; estuda detalhadamente o terreno, as condições meteorológicas e o inimigo; estabelece as linhas de ação do inimigo, identificando a mais provável e a mais perigosa; e, por fim, monta suas linhas de ação. Conforme a situação e o tempo disponível o comandante de companhia poderá montar apenas uma linha de ação e aperfeiçoá-la posteriormente.

(3) Análise das linhas de ação opostas – Fase em que o comandante de companhia visualiza o emprego da companhia em cada linha de ação, reagindo-a com as linhas de ação do inimigo, em cada fase da manobra. É nesta fase que são levantadas as possíveis condutas e feitos os necessários aperfeiçoamentos das linhas de ação.

(4) Comparação das linhas de ação – Fase em que o comandante de companhia compara suas linhas de ação segundo os fatores terreno, rapidez, nosso dispositivo, dispositivo do inimigo e princípios de guerra, identificando aquela que apresenta maior possibilidade de sucesso para o cumprimento da missão. O comandante de companhia pode estabelecer a prioridade dos fatores de comparação ou até mesmo adotar outros, conforme a intenção do comandante de batalhão. Esta fase não será realizada caso o comandante levante apenas uma linha de ação.

(5) Decisão – Escolhida a linha de ação o comandante prepara sua decisão a ser emitida aos subordinados de forma clara, precisa e detalhada.

ARTIGO V SINCRONIZAÇÃO

2-12. GENERALIDADES

a. Sincronização é o arranjo das atividades de todos os sistemas operacionais no tempo, no espaço e na finalidade, visando a aumentar o poder de combate. Implica na judiciosa exploração do fator da decisão “tempo”.

b. A sincronização inclui, ainda, o efeito de emassar o poder de combate no momento e local decisivos, ou seja, obter-se um poder de combate superior ao do inimigo.

c. O objetivo da sincronização é usar cada meio disponível onde,

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quando e da maneira que melhor possa obter a superioridade de poder de combate. O seu resultado é o uso coordenado e seqüencial de todos os recursos para obter a máxima contribuição para o sucesso.

d. Uma das melhores formas de se garantir a sincronização dos elementos de manobra com as atividades de combate e apoio ao combate é a execução de detalhados ensaios.

2-13 . PROCESSO DE SINCRONIZAÇÃO

a. A sincronização na companhia é desenvolvida em três fases: durante o planejamento, durante os ensaios e durante o combate propriamente dito.

b. Durante o planejamento, o comandante da companhia garante a sincronização através de seu estudo de situação o mais detalhado possível, planejando “o quê” fazer (ações a realizar) e a seqüência em que essas ações irão ocorrer. Durante a “análise das linhas de ação opostas”, apresentadas anteriormente, ele deve desenvolver um minucioso “jogo da guerra” de forma a assegurar que todas as tarefas necessárias ao cumprimento da missão sejam levantadas e as prováveis reações do inimigo anuladas. Levanta, também, as ações do inimigo que requerem antecipações por parte das tropas amigas.

c. Após a emissão da ordem de operações, durante a fase dos ensaios, o comandante da companhia deve confirmar se todas as ações previstas para o combate foram interagidas, de forma seqüencial, com a provável atuação do inimigo, possibilitando a introdução de modificações que venham a contribuir para execução do planejamento inicial.

d. Os ensaios têm por finalidade introduzir modificações no planejamento e certificar-se de que todos sabem o que fazer em todas as fases do combate e conhecer a intenção do comandante.

e. Os ensaios são coordenados pelo subcomandante e podem ser executados inicialmente com os comandantes de pelotão / fração e posteriormente contar com a presença de todos os integrantes da companhia, desde que o tempo e a situação permitam. Sempre que possível, devem ser conduzidos primeiramente em caixões de areia e cartas topográficas e a seguir no próprio terreno.

f. Uma técnica eficiente de conduzir a sincronização, durante os ensaios com os comandantes de fração, consiste em fasear a operação e descrever a situação operacional, exigindo que cada elemento dos sistemas operacionais explane suas ações frente àquele momento do combate ou atuação do inimigo. O subcomandante verifica, então, se está havendo a integração necessária dos elementos subordinados e apresenta, a seguir, a

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provável ação do inimigo para neutralizar cada um dos sistemas operacionais, levando os comandantes de pelotão / ração a buscarem alternativas para a interferência inimiga.

g. A sincronização durante o combate propriamente dito tem como principal ferramenta o estudo de situação continuado, ou seja, através das informações recebidas do escalão superior e dos elementos subordinados, analisa-se a nova situação do inimigo, características do terreno, situação de seus pelotões e apoios e introduz-se as modificações necessárias no planejamento inicial, assegurando completa coordenação de esforços e agilizando respostas às condutas do inimigo.

h. Matriz de sincronização (1) É o documento empregado pela companhia para auxiliar nas

tarefas de sincronização em todas as suas fases, apontando todas as medidas necessárias para obter a sinergia e emassamento do poder de combate no âmbito da subunidade.

(2) Normalmente, é uma tabela onde são anotados em uma coluna as atividades desenvolvidas pelos sistemas operacionais da SU e na outra são lançados os eventos da operação ou fases da manobra, hora ou atividade do inimigo. Contudo, não tem forma padronizada, podendo ser adaptada ao sistema de trabalho do elemento responsável pela sincronização e características da operação.

2-14. CONDUTA DE COMBATE

a. O estudo de situação do comandante de companhia deve ser continuado, mesmo após início das ações, identificando as modificações na situação, em especial do terreno e do inimigo. Durante o desenrolar das ações o comandante de companhia freqüentemente enfrenta situações que alteram seu planejamento inicial. Estas situações podem ter sido previstas e constar da matriz de sincronização, gerando condutas pré-planejadas, que são desencadeadas de imediato ou conforme estabelecido na matriz e nos ensaios. Contudo, podem haver situações não previstas, que exijam um novo e rápido estudo de situação por parte do comandante de companhia, chamado de estudo de situação de conduta.

b. O estudo de situação de conduta deve ser rápido e a decisão desencadeada tão logo possível. O estudo envolve os seguintes aspectos:

(1) Missão – Verifica se foi alterada, se foi cumprida e como vem sendo cumprida;

(2) Tempo – Verifica se os prazos previstos estão sendo cumpridos, se há necessidade de sincronizações adicionais e se há condições de impor maior rapidez à manobra;

(3) Terreno – Verifica se houve alguma modificação, se prevalece o estudo anterior, o que foi conquistado e se foi aberta nova via de acesso;

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(4) Inimigo – Verifica qual o inimigo em contato, quais as atividades do inimigo no momento, quais as conseqüências das ações do inimigo;

(5) Nossa situação – Verifica qual a situação dos elementos subordinados, dos vizinhos e do apoio de fogo; analisa quais os elementos que podem ser utilizados para influir na ação, inclusive reforços do batalhão; levanta linhas de ação; reage rapidamente com as ações desenvolvidas pelo inimigo; e compara as linhas de ação.

c. Após decidir sobre a linha de ação a adotar, o comandante de companhia informa ao batalhão sua decisão e emite sua ordem fragmentária para as frações, a fim de que possa prosseguir no cumprimento da missão.

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CAPÍTULO 3

APOIO DE FOGO

ARTIGO I INTRODUÇÃO

3-1. GENERALIDADES

a. O sistema operacional apoio de fogo é um dos principais sistemas de que dispõe o comandante de subunidade para intervir no combate. O apoio de fogo será mais eficazmente empregado quanto melhor estiver planejado, coordenado e sincronizado com os demais sistemas operacionais.

b. O fogo e o movimento são os elementos fundamentais da manobra. Na ofensiva o fogo permite o movimento das peças de manobra, que são colocadas em posições vantajosas em relação ao inimigo de forma a gerar, em conjunto, o maior poder de combate onde e quando seja necessário.

c. Na defensiva o fogo é empregado para deter o ataque inimigo. Em caso de penetração do inimigo em nossas posições, o fogo é utilizado para limitar a progressão da força inimiga, isolá-la, desgastá-la e apoiar nossos contra-ataques visando a sua destruição.

d. Informações mais detalhadas sobre apoio de fogo são encontradas nos manuais C 100-25 – PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE FOGOS e C 7-15 – COMPANHIA DE COMANDO E APOIO.

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ARTIGO II MEIOS DE APOIO DE FOGO

3-2. MEIOS DE APOIO DE FOGO

a. A companhia, normalmente, irá dispor do apoio de fogo dos seguintes meios: artilharia, morteiros médios (da Cia e do Btl) e leves (dos Pel), mísseis anticarro (do Btl), canhões sem recuo (da Cia), lança- rojões (AT-4 dos Pel) e metralhadoras (dos Pel). Poderá receber do escalão superior outros meios dependendo da missão, como por exemplo apoio aéreo, carros de combate e fogo naval. As armas orgânicas dos pelotões de fuzileiros, normalmente, não constarão do plano de fogos da SU.

b. A artilharia de campanha, normalmente, proporciona o grosso do apoio de fogo ao elemento de manobra. O apoio da artilharia é, normalmente, o mais flexível e destrutivo apoio que o comandante de companhia pode dispor. A artilharia de campanha pode realizar fogos com granadas alto-explosivas, com espoleta tempo, iluminativas e fumígenas.

c. O apoio de fogo de morteiro compreende os fogos do pelotão de morteiros médios da companhia de comando e apoio, da seção de morteiros médios do pelotão de apoio e dos morteiros leves do pelotão de fuzileiros. Os fogos de morteiros são normalmente empregados para destruir ou neutralizar tropas e armas coletivas, complementando os fogos da artilharia, particularmente quando não houver possibilidade ou disponibilidade de apoio de fogo de artilharia. Os morteiros também podem realizar fogos iluminativos e fumígenos. A principal vantagem dos morteiros em relação à artilharia é a maior rapidez no desencadeamento dos seus fogos.

d. As armas anticarro que a companhia tem à sua disposição são os mísseis do pelotão anticarro da companhia de comando e apoio, os canhões sem-recuo da seção anticarro do pelotão de apoio e os lança- rojões (AT-4) dos pelotões de fuzileiros. Estes armamentos têm como alvos prioritários as viaturas blindadas inimigas. Entretanto, poderão ser empregados contra armas coletivas e abrigos inimigos, desde que não haja comprometimento de sua missão principal. Os canhões sem-recuo também podem ser empregados contra tropas, utilizando granadas alto-explosivas antipessoal, granadas fumígenas para obscurecimento ou granadas iluminativas.

e. As metralhadoras dos pelotões de fuzileiros constituem um importante meio de apoio de fogo. Elas realizam o tiro direto, mas podem executar tiros indiretos, por cima da tropa, e são particularmente empre-gadas para bater objetivos como pessoal desabrigado (sobretudo em formação cerrada ou em profundidade em relação ao eixo de tiro), armas automáticas ou anticarro, e outros. No ataque suas posições devem estar

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mais elevadas para permitir maior alcance, podendo estar localizadas perpendicular ou lateralmente à direção de ataque e realizar fogos nos flancos e intervalos da tropa amiga. Na defesa, o emprego principal das metralhadoras é no LAADA, especialmente para execução do tiro de flanqueamento, tendo em vista o seu maior efeito na linha de proteção final, onde o fogo atinge o máximo de intensidade.

3-3. FORMAS DE EMPREGO

a. Durante uma operação, o comandante de companhia determina formas de emprego às suas frações de apoio de fogo, de acordo com as necessidades de apoio de fogo de seus elementos subordinados e possibilidades de comando e controle do tiro. Em função dos mesmos fatores, a companhia de fuzileiros poderá receber o apoio direto de elementos de apoio de fogo da companhia de comando e apoio, ou mesmo recebê-los em reforço.

b. Ação de conjunto (1) É a forma na qual a seção atua, como um todo, em proveito da

companhia. Nesta situação, as frações de apoio estão subordinadas, tática e logisticamente, ao comandante do pelotão de apoio. O controle do tiro, se possível, será exercido pelo mesmo, podendo ser feito pelo comandante de seção ou chefe de peça. Em geral, elas são mantidas nesta situação enquanto possa ser exercido este controle, a fim de proporcionar o máximo de apoio, pois proporciona maior flexibilidade, facilidade de coordenação, controle, comunicações e suprimento.

(2) O comandante da companhia pode atribuir a prioridade de fogos a determinado pelotão de fuzileiros. As frações em ação de conjunto deverão estar imediata e totalmente em condições de apoiar o pelotão que recebe a prioridade de fogos, entretanto poderá apoiar outros pelotões quando não estiver executando seus fogos de prioridade.

(3) É utilizada quando, de uma mesma posição, o tiro e a observação permitirem o cumprimento da missão, e o comandante do pelotão de apoio possa exercer, em boas condições, o comando e o controle de suas frações.

c. Apoio direto (1) É a forma de emprego na qual uma seção ou peça atua em

proveito de um pelotão de fuzileiros, executando missões mediante pedido direto. Caracteriza-se pelo fato de a fração estar administrativamente subordinada ao comandante do pelotão de apoio e receber missões de tiro do pelotão de fuzileiros apoiado. Somente por ordem do comandante da companhia seus fogos deixarão de apoiar este pelotão. Seus próprios comandantes ficam com a responsabilidade de controlar seus tiros.

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(2) Quando uma fração está em apoio direto deve posicionar-se de forma a atirar, nas melhores condições, em qualquer parte da frente do pelotão apoiado. As mudanças de posição são feitas mediante ordem do comandante do pelotão de apoio, mas o comandante do pelotão apoiado deve ser informado antes de se iniciar qualquer deslocamento.

(3) É empregada quando não for possível manter o controle da missão de tiro de determinada seção ou peça, sendo mantidos pelo pelotão de apoio o controle administrativo e um baixo grau de controle operacional. Esta forma de emprego apresenta, como vantagem sobre a ação de conjunto, a rapidez no atendimento aos pedidos de fogos, feitos diretamente do comandante pelotão fuzileiros apoiado ao chefe de peça ou comandante de seção.

d. Em reforço (1) É a situação em que uma seção ou peça fica diretamente

subordinado ao comandante do elemento apoiado, que se torna responsável pelo seu emprego tático, controle de tiro e suprimento, passando a fazer parte do pelotão reforçado.

(2) Uma peça ou seção é posta em reforço quando é impraticável ou inconveniente o seu emprego em ação de conjunto ou apoio direto, em virtude de limitações no controle e nos campos de tiro e observação. Raramente toda uma seção é passada em reforço a um pelotão fuzileiros.

e. Emprego de frações temporárias - A organização da companhia de fuzileiros permite o cumprimento de todas as suas missões de combate sem que sejam necessárias modificações profundas em sua estrutura. Entretanto, em virtude dos fatores da decisão, o comandante de companhia pode decidir por reunir as armas de apoio dos pelotões de fuzileiros em uma fração temporária. Assim, ele pode optar por reunir as metralhadoras ou os morteiros leves em uma única fração. Não obstante as vantagens advindas deste tipo de modificação, o comandante deve considerar as implicações decorrentes, como a designação de um comando para esta nova fração, a estruturação de uma rede de comunicações eficaz, seu suporte logístico, além da coordenação e controle dos seus tiros.

ARTIGO III PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE FOGOS

3-4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A coordenação do apoio de fogo visa a obter dos meios disponíveis o melhor rendimento possível, realizando a integração dos fogos com a manobra, evitando duplicações de esforços e batendo os alvos da forma mais adequada.

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b. O comandante de companhia de fuzileiros coordena seu próprio apoio de fogo e o integra com seu esquema de manobra, constituindo uma exceção à regra geral de que o artilheiro é o coordenador do apoio de fogo. O comandante da subunidade é assessorado pelo comandante do pelotão de apoio e observadores avançados de artilharia e de morteiros. Quando necessário, um controlador aéreo avançado (da Força Aérea) e um observador de tiro naval (da Marinha) compõem a equipe.

c. O comandante do pelotão de apoio é o assessor do comandante de companhia para o emprego do apoio de fogo orgânico, particularmente os morteiros e armas anticarro.

d. O observador avançado de artilharia deve assessorar o comandante da companhia sobre as possibilidades e limitações de sua arma, bem como sobre o apoio que sua unidade e escalões superiores de artilharia podem prestar à companhia.

e. A companhia pode contar com guias aéreos avançados (GAA) para suprir a falta do controlador aéreo avançado.

f. O GAA é um elemento integrante da força terrestre habilitado a guiar aeronaves da força aerotática em missões pré-planejadas ou imediatas.

3-5. PLANEJAMENTO DO EMPREGO DO APOIO DE FOGO

a. O comandante de companhia é acompanhado pelo comandante do pelotão de apoio quando do recebimento da ordem de operações do batalhão.

b. No seu reconhecimento o comandante da companhia visualiza como empregar seu elementos de apoio de fogo.

c. Durante o estudo de situação, após receber as propostas do comandante do pelotão de apoio e dos OA, o comandante da companhia decide como empregar o apoio de fogo dentro da manobra da companhia. Esta decisão consta da ordem de operações da companhia.

d. A ordem prescreve missões especificas, zona de posições iniciais do pelotão de apoio e das armas que estejam em reforço, alvos ou setores de tiro, formas de emprego, hora de abertura do fogo e outras prescrições como reorganização ou execução do tiro em condições de visibilidade reduzida, principalmente na defesa. Pode regular as mudanças de posição e determinar medidas para o remuniciamento.

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3-6. PLANO DE APOIO DE FOGO

a. Plano de Apoio de Fogo (PAF) - Documento que regula o emprego de todas as armas orgânicas, de apoio e em reforço, que apoiarão a ação, para que haja coordenação e integração entre a manobra e o apoio de fogo.

b. Plano de Fogos - Documento específico referente ao emprego de um meio de apoio de fogo. Pode vir a ser um apêndice do PAF.

c. O Plano de Apoio de Fogo é, basicamente, constituído de uma parte escrita e dos apêndices correspondentes às armas de apoio que estejam disponíveis em determinada operação. Os Apêndices serão tantos quanto forem os meios de apoio existentes:

(1) Apêndice 1 — Plano de Fogos de Artilharia (2) Apêndice 2 — Plano de Fogos Aéreos (3) Apêndice 3 — Plano de Fogos de Morteiros (4) Apêndice 4 — Plano de Fogos Navais (5) Apêndice 5 — Plano de Apoio de Iluminação (6) Apêndice 6 — Plano de Fogos Químicos e Nucleares (7) Apêndice 7 — Plano de DAC.

d. Normalmente o texto será apresentado no próprio calco, em local que não prejudique a locação dos alvos. Contém as instruções para a execução do apoio de fogo. Não existe um formato padronizado, mas deve conter as seguintes informações:

(1) Prioridade de fogos e distribuição de barragens; (2) Solicitação ao escalão superior quanto ao apoio de fogo adicional; (3) Pedidos de missões de tiros especiais; (4) Emprego de fumígenos e agentes químicos, etc.; (5) Medidas de segurança e sinais convencionais inclusive para

suspensão de fogos; e (6) Medidas de coordenação para execução do tiro fora da zona de

fogos.

e. O calco dos alvos contém: (1) Concentrações, barragens e grupos de concentrações com as

respectivas referências numéricas. (2) Esquema de manobra da unidade apoiada (limites, objetivos,

dispositivos, etc). (3) Medidas de coordenação e controle do fogo. (4) Posições das unidades de tiro e respectivas possibilidades

(alcance, setores, etc).

f. Lista de Alvos - apresentada sob a forma de quadro e poderá estar no calco dos alvos ou anexa ao texto. Conterá as seguintes informações:

(1) Designação das concentrações (2) Descrição e dimensões das concentrações.

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(3) Coordenadas e altitudes das concentrações.

g. Plano de DAC (1) O emprego das armas que têm missão específica contra carros

inimigos será previsto em um calco separado, representando o plano de DAC. Caso haja CC em reforço eles aparecem neste plano.

(2) Para cada arma AC é estabelecido um setor de tiro balizado por acidentes nítidos no terreno. Na defensiva, dentro do setor de tiro é estabelecida uma Direção Principal de Tiro a ser batida com prioridade.

(3) O setor de tiro define a zona de responsabilidade atribuída a uma determinada fração, com a finalidade de evitar a dispersão do fogo sobre uma zona maior que sua capacidade.

(4) O Plano DAC , na defesa, deve ser intimamente coordenado com o Plano de Barreiras.

h. O comandante do pelotão de apoio prepara os planos de fogos do pelotão (morteiros e armas AC), o qual permanece na companhia, não sendo remetido para o batalhão.

3-7. PLANEJAMENTO DOS FOGOS DE ARTILHARIA E MORTEIROS

a. O comandante de companhia, juntamente com os observadores avançados de artilharia e morteiros, levanta os alvos a serem batidos, elaborando suas listas de alvos. Em seguida, remete-as para o CCAF/Batalhão e central de tiro do pelotão de morteiros.

b. Após serem coordenados pelo escalão superior, cópias dos extratos dos planos de fogos de artilharia e do pelotão de morteiros médios (PFA e PFM) retornam para a subunidade.

c. O planejamento dos fogos deve considerar que cada unidade de tiro de artilharia ou morteiro é capaz de executar uma barragem e algumas concentrações.

d. Concentração - É o volume de fogo colocado sobre determinada área em um certo período de tempo, desencadeado por uma peça, seção, pelotão, bateria, grupo ou diversos grupos.

(1) Devem ser previstas concentrações nas posições inimigas conhecidas, suspeitas, locais de provável ocupação pelo inimigo ou mesmo pontos nítidos no terreno, a fim de facilitar o rápido enquadramento dos alvos inopinados.

(2) Concentrações de morteiros leve e médio abrangem uma área de 50 ou 100m de diâmetro, respectivamente.

e. Barragem - É um sistema de tiros previstos de forma linear, constituindo uma barreira, destinado a proteger as tropas e instalações amigas, impedindo a progressão do inimigo através de linhas ou regiões

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defensivas. Seu emprego normal é na consolidação de um objetivo ou na defensiva, no estabelecimento dos fogos de proteção final coordenados com campos de minas, obstáculos e a linha de proteção final (LPF) das metralhadoras.

(1) Barragens normais - previstas e preparadas para serem desencadeadas a qualquer momento e sob quaisquer condições de visibilidade, a pedido da força interessada. Quando não estiver cumprindo uma missão, a unidade de tiro deve ficar apontada para sua barragem normal.

(2) Barragens eventuais - previstas e preparadas para complementar as barragens normais. São desencadeadas a pedido, quando as armas de apoio não estão engajadas nas barragens normais.

(3) No planejamento, podem ser previstas, por unidade de tiro, apenas uma barragem normal e tantas eventuais quanto forem necessárias.

(4) O comandante de companhia posiciona no terreno as barragens de artilharia e morteiro recebidas do escalão superior e as barragens das armas orgânicas, considerando a importância, natureza e valor das vias de acesso que devem barrar, sendo coordenadas com o plano de barreiras e as linhas de proteção final das metralhadoras. De maneira geral as vias de acesso para blindados devem ser batidas por artilharia e as vias de acesso de infantaria por morteiro.

(5) A barragem da seção de morteiros do pelotão de apoio complementa as barragens de artilharia e morteiros previstas no plano de fogos do batalhão, na área da companhia.

(6) As barragens devem ser estabelecidas o mais próximo possível das posições amigas, respeitando-se as margens de segurança, características de tiro de cada arma de apoio e grau de proteção oferecido pelas posições ocupadas pela tropa. O OA de cada órgão de apoio assessora o comandante de companhia neste sentido. Esta distância normalmente estará entre 100 e 500 metros.

ARTIGO IV EXECUÇÃO DOS FOGOS

3-8. EXECUÇÃO DO FOGO DE ARTILHARIA E MORTEIROS

a. As missões de tiro são atribuídas ou solicitadas aos órgãos que possam desencadear o tiro com maior eficácia, dentro do tempo exigido.

b. É desejável que os pedidos de fogos sejam de conhecimento do CCAF, de modo que o comandante do batalhão possa ser mantido informado sobre os pedidos feitos pelos elementos subordinados. Contudo, os pedidos podem ser enviados diretamente ao órgão de apoio de fogo, por

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intermédio do respectivo observador avançado, a fim de garantir o rápido desencadeamento e não sobrecarregar as redes de comando.

c. Tratando-se de fogos previstos, o fogo é pedido pela simples referência da sua designação numérica no plano de apoio de fogo.

d. Os pedidos para bater alvos inopinados são enviados diretamente ao seu próprio órgão de coordenação do apoio de fogo, CCAF ou central de tiro. Os tiros inopinados, após atendidos, recebem uma designação numérica do órgão de apoio de fogo que os executou, devendo vir a ser incluídos no plano de fogos.

e. Quando considerações como disponibilidade de munição, segurança tática e coordenação permitirem, os meios mais econômicos de desencadeamento do tiro são empregados. Nos fogos programados todos estes fatores são considerados. Nos fogos inopinados, o tempo é, freqüentemente, a única consideração além das prioridades estabelecidas na lista de alvos de alta prioridade.

f. Quando um pedido chega ao CCAF, é analisado e, em princípio, deve ser empregado o tipo de apoio de fogo solicitado. Entretanto, o CCAF pode propor a substituição, quando outro armamento for mais apropriado para bater o alvo, pelas suas possibilidades ou disponibilidades de munição. Desta decisão, resultará a conseqüente providência de acionamento do novo meio de apoio de fogo por parte do CCAF.

g. O comandante da companhia de fuzileiros e os comandantes de fração devem estar em condições de conduzir o tiro de artilharia e morteiros.

h. Quando tratar-se de barragem, normalmente, o comandante do batalhão delega a autoridade para ordenar o desencadeamento dos fogos para o comandante da companhia em cuja área ela está localizada. A barragem é desencadeada a pedido ou por meio de sinal convencionado.

i. A cadência de tiro da barragem, normalmente, é máxima durante os dois primeiros minutos [20 (vinte) tiros por minuto)], caindo para normal nos minutos subseqüentes [10 (dez) tiros por minuto].

3-9. EXECUÇÃO DO FOGO AÉREO

a. A mobilidade e o raio de ação tornam a aviação de combate um meio importante de contrapor-se às ações inimigas.

b. A Força Aerotática (FAT), normalmente, apoia as forças terrestres do seguinte modo:

(1) Evitando interferência aérea inimiga; (2) Interditando o campo de batalha; (3) Proporcionando apoio aéreo aproximado.

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c. As missões de apoio aéreo são classificados como: (1) Missões pré-planejadas: missões previstas pelo CCAF do

Batalhão, ainda na fase de planejamento. O S3 do Ar é o coordenador. Durante a fase de execução, o CAA orienta os aviões para os alvos a serem atacados.

(2) Missões imediatas: compreendem os ataques a alvos revelados no desenrolar do combate.

d. Os alvos mais indicados para a aviação são: (1) Alvos móveis. (2) Alvos não localizados precisamente. (3) Alvos profundos (longo alcance). (4) Alvos difíceis ou inadequados para os órgãos de apoio de fogo de

terra (observação limitada, alcance excessivo, terreno adverso) (5) Alvos não observados, cuja destruição deve ser confirmada.

e. O comandante do batalhão assessorado pelo controlador aéreo avançado, incluirá o apoio aerotático, se for o caso, nos seus planos de fogos. As condições atmosféricas podem impedir o apoio aéreo mesmo que ele esteja planejado e disponível. O controle dos ataques fica a cargo do controlador aéreo avançado, que pode ser auxiliado pelos observadores avançados de artilharia das companhias de fuzileiros de primeiro escalão, em virtude daquele controlador atuar, normalmente, ligado ao centro de coordenação de apoio de fogos do batalhão.

f. O procedimento para os pedidos de ambas as missões de apoio obedecem as regras do Sistema de Operações Ar-Terra (SOAT). Estes pedidos de apoio aéreo devem incluir as seguintes informações:

(1) Exata localização do alvo; (2) Descrição do alvo, com detalhes que permitam a seleção

apropriada do armamento; (3) Efeito desejado; (4) Localização da tropa amiga mais próxima do alvo (distância e

azimute); (5) Hora de Ataque ao alvo; (6) Significado tático; e (7) Outras informações: Identificação e localização do Dst de controle

aerotático ou do CAA que orientará o avião, quando necessário.

g. Funcionamento (1) Os pedidos de apoio aéreo podem ter origem na subunidade. (2) Estes pedidos são coordenados e consolidados em todos os

escalões e encaminhados através dos canais existentes entre estes escalões de comando até o centro de operações táticas (COT) do exército de campanha e centro de operações aerotático (COAT) da força aerotática (FAT). Em cada escalão de comando, o pedido pode ser aprovado ou

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recusado, de acordo com o plano de fogo ou esquema de manobra do escalão.

(3) Quando aprovado, o pedido segue os canais de comando até o COT do exército de campanha que os encaminhará ao COAT da FAT em apoio.

(4) A grande urgência das missões imediatas requer adaptações no sistema. Quando a companhia participar da rede de pedidos aéreos, solicita o apoio diretamente ao elemento de apoio aerotático da DE, enquanto a brigada permanece na escuta pelo rádio. Se a brigada não interferir na conversação, significa que o pedido está aprovado. A DE, após analisar o pedido, retransmite o mesmo para o centro de apoio aéreo direto (CAAD).

h. Com a finalidade de auxiliar as tripulações das aeronaves, as posições inimigas podem ser identificadas utilizando-se fumígenos coloridos, granadas iluminativas, tiros traçantes ou outros dispositivos. Dependendo da situação as forças amigas também devem ser identificadas por meio de painéis, fumígenos ou dispositivos pirotécnicos para se evitar o fratricídio.

ARTIGO V FUMÍGENOS

3-10. EMPREGO TÁTICO DE FUMÍGENOS

a. Quando empregado corretamente, o fumígeno pode se transformar em um multiplicador de poder de combate. Entretanto, sua utilização deve ser cuidadosamente planejada e coordenada para não interferir negativamente na manobra de tropas amigas.

b. As missões concernentes ao emprego de fumaça podem ser cumpridas pelos meios orgânicos da companhia, carros, morteiros e artilharia.

c. Os meios orgânicos da companhia são: as granadas de mão, os canhões SR e os morteiros. Estes elementos proporcionam apenas pequenas cortinas, dentro da zona de ação da companhia. As pequenas cortinas, produzidas pela companhia, raramente exigem mais que uma coordenação interna.

d. As cortinas de fumaça de artilharia e morteiro são feitas mediante pedido ou previstas nos respectivos planos. São mais extensas e exigem coordenação com os elementos vizinhos, tendo em vista sua maior dispersão.

e. Seu emprego deve ser planejado para todas as operações e condições, incluindo ações noturnas e diurnas. Entretanto, deve-se ter em

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mente que o fumígeno não é um recurso que pode ser empregado indiscriminadamente, mas planejado e empregado de acordo com a disponibilidade das fontes geradoras e o efeito desejado.

f. Preferencialmente, os fumígenos devem ser empregados “entre” as forças amigas e inimigas, aumentando as chances de obscurecimento. Para torná-los mais eficientes eles podem ser utilizados próximos ao inimigo.

g. Se o fósforo branco for empregado com a dupla finalidade de causar baixas e estabelecer cortina, as granadas serão, então, lançadas “sobre” as posições inimigas, sem levar-se em conta a direção do vento.

h. A eficiência dos fumígenos depende em muito das condições climáticas, tais como velocidade e direção do vento, umidade e temperatura. Para maiores informações relativas ao emprego tático da fumaça, ver o manual C 3-5 – DEFESA QBN.

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4 - 1

CAPÍTULO 4

LOGÍSTICA

ARTIGO I INTRODUÇÃO

4-1. GENERALIDADES

a. A Subunidade (SU) é o menor escalão com funções logísticas. As suas atividades abrangem, basicamente, o controle de pessoal e do material, por meio de uma escrituração, mantida em ordem e em dia, fiscalizada pessoalmente pelo comandante.

b. O comandante da companhia é o responsável pelo apoio logístico da companhia e dos elementos em reforço, devendo assegurar-se que o mesmo está sendo prestado também a todos os elementos sob o seu controle operacional ou em apoio.

c. Para a execução de suas funções logísticas, o comandante da companhia tem como principal auxiliar o subcomandante, que é o coordenador da logística da companhia, integrando e sincronizando os planejamentos da logística do pessoal e do material à manobra e ao apoio ao combate. Ele deve antecipar-se às necessidades de apoio logístico, encaminhar os pedidos de apoio ao S4 com oportunidade e fiscalizar a distribuição de suprimentos e todo o apoio que é prestado à companhia.

d. Para maiores informações deve ser consultado o manual de campanha C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.

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4 - 2

4-2. APOIO LOGÍSTICO

a. O apoio logístico é o conjunto de atividades que visa a fornecer os recursos e serviços necessários às tropas orgânicas e em reforço, nos ramos de pessoal e material.

b. No âmbito da companhia existem cinco funções logísticas, com suas respectivas tarefas, a saber:

(1) Suprimento - Levantamento das necessidades, obtenção, controle e distribuição de todas as classes de suprimento;

(2) Transporte - Deslocamento de pessoal e material; (3) Saúde – Evacuação e controle sanitário. Visa à conservação do

potencial humano da força terrestre em operações; (4) Manutenção - Conservação, reparação e evacuação de material; (5) Recursos humanos - Controle de efetivos, recompletamentos,

repouso, recuperação, recreação, sepultamento, mão-de-obra, suprimento reembolsável, banho, lavanderia e serviço postal. As demais tarefas referentes ao pessoal (disciplina e justiça militar, moral, assistência religiosa e assuntos civis), realizadas no TO, são integradas ao sistema comando, não fazendo parte do subsistema logística.

c. Para maiores informações, relativas às funções logísticas, deve ser consultado o manual de campanha C 100-10 - LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE.

ARTIGO II LOGÍSTICA NA COMPANHIA DE FUZILEIROS

4-3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. O gerenciamento das atividades logísticas é orientado para os objetos e objetivos básicos da logística - o MATERIAL e o HOMEM.

b. Assim, a logística divide-se em dois grandes ramos, a LOGÍSTICA MATERIAL e a LOGÍSTICA PESSOAL. Esta divisão da logística tem por finalidade simplificar as estruturas organizacionais e os procedimentos logísticos, permitindo maior coordenação e controle do comandante da companhia e maior eficiência no apoio prestado aos elementos subordinados.

c. O encarregado de material e o sargenteante, auxiliados pelos demais integrantes da seção de comando, são os responsáveis pela condução e controle das atividades logísticas nos seus respectivos ramos de atuação, de acordo com as ordens e diretrizes emanadas pelo comandante da companhia.

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d. A LOGÍSTICA DE PESSOAL, a cargo do Sargenteante, engloba todas as funções logísticas voltadas para o apoio aos efetivos (HOMEM):

(1) RECURSOS HUMANOS: o controle do pessoal, o nivelamento dos efetivos, o controle das baixas, o processamento dos recompletamentos, o repouso, a recuperação, a recreação, o moral da tropa e os serviços em campanha, banho, lavanderia (troca de fardamento), sepultamento, serviço postal etc;

(2) SAÚDE: o apoio prestado pela turma de evacuação e todas as tarefas, ações e procedimentos referentes à atividade de saúde realizados na SU, inclusive a evacuação de feridos.

e. A LOGÍSTICA DE MATERIAL, a cargo do Encarregado de Material, engloba todas as funções logísticas centradas no material:

(1) SUPRIMENTO: pedidos, recebimentos, estocagem e distribuição às diversas frações;

(2) MANUTENÇÃO: de todo o material (viaturas, armamento, comunicações, equipamentos diversos etc), incluindo o processamento do suprimento de manutenção e a evacuação do material;

(3) TRANSPORTE: controle dos meios para a realização dos deslocamentos da tropa, a distribuição de suprimentos (Sup), evacuação de material (Mnt) e de mortos (Pes).

f. No nível subunidade, sempre que possível, o apoio logístico deve ser planejado e executado de modo que todas as funções desenvolvidas pela companhia sejam deslocadas em direção aos elementos subordinados, de modo a liberar os comandantes de pelotão para as atividades de combate, sobrecarregando-os o mínimo possível com preocupações logísticas e evitando que os pelotôes desloquem-se para a ATSU em busca de Ap Log. O encarregado de material e o sargenteante devem atuar de modo a colocar o suprimento, a manutenção, o apoio de saúde, os meios de transporte, rações e água no momento e no local (ATSU ou posições dos Pelotão) que se fizerem necessários para apoiar as atividade de combate da SU.

g. Os comandantes de pelotão têm a responsabilidade de providenciar os primeiros socorros a seus homens, evacuar os feridos o mais rapidamente possível e providenciar a identificação dos mortos de sua fração. Devem permanecer a par do nível de munição do pelotão e providenciar a tempo os pedidos de remuniciamento. Devem ter perfeito conhecimento, também, do estado do material e do armamento e solicitar o recompletamento da dotação logo que possível, esclarecendo se o material foi perdido, destruído ou encontra-se em mau estado. Solicitam o suprimento de água sempre que necessário e, em operações defensivas, calculam e requisitam o material de fortificação necessário para a organização do núcleo de defesa. No tocante às atividades de pessoal, os comandantes de pelotão devem dar especial atenção à manutenção da

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disciplina e moral da tropa, além do controle de efetivos. Em todas essas atividades são auxiliados pelos respectivos adjuntos.

4-5. SEÇÃO DE COMANDO

a. A seção de comando (Seç Cmdo) da companhia concentra os meios de apoio logístico da subunidade, sendo complementada em suas deficiências pelo apoio direto prestado pelas frações da companhia de comando e apoio. É composta pelo grupo de comando, grupo de comunicações e grupo logístico (turma de suprimento e turma de manutenção), podendo receber da companhia de comando e apoio uma turma de evacuação e o grupo de apoio direto de suprimento classe I.

b. O encarregado do material é o comandante da seção de comando e executa as atividades relacionadas à logística do material. Supervisiona o trabalho do furriel no P Remn da subunidade. Fiscaliza, orienta e controla as atividades das frações e elementos de manutenção e suprimento orgânicos e os recebidos em apoio direto ou reforço. Coordena os trens da SU, cabendo-lhe a montagem dos comboios e controle do movimento das viaturas. Coordena a distribuição de rações e água e de todas as classes de suprimento, exceto classe V.

c. Grupo de Comando (Gp Cmdo)- Apóia a logística da SU e a operação do posto de comando da subunidade. É composto pelo sargenteante, Cb Op micro, um Sd auxiliar e um Sd motorista. O sargenteante desenvolve atividades relacionadas à logística do pessoal. Fiscaliza, orienta e controla as atividades de evacuação de feridos das frações e elementos de saúde recebidos em apoio ou reforço. Cabe ao sargenteante o controle do efetivo, de licenças, dos registros sobre justiça e disciplina e da distribuição de recompletamentos, conforme diretriz do Cmt SU. Diariamente, em hora marcada pelo comandante da companhia, enviará a mensagem diária de efetivos (MDE) que será transmitida à U (S1).

d. Grupo de comunicações (Gp Com) – Comandado pelo sargento auxiliar de comunicações, instala e opera os meios de comunicações do comando da SU, estando encarregado da Mnt 1º Esc do Mat Com no âmbito da SU. Composto pelo Sgt Aux Com, um Cb radioperador, um Cb construtor de linha / telefonista, um Sd radioperador e um Sd construtor de linha / telefonista.

e. Grupo Logístico (Gp Log) - Esse grupo possui uma subdivisão interna em uma turma de suprimento e uma turma de manutenção.

(1) Turma de manutenção (Tu Mnt) - Comandada pelo sargento mecânico de viatura, que é o encarregado da supervisão e auxílio à manutenção de 1º escalão das viaturas, auxiliado pelo Sd Aj Mec Vtr. O Cb

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Aj Mec Armt se incumbe da manutenção do armamento leve da SU. A turma de manutenção concentra os meios de manutenção (ferramental) e coopera na evacuação e coleta de salvados no âmbito da SU.

(2) Turma de Suprimento (Tu Sup)– É encarregada do transporte de todo suprimento da SU, sendo empregada, também, no transporte de mortos. O furriel é o encarregado do recebimento e transporte somente do suprimento classe V, sendo responsável também pela evacuação dos mortos, pelo remuniciamento, pela elaboração dos pedidos de munição e pela operação do P Remn da subunidade, auxiliado pelo Cb Op Micro, um Sd auxiliar e dois Sd motoristas.

f. Turma de evacuação (Tu Ev) - Pertence ao pelotão de saúde da Cia C Ap e pode ser distribuída à SU. É composta por um cabo atendente, dois Sd padioleiros e um Sd padioleiro / motorista. Cabe ao Cabo atendente guarnecer o posto de refúgios da SU e prover a evacuação dos feridos ao posto de saúde na ATC.

g. Grupo de apoio direto de suprimento da Classe I (Gp Ap Dto Sup Cl I) - Pertence à seção de apoio direto de suprimento da Classe I do pelotão de suprimentos da Cia C Ap e tem a missão de confeccionar os gêneros de Sup Cl I, quando as cozinhas estiverem descentralizadas na SU. É composto por um Sgt Cmt, dois Cb cozinheiros e um Sd auxiliar de rancho.

4-6. PLANEJAMENTO

a. Generalidades (1) O planejamento logístico deve assegurar o Ap Log antes e

durante todas as fases de uma operação. Este planejamento deve ser realizado de forma coordenada com o planejamento tático e o dos apoios ao combate.

(2) O planejamento logístico é encargo do subcomandante da companhia, que terá seu trabalho facilitado pelo emprego de procedimentos padronizados e adoção de normas gerais de ação.

b. Apoio às operações de combate (1) Para assegurar um efetivo apoio, após concluir seu estudo de

situação e de acordo com a manobra concebida, o subcomandante da companhia deve propor ao comandante:

(a) Que atividades logísticas são necessárias; (b) Que quantidade de suprimento será necessário; e (c) Qual a prioridade de apoio por atividade e por pelotão.

(2) Com base nas necessidades, as possibilidades da logística devem ser avaliadas, verificando-se:

(a) Que recursos logísticos estão disponíveis (orgânicos, em apoio e das subunidades vizinhas);

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(b) Onde estão as instalações logísticas do Batalhão; (c) Quando os recursos logísticos estarão disponíveis para

elementos apoiados; e (d) Como os recursos logísticos podem ser disponibilizados.

(3) Baseado nessa análise, o planejamento logístico será desenvolvido, reagindo-se às disponibilidades.

d. Estimativa logística na companhia (1) A estimativa logística é uma análise dos fatores que podem

afetar o cumprimento da missão traduzida sob forma de necessidade. O comandante da companhia utiliza-se desta estimativa para o planejamento logístico em apoio à manobra idealizada. A chave para essa estimativa é a situação do suprimento disponível, particularmente das Classes III, V (Mun) e IV (em operações defensivas).

(2) No nível subunidade, raramente a estimativa logística constará de um documento escrito. O Sargenteante e o Encarregado de Material freqüentemente irão formulá-la em termos que respondam as seguintes perguntas:

(a) Qual a situação atual da manutenção, dos suprimentos e dos transportes?

(b) Quanto e o que é necessário para apoiar a operação? (c) Que tipo de apoio externo (Esc Sp) é necessário? (d) As necessidades poderão ser atendidas através do processo

normal, ou serão necessários outros processos de suprimento? (e) O que está faltando e qual a conseqüência dessa falta na

operação? (f) Onde estão os elementos a serem apoiados durante a

operação?

4-7. TRENS

a. Generalidades (1) Trens é a designação genérica dada ao conjunto dos elementos

em pessoal, viaturas e material destinados a proporcionar apoio logístico a uma subunidade.

(2) A finalidade dos trens da SU é operacionalizar a execução das atividades logísticas da companhia. Fornecem apoio logístico contínuo e cerrado aos pelotões e aos elementos em reforço, particularmente no que se refere à manutenção orgânica, todas as classes de suprimento, evacuação de feridos, transporte de suprimento, evacuação do material danificado, capturado e salvado e registro e evacuação de mortos.

b. Composição normal dos trens da SU (1) Trem de munição - Operado pelo Furriel - 01 VTNE ¾ t, com reboque

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(2) Trem de manutenção - Operado pelo Sgt Mec Vtr - 01 VTNE 5 t GUINCHO, utilizada para Mnt Armt e Vtr. (3) Trem de saúde - Operado pelo Cb Atendente - 01 VTE ambulância, ¾ t . (4) Trem de cozinha - Operado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I

- 01 VTNE 5 t com VRE, cisterna de água de 1500 l . (5) Trem de bagagem - Controlado pelo Enc Mat

- 01 VTNE 5 t com reboque.

c. Área de trens de subunidade - ATSU (1) Os trens da SU instalam-se, normalmente, dentro da zona de

ação da companhia, numa área bem próxima do posto de comando, que se denomina área de trens de subunidade (ATSU).

(2) Por motivo de segurança a ATSU deve se localizar a uma distância de 500m da LP na ofensiva e 1000m do LAADA na defensiva.

(3) A localização da área de trens é atribuição do comandante da companhia, que mantém estreito entendimento com o S4 do batalhão.

(4) Com os trens desdobrados, as dimensões mínimas da ATSU, face à necessidade de dispersão das viaturas e instalações, são de 50 x 100 m.

(5) Em algumas oportunidades, e no caso da companhia se constituir na reserva do batalhão, esses meios ou parte deles podem se desdobrar na área de trens de combate (ATC) ou até mesmo na área de trens de estacionamento (ATE), de acordo com a análise dos fatores da decisão.

(6) Para melhor atender à prestação do apoio logístico, a análise da localização de uma área de trens deve considerar os seguintes fatores: manobra, terreno, segurança (do fluxo e das instalações) e situação logística. Para maiores detalhes sobre os fatores de localização da área de trens, consultar o manual de campanha C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.

d. Instalações logísticas das área de trens (Fig 4-1)- Para o funcionamento dos meios logísticos em campanha há necessidade de dispô-los em locais adequados, resultando, assim, as instalações logísticas. A tropa pode ser atendida nas diversas instalações, ou, em determinadas situações, os meios poderão ir à frente para servir à tropa, retirando dos comandantes de pelotão preocupações com encargos logísticos.

(1) Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos - Local onde é realizada a manutenção destes materiais. Deve ser localizada em local amplo, coberto, de fácil acesso e de boa trafegabilidade. É o local onde são estacionadas as viaturas pertencentes aos elementos da ATSU. É operada pelo Sgt Mec Vtr.

(2) Posto de remuniciamento – Local onde é desdobrado o posto de distribuição de suprimento classe V (munição). Deve estar próximo do E

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Sup Ev / Batalhão e afastado de outras instalações, de acordo com o tipo e a quantidade de munição armazenada. Deve estar coberto e abrigado para evitar danos às outras instalações. Deve possuir condições mínimas para armazenamento de munição. É operado pelo Furriel.

(3) Refúgio de Feridos - Instalação que recebe os feridos do campo de batalha, preparando-os para a evacuação, se for o caso, sendo operado pelo Cabo Atendente. É o local onde se prepara os feridos para a evacuação (SFC). Deve localizar-se na orla anterior da ATSU, em local de fácil acesso e de fácil localização. No caso de operações ofensivas, cerra à frente, no desenrolar das ações, de forma a encurtar as distâncias de evacuação.

(4) Área de Cozinha - Local onde é preparada a alimentação da SU, quando recebe o Gp Ap Dto Sup Cl I. É o local onde é instalada a cozinha, quando descentralizada, e onde é preparada a alimentação. Deve ser localizada em local coberto, próximo à fonte de água e distante do P Col Mor. Devem ser escolhidos locais de consumo próximos às cozinhas, para os integrantes da ATSU. É operada pelo grupo de apoio direto de suprimento classe I.

(5) Posto de Distribuição de Suprimentos (P Distr Sup) – É o local onde o encarregado de material realiza a distribuição de todo o suprimento da companhia, à exceção do suprimento classe V. Desdobra-se no mesmo local de distribuição das refeições.

e. Controle (1) O comandante dos trens da subunidade é o subcomandante da

companhia. A esse oficial caberá determinar a localização específica de cada instalação na área de trens, bem como a responsabilidade pela execução dos deslocamentos, o controle e a segurança dos trens.

(2) O subcomandante estuda continuamente a situação, a fim de propor a oportunidade do deslocamento dos trens, de maneira a facilitar o apoio às operações. Após a decisão do comandante de realizar um deslocamento, aciona o reconhecimento dos itinerários e das novas áreas e expede a ordem de deslocamento, normalmente verbal.

f. Segurança dos Trens (1) A segurança dos trens será realizada pelos seus próprios

elementos. (2) A segurança afastada é obtida pela localização dos trens

próximos ou dentro do perímetro de segurança dos elementos de combate e da reserva.

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Fig 4-1. Visualização de uma ATSU desdobrada no terreno.

Mata Rala

Mata Rala

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ARTIGO III ATIVIDADES LOGÍSTICAS

4-8. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO a. Generalidades

(1) Suprimento é a atividade logística que trata da previsão e da provisão do material necessário às organizações e forças militares. O termo suprimento pode, também ser empregado com o sentido geral de item, artigo ou material necessário para equipar, manter e operar uma organização militar.

(2) Fluxo de suprimento é o processo cíclico que se inicia com o pedido de determinado artigo de suprimento e termina com sua distribuição ao usuário.

(3) Classes de suprimentos - No sistema de classificação militar o material é grupado em dez classes de suprimento para fins de planejamento e de administração, que são os seguintes:

(a) Classe I - material de subsistência; (b) Classe II - material de intendência; (c) Classe III - combustíveis e lubrificantes; (d) Classe IV - material de construção; (e) Classe V - armamento e munição (inclusive químico,

biológico e nuclear); (f) Classe VI - material de engenharia e cartografia; (g) Classe VII - material de comunicações, eletrônica e

informática; (h) Classe VIII - material de saúde; (i) Classe IX - material de motomecanização e aviação; e (j) Classe X - material não incluído nas outras classes (cartas e

mapas, água, impressos e publicações e outros). (4) As classes II, IV, V (armamento), VI, VII, IX e X possuem itens

de suprimentos com características bem diversas: produtos acabados e peças e conjuntos de reparação, que são tratados de modo distinto.

(5) Sempre que possível, é utilizado o processo de distribuição de suprimento na subunidade. Entretanto, é freqüente, também, a distribuição em instalação de suprimento, combinando-se assim o emprego dos meios de transporte do batalhão e da companhia.

b. Suprimento Classe I - Material de subsistência (1) O consumo ocorre numa proporção quase invariável que não

depende do terreno, das operações táticas em curso ou da atuação do

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inimigo. Esta uniformidade de consumo permite o estabelecimento e a distribuição de rações baseados simplesmente nos efetivos a alimentar.

(2) Ração - É a quantidade de alimentos necessária para manter um homem durante um dia.

(3) Ciclo de ração (a) É o período de 24h durante o qual a ração vai ser consumida.

Em campanha começa, normalmente pelo jantar (do dia anterior), compreendendo as 3 (três) refeições: jantar, desjejum e almoço.

(b) O ciclo iniciando com a refeição do jantar, permite mais tempo para o loteamento, preparo e entrega do suprimento e maior segurança.

(4) Tipos de ração - As rações utilizadas pelas forças armadas são as seguintes: Ração Normal; Ração Coletiva de Campanha; Ração Individual de Combate; Ração de Equipagem e Alimentação de Emergência (AE). Maiores detalhes sobre os tipos de ração são encontrados no manual C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.

(5) Condução das rações (a) É normal, o homem manter consigo uma ração AE, que não

faz parte da reserva orgânica. (b) Reserva orgânica de Sup Cl I - É a quantidade de suprimento

existente e não destinado ao consumo imediato. A companhia não possui reserva orgânica, contudo conduz uma ração operacional para todo o seu efetivo como parte da reserva orgânica da brigada. Caso as cozinhas estejam descentralizadas, a companhia conduzirá de 2/3 (dois terços) a 1 e 2/3 (um inteiro e dois terços) de ração (R1) para o efetivo existente da SU.

(c) As rações operacionais poderão ser consumidas sem autorização, com exceção da ração de emergência. Após o consumo faz-se o pedido para recompletar a reserva orgânica da brigada.

(6) Fluxo do Sup Cl I (a) Normalmente não haverá pedido de Classe I, pois o

suprimento será automático, compreendendo as rações necessárias para o consumo imediato e se baseará no efetivo existente informado a partir da mensagem diária de efetivo (MDE).

(b) O reajustamento do número de rações será regulado nos planos e ordens logísticas.

(c) A Cia fará um pedido eventual nas seguintes situações: ((1)) Necessidade de recomposição da reserva orgânica da

Bda; ((2)) Necessidade de recomposição do número de AE; ((3)) Quando o excesso de rações comprometer a capacidade

de transporte ou a mobilidade; e (d) Normalmente, durante o combate, as rações a serem

consumidas pelos elementos de 1º escalão serão as rações operacionais. A

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ração normal será consumida, sempre que possível nas Z Reu ou nas situações estáticas do combate.

(e) O pedido eventual de ração é preparado pelo sargenteante que o encaminha ao S4, nele constando a subunidade, quantidade e tipo de ração.

(7) Distribuição da alimentação (a) É a atividade que se inicia com a apanha do alimento

preparado para o consumo na cozinha do batalhão (quando centralizada), sendo distribuído nas posições das frações da companhia pelo encarregado de material, apoiado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I. A distribuição das refeições e da água para consumo será em função da situação tática, podendo ser durante o dia ou durante a noite.

(b) Processos de distribuição das refeições ((1)) Processo de entrega na SU - As refeições são levadas

pelo batalhão até os locais de rancho das Cia. ((2)) Processo de entrega no posto de distribuição de

suprimento classe I (P Distr Cl I) - As Cia recebem ordens de enviar suas viaturas aos trens de estacionamento para apanhar as refeições.

((3)) Processo combinado - As viaturas das cozinhas levam as refeições até um ponto intermediário, onde são transferidas para as viaturas das companhias, que as levarão até os respectivos locais de rancho.

(c) Muitas vezes a situação tática não permitirá que um ou mais pelotões venham ao local de rancho da companhia. Quando isto ocorrer, as refeições serão levadas até as posições em viaturas ou por faxina, de acordo com o plano de alimentação da SU.

(d) O subcomandante da companhia escolhe o local de rancho de sua subunidade, procurando preencher os seguintes requisitos: oferecer conforto à tropa, ser acessível para viaturas, suficientemente espaçoso para permitir a dispersão da tropa, oferecer cobertas contra a observação inimiga e abrigo contra armas de tiro tenso. Esse local, por razões de segurança, deve estar próximo aos trens da SU.

(e) O encarregado de material manterá um controle sobre a qualidade e quantidade de alimentação servida à tropa. Além das observações pessoais, deverá colher dos componentes da companhia, principalmente cabos e soldados, observações a respeito da alimentação.

(9) Controle das cozinhas (a) O controle das cozinhas compreende, em princípio, a

supervisão do emprego dos equipamentos, do pessoal e das viaturas das cozinhas de campanha.

(b) As cozinhas ficarão centralizadas sob o controle batalhão (na ATE, ATC ou AT). Excepcionalmente, a cozinha poderá operar na companhia, de forma descentralizada. Nesse caso, o encarregado de

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material supervisionará o loteamento e confecção dos alimentos apoiado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I em reforço à Companhia.

(10) Plano de Alimentação - É um documento informal que reúne instruções, integrantes do plano de suprimento do batalhão. Essas instruções, geralmente, são expedidas por meio de ordens fragmentárias, destinadas a fornecer informações relativas ao quando e como a alimentação será distribuída no âmbito da unidade para a companhia.

c. Suprimento Classe II - material de intendência (1) O suprimento classe II é composto por fardamento, equipamento

individual, material de acampamento, material de rancho, material de alojamento e material de escritório.

(2) O pedido tem a finalidade de recompletamento e é feito sem formalidade das SU para o Batalhão.

(3) Distribuição – Normalmente, o suprimento é enviado diretamente para a companhia ou pode ser determinado que seja apanhado no P Distr Cl I do batalhão. Após o recebimento, é distribuído pelo encarregado de material no P Distr Sup.

d. Suprimento Classe III - Combustíveis, óleos e lubrificantes (1) O P Distr Cl III do Batalhão é composto por uma viatura cisterna,

camburões e tonéis de combustível, vasilhames de óleos para motor, engrenagens e graxas lubrificantes.

(2) Fluxo Sup Cl III (a) Normalmente, toda viatura da companhia que entrar na área

de trens do batalhão ou na área de apoio logístico da brigada se dirige ao P Distr Cl III, onde será reabastecida e recompleta seus camburões por troca, visando rapidez nessa operação.

(b) No que diz respeito a graxas e lubrificantes, ao esvaziar um ou mais recipientes de graxa e lubrificante, a turma de manutenção do grupo logístico da seção de comando envia-os ao P Distr Cl III do Batalhão, onde o ressuprimento é feito mediante a simples troca do recipiente vazio pelo cheio.

e. Suprimento Classe IV - material de construção (1) Fluxo e distribuição idênticos ao Sup Cl II. (2) O material de fortificação, normalmente, é distribuído pelo

processo de entrega na subunidade. O encarregado de material coordena a distribuição no P Distr Sup.

f. Suprimento Classe V (Mun) (1) A Cia desdobrará o posto de remuniciamento (P Remn) em sua

área de trens (ATSU), onde ficará parte da sua Dotação Orgânica (Dot O). (2) Dotação orgânica é a quantidade de munição, expressa em tiros

por arma, transportada por uma subunidade, incluindo a munição conduzida

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pelos homens, pelas viaturas transporte de armas das subunidades e pelo trem de munição.

(3) A conservação do nível da Dot O é a chave do remuniciamento, pois a Dot O garante à subunidade munição suficiente para iniciar o combate e sustentá-lo até que o remuniciamento, que normalmente é diário, possa ser realizado.

(4) Para o ressuprimento é realizada a confecção do pedido informal de suprimento classe V (munição). Após o consumo, é feito o pedido para recompletar a Dot O, exceto quando tratar-se de munição para consumo imediato, que é recebida antes que ocorra o consumo.

(5) Fluxo de Sup Cl V (Mun) - Processo de entrega na instalação de suprimento - A viatura do Furriel se desloca ao P Remn A, para apanhar a munição e, se for o caso, evacuar os mortos para o posto de coleta de mortos do batalhão (P Col Mor / Batalhão). Para a distribuição do suprimento classe V (munição) pode-se utilizar, também, a técnica especial de estabelecimento de PIL, reduzindo, assim, as distâncias entre os P Remn da U e das SU.

g. Suprimento Classe VIII - material de saúde - As subunidades pedem o suprimento classe VIII ao PS / Batalhão, localizado na ATC, através da turma de evacuação do pelotão de saúde, sendo atendidas, sempre que possível.

h. Suprimento Classe IX - material de motomecanização e Cl V (Armt) - Os de pequeno vulto serão substituídos pela troca direta, mediante apresentação do material danificado aos elementos da seção de manutenção do pelotão de manutenção e transporte, visando reaproveitamento de matéria prima,

i. Suprimento Classe X - material não incluído em outras classes (1) Os suprimentos de ajudância geral que consistem de impressos

(exceto cartas e mapas) e publicações, são pedidos pelo sargenteante ao S1.

(2) Os manuais de campanha ou técnicos e publicações semelhantes podem ser fornecidos automaticamente às SU por iniciativa do Batalhão.

(3) Suprimento de água (a) A água sempre que possível é obtida de fontes locais, caso

contrário, a distribuição da água será realizada com a VTNE 5 ton com reboque cisterna de 1.500 litros às SU.

(b) É geralmente distribuída com as refeições, embora não seja Sup Cl I.

(c) Se possível, um saco lister é instalado no local de rancho da SU e a água é distribuída aos Pelotão em camburões de 20 litros.

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(4) Suprimento de cartas - Cabe à seção de inteligência do batalhão estabelecer planos e normas de distribuição para o material de cartografia.

4-9. SUPRIMENTO PARA A POPULAÇÃO CIVIL

a. Incluem os artigos destinados à manutenção das condições mínimas de vida, tais como: alimentos, medicamentos, roupas e os destinados a ajuda econômica.

b. A obtenção dos suprimentos para a população poderá ser feita por intermédio dos canais normais, quando se tratar de artigos consumidos pela força terrestre, que serão armazenados pelo batalhão ou nas companhias. Entretanto, a sua distribuição deve ser feita por intermédio dos canais de assuntos civis, podendo utilizar-se da companhia para tal.

4-10. EIXO DE SUPRIMENTO E EVACUAÇÃO (E Sup Ev)

a. E Sup Ev é a estrada, caminho ou, eventualmente, uma direção, selecionada para unidade, através da qual deverá ser executado o grosso das atividades de suprimento e evacuação da sua responsabilidade.

b. O E Sup Ev se estende da área de trens de estacionamento (ATE) do batalhão à ATSU que realiza o esforço principal, passando pela área de trens de combate. Ramifica-se, de acordo com as necessidades, para os demais elementos de primeiro escalão.

c. O batalhão é responsável pela segurança do seu E Sup Ev.

d. No ataque, para evitar possível interrupção do remuniciamento, pode ser fixado um eixo de remuniciamento que indica o deslocamento previsto para os P Remn do batalhão. O eixo de remuniciamento pode coincidir como o E Sup Ev, e como este, ser balizado por uma estrada, caminho ou eventualmente uma direção.

4-11. PROCESSOS DE DISTRIBUIÇÃO DE SUPRIMENTOS

a. Os processos de distribuição normais são o de entrega na subunidade e na instalação de suprimento.

(1) No processo de entrega na subunidade a instalação provedora do batalhão supre, com seus meios, os elementos subordinados, entregando os suprimentos em suas instalações logísticas.

(2) No processo de entrega na instalação de suprimento a subunidade, com seus próprios meios, desloca-se para a instalação provedora do batalhão, a fim de apanhar o suprimento necessário.

b. Os processos especiais de distribuição de suprimento são: reserva móvel, suprimento aéreo, comboio especial de suprimento e posto de suprimento móvel.

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c. Os processos de distribuição de suprimento poderão ser combinados, dependendo da manobra logística executada. Maiores detalhes sobre os processos de suprimento são encontrados no manual C 7-20 - BATALHÕES DE INFANTARIA.

4-12. PONTO INTERMEDIÁRIO LOGÍSTICO

a. Pontos Intermediários Logísticos (PIL) são pontos de encontro entre os elementos apoiado e apoiador, previamente selecionados, eventualmente estabelecidos onde se realizam diversas atividades logísticas (principalmente suprimento e evacuação), visando assegurar a continuidade do apoio em determinada operação por força do aumento da distância de apoio, existência de obstáculos ao fluxo ou quando a situação impuser.

b. Para maiores detalhes sobre os Pontos Intermediários Logísticos, consultar o manual de campanha C 7-20 –BATALHÕES DE INFANTARIA.

4-13. PACOTES LOGÍSTICOS

a. O apoio à subunidade de 1º escalão poderá ser executado através da entrega de pacotes logísticos (PAC LOG).

b. Os PAC LOG são um conjunto de suprimentos necessários para uma subunidade, em determinado período de tempo (normalmente para uma jornada completa) e para determinada operação de combate, mais as viaturas logísticas da companhia de comando e apoio para transportá-los até a companhia de fuzileiros.

c. PAC LOG poderão ser utilizados quando o BI Mtz estiver realizando operações de movimento (M Cmb, Mvt Rtgd etc) ou quando a SU estiver momentaneamente isolada (PAC, Op Amv etc).

4-14. PRÉ-POSICIONAMENTO DE SUPRIMENTOS

a. O procedimento de pré-posicionamento de suprimentos poderá ser utilizado, principalmente na defensiva e nos movimentos retrógrados, conforme o estudo de situação do S4.

b. Os suprimentos necessários a determinada posição defensiva ou de retardamento de uma companhia poderão ser pré-posicionados no campo de batalha, para agilizar o apoio logístico ou por medidas de segurança.

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4-15. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SAÚDE

a. Generalidades (1) O atendimento médico adequado é uma responsabilidade do

comando, em todos os escalões. Ele visa à conservação dos efetivos e à preservação da eficiência e do moral da tropa.

(2) O batalhão não tem encargos de hospitalização. Cabe ao serviço de saúde da unidade, representado pelo seu pelotão de saúde (Pel Sau), realizar o tratamento médico de emergência e, quando necessário, a evacuação de feridos, doentes e acidentados, no âmbito da unidade.

b. Desdobramento do apoio de saúde nas Cia Fuz (1) A companhia, normalmente, estabelece um refúgio de feridos,

instalação muito sumária, situada em local abrigado, para os quais são conduzidos os homens feridos.

(2) O Pel Sau envia para as companhias de primeiro escalão uma turma de evacuação, composta de um cabo atendente, dois Sd padioleiro e um Sd padioleiro / motorista em uma viatura ambulância. Esta turma se desloca com os trens da SU, seguindo imediatamente à retaguarda dos elementos de combate.

(3) Quando necessário, o S1 poderá determinar que o Pel Sau apoie com mais de uma Tu Ev uma determinada SU ou reforce a Tu Evac distribuída com, no mínimo, mais um atendente.

c. Tratamento e evacuação de feridos (1) Quando um homem é ferido, os primeiros socorros, em princípio,

são prestados por um companheiro. Em seguida, os feridos que podem se locomover serão encaminhados ao refúgio de feridos por seus próprios meios. Aqueles que não tiverem condições de locomoção serão evacuados para o refúgio de feridos pelos integrantes de sua fração, por outros elementos designados pela SU ou esperarão a evacuação através da Tu Ev.

(2) No refúgio de feridos, o ferido é preparado para a evacuação para o PS, se esta for necessária. A evacuação dos feridos é feita pela turma de evacuação, a partir do refúgio de feridos, ou mesmo, diretamente do local em que o homem foi ferido.

(3) O Posto de Socorro do Batalhão é a primeira instalação da cadeia de evacuação onde existe atendimento médico. Aí, os pacientes são separados de acordo com o tipo e a gravidade dos respectivos casos. Os feridos que puderem voltar ao combate em curto prazo são mantidos no posto de socorro do batalhão ou nas suas proximidades, caso a situação tática o permita. Logo que aptos, retornam à companhia. Aqueles que não tiverem condições de retornar à frente de combate são preparados para a evacuação, que será feita em viaturas ambulância, a cargo do pelotão de ambulâncias, da Cia Log Sau do B Log. Para os feridos graves poderá ser

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solicitada a evacuação aeromédica (EVAM). Para isto, normalmente, é utilizada a rede logística da brigada, podendo também, em caso de necessidade, ser utilizada a própria rede de comando.

(4) Caberá ao cabo atendente a manipulação de medicamentos. O nível de estoque de medicamentos a ser adotado na Companhia é de responsabilidade do oficial médico do batalhão. O emprego e a utilização devem constar em relatórios escritos ou verbais do chefe do refúgio de feridos (cabo atendente) ao chefe do posto de socorro do batalhão (Of Med).

4-16. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO

a. Generalidades (1) A manutenção é uma responsabilidade de comando. O

comandante de companhia é responsável pela manutenção adequada de todo o seu equipamento.

(2) Esta responsabilidade inclui as providências para a pronta recuperação do material danificado ou em pane, visando ao seu retorno ao serviço o mais rapidamente possível.

(3) Em princípio, a manutenção deve ser executada tão à frente quanto o permitirem a situação tática e a disponibilidade de tempo e recursos. Muitas vezes é preferível a ida do pessoal de manutenção ao encontro do material do que proceder em sentido inverso, reduzindo a necessidade de evacuação.

(4)Todas as viaturas que retornarem da atividade de suprimento poderão evacuar o material que necessitar de manutenção do escalão ou da instalação logística superiores.

b. Funcionamento da manutenção (1) Material motomecanizado - A manutenção na subunidade é

executada pelos seguintes elementos: (a) Motorista - elemento base da cadeia de manutenção; é

responsável pela manutenção de primeiro escalão. (b) Turma de manutenção de subunidade (Tu Mnt / Gp Log / Seç

Cmdo – por intermédio do Sgt Mec e Sd Aj Mec, realiza a manutenção de 1º escalão e faz o levantamento das necessidades de manutenção de 2º escalão da SU.

(2) Armamento e instrumentos -A manutenção do armamento e dos instrumentos óticos e de direção de tiro (IODT) é executada na unidade pelos seguintes elementos:

(a) Usuário do armamento / IODT ou guarnição - são os responsáveis pela manutenção de 1º escalão.

(b) Turma de manutenção de subunidade (Tu Mnt / Gp Log / Seç Cmdo) - por intermédio do Cb Aj Mec Armt, realiza a manutenção de 1º

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escalão do armamento e dos IODT e faz o levantamento das necessidades de manutenção de 2º escalão da SU.

(3) Material de comunicações (a) A manutenção do material de comunicações da subunidade é

feita detentores do material, supervisionados pelo Sgt Aux Com. (b) Se for conveniente para a realização da manobra logística, o

S4, poderá centralizar a atividade de manutenção e suprimento do material de comunicações sob coordenação do oficial de manutenção do Batalhão.

(c) Todo o material que necessite manutenção além do primeiro escalão é evacuado para a Cia Log Mnt do B Log.

(4) Material de saúde – A Tu Ev executa apenas a manutenção de 1º escalão.

4-17. MATERIAL SALVADO E CAPTURADO

a. Material salvado (1) O material salvado é todo o material, utilizado por nossas forças

ou por forças aliadas, encontrado em situação de abandono na área de operações, suscetível de ser utilizado para suas finalidades (com ou sem recuperação prévia) ou ser aproveitado como sucata, constituindo valiosa fonte de suprimento.

(2) A subunidade é responsável pela evacuação de salvados para o posto de coleta de salvados do batalhão ou para o seu E Sup Ev. Neste mister pode ser auxiliada por elementos do Pel Mnt Trnp, particularmente quando se tratar de material volumoso e / ou pesado.

(3) Todo o material salvado que necessitar de apoio de manutenção é atendido, inicialmente e sempre que possível pela Seç Mnt / Pel Mnt Trnp. Se recuperado e mediante as normas em vigor, pode voltar à cadeia de suprimento, sendo entregue às subunidades de origem ou àquelas que estiverem mais necessitadas

b. Material capturado (1) Com o material capturado do inimigo procede-se da mesma

forma que para o material salvado, exceto no que se refere às amostras de materiais novos, que devem ser imediatamente encaminhadas, após o conhecimento do S2, aos órgãos técnicos do Esc Sp.

(2) Evacuação do material capturado (a) O material capturado é evacuado para o P Col Slv do

Batalhão. (b) Munição e outros artigos cujo manuseio por pessoal não-

habilitado possa oferecer perigo, não devem ser deslocados; devem ser mantidos sob vigilância, se praticável. O oficial de munições do Batalhão é notificado o mais cedo possível.

(c) Suprimentos de saúde são manuseados de acordo com a Convenção de GENEBRA, sendo entregues às instalações de saúde, para

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inspeção, antes de sua redistribuição ou uso. Esses suprimentos são de especial valor para uso pelos prisioneiros de guerra, no tratamento de seus doentes e feridos, bem como no atendimento de civis.

4-18. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE TRANSPORTE

a. As atividades de transporte, na subunidade, são de pequena monta, resumindo-se, praticamente, ao transporte de suprimentos, à evacuação de feridos e ao controle da coluna de marcha da subunidade.

b. As responsabilidades quanto a transportes na subunidade estão afetas ao subcomandante da companhia, no tocante à coordenação geral e ao planejamento e supervisão do transporte de suprimentos e evacuação de material. O encarregado de material é o responsável pela execução dos transportes.

c. A companhia não tem capacidade de transportar todo o seu efetivo e material com seus meios orgânicos. Em operações de movimento como marcha para o combate, aproveitamento do êxito, perseguição e movimentos retrógrados, a companhia deve ser reforçada com viaturas para aumentar sua mobilidade.

4-19. RECURSOS HUMANOS

a. Generalidades (1) Recursos Humanos é a função logística operacional que tem a

seu cargo planejar, integrar e controlar as tarefas de controle de efetivos, recompletamento, repouso, recuperação, recreação, mão-de-obra, sepultamento, suprimento reembolsável, serviço postal, banho, lavanderia. Tem por finalidade prever, prover e apoiar o pessoal, contribuindo para manter elevado o moral das forças terrestres em operações.

(2) As demais atividades referentes a pessoal, como disciplina e justiça militar, apoio religioso, finanças, prisioneiros de guerra e assuntos civis, realizadas no TO, não fazem parte da logística.

b. Controle de efetivos (1) Todos os comandantes das frações orgânicas ou recebidas em

reforço, manterão rigorosos controles de seus efetivos, transmitindo de forma padronizada em NGA da SU, as alterações ocorridas, no exato momento da ação.

(2) O sargenteante manterá um registro escrito das variações do efetivo da SU baseado nas informações fornecidas pelo comandante da companhia. Ao tomar conhecimento de alteração no efetivo por outra fontes o sargenteante deverá confirmá-las com o comandante ou subcomandante da companhia.

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(3) Quando da chegada de reforços ou elementos em apoio direto a SU, o Cmt deverá passar ao sargenteante os dados referentes ao efetivo recebido quando da apresentação da fração na SU.

(4) A mensagem diária de efetivo (MDE) resumirá as alterações ocorridas no efetivo da SU e a sua situação atual, devendo conter as perdas, inclusões e movimentos de PG havidos no período. O comandante da companhia deve estar constantemente informado da situação do pessoal e informar ao S1 todas as alterações ocorridas conforme diretrizes do comandante do batalhão.

(5) O sargenteante preencherá no livro controle de pessoal a situação de cada elemento da companhia, registrando-se os fatos e destinos, bem como as ações meritórias ou que exijam registro para providências futuras.

(6) O mapa da força é um relatório da situação de pessoal para uma determinada atividade ou em um determinado momento, contém a discriminação do pessoal orgânico e em reforço, discriminando o efetivo previsto, existente, os claros e os excessos. As subunidades os enviam ao S1 que os consolida e, se for o caso, remete o mapa da força da unidade para o escalão superior.

c. Perdas (1) As perdas têm duplo interesse para o S1 porque afetam o moral

e a combatividade da tropa e ocasionam claros a preencher pelo recompletamento.

(2) Perda é qualquer redução no efetivo provocada pela ação do inimigo, doença, acidente ou movimentação. As perdas podem ser de combate, ocorridas em ação; fora de combate, ocorridas sem a ação direta do inimigo; e as perdas administrativas que englobam as demais perdas como transferidos, presos disciplinares, desaparecidos, desertores e outras.

(3) O sargenteante terá controle das perdas discriminando a qualificação dos elementos em falta da SU.

d. Militares extraviados e desaparecidos (1) Extraviado é o militar, encontrado na zona de combate (ZC),

afastado de sua unidade sem autorização. (2) Desaparecido é o militar que passa a ausente de sua unidade,

involuntariamente, por mais de 48 horas.

e. Recompletamento (1) Na SU, o recompletamento processa-se a partir da informação

da perda e não da estimativa de abertura de claros. Caberá ao S1 do batalhão a abertura dos claros nas SU, devido às baixas hospitalares.

(2) O sargenteante é o responsável, perante o comandante da companhia, por todos os assuntos que dizem respeito ao recompletamento.

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A ele compete pedir, receber, distribuir e encaminhar os recompletamentos que forem entregues a sua subunidade.

(3) Quando do recebimento do recompletamento, o sargenteante fará uma proposta de distribuição dos mesmos na SU de acordo com a orientação do comandante.

(4) As oportunidades de recompletamento ideais serão quando a subunidade estiver em área de recuperação, em reserva ou em zona de reunião. O S1 informará à subunidade, com antecedência, a data, hora, local e efetivo de recompletamento a ser recebido.

f. Repouso, Recuperação e Recreação (1) O repouso consiste no descanso do pessoal retirado de combate

ou serviços pesados. A área de repouso está localizada na ATE ou nas proximidades, pois existe a necessidade de instalações de rancho e alojamento para o pessoal.

(2) A recuperação consiste em retornar a situação de pronto emprego as frações retiradas do combate ou serviços pesados. Prevê o recompletamento de claros, manutenção do material danificado e reposição do material extraviado, além de instruções e adestramento para emprego futuro. A área de recuperação necessita de instalações para rancho, saúde, suprimento reembolsável, banho e lavanderia, assistência religiosa, serviço postal e barbearia, por isso está localizada na área de retaguarda da brigada, próxima a A Ap Log.

(3) A recreação prevê atividades de lazer para os oficiais e praças em gozo de licença. O S1, em coordenação com o escalão superior, verifica a vagas do batalhão e as divide para as SU. O centro de recreação é instalado em hotel ou cidade fora da Zona de Combate, onde proporcionará atividades como cinema, jogos de salão e teatros.

g. Sepultamento (1) As atividades de sepultamento atendem a dupla finalidade:

preservar as condições sanitárias no campo de batalha e manter elevado o moral da tropa. A pronta remoção dos cadáveres, amigos e inimigos, corresponde a primeira finalidade, enquanto que a certeza de um tratamento cuidadoso e reverente aos que tombam na luta é fator importante para o moral dos soldados, no teatro de operações, e dos civis, na zona do interior.

(2) Os mortos inimigos recebem tratamento idêntico aos das tropas amigas. Entretanto, não é permitido misturá-los.

(3) No âmbito da subunidade, o planejamento, a coordenação e a supervisão de todas as atividades relacionadas aos mortos cabem ao sargenteante, que planeja a evacuação dos mortos, que será realizada pelo furriel.

(4) As atividades de sepultamento, no escalão companhia compreendem a coleta dos mortos, a identificação e registro (nome, posto e graduação, número de registro, subunidade, hora e local da morte) e a

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evacuação até o P Col M do batalhão. Quando a situação o exige, designam-se meios especiais para este fim.

(5) No escalão subunidade, um soldado morto deve ser identificado imediatamente por seu comandante de grupo, adjunto de pelotão ou ainda pelo comandante de pelotão. Tal identificação é sumária e consta do nome do soldado, função e identidade (constantes da placa de identificação). A seguir o cadáver é evacuado, por seus companheiros ou por elementos da reserva, para um local próximo ao P Remn SU. Os cadáveres serão enrolados em mantas ou ponchos para facilitar o manuseio e diminuir o impacto sobre os companheiros empenhados em tal tarefa. Este local deve estar oculto das vistas daqueles que transitam na área do P Remn. Se o pelotão não pode identificar o morto, o comando da SU deve providenciar sua identificação. Os mortos são evacuados para o P Col M do batalhão, em princípio, pelas viatura de suprimento classe V (Mun). Em nenhuma hipótese, os mortos devem ser evacuados em ambulâncias ou viaturas que fazem o suprimento de Cl I.

(6) A permanência dos mortos no âmbito da Z Aç da SU deve ser a mais curta possível. Todos os pertences e objetos pessoais que se encontram com o cadáver são evacuados com ele para o P Col M do Batalhão. O armamento individual; a munição e explosivos; a ração de emergência e os equipamentos em poder do morto são evacuados pela SU ou redistribuído caso necessário. Neste caso, o Cmdo SU apenas participa que deixa de evacuá-los porque deles necessita para suprir claro de outro armamento e / ou equipamento destruídos (ou perdidos) por ação do inimigo.

h. Suprimento reembolsável (1) Os artigos reembolsáveis, incluídos na Cl X, material especial de

higiene, alimentos diversos, refrigerantes, revistas e outros itens que contribuem para o conforto individual são oferecidos por meio de cantinas móveis deslocadas pelo Ex Cmp para a A Ap Log da Bda.

(2) O Sargenteante manterá atualizada uma relação de itens a serem adquiridos para a companhia e os solicitará ao Pel Sup na primeira oportunidade de ressuprimento.

i. Serviço postal - Remessa e recebimento de correspondências, encomendas e valores. É coordenado e controlado pelo sargenteante em livro protocolo próprio. É realizado diretamente entre o interessado e o sargenteante com a autorização do comandante de pelotão.

j. Banho e lavanderia (1) Estas atividades são desenvolvidas na ATE quando o batalhão

receber um P Ban Mv e um P Lav Mv, que são operados por uma equipe da Cia Log Pes, proveniente do B Log. O S1, em coordenação com os Comandante Companhia, fará a distribuição dos dias e horários para sua

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utilização. A freqüência e a oportunidade deste apoio dependerá da situação tática e da disponibilidade da água tratada. Ao realizar seu banho, o militar aproveita para trocar seu uniforme sujo por outro limpo.

(2) O Comandante Cia deverão sempre considerar no planejamento logístico da subunidade que a atividade de banho é fator importante na manutenção das condições de higiene e do moral da tropa.

4-20. TAREFAS REFERENTES A PESSOAL INTEGRADAS AO SISTEMA COMANDO

a. Justiça e Disciplina (1) Sob esse aspecto, a atividade de pessoal na companhia está

particularmente ligada à manutenção de disciplina. Compete especificamente ao sargenteante informar ao comandante da companhia tudo que possa influir no estado disciplinar e moral da tropa.

(2) Além de informar ao comandante, o sargenteante assessora no planejamento de medidas preventivas e corretivas para a manutenção da disciplina e supervisiona sua execução. Maiores detalhes sobre justiça e disciplina são encontrados no manual C 7-20 –BATALHÕES DE INFANTARIA

b. Prisioneiros de Guerra (1) O planejamento, a coordenação e a supervisão de tudo que se

refere aos prisioneiros de guerra compete ao sargenteante. Sem perder de vista as diretrizes do S1 e entendendo-se com os comandantes das frações da companhia, o sargenteante planeja as ações que se seguem à captura dos prisioneiros até sua evacuação para o P Col PG Batalhão.

(2) O mais cedo possível, após a captura, são os prisioneiros desarmados e grupados para evacuação, separando-se oficiais, graduados, desertores, civis e mulheres e entregues no posto de comando da companhia que, mediante coordenação com o S1 do batalhão, os evacua para o posto de comando do batalhão, conduzidos por elementos destacados pelo comando do batalhão ou da própria companhia.

(3) As SU evacuam os PG até os locais de coleta da unidade, onde eles demoram o estritamente necessário para um ligeiro interrogatório sobre a situação tática. Durante essa evacuação não se permite conversa, sendo também vedado distribuir-lhes alimentos, cigarros ou água antes do interrogatório, exceto se o intervalo entre a captura e o interrogatório tornar-se muito grande.

c. Assistência Religiosa - A assistência religiosa é desenvolvida normalmente quando o batalhão encontra-se em Z Reu. O S1 coordenará com o comandante da companhia, as condições de encontro entre o capelão militar e os elementos da SU.

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d. Assuntos Civis (1) Dentre as atividades de assuntos civis, o controle de movimento

é a que, com maior freqüência, ressalta nas operações da companhia. (2) O controle de movimento de civis durante as operações de

combate é de grande importância. O movimento das massas de população afeta a capacidade de manobra da companhia e compromete a segurança. Além disso, refugiados e pessoas deslocadas constituem uma arma, da qual se vale o inimigo para prejudicar nossas operações. O controle sobre tais elementos é feito através de Postos de Coleta de Civis.

(3) No planejamento pormenorizado dos cuidados e controle a serem estabelecidos sobre os civis, devem ser incluídas considerações, particularmente, sobre o controle de trânsito e designação de estradas para o movimento de civis.

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5-1

CAPÍTULO 5

MOVIMENTOS PREPARATÓRIOS

ARTIGO I GENERALIDADES

5-1. CONCEITOS

a. Os movimentos de tropa podem ser classificados em táticos e preparatórios ou administrativos.

b. Movimento Tático - é aquele em que elementos ou forças militares deslocam-se sob condições de combate. É realizado com a finalidade de cumprir uma missão tática na qual as medidas de segurança constituem a principal preocupação. Os movimentos táticos são realizados, normalmente, na zona de combate, terminando em uma zona de reunião.

c. Movimento Preparatório - é aquele que tem a finalidade de facilitar a missão que será cumprida posteriormente. É realizado quando o contato com forças terrestres do inimigo não constitui preocupação. Normalmente é executado na zona de administração, terminando em uma zona de estacionamento.

d. Marcha – Movimento terrestre realizado por uma força, sob determinadas condições técnicas, táticas ou administrativas, utilizando seus próprios meios ou outros, sob seu controle.

e. Para estudo mais aprofundado devem ser consultados os manuais C 7-20 – Batalhões de Infantaria, C 21-18 – Marchas a Pé e C 25-10 – Transportes Motorizados

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5-2

5-2. MEIOS DE TRANSPORTE a. Os movimentos de tropa, sejam eles táticos ou preparatórios, são

realizados por meio de marchas a pé ou motorizadas, por via fluvial ou marítima, por estrada de ferro, pelo ar ou qualquer combinação desses meios.

b. O processo utilizado depende da situação, do terreno a ser percorrido, do valor e da composição da unidade a ser deslocada, da distância a ser percorrida, da urgência de emprego, das condições da tropa e da disponibilidade e capacidade dos diferentes meios de transporte.

5-3. MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

a. Todos os movimentos de tropa, táticos ou preparatórios, exigem medidas administrativas, que variam de acordo como o meio de transporte a utilizar. As medidas administrativas comuns a todos os movimentos são:

(1) Organização da tropa em grupamentos e unidades de marcha para explorar, ao máximo, a capacidade dos meios de transporte;

(2) A embalagem, a marcação e o carregamento do material; (3) A reunião da tropa, o deslocamento até o meio de transporte e a

designação dos lugares dos homens; (4) As prescrições para a alimentação, cuidados médicos e repouso

durante o deslocamento; e (5) A reunião da tropa e do material no ponto de destino.

b. O planejamento, a ordem para a sua execução e a conduta da marcha ficarão facilitados pela adoção das normas gerais de ação, pois facilitam o cumprimento de fases administrativas do movimento. Essas normas, em geral, são baixadas pelo escalão superior, devendo ser detalhadas no âmbito da companhia.

ARTIGO II

PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DOS MOVIMENTOS

5-4. ORDEM PREPARATÓRIA

A companhia normalmente realiza seus movimentos enquadrada no batalhão. Este, após realizar a análise da missão, emite uma ordem preparatória com informações iniciais sobre a missão, horário de início de movimento, destino e finalidade, que o comandante de companhia retransmite o mais cedo possível a seus subordinados para iniciarem os preparativos para o deslocamento.

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5-5. DISTRIBUIÇÃO DE VIATURAS

a. Quando a companhia deslocar-se motorizada deve receber viaturas em reforço. Estas são recebidas pelo encarregado de material e orientadas para um ponto de reunião de onde são deslocadas para a zona de embarque ou para o ponto de carregamento do material.

b. Quando a companhia marcha a pé, as viaturas orgânicas normalmente transportam parte do pessoal. O número de homens conduzidos nestas viaturas é limitado ao mínimo necessário para o embarque e desembarque do material previsto, bem como para outros trabalhos administrativos no fim da marcha.

5-6. ORDEM DE MOVIMENTO

Após concluir seu estudo de situação o Cmt Btl reúne os comandantes de companhia e emite a ordem de movimento, que fixa itinerário, ponto de destino, horário, velocidade, formação, intervalos de tempo, organização da coluna, altos, normas de segurança, medidas de coordenação e controle e pormenores de marcha que não estejam previstos nas NGA. As ordens podem ser simplificadas pelo emprego de cartas, calcos e quadros de movimento.

5-7. ORGANIZAÇÃO DA COLUNA

a. A companhia de fuzileiros, normalmente, constitui uma única unidade de marcha (UM), organizada para manter a necessária unidade de comando. O comandante da companhia não tem lugar fixo na coluna, posicionando-se onde melhor puder exercer o controle sobre seus homens.

b. Quando tratar-se de uma marcha motorizada, os comandantes de pelotão são informados do número e da capacidade das viaturas distribuídas a seus pelotões. Os homens e o material devem ser formados em grupos de embarque para que este se realize com facilidade e rapidez.

c. Para a formação da coluna de marcha, as viaturas partirão com a necessária antecedência da zona de embarque a fim de poderem passar no ponto inicial (PI) na hora prevista, de forma que a unidade de marcha não permaneça na estrada aguardando a formação da coluna.

5-8. EXECUÇÃO DO MOVIMENTO

a. A companhia de fuzileiros, como unidade de marcha deverá manter os intervalos de tempo prescritos na ordem de movimento, evitando cerrar sobre outra unidade, obstruindo a estrada.

b. A velocidade da marcha é prescrita na ordem de movimento,

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5-4

podendo ser padronizada nas normas gerais de ação da unidade. Essa velocidade dependerá do terreno e das condições meteorológicas, das condições físicas da tropa, da extensão da marcha e da missão. A velocidade é mantida com o emprego de reguladores de marcha que se deslocam à testa da unidade de marcha.

c. Os postos de controle de trânsito são instalados ao longo do itinerário para exigir a observância dos horários de marcha, transmitir ordens aos oficiais controladores e para controlar o trânsito.

d. Todos os elementos da coluna mantêm a formação determinada. O deslocamento dos comandantes fora da formação é perigoso e prejudica o trânsito na estrada. Durante as marchas preparatórias, os comandantes normalmente deslocam-se à retaguarda de suas frações. As distâncias entre os pelotões não são rigidamente mantidas, sendo permitida uma pequena variação para compensar as mudanças de velocidade dentro da coluna.

e. Os altos serão realizados de acordo com o prescrito na ordem de movimento ou nas normas gerais de ação do batalhão que, normalmente, prevêem o intervalo de tempo e a duração dos mesmos.

f. Quando a marcha é motorizada, as viaturas estão mais sujeitas à variação de velocidade e às paradas do que os elementos a pé. Estes retardamentos podem ser reduzidos por meio dos reconhecimentos, dos planejamentos, da coordenação com outras unidades e pela manutenção do controle na estrada.

g. As sinalizações a braço e acústica podem ser empregadas na coluna de marcha. Deverá ser preparado e distribuído com a ordem de movimento um plano para emprego de rádio. Durante o silêncio rádio devem ser empregados mensageiros.

h. Sob condições de visibilidade reduzida faz-se necessário o uso de meios optrônicos e adoção de medidas especiais de controle como redução do intervalo entre as frações e os elementos integrantes da coluna e emprego de sinalização fluorescente.

i. Quando a coluna se aproxima de seu destino deve encontrar os guias no ponto de liberação. Esses guias orientam os elementos por seus diferentes itinerários para as áreas escolhidas.

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5-5

ARTIGO III ESTACIONAMENTO

5-9. GENERALIDADES

a. Área de estacionamento em campanha é o local onde as tropas são reunidas para repouso, reorganização ou instrução ou onde são mantidas as instalações de retaguarda. A área de estacionamento da companhia é escolhida pelo batalhão. Sempre que possível deve dispor de instalações para o abrigo da tropa. Sob pena de desgastar prematuramente a tropa, é indispensável que lhe sejam proporcionadas condições de repouso, higiene, conforto e possibilidade de manutenção de seu material.

b. Muitas vezes as exigências da situação se sobrepõem às preocupações de comodidade na escolha do modo de estacionar. Os fatores que condicionam a maneira de uma tropa estacionar são a situação tática, missão recebida, terreno e condições meteorológicas e meios disponíveis.

c. Devido às possibilidades da aviação inimiga, a ocupação de um estacionamento sempre que possível será realizada durante a noite. Na escuridão esta ocupação torna-se uma operação particularmente difícil e penosa, necessitando de um planejamento detalhado para que seja rápida e adequada.

d. São desejáveis as seguintes características para uma área de estacionamento: possuir cobertas e abrigos, possuir espaço suficiente para a disposição do pessoal e das viaturas, e próxima à fonte de água, possuir suficiente rede de estradas ou caminhos, permitir o deslocamento através do campo, possuir obstáculos naturais que impeçam o ataque de elementos mecanizados e atender às condições de higiene e salubridade.

5-10. FORMAS DE ESTACIONAMENTO

a. Acantonamento - quando a tropa ocupa edificações para se alojar, como casas, edifícios e galpões. Em regiões povoadas, o acantonamento é a melhor forma de estacionamento, visto que permite uma maior comodidade ao pessoal e ampla proteção ao material. O comandante de batalhão reparte, entre sua subunidades, as áreas que lhes foram designadas. Os trens da SU estacionam, em princípio, dentro de seu setor.

b. Acampamento - quando a tropa estaciona utilizando barracas para alojar o pessoal e guardar o material leve. O material pesado é disposto sob as cobertas existentes. Se a área de acampamento não dispuser de cobertura vegetal suficiente para a camuflagem da tropa, os pelotões são dispostos em profundidade e largura, mantendo-se as frações constituídas.

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A dispersão visa a atenuar a observação e os efeitos da aviação inimiga. Os acampamentos das subunidades motorizadas são dispostos próximos às estradas, se possível em áreas cobertas. A camuflagem é empregada ao máximo como medida de proteção passiva contra a observação inimiga.

c. Bivaque - quando a tropa estaciona ao ar livre, sem abrigo ou sob abrigos improvisados. Em princípio, o bivaque é estabelecido aproveitando-se as cobertas e abrigos existentes e de modo a facilitar o controle da tropa.

5-11. DISTRIBUIÇÃO E OCUPAÇÃO DOS LOCAIS DE ESTACIONAMENTO

a. A distribuição e a ocupação de uma área de estacionamento estão condicionadas à situação tática e à situação futura prevista.

b. Quando o contato com o inimigo for remoto, a distribuição e ocupação deve proporcionar, ao máximo, conforto à tropa, implicando em uma área ampla, estar próxima ao itinerário de marcha, para facilitar o reinício do deslocamento e facilitar a proteção e o recebimento de suprimentos.

c. Quando o contato com o inimigo for pouco provável, a distribuição e ocupação deve atender às necessidades táticas e de segurança, adotando um judicioso dispositivo de combate, em largura e profundidade, ao qual se subordinam as medidas de conforto. As armas devem estar em posição, visando a segurança em todas as direções e prover segurança aos trens e subunidades que não possuírem defesa própria, ocupando posições à retaguarda, ocultos e dispersos.

d. Quando o contato com o inimigo for iminente, as necessidades de combate regulam o estacionamento. A área passa a denominar-se de Zona de Reunião.

e. Quando o batalhão prepara-se para estacionar, um grupo de estacionamento precede-o para escolher o local exato do estacionamento e tomar as medidas administrativas necessárias. O comandante da companhia determina ao encarregado de material que faça parte desse grupo. Ao receber a área da companhia, o representante da Cia subdivide-a entre os pelotões e seção de comando, recebendo orientações do médico sobre localização de sanitários e outros pormenores de higiene.

f. Pouco antes da chegada da tropa o sargento estacionador posiciona-se no ponto de liberação (P Lib) a fim de recebê-la. Sem que a tropa faça alto ou bloqueie a estrada ele a conduz para o local de estacionamento.

g. O comandante de companhia informa ao comandante do batalhão o local de seu PC e envia os mensageiros para reconhecer os itinerários

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que levam ao PC do Btl, onde são mantidos de sobreaviso para pronto emprego. Os fios telefônicos são lançados com rapidez. Rádios podem ser empregados quando houver autorização, priorizando-se equipamentos de pequena potência.

h. Ao chegar à zona de estacionamento, o comandante da companhia determina aos comandantes de pelotão e ao encarregado de material a verificação da situação da tropa, das viaturas e do material da Cia. Os militares com problemas de saúde devem ser encaminhados ao médico do Btl e a manutenção do material deve ser executada.

i. As cozinhas, geralmente, são centralizadas no batalhão. O comandante de companhia, assessorado pelo encarregado de material, determina o local de rancho da SU que, sempre que possível realiza as refeições de forma centralizada.

5-12. SEGURANÇA DA ZONA DE ESTACIONAMENTO a. Tão logo quanto possível são estabelecidas as medidas de

segurança previstas em NGA ou determinadas pelo oficial estacionador. Incluem-se como medidas ativas a divisão de setores de responsabilidade, o estabelecimento de uma guarda interna do local e o posicionamento do armamento coletivo. Como medidas passivas temos principalmente a execução de uma perfeita camuflagem, a dispersão e o aproveitamento judicioso do terreno.

b. A segurança inicial da zona de estacionamento é proporcionada pela vanguarda, flancoguarda e retaguarda. Porém, conforme seu estudo de situação, o comandante do batalhão pode determinar que a companhia ocupe uma linha de postos avançados e o lançamento de patrulhas de ligação a fim de manter a vigilância no perímetro externo à zona de estacionamento.

5-13. ABANDONO DO ESTACIONAMENTO

a. Para a Cia deixar a zona de estacionamento e reiniciar o movimento, os mesmos procedimentos do início da marcha devem ser tomados para a organização da coluna.

b. Se a partida for durante a noite, medidas para a preservação da disciplina de luzes e ruídos devem ser adotadas.

c. Todos os locais de latrinas e detritos são fechados e removidos quaisquer indícios de presença de tropa.

d. Após a Cia deixar a área de estacionamento, uma equipe da seção de comando percorre toda a área para inspecionar o local e corrigir as irregularidades encontradas.

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CAPÍTULO 6

OFENSIVA

ARTIGO I GENERALIDADES

6-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Somente a ação ofensiva conduz a resultados decisivos na guerra. É através dela que uma força mantém sua liberdade de ação; exercita a iniciativa de que é dotada e impõe a sua vontade ao inimigo; explora as deficiências desse inimigo e as rápidas mudanças de situação; seleciona o local conveniente e o momento oportuno para o combate e enfrenta ocorrências imprevistas.

6-2. MISSÃO

a. A missão da companhia de fuzileiros na ofensiva é cerrar sobre o inimigo para destruí-lo ou capturá-lo, empregando o fogo, o movimento e o combate aproximado.

b. Normalmente, a companhia de fuzileiros recebe a missão do batalhão que, em principio, deve ser simples e precisa em termos de ações a serem realizadas.

c. O sucesso de uma ação ofensiva exige a concentração de um superior poder de combate no local e momento decisivos e a rápida aplicação desse poder para destruir o inimigo.

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6-3. FINALIDADES

As operações ofensivas são executadas com uma ou mais das seguintes finalidades:

a. Destruir as forças inimigas; b. Conquistar acidentes capitais do terreno; c. Obter informações sobre o inimigo; d. Privar o inimigo de recursos que lhe sejam necessários; e e. Desviar a atenção do inimigo de outras áreas.

6-4. TIPOS DE OPERAÇÕES

Os tipos de operações ofensivas são as seguintes: a. Marcha para o combate; b. Reconhecimento em força; c. Ataque; d. Aproveitamento do êxito; e e. Perseguição.

6-5. FUNDAMENTOS DA OFENSIVA

a. Os fundamentos da ofensiva constituem a plena aplicação dos princípios de guerra às situações de combate ofensivo e servem como um guia geral para o emprego da companhia em operações dessa natureza.

b. Os fundamentos da ofensiva são: (1) Estabelecer e manter o contato; (2) Esclarecer a situação; (3) Explorar as deficiências do inimigo; (4) Controlar os acidentes capitais do terreno; (5) Conservar a iniciativa; (6) Neutralizar a capacidade de reação do inimigo; (7) Progredir pelo fogo e movimento; (8) Manter a impulsão do ataque; (9) Concentrar um superior poder de combate em local e momento

decisivos; (10) Aproveitar o êxito; e (11) Manter a integridade e a segurança da força.

c. Para maiores esclarecimentos, consultar o manual C 7-1 EMPREGO DA INFANTARIA.

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6-3

ARTIGO II MARCHA PARA O COMBATE

6-6. GENERALIDADES

a. A marcha para o combate é o movimento tático realizado na direção do inimigo com a finalidade de estabelecer o contato ou restabelecê-lo, quando perdido, e/ou assegurar vantagens para operações futuras.

b. A Marcha para o Combate consiste no deslocamento de uma força de uma região para outra, sob condições de combate, preservando continuamente sua liberdade de ação, a fim de que possa concentrar seus esforços no momento oportuno e na região mais favorável. Não compreende o movimento de tropa por ar ou mar, em que sua segurança fica a cargo das forças aéreas ou navais.

c. A Marcha para o Combate termina quando essa força estabelece o contato com uma resistência inimiga de tal ordem que obrigue o desdobramento da força, a concentração das ações e a realização de um ataque ou atinge os objetivos de marcha

6-7. CLASSIFICAÇÃO

a. Quanto à segurança (1) Coberta - A marcha coberta é realizada quando existe uma tropa

amiga interposta entre o inimigo e a tropa que a realiza, proporcionando segurança ao deslocamento.

(2) Descoberta - A marcha descoberta é realizada quando não há uma tropa interposta, ou quando a segurança por ela proporcionada não for suficiente.

b. Quanto aos tipos de contato (fases) (1) Primeira fase (contato remoto) – situação até a linha da pior

hipótese, que é uma linha de controle ou região estabelecida pelo escalão superior aquém da qual o inimigo terrestre não tem possibilidade física de atuar.

(2) Segunda fase (contato pouco provável) – situação entre a linha da pior hipótese e a linha de provável encontro, que é a linha do terreno também estabelecida pelo escalão superior onde admite-se o encontro com os primeiros elementos inimigos, mesmo os de reconhecimento;

(3) Terceira fase (contato iminente) – situação em que a companhia pode, a qualquer momento, sofrer a ação terrestre do inimigo.

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6-8. FORMAÇÕES

a. Coluna de Marcha – Essa formação é adotada durante a fase de contato remoto. As medidas administrativas devem prevalecer, desde que visem a facilitar e acelerar o movimento, conservando o poder combativo da força. O movimento é feito freqüentemente em estradas e motorizado. A companhia utiliza-se das viaturas disponíveis para seu deslocamento. Devem ser previstas medidas que proporcionem segurança contra a aviação inimiga e contra a ação de guerrilheiros, se for o caso.

b. Coluna Tática – Essa formação é adotada durante a fase do contato pouco provável. Considerações táticas e administrativas ocorrem paralelamente. A companhia é grupada taticamente. Isto significa que os reforços já se deslocam com a companhia e as frações do pelotão de apoio junto ao pelotão que será apoiado. Devem ser tomadas medidas que proporcionem o máximo de segurança à companhia e facilitem a pronta adoção das formações de combate ou a ocupação de uma zona de reunião ou posição de ataque.

c. Marcha de Aproximação – Essa formação é adotada durante a fase do contato iminente. As considerações táticas prevalecem e a companhia, além de grupada taticamente, será desdobrada, adotando um dispositivo de combate em largura e profundidade adequado ao terreno e à situação. A marcha de aproximação termina quando o contato com o inimigo é estabelecido ou é ocupada uma posição de ataque.

6-9. FORÇAS DE SEGURANÇA

a. A segurança de uma força que realiza a marcha para o combate é proporcionada pelo correto escalonamento das forças que realizam a segurança do grosso:

(1) Força de cobertura: lançada pelo escalão brigada ou superior, normalmente tropas de cavalaria mecanizada;

(2) Forças de proteção: vanguarda, flancoguarda e retaguarda.

b. O batalhão realizando a marcha de aproximação pode integrar o grosso ou constituir uma das forças de proteção. Quando integrar o grosso de uma brigada pode receber a missão de destacar uma companhia para cumprir a missão de flancoguarda ou retaguarda. O batalhão marchando isolado destaca uma companhia como vanguarda.

c. O batalhão vanguarda escalona suas forças da seguinte forma, da frente para a retaguarda:

(1) Destacamento de segurança e reconhecimento (DSR) – Lançado conforme estudo de situação, caso não haja elementos de segurança à frente ou estes não sejam capazes de fornecer o alerta e proteção desejados. É constituído por elementos de reconhecimento do

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batalhão, um pelotão de fuzileiros reforçado ou elementos de reconhecimento da brigada em reforço.

(2) Escalão de combate – Uma companhia de fuzileiros reforçada, sempre que possível, por elementos de cavalaria, engenharia e apoio de fogo.

(3) Grosso – Constituído pelo batalhão menos os elementos destacados à frente.

d. Em função da situação, o batalhão pode determinar que as companhias do 2º escalão (grosso) lancem flancoguardas valor pelotão de fuzileiros reforçado.

6-10. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

a. O controle da companhia na marcha para o combate depende principalmente do emprego correto das comunicações e da adoção adequada de medidas de coordenação e controle.

b. A companhia de fuzileiros poderá receber do batalhão as seguintes medidas de controle:

(1) Ponto inicial; (2) Hora de início do movimento; (3) Eixo de progressão; (4) Itinerário de marcha - Quando o comandante deseja que

determinada estrada ou trilha seja usada no movimento, a fim de liberá-la; (5) Região de destino - É uma região para a qual é dirigido o

movimento do segundo escalão e da qual só partirá mediante ordem; (6) Objetivo de marcha - É um acidente do terreno para o qual é

dirigida a marcha de um elemento de primeiro escalão; (7) Linha de controle - É uma linha aproximadamente perpendicular

à direção de marcha, facilmente identificável no terreno, e que facilita o controle. Ao atingir a linha de controle o elemento participa ao escalão superior que a atingiu e prossegue, sem deter seu movimento;

(8) Ponto de controle - Bifurcações, entroncamentos, cursos d’água e outros acidentes característicos. Adota-se o procedimento similar à linha de controle; e

(9) Zona de reunião

c. Os objetivos de marcha são marcados pelo batalhão atendendo normalmente a necessidades de segurança. Ao atingi-los a companhia deve conquistá-los e adotar medidas defensivas. Podem ser marcados:

(1) Em regiões que estejam, ou possam estar, em poder do inimigo e cuja posse seja necessária para o cumprimento da missão;

(2) Em regiões favoráveis à adoção de uma atitude defensiva definitiva ou momentânea, visando aguardar contato com o inimigo para em seguida atacá-lo;

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(3) Quando o percurso da marcha for longo e não puder ser concluído em uma única etapa. Nesse caso, devem ser marcados objetivos em regiões dominantes, onde devem ser estabelecidas medidas defensivas de segurança necessárias, possibilitando o descanso da tropa.

d. A companhia, deslocando-se em coluna de marcha ou tática, faz alto como prescrito nas normas gerais de ação da unidade ou como for determinado pelo comandante do batalhão. Durante a marcha de aproximação devem ser suprimidos os altos regulamentares. O comandante da unidade determina a realização dos altos em função dos fatores da decisão.

6-11. MARCHAS A PÉ

a. A companhia de fuzileiros, eventualmente, executa a fase final da marcha para o combate por meio de uma marcha a pé. Pode fazer parte do grosso ou atuar como elemento de segurança de um escalão superior.

b. A companhia como parte do grosso (1) A companhia, geralmente, realiza o movimento em coluna

tática, marchando em coluna por dois, uma coluna de cada lado da estrada, mantendo a integridade tática.

(2) Os oficiais e sargentos da companhia fazem observar uma rigorosa disciplina de marcha. A subunidade testa mantém a velocidade de marcha prescrita pelo comandante do batalhão; as demais conservam suas posições na coluna. O comandante da companhia marcha à testa de sua companhia, porém, em condições de deslocar-se para qualquer ponto onde sua presença se torne necessária.

(3) As viaturas da companhia marcham em um grupamento separado, sob controle do batalhão. O seu movimento, ordinariamente, é feito por lanços, atrás dos elementos a pé do batalhão.

(4) A marcha termina com a chegada a uma zona de reunião estabelecida no perímetro da região de destino do batalhão ou quando a companhia recebe ordem de ocupar uma posição de ataque.

c. A companhia como escalão de combate de um batalhão vanguarda

(1) A missão da companhia, como escalão de combate de um batalhão vanguarda, é evitar retardo desnecessário ao batalhão e protegê-lo contra a surpresa e a ação inimiga vindas da frente.

(2) A companhia como escalão de combate, via de regra, recebe reforço de armas AC e elementos de reconhecimento de engenharia. Caso seja reforçada por frações de cavalaria, estas devem ser empregadas combinadas com os fuzileiros com a finalidade de agregar poder de combate aos fuzileiros a pé face a possíveis resistências inimigas, proporcionando à companhia maior potência de fogo, impulsão e rapidez.

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(3) O escalão de combate é dividido de trás para a frente em: Escalão de Combate propriamente dito, Escalão de Reconhecimento e Ponta (Fig 6-1) . O comandante do escalão de combate destaca à sua frente um escalão de reconhecimento que raramente excede ao efetivo de pelotão de fuzileiros reforçado. O escalão de reconhecimento, por seu turno, destaca à frente uma ponta, constituída de um grupo de combate. As distâncias entre os diversos elementos de uma vanguarda variam de acordo com a situação, o terreno e a visibilidade. Devem permitir que cada elemento possa desenvolver-se sem sofrer séria interferência do inimigo quando o elemento precedente trava contato com o mesmo. Porém não devem ser demasiadamente grandes de modo a impossibilitar um elemento de auxiliar, com rapidez, aquele que se encontrar à sua frente.

(4) A profundidade dos vários elementos de uma vanguarda e a distância entre eles, em um deslocamento, são aproximadamente as seguintes:

Elemento Efetivo Profundidade Distância ao

elemento seguinte

Ponta Grupo de combate 50 m 200 m

Escalão de reconhecimento Pelotão (-) reforçado 75 m 400 m

Escalão de combate

propriamente dito

Companhia de fuzileiros(-) reforçada 150 m 600 m

(5) À noite, ou sob condições de pouca visibilidade, as distâncias

podem ser consideravelmente menores; em terreno descoberto elas podem ser aumentadas.

(6) Escalão de combate propriamente dito (a) O escalão de combate propriamente dito, normalmente,

consiste de uma companhia de fuzileiros reforçada menos o pelotão destacado para constituir o escalão de reconhecimento. A ligação com o escalão de reconhecimento é mantida por meio rádio ou por homens de ligação, retirados do escalão de combate. Caso a companhia seja reforçada com carros de combate, estes deverão deslocar-se junto ao escalão de combate.

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Fig 6-1. A Cia Fuz como escalão de combate de um batalhão vanguarda

DSR

Esc Rec

Esc Cmb

5 Km

200 m

400 m

600 m

Btl

Vgd

- A cargo Esc Sp

- GC

- Pel Fuz (-) Rfr

- Cia Fuz (-) Rfr

- BI (-) Rfr

Ponta

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6-9

(b) O escalão de combate geralmente marcha em coluna por dois, uma coluna de cada lado da estrada, com aproximadamente dois passos de distância entre os homens. O comandante do escalão de combate, normalmente, marcha junto aos primeiros homens do escalão de combate propriamente dito. Contudo, deve deslocar-se para qualquer ponto onde sua presença se torne necessária. Ele deve informar, com rapidez, ao comandante da vanguarda, toda mudança da situação.

(7) Escalão de reconhecimento - Compõe-se de um pelotão de fuzileiros reforçado menos o grupo de combate destacado à frente como ponta. A ligação com a ponta é mantida por meio rádio e por homens de ligação destacados à frente pelo escalão de reconhecimento. O escalão de reconhecimento marcha em coluna por dois, uma coluna de cada lado da estrada, com aproximadamente cinco passos de distância entre os homens. O escalão de reconhecimento pode ser reforçado por armas AC e elementos de engenharia. O comandante do escalão de reconhecimento usualmente desloca-se junto aos primeiros homens do mesmo, acompanhado do observador avançado da seção de morteiros do pelotão de apoio da companhia.

(8) Ponta – É constituída de um grupo de combate que, em princípio, não é reforçado. É o elemento mais avançado da vanguarda. A ponta marcha em coluna por dois, uma coluna de cada lado da estrada, com um mínimo de dez passos de distância entre os homens.

(9) Conduta (a) Um contínuo estudo de situação deve ser desenvolvido pelo

comandante de companhia e por seus comandantes de fração. Pontos importantes do terreno, regiões de passagem obrigatória e regiões que possam ser utilizadas pelo inimigo como posições de retardamento, como base de fogos ou para a realização de emboscadas devem ser reconhecidas pelos elementos mais avançados, que abandonam a estrada, adotando a formação mais apropriada, e esclarecem a situação.

(b) A companhia freqüentemente participa de combates de encontro, engajando-se por intermédio de seus primeiros elementos com uma força inimiga parada ou em movimento, sobre a qual dispõe de poucas informações. Em tais situações, as ordens breves e as ações rápidas e agressivas tornam-se imprescindíveis para conquistar e manter a iniciativa.

(c) Salvo ordem em contrário, o escalão de combate ao deparar-se com o inimigo ataca sem hesitação para destruí-lo, repeli-lo ou cercá-lo. O ataque, no combate de encontro, é caracterizado por:

((1)) Reconhecimento rápido e agressivo; ((2)) Rápido estudo de situação; ((3)) Imediata expedição de ordens fragmentárias; e ((4)) Ataque direto partindo da coluna de marcha, assim que

as frações cerrem à frente e tornem-se disponíveis para o emprego. (d) A ponta, ao encontrar a resistência inimiga, imediatamente,

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desenvolve-se e ataca. O comandante do escalão de reconhecimento, acompanhado de seus comandantes de fração, ocupa um posto de observação para acompanhar a ação. Caso a ponta não consiga vencer a resistência, o comandante do pelotão emprega o escalão de reconhecimento após um rápido reconhecimento e estudo da situação. O comandante da companhia vai à frente e, quando a situação exige, emprega o escalão de combate propriamente dito, procedendo analogamente ao comandante do escalão de reconhecimento. Sempre que possível, os escalões de reconhecimento e de combate, mantêm o inimigo sob fogos e atacam executando uma rápida ação em seu flanco, preferencialmente a uma ação frontal. Se o escalão de combate não puder reduzir a resistência inimiga, deverá imobilizá-la pelo fogo e localizar seus flancos, informando ao comandante de batalhão para que este possa intervir. Se o inimigo retrair ou for destruído sem que seja necessária a intervenção do batalhão, a companhia escalão de combate rapidamente reiniciará a progressão. De todo modo, sempre que for estabelecido contato com resistências inimigas a companhia deve informar imediatamente ao batalhão, mesmo que seja capaz de superá-las sem a ajuda deste.

(e) Ao atingir as proximidades do objetivo de marcha, a companhia reagrupa-se e ocupa uma posição de ataque. O comandante da companhia realiza um rápido reconhecimento e desencadeia um ataque. Após a conquista do objetivo, medidas defensivas e de segurança são adotadas, conforme determinação do comandante do batalhão. Esta ação será tão rápida quanto possível, em função da presença ou não do inimigo.

(10) Segurança (a) O comandante de cada elemento do escalão de combate é

sempre responsável pela segurança aproximada de sua fração. As medidas de segurança adotadas dependem da missão, do terreno e das possibilidades do inimigo.

(b) A segurança à frente pode ser proporcionada por elementos de reconhecimento do escalão superior ou pelo destacamento de segurança e reconhecimento (DSR) do batalhão. O comandante do escalão de combate, geralmente, recebe dados desses elementos avançados por intermédio do comandante da vanguarda.

(c) A segurança nos flancos da ponta e do escalão de reconhecimento, em regra, limita-se à observação desses flancos. Quando possível, uma proteção além de 600 metros é dada por flancoguardas motorizadas do escalão de combate propriamente dito. São enviadas flancoguardas aos pontos que permitam observação sobre o escalão de combate ou que proporcionem ocultação aos elementos inimigos de reconhecimento ou inquietação. Se a natureza do terreno impedir o deslocamento de viaturas através campo, as flancoguardas deixarão suas viaturas na estrada e avançarão a pé para os pontos de observação escolhidos nos flancos. Após a passagem do escalão de combate

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propriamente dito, as flancoguardas embarcam rapidamente nas viaturas e deslocam-se para a testa da coluna.

(d) Durante os altos, o escalão de combate estabelece sua própria segurança. Cada elemento, imediatamente, coloca observadores à frente e nos flancos para evitar que elementos inimigos se aproximem sem serem descobertos.

c. A companhia como vanguarda de um batalhão isolado - Quando um batalhão marcha isoladamente, seu comandante designa uma companhia de fuzileiros reforçada como vanguarda. A vanguarda é, em princípio, responsável por sua própria segurança de flanco. A missão, conduta e dispositivo desta companhia vanguarda são semelhantes aos da companhia escalão de combate de um batalhão vanguarda.

d. A companhia como flancoguarda de uma força do escalão superior

(1) A missão da companhia flancoguarda é proteger o grosso contra a observação terrestre inimiga e os ataques nos flancos. Na eventualidade de um ataque inimigo, a companhia combate para permitir o ininterrupto escoamento do grosso ou permitir-lhe tempo suficiente para desenvolver-se.

(2) A companhia flancoguarda pode ser reforçada por armas AC, morteiros, elementos de reconhecimento e de engenharia. Os observadores avançados de morteiros e de artilharia podem seguir com a companhia flancoguarda. Em geral, é posto à sua disposição material especial como minas AC, meios de destruição e de construção de obstáculos.

(3) A formação da companhia depende do terreno, disponibilidade de itinerários paralelos, possibilidades do inimigo e do processo de deslocamento usado. Quando marcha a pé, sua formação, em geral, assemelha-se ao da companhia como escalão de combate de um batalhão vanguarda. O comandante da companhia conserva uma reserva localizada em um ponto central, em condições de ser empregada quando necessário. Em virtude da dificuldade de assegurar convenientemente a proteção do grosso, a companhia flancoguarda, normalmente, é motorizada.

(4) Em função do terreno e das possibilidades do inimigo, a companhia flancoguarda pode deslocar-se paralelamente ao grosso ou ocupar uma série de posições defensivas no flanco. Uma estreita ligação é mantida com o grosso por meio de patrulhas e rádio.

(5) Quando mantém uma velocidade de marcha igual à do grosso, ela atua do mesmo modo que o escalão de combate do batalhão vanguarda. Quando ocupa uma série de posições defensivas, ela cobre as prováveis vias de acesso do inimigo até que o grosso se escoe. Pode construir barricadas e outros obstáculos nas vias de acesso ao flanco exposto, aproveitando-se das cristas, cursos de água e desfiladeiros. Atuando desse modo, a flancoguarda é parcialmente motorizada e ocupa as

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posições escolhidas, realizando uma série de deslocamentos em que uma fração da companhia ultrapasse alternadamente a outra. A flancoguarda toma medidas de segurança terrestre semelhantes às da companhia como escalão de combate de uma vanguarda.

6-12. MARCHAS MOTORIZADAS

a. A companhia como parte do grosso de uma unidade motorizada – A companhia geralmente realiza o movimento em coluna tática, procedendo na marcha de acordo com as ordens e as normas gerais de ação. As metralhadoras pesadas da subunidade são montadas para a proteção antiaérea e cada viatura mantém um vigilante do ar. A proteção anticarro é proporcionada por elementos de apoio do batalhão.

b. A companhia como escalão de combate motorizado de um batalhão (Fig 6-2)

(1) A companhia de fuzileiros como escalão de combate motorizado de um batalhão vanguarda, em regra, é precedida pelo destacamento de segurança e reconhecimento (DSR) do batalhão ou elementos de reconhecimento do escalão superior. Esses elementos, que têm a missão de localizar o inimigo, marcham à frente do escalão de combate, mantendo-se a uma distância suficiente para permitir-lhe desembarcar e desenvolver-se (5 km ou mais).

(2) O escalão de combate destaca o escalão de reconhecimento (pelotão de fuzileiros reforçado), que precede o escalão de combate propriamente dito de, aproximadamente, 5 minutos. O escalão de reconhecimento não destaca uma ponta como o faz na marcha a pé. Porém, o comandante da companhia mantém ligação com os elementos de reconhecimento avançados por meio de patrulhas e do rádio.

(3) Os processos de controle e de ação são semelhantes aos usados pela companhia a pé. Em virtude da rapidez do deslocamento, uma estreita ligação entre os vários elementos da coluna deve ser mantida, para evitar que a coluna cerre por ocasião de altos imprevistos. As distâncias entre as viaturas e entre os elementos do escalão de combate dependem da visibilidade, do terreno e das possibilidades do inimigo.

c. A companhia como vanguarda motorizada de um batalhão isolado - A missão, dispositivo, composição e conduta de uma companhia vanguarda motorizada são semelhantes aos de uma companhia como escalão de combate motorizada de um batalhão vanguarda.

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Fig 6-2. A Cia Fuz com escalão de combate na marcha motorizada

d. A companhia como flancoguarda motorizada (1) Quando o grosso realiza marcha motorizada, a missão e a

organização da flancoguarda motorizada são semelhantes às da companhia flancoguarda a pé. A companhia flancoguarda desloca-se por um itinerário paralelo conveniente, adotando um dispositivo semelhante ao de escalão de combate de um batalhão vanguarda motorizado.

(2) Quando o grosso marcha a pé, a missão e composição da companhia flancoguarda motorizada são semelhantes às da companhia

DSR

Esc Rec

Esc Cmb

5 Km

5 Min

10 Min

Btl

Vgd

- A cargo Esc Sp

- Pel Fuz Mtz (-) Rfr

- Cia Fuz Mtz (-) Rfr

- BI Mtz (-) Rfr

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flancoguarda a pé. Ela se fraciona em uma série de elementos motorizados. O controle é realizado do mesmo modo que na flancoguarda a pé. A companhia flancoguarda motorizada atua ocupando posições sucessivas que bloqueiam as possíveis vias de acesso do inimigo. A ocupação dessas posições no flanco, em regra, deve preceder a marcha do grosso. Elementos de engenharia são empregados para auxiliar a construção de barricadas e de outros obstáculos. Quando a cauda do grosso ultrapassa uma determinada posição da flancoguarda, o elemento motorizado que a ocupa desloca-se para nova posição localizada à frente da ocupada por outros elementos da flancoguarda. Em caso de ataque, o comandante do grosso é notificado e a flancoguarda retarda o avanço inimigo até que o grosso desenvolva ou ultrapasse um ponto determinado. O comandante da companhia da flancoguarda motorizada, em princípio, mantém uma reserva localizada em um ponto central de onde possa reforçar qualquer um de seus elementos.

6-13. MARCHAS NOTURNAS

a. Nas marchas para o combate descobertas pode ser necessário ou conveniente realizá-las ou continuá-las à noite. A companhia de fuzileiros pode receber ordem de iniciar ou prosseguir a marcha a pé ou em viaturas durante a noite, para preservar o sigilo, conquistar o terreno ou evitar que o inimigo tenha tempo de organizar posições retardadoras.

b. A formação adotada na marcha para o combate descoberta, durante a noite, depende das informações existentes sobre o inimigo, do processo de deslocamento, do grau de visibilidade e do terreno. Geralmente é usada a coluna cerrada e a distância entre os elementos é menor que no deslocamento diurno. Devem ser usadas medidas para manter a direção e o controle.

c. Na marcha para o combate descoberta à noite, o sigilo é de suma importância. As medidas para preservação do sigilo nesse tipo de marcha compreendem o uso restrito de luzes, a redução dos ruídos ao mínimo, a observância da correta utilização do rádio até o contato com o inimigo e medidas passivas de proteção antiaérea. Particular atenção é dada à segurança.

d. A marcha para o combate coberta à noite, é conduzida do mesmo modo que a realizada durante o dia. Os movimentos noturnos são feitos quando a superioridade aérea ou a artilharia do inimigo impedem os deslocamentos diurnos ou se deseja reajustar o dispositivo da tropa, conservando-se o sigilo.

e. Em boas estradas, a velocidade de marcha da tropa a pé, à noite, aproxima-se à da velocidade durante o dia. Em estradas de difícil

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transitabilidade, em noites de pouca visibilidade ou sob condições atmosféricas desfavoráveis, a velocidade de marcha é consideravelmente reduzida, tanto nas marchas a pé como nas motorizadas.

f. A perda de direção pode dividir uma coluna em várias partes, ocasionando a perda do sigilo ou impedir que seja atingido o objetivo da marcha antes do clarear do dia, o que pode ocasionar o não cumprimento da missão. Se o tempo e a situação permitirem, será feito um reconhecimento do itinerário durante o dia. Caso isso não seja possível, o comandante da companhia faz um estudo na carta para escolher os objetivos de marcha e outros pontos característicos do terreno que possam auxiliar a manter a direção na marcha noturna.

g. Durante a noite, os comandantes fiscalizam a disciplina de marcha, a manutenção do controle, da ligação e da direção. Os elementos do primeiro escalão balizam cuidadosamente os itinerários e colocam guias para auxiliar os elementos seguintes. Durante o movimento em noite escura, podem ser usados meios de identificação especiais para evitar que os elementos se percam.

6-14. APOIO DE ENGENHARIA

A companhia pode receber um pelotão de engenharia em reforço ou apoio direto. Esta fração deve ser empregada junto ao escalão de combate para realizar reconhecimentos especializados e abrir passagens em obstáculos naturais e nos artificiais por ventura lançados pelo inimigo ou pode apoiar as flancoguardas. Em qualquer situação, a companhia é sempre responsável pela sua segurança. Nos grandes altos, nos objetivos de marcha e nas zonas de reunião podem ser lançados obstáculos de proteção.

6-15. COMANDO E CONTROLE

a. O comandante da companhia posiciona-se onde melhor possa controlar a coluna, geralmente à frente. A observância de adequadas medidas de coordenação e controle e o judicioso emprego dos meios de comunicações garantem o controle necessário e possibilitam o exercício do comando na marcha para o combate.

b. O meio de comunicação mais utilizado é o rádio, devido à mobilidade e à rapidez das ações. Nas fases de contato remoto e pouco provável, a prescrição rádio deve ser silêncio. Quando o contato for iminente o grosso do batalhão deve permanecer em silêncio e o escalão de combate passa a restrito. O comandante de companhia pode determinar, então, que o pelotão do escalão de reconhecimento passe a restrito e os demais

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pelotões permaneçam em silêncio. Ao estabelecer o contato com o inimigo o rádio passa a livre.

c. Mensageiros especiais motorizados são largamente utilizados devido à rapidez das ações e necessidade de ligações seguras.

d. Meios físicos somente são lançados nas regiões de destino, objetivos de marcha e grandes altos.

6-16. APOIO DE FOGO a. O apoio de fogo na marcha para o combate se caracteriza pelo seu

desencadeamento imediato para apoiar as ações dos elementos de 1º escalão, normalmente combates de encontro. A designação dos alvos deve ser feita com rapidez e precisão pelos observadores avançados ou comandantes de fração de apoio.

b. Coluna de Marcha (1ª Fase) - O pelotão de apoio desloca-se enquadrado na companhia, no local e formação determinados pelo comandante da subunidade. As viaturas se deslocam, com o material, nos trens de combate do batalhão.

c. Coluna Tática (2ª Fase) - As seções deslocam-se enquadradas no pelotão de apoio, porém, determinadas frações de armas AC poderão passar a reforçar o pelotão de fuzileiros mais avançado. Normalmente, as viaturas deslocam-se por pequenos lanços, agrupadas à retaguarda dos elementos a pé da companhia.

d. Marcha de Aproximação (3ª Fase) (1) As viaturas ficam sob o controle direto do comandante do

pelotão de apoio. Elas deslocam-se, em geral, por lanços, na cauda dos elementos a pé. No fim de cada lanço, elas devem procurar, sempre que possível, cobertas e abrigos para sua proteção. Caso o escalão de reconhecimento receba alguma fração do pelotão de apoio em reforço, uma viatura com reboque poderá se deslocar por lanços, à retaguarda do escalão de reconhecimento. As armas poderão ser transportadas a braço, caso o deslocamento seja através de terreno sujo ou acidentado, ou quando haja perigo das viaturas prejudicarem o sigilo do movimento, caso observado principalmente em marchas noturnas.

(2) Seção Anticarro (a) Normalmente uma peça é colocada em reforço ao escalão

de reconhecimento. A seção (-) é empregada em ação de conjunto, marchando junto ao escalão de combate.

(b) O comandante do pelotão de apoio poderá deixar uma viatura com reboque com a peça. Esta viatura se deslocará por lanços, à retaguarda do escalão de reconhecimento.

(3) Seção de Morteiros

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(a) A seção se desloca enquadrada no escalão de combate. Normalmente atua em ação de conjunto, podendo, eventualmente, ser empregada em apoio direto ao escalão de reconhecimento.

(b) A viatura da seção desloca-se por lanços, com o material e munição, à retaguarda do escalão de combate.

(c) O observador avançado da seção acompanha o escalão de reconhecimento.

(d) Sempre que a coluna pára por imposição do inimigo, a seção entra em posição.

(e) Dependendo da provável ação do inimigo, do seu valor e também do terreno, poderá ser determinado à seção de morteiros que ocupe posições de tiro sucessivas, a fim de fornecer apoio imediato caso haja o contato com o inimigo. Os deslocamentos e entradas em posição sucessivas devem ser coordenados com os deslocamentos do pelotão de morteiros do batalhão.

6-17. APOIO LOGÍSTICO

a. Trens da subunidade - Marcham juntos com a companhia, normalmente à retaguarda da formação. O subcomandante da companhia deslocar-se-á o mais à retaguarda possível da coluna de marcha, à frente apenas da viatura de manutenção, de forma a auxiliar no controle da companhia.

b. Refeições – Durante as duas primeiras fases da marcha, o Gp Ap Dto Sup Cl I, ainda centralizado na companhia de comando e apoio, se desloca com o destacamento precursor do batalhão para preparar a refeição a fim de que a tropa possa se alimentar ao chegar no seu destino ou nos locais de grande alto. Poderá também permanecer na última região de destino para confecção das refeições, devendo executar seu movimento de modo a encontrar a coluna de marcha na região do grande alto para distribuição da refeição. Durante a marcha de aproximação, normalmente, será consumida a ração operacional.

c. Suprimento CIasse III – Há previsão de elevado consumo. As viaturas deverão ser reabastecidas pela viatura cisterna do trem de combustível que percorre a coluna de marcha por ocasião dos altos.

d. Suprimento Classe V (munição) – Nas fases iniciais da marcha para o combate não há previsão de elevado consumo de munição. O furriel deve aproveitar todas as paradas para realizar o ressuprimento dos elementos de primeiro escalão a fim de que cheguem aos objetivos finais com a dotação completa, pois é nesse momento que há a maior possibilidade de confronto com o inimigo.

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d. Saúde - A turma de evacuação, quando em apoio direto à subunidade, se desloca numa das últimas posições da coluna de marcha de forma a socorrer os militares que necessitem de assistência médica. Os feridos permanecerão à margem do itinerário de marcha aguardando a passagem do trem de saúde do batalhão, para o atendimento médico.

ARTIGO III RECONHECIMENTO EM FORÇA

6-18. GENERALIDADES

a. O reconhecimento em força é uma operação de objetivo limitado, executada com a finalidade de esclarecer a situação.

b. A missão da companhia no reconhecimento em força é revelar e testar o dispositivo do inimigo, seu valor, sua composição e suas peculiaridades e deficiências. É uma operação de busca de dados que auxiliem ao comandante do batalhão na tomada de decisão.

c. Embora a infantaria blindada, pela sua mobilidade e potência de fogo, seja a tropa mais apta, a companhia de fuzileiros poderá realizar o reconhecimento em força, enquadrada em uma ação do batalhão ou, mediante ordem deste, isoladamente.

d. O planejamento, a organização dos meios e a execução de um reconhecimento em força são semelhantes ao ataque, respeitando-se o tempo disponível e a finalidade da operação.

6-19. FORMAS

a. Um ataque com objetivo limitado - Neste caso, a ação pode ser dirigida exclusivamente sobre uma determinada área da qual o comando deseja rápidas e precisas informações, ou pode constituir-se de uma série de ataques que não passem de sondagens agressivas, desencadeadas ao longo de toda a frente ou em parte do dispositivo inimigo;

b. Uma incursão - Ao contrário da forma anterior, é uma ação desencadeada contra uma posição inimiga, sem a idéia de conquistar o terreno. Consiste em introduzir no dispositivo inimigo uma força capaz de realizar uma ação rápida e violenta, cujo vulto seja suficiente para forçar o inimigo a revelar suas posições, o tempo de reação de suas reservas, seus planos de fogos, etc. Após esta ação, segue-se um rápido retraimento para as linhas amigas. A incursão pode ser aeromóvel, aeroterrestre ou caracterizar-se por uma varredura com carros de combate.

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6-20. EXECUÇÃO

a. Durante a realização de um reconhecimento em força, qualquer que seja a forma adotada, a companhia deve:

(1) Estar preparada para aproveitar todo e qualquer êxito porventura obtido, seja prosseguindo no ataque seja mantendo o terreno conquistado;

(2) Evitar engajar-se decisivamente no combate. Contudo, uma vez engajada, utilizar-se de todos os meios possíveis para obter o desengajamento;

(3) Designar elementos com a finalidade precípua de monitorar a reação inimiga a fim de colher o máximo de dados para ações futuras; e

(4) Informar quanto às características e localização de alvos adequados a serem batidos pelas armas de apoio de fogo e pela força aérea, ficando em condições de completar a destruição desses alvos.

b. Uma vez cumprida a missão e conforme a situação que se apresentar, a companhia pode:

(1) Permanecer em contato com o inimigo, mantendo as posições atingidas e em condições de apoiar a ultrapassagem de uma outra força;

(2) Retrair para suas posições iniciais; e (3) Prosseguir no ataque.

ARTIGO IV ATAQUE

6-21. GENERALIDADES

a. O ataque é o principal tipo de operação ofensiva da infantaria, caracterizado pelo emprego coordenado do fogo e do movimento para a conquista de objetivos.

b. O ataque requer a observância de todos os princípios de guerra, em particular a manobra, a simplicidade, a surpresa e a massa.

6-22. TIPOS DE ATAQUE

a. Ataque coordenado (1) A realização de um ataque coordenado exige tempo suficiente

para permitir o planejamento completo e minucioso da operação, a execução de reconhecimentos detalhados, a transmissão de ordens e outras providências necessárias ao seu desencadeamento.

(2) Normalmente, a companhia participa de ataques coordenados realizados por escalões superiores.

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b. Ataque de oportunidade (1) O ataque de oportunidade é um ataque imediato, realizado

após rápido reconhecimento, sendo essenciais a manutenção da velocidade e da impulsão. Pode ser realizado contra forças paradas ou em movimento.

(2) O ataque se caracteriza pela imediata expedição de ordens fragmentárias pelo comandante, destinadas aos elementos de manobra e apoio de fogo, privilegiando a rapidez, a iniciativa e a manutenção da impulsão.

(3) A diferença básica entre este e o ataque coordenado reside no tempo disponível para o planejamento da operação. O tempo necessário para sua preparação é da ordem de 1/3 a 1/2 do exigido pelo ataque coordenado.

(4) A companhia pode realizar um ataque de oportunidade isoladamente ou enquadrada no batalhão.

6-23. FORMAS DE MANOBRA

a. A companhia participa das seguintes formas de manobra ofensiva desenvolvidas pelo batalhão e escalões superiores: ataque frontal, penetração, desbordamento, envolvimento e infiltração.

b.. A companhia pode atacar os objetivos mediante uma ação frontal ou de flanco. Sempre que possível, o comandante de companhia deve priorizar as ações de flanco, procurando atingir o inimigo onde ele é mais fraco. (Fig 6-3)

c. Para maior detalhamento acerca das formas de manobra ofensivas consultar o manual C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA.

6-24. PLANEJAMENTO DO ATAQUE

a. Recebimento da missão - Enquanto a companhia se prepara para o ataque (de preferência sob a fiscalização do subcomandante), seu comandante dirige-se ao posto de comando do batalhão para receber ordens, acompanhado do comandante do pelotão de apoio, do auxiliar de comunicações, de um rádio-operador e de um mensageiro. A ordem do batalhão prescreve se a companhia inicialmente faz parte do escalão de ataque ou se fica em reserva e quais os elementos que terá em apoio e/ou em reforço. Se a companhia fizer parte do escalão de ataque, receberá a direção geral do ataque, uma zona de ação e um ou mais objetivos.

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Fig 6-3. Ação frontal e de flanco da companhia no ataque

b. Normas de comando (1) Providências Iniciais

(a) Antes de deixar o local onde foi recebida a ordem do batalhão, o comandante da companhia mantém breves entendimentos com os comandantes dos elementos vizinhos e de apoio, estabelecendo as bases para uma futura troca de informações por meio de entendimentos pessoais ou de mensagens. Dos comandantes que não estiverem presentes, obtém informações, pelos meios de comunicação ou por elementos de ligação.

(b) O comandante da companhia procura obter do comandante da tropa em contato a exata localização dos elementos a serem ultrapassados pela companhia e dados e conhecimentos pormenorizados sobre a localização e atividades inimigas, como por exemplo: posições de armas automáticas, postos de observação, armas anticarro, campos de minas, elementos de organização do terreno e recentes ações de patrulhas.

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(c) Dos comandantes dos elementos de apoio, ele necessita saber o posicionamento e os alvos de suas respectivas armas, a fim de evitar o fratricídio e melhor localizar as armas de apoio da companhia.

(2) Observação e Planejamento do reconhecimento (a) O Cmt Cia escolhe um posto de observação que

proporcione o máximo de vistas sobre a zona de ação da companhia e proteção suficiente para a reunião de seus oficiais por ocasião da expedição da ordem de ataque. A escolha é feita com a necessária antecedência para dar tempo a que os comandantes de pelotão sejam levados até o posto por um mensageiro.

(b) O Cmt Cia realiza um estudo em sua carta, estuda o terreno e escolhe um itinerário para seus reconhecimentos. Em seguida, determina a hora e o local de expedição da ordem.

(3) Reconhecimento (a) Durante o reconhecimento o comandante estuda

detalhadamente o terreno, concluindo sobre seus efeitos sobre as nossas operações e as do inimigo. O terreno é estudado identificando-se a zona de ação da subunidade, levantando-se as restrições ao movimento, selecionando-se as vias de acesso e/ou corredores de mobilidade dentro da zona de ação da subunidade e avaliando-se cada uma delas quanto a observação e campos de tiro, cobertas e abrigos, obstáculos, acidentes capitais, espaço para a manobra, facilidade para o movimento, rede viária e outros aspectos que o comandante julgue relevantes.

(b) O comandante da companhia estuda também as possíveis localizações das posições inimigas e suas armas de apoio. Anota os itinerários ou zonas onde a observação ou o fogo inimigo são mais limitados pelo terreno e parecem favorecer mais o acesso às posições inimigas. Avalia o auxílio que lhe podem prestar os fumígenos e os fogos das armas de apoio, e anota os locais onde suas próprias armas podem ser instaladas para apoiarem o deslocamento dos pelotões de fuzileiros. Considera, também, em que posição os elementos vizinhos ficarão inicialmente em relação à sua companhia e conclui se os seus flancos estarão protegidos ou expostos. Observa o terreno que favorece ao inimigo, cobertas e abrigos dos quais possa lançar contra-ataques de surpresa, quando o ataque estiver em curso.

(4) Estudo de Situação (a) O estudo de situação é um processo de raciocínio pelo qual

o comandante decide por uma linha de ação para cumprir sua missão. O comandante da companhia leva em consideração sua missão o inimigo, o terreno, os seus meios e o tempo disponível. O planejamento é baseado nas informações existentes, no esforço de busca, no reconhecimento pessoal, bem como no reconhecimento feito pelos comandantes de fração. Pesando esses fatores, decide como empregar a companhia para cumprir a missão recebida.

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(b) O comandante da companhia, ao planejar o ataque, procura concentrar seus meios de modo a favorecer o elemento do escalão de ataque que utilizar a via de acesso que incide sobre o ponto decisivo do terreno de acordo com a missão atribuída à companhia.

(c) O restante do escalão de ataque deve ser empregado nas demais vias de acesso e/ou corredores de mobilidade restantes da zona de ação da companhia. Isto forçará o inimigo a dispersar seus meios, impossibilitando-o de concentrar sua potência defensiva contra um único elemento de ataque.

(d) Dispositivo ((1)) O dispositivo para o ataque é função da missão da

companhia, da largura da zona de ação, dos reforços e apoio de fogos, do conhecimento que se tem da localização do inimigo e da necessidade de segurança. (Fig 6-4 )

((2)) Adotando um dispositivo com dois pelotões de fuzileiros no escalão de ataque e um em reserva, a companhia pode desencadear um ataque inicial potente e, ao mesmo tempo, manter uma reserva que poderá influir em uma ação futura; este dispositivo é o mais empregado.

((3)) O dispositivo com um pelotão de fuzileiros no escalão de ataque e dois em reserva é indicado quando a companhia recebe uma zona de ação muito estreita, quando está atuando com flanco exposto, ou quando a situação inimiga é obscura. Neste caso, a companhia pode adotar um dos dispositivos seguintes: pelotões sucessivos; em escalão, quando há um flanco exposto; ou em cunha, quando ambos os flancos se acham expostos.

((4)) A situação e o terreno podem exigir o emprego de três pelotões no escalão de ataque, porém, não obrigatoriamente no mesmo alinhamento. Um dispositivo inicial de ataque com os três pelotões de fuzileiros em linha é excepcional, podendo ser empregado quando a companhia recebe uma zona de ação bastante larga e a situação do inimigo é conhecida.

(e) Durante seu estudo de situação, o comandante de companhia também deve analisar a possibilidade de, após a transposição da linha de partida, defrontar-se com obstáculos artificiais lançados pelo inimigo que venham a deter a progressão. Fruto desta análise, ele pode previamente estabelecer procedimentos a serem adotados para a abertura de passagens, os quais devem incluir: dispositivo a ser adotado pelos pelotões de fuzileiros; emprego das armas de apoio; e segurança dos elementos de engenharia.

(5) Ordens (a) Após completar seu estudo de situação, o comandante da

companhia emite a sua ordem, cuja expedição deve permitir aos comandantes subordinados o máximo de tempo para realizarem seus

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próprios reconhecimentos, emitirem suas ordens e colocarem suas frações em condições para o ataque.

Fig 6-4. Dispositivos da companhia no ataque

(b) Para a emissão de sua ordem de ataque, o comandante da

companhia reúne os comandantes de pelotão e de elementos em reforço, o auxiliar de comunicações e, quando as condições permitem, os sargentos adjuntos dos pelotões e os comandantes de seção do pelotão de apoio. Em geral, a ordem é emitida de um ponto do qual a parte mais importante do terreno possa ser vista e mostrada. Quando houver premência de tempo e os comandantes subordinados estiverem muito afastados, o comandante da companhia emite sua ordem verbalmente ou por escrito, sob a forma de ordens particulares. O comandante da companhia dará conhecimento de sua ordem ao seu subcomandante logo que possível. Caso haja frações em contato com o inimigo, seus comandantes não devem ser chamados para receber ordens.

(c) A ordem de ataque da companhia compreende: ((1)) Informações sobre as tropas amigas e inimigas. A

informação sobre a tropa amiga deve incluir a localização e ações dos

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elementos de apoio, vizinhos e outros que tenham relação direta com o ataque da companhia;

((2)) Missão da companhia, hora de ataque, direção de ataque, linha de partida e dispositivo inicial;

((3)) Missões específicas para cada pelotão do escalão de ataque, para o pelotão de apoio e elementos em reforço;

((4)) Procedimentos para abertura de passagens em obstáculos;

((5)) Localização da reserva e, se possível, seu provável emprego;

((6)) Instruções para a conservação da ligação e proteção dos flancos;

((7)) Instruções para a consolidação e reorganização após a conquista dos objetivos;

((8)) Localização do posto de refúgio de feridos e do posto de remuniciamento da companhia, bem como outras prescrições relativas às atividades logísticas;

((9)) Localização (inicial e subseqüente) do posto de comando da companhia e os locais inicial e subseqüentes onde poderá ser encontrado o comandante da companhia.

(d) O comandante de companhia deve utilizar ao máximo, na emissão das suas ordens, todos os meios de orientação disponíveis ou improvisados, tais como: cartas, esboços, fotografias aéreas, imagens de satélite e, quando o tempo for suficiente, caixões de areia. Para o modelo de uma ordem de ataque da companhia, ver o Anexo A

(6) Fiscalização – Após a emissão da ordem, o comandante da companhia fiscaliza os preparativos para o ataque, certificando-se de que todos compreenderam suas missões. As ordens somente têm o máximo de eficácia quando cada homem da companhia compreende o que deve fazer, bem como onde, quando, como e por que, além da intenção do comandante da subunidade, caso seja emitida.

6-25. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

a. Zonas de reunião (1) Zonas de reunião são os locais onde os elementos de uma

tropa se reúnem a fim de fazer os preparativos para o ataque. Se possível, as zonas de reunião são localizadas à pequena distância (aproximadamente 1 hora de marcha) da posição de ataque.

(2) As características desejáveis de uma zona de reunião são: (a) Ocultação da observação aérea e terrestre inimiga; (b) Proteção contra os tiros diretos; (c) Espaço suficiente para a dispersão adequada de todos os

elementos orgânicos, em reforço e em apoio à unidade;

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(d) Dois ou mais itinerários de entrada e saída, em boas condições;

(e) Solo consistente e locais de manobra e, de estacionamento de viaturas;

(f) Obstáculos naturais para a proteção contra os ataques de carros

(3) O comandante do batalhão fixa a zona de reunião da companhia, no âmbito da zona do batalhão. Sua escolha se faz após ser considerado o provável emprego da companhia. O comandante da companhia, da mesma maneira, determina os locais a serem ocupados por seus pelotões. ( Fig 6- 5)

Fig 6-5. A companhia na zona de reunião do batalhão

b. Posições de ataque - É a última posição coberta e abrigada ocupada pelos elementos atacantes antes de transporem a linha de partida. O comandante da companhia escolhe o exato local no terreno da posição de ataque após o comandante do batalhão ter fixado a linha de partida. Essa escolha depende do terreno e do plano de ataque. Quando há necessidade de coordenação especial, o comandante do batalhão pode determinar a posição de ataque da companhia. Além de proporcionar

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proteção contra o fogo das armas portáteis e ocultação da observação terrestre, a posição de ataque deve facilitar o movimento até a linha de partida e ter uma área suficiente para comportar toda a companhia no dispositivo inicial de ataque prescrito pelo seu comandante. As posições dos pelotões do escalão de ataque e a posição inicial do pelotão reserva ficam dentro dessa área, sendo a sua localização geral fixada pelo comandante de companhia, de acordo com o seu plano de manobra. O local exato de cada pelotão dentro da área que lhe for atribuída é determinado pelo seu comandante.

c. Hora do ataque – Indica a hora de transposição da linha de partida pelo escalão de ataque. Em geral, consta da ordem do batalhão. O comandante da companhia prevê o tempo necessário ao deslocamento da companhia da zona de reunião até a linha de partida, passando pela sua posição de ataque. O início do ataque pode ser coordenado prescrevendo-se um horário para que as frações se desloquem ou estejam prontas aguardando um sinal convencionado.

d. Linha de partida - A ordem do batalhão fixa uma linha de partida de onde a companhia deve iniciar seu ataque. Sua finalidade é facilitar a coordenação e a progressão do escalão de ataque, de modo que seus elementos ataquem o inimigo da maneira e na hora desejada. A linha deve ser aproximadamente perpendicular à direção de ataque, de fácil identificação no terreno e estar em poder de forças amigas. Em certas situações a linha de partida pode ser de difícil localização no terreno. Neste caso, a companhia fixa uma hora para o início do ataque, a partir de uma posição à retaguarda (ou da própria posição de ataque), de maneira que os seus elementos de primeiro escalão transponham a linha de partida à hora prescrita na ordem do batalhão.

e. Zonas de ação e limites (1) O comandante do batalhão atribui zona de ação a suas

companhias por meio do estabelecimento de limites entre elas. A zona de ação define a responsabilidade sobre a área considerada, devendo a companhia, no ataque, encarregar-se da limpeza da mesma. Uma companhia enquadrada permanece dentro dos limites estabelecidos. Para se utilizar de uma zona de ação de outra companhia deve solicitar autorização ao batalhão e coordenar sua ação com o comandante da companhia vizinha. Para executar um ataque de flanco, por exemplo, o comandante da companhia pode precisar deslocar elementos por trás de uma companhia vizinha, mas dentro dos limites do batalhão. A utilização da zona de ação de um batalhão vizinho é feita mediante coordenação e autorização do escalão superior. Uma companhia enquadrada, normalmente, recebe uma zona de ação de 250 a 500 metros de frente.

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(2) A cada pelotão de fuzileiros do escalão de ataque é atribuída uma parte da zona de ação da subunidade, a qual é definida atribuindo-se ao pelotão um trecho da linha de partida ou uma posição de onde deva iniciar o ataque. Recebe ainda uma direção geral de ataque. Se necessário, pode ser designada uma frente dada em metros dentro da qual deve progredir. Normalmente, a frente fixada para o pelotão é de 100 a 250 metros, variando de acordo com a situação. Não são estabelecidos limites entre os pelotões, possibilitando-os a utilizar itinerários na frente atribuída aos pelotões vizinhos, desde que entrem em ligação com esses elementos.

f. Objetivos (1) A ordem de ataque do batalhão pode determinar a conquista

de um ou vários objetivos. O comandante de companhia, em seu estudo pode estabelecer objetivos intermediários, antes que o escalão de ataque atinja os objetivos impostos pelo batalhão. O tempo de parada nestes objetivos deve ser o menor possível, suficiente apenas para consolidação do objetivo e reorganização da companhia com a realização dos ajustes necessários para o prosseguimento.

(2) O comandante de companhia, como um meio de coordenação dos esforços, pode dividir seus objetivos, atribuindo porções dos mesmos aos pelotões do escalão de ataque.

(3) Além dos objetivos impostos, o comandante de companhia pode estabelecer como objetivo um acidente do terreno ou posição inimiga mais próxima, dentro de sua frente de ataque, cuja conquista seja essencial para os ataques aos objetivos seguintes.

g. Direção de ataque – Quando o comandante de batalhão deseja assegurar o cumprimento de um esquema de manobra cerradamente coordenado pode impor uma direção de ataque à companhia. É uma medida restritiva que indica a direção que deve ser seguida pelo esforço principal da subunidade.

h. Linha de controle (1) As linhas de controle devem ser nítidas no terreno, localizadas

sobre acidentes do terreno facilmente identificáveis, tais como uma linha de crista, um curso de água ou uma estrada.

(2) As linhas de controle podem ser estabelecidas pelo escalão superior ou pelo próprio comandante de companhia. São empregadas para controlar a progressão dos subordinados, que devem informar ao escalão superior quando as atingirem, sem parar, exceto se receberem ordem para tal. Uma linha de controle pode ser utilizada para limitar a progressão de um elemento.

(3) As linhas de controle podem ser empregadas também no sentido longitudinal, paralelo à direção de ataque, para indicar a que

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distância da força principal (escalão de ataque) deve operar uma força de proteção de flanco.

(4) É comum o estabelecimento de linhas de controle em operações com características especiais, como o ataque a localidade, o ataque noturno e o ataque com transposição de curso de água, dentre outras.

(5) Uma linha de controle também pode ser utilizada pelo batalhão para determinar a mudança da direção do ataque principal, em uma manobra de penetração sem a marcação de objetivos intermediários.

i. Eixo de Progressão (1) Um E Prog indica a direção geral do movimento de uma peça de

manobra. Ele pode acompanhar um acidente do terreno bem definido, como uma estrada ou uma linha de crista. Uma companhia que progride por eixo de progressão não tem a responsabilidade de limpar a área ao longo do eixo e pode ultrapassar forças inimigas que não ameacem o cumprimento de sua missão. O comandante do batalhão deve ser informado quando ocorrer tal ultrapassagem.

(2) Uma companhia pode desviar-se de seu eixo de progressão, porém os desvios de maior vulto devem ser informados ao comando do batalhão, que deve assegurar que os mesmos não interfiram na manobra ou nos fogos das subunidades vizinhas.

(3) Um E Prog é fixado quando as condições favorecem a utilização de uma determinada Via A que facilite a rápida conquista de um objetivo profundo e/ou quando não há necessidade de restrição de fogos e de movimento lateral.

(4) Uma resistência inimiga fraca ou desorganizada favorece a utilização de E Prog. A designação de um E Prog estabelece uma orientação geral ao comandante de subunidade, porém assegura-lhe considerável liberdade de ação no cumprimento de sua missão. Quando uma companhia recebe um E Prog adota a formação que melhor se adapte à situação.

(5) É comum a utilização de um E Prog por tropas blindadas em manobras de desbordamento.

j. Ponto de controle (1) Os pontos de controle são pontos de referência usados para

facilitar o controle. Podem ser escolhidos em qualquer parte da zona de ação ou ao longo de um E Prog.

(2) Utilizando-os, um comandante subordinado pode, de modo rápido e preciso, informar suas sucessivas localizações, sendo particularmente úteis nas operações de movimento rápido. Para segurança, é desejável numerar ao acaso os pontos de controle..

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l. Ponto de coordenação - É um ponto designativo de acidente do terreno, facilmente identificável, onde deve ocorrer a coordenação de fogos e/ou manobra entre duas companhias do escalão de ataque, balizando o setor de tiro das subunidades.

m. Ponto de ligação (1) Os pontos de ligação são fixados entre unidades ou

subunidades, onde o comandante deseja que as mesmas estabeleçam um contato físico entre si.

(2) Os pontos de ligação podem ainda ser utilizados para definir áreas de responsabilidade, em locais específicos, quando os limites são obviamente inadequados, como por exemplo, entre os elementos de uma força de proteção de flanco.

n. Ponto de liberação - O ponto de liberação é o local onde o comandante libera seus elementos subordinados ao controle de seus respectivos Cmt. Pode ser empregado em qualquer manobra, mas é particularmente usado no ataque noturno e na realização de uma infiltração.

6-26. PREPARAÇÃO PARA O ATAQUE

a. Antes do ataque a companhia pode receber ordem de fazer uma parada em uma zona coberta escolhida pelo comandante do batalhão, em geral, na zona de reunião do batalhão.

b. Para a ocupação da zona de reunião, o comandante da companhia determina que o encarregado de material e guias sigam com a turma de estacionamento do batalhão, a fim de evitar confusão e o retardamento de outros elementos. O encarregado de material é responsável pela repartição da zona atribuída à Cia entre os pelotões e pela colocação dos guias para orientá-los até suas respectivas zonas.

c. Quando a companhia ocupa parte da zona de reunião do batalhão, as medidas de segurança são coordenadas pelo comandante do batalhão. Essas medidas dependem do tempo de permanência na zona, das possibilidades do inimigo, da segurança proporcionada por outras forças à frente, do terreno, das armas de apoio e do material disponível. As medidas de segurança podem variar desde o estabelecimento de postos de observação (quando uma segurança conveniente for proporcionada por forças dispostas à frente) até a defesa circular organizada, incluindo todas as armas de apoio (quando é insuficiente a segurança proporcionada por forças colocadas à frente, e um forte ataque inimigo é possível).

d. Na zona de reunião os elementos e homens da companhia aproveitam as cobertas e os abrigos naturais para se protegerem da observação terrestre e aérea. Caso o terreno não disponha de abrigos, cavam-se abrigos individuais para homens deitados.

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e. A principal atividade na zona de reunião consiste nos preparativos para o ataque. A companhia recebe os elementos em reforço e são feitos reconhecimentos, planejamentos pormenorizados, coordenações e ensaios tão completos quanto possível. O material desnecessário ao combate é reunido com o encarregado de material. As viaturas necessárias juntam-se às suas frações. É dada à tropa o máximo de repouso, sem prejuízo da segurança, de recebimento das instruções necessárias e dos preparativos para o cumprimento da missão. A munição necessária ao combate é distribuídas.

6-27. EXECUÇÃO DO ATAQUE

a. Da zona de reunião à posição de ataque - O deslocamento é realizado de forma a permitir a manutenção do sigilo da operação. As posições de ataque são ocupadas durante o tempo mínimo necessário ao desenvolvimento, coordenação e preparativos finais para o ataque. Se a situação e o terreno permitirem, viaturas poderão transportar até a posição de ataque as armas e os equipamentos necessários. Porém, quando isso puder prejudicar o sigilo, as viaturas devem permanecer inicialmente na zona de reunião. O movimento dos elementos atacantes até a posição de ataque pode ser feito sob o controle do batalhão ou da companhia.

b. Da posição de ataque à linha de partida - A partir da posição de ataque, o deslocamento para a linha de partida é feito de modo a permitir que os elementos do escalão de ataque da companhia, utilizando, ao máximo, as cobertas e os abrigos, atinjam aquela linha no dispositivo prescrito para o início do ataque. Guias podem ser utilizados para balizarem passagens nos obstáculos abertos por elementos de engenharia do escalão superior.

c. Da linha de partida à posição de assalto (1) Os pelotões do escalão de ataque transpõem a linha de partida

na hora marcada, aproveitando os abrigos e as cobertas existentes no terreno e a segurança proporcionada pelos fogos de apoio. A companhia progride com uma eficaz combinação de fogo e movimento, em que os elementos de manobra apoiam a progressão uns dos outros. Se forem batidos por fogos inimigos de artilharia ou de morteiros, os pelotões deslocam-se rapidamente, atravessando ou desviando-se da zona batida. A observação inimiga para ajustagem dos tiros sobre os fuzileiros que progridem pode ser parcial ou totalmente neutralizada pelo fogo e cortinas de fumaça desencadeadas pelas armas de apoio.

(2) Quando a companhia deparar-se com obstáculos deve, inicialmente, tentar desbordá-los (Fig 6-6A). Caso não seja possível, deve proceder da seguinte forma para realizar a abertura de passagens:

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(a) As posições inimigas que realizam fogos sobre a região dos obstáculos devem ser submetidas a intensos fogos diretos e indiretos (Fig 6-6B);

(b) Os elementos de engenharia em apoio devem cerrar à frente para realizar a abertura de passagens (Fig 6-6C);

(c) Fogos fumígenos devem ser desencadeados sobre os observatórios inimigos para cobrir a realização dos trabalhos de abertura dos obstáculos (Fig 6-6D);

(d) O pelotão mais próximo do obstáculo realiza a segurança aproximada dos elementos de engenharia antes dos obstáculos e à frente dos mesmos, após a sua abertura (Fig 6-6E); e

(e) Após a abertura das passagens os elementos do escalão de assalto transpõem o obstáculo o mais rápido possível e prosseguem no ataque (Fig 6-6F).

(3) Os comandantes impulsionam energicamente os elementos avançados para se apoderarem de regiões dominantes do terreno, de onde o tiro (particularmente de armas automáticas) possa ser desencadeado sobre as posições inimigas. Em virtude da falta de uniformidade da resistência oferecida pelo inimigo, das diferenças de terreno e das variações do auxílio recebido dos fogos de apoio, alguns elementos progridem enquanto outros poderão ficar detidos. Um pelotão que não esteja detido pelo fogo deve prosseguir na progressão, mesmo que seus vizinhos se achem detidos. Esta progressão pode flanquear a resistência que detém os elementos vizinhos e possibilitar tiros de flanco com armas automáticas sobre ela, como também, permitir que as metralhadoras ocupem posições de onde possam desencadear tiros de enfiada. Pode, ainda, favorecer o emprego da reserva da companhia através dos intervalos criados para atacar o flanco ou a retaguarda do inimigo. Os núcleos de resistência obstinada são reduzidos por uma ação combinada de frente e de flanco.

(4) Durante as paradas temporárias não impostas pela ação inimiga, o comandante da companhia dá a seus subordinados instruções relativas à segurança. O máximo proveito deve ser tirado dessas paradas para reorganizar os pelotões, supri-los e preparar o prosseguimento do ataque. Devem ser tomadas medidas que reduzam ao mínimo as baixas provenientes do fogo de armas portáteis, de artilharia ou bombardeio aéreo do inimigo.

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Fig 6-6. Ações da companhia face a um obstáculo

A- Cia Fuz tentando desbordar B- Ini submetido a F diretos e indiretos

C- Elm de Eng cerram à frente D- Fumígenos para cobrir Trab Eng

E- Fuz fazem Seg aproximada F- Esc Atq prossegue no Atq

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(5) Emprego da reserva (a) No inicio do ataque, o comandante da companhia deve

manter como reserva um pelotão de fuzileiros para cumprir as seguintes missões: repelir contra ataques, substituir um elemento do escalão de ataque que tenha sofrido um grande desgaste, fazer um esforço final para a conquista do objetivo ou apoiar a progressão do escalão de ataque.

(b) O pelotão reserva deve ser mantido suficientemente próximo do escalão de ataque para permitir seu pronto emprego na exploração de um sucesso ou para repelir um contra-ataque. Se a reserva receber ordem de acompanhar o escalão de ataque por lanços, de uma posição coberta para outra, o comandante da companhia deve mantê-la dentro da distância de apoio, porém, sem deixá-la confundir-se com o escalão de ataque. Se o comandante da companhia, inicialmente, determinar que a reserva aguarde em um determinado local, ele deverá dar ordem para o seu avanço em tempo oportuno. As variações do terreno ou da situação podem exigir que o comandante da companhia modifique a maneira de dirigir o deslocamento da reserva ou altere a distância que ela deve seguir o escalão de ataque.

(c) A reserva da companhia é empregada sem hesitação para renovar o ímpeto de um ataque enfraquecido, de preferência executando uma ação desbordante e um ataque sobre um dos flancos do inimigo. Sempre que possível, deve-se evitar um ataque através de um pelotão do escalão de ataque, que esteja detido, desorganizado ou tenha sofrido excessivas baixas. A reserva deve atacar como um todo. Exceto para repelir um contra-ataque, via de regra, só será empregada depois que os pelotões detidos do escalão de ataque tiverem empenhado todos os seus meios. Uma nova reserva deve ser organizada o mais cedo possível.

(6) Auxílio aos elementos vizinhos (a) A companhia auxilia a progressão dos elementos vizinhos.

Tal auxilio é prestado quando ordenado pelo comandante do batalhão ou quando o comandante da companhia verifica que isso poderá favorecer o cumprimento de sua missão e a do batalhão. (Fig 6- )

(b) O auxílio que permite o avanço de um elemento vizinho atrasado é um meio eficaz de proteção do flanco da própria companhia,

(c) O auxilio pelo fogo e movimento, em geral, é mais eficiente que o prestado somente pelo fogo. Esses movimentos são fortemente apoiados pelos fogos das armas disponíveis, incluindo as do elemento que está sendo auxiliado. O movimento não será utilizado se vier a comprometer o prosseguimento de sua própria progressão.

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Fig 6-7. Companhia no auxílio à companhia vizinha

d. Assalto (1) Quando não mais for possível desencadear os fogos de apoio

sem perigo para o escalão de ataque, eles serão suspensos e/ou transportados, mediante ordem do comandante da companhia, por um sinal convencionado ou estimando-se o momento em que os elementos de ataque atingem a posição de assalto.

(2) A partir dessa posição, os pelotões de assalto progridem para o objetivo utilizando uma das seguintes técnicas de movimento:

(a) Movimento contínuo – Os pelotões se lançam sobre o objetivo rápida e agressivamente, desencadeando os fogos de assalto sobre os elementos inimigos, com a cooperação do fogo das metralhadoras, impedindo o inimigo de realizar fogos eficazes sobre o escalão de ataque.

(b) Movimento por lanços – Os pelotões executam lanços, combinando fogo e movimento até atingirem as posições inimigas. Essa técnica é utilizada quando os fogos do escalão de assalto e das metralhadoras não são capazes de impedir o inimigo de realizar seus fogos. Os abrigos inimigos conquistados podem ser utilizados como local para base de fogos, na conquista das demais posições.

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(c) Movimento sigiloso – Os pelotões deslocam-se de forma furtiva até o mais próximo possível do objetivo. Quando o sigilo for quebrado, passam a deslocar-se de forma contínua ou por lanços. Este tipo de movimento é particularmente utilizado em ataques noturnos ou sob condições de visibilidade reduzida.

(3) O assalto é iniciado por ordem ou sinal do comandante da companhia, repetido por todos os oficiais e sargentos, sendo impulsionado até o limite posterior do objetivo, sem dar ao inimigo oportunidade para reorganizar-se ou reforçar sua defesa. O comandante da companhia empregará todos os meios disponíveis para dar agressividade ao seu ataque e explorar, sem demora, qualquer vantagem obtida. O pelotão reserva segue à esteira do escalão de ataque realizando a limpeza dos objetivos.

e. Consolidação (1) Imediatamente após a conquista de um objetivo, a companhia

instala-se para repelir os contra-ataques, de acordo com a ordem de ataque da companhia. Seu comandante, então, faz um pronto reajustamento do dispositivo para adaptá-lo à situação. Determina o rápido deslocamento do pelotão de apoio e de quaisquer armas em reforço e coloca-os em condições de bater possíveis vias de acesso do inimigo, à frente e nos flancos do objetivo conquistado. Emprega outros fogos de apoio para proteger-se dos contra-ataques inimigos.

(2) Após a instalação dos elementos da companhia para repelir um contra-ataque, devem ser lançados elementos de segurança para alertar sobre a aproximação do inimigo, e realizar um reconhecimento para o prosseguimento do ataque, se for o caso.

(3) De acordo com a missão futura do batalhão e da subunidade, a companhia pode adotar um dos dispositivos apresentados na Fig 6-8.

f. Reorganização - Simultaneamente, o comandante da companhia determina que cada comandante de pelotão reorganize sua fração. Os homens de funções importantes que estiverem feridos são substituídos, a munição é redistribuída e a situação da companhia, inclusive dispositivo, moral, efetivo e munição, é participada ao comandante do batalhão. A munição para o remuniciamento é levada à frente por viaturas ou turmas de transporte a braço, e os baixados são evacuados. A identificação das unidades inimigas é participada e os prisioneiros são conduzidos ao posto de coleta. Ao completar a sua reorganização, a companhia deve estar com suas frações recompostas, devidamente controladas, com um suprimento de munição adequado e ter planos completos para o prosseguimento do ataque. O comandante do batalhão é informado da situação.

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Ficar ECD prosseguir ou manter

Manter

Prosseguir

(Z Reu)

(Z Reu)

(Z Reu)

(Z Reu)

(Z Reu)

(Z Reu)

Fig 6-8 . Dispositivos do Btl e da Cia na consolidação

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6-28. CONDUTA FACE ÀS AÇÕES DO INIMIGO

a. Quando a progressão é detida - Quando uma poderosa ação inimiga obriga a uma defensiva temporária em estreito contato com um inimigo forte, a companhia organiza uma posição defensiva sumária. Se possível, continuará na ação pelo fogo, até que receba auxílio de outros fogos de apoio ou até que um elemento vizinho ou de reserva flanqueie a posição inimiga. A companhia não retrai da sua posição, a não ser por ordem do comandante do batalhão. Quando a ameaça inimiga for repelida, a companhia prepara-se para prosseguir no ataque.

b. Ações face aos contra-ataques (1) Se o batalhão for contra-atacado por uma força com poder de

combate insuficiente para ameaçar o cumprimento da missão, a companhia do ataque principal poderá receber ordem de ultrapassar o inimigo, cabendo à reserva ou a uma subunidade que realize o ataque secundário a missão de bloqueá-lo ou destruí-lo.

(2) Se a força de contra-ataque tiver poder de combate suficiente para impedir o cumprimento da missão a mesma deverá ser destruída ou neutralizada por fogos, de modo que o ataque ao objetivo possa prosseguir. Se não houver disponibilidade de fogos, ou se estes não eliminarem a ameaça inimiga, o escalão de ataque deverá ser empregado para destruir a força contra-atacante antes do prosseguimento para a região do objetivo.

(3) Quando a força contra-atacante for demasiadamente forte para ser eliminada, a mesma deverá ser contida e a situação informada ao escalão superior.

6-29. SEGURANÇA

a. Apesar das medidas de proteção aos flancos tomadas pelo comandante do batalhão, o comandante da companhia é responsável pela segurança aproximada de seus flancos durante todo o ataque. As medidas iniciais, geralmente, não permanecem eficazes durante o desenrolar do ataque. Freqüentemente surgem vazios entre a companhia e os elementos à sua direita ou esquerda. Se no início do ataque um elemento vizinho estiver na mesma linha ou à frente da companhia e o intervalo não puder ser coberto pela observação e pelo fogo, o comandante da companhia deve empregar elementos para manter a ligação e informar periodicamente a localização daquele elemento.

b. Via de regra, os elementos de segurança são destacados do pelotão reserva. Esses elementos agem diretamente sob as ordens do comandante da companhia que poderá deixar, entretanto, o seu controle a cargo do comandante do pelotão reserva, determinando-lhe a missão de manter a ligação ou proteger um flanco. Neste caso, o comandante da companhia fixará o efetivo máximo do elemento de segurança.

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c. O alerta oportuno tem vital importância para a redução das baixas conseqüentes de ataques aéreos e de carros. Cada pelotão de fuzileiros é responsável pela sua própria segurança antiaérea e anticarro empregando, para esta última, as granadas de bocal e lança-rojões.

d. O comandante da companhia coordena a defesa anticarro dentro de sua companhia. Estabelece para cada pelotão de fuzileiros direções ou zonas a serem defendidas contra os ataques de carros e atribui missões às peças de armas AC, escolhendo posições que batam as vias de acesso favoráveis aos carros.

6-30. EMPREGO DE CARROS DE COMBATE

a. Embora não seja o emprego usual, em situações excepcionais a companhia pode receber o reforço de um ou mais pelotões de carros de combate, formando uma força-tarefa.

b. Os fogos dos carros aumentam a potência de fogo e a ação de choque da companhia de fuzileiros e proporcionam proteção contra carros. Existem cinco processos gerais de ataque que podem ser usados pelo binômio infantaria-carros e que, freqüentemente, são combinados entre si. A resistência do inimigo e o terreno indicam o melhor processo a ser adotado para que seja assegurado o sucesso de um ataque.

(1) Primeiro processo - Inicialmente, os carros apóiam a infantaria, atirando de posições com desenfiamento de couraça ou permanecem ocultos próximos à linha de partida. Quando a infantaria se aproxima da posição de assalto, os carros progridem rapidamente e juntam-se aos fuzileiros. Os fogos de apoio são, então, transportados para outros alvos e a infantaria e os carros executam o assalto em conjunto, com os fuzileiros nos intervalos dos carros. A transposição da linha de partida pelos carros será regulada de modo que atinjam a posição de assalto simultaneamente com a infantaria. Este processo é vantajoso quando o objetivo for claramente definido e existirem campos de tiro para os carros. Geralmente obtém-se a surpresa e, ainda, a vantagem de explorar-se a potência máxima de fogos dos carros no momento crítico e decisivo do assalto. Os fogos à curta distância, desencadeados dos carros em movimento, juntando-se ao fogo de assalto da infantaria, aumentam muito a intensidade de efeito de choque.

(2) Segundo processo – Inicialmente a infantaria progride no terreno com o apoio dos carros em base de fogos. Os carros transpõem a linha de partida a tempo de ultrapassarem a infantaria durante a progressão, antes dela atingir a posição de assalto. Assim, os carros precedem a infantaria de uma distância que permita segurança aos fuzileiros face aos arrebentamentos de artilharia com espoleta de tempo. A infantaria segue à retaguarda dos carros eliminando ou capturando o pessoal inimigo remanescente. Este processo encontra sua maior aplicação em ataques

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fortemente apoiados por tiros de artilharia com espoleta de tempo contra um inimigo que possui pouco ou nenhum abrigo coberto e cuja defesa anticarro disponha de poucos engenhos anticarro. Apresenta a vantagem de velocidade e da ação de choque e, em geral, consegue a surpresa. A potência máxima de fogos dos carros é obtida durante os períodos críticos, quando os fogos da artilharia e dos morteiros são transportados para outros alvos e a missão de neutralizar as armas de apoio avançadas do inimigo é transferida para as armas do escalão de ataque.

(3) Terceiro processo - A infantaria e os carros, vindos de direções diferentes e deslocando-se por itinerários diversos, convergem sobre o objetivo. Devido ao fato das velocidades de progressão dos carros e da infantaria serem diferentes, o horário de transposição das linhas de partida é coordenado de modo que a infantaria e os carros possam se lançar ao assalto final juntos. Sempre que possível, os carros apóiam pelo fogo a progressão da infantaria, até o momento em que devam desencadear seu próprio ataque. Este processo é aplicável quando o terreno e a defesa inimiga permitem a utilização de, pelo menos dois itinerários, um para a infantaria e outro para os carros.

(4) Quarto processo - A infantaria e os carros deslocam-se juntos na mesma velocidade durante toda a progressão, desde a linha de partida até o objetivo. A infantaria pode deslocar-se ligeiramente à frente dos carros, entre eles ou logo atrás. Durante o avanço, estas posições relativas da infantaria e dos carros variam de acordo com a natureza da resistência inimiga e o terreno. Este processo é usado quando a visibilidade é precária, nas zonas edificadas e nos bosques. Ele assegura uma estreita coordenação e o máximo de apoio mútuo, com sacrifício, porém, da velocidade e da surpresa. A pequena velocidade imposta ao carro aumenta a sua vulnerabilidade aos fogos anticarro e dá tempo ao inimigo para aumentar a intensidade de seus fogos defensivos. Em terreno coberto, quando a situação do inimigo é pouco conhecida, é indicado o emprego inicial deste processo adotando-se outro quando o escalão de ataque penetrar em terreno menos coberto ou quando tornar-se mais clara a situação do inimigo.

(5) Quinto processo - Os carros, parados, atiram de posições com desenfiamento de couraça, localizados na linha de partida ou em suas proximidades, e apóiam a infantaria executando tiros por cima da tropa ou pelos intervalos ou flancos, durante toda a sua progressão, desde a linha de partida até o objetivo. Este processo é o menos eficiente de todos e somente é empregado quando obstáculos naturais e artificiais impedem o movimento dos carros até o objetivo.

c. Qualquer que seja o processo empregado, uma vez conquistado o objetivo, a infantaria e os carros, na fase de limpeza, agem coordenando estreitamente suas ações. Os carros, particularmente, apóiam a infantaria

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na destruição das armas automáticas inimigas na zona de objetivo, enquanto que aquela auxilia os carros, eliminando rapidamente as armas anticarro, coletivas e individuais. Durante a reorganização e os preparativos para o prosseguimento do ataque, os carros e a infantaria tomam os dispositivos previstos para manter o objetivo conquistado, na eventualidade de contra-ataques inimigos.

6-31. COMANDO E CONTROLE

a. Durante os preparativos para o ataque o posto de comando da companhia situa-se na zona de reunião. Devem ser estabelecidos circuitos físicos para as ligações com os escalões superior e subordinado e vizinhos. O rádio, a princípio, deve permanecer em silêncio a fim de não denunciar os preparativos para a operação. Mensageiros de escala e especiais também são largamente empregados.

b. Uma vez desencadeado o ataque, o comandante da companhia deve manter-se constantemente informado das mudanças de situação das frações subordinadas, dos elementos vizinhos e superiores, por intermédio de uma permanente ligação para a frente, para os flancos e para trás. Desta forma, quando for necessário intervir na ação, poderá dar ordens oportunas, quer dirigindo os pelotões de ataque, quer empregando todos os fogos de apoio disponíveis ou empregando sua reserva no momento e local adequados.

c. O comandante da companhia, acompanhado por um rádio-operador e um telefonista (mensageiro), desloca-se por onde melhor possa observar e controlar a ação dos elementos do escalão do ataque. Normalmente, o posto de comando localiza-se entre as posições dos pelotões do escalão de assalto e do pelotão reserva e acompanha a companhia na sua progressão.

d. Durante o ataque, o rádio é largamente empregado. Mensageiros também podem ser utilizados para manter as ligações necessárias. O uso do meio físico é restrito. Os circuitos somente serão restabelecidos por ocasião da consolidação do objetivo final.

6-32. APOIO DE FOGO

a. Tipos de fogos (1) Fogos de preparação

(a) Iniciados antes dos fuzileiros transporem a LP. (b) Visam facilitar o desembocar do ataque. (c) Têm por finalidade destruir ou neutralizar posições inimigas

que poderão dificultar a progressão dos fuzileiros. (d) Os morteiros e as metralhadoras podem participar desses

fogos.

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(2) Fogos durante o ataque (a) São os fogos de maior importância durante o ataque. (b) Realizados depois que os fuzileiros transpuserem a LP. (c) Realizados contra alvos (armas coletivas e núcleos de defesa

inimigos) que se oponham à progressão dos pelotões de fuzileiros. (d) São suspensos ou alongados quando o escalão de ataque

alcança o limite de segurança, normalmente, a posição assalto. (3) Fogos de proteção

(a) Executados durante o assalto e consolidação. (b) Têm por finalidade impedir que o inimigo reforce suas

posições ou lance contra-ataques. (c) São também desencadeados nos flancos dos pelotões de 1º

escalão quando a progressão de um for mais rápida que do outro.

b. Durante a preparação para o ataque, o comandante da companhia pode ordenar que o pelotão de apoio ocupe posições de tiro para proteger a zona de reunião da companhia ou que as armas permaneçam nas viaturas dentro da zona do pelotão. Esta decisão depende de vários fatores, inclusive ameaça inimiga, tempo de permanência na zona de reunião e da eficácia do apoio dado pelas armas do escalão superior na proteção da zona de reunião.

c. O comandante do batalhão prescreve em sua ordem de ataque os fogos de apoio, inclusive os dos pelotões da companhia de comando e apoio, artilharia e os dos carros de combate, se for o caso. As zonas de posições, os alvos ou setores de tiro, o horário e duração dos fogos de apoio são dados ao comandante da companhia.

d. O comandante da companhia planeja seu ataque procurando tirar o máximo proveito dos fogos que apoiarão a progressão do escalão de ataque. Ele coordena a instalação das armas orgânicas e a progressão de seus elementos de fuzileiros de acordo com a instalação das armas de apoio do batalhão. A ordem de ataque da companhia deve prever a zona de posição e os alvos ou setores de tiro das seções ou peças.

e. As seções do pelotão de apoio são colocadas em posição antes do ataque, a fim de neutralizarem os elementos inimigos que possam impedir a progressão dos pelotões de fuzileiros. Se de inicio não houver posições adequadas, a ordem deverá fixar que acompanhem um elemento do escalão de ataque, dando com precisão a missão ou missões que deverão cumprir, após serem encontradas posições apropriadas.

f. Os fogos de preparação pode iniciar-se antes, na hora ou após a hora “H” e continuar até ser pedida sua suspensão pelos elementos de 1º escalão ou até um tempo predeterminado. Quando não for possível a realização da preparação, devido à falta de tempo para o conhecimento

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pormenorizado do inimigo e para a organização de um plano de fogos perfeitamente coordenado com a manobra, poderá ser realizada, nos últimos minutos que precedem a hora H, uma intensificação dos fogos que vinham sendo realizados, com a finalidade de facilitar a tomada do dispositivo e o desembocar do ataque.

g. Durante o ataque, o comandante da companhia procura assegurar a mais estreita coordenação entre a progressão de seus pelotões de fuzileiros e os fogos das armas de apoio. Organiza poderoso e bem coordenado apoio de fogo para produzir o maior efeito possível no inimigo, de modo que o ataque progrida rapidamente, ganhando tempo e diminuindo as baixas.

h. Quando o escalão de ataque atinge a posição de assalto e os fogos tornam-se perigosos para tropas amigas eles são suspensos, alongados ou transportados para outros alvos. Geralmente a artilharia e os morteiros transportam seus fogos ao iniciar-se o assalto, enquanto armas mais precisas (metralhadoras, CC e armas AC) continuam a atirar, até ser atingido o limite máximo permissível de segurança. Quando os CC precedem os elementos a pé no assalto, a artilharia e os morteiros podem atuar com espoleta de tempo sobre os CC.

i. Após a conquista do objetivo, as armas de apoio protegerão a reorganização da companhia e auxiliarão a repelir os contra-ataques inimigos. Os fogos para a manutenção de um objetivo devem ser planejados antes de sua conquista e têm características defensivas para permitir sua manutenção. Barragens devem, então, ser previstas sobre as principais vias de acesso, bem como outros fogos que dificultem ou impeçam os contra-ataques.

j. Morteiros (1) Os fogos dos morteiros são empregados, principalmente, para

destruir ou neutralizar pessoal ou armas de apoio inimigas, que possam ser batidas mais rapidamente pelos morteiros do que pela artilharia. Os morteiros médios também cumprem missões de mascaramento com fumaça.

(2) Durante o ataque, os morteiros abrem fogo, a pedido, para baterem resistências que se opõe à progressão dos pelotões do escalão de ataque. Cada morteiro, geralmente, muda de posição quando seus fogos não mais possam proporcionar apoio aos fuzileiros.

k. Armas AC (1) São determinadas para as armas AC zonas de posição para

bater as vias de acesso mais importantes para os carros combate inimigos, na frente e nos flancos da companhia.

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(2) Sem prejuízo de sua missão principal, poderão ser empregadas contra fortificações, abrigos organizados, armas coletivas e, no caso dos CSR, tropa desabrigada. Executam também missões fumígenas, dificultando a observação do Inimigo.

l. Carros de combate - Os CC são, essencialmente, elementos de manobra. Excepcionalmente, podem ser empregados como elementos de apoio de fogo. Neste caso, seu emprego é previsto no plano de apoio de fogo da subunidade.

m. Formas de emprego do pelotão de apoio (1) Seção Anticarro

(a) Ação de conjunto – Utlizada quando se deseja o controle centralizado e o alcance do armamento permitir à seção fornecer proteção AC para a companhia. Neste caso, devem ser ponderados dois fatores:

((1)) A possibilidade do comandante da companhia controlar a seção durante o ataque.

((2)) A capacidade da seção deslocar-se rapidamente por toda a zona de ação para fazer face a qualquer ameaça de blindados.

(b) Apoio direto ou reforço - É o emprego mais freqüente no ataque, normalmente, dissociada por peças.

(2) Seção de morteiros (a) Ação de conjunto - É a forma de emprego mais normal da

seção. Utilizada quando a observação e o tiro de uma única posição permitirem cobrir toda a zona de ação da companhia, inclusive o objetivo final.

(b) Apoio direto ou reforço - A seção raramente será empregada desta forma no ataque.

n. Emprego de fumígenos - No ataque os fumígenos são empregados para:

(1) Cegar a observação inimiga; (2) Reduzir a eficácia dos tiros diretos inimigos; (3) Dificultar a ajustagem dos fogos indiretos inimigos; (4) Reduzir a eficiência de equipamentos optrônicos; (5) Ocultar nossos deslocamentos e reorganização; (6) Cobrir a abertura de passagens em obstáculos batidos por

fogos; (7) Cobrir travessias de curso d’água ou operações anfíbias; (8) Proteger o assalto das tropas amigas; (9) Isolar posições ou zonas inimigas; e (10) Causar baixas (apenas quando for utilizado o fósforo branco).

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6-33. APOIO LOGÍSTICO

a. Os trens de subunidade devem ficar o mais à frente possível, de preferência dentro do limite de retaguarda da companhia. Podem ocupar a posição de ataque da companhia, imediatamente após o deslocamento dos pelotões para o ataque.

b. Normalmente, o deslocamento dos trens de subunidade estará condicionado à conquista dos objetivos da companhia, de forma a apoiar a reorganização. Este deslocamento deve ser feito tão logo quanto possível. Deve ser dada prioridade para o deslocamento do P Remn, pela necessidade de remuniciamento para execução das atividades de manutenção do objetivo e preparação para ações futuras.

c. Há previsão de consumo elevado de munição, principalmente quando suas armas participarem da preparação. A companhia poderá receber munição para consumo imediato para permitir ultrapassar a LP com sua dotação completa.

6-34. A COMPANHIA DE FUZILEIROS RESERVA NO ATAQUE

a. Deslocamento para a posição inicial (1) Quando a ordem do batalhão contém a designação de uma

companhia de fuzileiros para reserva do batalhão, deve prescrever o local inicial da mesma e instruções referentes aos deslocamentos subseqüentes, proteção dos flancos, organização de planos para fazer face às várias situações e ligação com as unidades vizinhas.

(2) Após receber a ordem do batalhão, o comandante da companhia reserva estuda os possíveis itinerários que conduzem da zona de reunião à posição inicial da reserva. A escolha do itinerário que será utilizado é feita após um reconhecimento executado, de preferência, pelo comandante da companhia. O máximo esforço deve ser feito para evitar que seja denunciado o deslocamento e a posição da reserva. O comandante da companhia, normalmente, permanece junto ao comandante do batalhão durante o desenrolar do ataque.

(3) Após reconhecer o itinerário e o local da posição inicial da reserva, o comandante da companhia emite sua ordem inicial. Fornece a seus homens informações acerca do inimigo e sobre o plano de ataque do batalhão e transmite instruções concernentes ao deslocamento da companhia até a posição inicial, sua ocupação e segurança.

b. Deslocamento para as posições sucessivas da reserva (1) A companhia reserva é colocada, inicialmente, eixada com a

companhia que estiver atacando o objetivo principal, na zona de ação do batalhão. No desenrolar do ataque, desloca-se na esteira da companhia que estiver progredindo com maior rapidez, a fim de protegê-la dos contra-

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ataques e das infiltrações à sua retaguarda, apoiar o ataque e explorar o sucesso da ação. O comandante da companhia deve manter a ligação com o escalão de ataque, com o cuidado de não se deixar engajar pelo fogo inimigo, permanecendo, se possível, em outro compartimento do terreno.

(2) A companhia reserva pode também deslocar-se por lanços, mediante ordem do comandante do batalhão. Quando ela estiver muito distante das companhias do escalão de ataque, para cumprir suas prováveis missões, seu comandante prontamente informa este fato ao comandante do batalhão.

c. Missões da companhia reserva (1) A companhia reserva pode receber uma ou mais das seguintes

missões: (a) Desbordar núcleos de resistência localizados pelo escalão de

ataque, podendo fazer um deslocamento pela zona de ação de um batalhão vizinho;

(b) Proteger os flancos e a retaguarda das companhias de primeiro escalão;

(c) Repelir contra-ataques, particularmente os dirigidos contra os flancos;

(d) Limpar uma posição conquistada ou ultrapassada pelo escalão de ataque;

(e) Tomar para si a missão de todo ou parte do escalão de ataque;

(f) Manter ligação com as unidades vizinhas. (2) Durante o planejamento para o ataque, o comandante do

batalhão informa o provável emprego da reserva e determina que o comandante da companhia faça o reconhecimento e elabore planos. O comandante da companhia prepara planos para fazer face a todas as situações prováveis e, após a aprovação do comandante do batalhão, dá conhecimento aos seus comandantes subordinados dos pormenores desses planos e avalia o tempo necessário para que cada um deles seja posto em execução.

d. Reconhecimento e ligação Para executar com rapidez qualquer de suas missões, o

comandante da companhia mantém-se constantemente informado da situação por meio de:

(1) Reconhecimento e observação pessoal; (2) Contato pessoal com o comandante e o posto de comando do

batalhão; (3) Comunicação com o comandante e o posto de comando do

batalhão.

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e. Emprego da companhia reserva (1) Quando o comandante do batalhão decide empregar a

companhia reserva e é impraticável a designação de uma linha de partida, prescreve uma zona de ação de onde deverá desencadear o ataque e determina ao comandante da companhia que escolha a linha de partida e informe. O comandante do batalhão, também, fixa o objetivo, a hora provável do ataque, a direção ou zona de ação e todas as modificações do plano de apoio de fogos do batalhão que se fizerem necessários ao ataque. Coordena as atividades dos outros elementos do batalhão, de modo que a reserva não seja forçada a esperar na zona de reunião e seu ataque seja executado simultaneamente com o esforço conjunto do restante do batalhão.

(2) O comandante da companhia faz um rápido estudo de situação e emite ordens a seus subordinados. Estabelece as ligações necessárias com vizinhos e elementos de apoio e sem perda de tempo desloca a companhia. Quando a reserva chega à zona de ação designada, o comandante da companhia participa o fato ao comandante do batalhão e prepara-se para desencadear o ataque.

6-35. A COMPANHIA NO ATAQUE DE FIXAÇÃO a. Fixar é a ação tática, normalmente ofensiva e de profundidade

limitada, que visa a impedir o desengajamento do inimigo em contato, de suas reservas imediatas e meios de apoio de fogo. A fixação é uma ação secundária dentro do contexto da manobra do batalhão. Ocorre de maneira freqüente quando o batalhão realiza uma manobra de desbordamento ou infiltração.

b. A companhia poderá receber a missão de fixar uma subunidade inimiga de primeiro escalão. Para o cumprimento da mesma, o comandante da companhia deverá planejar a conquista de um dos núcleos de pelotões de fuzileiros do contato (Fig 6-9).

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Fig 6-9 . A Cia Fuz no Atq para fixar a Cia de primeiro escalão

c. O batalhão poderá, ainda, desejar fixar a companhia reserva inimiga ou parte da mesma em sua zona de ação. Para isso, determinará à companhia que atinja as posições do pelotão reserva da companhia inimiga de primeiro escalão, de forma a atrair elementos da reserva inimiga para os núcleos de aprofundamento do dispositivo defensivo (Fig 6-10).

Fig 6-10 . A companhia fixando Elm da Cia Res inimiga

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ARTIGO V ATAQUE DE INFILTRAÇÃO

6-36. GENERALIDADES

a. A infiltração é a forma de manobra tática ofensiva onde uma força é desdobrada à retaguarda de uma posição inimiga por meio de um deslocamento dissimulado, com a finalidade de cumprir missão que contribua diretamente para o sucesso da manobra do escalão superior.

b. Os escalões batalhão de infantaria ou menores são os mais adequados às operações de infiltração. A companhia de fuzileiros poderá participar de um ataque de infiltração como parte da força infiltrante (no caso de o batalhão realizar a infiltração como um todo), como força infiltrante ou como força de fixação (realizando um ataque limitado).

c. As unidades de infantaria leve, de montanha, pára-quedista, de selva e motorizada são as tropas mais aptas a realizarem a infiltração, considerando-se suas peculiaridades de emprego e os respectivos ambientes operacionais.

d. Considerando-se o meio de transporte utilizado pela força infiltrante, a infiltração pode ser terrestre, aérea e aquática.

e. As seguintes condições favorecem a realizações de uma infiltração: (1) Existência de faixas de terreno em que a observação e

vigilância inimigas sejam limitadas, permitindo a ocultação do deslocamento da força infiltrante (matas, pântanos, áreas alagadas, etc);

(2) Disponibilidade de tempo para a infiltração da tropa com os meios de deslocamento disponíveis;

(3) Condições de restrição de visibilidade como nevoeiros, períodos noturnos sem luar, precipitações pluviométricas, etc; e

(4) Inimigo apresentar dispositivo defensivo disperso, com intervalos não ocupados ou vigilância deficiente.

6-37. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

a. Na realização da infiltração, a companhia empregará várias medidas de coordenação, determinadas pelo comando do batalhão ou estabelecidas pelo comandante de companhia, necessárias à manutenção do controle das ações executadas pelas diversas peças de manobra e elementos de apoio.

b. As medidas de coordenação e controle estabelecidas em uma operação de infiltração, apresentam as peculiaridades abaixo discriminadas:

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(1) Faixa de Infiltração (Fx Infl) - É a faixa do terreno que contém itinerários ou caminhamentos

a serem utilizados por uma força, realizando uma manobra de infiltração; - Deve permitir à companhia passar através das posições

avançadas do inimigo sem que haja necessidade de engajamento em combate. As faixas de infiltração devem ter suas larguras especificadas, para facilitar o controle dos fogos amigos em sua adjacência;

- Não se caracteriza como medida de coordenação restritiva, podendo, caso necessário, ter seus limites ultrapassados durante o cumprimento da missão, mediante coordenação ou autorização prévia;

- O número de faixas de infiltração a serem adotadas será fruto da análise do dispositivo inimigo, do tempo disponível, das características do terreno e dos meios disponíveis;

- Em linhas gerais, o número de faixas de infiltração estabelecidas será direta e inversamente proporcional à necessidade de rapidez e à segurança, respectivamente;

- Sua profundidade será determinada pelo batalhão, levando-se em conta fatores como tempo e apoio de fogo necessário à operação.

(2) Pontos e Linhas de controle (P Ct / L Ct) - Devem ser estabelecidos em número suficiente para manutenção do controle sem, contudo, conter excessivamente o deslocamento da tropa infiltrante, devido à necessidade, em princípio, de estabelecimento de contato com o escalão superior ao atingir tais pontos ou linhas.

(3) Áreas de reagrupamento (A Rgpt) - É a região do terreno onde a companhia é reunida e

reorganizada durante o deslocamento pela faixa de infiltração. - De acordo com a extensão da faixa de infiltração, podem ser

estabelecidas áreas de reagrupamento em número variável, porém o mínimo indispensável para o controle da companhia, reduzindo a possibilidade de quebra do sigilo e o tempo de deslocamento pela faixa. Uma área de reagrupamento deve ser suficientemente ampla para permitir a dispersão da tropa e possuir, se possível, cobertas e abrigos.

- De acordo com a disponibilidade de tempo e outros fatores a serem considerados no planejamento, o comandante definirá se a companhia deverá reorganizar-se nestas áreas como um todo, parcialmente (no escalão pelotão ou grupo), ou mesmo não ocupá-las efetivamente, de modo a não deter sua progressão.

- A última área de reagrupamento prevista coincide com a posição de ataque da companhia.

(4) Posição de Ataque (P Atq) - Nesta região a companhia se reorganiza, inicia seu desdobramento e prepara-se para o início do ataque.

(5) Hora do ataque - Normalmente a hora "H" caracteriza o início do ataque da força infiltrante e do ataque de fixação simultaneamente. No entanto, podem ocorrer situações em que tais horários sejam defasados.

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(6) Provável linha de desenvolvimento (PLD) - Linha nítida no terreno cuja transposição caracteriza o início do assalto. No deslocamento entre a P Atq e a PLD a companhia desdobra-se, devendo alcançar a provável linha de desenvolvimento totalmente desdobrada.

(7) Linha limite de progressão (LLP) - Linha no terreno que limita a progressão do assalto da companhia. Deve ser traçada particularmente quanto o assalto for realizado à noite ou quando houver risco de fratricídio. É importante que esta linha esteja calcada em acidentes nítidos no terreno, pois provavelmente esta servirá de referência para medidas de coordenação e controle de fogos com a artilharia e Força Aérea.

(8) Objetivos (a) Normalmente a companhia como força infiltrante receberá

como objetivos: - Acidentes capitais cujo controle restringe o movimento de

reserva ou isole posição defensiva inimiga; - Instalações do sistema de comando e controle ou do

sistema de apoio logístico do inimigo (PC, áreas de trens e de apoio logístico, instalações de guerra eletrônica, etc);

- Regiões que bloqueiam eixos de comunicações ou suprimentos do inimigo;

- Instalações que desarticulem o sistema de apoio de fogo inimigo, como posições de baterias, radares de vigilância e sistemas de busca de alvos;

- Posições defensivas na linha da ruptura ou penetração do dispositivo defensivo do batalhão inimigo, normalmente coincidentes com os objetivos finais do escalão que realiza a infiltração.

(b) A distância entre as linhas amigas e os objetivos será determinada em função dos mesmos fatores que condicionam a profundidade das faixas de infiltração, sendo o tempo disponível o fator determinante neste processo.

6-38. ESCALÃO DE RECONHECIMENTO E SEGURANÇA (ERS)

a. O escalão de reconhecimento e segurança é uma fração de constituição temporária organizada especificamente para as operações de infiltração. Tem por finalidade:

(1) Efetuar o balizamento e prover, quando necessário, todas as medidas de coordenação e controle no interior das faixas de infiltração e no deslocamento para estas; e

(2) Fornecer guias de trecho para a condução da companhia a partir dos P Lib SU, através da(s) faixa(s) de infiltração até as P Atq.

b. O ERS deverá ter uma composição flexível, tendo por base uma fração da companhia reforçada por integrantes da fração de reconhecimento orgânica do batalhão. Deve conter também elementos de engenharia,

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comunicações e caçadores na sua constituição. Em se tratando de um BIL ou BI Mth sua base pode ser o pelotão de reconhecimento.

c. Os caçadores serão empregados para eliminar resistências inimigas localizadas em postos de vigilância ou pequenas patrulhas de reconhecimento. É importante considerar o momento oportuno para a atuação dos caçadores, de modo a não denunciar ao inimigo a presença de nossas tropas no interior das linhas inimigas. Desta forma, deve-se procurar a eliminação de elementos inimigos na iminência da infiltração da força infiltrante.

d. O efetivo do ERS será determinado em função do número de faixas de infiltração, de sua extensão, da quantidade de medidas de coordenação e controle determinadas e das peculiaridades do terreno e condições de visibilidade que influenciarão no número de guias de trecho em cada faixa de infiltração.

e. O oficial de operações do batalhão planeja o emprego do ERS de modo que ele se infiltre nas linhas inimigas com tempo suficiente para reconhecer e balizar os itinerários e medidas de coordenação e controle a serem percorridos pelos guias de trecho, considerando-se que tais trabalhos serão, em princípio, realizados apenas durante períodos de restrição de visibilidade, mantendo-se seus integrantes homiziados durante os demais períodos do dia.

f. Embora o tempo necessário para a condução dos trabalhos do ERS seja condicionado a fatores como o volume de trabalho, meios disponíveis e outros fatores da decisão, considera-se desejável a infiltração do ERS 48 horas antes da hora do ataque. Cabe ressaltar que em determinadas situações este período será bastante abreviado, sendo determinado em função de minucioso planejamento por parte do EM Btl.

g. Embora o estabelecimento de um ERS não seja impositivo, este é altamente desejável, haja vista que sua constituição possibilita a manutenção do sigilo e a obtenção da surpresa pela companhia infiltrante, conferindo a esta uma maior velocidade de deslocamento no interior da(s) faixa(s) de infiltração, aumentando substancialmente a possibilidade de êxito na operação.

6-39. FASES DA INFILTRAÇÃO

a. 1ª fase - Planejamento (1) O planejamento das operações de infiltração deve ser

minucioso e detalhado, atentando para todos os aspectos atinentes às informações sobre o terreno, o inimigo e as condições meteorológicas, confrontando-as com os meios e tempo disponíveis para o cumprimento da missão.

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(2) Desde o início do planejamento deve-se ter constante preocupação com a sincronização dos diversos sistemas operacionais, haja vista a defasagem entre as ações da companhia que realiza a infiltração e as demais subunidades .

(3) Ao final desta fase são expedidas as ordens ao ERS e aos pelotões, abordando-se o maior número possível de detalhes acerca dos planos de ataque e de junção, se for o caso.

b. 2ª fase - Reconhecimento e Preparo (1) Esta fase caracteriza-se pela infiltração do ERS e preparação

da companhia para a execução da operação. (2) O ERS infiltra-se conforme planejado e inicia os trabalhos de

reconhecimento de trechos e identificação e balizamento das medidas de coordenação e controle determinadas pelo comandante de batalhão e companhia.

(3) A companhia permanece em Z Reu realizando a transmissão de ordens aos escalões subordinados, efetuando os reconhecimentos possíveis e ensaiando as ações a serem desencadeadas durante o cumprimento da missão, abordando inclusive as possíveis condutas e a sincronização das ações.

c. 3ª fase - Infiltração (1) Na hora prevista o batalhão deixa a Z Reu e desloca-se até o P

Lib SU, onde os primeiros guias de trecho do ERS aguardam a subunidade e, mediante troca de senhas e sinais convencionados, guiam a companhia ao longo dos itinerários preestabelecidos até o próximo guia de trecho, onde repetem-se as trocas de senha e sinais de reconhecimento.

(2) Após guiarem uma fração em seu trecho, os guias retornam ao início do trecho e aguardam o contato da próxima fração a ser guiada, incorporando-se à retaguarda da última fração que passar em seu trecho e acompanhando-a até a posição de ataque, onde o ERS será reagrupado.

(3) Normalmente, a companhia se infiltra por grupos de infiltração nível pelotão de fuzileiros ou grupo de combate, podendo fazê-lo até como um todo se a situação permitir, mantendo, em qualquer situação, a integridade tática das frações.

(4) Ao passarem pelos pontos ou linhas que caracterizam medidas de coordenação e controle, os guias de trecho devem alertar o comandante do grupo de infiltração que procederá conforme o planejado. O comandante de companhia informa ao comandante de batalhão sua passagem nas L Ct, P Ct e A Rgpt.

(5) Normalmente, o comandante de companhia e os comandantes de pelotão de fuzileiros deslocam-se junto aos primeiros grupos a serem infiltrados de seus escalões.

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(6) Ao atingirem as A Rgpt, os diversos grupos de infiltração agem conforme planejado, reagrupando-se total ou parcialmente ou, ainda, prosseguindo, sem se deter nas A Rgpt.

(7) No caso de quebra de sigilo no interior das faixas de infiltração os grupos reagrupam-se na última A Rgpt ultrapassada ou agem de acordo com determinação do comandante de fração ou companhia. Para tal, é necessário que haja uma perfeita compreensão da intenção do comandante em todos os níveis, pois esta, em última instância, norteará a conduta a ser adotada pela tropa que se infiltra.

(8) Ao atingirem as P Atq, os grupos de infiltração reorganizam-se dentro das frações e prepararam-se para o ataque. Já o ERS procederá conforme determinação do Cmt Btl, podendo participar ou não do ataque.

d. 4ª fase - Conquista do Objetivo (1) Após a reorganização de toda a companhia na P Atq, esta

desdobra-se ao longo da PLD e prepara-se para iniciar o ataque na hora H. (2) Na hora prevista a companhia transpõe a PLD e inicia o

movimento na direção do objetivo imposto, procedendo de acordo com a resistência inimiga encontrada no deslocamento.

(3) Faz-se necessária a coordenação das ações da companhia com as outras companhias do batalhão, que podem estar realizando uma infiltração ou não. Deve-se abordar todos os sistemas operacionais, ainda na fase do planejamento, particularmente com o Ap F, para definição dos fogos a serem desencadeados na R de objetivos da companhia.

e. 5 ª fase - Consolidação e Reorganização (1) Após a conquista do(s) objetivo(s) imposto(s) a companhia

consolida a conquista da posição e reorganiza-se conforme o previsto no parágrafo 6-27 deste manual, atentando para a linha limite de progressão (LLP).

(2) Após realizadas a consolidação e reorganização, a subunidade prepara-se para o prosseguimento da missão conforme planejado, adotando dispositivo adequado para manutenção do objetivo, apoio a ultrapassagens, operações de junção, operações de substituição ou mesmo retorno às linhas amigas, conforme o caso.

6-40. APOIO DE ENGENHARIA

a. A subunidade, como força infiltrante poderá receber elementos de engenharia em apoio.

b. Os elementos de engenharia são empregados na abertura de trilhas em campos minados e áreas armadilhadas, reconhecimento de vaus e outros trabalhos técnicos nas fases que antecedem o ataque, particularmente no deslocamento do ERS e da companhia no interior da faixa de infiltração.

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c. Na fase de consolidação, os elementos de engenharia são empregados em trabalhos de contramobilidade, lançando armadilhas e campos minados e construindo obstáculos para manutenção do objetivo conquistado.

6-41. COMANDO E CONTROLE

a. Na infiltração, as comunicações devem ser adequadas às peculiaridades da operação, priorizando-se os meios rádio e mensageiro.

b. Devem ser utilizados preferencialmente equipamentos rádio de baixa potência e antenas de propagação unidirecionais, diminuindo a possibilidade de detecção pelas medidas eletrônicas de apoio de guerra eletrônica do inimigo.

c. Os mensageiros especiais são largamente empregados, particularmente durante a fase da infiltração propriamente dita, quando as prescrições rádio restringem a utilização destes equipamentos nas melhores condições.

6-42. APOIO DE FOGO

a. O apoio de fogo é planejado para todas as fases da infiltração, sendo desencadeado normalmente a pedido. Fogos devem ser planejados para apoiar as ações da companhia infiltrante, em caso de quebra do sigilo, e o ataque aos objetivos impostos. Medidas de coordenação e controle de apoio de fogo são estabelecidas pelo batalhão para evitar o fratricídio.

b. Podem ser previstos fogos de inquietação para dissimular o movimento da companhia ou dificultar a vigilância do inimigo em determinados momentos. Os fumígenos podem ser empregados para cobrir o retraimento da companhia em caso de quebra do sigilo.

c. O desencadeamento de fogos de morteiro e artilharia em áreas com cobertura vegetal pode ocasionar o aumento do raio de ação das granadas devido ao seu arrebentamento na copa das árvores. O assessoramento dos observadores avançados quanto ao tipo de espoleta das granadas proporcionará um apoio de fogo mais eficaz.

d. Em geral as armas AC são passadas em reforço aos pelotões de fuzileiros e os morteiros serão, normalmente, empregados em ação de conjunto.

e. Para o deslocamento na faixa de infiltração, as seções do pelotão de apoio ou as recebidas em reforço são divididas por peças entre os pelotões de fuzileiros, para evitar que toda uma seção seja destruída por uma ação inimiga. Ao atingir a última área de reagrupamento, elas se reorganizam e dirigem-se para as posições de tiro.

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6-43. APOIO LOGÍSTICO

a. As viaturas do pelotão de apoio não poderão se deslocar pela faixa de infiltração. Isto faz com que a munição para as armas de apoio necessária ao combate tenha que ser distribuída pelos fuzileiros para a infiltração, devendo ser restituída às frações de apoio nas suas posições de tiro antes do ataque. Este procedimento reduz a quantidade de munição disponível para cada arma.

b. Em virtude da dificuldade de deslocamento pela faixa de infiltração, a evacuação dos feridos poderá ocorrer somente após a conquista do objetivo da companhia. Neste momento, os trens da subunidade, que permaneceram à retaguarda da LP, cerram à frente, por um terreno com melhores condições de trafegabilidade, podendo inclusive utilizar-se da zona de ação dos vizinhos, mediante coordenação.

6-44. A COMPANHIA REALIZANDO UMA INFILTRAÇÃO POR DESDOBRAMENTO A RETAGUARDA DO INIMIGO

a. O desdobramento à retaguarda do inimigo é uma modalidade específica de infiltração em que uma tropa adota temporariamente uma situação defensiva, ocultando-se no terreno até ser ultrapassada por tropa inimiga sem ser observada por esta, passando posteriormente a conduzir ações ofensivas contra tropa ou instalações inimigas.

b. A surpresa é um fator imperioso para esse tipo de operação. A infiltração necessita de planejamento minucioso, baseado em detalhadas informações sobre o terreno e o inimigo, aliadas a uma profunda análise dos fatores da decisão, por se tratar de uma operação de alto risco.

c. A tropa infiltrada, após ultrapassada pelo inimigo, poderá receber como missão:

(1) Obter informações sobre localização das instalações de comando e logísticas e da reserva do inimigo, seu dispositivo, valor, etc;

(2) Atacar para destruir, confundir e desarticular o dispositivo inimigo;

(3) Conduzir operações de inquietação e oportunidade.

d. Devem ser planejados itinerários de retraimento para as linhas amigas devidamente reconhecidos e balizados, com passagens abertas através de obstáculos existentes.

e. A tropa que for executar esta modalidade de infiltração deverá ser apoiada por elementos de engenharia e, se possível, estar dentro do alcance de apoio da artilharia orgânica.

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f. Após o cumprimento de sua missão, a força de infiltração realiza uma operação de retorno às linhas amigas, sendo acolhida por elementos do escalão superior ou outra tropa amiga.

g. A observância da segurança das comunicações e prescrições quanto a medidas de proteção eletrônica crescem de importância neste tipo de operação.

h. Embora tais operações devam ser minuciosamente planejadas, podem ser desencadeadas em situações de oportunidade, como na condução de uma ação retardadora, retraimento ou em qualquer outra situação em que se torne vantajosa a permanência de uma força na retaguarda da tropa inimiga, com a finalidade de atuar contra este inimigo, após ser ultrapassada por este.

i. Deve-se ter cuidado especial com a possibilidade de fratricídio, particularmente no retorno às linhas amigas.

ARTIGO VI ATAQUE NOTURNO OU SOB CONDIÇÕES DE VISIBILIDADE LIMITADA

6-45. GENERALIDADES

a. A companhia de fuzileiros pode ser empregada em um ataque noturno, enquadrada no batalhão ou isoladamente.

b. Os meios optrônicos modernos acarretam um aumento considerável do poder de combate do atacante durante as operações noturnas. A técnica aqui preconizada pode ser empregada nas ações noturnas, com modificações exigidas pela missão, pela resistência inimiga, pelo tempo disponível, pelo terreno, pela existência ou não de meios optrônicos e pela luminosidade existente.

c. O ataque noturno pode ser realizado, com uma ou mais das seguintes finalidades:

(1) Evitar pesadas perdas a que estaria sujeito, realizando ataques diurnos;

(2) Combinado com ataques diurnos, conquistar um terreno importante para futuras operações, evitar que o inimigo melhore suas defesas e concluir ou explorar um sucesso;

(3) Iludir o inimigo e tirar proveito da surpresa inerente ao combate; e

(4) Explorar as deficiências de meios optrônicos do inimigo.

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6-46. CARACTERÍSTICAS

a. O combate noturno, apesar do advento dos meios optrônicos, geralmente caracteriza-se por um decréscimo na eficiência dos tiros com pontaria direta, por um aumento correspondente na importância do combate aproximado, pelos tiros amarrados que foram apontados sobre determinados objetivos durante o dia e pela dificuldade de deslocamento, de ação de comando e manutenção do controle, direção e de ligação. Caracteriza-se também pela diminuição da capacidade de visão do combatente, o que reflete na redução da velocidade de progressão da tropa atacante, pela dificuldade de identificação de tropas amigas ou inimigas e pela dificuldade de orientação no terreno. Os ataques noturnos favorecem ao atacante, que sabe de sua realização, enquanto que o defensor é assaltado por dúvidas, apreensão e medo do desconhecido.

b. Os ataques noturnos exigem um planejamento cuidadoso e pormenorizado, bem como uma execução precisa e coordenada. O sigilo e a surpresa são essenciais para que o ataque noturno seja conduzido com um mínimo de baixas. O objetivo deverá ser facilmente identificável à noite e suficientemente pequeno para que possa ser conquistado em um único assalto.

c. No combate noturno, é preciso conciliar as necessidades táticas, inerentes a cada tipo de operação, com o desgaste da tropa, que surge com o continuar das operações, principalmente advindos da privação do sono e da tensão do combate. Cabe ao comandante de companhia e aos comandantes de fração a emissão de diretrizes e ordens relacionadas à possibilidade de descanso de seus comandados, em especial quanto ao tempo necessário ao sono da tropa, a fim de preservar a operacionalidade alcançada. Tais considerações avultam de importância durante operações continuadas, quando a tropa, por qualquer motivo, não for substituída.

6-47. CLASSIFICAÇÃO

a. Quanto à iluminação (1) Ataque iluminado - utiliza luz artificial como, por exemplo,

artifícios iluminativos e projetores. (2) Ataque não iluminado - feito sob a proteção da escuridão,

usando apenas a luz proveniente de fontes naturais.

b. Quanto ao apoio de fogo (1) Ataque apoiado - feito com o emprego de fogos de apoio antes,

durante e depois do ataque. Os fogos de preparação e de apoio são empregados como em qualquer outro ataque, acrescentando-se o planejamento dos artifícios iluminativos, se for o caso. Os fogos de proteção isolam o objetivo e evitam ou limitam os contra-ataques inimigos.

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(2) Ataque não apoiado - feito para permitir que a força de ataque avance até a distância de assalto ao objetivo em sigilo, sem auxílio dos fogos de apoio. Neste processo de ataque noturno, os tiros de preparação não são empregados. Os fogos de apoio e de proteção são planejados da mesma maneira que para um ataque noturno apoiado, mas só podem ser empregados quando o ataque for descoberto pelo inimigo. Nessa situação, podem ser desencadeados artifícios iluminativos a fim de favorecer o atacante, se for o caso. Uma vez iniciado o assalto sobre o objetivo, os fogos de proteção planejados são empregados, como em qualquer ataque noturno apoiado, para isolar o objetivo e evitar ou limitar os contra-ataques inimigos.

6-48. PLANEJAMENTO

a. O planejamento de um ataque noturno contra uma posição defensiva inimiga compreende:

(1) A imediata expedição de ordens preparatórias, informando a natureza da operação, a quantidade e o tipo dos reconhecimentos a serem realizados e a hora e local de reunião para recebimento de ordens;

(2) A coordenação com as tropas amigas nas vizinhanças da posição de ataque e na linha de partida;

(3) A determinação das vias de acesso e/ou dos corredores de mobilidade mais favoráveis que conduzem ao objetivo, dependendo do nível de visibilidade em que será desenrolado o ataque noturno;

(4) A localização exata no terreno da posição de ataque, da linha de partida, da provável linha de desenvolvimento, do ponto de liberação de pelotão, dos limites laterais exatos de cada objetivo de pelotão e da linha limite de progressão;

(5) A determinação do dispositivo e do efetivo, em fuzileiros, do escalão de ataque;

(6) O reconhecimento e o balizamento dos itinerários entre a zona de reunião e a posição de ataque; e

(7) Instruções para a abertura de passagens nos obstáculos inimigos.

b. O comandante de companhia deve executar um reconhecimento diurno para o planejamento de um ataque noturno, sendo essencial quando esta operação for executada contra posições defensivas organizadas ou em noites totalmente escuras. Ele será completado por patrulhas de reconhecimento, durante a escuridão, e pelo estudo das cartas ou fotografias aéreas. As patrulhas noturnas poderão estar, para maior eficiência, com equipamentos de visão noturna. Podem também ser integradas por elementos de engenharia, em apoio ou em reforço. A engenharia é empregada com a finalidade, entre outras, de localizar os

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obstáculos lançados pelo inimigo. Os elementos dessas patrulhas podem ser utilizados, mais tarde, como membros de destacamentos de segurança.

c. O comandante de companhia deve prever a utilização de destacamentos de segurança na frente e nos flancos. Estes destacamentos são empregados para balizar itinerários à frente da linha de partida, demarcar a provável linha de desenvolvimento, silenciar sentinelas e fornecer guias às frações subordinadas para seu deslocamento da linha de partida até a provável linha de desenvolvimento.

d. Cabe ao comandante de companhia definir o local exato no terreno da posição de ataque da sua subunidade, durante o seu reconhecimento diurno. As medidas de controle e as direções são verificadas e os destacamentos de segurança são enviados até suas posições.

e. Os itinerários que conduzem ao objetivo são cuidadosamente escolhidos. O comandante compara as vantagens e facilidade de controle oferecida por um itinerário definido por acidentes facilmente identificáveis (estradas, cercas, cursos de água e outros semelhantes) com as desvantagens decorrentes da possibilidade do inimigo barrar, com posições e tiros preparados, não só esses acidentes como outras vias de acesso prováveis.

f. O objetivo da companhia é fixado pelo batalhão. Entretanto, o comandante da companhia determina exatamente, no terreno, seus limites laterais. A largura do objetivo determina o efetivo a ser empregado no escalão de ataque. Na escuridão, o intervalo entre os homens é reduzido. Meios optrônicos podem aumentar um pouco essa frente.

g. Quando a tropa não for equipada com meios optrônicos, as características do ataque noturno restringem as possibilidades de manobra. Para contornar essas dificuldades, os ataques noturnos são feitos sem mudança de direção e com dispositivos relativamente cerrados. O ataque pode ou não ser frontal em relação às defesas do inimigo, mas a manobra deve ser extremamente simples.

h. Conciliando-se diversos conceitos sobre a manobra, o ataque noturno pode ser executado por meio de um desbordamento ou de uma infiltração para buscar incidir pelo flanco ou pela retaguarda do inimigo, obtendo maior grau de surpresa e maior probabilidade de sucesso, respeitando-se o princípio da simplicidade. Tais formas de manobra podem dificultar a coordenação e o controle, principalmente à noite, embora os meios optrônicos reduzam essa dificuldade. Os fatores da decisão, além de outros aspectos como adestramento e moral, induzem à realização ou não dessas formas de manobra em operações noturnas. Normalmente, o ataque não iluminado e não apoiado será conduzido utilizando-se técnicas de infiltração.

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i. Hora do ataque (a) A hora do ataque, normalmente, é imposta pelo comandante do

batalhão. Quando a companhia de fuzileiros é a principal força de ataque, seu comandante pode ser chamado a apresentar proposta sobre a hora do ataque.

(b) Um ataque iniciado durante as primeiras horas da escuridão é aconselhável após um ataque diurno bem sucedido. Dessa maneira, o inimigo é atacado antes que tenha tempo para reorganizar sua posição ou planejar o apoio de artilharia. Essa hora de ataque também pode ser indicada quando forem previstas operações noturnas inimigas.

(c) Um ataque durante as últimas horas de escuridão é mais indicado como operação preliminar para um ataque geral ao amanhecer, em virtude de não dar tempo ao defensor para reorganizar-se. O ataque deve ser iniciado a tempo de permitir que seja completada a conquista do objetivo, e a reorganização da tropa atacante ocorra antes do amanhecer, sob a proteção da escuridão. Deve ser deixada uma margem de segurança para compensar os retardos imprevistos.

j. A ordem da companhia para o ataque noturno é semelhante a uma ordem para o ataque diurno com o seguinte detalhamento:

(1) Designação do ponto de liberação do pelotão, se houver; (2) Descrição e azimute dos acidentes capitais do terreno; (3) Medidas de segurança para cada pelotão; (4) Meios de identificação; (5) Medidas para manter o sigilo; (6) Processo de progressão; (7) Velocidade de progressão; (8) Medidas especiais de controle e coordenação; (9) Conduta a manter face às ações do inimigo que visem quebrar o

sigilo do ataque; (10) Provável linha de desenvolvimento; (11) Limitações sobre o reconhecimento; (12) Ordens especiais para o patrulhamento à noite, antes do

ataque e após a conquista do objetivo; (13) Prescrições para atuação dos destacamentos de segurança; (14) Utilização de artifícios de iluminação; (15) Linha limite de progressão após a conquista do objetivo; e (16) Missões dos pelotões após o ataque noturno.

6-49. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE (Fig 6-11) a. Linha de partida (LP) - Caso não possa ser fixada por um

acidente do terreno, essa linha pode ser demarcada com fitas ou outros meios improvisados. O ideal seria estabelecer a orla anterior da posição de ataque como linha de partida.

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b. Ponto de liberação de pelotão (P Lib Pel) – É o local onde o comandante de companhia passa aos comandantes de pelotão o controle do deslocamento, permitindo que os pelotões tomem novas direções, mais ou menos paralelas, facilitando o prosseguimento do movimento. Normalmente, esse ponto fica localizado entre a linha de partida e a provável linha de desenvolvimento, sendo utilizado quando a companhia se desloca em coluna. Quando a companhia se desloca da posição de ataque com os pelotões justapostos, o ponto de liberação do pelotão coincide com a posição de ataque. Caso a ação inimiga obrigue o desenvolvimento antes da companhia atingir o ponto de liberação do pelotão, as frações se desenvolvem imediatamente e combatem de acordo com a determinação do comandante da companhia ou as exigências da situação.

c. Provável linha de desenvolvimento (PLD) - É uma linha sobre a qual o comandante pretende desenvolver por completo a tropa para o assalto ao objetivo. Deve ser perfeitamente identificável à noite e estar dentro da distância de assalto ao objetivo. Esta distância varia de acordo com o tipo da posição a ser assaltada, com o tipo e a intensidade do fogo de apoio que precede o assalto, com a reação inimiga esperada, se o inimigo possui ou não equipamentos de visão noturna e com o terreno. Quando não se dispuser de uma linha natural do terreno para o desenvolvimento, pode ser demarcada uma linha por guias que se utilizam de meios improvisados ou de material apropriado, tais como dispositivos luminosos, fluorescentes ou infravermelhos.

d. Linha limite de progressão (LLP) - É planejada para manter o controle e evitar que o escalão de ataque seja submetido aos fogos de proteção amigos. É estabelecida pelo comandante do batalhão, tanto em profundidade como nos flancos do objetivo. Esta linha deverá seguir os acidentes do terreno identificáveis à noite pela tropa.

6-50. SEGURANÇA E SURPRESA

a. Para um ataque noturno, o comandante do batalhão estabelece meios de identificação para todo o pessoal, cuja finalidade é identificar qualquer homem que se desloque para o objetivo antes de clarear o dia. Esses meios não deverão ser complicados, porém facilmente identificáveis a alguns metros de distância. Braçadeiras de pano branco ou materiais fluorescentes são um bom meio de identificação. Podem ser estabelecidos distintivos para os oficiais e, se possível, para os sargentos. Tais meios de identificação têm reflexos positivos na segurança da operação. A não ser que se disponha de meios especiais de identificação, o comandante de companhia deve distribuir os meios prescritos imediatamente a todos os homens.

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b. O comandante de companhia mantém a segurança do ataque por destacamentos na frente e nos flancos. Antes do início do ataque, os destacamentos de segurança se deslocam para suas posições previamente escolhidas e reconhecidas, para proteger a progressão da companhia. É ideal que esses destacamentos utilizem equipamentos de visão noturna e eliminem as patrulhas e os vigias inimigos. Se possível, os destacamentos de segurança devem dispor de homens que falem o idioma do inimigo. O efetivo, o número e os dispositivos dos destacamentos de segurança dependem do inimigo, do terreno e da visibilidade.

c. Em um ataque noturno, a surpresa é obtida pela adoção das seguintes medidas de sigilo:

(1) A restrição no efetivo e nas atividades das turmas empregadas nos reconhecimentos e nos outros preparativos para o ataque;

(2) O ataque em hora e em direção inesperadas; (3) A manutenção das armas carregadas e travadas durante o

deslocamento e somente abrir fogo por ordem; (4) A total disciplina de luzes e ruídos; (5) A camuflagem adequada do pessoal e o do material; (6) O emprego de armas brancas durante o deslocamento e o

ataque; (7) O deslocamento em pequena velocidade para que toda a

companhia possa deslocar-se em silêncio e seja mantida a ligação entre os homens; e

(8) O emprego dos destacamentos de segurança para colocar fora de combate os postos de escuta e os vigias inimigos, momentos antes das forças de ataque chegarem a seus locais.

d. O emprego dos carros de combate com a companhia apresenta a desvantagem da quebra do sigilo e da surpresa. Por isso, normalmente, não devem ser utilizados nessa situação. Quando o ataque for não iluminado, podem ser empregados na consolidação dos objetivos. Em um ataque noturno iluminado ou quando se dispõem de meios optrônicos, as condições se aproximam das de um ataque diurno e, assim sendo, os carros podem deslocar-se segundo os vários processos de emprego do combinado infantaria – carros.

6-51. EXECUÇÃO

a. Um controle eficiente deve ser exercido durante o deslocamento da zona de reunião para a posição de ataque, com a finalidade de reduzir ao mínimo a confusão, a perda da direção e a quebra do sigilo. Os meios para esse controle compreendem os equipamentos de visão noturna, a utilização de guias, a escolha de itinerários claramente definidos e o emprego de balizamento. O deslocamento da zona de reunião para a posição de ataque,

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em princípio, é feito sob o controle do batalhão. Contudo, quando for o caso, em virtude do dispositivo para o ataque e da escolha de posições de ataque diferentes para cada SU, o controle pode ser descentralizado para os comandantes de companhia.

b. Quando a visibilidade e o terreno permitirem a manutenção do controle e o objetivo estiver próximo da linha de partida, ou se for esperado um prematuro contato com o inimigo, pode ser vantajoso o avanço desde a linha de partida com o dispositivo por pelotões justapostos, estando esses em coluna. Os intervalos entre os pelotões devem ser tais que permitam, sem embaraço, a entrada dos grupos de combate em linha para o assalto. O escalão de ataque modifica seu dispositivo no ponto de liberação de pelotão ou quando o desenvolvimento for forçado pela ação inimiga. Em noites com melhores níveis de visibilidade, o dispositivo tenderá para o adotado em um ataque diurno, dependendo da disponibilidade de equipamento de visão noturna e de dispositivos auxiliares de sinalização noturna (fitas e outros equipamentos e materiais de fosforescência direcional), atentando-se para o controle e segurança da tropa.

c. Quando a companhia progride com os pelotões justapostos, seu comandante coloca-se onde melhor possa controlar e regular a progressão. O comandante de cada coluna desloca-se à testa ou nas proximidades. Um sargento desloca-se atrás de cada coluna para auxiliar o controle e manter o sigilo. O comandante da companhia e os comandantes de coluna verificam constantemente a direção e a ligação.

d. Cada coluna será precedida de elementos do destacamento de segurança, dispostos dentro do limite de visibilidade, que deverão proteger a tomada do dispositivo na provável linha de desenvolvimento. As ligações laterais são mantidas por elementos que atuam dentro da distância de ligação.

e. Se for encontrado um posto de vigia/escuta inimigo, os elementos avançados da coluna auxiliam os elementos do destacamento de segurança na sua eliminação, empregando arma branca, enquanto o restante da coluna se abriga. Os elementos desenvolvidos retomam o dispositivo em coluna após a redução da resistência. Todos os comandantes tomam medidas para evitar um assalto prematuro. Contudo, a ação das patrulhas ou dos postos de vigias inimigos pode forçar o desenvolvimento de toda ou parte da companhia, antes da hora prevista.

f. O desenvolvimento pode ser forçado pela ação do inimigo ou executado quando da chegada à provável linha de desenvolvimento, que deve ser ocupada por elementos do destacamento de segurança, antes da chegada da companhia. Deve ser realizado com rapidez e silêncio, pois qualquer parada prolongada nesta fase do ataque aumenta a possibilidade

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de revelação. Devem ser tomadas precauções para evitar um assalto prematuro, causado por tiros feitos a esmo pelo inimigo. Após o desenvolvimento, a progressão é retomada, até que seja encontrada resistência inimiga, quando o assalto será iniciado. Artifícios iluminativos podem ser usados para auxiliar o tiro e o movimento da tropa assaltante aumentando sua velocidade e facilitando seu controle, evitando o fogo fratricida. Tiros traçantes e outros meios devem ser empregados para aumentar a eficiência do nosso tiro direto. Todo esforço deve ser feito para manter a formação em linha para o assalto e evitar que ela se transforme em grupos isolados. Os assaltantes procuram atingir o limite posterior do objetivo, deixando a limpeza para elementos de apoio e reserva. Nesse momento, torna-se essencial uma ação decisiva de todos os oficiais e sargentos, principalmente em termos de liderança.

g. O assalto normalmente é realizado com todos os pelotões de fuzileiros em linha, para obter a máxima potência de fogo à frente. Desta forma, o objetivo designado pelo batalhão, deve ser de tal largura que permita a companhia empregar esta técnica. Quando a companhia está equipada com meios optrônicos e a visibilidade for tal que permita a manobra do pelotão reserva, a companhia pode colocar dois pelotões de fuzileiros em primeiro escalão e um em reserva.

h. Quando é mantido um pelotão reserva, este se desloca de acordo com a determinação do comandante da companhia, seguindo de perto o escalão de ataque. Se, inicialmente, não houver um pelotão reserva, imediatamente, após a conquista do objetivo será designado um pelotão para constituí-la.

i. O comandante de companhia deve observar os seguintes aspectos em relação a velocidade de progressão:

(1) No ataque não apoiado e não iluminado, depende do terreno e da visibilidade e, normalmente, é lenta em virtude da necessidade de cautela e da pouca visibilidade. O controle e a manutenção da direção são difíceis neste tipo de ataque noturno.

(2) No ataque apoiado, iluminado ou não, o assalto ao objetivo é feito tão rapidamente quanto possível, sem preocupação com o sigilo, pois a surpresa é obtida pela direção do ataque.

(3) Os diferentes equipamentos de visão noturna restringem a observação angular, além da variação em alcance, conforme o tipo utilizado, com reflexos na progressão, na técnica de observação e na fadiga ocular, sendo fundamental o adestramento da tropa com equipamentos desta natureza. Em conseqüência, apesar do emprego de equipamentos de visão noturna em determinados ataques, a velocidade de progressão do ataque noturno não se assemelha ao ataque diurno. Deve-se analisar a manobra, buscando-se adotar uma distribuição de equipamentos de visão noturna que

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possibilite um valor ideal, mínimo ou desejável em relação à operacionalidade da tropa.

j. A consolidação ocorre à semelhança do ataque diurno, com as seguintes particularidades:

(1) O plano de consolidação deve ser o mais simples possível, evitando modificar a organização para o combate da companhia;

(2) São utilizados guias para cerrar os trens da subunidade para sua nova posição; e

(3) As posições dos pelotões devem ser mais cerradas para facilitar o controle e o apoio mútuo.

l. A reorganização é iniciada logo que o objetivo tenha sido conquistado, do mesmo modo que em um ataque diurno, com as seguintes particularidades:

(1) Elementos de segurança são instalados suficientemente afastados, à frente e nos flancos , dentro da distância de assalto da posição conquistada, para evitar que o inimigo se reagrupe em sigilo para contra-atacar;

(2) A localização e a evacuação dos feridos e dos prisioneiros é mais demorada. Eles devem ser mantidos na parte posterior do objetivo até que haja luminosidade suficiente para a sua completa evacuação;

(3) Um pouco antes do alvorecer, o pessoal e as armas de apoio são reajustados e distribuídos de acordo com as necessidades, para reforçar a posição e obter melhores campos de tiro; e

(4) Quando o ataque tiver de ser prosseguir após o amanhecer, os preparativos para o prosseguimento são iniciados imediatamente.

6-52. CONDUTA NO ATAQUE NOTURNO

a. Se durante a execução de um ataque não iluminado, o campo de batalha é iluminado, a companhia deve conduzir sua manobra como se fosse um ataque diurno e prosseguir no ataque.

b. Se o inimigo descobre o ataque antes da companhia haver atingido a provável linha de desenvolvimento, o comandante de companhia deve:

(1) Solicitar o apoio de fogo planejado para neutralizar o inimigo; (2) Solicitar a iluminação do campo de batalha ao comandante do

batalhão para facilitar o controle e a progressão; e (3) Prosseguir no ataque, conduzindo sua manobra como se fosse

um ataque diurno.

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Fig 6-11. Medidas de Coordenação e Controle do Ataque Noturno

6-53. COMANDO E CONTROLE

a. Os meios físicos são instalados entre o batalhão e as companhias. A fim de preservar o sigilo, as comunicações telefônicas são preferíveis durante o deslocamento da linha de partida até a provável linha de desenvolvimento.

b. O meio rádio deve ser evitado, para que o inimigo não venha a identificar, com seus meios de guerra eletrônica, o desencadeamento do nosso ataque. Pode ser empregado após a quebra do sigilo, observando as restrições normais de segurança.

c. Os mensageiros, principalmente os especiais, são largamente empregados após o início do ataque, seja para suplementar o meio físico, seja para minorar os efeitos da confusão do combate, inerentes ao ataque noturno. Porém, tais mensageiros devem conhecer a perfeita localização do posto de comando do batalhão e da companhia.

P Lib Cia

P Atq

LP/LC

LP/LC

P Lib Pel

Objetivo

Provável Linha de Desenvolvimento

Provável Linha de Desenvolvimento

Linha Limite de Progressão

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d. Os meios suplementares, tais como os acústicos e os artifícios luminosos, são planejados e utilizados se necessário, particularmente após a quebra do sigilo. Há necessidade de que todos os comandantes participantes conheçam os sinais a serem utilizados no ataque, inclusive os sinais de pedido e cessação de fogos de apoio ou de proteção, bem como o de objetivo conquistado. Tais artifícios podem ser utilizados para orientar a tropa até o objetivo ou para reunir as frações que tenham perdido a direção.

e. O comandante de companhia utiliza o máximo de meios para manter a direção e o controle. Esses meios, geralmente, compreendem:

(1) Emprego de fuzileiros ou atiradores de metralhadoras selecionados para executarem tiros traçantes sobre o objetivo;

(2) Emprego de guias para os deslocamentos antes e após a linha de partida. Bons guias podem ser, freqüentemente, escolhidos dentre os componentes das patrulhas que tenham participado dos reconhecimentos;

(3) Designação dos limites laterais e avançados do objetivo por meio de acidentes nítidos do terreno;

(4) Designação de azimutes das direções de progressão à frente da linha de partida;

(5) Emprego de homens ou destacamentos de ligação, em largura e em profundidade - sua necessidade é determinada pela visibilidade, pelo terreno e pela atividade inimiga.

(6) Designação de um pelotão-base, normalmente o que tem o itinerário mais facilmente identificável;

(7) Regulação da progressão à frente da linha de partida, inclusive o limite de progressão no objetivo;

(8) Conservação do dispositivo da companhia em coluna durante o maior tempo possível. Se praticável, o desenvolvimento em linha é adiado até que a companhia esteja dentro da distância de assalto à posição inimiga; e

(9) Designação da missão de cada pelotão após a conquista do objetivo.

6-54. APOIO DE FOGO

a. O planejamento dos fogos deve ser feito com antecedência, se possível ainda no período de luz. O planejamento deve ser simples e a preparação minuciosa. Devem ser estabelecidas medidas de coordenação rigorosas para evitar que o escalão de ataque seja atingido pelos fogos de apoio durante a progressão. Os planos de comunicações devem prever sinais visuais para pedido de suspensão dos fogos.

b. Os fogos iluminativos são sempre planejados em um ataque noturno, dando ao comandante flexibilidade para utilizá-los caso seja

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necessário. Normalmente, o batalhão decide pela iluminação ou não do campo de batalha.

c. O deslocamento e a ocupação das posições deve obedecer rigorosamente a disciplina de luzes e ruídos. Os fogos só poderão ser desencadeados mediante ordem, para evitar a quebra do sigilo. Algumas armas de apoio podem atirar antes do ataque, com a finalidade de confundir o inimigo ou cobrir o barulho do deslocamento da companhia.

d. As armas de apoio que permitem o transporte a braço podem seguir o escalão de ataque por lanços, porém relativamente distanciadas para evitar que se envolvam no assalto. Podem, também, permanecer atrás da LP, proporcionando fogos de proteção a partir de posições no flanco da SU.

e. A posição de base de fogos, sempre que possível, deve ser perpendicular a direção de assalto. Os fogos de apoio são empregados próximos do escalão de ataque, sendo transportados para frente à medida que este escalão avança. É essencial que os elementos do escalão de ataque, mais próximos da posição de base de fogos, estejam com identificações que os tornem visíveis para o apoio de fogo, evitando, assim o fratricídio.

f. As armas de tiro direto procuram identificar as posições de armas de apoio inimiga, particularmente das metralhadoras, para destrui-las e criar brechas na linha de fogos de proteção final inimiga. Estas armas não devem atirar por muito tempo de uma mesma posição, para evitar sua localização por parte do inimigo.

g. A condução do tiro indireto é prejudicada à noite. Caso haja dúvida da posição do escalão de ataque, os fogos indiretos devem ser desencadeados nas posições inimigas além do objetivo e depois transportados para o objetivo.

h. Os fogos fumígenos também são planejados para reduzir ainda mais a visibilidade do inimigo, especialmente se este for dotado de meios optrônicos. A fumaça é lançada próxima ou sobre as posições inimigas, de modo a não dificultar o nosso deslocamento ou encobrir uma passagem já aberta em um obstáculo inimigo.

i. O assalto pode ser dificultado caso sejam empregados fumígenos no objetivo durante a sua realização. Entretanto, caso a tropa disponha de equipamentos de visão termal e o inimigo não, o emprego do fumígeno pode tornar-se uma vantagem decisiva.

j. As armas de apoio devem ficar em condições de serem empregadas logo após a conquista dos objetivos para fazerem face aos contra-ataques inimigos. A decisão de como e quando deslocá-las depende

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da visibilidade, do terreno e da ação inimiga. Quando as condições não são favoráveis a um deslocamento imediatamente atrás do escalão de ataque, os elementos de apoio podem ser deixados atrás da linha de partida para serem conduzidos à frente por guias, após a conquista do objetivo. Em tais casos, se as armas de apoio são utilizadas para proporcionar fogos de proteção ao escalão de ataque, elas, normalmente, devem ser instaladas em posições convenientes, nos flancos da linha de partida, de onde possam desencadear fogos de proteção dos flancos. A mudança de posição, após a conquista do objetivo, pode ser feita a braço ou em viaturas.

k. Se o comandante decidir por iluminar o campo de batalha, os fogos só devem ser desencadeados após iniciado o assalto ou o ataque seja descoberto pelo inimigo. Uma vez utilizada a iluminação, esta deve ser mantida até a conquista do objetivo.

l. Quando se utiliza a iluminação artificial no campo de batalha, o atacante perde a ocultação de seus deslocamentos e intenções, mas ganha um melhor controle e um apoio de fogo mais eficaz.

m. Iluminação do campo de batalha (1) O campo de batalha é iluminado por unidades de projetores e

por artifícios iluminativos atirados por morteiros e artilharia. (2) O grau de luminosidade pode variar desde o semelhante ao da

luz do dia, quando é utilizada a iluminação direta por projetores ou artifícios iluminativos da artilharia, até o equivalente a pouco menos que o quarto crescente, quando é usada a iluminação indireta com projetores.

(3) Iluminação por projetores (a) Direta - Normalmente, é empregada para a designação de

objetivos e alvos à observação, cegar o inimigo e para a realização de fintas. Não é praticável incondicionalmente, pois o inimigo por uma reação violenta e imediata forçará a mudança da posição dos projetores.

(b) Indireta - É usada para facilitar os deslocamentos até as posições, a observação, a progressão durante o ataque e o deslocamento das reservas e dos suprimentos. É feita pela reflexão da luz nas nuvens ou difusão dos raios luminosos sobre uma área proporciona uma claridade semelhante à do quarto crescente, pelo que é chamado luar artificial.

(4) Artifícios iluminativos – Se forem utilizados artifícios iluminativos, o plano de ataque deve ser organizado de acordo com a visibilidade por eles proporcionada. Quando se utiliza granadas iluminativas no ataque noturno, via de regra, elas são lançadas atrás das posições inimigas, a fim de delinearem o contorno das mesmas às tropas assaltantes. Os artefatos iluminativos também podem ser lançados diretamente sobre o objetivo, com a finalidade de marcá-lo ou de orientar a progressão da tropa.

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6-55. APOIO LOGÍSTICO

As atividades logísticas da companhia se processarão de forma semelhante ao ataque diurno, sendo dificultadas pelas condições de visibilidade reduzida. Isto reforça a necessidade de reconhecimentos diurnos, previsão de guias e utilização de itinerários pré-estabelecidos para o deslocamento dos trens e realização das atividades logísticas.

ARTIGO VII ATAQUE COM TRANSPOSIÇÃO DE CURSO DE ÁGUA

6-56. GENERALIDADES

a. Este artigo trata da companhia de fuzileiros, enquadrada em um batalhão, que tem a missão de atacar transpondo um curso de água obstáculo, cuja margem oposta é defendida pelo inimigo. A companhia normalmente participa na conquista e manutenção de uma cabeça de ponte como ação preliminar da ofensiva.

b. A transposição de um curso de água segue os mesmos fundamentos das operações ofensivas, com as seguintes particularidades:

(1) Necessidade de equipamento especializado e de pessoal instruído;

(2) O comando e controle são dificultados em face das restrições de espaço, trânsito e comunicações; e

(3) Reconhecimentos e necessidades de inteligência diferenciados.

c. As ordens preparatórias e de operações do comandante do batalhão, recebidas pelas companhias, incluem:

(1) Informações sobre o inimigo e sobre o terreno da zona de transposição;

(2) Missão, posição de ataque, hora e local de transposição, zona de ação e objetivos da companhia, inclusive medidas de dissimulação tática para iludir o inimigo;

(3) Plano de fogos de apoio; (4) Material e pessoal de engenharia para auxiliar a transposição e

onde e quando estarão disponíveis; (5) Plano de comunicações; (6) Informações sobre o emprego de fumígenos para cobrir a

operação; e (7) Plano pormenorizado de controle de trânsito, de suprimentos e

de comunicações e eletrônica.

d. Maiores informações sobre as operações de transposição de curso de água poderão ser obtidas nos manuais C 31-60 OPERAÇÕES DE

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TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA e C 7-20 BATALHÃO DE INFANTARIA.

6-57. TIPOS DE TRANSPOSIÇÃO

a. Transposição Preparada - É uma operação de transposição de um curso de água obstáculo executada após meticuloso planejamento e amplos preparativos, visando concentrar a força e meios necessários para desencadear, inicialmente, um ataque na margem oposta. Apresenta as seguintes características:

(1) É realizada quando a imediata não for possível ou, uma vez tentada, não tenha tido sucesso;

(2) O inimigo na segunda margem é forte; (3) É uma operação mais centralizada, exigindo maior coordenação

e controle; (4) São feitos preparativos e planejamentos minuciosos,

caracterizando uma perda de impulsão pela parada da operação em curso; e

(5) A linha de partida é a margem amiga do curso de água, devendo ser ultrapassada pelas unidades envolvidas em uma hora "H" determinada.

b. Transposição Imediata - É uma operação de transposição de um curso de água obstáculo, executada com meios já disponíveis ou que possam ser obtidos em curto prazo, sem interrupção das operações em curso para preparativos de vulto. Apresenta as seguintes características:

(1) É realizada, normalmente, em continuação a uma ação que já vem sendo executada, como por exemplo, um aproveitamento do êxito, uma marcha para o combate, uma perseguição ou um ataque a posições inimigas antes da primeira margem;

(2) O inimigo na segunda margem é fraco e sua posição não está bem preparada;

(3) A surpresa, rapidez e audácia que caracterizam essa operação tornam as unidades blindadas as mais aptas a participarem desse tipo de transposição;

(4) A LP situa-se bem antes da margem do rio e as unidades a transpõem a medida que a atingem, sem que seja fixada uma hora "H". Para tanto, já devem estar de posse dos meios de transposição de assalto necessários; e

(5) Deve ser tentada, sempre que possível, pois evita a perda da impulsão na ação ofensiva em curso.

c. A travessia de oportunidade caracteriza-se pela ausência de ação do inimigo no curso de água, não se constituindo, portanto, em uma das operações de transposição de curso de água obstáculo.

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6-58. RECONHECIMENTO

a. O reconhecimento do comandante da companhia, de preferência diurno, deverá considerar os seguintes aspectos:

(1) Detalhamento da composição e do dispositivo das tropas inimigas, especialmente, a localização das armas de apoio inimigas na zona de ação da companhia;

(2) Itinerários entre a zona de reunião do batalhão e a posição de ataque da companhia;

(3) Posição de ataque; (4) Itinerários entre a posição de ataque e o local de transposição.

Para os deslocamentos diurnos devem ser escolhidos itinerários bem definidos e que possam ser percorridos com facilidade;

(5) Identificação do objetivo da companhia e outras medidas de coordenação e controle impostos pelo batalhão;

(6) Pontos do terreno que sirvam para orientar o ataque e de objetivos para os pelotões;

(7) Largura, profundidade e correnteza do curso de água, no local da transposição, e as condições do seu leito e de suas margens; e

(8) Meios de transposição colocados à disposição da companhia.

b. Os reconhecimentos devem ser coordenados com o elemento de engenharia de apoio, estabelecendo-se local e a hora de encontro entre os comandos das frações subordinadas e o pessoal de engenharia, além das providências sobre guias.

6-59. PLANEJAMENTO

a. Baseado na ordem de operações do batalhão e nos dados levantados no reconhecimento, o comandante da companhia organiza seu plano pormenorizado para o deslocamento até o curso de água, para a transposição e para a ação após o desembarque.

b. Durante o planejamento devem ser observadas as seguintes peculiaridades:

(1) A zona de reunião para a transposição de um curso de água é semelhante a qualquer outra. Os planos e as ordens para a transposição são completados nesse local.

(2) Normalmente, a posição de ataque para uma transposição de um curso de água fica próxima ou junto à zona de reunião final de material de engenharia, onde a tropa de infantaria encontra os guias, via de regra, fornecidos pela engenharia, que a conduzirá até as embarcações de transposição, antes de atingir a margem em poder das tropas amigas. As características desejáveis para uma posição de ataque de companhia na transposição de água, são:

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(a) Facilidade de identificação à noite ou sob condições de visibilidade reduzida;

(b) Facilidade de acesso às viaturas ou às turmas que carregam as embarcações de transposição;

(c) Proximidade de itinerários de acesso ao rio para tropa a pé que sejam facilmente identificáveis e protegidos contra as vistas e os fogos do inimigo;

(d) Proximidade do local de transposição escolhido; (e) Ocultação para a reunião de embarcações e de outros meios

de transposição; e (f) Terreno favorável à distribuição dos pelotões do escalão de

ataque, paralelamente à frente de transposição, permitindo, desse modo, que a tropa dirija-se diretamente e sem demora aos pontos de embarque, largando da margem amiga, simultaneamente, e em toda a frente.

(3) O objetivo inicial da companhia de fuzileiros é determinado pelo comandante do batalhão. Normalmente, é um ponto do terreno que impede a observação terrestre e tiros diretos do inimigo sobre os locais de travessia;

(4) A frente de travessia da companhia de fuzileiros é determinada pelo comandante do batalhão, correspondendo, normalmente, à zona de ação da subunidade. A largura da frente é aproximadamente a mesma prescrita para o ataque em terreno normal. O comandante da companhia determina as zonas de ação e os objetivos de seus pelotões, levando em consideração os seguintes fatores: valor e tipo de resistência inimiga prevista durante a transposição; condições das margens; largura, profundidade, velocidade e direção da corrente; quantidade e tipo de material de transposição disponível. Esses fatores poderão ocasionar intervalos entre as zonas de ação dos pelotões; contudo, a unidade tática dos elementos deve ser preservada. Para fins de proteção durante a transposição e de facilidade de desenvolvimento após o desembarque, os intervalos entre as embarcações são semelhantes aos das frações correspondentes em terra.

(5) As companhias do escalão de ataque, normalmente, transpõem o curso de água com os três pelotões de fuzileiros justapostos.

(6) Normalmente, se a companhia fizer parte do escalão de ataque de um batalhão, receberá um número suficiente de botes de assalto, ou de outras embarcações de transposição, para em uma só vaga transportar toda a companhia e os elementos em reforço.

(7) O comandante da companhia divide a sua subunidade em grupamentos de embarque para o deslocamento da zona de reunião até a margem oposta do rio. As embarcações designadas para a companhia são repartidas entre os comandantes de pelotão (comandantes de grupamento de embarque).

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Fig 6-12. Execução do Ataque com transposição de curso d’água

(8) A companhia deve adotar, no deslocamento até o rio, uma

formação em que os grupamentos de embarque ocupem a mesma posição relativa em que farão a transposição.

(9) A unidade tática dos pelotões é mantida, tanto quanto possível, por ocasião da repartição dos homens pelas embarcações. Um processo satisfatório de distribuição dos elementos de uma companhia do escalão de ataque é o seguinte:

(a) Primeira vaga: comandante da companhia, observadores avançados e os pelotões de fuzileiros com os elementos em reforço;

(b) Segunda vaga: seção de comando da companhia, pelotão de apoio (menos os elementos em reforço a outras frações) e elementos da companhia de apoio em reforço.

rio

LP

LP

Avanço para o rio

Reunião e preparação P Atq Cia

100 a 400 m

Z Reu

E

ZRFME

Obj

Frente de Travessia

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Fig6-12 Organização de grupamentos de embarque

(10) Carros de combate – Caso a companhia de fuzileiros receba

carros de combate em reforço, o batalhão definirá a hora da transposição, a linha de encontro com os fuzileiros (se for o caso), seu provável emprego e os meios de transposição. Normalmente os carros de combate, antes da transposição, realizam base de fogos para minimizar a ação inimiga nos locais de travessia e, tão logo seja possível, realizam a transposição.

(11) Após a transposição, os elementos do batalhão imediatamente estabelecem a segurança para proteger a execução dos trabalhos de engenharia.

(12) Após uma rápida reorganização na margem inimiga, procede-se como em um ataque normal.

(13) Se a companhia constituir a reserva do batalhão, poderá transpor o rio nas embarcações que inicialmente transportaram o escalão de ataque pelas passadeiras ou em portadas.

LP LP

O

Pel Fuz Rfr Pel Fuz Rfr Pel Fuz Rfr

Cmdo Cia e Elm Ap

Grupamentos de Embarque

1Mt

2Mt

3Mt

ApMt

CMt

Rio

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6-60. ORDENS

O comandante da companhia transmite suas ordens de forma a assegurar aos comandantes de pelotão o máximo de tempo para o reconhecimento e planejamento,. A ordem para a transposição é tão completa, específica e pormenorizada quanto possível. Contém instruções para o deslocamento da zona de reunião até a margem amiga, para a transposição do rio e para a conquista do objetivo inicial. Após a conquista do objetivo inicial, o comandante da companhia geralmente dá ordens complementares para o prosseguimento do ataque. Além dos dados constantes nas ordens normais de ataque, a ordem para a transposição de um curso de água contém os seguintes:

a. Localização e itinerários que conduzem à posição de ataque e hora de partida da zona de reunião;

b. Processo de controle da marcha para a posição de ataque (por exemplo: guias, pontos de controle e dispositivo);

c. Instruções para a formação dos grupamentos de embarque; e

d. Distribuição dos botes de assalto pelos pelotões (grupamentos de embarque).

6-61. TREINAMENTO E ENSAIO

a. A companhia de fuzileiros é submetida a instrução intensiva, sempre que possível, em áreas de treinamento organizadas à retaguarda, em local tanto quanto possível semelhante ao das futuras operações.

b. A duração do treinamento varia com o tempo disponível e o grau de adestramento da tropa.

c. A área de treinamento deverá ser dotada de material de travessia idêntico ao que será utilizado nas operações.

d. Os grupamentos de embarque ensaiam suas operações de embarque e desembarque de preferência com os mesmos elementos de engenharia que apoiarão cada grupamento durante a transposição.

e. O comandante da companhia verifica cuidadosamente se todos os homens estão instruídos a respeito da conduta a ser adotada durante a transposição, inclusive as medidas de segurança e as restrições para a abertura do fogo.

6-62. EXECUÇÃO

a. Da zona de reunião para a posição de ataque - Após a escolha da posição de ataque, o comandante da companhia envia guias para fazer

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um reconhecimento diurno da sua posição de ataque e dos itinerários a serem utilizados para o deslocamento da Z Reu para aquela posição. A companhia desloca-se (sob o controle do batalhão, se possível) para a posição de ataque em turmas de embarque.

b. Da posição de ataque para o rio - Ao chegar à posição de ataque, os guias da engenharia conduzem os grupamentos de embarque da subunidade até suas embarcações ou aos outros meios de transposição designados. As turmas de embarque transportam suas embarcações, com as respectivas guarnições, até o local de travessia no curso de água por itinerários previamente balizados e protegidos. O deslocamento para o rio é regulado para que todas as embarcações da primeira vaga atinjam a margem amiga (LP) ao mesmo tempo (hora "H"), evitando o retardo de uma nova coordenação. Todos os itinerários apropriados que levem da posição de ataque ao rio devem ser utilizados para evitar congestionamento.

c. Transposição do curso de água - As guarnições de engenharia, via de regra, são responsáveis pelas embarcações de transposição. Contudo, a conservação da direção durante a travessia é da responsabilidade do infante mais graduado em cada bote. Se a embarcação não for provida de motor, as guarnições de engenharia e o pessoal de infantaria remam. Logo que esteja carregada, cada embarcação inicia a transposição e dirige-se à margem oposta o mais rápido possível. Não deve haver preocupação de formação durante a travessia, devendo-se, porém, manter somente os intervalos entre os botes. Nenhum esforço é feito para contrariar a correnteza, a menos que ela seja tão forte que possa causar um desvio apreciável dos locais de desembarque prescritos. Neste caso, o comandante dará as ordens necessárias, depois de consultar a engenharia de apoio. Durante o dia, raramente se atira das embarcações, sendo proibido tal procedimento à noite. Ao chegar à margem oposta, a tropa desembarca com rapidez, desenvolve-se e ataca o objetivo inicial da companhia. As guarnições de engenharia imediatamente retornam com as embarcações à margem amiga para ulteriores operações.

d. Ataque após a transposição - Após a transposição, as equipes de assalto limpam a margem do rio e prosseguem para os seus objetivos. O fogo direto sobre os elementos que desembarcam na segunda margem, caso seja eficaz, deve ser neutralizado antes de qualquer reorganização do escalão de assalto da companhia. O prosseguimento é feito como num ataque normal, buscando-se conquistar os objetivos previstos e informando-se a conquista dos objetivos estabelecidos para a companhia, pois permitirá à engenharia realizar trabalhos técnicos no curso de água.

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6-63. COMANDO E CONTROLE

Antes da transposição, os rádios podem permanecer em silêncio para preservação do sigilo. Com a transposição das primeiras vagas, o silêncio rádio, normalmente, é suspenso. O rádio, nesta ocasião, torna-se o principal meio de comunicações entre o comandante da companhia e o batalhão. As comunicações, tanto para a frente como para a retaguarda, são mantidas inicialmente pelo rádio, meios visuais e mensageiros. As linhas telefônicas, normalmente, são estendidas através do rio pelas passadeiras ou pontes, podendo também ser estendidas por cima ou sob a água, a não ser que este apresente grande largura e forte correnteza. Aeronaves podem lançar fios neste tipo de operação.

6-64. APOIO DE FOGO

a. O pelotão de apoio da companhia do escalão de ataque só participa no apoio após a transposição do rio. Faz a transposição com a sua companhia e, após o desembarque na margem oposta, apóia o ataque.

b. O pelotão de apoio de uma companhia reserva, no início da transposição, pode ocupar posições na margem amiga para bater objetivos na margem oposta.

c. Os pelotões da companhia de comando e apoio, em princípio, são empregados da seguinte maneira:

(1) Cada companhia do escalão de ataque recebe uma seção do pelotão AC em apoio direto, até a conquista do objetivo inicial da companhia. Daí em diante, por determinação do comandante do batalhão, as seções poderão ser empregadas em reforço ou em apoio direto às companhias ou em ação de conjunto ao batalhão.

(2) O pelotão de morteiros médios é empregado inicialmente na margem amiga, em ação de conjunto aos elementos empenhados na transposição, transpondo o rio logo que o objetivo inicial do batalhão seja conquistado. Um observador desloca-se junto a cada companhia do escalão de ataque.

d. A transposição durante o dia, em geral, é feita sob proteção de uma cortina de fumaça, lançada por artilharia, morteiros e por unidades químicas.

6-65. APOIO LOGÍSTICO

a. Generalidades (1) O planejamento para o apoio logístico a uma operação de

ataque com transposição de curso de água é semelhante ao ataque normal. O principal fator a considerar é a existência do obstáculo que condiciona a execução do apoio.

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(2) O planejamento do SCmt Cia deve dar ênfase ao apoio logístico durante a transposição, mesmo quando o escalão de assalto estiver separado das instalações de apoio, pelo rio obstáculo.

(3) O SCmt Cia deve planejar o momento da travessia dos meios logísticos para assegurar o apoio contínuo à Cia.

b. Planejamento (1) As operações de transposição de curso de água exigem

considerações especiais sobre os suprimentos, sobre a evacuação de saúde e sobre o controle e utilização dos meios de transporte.

(2) A subunidade que executa a transposição, mediante ultrapassagem, deve se utilizar ao máximo das instalações de apoio logístico da subunidade ultrapassada.

(3) Inicialmente os suprimentos são transportados através dos meios descontínuos, ou seja: botes, portadas, viaturas anfíbias e aeronaves. Assim que as pontes fiquem prontas, o apoio logístico retoma o fluxo normal.

(4) O planejamento do transporte é feito pelo batalhão, cabendo à companhia ajustar seus meios. Deve ser dada ênfase especial ao cumprimento dos planos de movimento e de controle e circulação de trânsito emitidos pelo batalhão.

c. Execução (1) A principal preocupação, nos momentos que antecedem ao

ataque, é distribuir a máxima quantidade dos suprimentos à companhia, permitindo aos trens permanecer embarcados e em condições de transpor o rio.

(2) Para assegurar uma quantidade suficiente de munição, todos os homens, que não sejam do escalão de ataque, levam consigo uma pesada carga de munição, sendo aliviados quando atingem a margem oposta. Um reforço de munição pode ser lançado pelo ar na margem inimiga. O remuniciamento é feito a braço e tão logo a situação permita deve ser instalado o P Remn na margem oposta.

(3) Na margem amiga, a evacuação se processa normalmente. Os homens feridos nos botes de assalto permanecem embarcados e são evacuados para a margem amiga. Turmas de padioleiros transpõem o rio à frente do PS, procuram os feridos na margem oposta, tratam de reuni-los e mantêm a ligação com as companhias do ataque

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ARTIGO VIII ATAQUE EM BOSQUES

6-66. GENERALIDADES

a. A zona de ação do batalhão pode ter parte ou toda a área coberta por bosques. Deve-se procurar inicialmente ultrapassar o bosque por um ou ambos os flancos, enquanto suas orlas são neutralizadas por fogos ou fumaça. Se não for possível evitar o bosque e sua posse se fizer necessária, o atacante procurará conquistá-lo por uma ação desbordante ou, em último caso, mediante ação frontal. Com tempo seco, se a posse do bosque não for essencial aos futuros planos, poderão ser utilizadas bombas ou granadas incendiárias.

b. Há necessidade de um conhecimento detalhado do bosque, principalmente sobre densidade da vegetação, existência de estradas, caminhos, cursos d’água e de obstáculos. O ataque em bosque caracteriza-se pela descentralização das ações devido à dificuldade de coordenação e controle causada pela limitada observação. Verifica-se também a existência de reduzidos campos de tiro e a dificuldade de condução de fogos indiretos.

6-67. FASES

a. Ataque e reorganização na orla anterior - Consiste na progressão de forças do escalão de ataque com a finalidade de ocupar uma faixa do terreno na orla anterior do bosque que permita à companhia reorganizar-se e deslocar à frente os seus apoios. A conquista da orla anterior do bosque é semelhante a qualquer outro ataque. Durante a reorganização, o comandante da companhia dá as instruções complementares necessárias para a progressão através do bosque, que é iniciada logo que a reorganização esteja completa, ou mediante ordem do comandante do batalhão.

b. Progressão no interior do bosque - Caracteriza o avanço das forças do escalão de ataque no interior do bosque realizando a limpeza. As medidas de coordenação e controle avultam de importância. A companhia adota um dispositivo que facilite a conservação da ligação com as companhias vizinhas e proteja seus flancos descobertos. Os pelotões do escalão de ataque não devem lançar muitos destacamentos de ligação, a fim de evitar a dispersão de suas forças. Se durante a progressão não for encontrada resistência, pequenas paradas serão feitas em linhas ou zonas bem definidas do terreno, como por exemplo: caminhos, cursos d’água e orlas exteriores de clareiras para verificação da direção e da ligação. Se não houver linhas ou zonas adequadas, as paradas poderão ser reguladas mediante horário, ou após determinados percursos segundo uma direção

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definida por seu azimute. Quando encontrar resistência, a companhia, para reduzi-la, executa uma ação frontal ou de flanco, quase sempre realizada por pequenas frações. O seu êxito depende dos dados obtidos pelas patrulhas antes da elaboração dos planos e da ação de comando por parte dos comandante de pelotão e de grupo. Se a vegetação for densa, os elementos do pelotão reserva poderão ser empregados na limpeza das áreas transpostas pelo escalão de ataque. A artilharia, normalmente, bate os alvos ou zonas atrás do inimigo. As missões de apoio imediato são atribuídas aos morteiros.

c. Conquista da orla posterior - Possibilita a ultimação da limpeza do bosque e permite o reajustamento e os reconhecimentos necessários para o prosseguimento do ataque. Ao atingir a orla posterior do bosque, a companhia reorganiza-se e prossegue no ataque em terreno normal.

d. A seqüência e a existência de cada fase supracitada dependerá da densidade do bosque, da profundidade deste, da manobra empregada, dos fatores da decisão e de outros aspectos.

6-68. PLANEJAMENTO

a. Aspectos importantes para o planejamento (1) Existência de estradas e caminhos – Os pontos críticos das

estradas e caminhos são quase sempre defendidos tenazmente pelo inimigo e o plano de ataque da companhia deverá prever medidas para expulsar o inimigo desses locais a fim de permitir a sua utilização por viaturas de suprimentos e de evacuação e pelos carros de combate empregados no apoio ao ataque. Uma progressão sem a posse segura dessas estradas ou caminhos poderá dificultar ou condenar o ataque a um fracasso.

(2) Localização de armas automáticas inimigas – As armas automáticas inimigas atiram ao longo das picadas já existentes ou abertas pela defesa. Seus campos de tiro não são extensos ou largos, porém, são de difícil localização. Sua eliminação deve ser feita pela ação de pequenos elementos, agindo nos seus flancos e na retaguarda.

(3) Existência de armadilhas – Se o inimigo dispõe de tempo para preparar sua posição, podem ser encontradas armadilhas durante a progressão. Os esforços feitos para sua descoberta e remoção variam com a densidade do bosque e da vegetação existente de baixo das grandes árvores.

(4) Ação de caçadores e golpes de mão – Os bosques oferecem excelente ocultação aos caçadores e aos executantes de incursões de ambos os contendores. Por isso, precauções especiais são tomadas para a proteção do comando da companhia e dos elementos de suprimentos no exercício de suas funções.

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(5) Efeitos das granadas de artilharia e morteiros – a zona batida por fogos de artilharia e morteiros é aumentada pelo arrebentamento das granadas contra as árvores. O inimigo, em geral, constrói abrigos nas suas posições, com a finalidade de proteger-se contra os efeitos de tais tiros. A companhia de fuzileiros do escalão de ataque fica exposta aos tiros de artilharia e morteiros. As zonas batidas por esses fogos devem ser atravessadas com rapidez, ou desbordadas.

b. Medidas de coordenação e controle (1) Direção de ataque - É dada por azimutes magnéticos até o nível

pelotão de fuzileiros (2) Linha de controle - Tendo em vista as dificuldades de

observação e de ligações, o controle tende a descentralizar-se até os menores escalões de comando. Os comandantes asseguram o controle marcando linhas de controle, tendo papel preponderante na progressão no interior do bosque.

(3) Zona de ação – As frentes em geral são reduzidas, dependendo do valor do inimigo, densidade do bosque e resistência esperada

6-69. EXECUÇÃO

a. Dispositivo - Depende da largura da zona de ação, densidade do bosque, característica do terreno, visibilidade e valor do inimigo. Em bosques pouco densos, geralmente, os elementos de primeiro escalão podem desenvolver-se completamente. Em bosques densos o dispositivo por grupos justapostos, cada um deles em coluna, muitas vezes, é o que se impõe para os elementos do primeiro escalão da companhia. Elementos de segurança precedem cada pelotão da testa, reconhecendo as frentes e os flancos. O pelotão reserva desloca-se à esteira do escalão de ataque, mantendo a ligação com o mesmo. A retaguarda da companhia deve ser protegidas quando outros elementos do batalhão não se seguirem imediatamente à companhia.

b. Conservação da direção, ligação e controle – As dificuldades para manter-se a direção e o controle impõem a descentralização do controle pelos comandantes de pelotão. Para facilitar o controle, o comandante de companhia, geralmente, segue logo atrás do centro do primeiro escalão. A velocidade de progressão depende da visibilidade e deve permitir a ligação com os elementos vizinhos. Essa ligação é feita por meio de destacamentos de ligação. A determinação de paradas periódicas e de linhas de controle facilitam a ligação, auxiliando o controle.

c. Emprego de carros - O emprego dos carros é função principalmente da visibilidade no bosque e da existência de estradas e caminhos. Nesse tipo de combate os carros devem receber uma proteção aproximada dos elementos a pé.

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d. Comunicações - A vegetação restringe a utilização do rádio e o sistema de comunicações não pode, portanto, ficar na dependência de seu emprego. Os mensageiros são utilizados, mas sua velocidade de progressão é lenta.

e. Apoio de fogo - As armas de apoio são postas normalmente em reforço aos elementos de primeiro escalão. A observação limitada e o mascaramento feito pelas árvores reduzem a eficácia do apoio de artilharia. Há um emprego muito comum de clareiras para instalar os morteiros. As armas de tiro tenso tem sua eficácia reduzida. Há possibilidade de limitação do emprego do armamento AC, face à necessidade de existir a área de segurança.

ARTIGO IX APROVEITAMENTO DO ÊXITO

6-71. GENERALIDADES

a. Conceito - Operação que se segue a um ataque bem sucedido e que, normalmente, se inicia quando a força inimiga se acha, reconhecidamente, em dificuldades para manter suas posições. Caracteriza-se por um avanço contínuo e rápido das forças amigas com a finalidade de ampliar ao máximo as vantagens obtidas no ataque e destruir a capacidade do inimigo de reorganizar-se ou de realizar um movimento retrógrado ordenado.

b. Constitui a fase decisiva da ofensiva. O sucesso da operação repousa na judiciosa exploração das vantagens iniciais conseguidas pelo ataque. Visa a destruir a capacidade do inimigo de reconstituir uma defesa organizada ou de conduzir, ordenadamente, um movimento retrógrado, em face de uma ameaça de destruição ou captura. A situação do inimigo é de desorganização, cuja resistência consistirá, em princípio, de retardamento executado por pequenos elementos, em linhas descontínuas e sem profundidade.

c. A oportunidade para o início de uma operação de aproveitamento do êxito deve ser judiciosamente considerada. Constituem indícios capazes de justificá-la:

(1) visível diminuição da resistência inimiga em pontos importantes da sua defesa;

(2) aumento do número de prisioneiros de guerra e de material abandonado pelo inimigo;

(3) ultrapassagem de posições de artilharia e de instalações de comando e de suprimento.

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6-72. FORÇAS EMPREGADAS

a. A operação de aproveitamento do êxito comporta dois tipos de forças: a força de aproveitamento do êxito e a força de acompanhamento e apoio.

b. Por exigir grande mobilidade as unidades de infantaria blindada são as mais aptas para esse tipo de operação. Excepcionalmente, as unidades de infantaria motorizada podem participar deste tipo de operação. Quando isto acontecer constituem a força de acompanhamento e apoio.

c. A companhia de fuzileiros, quando empregada no aproveitamento do êxito integrará uma das duas forças, podendo ser reforçada por frações de carros de combate, engenharia ou da companhia de comando e apoio.

d. Forças aeromóveis e aeroterrestres podem ser proveitosamente empregadas durante o aproveitamento do êxito para conquistar acidentes capitais do terreno que contribuam para o cumprimento da missão.

6-73. MISSÕES

a. Da força de aproveitamento do êxito (1) Conquistar objetivos profundos na retaguarda inimiga. (2) Cortar linhas de transporte e de suprimento inimigas. (3) Barrar ou cortar eixos de retraimento da força cercada. (4) Cercar e destruir forças inimigas. (5) Desorganizar a capacidade de comando e de controle do

inimigo.

b. Da força de acompanhamento e apoio (1) Manter aberta a brecha da penetração realizada pela força de

aproveitamento do êxito. (2) Assegurar a posse de acidentes capitais de interesse para a

operação. (3) Limpar o terreno. (4) Substituir elementos da força de aproveitamento do êxito que

tenham sido deixados à retaguarda. (5) Auxiliar em atividades de assuntos civis e de prisioneiros de

guerra. (6) Proteger áreas e instalações à retaguarda da força de

aproveitamento do êxito. (7) Assegurar a liberação das vias de transporte. (8) Bloquear o movimento de reservas inimigas para o interior da

área. (9) Destruir resistências inimigas ultrapassadas.

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6-74. CARACTERÍSTICAS

a. Planejamento (1) Planejamento centralizado; (2) Missões atribuídas pela finalidade; (3) Objetivos profundos; (4) Considera-se como acidentes capitais, além dos objetivos

impostos pelo Cmt Btl, as passagens contínuas sobre rios e obstáculos, as passagens obrigatórias, as regiões dominantes, as regiões capazes de proporcionar segurança, e as regiões favoráveis à rocada de meios;

(5) As vias de acesso são os eixos disponíveis que demandam aos objetivos impostos, situados na retaguarda inimiga;

(6) Medidas de controle reduzidas ao mínimo; (7) O comandante do batalhão dá à companhia o máximo de

liberdade de ação. As ordens do batalhão, em geral, fixam missões, direção de progressão e objetivos; e

(8) O dispositivo adotado por uma companhia de fuzileiros de primeiro escalão no aproveitamento do êxito assemelha-se à do escalão de combate do batalhão vanguarda na marcha para o combate.

b. Execução (1) Grande descentralização das ações; (2) Ampla utilização de meios aéreos para reconhecimento e apoio

de fogo; (3) Progressão rápida, contínua e em larga frente; (4) Grande ocorrência de combates de encontro e ataques de

oportunidade, por incursões rápidas, golpes de mão e manobras desbordantes, partindo da coluna de marcha;

(5) Desbordamento e manutenção do contato em fortes pontos de resistência inimiga;

(6) A força de acompanhamento e apoio segue de perto a força de aproveitamento do êxito, deslocando-se, à retaguarda e, normalmente, pelo eixo de progressão principal

c. Para o estudo mais detalhado a respeito deste tipo de operação, deve ser consultado o C 17-20 – FORÇAS TAREFAS BLINDADAS.

ARTIGO X PERSEGUIÇÃO

6-75. GENERALIDADES

a. Conceito - A perseguição é uma operação destinada a cercar e destruir uma força inimiga que tenta fugir. É, normalmente, uma extensão do aproveitamento do êxito, diferindo do mesmo porque sua finalidade principal

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é a destruição da força inimiga em desengajamento e não a conquista de um objetivo de terreno.

b. O planejamento e execução de uma perseguição são semelhantes ao aproveitamento do êxito. Uma vez iniciada, a perseguição se caracteriza pela audácia e rapidez de ação e é levada a efeito com vigor e agressividade até o limite da capacidade de resistência das frações. Restringem-se as medidas de segurança para facilitar a progressão. Nenhuma oportunidade deve ser dada ao inimigo para reorganizar suas forças ou sua defesa.

c. Para manter o poder combativo da tropa, os elementos de perseguição são motorizados e as viaturas e os carros de combate são utilizados ao máximo, a fim de surpreender e desbordar o inimigo.

6-76. FORÇAS EMPREGADAS

a. Na perseguição, normalmente, são constituídas dois tipos de força: a força de pressão direta e a força de cerco.

b. As unidades de infantaria blindada são mais aptas para esse tipo de operação. Excepcionalmente, o BI Mtz pode ser empregado constituindo toda ou parte da força de pressão direta ou toda ou parte da força de cerco, não devendo participar ao mesmo tempo de ambas as forças. Quando isto ocorrer, a companhia de fuzileiros estará integrando uma destas forças.

c. Forças aeromóveis e aeroterrestres podem ser empregadas particularmente constituindo ou integrando a força de cerco.

d. A força de pressão direta tem por missão evitar o desengajamento do inimigo e impedir que ele se reorganize e prepare novas defesas, inflingindo-lhe o máximo de perdas. Progride rapidamente ao longo de todas as estradas disponíveis, destruindo ou ultrapassando pequenos bolsões de resistência, enquanto que as resistências maiores são reduzidas pelas unidades de acompanhamento. Desborda para atacar os flancos e retaguarda dos últimos elementos inimigos, procurando atingir o seu grosso.

e. A força de cerco tem por missão atingir a retaguarda do inimigo e bloquear a sua fuga de forma que ele seja destruído entre a força de pressão direta e ela própria. Avança por eixos paralelos aos eixos de retirada do inimigo. Caso não possa ultrapassar o inimigo, ataca o flanco do seu grosso.

f. Para o estudo mais detalhado a respeito deste tipo de operação, deve ser consultado o C 17-20 – FORÇAS TAREFAS BLINDADAS.

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6-88

ARTIGO XI OUTRAS AÇÕES OFENSIVAS

6-77. GENERALIDADES

a. Durante a execução de operações ofensivas, quaisquer que sejam seu tipo ou forma, é comum a realização de outras ações ofensivas que não caracterizam, necessariamente, novos tipos ou formas de operações ofensivas.

b. Essas ações ofensivas podem ocorrer em um ou mais tipos de operações ofensivas e podem, mesmo, representar parte importante em seu desenvolvimento.

6-78. COMBATE DE ENCONTRO

a. O combate de encontro é a ação que ocorre quando a companhia em deslocamento, ainda não completamente desdobrada, engaja-se com uma força inimiga, em movimento ou parada, sobre a qual dispõe de poucas informações.

b. Ocorre com mais freqüência em operações de movimento, como marcha para o combate, aproveitamento do êxito e perseguição.

c. No combate de encontro, o comandante da companhia pode adotar, normalmente, com três linhas de ação:

(1) Procurar romper o contato e desbordar a força inimiga; (2) Atacar diretamente partindo do dispositivo de marcha (ataque

de oportunidade);ou (3) Reconhecer e conter a força inimiga, retardando a ação

decisiva até que o batalhão possa ser empregado em um esforço coordenado, seja ofensiva, seja defensivamente (ataque coordenado ou defensiva).

d. O objetivo principal do comandante de companhia, no combate de encontro, é a obtenção e a manutenção da iniciativa. Sem a iniciativa ele poderá, apenas, reagir às ações inimigas. O sucesso no combate de encontro exige que o inimigo seja mantido em uma situação de desequilíbrio para as ações ofensivas.

6-79. INCURSÃO

a. A incursão é uma ação ofensiva, normalmente de pequena escala, compreendendo uma rápida penetração em área sob o controle inimigo, a fim de obter informações, confundi-lo ou destruir suas instalações. Não há idéia de conquista ou manutenção de terreno.

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b. A incursão pode ser realizada pela companhia ou por suas frações, o planejamento do comandante de companhia assemelha-se ao realizado para uma infiltração, com a particularidade que a incursão termina com um retraimento, após o cumprimento da missão.

c. A incursão pode estar inserida no contexto de uma operação aeromóvel ou aeroterrestre. O emprego de aeronaves capacita a força de incursão a atacar objetivos profundos. O retraimento de tal força pode ser realizado prontamente, também com a utilização de aeronaves.

d. A incursão ocorre em qualquer tipo de operação ofensiva, particularmente no ataque, no reconhecimento em força e no aproveitamento do êxito.

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CAPITULO 7

DEFENSIVA

ARTIGO I GENERALIDADES

7-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. A defensiva é uma situação temporária adotada por uma força até que possa tomar ou retomar a iniciativa, pois somente a ofensiva conduz a resultados decisivos.

b. O defensor emprega todos os meios disponíveis para descobrir uma vulnerabilidade inimiga e mantém suficiente flexibilidade em seu planeja-mento para explorá-la. Deve aproveitar toda oportunidade para conquistar e manter a iniciativa e destruir o inimigo. A iniciativa é obtida:

(1) Selecionando a área de combate; (2) Forçando o inimigo a reagir de acordo com o plano defensivo; (3) Explorando as vulnerabilidades e os erros do inimigo por meio

de operações ofensivas; (4) Contra-atacando as forças inimigas que tenham obtido sucesso.

7-2. FINALIDADES

As operações defensivas são executadas com uma ou mais das se-guintes finalidades:

a. Ganhar tempo, criando condições mais favoráveis para a ação ofen-siva;

b. Economizar forças em uma área, para possibilitar uma aplicação de-

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cisiva em outra;

c. Reduzir a capacidade de combate do inimigo, infligindo-lhe o máxi-mo de perdas;

d. Impedir o acesso do inimigo a uma determinada região, detendo-o a sua frente;

e. Destruir forças inimigas, canalizando-as por meio de uma combina-ção de ações de defesa e de retardamento, até que a situação favoreça uma atuação direta sobre elas; e

f. Proteger ou cobrir a manobra de outra força amiga.

7-3. TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS

a. As operações defensivas, em seu sentido mais amplo, abrangem to-das as ações que oferecem um certo grau de resistência a uma força ata-cante. A operação defensiva pode se apresentar sob dois tipos:

(1) defesa em posição; e (2) movimentos retrógrados.

b. Na defesa em posição, a infantaria busca enfrentar o inimigo em uma área previamente organizada, em largura e profundidade, procurando dificultar ou deter sua progressão, à frente ou em profundidade, e aprovei-tando todas as oportunidades para desorganizá-lo, desgastá-lo ou destruir suas forças.

c. Nos movimentos retrógrados, a infantaria procura evitar o combate decisivo sob condições desfavoráveis, seja rompendo o contato com o ini-migo, seja retardando-o a fim de trocar espaço por tempo, evitando sempre empenhar-se em ações que possam comprometer a integridade da força.

7-4. FUNDAMENTOS DA DEFESA

Na organização e na conduta da defesa de sua zona de ação, o co-mandante da companhia de fuzileiros se baseia em certos fundamentos para assegurar o máximo de coordenação entre o dispositivo da tropa, o terreno e a potência de fogo. Esses fundamentos são:

a. Apropriada utilização do terreno - O terreno é o principal fator na seleção do traçado do limite anterior da área de defesa avançada (LAADA) e na localização das forças de combate de um batalhão na área de segu-rança, na área de defesa avançada e na área de reserva. O comandante do batalhão mantém sob controle os acidentes do terreno essenciais à obser-vação e à manobra da reserva, negando ao inimigo a utilização de área que possa comprometer o sucesso da defesa. Na organização da posição, as características defensivas do terreno (cobertas e abrigos, observação e

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campos de tiro, obstáculos, etc) devem ser exploradas ao máximo a fim de colocar o inimigo em situação desvantajosa e, em melhores condições, manter os acidentes capitais. Todas as vias de acesso favoráveis ao inimigo e que conduzam ao interior da posição devem ser levantadas em relação ao valor defensivo do terreno, a fim de distribuir as forças de combate de modo a barrar a progressão inimiga ao longo de cada via de acesso. Uma peça de manobra que possua na sua zona de ação um obstáculo que potencialize o seu poder relativo de combate poderá ter sua frente ocupada e a defender aumentadas. Cabe salientar que este obstáculo não deverá permitir um assalto desdobrado do Ini e o terreno, onde se encontra a posição de blo-queio, deverá permitir o emprego dominante de fogos da peça que defende. Neste caso, é responsabilidade do escalão superior estabelecer, de acordo com a análise dos fatores da decisão, o quanto estas frentes serão aumen-tadas.

b. Segurança - O batalhão, bem como seus elementos subordinados não deve apresentar-se ao inimigo como um alvo fixo e facilmente identifi-cável. Uma vez que o atacante possui a iniciativa quanto à hora, local, dire-ção e valor do ataque, o defensor deve lançar elementos de segurança e, se possível, dispositivos eletrônicos tais como radares de vigilância terrestre (RVT), para fornecer alerta oportuno da aproximação do inimigo. As medi-das de segurança abrangem: segurança à frente da área de defesa, segu-rança de flanco e segurança na área de retaguarda, bem como a cobertura dos intervalos ao longo do LAADA. Os preparativos que podem ser pressen-tidos pelo inimigo e que possam ficar expostos aos seus fogos antes que o ataque tenha início devem ser executados à noite. É indispensável a segu-rança em todas as direções.

c. Apoio mútuo - As forças são localizadas de modo que possam cum-prir a missão atribuída, obter a dispersão adequada à situação e permitir o recíproco auxílio no combate (Fig 7-1). O apoio mútuo é estabelecido late-ralmente e escalonado em profundidade, impedindo a infiltração inimiga entre os núcleos, pois o espaço entre os mesmos fica permanentemente sob observação e batidos por fogos. No escalão batalhão e companhia a coordenação normalmente abrange a cooperação de fogos diretos e indire-tos. O controle dos intervalos e das brechas entre os elementos de manobra é executado através de postos de vigilância ou de escuta, de dispositivos de vigilância eletrônica, obstáculos, fogos previstos e patrulhas, bem como através do emprego de tropas para deter o inimigo que tente utilizar-se dos itinerários que penetrem nos intervalos existentes. O sistema de núcleos é concebido de forma a garantir que a queda de um deles não provoque o rompimento da posição, ficando o inimigo submetido aos fogos dos núcleos vizinhos e da retaguarda. Isto posto, o apoio mútuo entre pelotões será fruto da análise do terreno e do alcance do seu armamento de dotação. A falta de apoio mútuo entre pelotões do LAADA exigirá medidas concretas para limi-

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tar e/ou destruir o Ini no interior da penetração, tais como: maior densidade dos obstáculos em profundidade, fogos de isolamento, posicionamento ade-quado e emprego oportuno da reserva, etc.

Fig 7-1. Visualização do apoio mútuo ideal nos núcleos defensivos d. Defesa em todas as direções - Ainda que a defesa seja organizada

para repelir um ataque frontal, geralmente partido de uma determinada dire-ção, o batalhão deve ser capaz de se defender contra ataques nos flancos, ataques aéreos, aeroterrestres, aeromóveis, infiltrações e ataque à reta-guarda por forças guerrilheiras, devendo ser preparados planos alternativos visando a conter ou limitar tais ataques. Se o terreno permitir, a defesa em todas as direções é mais economicamente assegurada pela adequada loca-lização de forças de segurança e pelo emprego de reservas capazes de atuar em toda a área de defesa. Nas regiões não acessíveis às viaturas, devem ser empregados elementos de segurança nos pontos críticos para bater, conter ou fornecer oportunos alertas de aproximação de forças inimi-gas, evitando a desorganização da defesa. Um clássico exemplo de defesa em todas as direções é a defesa circular. Este tipo de defesa pode ser usa-do para a proteção de uma instalação ou região, ou de uma unidade quando isolada.

e. Defesa em profundidade - Uma adequada defesa em profundidade é indispensável para que o inimigo seja contido e repelido se penetrar na posição. A profundidade é dada pela organização do terreno, não somente

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no LAADA, mas, também, preparando posições de aprofundamento, locali-zando a reserva de modo que possa executar contra-ataques e escalonan-do obstáculos e fogos (Fig 7-2). A posição deve ser estendida à frente do acidente capital a ser mantido.

Fig 7.2 - Visualização da defesa em profundidade com 2(duas) Cia Fuz em 1º escalão e 1(uma) Cia Fuz no aprofundamento.

f. Flexibilidade - O plano de defesa deve favorecer a possibilidade de

pronta reação e imediata retomada da iniciativa a qualquer momento em que o atacante demonstre vulnerabilidade. Para obter tal possibilidade, o comandante deve manter uma reserva adequada e localizá-la de modo a atender ao maior número de alternativas. A mobilidade da reserva e os fo-gos fornecem ao comandante uma maior liberdade para conduzir o combate defensivo. Os fogos são planejados de modo que todas as armas de tiro indireto, e tantas de tiro direto quanto possível, possam concentrar os fogos contra um ataque inimigo à frente do LAADA e no interior da posição.

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g. Máximo emprego de ações ofensivas - Um agressivo patrulhamen-to, incursões e contra-ataques estão entre as ações pelas quais o espírito ofensivo é mantido na defesa. O comandante deve estar atento para reto-mar a iniciativa através de uma ação ofensiva e aproveitar ao máximo a mobilidade dos elementos blindados orgânicos ou em reforço. Os contra-ataques são planejados para desorganizar ataques inimigos, para desafer-rar tropas engajadas quando da execução de movimentos retrógrados, para destruir o inimigo no interior da posição ou para restabelecer posições antes que o inimigo possa reorganizar-se ou reforçar suas forças no interior da penetração.

h. Dispersão - Na organização da defesa o comandante dispõe as for-ças de modo a ser o menos vulnerável possível aos fogos do inimigo. A dispersão deve ser compatível com a necessidade de prover suficiente massa para o melhor cumprimento da missão, apoio mútuo entre as unida-des vizinhas e constituição imediata de uma força de manobra ofensiva. Se o terreno e a mobilidade permitirem, a reserva deve ser desdobrada de mo-do a minimizar vulnerabilidade aos fogos inimigos.

i. Utilização judiciosa do tempo disponível - O tempo disponível para planejamento e organização da posição defensiva influirá na decisão do comandante do batalhão quanto ao emprego da tropa, preparação de obs-táculos, coordenação de fogos e prioridade dos trabalhos. Todo esforço deve ser feito para que as posições estejam preparadas antes do ataque inimigo. Para se obter maior eficiência da defesa, a maior parte do tempo disponível deve ser destinada aos elementos subordinados. A posição deve ser continuamente melhorada, devendo todo o tempo adicional ser utilizado neste trabalho.

j. Integração e coordenação das medidas de defesa - O plano de defesa envolve cuidadosa integração e coordenação do plano de apoio de fogos e plano de barreiras

(1) Plano de apoio de fogo (PAF) (a) O plano de fogos é preparado para apoiar os elementos das

três áreas da defesa (forças de segurança, ADA e reserva). Deve assegurar a máxima eficácia do fogo das armas orgânicas, em reforço e em apoio, para bater a força atacante durante toda a conduta da defesa.

(b) Os fogos planejados auxiliam o controle de áreas não ocupa-das, cobrem barreiras e apóiam ações ofensivas. Na elaboração do plane-jamento de fogos são considerados os aspectos ligados à defesa antiaérea, tais como: rotas prováveis de aproximação aérea do inimigo, cobertura ou proteção dos meios de defesa antiaérea, difusão oportuna de alertas e iden-tificação das aeronaves.

(c) Na defesa contra forças blindadas, o plano de DAC é conside-rado na mais alta prioridade e assume primordial importância no plano de

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defesa. O plano DAC é intimamente coordenado com o plano de barreiras de forma a aproveitar da melhor forma os efeitos do terreno e dos obstácu-los sobre os carros de combate e as viaturas blindadas inimigas.

(2) Plano de barreiras (a) O valor defensivo do terreno é aumentado pelo eficiente em-

prego de obstáculos planejados com a finalidade de canalizar, dissociar, fixar ou bloquear o movimento das forças inimigas. Os obstáculos devem ser localizados, em relação aos elementos de primeiro escalão, de modo a serem eficazmente batidos por fogos diretos e indiretos. Normalmente pla-nejados e executados pelo batalhão, compreendem campos de minas, obs-táculos expeditos (abatises), obstáculos de troncos e vigas, destruições, bloqueios de estradas, fossos anticarro e obstáculos de arame farpado (re-des táticas, suplementares e de proteção local).

(b) Na preparação destes obstáculos, deve ser evitada a perda da liberdade de manobra das forças defensoras, particularmente quando blindadas. Isto é possível mantendo-se as passagens da tropa devidamente reconhecidas e, quando ativadas, balizadas pelos elementos de engenharia. Todo esforço deve ser feito para a manutenção da integridade dos obstácu-los a cargo de uma peça de manobra ou para a sua reconstrução após um ataque inimigo.

ARTIGO II DEFESA EM POSIÇÃO

7-5. GENERALIDADES

A defesa em posição é estruturada:

a. Na organização de uma defesa de área a ser mantida a todo custo;

b. No emprego de forças de cobertura à frente para retardar e desor-ganizar a progressão do inimigo e iludi-lo quanto à verdadeira localização da posição defensiva; e

c. No emprego da reserva para limitar as penetrações e desalojar o inimigo por meio de contra-ataques, caso consiga penetrar na posição.

7-6. FORMAS DE MANOBRA

a. A defesa em posição compreende as seguintes formas de manobra: (1) Defesa de área (Fig 7-3) e (2) Defesa móvel.

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Fig 7-3. A Cia Fuz na Área de Defesa Avançada (ADA)

b. A defesa móvel é uma manobra conduzida pela DE ou escalões su-periores baseada no eficiente emprego do fogo e da manobra para destruir o inimigo. Um mínimo de poder de combate é empregado na ADA para aler-tar o desembocar de um ataque e canalizar a força atacante para regiões previamente escolhidas e favoráveis a um contra-ataque de destruição, a ser executado por uma potente força de choque blindada em reserva. A companhia de fuzileiros pode participar da defesa móvel como parte de uma força maior, sendo empregada para deter a progressão do inimigo à frente ou em profundidade. Para maiores detalhes consultar o manual C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.

Direção Provável de Aproximação do

Inimigo

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ARTIGO III DEFESA DE ÁREA

7-7. GENERALIDADES

a. A defesa de área é orientada no sentido da manutenção de uma re-gião específica ou no sentido de forçar o inimigo a aceitar uma situação tática desvantajosa para conquistar seu objetivo.

b. Nessa forma de manobra, as posições de primeiro escalão são for-temente mantidas e todo esforço é feito para deter o inimigo à frente da posição. Se o inimigo penetrar na posição, deve ser destruído ou expulso por meio de contra-ataque, com a finalidade principal de retomar o controle sobre a área de defesa avançada (restabelecimento da posição).

c. O defensor desdobra a maioria de seu poder de combate na área de defesa avançada, e planeja aceitar um engajamento decisivo ao longo do limite anterior da área de defesa avançada, apoiado por grande volume de fogos.

7-8. ORGANIZAÇÃO DA DEFESA

a. A defesa é escalonada em três áreas (Fig 7-4): (1) Área de segurança; (2) Área de defesa avançada (ADA); e (3) Área de reserva.

b. A companhia poderá ser empregada, como parte de um batalhão, na área de segurança, na ADA ou na área de reserva.

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c. Área de Segurança (A Seg) (1) Delimitação - A área de segurança começa no limite anterior da

área de defesa avançada (LAADA) e se estende para frente e para os flan-cos até onde forem empregados elementos de segurança. As forças que guarnecem esta área constituem o escalão de segurança. A profundidade da A Seg pode ser limitada, à frente, pela presença de elementos de segu-rança do escalão superior.

(2) Missão - A missão do escalão de segurança é: (a) Dar o alerta oportuno da aproximação do inimigo; (b) Retardar e desorganizar o inimigo, dentro de suas possibili-

dades; (c) Impedir a observação terrestre e os fogos diretos sobre a

ADA; (d) Iludir o inimigo quanto à verdadeira localização do LAADA.; (e) Realizar ações de contra-reconhecimento; e (f) Suplementarmente, o escalão de segurança localiza alvos re-

ais e prováveis para o defensor e pode receber missão de deixar elementos

Fig 7-4. Escalonamento da defesa do batalhão de primeiro escalão

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à retaguarda do inimigo para dirigir fogos, fornecer dados e desorganizar suas operações.

(3) Composição - O escalão de segurança é composto por forças equilibradas de armas combinadas. Pode ser constituído de:

(a) Força de cobertura (F Cob); (b) Postos avançados gerais (PAG); (c) Postos avançados de combate (P Avç C); (d) Elementos de segurança aproximada; e (e) Elementos de vigilância aérea.

d. Área de Defesa Avançada (ADA) (1) Delimitação - A ADA do batalhão se estende para a retaguarda,

desde o LAADA até a retaguarda das companhias de fuzileiros empregadas em primeiro escalão.

(2) Missão - A missão dos elementos de primeiro escalão é deter o inimigo à frente da posição, procurando impedir, por meio de fogos e do combate aproximado, a sua entrada na referida área. Para cumprir esta missão, os elementos da ADA bloqueiam as Via A disponíveis para o inimi-go, não somente junto ao LAADA mas também em profundidade, a fim de limitar possíveis penetrações.

(3) Composição - O BIMtz é o mais indicado para ser empregado na ADA.

e. Área de Reserva (A Res) (1) Delimitação - A área de reserva, também denominada área de

retaguarda, se estende desde a retaguarda das companhias de primeiro escalão até o limite de retaguarda do batalhão, se houver.

(2) Missão - As missões da reserva são: (a) Aprofundar a defesa, limitando as penetrações; (b) Realizar contra-ataques; (c) Reforçar ou substituir os elementos da ADA.

(3) Composição - Nesta área são localizadas as SU não emprega-das na ADA. Estas SU constituem a reserva e são mantidas sob o controle direto do batalhão para emprego na oportunidade e local decisivos.

ARTIGO IV FORÇAS DA ÁREA DE SEGURANÇA

7-9. FORÇA DE COBERTURA

a. Uma Força de Cobertura (F Cob) é, normalmente, estabelecida pelo Esc Sp (Ex Cmp ou DE) para proporcionar segurança à frente dos PAG. Por necessitar de grande mobilidade, em geral esta missão é atribuída às tropas blindadas.

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b. Essa força tem a missão de retardar o inimigo, durante um determi-nado período, a fim de proporcionar tempo para a preparação da posição de defesa, através de uma ação retardadora em posições alternadas ou suces-sivas, desorganizar ao máximo as forças inimigas atacantes e iludi-las quan-to à verdadeira localização do LAADA.

7-10. POSTOS AVANÇADOS GERAIS a. Os postos avançados gerais (PAG) são estabelecidos aproximada-

mente de 8 a 12 km à frente da brigada, por ordem do comandante da divi-são. Eles dão maior segurança à frente da posição defensiva, alertam sobre a aproximação do inimigo, retardam e desorganizam sua progressão, procu-rando iludi-lo quanto à real localização do LAADA..

b. São, normalmente, guarnecidos por um grupamento de armas com-binadas, integrando uma brigada, embora um batalhão reforçado possa ser designado para guarnecer os PAG. Uma companhia de fuzileiros pode re-ceber uma área para organizar e ocupar na área de defesa do batalhão empregado nos postos avançados gerais, ou ficar em reserva.

c. A ordem para os postos avançados gerais pode prescrever que a sua área de defesa seja mantida por um tempo determinado ou que eles realizem um ação retardadora. No primeiro caso, a companhia organiza suas posições como em uma defensiva normal. No segundo caso, aplicam-se os princípios que regem uma ação retardadora.

d. As tropas de infantaria blindada estão mais aptas a ocuparem os postos avançados gerais.

7-11. POSTOS AVANÇADOS DE COMBATE

a. Generalidades (1) Os postos avançados de combate, via de regra, ficam situados

entre 800 e 2.000 metros à frente do LAADA. (2) Constituem o elemento de segurança da brigada. Sua missão

principal é proporcionar o alerta oportuno quando da aproximação do inimi-go e impedi-lo de realizar a observação terrestre aproximada e os fogos diretos sobre o interior da área de defesa. Dentro de suas possibilidades, retardam e desorganizam o inimigo e se esforçam para iludi-lo quanto à real localização do LAADA. Aumentam a segurança da posição defensiva e ob-têm dados oportunos acerca do inimigo, infligindo-lhe o máximo de baixas, sem se engajarem em combate aproximado.

(3) A responsabilidade pela organização e ocupação da sua posição pode ser atribuída a uma companhia de fuzileiros dos batalhões de primeiro escalão (geralmente a reserva) ou a elementos do batalhão reserva. O efe-tivo dos postos avançados de combate em cada batalhão, varia desde um

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pelotão reforçado até uma companhia de fuzileiros reforçada com morteiros do Btl, armamento AC e carros de combate.

b. Organização (1) Os postos avançados de combate são constituídos de uma série

de postos de vigilância, cujos efetivos variam de uma esquadra a um pelo-tão de fuzileiros reforçado. Esses postos organizam núcleos de defesa em acidentes do terreno que permitam boa observação em profundidade, ofere-çam extensos campos de tiro e proteção aproximada às armas de apoio pelos fuzileiros (Fig 7-5).

Fig 7-5. O Pel Fuz (+) ocupando o P Avç C com representação de 1 (um) itinerário de retraimento.

(2) As posições são organizadas em frentes normais, separadas

uma da outra de modo a permitir a ligação mútua pela vista. Caso isso não seja possível, a ligação entre os núcleos é mantida por meio de patrulhas ou outros meios de comunicações. Vigias e patrulhas são empregados à frente, nos flancos e atrás para proporcionarem segurança nos postos de vigilân-cia. Faz-se patrulhamento entre os postos e os vigias durante os períodos de visibilidade reduzida. As armas são instaladas onde se disponha de campos de tiro extensos e os homens ocupam locais que ofereçam o máxi-mo de observação, o que, em geral, é conseguido na crista topográfica do

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acidente do terreno organizado. (3) Além das vantagens já expostas, tal localização facilita o retrai-

mento. Geralmente, não há necessidade de pontos de apoio nem são pre-vistos os fogos à frente da posição dos postos avançados de combate, por-que eles retraem antes que o atacante cerre o contato. As comunicações para a retaguarda são mantidas por meio de telefone, rádio e mensageiros. Os itinerários de retraimento são escolhidos e reconhecidos, e todos os homens tomam conhecimento do plano de retraimento.

c. Conduta - Quando não há tropa amiga à frente dos postos avança-dos de combate, o contato com o inimigo é mantido por meio de patrulhas. As armas executam tiros longínquos, procurando infligir o máximo de baixas e desorganizar o inimigo. À medida que o inimigo progride, aumenta a con-tinuidade e densidade de fogos que recebe. O comando imediatamente superior é cientificado da aproximação das forças inimigas e é sempre in-formado da evolução da situação. Se o atacante chegar à distância de com-bate aproximado ou ameaçar um desbordamento, o posto retrai.

d. Retraimento (1) A decisão de retraimento, normalmente, é tomada pelo coman-

dante do batalhão ou da brigada. Contudo, o comandante do posto avança-do pode ser autorizado a tomar essa decisão.

(2) São utilizados itinerários de retraimento, previamente designa-dos e reconhecidos, que ofereçam o máximo de coberta e ocultação. Tais itinerários não devem prejudicar a execução dos tiros rasantes das armas instaladas na posição defensiva e, se possível, procuram esconder ao inimi-go a verdadeira localização dessa posição.

(3) Preparam-se diversos planos para o retraimento. Em princípio, as frações menos engajadas retraem em primeiro lugar. Já que a distância da posição defensiva é curta, não há, geralmente, posições retardadoras intermediárias e o retraimento é feito diretamente para o interior da posição. Os elementos amigos são mantidos informados sobre o curso do retraimen-to.

ARTIGO V COMPANHIA DE FUZILEIROS DA AREA DE DEFESA AVANÇADA

7-12. MISSÃO

A missão da companhia de fuzileiros da área de defesa avançada, na defensiva é, com o apoio de outros elementos, deter o inimigo pelo fogo à frente do LAADA, e, caso ele atinja esse limite, repelir o seu assalto pelo combate aproximado e, excepcionalmente, expulsá-lo por meio do contra-ataque.

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7-13. NORMAS DE COMANDO – POREOF

a. Providências Iniciais (1) Durante as providências iniciais, o Cmt SU deverá retirar as dú-

vidas que porventura ainda tenha. Realiza um planejamento inicial do tempo disponível, buscando deixar o maior tempo possível para os elementos su-bordinados.

(2) Como os comandantes dos elementos de apoio e vizinhos, em geral, estão presentes na ocasião em que o comandante da companhia recebe a ordem de defesa do batalhão, ele aproveita este momento para realizar as ligações necessárias a um entendimento com aqueles coman-dantes no sentido de assegurar a coordenação das ações.

(3) Nesta fase, o comandante da companhia realiza a análise da missão recebida e prepara o PLANO INICIAL DE DEFESA. Este plano ser-ve de base para futuras ações e dá uma orientação inicial aos comandantes subordinados e aos elementos de apoio para que possam iniciar determina-dos trabalhos antes da expedição da ordem da companhia. Ele contém dis-posições gerais e as missões da tropa e das armas de apoio dentro da zona de defesa da companhia.

(4) Realiza o planejamento e expede ordens para o deslocamento de tropa, com a devida antecedência, auxiliando o controle e assegurando a chegada a tempo da tropa à posição defensiva. Esse deslocamento, nor-malmente, é controlado pelo seu subcomandante.

(5) Fixa a hora em que a ordem será emitida. Ao escolhê-la, leva em consideração o tempo total disponível, o tempo necessário para um reco-nhecimento adequado por parte de seus comandantes subordinados e para a efetiva preparação da posição. Ele dá tempo suficiente para o preparo das posições, mesmo que isso possa prejudicar a minuciosidade do seu reco-nhecimento.

(6) Designa os elementos que, além dos comandantes de pelotão, irão receber a ordem de defesa da companhia. Estes poderão ser os obser-vadores avançados de artilharia e de morteiros, o auxiliar das comunicações e os comandantes de frações de armas de apoio localizadas dentro da zona de ação da companhia.

b. Observação e planejamento do reconhecimento (1) O comandante da companhia escolhe um posto de observação

do qual toda ou pelo menos a parte mais importante da área de defesa da companhia possa ser vista. Pode, também, designar este posto como o local em que posteriormente emitirá sua ordem.

(2) Antes de iniciar o reconhecimento do terreno, faz um ligeiro re-conhecimento na carta, determina os locais a serem percorridos e escolhe o itinerário. Seu reconhecimento é tão minucioso quanto o tempo permitir, devendo percorrer o terreno a ser defendido, dispensando maior atenção aos pontos mais importantes. Dá a conhecer seu itinerário para que possa

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ser encontrado com rapidez.

c. Reconhecimento (1) O comandante da companhia faz o seu reconhecimento pessoal

do terreno. Sempre que possível, deve ser acompanhado pelo comandante do pelotão de apoio e demais elementos que julgue necessários. Em primei-ro lugar, identifica precisamente sua zona de ação e as vias de acesso que incidem em sua posição no LAADA, em profundidade e nos flancos. A partir de então, conduzirá a análise por faixas do terreno.

(2) Estuda o terreno imediatamente à frente da posição para verifi-car, dentre outros aspectos:

(a) Regiões que ofereçam cobertas e abrigos para o inimigo, permitindo sua utilização como posições de ataque, bases de fogos de ar-mas de tiro curvo e desdobramento de PC, instalações logísticas e reserva;

(b) Regiões que podem ser utilizadas pelo inimigo como bases de fogos de tiro tenso;

(c) Itinerários cobertos e abrigados que podem ser utilizados pelo inimigo para abordar a posição e posições de desenfiamento para arma-mento coletivo;

(d) Obstáculos naturais e terrenos descobertos de passagem o-brigatória para o inimigo;

(e) Acidentes dominantes do terreno que possam ser utilizados como postos de observação inimigos e zonas no interior da posição de re-sistência expostas às vistas do inimigo;

(f) Itinerários desenfiados para retraimento dos postos avança-dos.

(3) Estuda, pormenorizadamente, o terreno no interior da zona de defesa para determinar, dentre outros aspectos:

(a) Posicionamento dos núcleos de defesa dos pelotões da com-panhia, permitindo bloquear em melhores condições as vias de acesso do inimigo;

(b) Locais dos armamentos AC e dos morteiros; (c) Locais dos postos de observação e de comando da compa-

nhia; (d) Itinerários das comunicações e dos suprimentos; (e) Coordenação com os elementos vizinhos e com os elementos

das armas de apoio ou de guerra eletrônica que podem ser instalados den-tro da zona da companhia;

(4) Quando o tempo é restrito, o comandante da companhia pode dar sua ordem sem fazer um reconhecimento minucioso do terreno. Nesses casos, ele o faz utilizando o melhor posto de observação ao seu alcance, ou apenas baseando-se no seu estudo da carta. Os ajustamentos visando me-lhorar a coordenação e a organização tática são feitos logo que a situação permita.

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d. Estudo de Situação (1) Após completar seu reconhecimento, o comandante da compa-

nhia prossegue com seu estudo de situação onde consolida as informações levantadas em seu estudo do terreno, das condições meteorológicas e do inimigo. Formula e analisa linhas de ação para organizar sua posição defen-siva, realizando uma rápida comparação entre elas e chegando a uma deci-são.

(2) Durante seu estudo de situação, o comandante da companhia poderá ser assessorado pelos elementos de apoio recebidos, os quais po-derão passar informações importantes como locais favoráveis ao emprego de fogos de artilharia e locais onde serão lançados os obstáculos artificiais determinados pelo escalão superior. Estas informações adicionais servirão como auxílio para montar suas linhas de ação.

e. Ordens - Após chegar a uma decisão, o comandante da compa-nhia faz as modificações necessárias em seu plano inicial, oriundos do re-conhecimento do terreno e do seu estudo de situação e expede, então, a ordem de defesa da companhia, dando conhecimento ao comandante do batalhão do seu plano de defesa.

f. Fiscalização- Após a emissão da sua ordem, o comandante da companhia fiscaliza a organização pormenorizada da área de defesa da companhia.

7-14. ORDEM DE DEFESA DA COMPANHIA DE FUZILEIROS

a. O comandante da companhia baseia sua ordem de defesa na or-dem do batalhão, nas propostas apresentadas por seus comandantes de frações e no seu próprio estudo da situação (para modelo de uma ordem de defesa da companhia, ver o Anexo A).

b. A ordem é transmitida verbalmente e compreende o seguinte: (1) Informação sobre o inimigo, inclusive direção e hora em que um

ataque pode ser esperado. Informações sobre os elementos amigos, de apoio e vizinhos;

(2) Missão da companhia; (3) Missões e núcleos de defesa de cada pelotão de fuzileiros, inclu-

indo o setor defensivo de cada pelotão; (4) Posições e missões dos armamentos AC, dos morteiros e de

quaisquer outras armas postas em reforço à companhia, podendo designar alvos prioritários ou direções principais de tiro para as armas coletivas;

(5) Controle do tiro, inclusive os pormenores relativos aos pedidos de desencadeamento de fogos de proteção final;

(6) Medidas de segurança; (7) Ordem de urgência nos trabalhos de OT e a hora em que deve-

rão estar prontos;

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(8) Localização dos campos de minas e de outros obstáculos; (9) Remuniciamento e outras medidas administrativas; (10) Local do posto de socorro do batalhão e refúgio de feridos da

companhia; (11) Modificações ou aditamento às NGA (por exemplo: segurança

anticarro, tipo de espaldões e medidas de higiene); (12) Posto de comando e de observação; e (13) Instruções sobre as comunicações.

7-15. ZONA DE AÇÃO DA COMPANHIA

a. Frente (1) O comando do batalhão fixa as frentes de suas companhias de

primeiro escalão de acordo com o valor defensivo e a importância relativa de suas áreas de defesa. Normalmente, uma companhia de fuzileiros da área de defesa avançada recebe uma frente de 1200 a 1.600 metros (Fig 7-6).

(2) Quando uma companhia ocupa uma região capital de defesa, ou tem observação deficiente e campos de tiro limitados, como em terreno coberto ou acidentado, sua frente aproxima-se do menor limite citado. Quando o terreno oferece maiores campos de tiro e melhor observação, a frente pode aproximar-se do limite máximo. Em condições excepcionais, como em terreno plano e limpo, ou quando houver obstáculos naturais ao longo da frente, que venham reforçar a defesa, a companhia poderá receber uma frente superior a 1.600 metros.

b. Profundidade (1) A profundidade da área de uma companhia da área de defesa

avançada, normalmente, não excede a 1.000 metros. Esta profundidade pode ou não englobar as instalações logísticas da companhia, dependendo do terreno e das possibilidades do inimigo.

(2) A área de segurança aproximada à frente do LAADA raramente vai além de 500 metros.

c. Limites (1) O comandante do batalhão fixa a área de responsabilidade de

cada companhia de fuzileiros da ADA por meio de limites. A extensão des-tas linhas indica até onde se estende a responsabilidade da companhia à frente e à retaguarda (Fig. 7-7). Os limites devem ser fixados de sorte a favorecer a defesa e a colocar os acidentes capitais do terreno (cristas, elevações) e as vias de acesso perigosas sob a responsabilidade de um só elemento.

(2) No nível subunidade, não há uma divisão da Z Aç da compa-nhia para os Pel Fuz, o que ocorre é uma distribuição de faixas do terreno a defender, sob responsabilidade de cada comandante de pelotão.

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Fig 7-6 – Zona de ação de uma Cia Fuz d. Pontos-limite

(1) Os pontos ao longo do LAADA onde cessa a responsabilidade de um elemento e tem início a de outro chamam-se pontos-limite.

(2) Estes pontos fixados pelo comando superior, têm duas finali-dades principais para as companhias de fuzileiros de primeiro escalão: bali-zar o traçado geral do LAADA e designar o local, no terreno, onde os co-mandantes vizinhos devem coordenar seus planos de defesa a fim de asse-gurar o apoio mútuo de suas áreas.

(3) Não há necessidade de ocupar-se o ponto-limite com elemento de tropa.

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Fig 7-7. Limites laterais e de retaguarda das Cia Fuz na ADA

7-16. ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DE DEFESA AVANÇADA

a. Distribuição dos pelotões (1) Os pelotões são empregados no interior da área de defesa da

companhia, de acordo com a mais correta aplicação dos fundamentos de defesa. Via de regra, isso é conseguido com o emprego de dois pelotões de fuzileiros no LAADA e um em reserva. Esses pelotões são dispostos de modo a defenderem as vias de acesso e a cobrir outras partes da área de defesa da companhia com fogos e com a observação.

(2) Os elementos do pelotão de apoio são instalados dentro da á-rea de defesa da companhia, onde melhor possam cumprir suas missões de tiro e serem protegidos pelos elementos de fuzileiros. Em geral ficam locali-zados no interior dos núcleos de defesa dos pelotões.

b. Pelotões do limite anterior da área de defesa avançada (1) Localização – As posições dos pelotões do LAADA devem ser

organizadas junto à crista militar da elevação a defender, de forma a obter-se uma boa observação aproximada e campos de tiro rasantes para as ar-mas de tiro tenso. (Fig 7-8)

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Fig 7-8. Rasância do armamento de tiro tenso obtida da crista militar. (2) Frente a defender e ocupar

(a) A largura da frente a defender do núcleo de defesa do pelo-tão de primeiro escalão é função de vários fatores, quais sejam: campos de tiro, obstáculos e fogos de apoio. Normalmente, é de 600 a 800 m.

(b) Em virtude de sua possibilidade de cobrir uma zona pelo fo-go, um pelotão ocupa uma área de 400 metros (Fig 7-9)

(c) Quando armas de apoio são instaladas no interior da zona de um pelotão, a frente ocupada pode ser aumentada de acordo com o ter-reno.

(3) Intervalos (a) Os intervalos entre os pelotões variam de acordo com o ter-

reno e com o fogo que os cobre. Estes intervalos são influenciados pelos seguintes fatores: observação, campos de tiro, possibilidade do pelotão reserva bater os intervalos, apoio mútuo entre pelotões vizinhos do LAADA e dispersão.

(b) A fim de evitar que dois núcleos não sejam atingidos por uma única concentração de artilharia ou de morteiro, via de regra, o interva-lo entre os pelotões de fuzileiros no LAADA terá uma distância mínima de 200 metros (podendo ser menor caso a situação imponha), e uma distância máxima de 400 metros a fim de permitir o apoio mútuo entre estes núcleos.

(4) Responsabilidades (a) O comandante da companhia deve evitar a divisão da res-

ponsabilidade da defesa de uma via de acesso do inimigo entre dois pelo-tões.

(b) Para que seja possível cobrir toda a área de defesa com os fogos dos fuzileiros, estes recebem setores de tiro bem definidos. A dimen-são de cada setor depende: da frente da zona de defesa; da existência de vias de acesso perigosas; das condições favoráveis do terreno para os pos-tos de observação do inimigo.

Direção de A-proximação do

Inimigo A – Contra-encosta B – Crista topográfica C – Crista militar Linha de observação e trajetória de tiro tenso

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(5) Graus de resistência (a) Generalidades - Os graus de resistência que podem ser

empregados na ADA, conforme o nível de engajamento admitido com o inimigo são, do maior para o menor, defender, retardar e vigiar. Em uma defesa de área, em princípio, deve-se adotar o “defender” em todas as vias de acesso. Não caberá ao comandante da companhia definir qual grau de resistência será adotado, entretanto ele poderá receber ordem do batalhão para, em uma parte da sua zona de ação, empregar um grau de resistência menor que o defender na região do contato, geralmente uma frente secun-dária com terrenos restritivos ou impeditivos à frente do LAADA. Nas posi-ções ocupadas pelo pelotão reserva da companhia da ADA e na área da companhia reserva deve sempre ser adotado o grau de resistência defen-der.

(b) Retardar ((1))Um pelotão de fuzileiros que retarda o inimigo em de-

terminadas Via A combate através do fogo, procurando desorganizar e deter o ataque inimigo, sem se engajar decisivamente em combate. Isto ocorre quando o pelotão recebe mais de uma Via A de companhia para bloquear,

((2)) A tropa que retarda só deve retrair quando estiver sob ameaça de engajamento decisivo e mediante ordem do escalão superior. Ao evitar este engajamento, o comandante retrai através de uma ou mais posi-ções de bloqueio mais à retaguarda onde a reserva possa barrar o inimigo em melhores condições.

(c) Vigiar ((1)) Um pelotão de fuzileiros que vigia determinadas Via A

cumpre sua missão estabelecendo uma série de postos de vigilância com-plementados por patrulhas, para detectar a presença do inimigo. A força que vigia provê sua própria segurança e, se pressionada, retrai, mantendo per-manente contato com o inimigo.

((2)) Via de regra, esta tropa não ocupa uma posição prepa-rada à retaguarda da faixa do terreno que vigia devido às dificuldades im-postas pelo terreno, dispositivo disperso e pelo inimigo que avança. Nor-malmente esta fração se reorganiza à retaguarda de uma zona de reunião e reforça a reserva do batalhão.

((3)) Este grau de resistência geralmente será determinado pelo batalhão face a existência de áreas passivas (exemplo: regiões alaga-diças) à frente do LAADA ou pela existência de regiões que não favoreçam a ocupação de posições de bloqueio (inexistência de alturas favoráveis).

c. Pelotão reserva (1) A missão principal do pelotão reserva é apoiar pelo fogo os pe-

lotões do LAADA, limitando possíveis penetrações no dispositivo defensivo da companhia. O terreno, raramente permite que o pelotão reserva atire à frente desses pelotões. Por isso, o apoio de fogo consiste em bater os inter-

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valos entre os pelotões do LAADA, o interior dos seus núcleos de defesa no caso de uma penetração do inimigo, os flancos e a parte posterior da área de defesa.

(2) O pelotão reserva fica localizado no terreno que tenha maior valor defensivo, atrás dos pelotões do LAADA e no interior da área de defe-sa da companhia, de onde possa obter melhores vistas e campos de tiro para o cumprimento de suas missões. A sua posição é organizada a uma distância máxima de 400 metros entre a sua frente e a retaguarda dos pelo-tões do LAADA, para permitir o apoio de fogos de fuzil, e a uma mínima de 200 metros, entre a sua frente e a retaguarda dos últimos elementos dos pelotões do LAADA, para evitar os tiros diretos do inimigo dirigidos contra estes (Fig 7-9). A existência de áreas cobertas à frente e nos intervalos da posição defensiva admite uma redução nestes intervalos. Estas variações serão determinadas pelo comandante da companhia após a análise dos fatores da decisão.

(3) Se o terreno permitir, o pelotão reserva organiza uma única posição para cumprir sua missão (Fig 7-9). Entretanto se, devido às condi-ções do terreno, o pelotão reserva não puder cumprir a sua missão de uma única posição e existirem itinerários cobertos (naturais ou artificiais) dentro da zona de ação, mais de uma posição poderá ser organizada (Fig 7-10). O pelotão, então, ocupará a posição preparada que fizer face à ameaça mais provável do inimigo e fica em condições de deslocar-se para outras posi-ções, mediante ordem, particularmente para reagir face a linha de ação mais perigosa do inimigo, levantada pelo S/2 do batalhão.

Fig 7-9 Dimensões e distâncias de apoio mútuo dos Pel Fuz da ADA

LAADALAADA

400 m A

A

Distâncias dos intervalos :A – mínima de 200 m e máxima de 400 m

50 a200 m

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Fig 7-10 – Companhia com mais de uma posição de aprofunda-mento

(4) Quando o terreno exige a organização de mais de uma posi-

ção, sem apresentar itinerários cobertos que as liguem, pode ser arriscado o deslocamento do pelotão reserva após o início do combate pelo fogo. Neste caso, pode ser necessário dividi-lo a fim de que ele ocupe mais de uma posição. A integridade dos grupos de combate deve ser mantida.

(5) O batalhão poderá assumir a responsabilidade de preparar um dos núcleos defensivos de aprofundamento e prever o emprego da reserva para aprofundá-lo em caso de penetração inimiga. Em função do valor de-fensivo da zona de ação atribuída à companhia, o batalhão poderá, ainda, reforçá-la com um pelotão de fuzileiros para que a companhia ocupe, simul-taneamente, as duas posições de aprofundamento.

7-17. PREPARAÇÃO DA POSIÇÃO DEFENSIVA

a. A preparação da área de defesa da companhia é limitada apenas pe-lo tempo e pelos meios disponíveis. A ordem do batalhão fixa a ordem de urgência e os prazos para a execução dos trabalhos. Estes trabalhos podem compreender:

(1) Preparação de espaldões para as armas e de abrigos individu-ais;

(2) Limpeza dos campos de tiro; (3) Lançamento de minas anticarro, armadilhas e dispositivos de

vigilância e alarme; (4) Construção de redes de arame e de outros obstáculos;

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(5) Preparação de itinerários para suprimento, comunicações e evacuação.

b. Na ausência de instruções especiais, os homens cavam primeira-mente seus abrigos individuais (para o homem de pé) e os espaldões das armas coletivas. Enquanto estão sendo construídos os espaldões, as armas coletivas são instaladas em posições de tiro provisórias, nas proximidades das posições definitivas. Utilizam-se ao máximo as cobertas e os abrigos naturais e artificiais contra a observação e os tiros, tanto terrestre como aéreos. Uma rede de arame de proteção é colocada em toda a volta de cada núcleo de defesa das pequenas frações e uma rede de arame tática é instalada à frente da posição da companhia. Normalmente, alguns desses trabalhos, como lançamentos de campos de minas e construção de obstáculos, são executados ou fiscalizados por elementos especializados de outras unidades ou frações.

c. A organização de zonas expostas ao fogo ou bombardeio aéreo ini-migo, muita vezes, só pode ser feita durante o dia, parceladamente e com os homens bem dispersos. Se isso for impraticável, a organização das posi-ções é suspensa até o escurecer. Deve-se construir tetos para abrigos e espaldões, a fim de dar proteção não só contra os fogos inimigos como também dos fogos amigos de apoio imediato de artilharia e morteiros.

d. A eficácia das armas de tiro direto depende de seus campos de tiro. O defensor deve procurar rasância e profundidade para uma melhor eficácia de seus fogos. Quando esses não são bons, são melhorados, cortando-se ou queimando-se moitas, arbustos e troncos, podando-se galhos e árvores, destruindo-se edifícios e construindo-se “túneis de tiro” através dos bos-ques. A limpeza dos campos de tiro não deve revelar ao inimigo a localiza-ção da posição ou prejudicar sua ocultação. A organização do terreno que oferece bons campos de tiro (terreno descoberto e plano) exige menor nú-mero de homens e de meios do que a do terreno coberto, com campos de tiro deficientes.

e. A prioridade de trabalhos estabelece um método para se controlar a preparação da defensiva. A prioridade deve estar prevista nas NGA do Btl, podendo ser alterada de acordo com a situação. Por ocasião da expedição da ordem o comandante de companhia deve confirmar esta prioridade.

f. Segue abaixo um exemplo de prioridade de trabalhos: - Estabelecimento de patrulhas de reconhecimento e segurança; - Estabelecimento da segurança local para os trabalhos; - Entrada em posição das armas coletivas e designação dos setores

de tiro; - Designação da linha de proteção final; - Limpeza dos campos de tiros;

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- Ajustagem dos fogos de proteção final (tiro curvo); - Estabelecimento das ligações fio; - Lançamento de obstáculos e campos de minas; - Preparação de espaldões e abrigos individuais; - Preparação das posições de muda e suplementar; - Estabelecimento de medidas de controle que se fizerem necessá-

rias; - Ajuste e melhora das posições.

7-18. CONSTRUÇÃO DE OBSTÁCULOS NA ADA

a. Os obstáculos poderão ser construídos pelos engenheiros ou pelas companhias dos batalhões de 1o escalão a fim de apoiar a concepção de defesa do comandante e de aumentar o efeito dos fogos da companhia. Para obter melhores resultados, são empregados em profundidade e os já existentes são reforçados para aumentar a sua eficiência. São lançados com o objetivo de canalizar, dissociar, fixar ou bloquear as formações inimi-gas.

b. Obstáculos táticos são posicionados para aumentar a eficiência dos fogos da companhia. A rede de arame tática é, usualmente, posicionada ao longo da LPF, de maneira que a sua face exterior seja batida pelos fogos das metralhadoras (Fig 7-11).

Fig 7-11. Mtr dos Pel Fuz batendo a LPF balizada pelas redes táticas.

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c. Os campos de minas táticos podem ser integrados com as redes táticas ou usados separadamente, devendo ser demarcados. Devem ser colocados guardas junto aos campos de minas para evitar acidentes com tropas e viaturas amigas. O retraimento dos guardas localizados à frente do LAADA é feito após o dos elementos de segurança.

d. A companhia constrói obstáculos de proteção local para destruir o assalto final do inimigo. Assim como os obstáculos táticos, os de proteção local são situados de acordo com o terreno e batidos por fogos. Certos tipos de obstáculos são orientados contra a maior ameaça a ser enfrentada quando do combate aproximado – os obstáculos antipessoal contra a infan-taria a pé e obstáculos anticarro contra uma força blindada.

e. Os obstáculos de proteção local são, normalmente, posicionados fora do alcance das granadas de mão (40 a 100 metros) a partir das posi-ções de combate dos soldados (tocas). A rede de proteção local deve pro-teger todo o perímetro do pelotão (Fig 7-12). Deve-se ter em mente que esta será a última linha de obstáculos que permitirá o bloqueio do assalto inimi-go. A rede de proteção local poderá ser ampliada por meio da construção de obstáculos de arame entre as posições dos grupos de combate, auxiliando, desta forma, a limitar lateralmente as possíveis penetrações no núcleo de pelotão. Os campos de minas de proteção podem ser utilizados em combi-nação ou usados separadamente.

f. Obstáculos de arame suplementares são usados para ligar as redes de proteção de pelotão e de companhia e para disfarçar a linha da rede tática, para evitar que o inimigo, ao identificar a rede tática, localize as ar-mas amigas (particularmente as metralhadoras).

g. Os obstáculos devem ser mantidos sob constante observação. Du-rante os períodos de visibilidade limitada, deve ser previsto o patrulhamento ao longo dos obstáculos e o reposicionamento dos soldados para assegurar que os obstáculos estejam sendo batidos por fogos e que não sejam ultra-passados em sigilo pelo inimigo. Para obter uma maior eficiência, deverão ser empregados sistemas de alarme improvisados, eletrônicos, luminosos, radares de vigilância terrestres, etc.

h. Ao planejar o emprego dos obstáculos, o comandante deve consi-derar a quantidade de tempo requerido para a sua preparação, o encargo que recai sobre o sistema logístico e a capacidade de trabalho da tropa.

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Fig 7-12. Visualização dos obstáculos na área de defesa avançada.

7-19. DEFENSIVA SUMÁRIA

a. Quando há necessidade de rapidez na ocupação de uma posição, as primeiras providências são: colocar a tropa em posição, estabelecer a segurança aproximada e iniciar a organização do terreno.

b. Para proteger a organização da posição, faz-se o máximo uso dos fogos de apoio disponíveis. Os elementos da companhia e quaisquer armas em reforço são dispostos de maneira a proporcionar a defesa da área da companhia em todas as direções. Quando há tempo, é feita uma coordena-ção mais pormenorizada que poderá comportar um reajustamento da posi-ção e de fogos.

Legenda: xxxxxxxx – Rede tática x–x–x–x– – Rede de proteção local xx–xx–xx – Rede suplementar - Direção de tiro das Mtr

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c. Uma companhia de fuzileiros da ADA pode ser forçada a organizar suas posições em contato cerrado com o inimigo. Nesta situação, o preparo da posição é condicionado pela ocorrência total ou parcial das seguintes condições:

(1) Limitação de deslocamento dos homens; (2) Exposição da tropa aos fogos observados; (3) Ataques inimigos em uma ou em todas as fases da organiza-

ção; (4) Ataques locais em acidentes do terreno necessários à organi-

zação da posição; (5) Retraimentos parciais para fortalecer a posição (com prévia a-

provação do comandante do batalhão).

d. Na organização de uma posição, nessas condições, são também aplicáveis os fundamentos da defensiva. O grau de sua aplicação, do mes-mo modo que o das normas de comando, varia com a situação.

e. O comandante da companhia depende muito da iniciativa de seus comandantes subordinados, por serem necessárias decisões imediatas dos comandantes de pelotão, antes que ele possa estabelecer uma coordena-ção pormenorizada.

7-20. APOIO DE FOGO a. Tipos de fogos

(1) Fogos longínquos (a) Planejados para bater o inimigo o mais cedo possível com

a finalidade de causar-lhe baixas, retardar a sua progressão e desorganizá-lo.

(b) São constituídos pelos fogos das armas de apoio instala-das dentro da posição e que sejam capazes de executar fogos longínquos eficazes, sem denunciar a organização da posição defensiva, bem como pelos fogos das armas de apoio orgânicas ou colocadas em reforço aos postos avançados de combate.

(2) Fogos defensivos aproximados (a) Planejados para destruir a coesão das forças atacantes,

antes que possam lançar o assalto, infringindo-lhes o maior número possível de baixas, rompendo-lhe o comando, o controle e as comunicações, cegan-do-lhe a observação e neutralizando suas armas de apoio.

(b) São constituídos pelos fogos de todas as armas individu-ais e de apoio que possam bater o inimigo em suas posições de ataque e durante o desenrolar deste, até que o assalto seja lançado.

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(3) Fogos de proteção final (a) Planejados para repelir o assalto inimigo à posição de de-

fesa, mediante a colocação de uma rede de fogos precisos imediatamente à frente do LAADA.

(b) São constituídos pelos fogos previstos das armas de apoio que podem ser desencadeados sob quaisquer condição de visibilidade e representados pelas direções principais de tiro das armas AC e das metra-lhadoras e barragens dos morteiros e da artilharia.

(4) Fogos no interior da posição (a) Planejados para limitar as possíveis penetrações dentro

da posição de defesa, destruir as forças atacantes, evitar a chegada de seus reforços e apoiar nossos contra-ataques.

(b) São constituídos pelos fogos das armas individuais e de apoio que possam atirar sobre a área em que se deu a penetração, visando aumentar a intensidade do fogo nesta parte da frente.

b. Na defesa, é o fogo que detém. O sucesso da defesa depende, portanto, em grande parte, do cuidado com que os fogos são planejados, coordenados e desencadeados. A subunidade é responsável pelo planeja-mento e máxima coordenação de seus fogos, e cada plano de fogo deve ser coordenado com o elemento vizinho.

c. A coordenação inclui a escolha de posição para as armas, eficaz controle de tiro, planejamento dos fogos sobre alvos prováveis, preparando-os por meio de registro e levantamento desses alvos sempre que o tempo o permita. Essa coordenação será traduzida por um plano de apoio de fogo flexível que possibilite, instantaneamente e sob qualquer condição de visibi-lidade, desencadear fogos nos locais ameaçados.

d. Plano de apoio de fogo (1) O plano de apoio de fogo deve permitir atirar sobre o inimigo,

logo que se possa observá-lo, sujeitá-lo a um volume crescente de fogos, à medida que se aproxima, e destruí-lo ou repeli-lo por fogos no interior da posição defensiva, caso nela penetre.

(2) O plano de apoio de fogo tem que ser elaborado, levando-se em consideração:

(a) As vias de acesso mais favoráveis à aproximação do inimi-go (a pé, motorizado ou blindado), os locais de instalações de seus postos de observação, postos de comando e zonas de reunião e posições de ar-mas de apoio.

(b) O local que se deseja deter o inimigo, imediatamente à fren-te da área de defesa.

(c) Os fogos disponíveis (orgânicos e em apoio). (d) O plano de barreiras

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(3) A ordem do batalhão prescreve o emprego das armas de apoio sob controle do batalhão. O comandante da companhia de fuzileiros utiliza as armas que estejam sob seu controle direto para assegurar o máximo de proteção à área de defesa da companhia, em coordenação com o plano de fogos do batalhão. Os fogos dessas armas completam e reforçam os fogos das armas de apoio do batalhão.

(4) Na defensiva, a não ser no momento que precede ao ataque, raramente haverá dados detalhados quanto à manobra do inimigo. Assim sendo, podem ser planejadas concentrações nas prováveis vias de acesso do inimigo ou acidentes importantes do terreno. Neste caso, cresce de im-portância o monitoramento destas regiões, o que permitirá o desencadea-mento oportuno de fogos a fim barrar qualquer progressão inimiga.

(5) O comandante da companhia propõe a localização das barra-gens da artilharia e morteiros que lhe são distribuídas, informa-se sobre os setores e as missões principais das metralhadoras e armas AC das SU vizi-nhas. De posse dessas informações atribui, então, missões a seus mortei-ros, suas metralhadoras e armas AC para baterem as lacunas existentes e reforçar os fogos de proteção final.

(6) Os pelotões de fuzileiros são dispostos de maneira a permitir o apoio mútuo, a defesa em profundidade e a proteção em todas direções.

(7) Os planos de fogos dos pelotões são controlados para verificar se o terreno à frente de seus núcleos de defesa é batido por fogo de armas portáteis e se há zonas de recobrimento entre os seus setores de tiro.

(8) As medidas de controle do tiro são difundidas entre os elemen-tos da companhia e a observação é coordenada para que abranja, completa e eficientemente, toda a frente e os flancos da área de defesa.

e. Defesa anticarro (1) A preparação de um plano coordenado de defesa anticarro é

da responsabilidade dos comandantes do batalhão. (2) Esse plano prevê a organização de um adequado sistema de

alerta, a instalação de armas anticarro no interior das áreas de defesa das companhias de fuzileiros, o aproveitamento do terreno para proteção contra blindados inimigos, o lançamento de campos de minas, a construção de obstáculos artificiais e o reforço dos naturais.

(3) O comandante da companhia familiariza-se com esse plano e emprega suas armas anticarro para proporcionar o máximo de proteção aproximada à sua área de defesa. Instala essas armas em locais de onde possam bater as vias de acesso dos blindados inimigos, com tiros de flanco, os campos de minas e demais obstáculos não protegidos pelas armas de outros elementos, ou então empregá-las para reforçar a defesa das partes mais vulneráveis de sua área.

(4) O terreno deve ser analisado segundo sua influência sobre o movimento de blindados e as facilidades que apresenta para a instalação

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das armas AC. Os terrenos desfavoráveis podem restringir ou impedir o emprego de grandes formações de blindados, levando essas unidades a se concentrarem em pequenas áreas. Isto facilita o emprego das armas anti-carro.

(5) A fim de coordenar a ação das armas anticarro da SU, cada comandante de companhia de fuzileiros, baseado no Plano DAC do bata-lhão, determina em sua ordem de defesa a localização, setores de tiro e as missões pertinentes às armas AC colocados no LAADA e na área de reser-va (aprofundamento do Btl).

(6) A construção de obstáculos artificiais e o reforço dos naturais, como uma parte do planejamento de organização do terreno (Plano de Bar-reiras), vão facilitar e, por outro lado, impor missões de tiro às armas anti-carro. A integração, o mais detalhada possível, entre o plano de barreiras e o apoio de fogo é indispensável ao sucesso da DAC.

(7) Os campos de minas e obstáculos AC são batidos por fogos, com a finalidade de evitar que o inimigo os remova ou para destruir carros inimigos imobilizados.

(8) Um sistema de alerta contra blindados inimigos é uma das par-tes mais importantes de um plano de DAC e, portanto, um complemento indispensável ao plano de apoio de fogo. Convém salientar a importância das mensagens de alerta conterem a identificação dos blindados inimigos. Estas mensagens têm precedência sobre as outras.

f. Morteiros (1) Na defesa os morteiros serão empregados para:

(a) Auxiliar os pelotões de fuzileiros na defesa de suas posi-ções, proporcionando apoio imediato aos núcleos de defesa avançados, por meio de concentrações sobre alvos inopinados, particularmente os desenfi-ados, para deter o ataque inimigo antes que atinja sua posição de assalto.

(b) Cooperar na limitação das penetrações. As concentrações são planejadas para serem desencadeadas no interior da área de defesa da companhia, para limitar uma penetração inimiga no LAADA.

(c) Apoiar os contra-ataques. As concentrações podem ser usadas para isolar as penetrações e proporcionar apoio imediato às forças de contra-ataque.

(2) Normalmente as posições de tiro dos morteiros localizam-se à retaguarda, próximas ao pelotão de fuzileiros que aprofunda a defesa. Esta medida permite uma melhor proteção e, principalmente, o apoio a todas as fases do combate, inclusive o desencadeamento dos fogos no interior da posição. Posições iniciais avançadas (inclusive à frente do LAADA, se ne-cessário) são previstas para a execução dos fogos longínquos em apoio ao escalão de segurança.

(3) A duração e a cadência dos tiros dos morteiros dependem do efeito desejado. Na barragem, o fogo deve ser mantido enquanto perdurar a

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ameaça e deve cessar tão logo o inimigo se retire da zona de barragem ou consiga ultrapassá-la, ocasião em que os morteiros devem se preparar para o tiro no interior da posição. Nas concentrações, o fogo deve ser mantido até que produza o efeito desejado, ou pelo espaço de tempo previsto no plano de apoio de fogos. O regime de tiro deve constar dos planos, sempre que necessário.

g. Armas AC (1) A missão principal das armas AC na defesa é a proteção ime-

diata da área de defesa contra a atuação de blindados inimigos. Como mis-são secundária, as peças podem fazer tiros contra armas anticarro e outras armas coletivas. No cumprimento de sua missão principal, as armas AC de-vem ser dispostas em profundidade e em condições de bater as prováveis vias de acesso, de preferência em situação de flanqueamento.

(2) As missões das armas AC localizadas no LAADA consistem em bater as vias de acesso favoráveis aos CC e blindados inimigos e com-plementar o apoio de fogo das demais armas da área de defesa.

(3) As armas localizadas na área do pelotão reserva têm por mis-são limitar possíveis penetrações de CC inimigos, bater as posições dos pelotões do LAADA que forem submergidos e proteger os flancos da com-panhia contra a atuação de CC. Para o cumprimento dessas missões, nor-malmente, são necessárias posições suplementares.

(4) Uma das peças pode ser posicionada no núcleo do pelotão re-serva com a finalidade de bater os intervalos dos pelotões do LAADA e a-profundar a defesa anticarro.

h. Carros de combate - Os carros não devem perder a sua caracte-rística fundamental de elemento de manobra e são, por isto, empregados em ações de contra-ataque para o que, inicialmente, são conservados em reserva. Há situações, entretanto, em que poderão ser empregados, inicial-mente, como elemento de apoio de fogo e de aprofundamento da DAC. De posições com desenfiamento de couraça, cooperarão, então na execução dos fogos longínquos, defensivos aproximados e de proteção final. O mais aconselhável emprego, nesta situação, será no aprofundamento da defesa anticarro.

i. Emprego do pelotão de apoio (1) Seção AC

(a) A seção AC pode permanecer em ação de conjunto ou, em função dos fatores da decisão, o comandante da companhia pode empregar uma ou duas peças em apoio direto ou reforço aos pelotões do LAADA, ocupando posições dentro dos núcleos de defesa. Esta conduta ocorre tam-bém, freqüentemente, para evitar acúmulo de peças de apoio na mesma região.

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(b) A descentralização das peças em apoio direto ou reforço pode ocorrer quando: os setores de tiro e de observação forem comparti-mentados; uma parte do dispositivo for mais vulnerável à ataques de blinda-dos; ou for determinada uma direção mais provável de aproximação do ini-migo.

(c) Normalmente as peças são colocadas em reforço aos pelo-tões de fuzileiros em cujo núcleo de defesa se instalaram quando: o tempo para instalação for limitado, não permitindo uma coordenação segura; os meios de comunicações são precários; ou a tropa se instala defensivamente em contato com o Ini.

(d) Quando houver necessidade de proteção anticarro, uma ou mais peças podem ser colocadas em reforço aos postos avançados de combate.

(2) Seção de morteiros (a) Sempre que possível, quando os setores de tiro e a obser-

vação não são limitados, o fogo e o controle mais eficazes são obtidos pelo emprego dos morteiros em ação de conjunto. Assim, o comandante de companhia pode dispor da seção a qualquer momento, obtendo fogos mais eficazes.

(b) Quando a companhia for responsável pelos postos avança-dos de combate a seção pode ser empregada no apoio aos mesmos. A principal consideração que irá condicionar a forma de emprego e a ocupa-ção de posições suplementares para apoiar os postos avançados de combate é o alcance de utilização do material e a necessidade de bater o inimigo o mais à frente possível:

((1)) Quando estes postos estiverem muito distantes da ADA, a seção poderá reforçá-los, para assegurar melhor apoio e permitir o desencadeamento dos fogos longínquos. Nesta situação, a seção se insta-lará no interior das posições dos postos avançados de combate.

((2)) Quando os postos avançados de combate estão próxi-mos da ADA, a seção pode ser instalada em posições suplementares, na orla da posição defensiva. Essa missão deve terminar a tempo de permitir que as peças sejam deslocadas para as suas posições de tiro, a fim de apoiar a defesa da ADA.

j. Emprego de fumígenos - Na defesa os fumígenos podem ser em-pregados para:

(a) Cegar a observação inimiga; (b) Reduzir a eficácia dos tiros diretos inimigos; (c) Dificultar a ajustagem dos fogos indiretos inimigos; (d) Reduzir a eficiência de equipamentos optrônicos; (e) Reduzir a velocidade ou desorientar progressão inimiga; (f) Causar baixas (apenas quando for utilizado o fósforo branco); (g) Permitir nosso desengajamento ou retraimento;

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(h) Designar alvos ou balizar posições amigas para as unidades de apoio de artilharia, de morteiros ou de força aérea, preferivelmente com fumaça colorida.

7-21. COMANDO E CONTROLE

a. O sistema de comunicações na defesa de área é influenciado pelo tempo disponível para montagem dos meios de comunicações. A maior estabilidade das operações amplia o emprego de meios físicos, porém, nas ações dinâmicas da defesa, os meios rádio e mensageiro são largamente empregados.

b. Meios de comunicações - As peculiaridades da defesa de área in-fluem diretamente nos meios de comunicações mais empregados pelo Btl, a saber:

(1) Meio físico - Deve ser o mais completo possível, dependendo do tempo de preparação da posição defensiva. Devem ser lançados circui-tos alternativos entre dois assinantes para que os fogos de preparação do inimigo não interrompam nossas ligações. A primeira prioridade para a construção dos circuitos é dos P Avç C, seguindo-se os elementos da ADA e, por último, a reserva.

(2) Meio rádio - Os fatores segurança e sigilo são preponderantes na defesa de área. Logo, as prescrições rádio devem seguir, em princípio, a seguinte seqüência:

(a) antes do contato com o inimigo - rádio em silêncio; (b) durante as ações dos P Avç C (inclusive o acolhimento) -

rádio restrito; e (c) após o início do ataque inimigo - rádio livre

(3) Meio mensageiro - É largamente empregado na defesa de área. Antes do contato com o inimigo, os mensageiros de escala são os mais utilizados. Após o início do ataque inimigo, os especiais têm maior emprego. Durante nossas as dinâmicas da defesa, os mensageiros são muito utiliza-dos.

(4) Outros meios (visuais e acústicos) são empregados na defesa de área para suplementar os meios acima descritos. Os visuais devem ser utilizados da frente para a retaguarda e seguirão códigos preestabelecidos. Os acústicos podem ser empregados a título de alarme (contra ataques blindados ou aéreos, por exemplo).

c. Posto de Comando (1) O comandante da companhia localiza seu posto de comando

onde melhor possa controlar as ações, na parte posterior da área de defesa. Deve também considerar os aspectos referentes à segurança e às comuni-cações.

(2) O posto de comando deve estar em posição desenfiada e oculta

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da observação aérea. Convém que disponha de itinerários cobertos que conduzam à frente e à retaguarda, para facilitar as comunicações com os pelotões e com o posto de comando do batalhão.

(3) O posto de comando provê a sua própria segurança com os in-tegrantes do grupo de comando. Entretanto, maior segurança é obtida posi-cionando-o no interior ou próximo da posição do pelotão reserva.

(4) A companhia pode estabelecer um posto de comando alterna-tivo para coordenar as ações caso o principal seja destruído ou torne-se ineficiente.

(5) O posto de comando é organizado de forma a funcionar como centro de coordenação, mesmo na ausência do comandante da companhia.

d. Posto de Observação (1) Quando forem limitados os acidentes do terreno que ofereçam

boa observação sobre toda a zona de ação, o comandante deve valer-se da observação realizada pelos comandantes de pelotão. Os meios de comuni-cações são coordenados e utilizados ao máximo, a fim de permitir que todo comandante de fração possa observar, pedir e regular os tiros de qualquer arma de apoio.

(2) O posto de observação da companhia deve ter vistas sobre a maior parte possível da zona de defesa e de suas vias de acesso. Se a observação for limitada, deve ser escolhido um posto de observação que dê vistas sobre as vias de acesso mais perigosas. A observação nos flancos é, também, importante. O posto de comando mantém-se informado sobre sua localização.

7-22. MEDIDAS DE SEGURANÇA

a. Segurança aproximada (1) O fato de postos avançados gerais ou de combate terem sido ins-

talados pelo comandante do escalão superior não exime a companhia da responsabilidade de providenciar sua própria segurança aproximada .

(2) Durante o dia, observadores são destacados para vigiarem o ter-reno à frente da posição e alertarem da aproximação inimiga, são os Postos de Vigia. Os itinerários previstos para o retraimento dos postos avançados são incluídos nos setores de vigilância desses observadores.

(3) Vigias são colocados nos acidentes do terreno mais próximos, permitindo a observação da frente da companhia, geralmente não afastados além de 400 metros da posição. O comandante da companhia pode deter-minar que cada pelotão de primeiro escalão estabeleça a sua própria segu-rança aproximada ou atribuir essa missão ao pelotão reserva.

(4) Os postos de vigia, normalmente, são constituídos de dois a qua-tro elementos de segurança aproximada que dão alerta e procuram deter-minar o efetivo, as atividades e a direção do avanço inimigo. À noite, nas prováveis vias de acesso do inimigo, são instalados Postos de Escuta, os

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quais podem ser ligados por patrulhas. (5) Em cada posição de grupo de combate ou peça há, no mínimo, a

permanência de um vigia em situação de alerta. À noite, eles são duplos. Os vigias devem ser substituídos de duas em duas horas ou menos para que o cansaço não prejudique a atenção.

(6) A companhia de fuzileiros completa sua segurança por meio de medidas passivas que abrangem o controle de movimento, o disfarce, a ocultação e a disciplina de luzes e de ruídos.

b. Contra-reconhecimento (1) Contra-reconhecimento é um conjunto de medidas, ações e técni-

cas destinadas a negar aos elementos de reconhecimento inimigo dados sobre nossas tropas, mediante a destruição do reconhecimento inimigo (medidas ativas) ou pelo emprego de medidas passivas.

(2) Raramente é possível negar ao inimigo todas as informações. Por isso, o comandante da companhia deve determinar as prioridades para o contra-reconhecimento e focar seus esforços para negar essas informações ao inimigo. Baseado no que se espera das ações de reconhecimento do inimigo e em consonância com o planejamento do batalhão, o comandante de companhia decide quais as informações e as posições que deve prote-ger. Também considera quais são as informações que fariam o inimigo atuar da maneira que o comandante da companhia deseja, induzindo-o, por e-xemplo, a desenvolver-se prematuramente, desenvolver-se tardiamente, atacar um objetivo falso, ou entrar em uma zona de matar.

(3) A companhia de fuzileiros poderá receber a missão de compor a força de contra-reconhecimento do batalhão. O plano de contra-reconhecimento da companhia é integrado ao conceito da operação e coor-denado com o plano do batalhão. Um exemplo do uso de contra-reconhecimento é a execução de uma defesa ao longo de um curso d’água contra uma força motorizada. O comandante da companhia determina a importância de negar ao inimigo informações sobre os pontos de ultrapas-sagem ao longo do rio. Por conseguinte, direciona seus esforços de contra-reconhecimento nos pontos do rio que permitem passagem a vau, utilizando emboscadas, minas, obstáculos, posições de combate simuladas, patrulhas de segurança, postos de observação, fogos indiretos, camuflagem, demons-trações e outras medidas para destruir ou enganar os elementos de reco-nhecimento inimigo.

(4) Uma companhia de fuzileiros da ADA, normalmente, apoiará as ações da força de contra-reconhecimento do batalhão.

c. Defesa durante a noite ou períodos de visibilidade reduzida (1) A defesa durante os períodos de visibilidade reduzida depende

dos tiros preparados e amarrados e do combate aproximado. Em virtude da possibilidade de realização de infiltrações por parte do inimigo, os postos de escuta, que vigiam os caminhamentos e as vias de acesso que conduzem à

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área de defesa, são essenciais para a obtenção, em tempo oportuno, de dados sobre os deslocamentos do inimigo. Equipamentos de visão noturna ou mesmo termal, quando disponíveis, deverão ser utilizado para aumentar a visibilidade. Os sensores de vigilância e os dispositivos de alarme servem como economia de tropa, que seriam usadas em postos fixos e patrulhas. As patrulhas devem atuar à frente e nos intervalos entre as frações.

(2) Via de regra, são necessários, à noite, reajustamentos para aten-der às condições de visibilidade reduzida, devendo ser coordenados pelo comandante do batalhão. Todos os homens da companhia são notificados sobre as posições que serão ocupadas durante o período da noite ou mes-mo de pouca visibilidade, ocasionado pelas condições atmosféricas. Para a companhia de fuzileiros esses reajustamentos compreendem:

(a) Apontar os morteiros para suas barragens, o armamento anti-carro para as direções principais de tiro e as metralhadoras para a linha de proteção final, amarrando-se a pontaria;

(b) Reajustar a tropa e armas de apoio para que possam bloquear as áreas que favorecem os ataques noturnos e que, por serem geralmente descobertas e expostas nos períodos de boa visibilidade, são somente co-bertas por fogos. Elementos da reserva das companhias podem ser empre-gados para este fim ou os pelotões de primeiro escalão podem ser estendi-dos além de seus flancos;

(c) Aumentar as medidas para segurança aproximada durante a noite;

(d) Colocar minas anticarro para bloquear prováveis vias de aces-so. Essas minas devem ser removidas ao clarear do dia;

(e) Preparar a iluminação do terreno à frente da posição por meio de artifícios iluminativos, sob coordenação do batalhão.

7-23. CONDUÇÃO DO COMBATE DEFENSIVO

a. À medida que o inimigo se aproxima, é submetido aos fogos dos postos avançados de combate e das armas que executam os fogos longín-quos. Estes são controlados por patrulhas e observadores terrestres. As armas de apoio podem ocupar posições suplementares para os tiros iniciais, e se deslocam para sua posição principal ou de muda antes que o inimigo chegue ao alcance de utilização do fuzil.

b. Os fuzileiros empregados nos postos avançados de combate, per-manecem em posição o maior tempo possível, e retraem cobertos pelos fogos de morteiro e artilharia, utilizando itinerários previamente reconheci-dos e balizados.

c. Mediante ordem da companhia, as armas de tiro tenso podem ocu-par temporariamente posições suplementares para realizar fogos longín-quos. Tais posições devem estar, no mínimo, a 200 metros dos núcleos de

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defesa avançados, para que estes não sejam revelados prematuramente. Deve haver um itinerário coberto que conduza à posição principal da peça. As peças ocupam posições suplementares para os tiros iniciais e se deslo-cam para a sua posição principal ou de muda antes que a força atacante chegue ao alcance útil do fuzil.

c. À medida que o inimigo avança, os fogos se tornam mais densos. As armas de apoio abrem fogo nos alvos que apareçam nos seus setores, a partir do momento que entrem em seus alcances de utilização, balizados pelas linhas de acionamento.

d. Os pedidos de fogos de apoio são feitos diretamente ao observador avançado da artilharia ou dos morteiros pesados. Esses pedidos podem, também, ser feitos pelo comandante da companhia ao comandante do bata-lhão.

e. Os caçadores do batalhão podem, muitas vezes, preparar e disfar-çar posições principais e secundárias adequadas que lhes permitam atuar para impedir a remoção dos obstáculos à frente do LAADA e produzir baixas entre os quadros que dirigem o ataque.

f. Quando o inimigo chega ao alcance útil das armas portáteis do LAADA, os comandantes comandam e controlam os tiros de suas frações, dirigindo-os contra os elementos inimigos que mais ameacem a posição.

g. À medida que o inimigo se aproxima da posição defensiva e desen-cadeia os fogos para apoiar seu assalto, os homens que ocupam os núcleos de defesa avançados abrigam-se em seus abrigos individuais ou espaldões.

h. Quando os fogos em massa do inimigo são suspensos, todas as armas localizadas no interior dos núcleos de defesa dos pelotões do LAADA abrem fogo para produzir o máximo de baixas e deter o ataque inimigo.

i. Os fogos de proteção final são desencadeados mediante o lança-mento de artifícios de sinalização pelos comandantes dos elementos do LAADA ou por ordem do escalão superior.

j. No momento em que elementos atacantes atingirem a zona em que estão previstas as barragens, os morteiros e a artilharia as desencadeiam. A relação dos comandantes autorizados a pedir os fogos de barragem consta do plano de fogos do batalhão. Essa autorização, em geral, é delegada aos comandantes subordinados até o escalão pelotão, inclusive, para que os fogos sejam abertos na ocasião em que se tornem necessários. Quando pedidos, eles são desencadeados prontamente. Os comandantes dos esca-lões superiores imediatamente verificam a necessidade desses fogos e pedem reforços, se necessário. Se a barragem de qualquer morteiro estiver fora da zona onde os fogos de proteção final se fizerem necessários, ele deve desencadear as concentrações que tenham mais possibilidades de

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reforçar os fogos da área ameaçada.

k. Quando os elementos atacantes atingirem a linha de proteção final (LPF), as metralhadoras transportam seus tiros para seus alvos principais e as outras armas aumentam a intensidade do tiro contra os alvos mais ame-açadores. Os fuzileiros passam a desencadear fogos individuais, nos seto-res oblíquos. (Fig 7-13)

Fig 7-13. Setor de tiro frontal e obliquo do pelotão de fuzileiros.

l. Quando uma fração do LAADA pede o desencadeamento dos fogos de proteção final, somente os executam as armas que apóiam esse elemen-to. Se a visibilidade é boa, o comandante das frações de apoio determinam o número de tiros e a duração dos fogos de proteção final. Caso contrário, segue as prescrições contidas no plano de fogos da companhia.

m. Se o inimigo desencadear o assalto, será hostilizado pelo fogo, in-clusive com granadas, travando-se o combate corpo a corpo. Os homens dos núcleos ameaçados só retraem mediante ordem confirmada de seu comandante.

n. As armas localizadas na área de defesa do pelotão reserva rece-bem a missão de barrar qualquer penetração no LAADA, de sustar um des-bordamento ou de apoiar contra-ataques, atirando sobre a força inimiga que se apresente em seus setores de tiro. À medida que o inimigo vai sendo

FogosLongínquos

FogosDefensivosAproximados

FogosProteçãoFinal

Fogos noInterior daPosição

Conforme alcancedo armamento

Tiro das armas de apoio

LAADA

Tiro de fraçãoSetor de tiro frontal

Tiro individualSetor de tiro oblíquo

50 a 200 m

LPF (Mtr)

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forçado a recuar, abandonando o terreno conquistado, é perseguido pelo fogo.

o. Se o inimigo conseguir penetrar na área de defesa, a sua progres-são deve ser detida pelo fogo dos núcleos de defesa dos pelotões vizinhos, da reserva e das armas de apoio.

p. O pelotão reserva, excepcionalmente, pode receber ordem do co-mandante da companhia para executar um contra-ataque local. Contudo, em virtude de seu efetivo e do fato de estar, quase sempre, engajado pelo fogo no mesmo combate que os pelotões do LAADA, raramente lhe é atribu-ída essa missão. O contra-ataque, quando ordenado, se reveste da forma de um ataque rápido e inopinado e de uma ação de limpeza para eliminar um inimigo de pequeno valor, que tenha feito uma pequena penetração no dispositivo defensivo e será feito somente no caso do pelotão reserva não estar sendo empregado para limitar a penetração.

q. Quando o contra-ataque for desencadeado pela companhia reserva do batalhão, as companhias da ADA apoiam sua manobra, desencadeando fogos sobre o inimigo no interior da posição, sob coordenação do comando do batalhão.

r. No caso da companhia ficar cercada, seu comandante reajusta o dispositivo da tropa e as posições das armas instaladas na sua zona, de acordo com as necessidades para uma defensiva prolongada em todas as direções.

s. Conduta face a ataque com carros (1) Quando a força atacante é constituída de carros e infantaria, a

companhia bate com as armas portáteis a infantaria de acompanhamento e com armas anticarro, os carros inimigos. Deve-se procurar separar os car-ros dos elementos a pé por meio do fogo. Em casos excepcionais, quando a infantaria inimiga ou outro elemento exposto não oferece bom alvo, o fogo das armas portáteis é dirigido contra as escotilhas e as janelas de visada dos carros inimigos. Os defensores também hostilizam a tropa a pé que se aproxima, montada nos carros ou seguindo de perto outra vaga de carros.

(2) Ao alerta do aparecimento de carros inimigo, as guarnições de armas AC ocupam prontamente suas posições de combate, e só atiram quando os carros estiverem dentro do alcance de utilização de suas armas, ao atingirem as linhas de acionamento pré-determinadas.

(3) Deve ser evitada a abertura prematura de fogos contra carros i-solados, lançados pelo inimigo como “iscas” para provocar a revelação pre-matura das posições de tiro, a não ser que a peça (ou peças) tenha por missão principal destruir ou inutilizar tais carros, o que deverá ser feito de posições de muda, a fim de não denunciar prematuramente a posição prin-cipal. As demais armas anticarro permanecem em vigilância e só devem

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atirar quando o ataque de carros é efetivamente desencadeado. Cada peça atira sobre o carro que lhe tenha sido designado como alvo principal.

(4) Sempre que possível, deve-se bater o CC de flanco, uma vez que deste modo o alvo apresentado é de maior extensão, a blindagem do flanco é mais vulnerável e há possibilidade de danificar a lagarta.

(5) Quando uma força blindada é lançada ao assalto ou se encontra sob fogo, normalmente está de escotilhas fechadas, sofrendo restrições de visibilidade; em conseqüência, o esforço inicial da defesa deve ser bater estas forças o mais à frente possível do LAADA com os fogos anticarros.

(6) Durante o assalto inimigo, se os blindados inimigos dirigirem-se diretamente para a posição da arma AC, a guarnição procurará abrigar-se para fugir ao esmagamento. Uma vez que o blindado tenha ultrapassado a posição, a peça atira contra a sua retaguarda.

(7) Se os blindados inimigos penetrarem na posição, as unidades de primeiro escalão permanecem em posição para repelir a infantaria de a-companhamento e deixam a destruição dos carros a cargo das armas anti-carro localizadas no interior da posição.

n. Condução do combate defensivo noturno (1) Dentro das possibilidades permitidas pelo emprego de meios op-

trônicos ou pela iluminação do campo de batalha, será adotada conduta semelhante à observada durante o dia, salvo a peculiaridade de haver maio-res possibilidades de combate aproximado e infiltração de alguns elementos inimigos na posição.

(2) Embora os morteiros estejam preparados para a pronta execu-ção de sua barragem e as metralhadoras se achem apontadas para a LPF, se a visibilidade permitir, as guarnições dessas armas poderão transportar seus fogos para alvos mais compensadores ou perigosos, quando não re-ceberem ordem de executar os fogos de proteção final.

(3) Artifícios pirotécnicos podem ser utilizados à frente da posição para auxiliar a localização de alvos.

(4) Os nevoeiros e fumaça criam situações semelhantes à noite. Ambos reduzem a eficácia da observação dos defensores, mas não afetam os tiros que tenham sido amarrados, prejudicando, contudo, a regulação desses fogos.

7-24. APOIO LOGÍSTICO

a. O apoio logístico normalmente atenderá às seguintes necessida-des: máxima centralização dos meios; amplo desdobramento das instala-ções; maior segurança (dispersão); e flexibilidade para atender rapidamente a uma operação ofensiva.

b. O consumo e o ressuprimento atenderá as seguintes particulari-dades:

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(a) Classe I - Consumo sempre que possível de ração normal. Os núcleos de defesa poderão estocar a reserva orgânica de posse da Cia e água.

(b) Classe IV - O consumo de material para fortificações será e-levado e normalmente o material será recebido pelo processo de entrega na subunidade, mediante um planejamento e pedido antecipado.

(c) Classe V (Mun) - O consumo será elevado para a manuten-ção da posição defensiva, porém os núcleos de defesa poderão estocar alguma quantidade de munição.

c. Devido à estabilidade da operação, a manutenção é realizada de forma mais completa e cuidadosa. As inspeções planejadas podem ser exe-cutadas sem prejuízo das atividades.

d. Deve-se zelar pela manutenção do moral da tropa e higidez do es-tado sanitário, executando-se sempre que possível as atividades de banho, lavanderia, suprimento reembolsável, serviço postal e vagas em centros de recreação, área de repouso e recuperação.

e. O desdobramento deve atender às necessidades de: (1) Apoiar a defesa com maior densidade na região capital da de-

fesa; (2) Evitar congestionamento nas áreas avançadas; (3) Reduzir a possibilidade de perda de elementos de apoio logís-

tico como resultado de uma penetração inimiga; e (4) Possibilitar segurança às instalações logísticas e manter o sigi-

lo sobre sua localização.

f. As cozinhas podem se encontrar centralizadas na área de trens de combate ou descentralizadas nas áreas de trens das SU, conforme as con-dições do terreno, a distância entre os núcleos de defesa, a situação tática e a situação logística e o grau de organização do terreno. A existência de sapas e caminhos desenfiados, que permitam levar a refeição quente aos homens que se encontram em posição influi na decisão sobre a localização das cozinhas. Sempre que possível, deve-se preferir a refeição quente (ra-ção R/1) pelos efeitos positivos que produzem sobre o moral da tropa.

g. A localização dos trens leva em conta a manobra, o terreno, a si-tuação logística e principalmente a segurança necessária à operação defen-siva. Na defesa, os trens são localizados normalmente mais à retaguarda do que nas operações ofensivas. Isto evita o congestionamento nas áreas a-vançadas e reduz a probabilidade de perda de elementos de apoio logístico. Os trens devem ser localizados preferencialmente dentro dos limites de retaguarda da companhia, atrás do posto de comando e dos núcleos de aprofundamento, para não interferir na manobra.

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ARTIGO VI A COMPANHIA DE FUZILEIROS RESERVA

7-25. GENERALIDADES

a. O batalhão de primeiro escalão na defensiva, normalmente, dispõe de duas companhias de fuzileiros no limite anterior da área de defesa avan-çada e uma em reserva. O comandante do batalhão emprega a companhia reserva de acordo com o prescrito na conduta da defesa.

b. A ordem do batalhão determina as missões da companhia reserva e a respectiva prioridade de execução. Após receber a ordem, o comandan-te da companhia reserva executa as normas de comando que forem aplicá-veis.

7-26. MISSÕES

As missões apropriadas para a reserva do Btl incluem:

a. Guarnecer os P Avç C na frente que corresponde ao Btl, quando for o caso;

b. Preparar e ocupar as posições de aprofundamento, limitando as penetrações inimigas na posição;

c. Executar contra-ataques para expulsar o inimigo e restabelecer a posição;

d. Apoiar ou reforçar as companhias de primeiro escalão, quando possível, pelo emprego de seus meios orgânicos de manobra e de apoio de fogo;

e. Executar as missões de segurança de flanco e de área de reta-guarda, quando necessário;

f. Assumir, mediante ordem, a missão das companhias de primeiro escalão;

g. Executar patrulhamento; e

h. Cobrir os intervalos e brechas na frente.

7-27. LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO DE COMANDO

a. Na ordem de defesa do comandante do batalhão, constará como a reserva estará disposta no terreno a defender. A reserva deve ser localizada de tal forma a proporcionar flexibilidade para o seu emprego. Pode se en-contrar em uma das seguintes situações:

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(1) Centralizada aprofundando desde já; (2) Centralizada em uma Z Reu; (3) Descentralizada e articulada; ou (4) Descentralizada e fracionada.

b. A reserva estará centralizada, aprofundando desde já, quando seus pelotões ocuparem posições de aprofundamento, permanecendo todos a comando da companhia. Deve ser empregada quando a frente for normal, existirem poucas posições de aprofundamento e a área de reserva se carac-terizar por um ponto chave da defesa. (Fig 7-14)

Fig 7-14 Reserva centralizada, aprofundando desde já

c. A reserva estará centralizada em Z Reu, quando seus pelotões fi-

carem reunidos num único local, sob comando do comandante da compa-nhia. Tal situação verifica-se quando a defesa é realizada em larga frente, existirem muitas posições de aprofundamento, a área de reserva se caracte-rizar por uma região capital de defesa extensa e as condições de transitabi-lidade permitirem o deslocamento da reserva para qualquer parte da frente. (Fig 7-15)

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Fig 7-15 Reserva centraliza em Z Reu

d. A reserva estará descentralizada e articulada, quando seus pelo-tões ocuparem mais de uma Z Reu, ou parte deles se encontrarem em Z Reu e outra parte estiver ocupando posições de aprofundamento, porém todos os pelotões sob comando do comandante da companhia. Deve ser empregada quando a frente do batalhão for bastante larga ou existir um obstáculo dissociador na área de reserva, restringindo o movimento da re-serva. (Fig 7-16)

Fig 7-16 Reserva descentralizada articulada

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e. A reserva estará descentralizada e fracionada, quando seus pelo-tões ocuparem mais de uma Z Reu, permanecendo um ou mais pelotões a comando do batalhão. Deve ser empregada quando existir um obstáculo dissociador na área da reserva que impeça ao comandante da reserva e-xercer o controle, acompanhar a manobra e prestar o apoio necessário às suas peças de manobra. (Fig 7-17)

f. Quando ocupar zona de reunião, a companhia deverá ficar disposta por pelotões convenientemente dispersos e abrigados contra os bombardei-os aéreos e os fogos longínquos do inimigo.

7-28. ORGANIZAÇÃO DA POSIÇÃO

a. As posições de aprofundamento do Btl, na área de reserva, são escolhidas de modo a assegurar a defesa em profundidade e em todas as direções, localizadas nos acidentes do terreno que barram as Via A em profundidade e nos flancos.

b. A companhia reserva organiza núcleos de aprofundamento em aci-dentes do terreno, normalmente com três pelotões em linha, de modo a cobrirem toda a parte posterior da área de defesa do batalhão. Essas posi-ções ficam situadas, sempre que possível, dentro da distância de apoio mútuo (400m) dos pelotões reservas das companhias do LAADA, e, no mí-

Fig 7-17 Reserva descentralizada fracionada

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nimo, a 200 metros afastadas desses pelotões, para que fiquem fora da zona de dispersão do fogo dirigido contra aquelas companhias.

c. As posições dos pelotões são organizadas de modo semelhante às dos pelotões do LAADA. Suas posições e fogos são estreitamente coorde-nados com os das armas de apoio instaladas atrás da área do batalhão.

7-29. PREPARAÇÃO DA POSIÇÃO DEFENSIVA

a. A companhia reserva prepara suas posições de acordo com a or-dem de urgência prescrita pelo comandante do batalhão e, havendo tempo disponível, melhora os itinerários até suas linhas de partida para os contra-ataques. A organização de cada posição compreende a limpeza dos cam-pos de tiro, a construção e o camuflagem de abrigos individuais, de espal-dões e de obstáculos (conforme previsto no manual de campanha C 5-15 – FORTIFICAÇÕES DE CAMPANHA ).

b. Turmas de trabalho da companhia reserva podem ser enviadas às áreas de defesa do LAADA para auxiliarem a limpeza de campos de tiro, construção de obstáculos, lançamento de minas anticarro, armadilhas ilumi-nativas, na execução do disfarce, e de outros trabalhos semelhantes.

c. Quando a companhia reserva recebe a missão de preparar núcleos defensivos dentro da zona de ação de uma companhia de fuzileiros de pri-meiro escalão, estes deverão ser preparados prioritariamente em relação às posições dos demais núcleos de aprofundamento.

d. Além de aumentar a profundidade da defesa, a companhia reserva protege os flancos e a retaguarda do batalhão. Como essa proteção rara-mente pode ser proporcionada a partir das posições principais, torna-se necessária a preparação de posições suplementares para os pelotões.

7-30. PELOTÃO DE APOIO a. As armas da subunidade reserva não ficam inativas. Podem ser

empregadas para a execução de fogos longínquos e no interior da posição. De qualquer forma, devem reverter à sua subunidade a tempo de serem empregadas nas missões a esta atribuída.

b. Seção AC - A localização e as missões atribuídas à seção AC são indicadas na ordem de defesa da companhia e coordenadas pelo coman-dante da companhia. Normalmente, visam aprofundar a DAC nas principais Via A para carros das Cia Fuz do LAADA, além de cobrir as Via A que inci-dem na posição defensiva pelos flancos e pela retaguarda.

c. Seção de morteiros - As missões que podem ser prescritas para a seção de morteiros, são:

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(1) Apoiar os postos avançados de combate - Se a companhia re-serva for responsável pelos postos avançados de combate, a seção poderá ficar em reforço ou apoio direto àqueles elementos.

(2) Apoiar a área de defesa avançada - Os morteiros podem ser instalados próximos à posição de tiro do pelotão de morteiros da Cia C Ap e utilizados para reforçar os fogos destes últimos no apoio à ADA. O emprego e a localização dos morteiros em reforço a essa área são coordenados de modo que sua atuação com a companhia reserva não fique comprometida.

(3) Limitar penetrações - Quando a companhia reserva estiver o-cupando suas posições preparadas, os fogos dos morteiros se destinam a limitar as penetrações, batendo o interior da zona penetrada ou o limite a-vançado da penetração, para bloqueá-la.

(4) Apoiar os contra-ataques - Se a companhia reserva receber missão de contra-atacar, a seção de morteiros deverá fornecer-lhe apoio de suas posições preparadas.

7-31. COMANDO E CONTROLE

a. Posto de Observação - A localização inicial do posto de observa-ção da companhia reserva deve acompanhar o posto de observação do batalhão, de modo a assegurar o máximo de vistas sobre a zona de ação do batalhão. O comandante da companhia necessita dispor a tempo de infor-mações acerca da situação no âmbito da zona do batalhão, e manter estrei-ta ligação com o seu comandante. Posteriormente, o posto de observação será localizado de maneira a proporcionar a melhor observação sobre a zona de emprego da companhia.

b. Posto de Comando - O posto de comando da companhia reserva fica localizado atrás de suas posições principais, de preferência próximo do posto de comando do batalhão. Inicialmente, quando a companhia ocupa uma zona de reunião, o posto fica localizado dentro desta posição.

7-32. AÇÕES DA COMPANHIA RESERVA

a. Quando a companhia reserva estiver mobiliando o P Avç C e for pressionada pelo inimigo procede conforme previsto no Parágrafo 7-11, retraindo quando autorizada.

b. À medida que o ataque inimigo prossegue, o comandante da com-panhia mantém-se informado da situação. O provável emprego da reserva é planejado de modo que a tropa seja alertada em tempo oportuno para cum-prir sua missão.

c. Se o inimigo penetrar na posição e a companhia reserva receber ordem para defender as posições preparadas que bloqueiam a zona amea-çada, a conduta da defesa é semelhante à das companhias da ADA, sendo

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prescritas direções principais de tiro para as armas de tiro tenso baterem as vias de acesso no interior da posição.

d. Os elementos de tiro das armas de tiro curvo são preparados e es-treitamente coordenados com as frações do LAADA para facultar o rápido e preciso desencadeamento das concentrações no interior da posição.

e. Dependendo da situação, a companhia pode receber ordem ape-nas de reforçar uma companhia da ADA com um pelotão, para que esta realize a limitação da penetração em sua zona de ação.

f. Proteção dos flancos e da retaguarda (1) Se surgir uma ameaça nos fIancos ou à retaguarda do batalhão,

seu comandante poderá determinar que a companhia reserva ocupe uma combinação de posições de pelotão que proporcione melhor proteção à região ameaçada.

(2) Quando o batalhão tem um flanco descoberto, a companhia re-serva pode, inicialmente, ser disposta para protegê-lo como um todo ou destacar um pelotão para defender aquela posição.

g. Contra-ataques (1) O contra-ataque é uma ação decisiva do combate defensivo. O

elemento básico da força de contra-ataque do batalhão é a companhia re-serva. Depois de decidir executar um contra-ataque, o comandante do bata-lhão, para dar maior potência ao mesmo, põe em reforço ou em apoio direto à companhia todos os elementos disponíveis.

(2) A ordem do batalhão prevê as prováveis penetrações, contra as quais os planos de contra-ataque devem ser preparados. O comandante da companhia reserva prepara esses planos simultaneamente com a organiza-ção dos núcleos de defesa e submete-os à aprovação do comandante do batalhão.

(3) A companhia reserva deverá realizar ensaios de todas as possi-bilidades de contra-ataque. Para tal, as regiões de passagens pelos obstá-culos de proteção local deverão ser reconhecidas e balizadas.

(4) Normalmente, a companhia reserva ocupa as posições prepara-das, antes que o inimigo desencadeie seu ataque. Caso o comandante de batalhão determine que a companhia reserva realize um contra-ataque, a companhia se desloca de suas posições ocupadas até a linha de partida, já definida nos ensaios, por itinerários previamente reconhecidos e balizados pelos elementos de engenharia que irão abrir as passagens nos obstáculos.

(5) Estes contra-ataques, normalmente, buscam o restabelecimento de um núcleo de pelotão que submergiu no contato.

(6) Normalmente, após a realização de um contra-ataque para res-tabelecer um núcleo de defesa submergido, a companhia reserva reforça a companhia da ADA que teve o núcleo submergido com um pelotão de fuzi-leiros para que este ocupe a posição restabelecida. Os remanescentes da-

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quele núcleo são incorporados à companhia reserva, que retorna para suas posições iniciais ou ocupa nova posição determinada pelo comandante do batalhão.

(7) Quando forem feitos prisioneiros de guerra, a companhia reserva deverá assumir a responsabilidade sobre estes e cumprir o previsto nas diretrizes do batalhão para a conduta com os PG.

ARTIGO VII TÁTICAS E TÉCNICAS ESPECIAIS DE DEFESA

7-33. GENERALIDADES

Os princípios expostos nos artigos I a VI deste capitulo regulam a or-ganização e a defesa normais de uma companhia de fuzileiros. Freqüente-mente, a companhia de fuzileiros participa de uma operação defensiva onde a situação particular exige considerações especiais. Sendo o batalhão a unidade tática básica, a companhia de fuzileiros, raramente, é empregada isoladamente. Em todas essas situações, os fundamentos do combate de-fensivo, anteriormente tratados, deverão ser adotados, se possível. A apli-cação ou adaptação destes fundamentos depende dos fatores da decisão: missão recebida, inimigo existente, terreno a ocupar, meios disponíveis e tempo. Considerações complementares, particularmente aplicadas à com-panhia de fuzileiros em tais situações, são descritas nos parágrafos seguin-tes.

7-34. DEFESA ELÁSTICA

a. A defesa elástica é uma técnica especial de defesa utilizada nos escalões brigadas e inferiores, permitindo uma penetração do inimigo em uma região previamente selecionada para destrui-lo pelo fogo conduzido ao longo de todo seu dispositivo. É uma técnica que combina procedimentos de defesa de área e defesa móvel, sendo que a posição é ocupada por tropas em profundidade, para permitir que o inimigo seja atacado pelo fogo em toda sua extensão. Essa tática se assemelha a uma grande emboscada.

b. A adoção de uma defesa elástica está condicionada, preponderan-temente, às características do terreno, o qual permita a defesa em profundi-dade e o estabelecimento de uma área de engajamento.

c. A defesa elástica pode ser executada pelo batalhão, quando auto-rizado, em uma parte da posição defensiva do escalão superior, enquanto no restante da frente é realizada uma defesa de área.

d. A companhia de fuzileiros realizará uma defesa elástica inserida na manobra do batalhão. Por não ser dotada de mobilidade, em geral será

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empregada para deter o inimigo à frente do LAADA ou em profundidade, adotando conduta semelhante a uma companhia de fuzileiros da ADA.

e. Maiores considerações acerca do planejamento e da execução da defesa elástica constam do manual C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA.

7-35. DEFESA EM LARGA FRENTE

a. Quando o batalhão defende uma larga frente pode adotar um dis-positivo linear ou em profundidade, podendo dar maior importância à ocupa-ção dos principais acidentes capitais. As companhias podem ser emprega-das para ocupar posições de bloqueio valor subunidade ou adotar um dis-positivo linear.

b. Quando uma companhia de fuzileiros de primeiro escalão recebe a missão de ocupar uma posição de bloqueio, deve:

(1) Ocupar uma posição de defesa forte, com seus pelotões com apoio mútuo em largura e profundidade. Caso não seja possível, deve-se buscar, no mínimo o apoio mútuo em profundidade;

(2) Dispensar particular consideração às disposições para a defesa do acidente capital contra um ataque vindo de qualquer direção;

(3) Cobrir os intervalos, por meio do fogo e de obstáculos, devendo também serem observados e percorridos por patrulhas lançadas pela reser-va do batalhão;

(4) Familiarizar seus homens de funções mais importantes com os planos dos escalões superiores relativos à cobertura dos intervalos pelo fogo.

c. No caso do dispositivo linear, a companhia emprega todos os pelo-tões em primeiro escalão, ficando a cargo da companhia reserva a ocupa-ção dos núcleos de ruptura. Em algumas situações, quando o terreno permi-tir, um dos pelotões poderá estar com um grau de defesa menor que o “de-fender” e poderá retrair, quando pressionado, para a posição de aprofunda-mento da companhia. Neste último caso, há pouca possibilidade do estabe-lecimento dos fogos de proteção final contínuos em toda a frente, principal-mente porque as armas recebem extensos setores de tiro

d. A companhia de fuzileiros reserva, em uma defensiva em larga frente, pode preparar um maior número de núcleos defensivos que os pelo-tões do LAADA e, neste caso, devido ao terreno e meios disponíveis, ocu-pará, a princípio, uma zona de reunião, ao invés de ocupar os núcleos des-de já.

7-36. DEFESA CIRCULAR

a. Quando a companhia de fuzileiros cumpre uma missão indepen-dente ou se acha destacada do batalhão e a situação do inimigo é obscura,

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via de regra, estabelece uma defesa circular.

b. Uma companhia pode ocupar um dispositivo de defesa circular quando em Z Reu isoladamente, quando estiver ocupando uma base de combate ou em outras situações (interior de localidade, terreno montanho-so, terreno de selva, etc). Este dispositivo é freqüentemente adotado na realização de operações aeromóveis e aeroterrestres.

c. A Defesa circular se caracteriza, particularmente, por (1) Máxima potência de fogo a frente da posição defensiva (2) Apoio mútuo (3) Pequeno espaço de manobra

d. Organização da posição - Cada pelotão de fuzileiros recebe uma parte do perímetro da posição para organizar e defender. O interior da posi-ção é organizado pelos elementos de comando da companhia e do pelotão de apoio. O comandante da companhia pode empregar, quando necessário, parte de um pelotão de fuzileiros, normalmente um grupo de combate, para reforçar o interior da posição. (Fig 7-18)

e. Apoio de fogo (1) O comandante da companhia coordena a utilização das armas

por parte dos comandantes de pelotão de fuzileiros para assegurar a defesa eficaz da área da companhia em todas as direções.

(2) Dispõe as armas AC no perímetro da companhia de modo a bater as vias de acesso mais prováveis para carros e determina que os comandantes de pelotão façam o mesmo com suas AC orgânicas, dentro de seus setores.

(3) Os comandantes de pelotão devem colocar as metralhadoras em posição no perímetro da área de defesa, explorando ao máximo os tiros rasantes de modo a proporcionar a maior cobertura possível de fogos à frente dos pelotões. As metralhadoras instaladas no núcleo de defesa do pelotão devem, se possível, bater os intervalos e à frente dos pelotões vizi-nhos.

(4) Os morteiros médios são instalados no interior da área da companhia, próximo ao centro do dispositivo para que o alcance mínimo não restrinja o tiro em qualquer direção. Devem estar apontados para a melhor Via A do inimigo.

(5) Quando a posição defensiva estiver além do alcance eficaz das armas de apoio dos escalões superiores, outras armas poderão ser postas em reforço à companhia.

f. Segurança (1) A segurança externa da área de defesa é assegurada por pe-

quenos postos de vigilância, localizados em pontos que dominam e contro-lam as prováveis vias de acesso e por meios passivos, como armadilhas,

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dispositivos de alarme e de vigilância eletrônica. (2) Em terreno com vegetações densas, os elementos de segu-

rança local podem retrair para o interior da posição durante os períodos de pouca visibilidade ou à noite.

Fig 7-18 A companhia na defesa circular

e. Preparação (1) As posições são preparadas dispersando a companhia em uma

configuração circular com segurança em todas direções. (2) O comandante da companhia define para o pelotão que cobre

a via de acesso mais provável do inimigo um setor menor do que o dos ou-tros. O comandante da companhia também pode determinar a preparação de posições de muda e suplementar dentro do perímetro defensivo.

(3) Devem ser preparados obstáculos de proteção local e, caso tenha disponibilidade, lançados campos de minas em profundidade ao longo do perímetro defensivo.

(4) O apoio de fogo fora do perímetro defensivo deve ser prepara-do e planejado.

(5) Os elementos de apoio ao combate podem apoiar do interior da posição ou de outro local. O suprimento e a evacuação devem ser feitos, sempre que possível, com a utilização de meios aéreos.

Br N 81

Br E 81 Br E 81

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f. A companhia de fuzileiros ocupando parte do dispositivo de um batalhão em defesa circular – Nestas situações a companhia deverá tomar as medidas defensivas semelhantes a uma defesa de área, esteja ela empregada na ADA ou como reserva. (Fig 7-19)

Fig 7-19 A Cia integrando o dispositivo de defesa circular do Btl. 7-37. DEFESA EM PONTO FORTE

a. Uma defesa em ponto forte caracteriza-se por um dispositivo de de-fesa em todas as direções, com avançados trabalhos de organização do terreno, denso e eficiente sistema de barreiras e meios de apoio de fogo e logístico que permitam à tropa suportar ações prolongadas, ainda que ultra-passada pelo inimigo. Um ponto forte é defendido até que a tropa seja subs-tituída ou receba ordem do escalão superior para retrair.

b. Um ponto-forte pode ser parte de um plano defensivo, obrigando o i-nimigo a emassar-se, constituindo-se um alvo compensador ou a desgastar-se na ultrapassagem do sistema de barreiras, enfraquecendo, desta forma,

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LAADA

LAADA

P Avç C

P Avç C

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seu poder de combate e tornando-o vulnerável ao contra-ataque.

c. A companhia pode ser designada a construir um ponto forte como parte da defesa do batalhão ou ainda, excepcionalmente, em uma missão isolada. Também pode ser construído para proteger unidades vitais ou instalações. Via de regra, para cumprir essa missão a companhia será reforçada com elementos de engenharia, armas de apoio e apoio logístico.

d. A posição específica dos pelotões no ponto forte depende do estudo detalhado do terreno e possibilidades do inimigo. Devem ser aproveitados a camuflagem, as cobertas, os abrigos e os obstáculos naturais proporciona-dos pelo terreno, principalmente por montanhas, rios, pântanos e florestas

e. Cada posição defensiva deve ser reforçada (incluindo as posições de muda e suplementares das armas coletivas) para resistir a fogos de armas de tiro direto e indireto. Os melhoramentos devem ser conduzidos até a companhia ser substituída ou retirar-se.

f. Devem ser feitos estoques de comida, água e munição em cada posi-ção. Outros itens de suprimento julgados como necessários para aumentar a capacidade de sobrevivência do ponto forte devem ser levantados.

g. Devem ser estabelecidos itinerários cobertos e abrigados entre as posições (se necessários construídos com trabalhos de sapa) e prevista sua utilização para ressuprimento, ligação, manobras e contra-ataques no interi-or do ponto-forte.

h. O ponto-forte deve ser dividido em várias posições ou setores inde-pendentes, respeitando-se o apoio mútuo entre os mesmos. Isto deve per-mitir que, se uma das posições ou setores tiverem que ser evacuados ou forem ultrapassados, a penetração inimiga seja limitada com obstáculos (escalonados em profundidade) e fogos, permitindo a realização de um con-tra-ataque.

7-38. DEFESA À RETAGUARDA DE UM CURSO D’ÁGUA

a. Generalidades (1) Em regra, são os comandos superiores que decidem qual o ti-

po de ação defensiva a ser usado em um curso de água. Esta defesa pode ser estabelecida de duas maneiras:

(a) LAADA ao longo da margem do curso de água; e (b) LAADA à retaguarda da margem do curso d’ água, em ter-

reno favorável a defesa. (2) Na ação defensiva, à retaguarda da margem do curso d’ água,

isto é, quando o curso de água constitui um meio auxiliar para atacar o ini-migo na ocasião em que esteja realizando a travessia, a companhia de fuzi-leiros pode receber a missão de estabelecer postos de vigilância ao longo

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do mesmo para alertar a tropa amiga, retardar e desorganizar as tentativas de travessia do inimigo. A companhia de fuzileiros pode, também, fazer parte de uma força móvel de contra-ataque, cuja missão é destruir o inimigo quando ele estiver dividido pelo curso de água ou logo após havê-lo trans-posto.

(3) Na ação defensiva ao longo da margem do curso de água em que o rio é utilizado como obstáculo imediatamente à frente da área de de-fesa (Fig 7-20), a companhia de fuzileiros pode receber uma área definida para organizar e defender, na margem do curso de água ou em suas proxi-midades, ou ficar como reserva do batalhão.

Fig 7-20. Defesa ao longo da margem do curso de água em que o rio é utilizado como obstáculo.

b. Frente (1) Na defesa de um curso de água, uma companhia de fuzileiros

pode receber uma frente maior que em terreno normal, aproveitando-se o aumento do valor defensivo do terreno proporcionado pelo rio obstáculo. Esta frente é defendida alargando-se os intervalos entre os pelotões, em vez de aumentar-se o afastamento entre os homens ou grupos.

(2) Quando o batalhão realiza uma defesa ao longo da margem com a maioria dos meios em reserva, a companhia poderá receber como frente, toda a zona de ação do batalhão. Neste caso deverá priorizar o con-trole dos pontos favoráveis a transposição e buscar a organização de posi-ções de bloqueio que permitam, no mínimo, o retardamento do Ini para que a reserva do batalhão possa contra-atacar de forma eficiente antes que o inimigo complete o desembarque do grosso de suas forças na margem ami-ga.

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c. Apoio de fogo (1) Quando o LAADA é organizado na margem do curso de água,

as concentrações e barragens dos morteiros são planejadas para bater as possíveis vias de acesso à margem oposta e os prováveis locais de traves-sia.

(2) As metralhadoras e outras armas de tiro direto recebem gran-des setores de tiro e batem vias de acesso e áreas sobre as quais possam ser feitos tiros rasantes eficazes, de modo a estabelecer uma linha de fogos sobre o rio e a margem oposta.

(3) As granadas de fuzil, os morteiros e as armas anticarro podem ser utilizados contra os grupos de homens e materiais inimigos na margem oposta e no rio. Durante a travessia do curso d’água, o inimigo deve ser batido por granadas com espoletas de tempo.

(4) Os fogos de proteção final são aplicados sobre a margem ami-ga, para destruir o inimigo quando este esforçar-se por tomar pé na mesma.

(5) Quando o LAADA é organizado nas elevações situadas atrás da margem, as armas de apoio são empregadas como na defensiva normal.

7-39. DEFESA EM BOSQUES

a. A defesa em bosques caracteriza-se por campos de tiros limitados e observação deficiente. Tendo em vista esta peculiaridade, a defesa ba-seia-se em fogos defensivos planejados com antecedência e estreitamente coordenados, obstáculos, patrulhamento constante, amplo emprego de ele-mentos de segurança imediata, e na preparação de itinerários para um rápi-do deslocamento dos elementos de apoio ou de reserva.

b. Os campos de tiro limitados, no interior da posição, exigem a redu-ção das distâncias e dos intervalos entre os homens e entre as frações. Constroem-se tetos nos abrigos e espaldões para darem proteção contra os fogos do inimigo e os de apoio imediato da artilharia e morteiros amigos. O pelotão reserva prepara-se para contra-atacar pequenos elementos de infil-tração que penetrem na posição. É mantido um patrulhamento constante à frente, nos flancos e no interior da posição. Os elementos de segurança local são dotados de meios de comunicações rápidos para darem o alerta imediato da progressão inimiga.

c. O êxito da defesa depende da vigilância, de informes precisos so-bre os movimentos inimigos (monitoramento das RIPI), da eficácia dos fo-gos de proteção final e de contra-ataques imediatos para eliminar os ele-mentos inimigos que se infiltrem na posição.

d. O batalhão pode empregar seus caçadores na zona de ação das companhias. Eles podem evitar a utilização pelo inimigo de certas zonas, desorganizar suas comunicações e atuar como observadores.

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7-40. DEFESA CONTRA OS ATAQUES AEROTERRESTRES

a. Generalidades (1) Ataques aeroterrestres são conduzidos em grandes profundi-

dades. As companhias de fuzileiros integrantes dos batalhões empregados na área de defesa avançada podem ser incluídas no sistema de alarme quanto a aproximação de aeronaves, devendo manter suas posições e mis-sões na defesa caso o inimigo realize um ataque aeroterrestre.

(2) As companhias empregadas nas zonas da retaguarda podem receber o encargo de organizar uma determinada área contra as ações de forças aeroterrestres; podem organizar, ocupar e defender acidentes capi-tais do terreno; ou fazer parte de uma força móvel de choque.

b. Princípios da defesa contra os ataques aeroterrestres (1) Para frustrar o reconhecimento aéreo inimigo, o disfarce e a

ocultação são aperfeiçoados. Preparam-se posições de muda para as ar-mas e homens, a fim de dar flexibilidade à defesa. Posições simuladas são preparadas para confundir o inimigo;

(2) O alerta oportuno dos desembarques inimigos é obtido por um sistema de vários postos estabelecidos nas possíveis zonas de desembar-que e providos de meios rápidos de comunicações. Muitas vezes, é neces-sário completar a ação desses postos com patrulhas motorizadas.

(3) Para proporcionar proteção inicial contra desembarques inimi-gos, são instalados pequenos elementos em locais próximos das zonas de desembarque, que sejam prováveis objetivos da tropa aeroterrestre e nos acidentes do terreno de vital importância (acidentes capitais). Esses elementos constituem a força de segurança local, cuja missão é retardar. desorganizar e deter o inimigo até que a força móvel de choque possa contra-atacá-lo. O valor de cada elemento é função da importância da zona a proteger e pode variar de um grupo de combate a um pelotão de fuzileiros, reforçado com armas de apoio. São construídos obstáculos, dando-se prio-ridade às zonas de desembarque mais próximas dos prováveis objetivos da tropa aeroterrestre;

(4) Para dar o máximo de flexibilidade à defesa, é organizada uma força móvel de choque com a missão de destruir o inimigo por meio de con-tra-ataques. De preferência, é motorizada e dotada de grande potência de fogo, sendo mantida em um ponto central, em posição coberta e abrigada. Os planos para seu emprego são preparados com antecedência e ensaia-dos.

c. Conduta da defesa contra os ataques aeroterrestres - Durante o reconhecimento aéreo inimigo, a tropa permanece oculta. Por ocasião dos bombardeios aéreos inimigos, os homens ocupam posições abrigadas e preparam-se para resistir ao ataque inimigo. Durante os desembarques iniciais a defensiva é agressiva. Se os aviões-transporte, em vôo baixo,

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chegam ao alcance útil das armas, todas elas atiram. Os postos de alerta e a força de segurança local procuram determinar a zona de desembarque principal e a direção do deslocamento das forças inimigas e batem-nas com o máximo de fogos. Os contra-ataques locais infligem o maior número pos-sível de baixas e retardam a reorganização das forças já desembarcadas. Logo que sejam recebidos dados seguros sobre o efetivo e a localização de um desembarque inimigo, a força móvel de choque é empregada entre a zona de desembarque e o provável objetivo da tropa aeroterrestre, para destruir ou deter o inimigo. A fim de assegurar uma defesa eficaz contra um ataque aeroterrestre, torna-se necessária uma vigorosa ação ofensiva.

7-41. DEFESA EM CONTRA-ENCOSTA

a. A defesa em contra-encosta visa a utilizar uma crista topográfica para proteger o defensor da observação terrestre e do fogo direto inimigo. Essa técnica tira o máximo proveito da surpresa e obriga o inimigo a empre-gar parceladamente seus meios na crista topográfica da elevação. Além disso reduz o efeito das armas de longo alcance inimigo e tira o máximo proveito das armas de curto alcance das unidades em posição.

b. Organização da defesa em contra-encosta - A posição em con-tra-encosta, geralmente, é organizada de acordo com os fundamentos de-fensivos com as seguintes particularidades:

(1) São empregadas medidas de simulação para levar o inimigo a crer que a posição defensiva está na encosta da elevação e se desdobre para atacá-la.

(2) Postos de observação são localizados na crista topográfica ou imediatamente à sua frente e ocupados pelos comandantes de fração e observadores avançados e são protegidos por pequenas frações de fuzilei-ros e peças de armas de apoio, via de regra, fornecidos pelo pelotão reser-va. À noite, eles são reforçados para evitar a infiltração e a surpresa do inimigo;

(3) Quando possível, a encosta e os flancos são batidos por fogos diretos de flanqueamento de armas desenfiadas da frente;

(4) Um judicioso lançamento de campos de minas anticarro e ar-madilhas, pode ser feito na encosta e na contra encosta para retardar e desorganizar o ataque inimigo;

(5) A tropa e as armas, na contra-encosta, são localizadas de mo-do a proporcionarem o máximo de fogos sobre a crista, suas vias de acesso e as encostas das elevações vizinhas;

(6) A crista militar da elevação imediatamente atrás, quando den-tro do alcance útil, é o local indicado para instalação das armas anticarro;

(7) Os fogos de proteção final são planejados para destruir o ini-migo quando ele tentar transpor a crista. O LAADA, em geral, fica localiza-do, no mínimo, a 200 metros da crista, para proporcionar campos de tiro

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convenientes e permitir o desencadeamento dos fogos de proteção final sem por em perigo a tropa amiga.

c. Conduta da defesa em contra-encosta - Os elementos de se-gurança localizados na encosta dão o alerta da aproximação do inimigo e procuram retardá-lo ou desorganizá-lo com fogos longínquos. Durante os períodos de pouca visibilidade utilizam-se dispositivos de vigilância e alar-me, associados a armadilhas e artifícios iluminativos para dar maior segu-rança à frente. Se o inimigo repelir os elementos de segurança e continuar sua progressão, as concentrações planejadas são desencadeadas sobre a encosta pelas armas de tiro curvo da defesa, a fim de desorganizar a articu-lação do inimigo para o ataque. As armas de tiro direto, instaladas no interi-or da posição, só abrirão fogo quando surgirem alvos compensadores, no momento que estes transpuserem a crista da elevação. Se o inimigo trans-puser a crista em massa, os fogos de proteção final serão desencadeados. Se ocorrer uma penetração limitada no LAADA e for ordenado um contra-ataque, serão aplicados os princípios normais que regem essa operação. Em virtude da necessidade de evitar a observação inimiga feita de pontos que dominam a área de defesa, a força de contra-ataque procura restabele-cer os elementos de segurança na encosta.

7-42. OUTRAS AÇÕES DE DEFESA

a. Bloqueios de Estradas (1) A companhia de fuzileiros, muitas vezes, recebe a missão de blo-

quear estradas. O efetivo necessário para essa missão varia de um pelotão a uma companhia de fuzileiros reforçada.

(2) Em função da situação, o comandante do batalhão pode determi-nar que a defesa seja mantida a todo custo, até uma determinada hora, ou até que a pressão inimiga ameace conquistar ou flanquear a posição.

(3) A tropa e armas são instaladas de maneira que possam cobrir efi-cazmente, pelo fogo, a estrada, o terreno situado ao longo da mesma e as vias de acesso à posição. Quando há boa visibilidade, essas posições são suficientemente afastadas de modo a ficarem fora da zona de dispersão dos fogos inimigos dirigidos contra a estrada.

(4) Durante os períodos de pouca visibilidade, são ocupadas posições mais próximas da estrada, porém, além do alcance das granadas de mão. Um posto de vigilância é instalado onde possa dar o alerta oportuno da a-proximação de uma força inimiga.

b. Defesa das Instalações da Retaguarda (1) Uma companhia de fuzileiros ou elemento menor pode ser desig-

nada para proteger uma instalação da retaguarda da zona de combate. (2) As ações inimigas contra as quais ela deve proporcionar proteção

compreendem ataques terrestres, ataques aeroterrestres, incursões, revol-

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tas de civis e sabotagens. Geralmente, ela pode prover melhor essa prote-ção, instalando elementos de vigilância em toda a zona e mantendo um elemento móvel – Força de Reação – constituído do grosso de seu efetivo.

(3) O efetivo dos elementos de vigilância pode variar desde simples vigias até um grupo de combate reforçado. Eles podem consistir de postos de vigias, postos de vigilância e de patrulhas a pé ou motorizadas. Seu nú-mero e localização devem permitir sufocar rapidamente pequenos distúrbios ou dar o alerta oportuno à Força de Reação no caso de ameaça mais séria. A Força de Reação fica em condições de defender a instalação, quer ata-cando a força inimiga, quer ocupando posições defensivas previamente preparadas.

ARTIGO VIII

MOVIMENTOS RETRÓGRADOS

7-43. GENERALIDADES

a. Movimento retrógrado é qualquer movimento tático organizado de uma força, para a retaguarda ou para longe do inimigo, seja forçado por este, seja executado voluntariamente, como parte de um esquema geral de manobra.

b. O movimento retrógrado visa a preservar a integridade de uma for-ça, a fim de que, em uma ocasião futura, a ofensiva seja retomada. Uma força somente o executa voluntariamente, quando uma vantagem marcante possa ser obtida. Em qualquer caso, deve ser aprovado pelo comandante do escalão imediatamente superior e é planejado com a antecedência devi-da.

c. Finalidades - Os movimentos retrógrados são executados com uma ou mais das seguintes finalidades:

(1) Inquietar, desgastar, retardar e infligir baixas ao inimigo; (2) Conduzir o inimigo para uma situação desfavorável; (3) Permitir o emprego de uma força, ou parte da mesma, em ou-

tros locais; (4) Evitar o combate sob condições desfavoráveis; (5) Ganhar tempo sem se engajar decisivamente em combate; (6) Desengajar-se do contato com o inimigo; (7) Reajustar o dispositivo; e (8) Encurtar as vias de transporte.

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7-44. FORMAS DE MANOBRA

Os movimentos retrógrados são classificados em três formas de ma-nobra básicas:

a. Retraimento

b. Ação retardadora

c. Retirada

7-45. FATORES DE ÊXITO Os principais fatores que influem no sucesso de um movimento retró-

grado são:

a. Planejamento centralizado e execução descentralizada (é necessá-rio ter uma completa compreensão da operação por meio de planos bem detalhados do escalão superior e possuir liberdade suficiente na execução de suas missões específicas);

b. Aproveitamento adequado do terreno e das condições meteoroló-gicas com especial atenção para o máximo aproveitamento das redes de estradas, principalmente pelas forças motorizadas e blindadas;

c. Liberdade de ação, rapidez e mobilidade (igual ou superior a do i-nimigo);

d. Largo emprego de medidas de coordenação e controle;

e. Manutenção do moral, que poderá ser obtido pelo exercício vigoro-so da liderança efetiva de seus comandantes, visando minimizar os possí-veis efeitos negativos causados pelo movimento para a retaguarda;

f. Planos flexíveis, baseados em hipóteses, com ênfase na iniciativa;

g. Emprego adequado do apoio de fogo e obstáculos;

h. Emprego oportuno de ações ofensivas; e

i. Sigilo, segurança e simulação.

7-46. APOIO LOGÍSTICO

a. O planejamento de apoio logístico para um movimento retrógrado deve dispor sobre:

(1) Destino a ser dado aos suprimentos e equipamentos em ex-cesso;

(2) Evacuação das viaturas danificadas e em pane; (3) Execução do suprimento durante toda a operação; (4) Evacuação das baixas;

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(5) Destruição dos suprimentos e equipamentos, exceto os de sa-úde (classe VIII), caso seja necessário;

(6) Controle de trânsito; e (7) Controle de civis.

b. Deve ser feito todo o esforço para impedir que os suprimentos de qualquer espécie, caiam em mãos do inimigo.

c. O controle de trânsito é de capital importância para o êxito da ope-ração. Deste modo as prioridades, horários e condições de utilização das estradas devem ser planejados, a fim de assegurar um ordenado desloca-mento, levando-se em consideração as missões e as possibilidades dos elementos do batalhão. As probabilidades de interdição das estradas por ação do inimigo, por modificações nas condições meteorológicas e por con-gestionamento dos itinerários, exigem a previsão de itinerários alternativos.

d. Uma operação retrógrada raramente pode ser realizada sem que a população civil seja envolvida na ação, assim, o controle e a evacuação de civis devem ser considerados em todos os planos para um movimento re-trógrado, a fim de evitar-se desordem e o congestionamento do trânsito.

e. O plano de destruição contém instruções referentes ao que destru-ir, e a quando destruir os suprimentos, para que o inimigo não possa apro-veitá-los. Em princípio, tudo que não for possível evacuar será destruído. No plano deve ficar bem claro quem está autorizado a realizar a destruição e a partir de que momento deverá executá-la.

f. As operações retrógradas são caracterizadas pelo alto consumo de combustíveis e lubrificantes. A natureza da operação poderá exigir um con-sumo igualmente alto de munição. Os suprimentos de todas as classes são previamente colocados em posições determinadas de modo a assegurar um apoio contínuo aos elementos de combate, uma vez que o E Sup Ev é vul-nerável a ataques do inimigo. O movimento das viaturas de suprimento é, normalmente, sob fogo do inimigo. Deve ser sempre considerada a possibi-lidade do apoio logístico ser realizado por meio aéreo.

g. Não há previsão de desdobramento dos trens, devendo permane-cer embarcados.

ARTIGO IX RETRAIMENTO

7-47. GENERALIDADES

a. O retraimento é um movimento retrógrado, por meio do qual a companhia rompe o contato com o inimigo, de acordo com a decisão do

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escalão superior. Pode ser seguido de uma retirada ou da ocupação de uma posição ou zona recuada de onde será conduzida uma subseqüente ação ofensiva ou defensiva.

b. O retraimento poderá ser diurno ou noturno. O retraimento diurno, sempre que possível, deverá ser evitado, pois os fogos observados inimigos podem resultar em pesadas baixas e na perda da liberdade de ação. Em contrapartida, os retraimentos noturnos proporcionam maior liberdade de ação, facilitam a dissimulação e reduzem a eficiência da observação e dos fogos inimigos.

c. Em qualquer retraimento, todos os meios capazes de reduzir a ob-servação inimiga (fumígenos, etc ), bem como os períodos em que esta observação ficar prejudicada (nevoeiros e chuvas intensas, por exemplo) devem ser bem empregados e aproveitados.

d. Os retraimentos se classificam em dois tipos: (1) Retraimento sem pressão do inimigo; e (2) Retraimento sob pressão do inimigo.

7-48. PLANEJAMENTO

a. No planejamento de um retraimento são consideradas as possibili-dades do retraimento sob pressão e sem pressão, dando-se prioridade ao planejamento do primeiro. Nas normas gerais de ação da unidade podem constar as medidas para execução dos dois tipos de retraimento.

b. As ordens e planos da companhia devem constar das seguintes instruções:

(1) Informações sobre as forças amigas e inimigas; (2) Medidas de coordenação aplicáveis a toda a companhia, inclu-

sive itinerários ou zonas de retraimento; nova posição a ser ocupada e mis-são após o retraimento; linhas de controle; dispositivos; e localização do ponto inicial ou zona de reunião da companhia;

(3) Missões dos elementos integrantes da força de segurança ou destacamento de contato, compreendendo: sua composição, seu coman-dante e hora de assunção do comando, bem como o itinerário e a hora do retraimento;

(4) Missões dos demais elementos, inclusive designação de fra-ções postas em reforço aos pelotões de fuzileiros; zonas de reunião de cada pelotão; itinerários; e hora de retraimento de todos os elementos;

(5) Planejamento do apoio de fogo, se houver necessidade de rup-tura do contato;

(6) Medidas de disfarce e de controle das comunicações; restri-ções, se for o caso, no uso do rádio e artifícios de sinalização especiais; locais atual e futuros dos postos de comando, inclusive horas de abertura;

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(7) Prescrições relativas ao transporte, evacuação de mortos, feri-dos e prisioneiros de guerra;

(8) Prescrições para suprimentos da força de segurança (desta-camento de contato) e demais elementos, bem como para remoção ou des-truição do excesso de suprimento; e

(9) Se for o caso, medidas para preparação e ocupação da nova posição, incluindo a organização da defesa, dispositivo da companhia (que deve ser o mesmo para facilitar a operação), localização dos trens e PC e instruções para os elementos que se deslocarão dentro da área.

c. Se o retraimento implica em movimento através de uma posição defensiva ocupada por outra Unidade ou Subunidade, é necessário uma cerrada coordenação. O comandante da companhia designa um elemento de ligação para executar a coordenação com o comando da tropa que fará o acolhimento. As medidas de coordenação e controle devem ser dissemina-das por todos os pelotões. O planejamento deve incluir a previsão de guias a serem fornecidos pela tropa que acolhe, estabelecimento de ligação e comunicações e sinais de reconhecimento. Após o acolhimento, o movimen-to para a retaguarda caracteriza-se como uma Retirada.

d. Os comandantes de fração, até grupo de combate e peça, inclusi-ve, com alguns guias escolhidos, realizam o reconhecimento durante o dia dos itinerários que conduzem as suas zonas de reunião. Se a companhia, após o retraimento, vai organizar e ocupar uma nova posição à retaguarda, deve ser feito o reconhecimento dessa posição.

7-49. RETRAIMENTO SEM PRESSÃO DO INIMIGO a. Na preparação de um retraimento sem pressão, devem ser toma-

das medidas táticas especiais para confundir e desorganizar o inimigo, co-mo por exemplo ataques a objetivos limitados, incursões e modificações dos planos de fogos. O êxito do retraimento sem pressão, normalmente, está condicionado a períodos de escuridão ou de visibilidade reduzida ou a ter-renos cobertos. A visibilidade reduzida e o terreno coberto dificultam o con-trole. A utilização da fumaça e de itinerários cobertos auxilia na redução da possibilidade inimiga de observar os movimentos das forças amigas. Deve ser prevista a possibilidade de interferência do inimigo, por meio do empre-go de forças aeroterrestres, aeromóveis ou infiltradas.

b. A companhia irá realizar seu retraimento de acordo com ordem de retraimento do batalhão, que obedece a seguinte seqüência:

(1) Instalações de apoio logístico; (2) Elementos de apoio de fogo, imediatamente antes do deslo-

camento da companhia reserva; (2) Companhia reserva; (3) Companhias de 1º escalão

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(4) Destacamento de contato

c. Destacamento de contato (1) O destacamento de contato é a parte dos elementos de mano-

bra e de apoio da companhia que permanece em contato com o inimigo com o objetivo de simular as atividades normais na frente e, dentro de suas pos-sibilidades, prover segurança ao retraimento do grosso. Este destacamento tem limitada possibilidade de resistência e depende, principalmente, da simulação para cumprir a sua missão.

(2) O retraimento deste destacamento ocorre em uma hora deter-minada, mediante ordem, ou na ocorrência de uma contingência específica.

(3) O comando do batalhão coordena o emprego dos destacamen-tos de contato das companhias, bem como o fornecimento do apoio de fogo necessário ao cumprimento da missão, determinando também a ação que deve ser realizada em caso de ataque inimigo.

(4) O efetivo e a composição do destacamento de contato são fi-xados pelo comandante do batalhão. Em geral, não excede a um terço do efetivo de fuzileiros da companhia, acrescido de um terço a metade das armas de apoio. Via de regra, um grupo de combate é deixado em cada núcleo de defesa de pelotão das companhias de fuzileiros de primeiro esca-lão.

(5) As armas de apoio da companhia e do batalhão, que permane-cerem em posição, são colocadas em reforço ao destacamento de contato, se necessário, em condições de baterem as vias de acesso que possam ser utilizadas pelo inimigo.

(6) Em geral, o subcomandante da companhia comanda os ele-mentos integrantes do destacamento de contato. Neste caso, ocupa o posto de comando da companhia e utiliza mensageiros, telefone e rádio para man-ter as comunicações.

(7) Um pelotão de fuzileiros geralmente permanece em posição na zona de ação da companhia reserva com a missão de patrulhar; proteger o posto de comando do destacamento de contato; bloquear as mais prováveis vias de acesso do inimigo à zona da retaguarda do batalhão; atuar como elemento de segurança, cobrindo o retraimento do destacamento; e manter o contato com o inimigo após o retraimento dos elementos de 1º escalão do destacamento.

d. Execução (Fig 7-21) (1) O êxito do retraimento depende do emprego eficaz da contra-

inteligência, do controle, da segurança e da dissimulação. O deslocamento da tropa e sua subseqüente reunião são realizados o mais silenciosamente possível. Por meio de fogos, de tráfego rádio e de patrulhas, o destacamen-to de contato simula as atividades normais dos elementos que ocupam a posição.

(2) As instalações logísticas precedem o movimento, podendo até

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mesmo iniciar seu deslocamento durante o dia, se não comprometer o sigi-lo;

(3) As armas de apoio devem permanecer em posição até que os elementos do grosso já tenham completado sua reunião. Entretanto, os elementos de apoio de fogo devem, em princípio, preceder os elementos de manobra no movimento.

(4) O retraimento de todos os elementos da companhia de primei-ro escalão, menos os do destacamento de contato, inicia-se simultaneamen-te na hora fixada. Os homens retraem dentro dos grupos de combate, para a zona de reunião de pelotão e, a seguir, para a da companhia. O movimen-to é regulado de modo a não haver demora alguma nas zonas de reunião dos pelotões e da companhia. Quando a companhia opera em larga frente, é desejável que cada pelotão receba seu próprio itinerário.

(5) As viaturas da companhia vão ao encontro de suas frações o mais à frente possível, sendo seu limite de avanço prescrito pelo comandan-te do batalhão. As viaturas deslocam-se isoladamente ou em pequenos grupos e um número suficiente é deixado com o destacamento de contato para o transporte de suas armas de apoio.

(6) Logo que os pelotões tenham retraído, como medida de simu-lação, os homens do destacamento de contato reajustam seu dispositivo para dar a impressão de que a posição se encontra realmente ocupada. Deslocam-se para locais que lhes permitam bater as mais prováveis vias de acesso do inimigo à posição do pelotão e, ao mesmo tempo, proporcionem proteção aproximada às armas de apoio. O grupo de combate que perma-nece no núcleo do pelotão reserva de cada companhia de primeiro escalão, patrulha a zona da retaguarda. As armas de apoio simulam os fogos nor-mais, utilizando os diversos materiais e calibres.

(7) O destacamento de contato retrai protegido pela respectiva re-serva e no momento prescrito pelo batalhão. Após ter acolhido os elementos de primeiro escalão do destacamento de contato, a reserva deste retrai até ser acolhida. A hora de retraimento é determinada, em princípio, de modo a permitir que o destacamento de contato seja acolhido por um elemento de cobertura antes do alvorecer

(8) Caso a companhia seja a reserva do batalhão ela se deslocará como um todo, imediatamente antes das companhias de primeiro escalão, podendo deslocar-se diretamente para a sua zona de reunião. Havendo possibilidade do inimigo pressionar durante a operação, ela poderá ser man-tida em posição, como uma força de segurança, até que seja ultrapassada pelos elementos de primeiro escalão.

e. Medidas de coordenação e controle (1) Zona de reunião - A zona de reunião da companhia deve ser

localizada o mais à frente possível para agilizar a reorganização. Normal-mente, é situada imediatamente à retaguarda do pelotão reserva. Deve

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possuir espaço suficiente para a manobra de viaturas em seu interior ou nas proximidades. O tempo de permanência nela deve ser mínimo. A critério do comandante as frações podem ser liberadas para a retaguarda, à medida que cheguem à Z Reu, sem necessidade de aguardar as demais frações.

(2) Itinerários de retirada – A SU recebe do batalhão o itinerário de retirada a ser seguido. Nele são designados: ponto inicial (PI), por onde a SU deve passar no horário prescrito; ponto de embarque (P Emb); postos de controle de trânsito (PC Tran), nos pontos do itinerário críticos para o movimento, onde mais de uma subunidade deva passar ou onde itinerários se entroncam ou se cruzam; e ponto de liberação (P Lib), no local onde a companhia tomará destino para nova missão. Guias podem ser utilizados, da frente para a retaguarda, caso seja necessário.

(3) Zonas de retraimento e de retirada - Normalmente, o coman-dante do batalhão designa zonas de retraimento para os elementos de pri-meiro escalão, coincidentes com as áreas de defesa que lhes cabia defen-der. Designa, também, zonas de retirada para as companhias de primeiro escalão, por meio de limites que entrarão em vigor mediante ordem, ao longo de toda a zona de retirada do batalhão. As zonas de retraimento e de retirada das companhias serão as zonas de ação das respectivas subunida-des, caso o inimigo venha a atuar sobre o grosso, durante o movimento retrógrado.

(4) Linhas de controle - O comandante de companhia recebe do batalhão um número de linhas de controle para facilitar a coordenação da operação. Caso haja necessidade, poderá designar linhas para a sua SU. Estas linhas devem ser de fácil identificação e normalmente são localizadas em linhas de interesse tático, tais como linhas de força de segurança, linhas de P Avç C e LAADA das novas posições, cristas de compartimentos trans-versais, rios obstáculos e outros acidentes nítidos no terreno.

f. Apoio Logístico - Antes do início do retraimento, o comandante assegura que o nível de suprimento seja adequado à operação. A munição destinada ao destacamento de contato deve atender à possibilidade de emprego como força de segurança. Os primeiros elementos a retraírem podem, se necessário, transferir munição e outros suprimentos para o des-tacamento de contato. O remuniciamento para as companhias é realizado antes do retraimento. A turma de evacuação da companhia pode permane-cer junto com o destacamento de contato.

g. Comando e controle (1) No retraimento sem pressão, o posto de comando da compa-

nhia continua funcionando no seu local inicial, até que a companhia, menos o destacamento de contato, deixe suas posições. O comandante da compa-nhia desloca-se junto com o grosso da companhia para a zona de reunião.

(2) O destacamento de contato utiliza as linha telefônicas já exis-tentes na antiga posição. O subcomandante adota o PC inicial da compa-

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nhia como posto de comando do destacamento de contato. Se possível deve ser estabelecida a ligação fio com a zona de reunião da companhia. Com a finalidade de iludir o inimigo, o destacamento de contato mantém o tráfego normal de comunicação rádio e, após o seu retraimento, corta as linha telefônicas e retira os fios para impedir sua utilização pelo inimigo.

(3) Durante o deslocamento as linhas telefônicas existentes para a retaguarda são utilizadas ao máximo. O silêncio rádio deve ser mantido, de acordo com as ordens do batalhão. Os mensageiros especiais são empre-gados em larga escala após o início do retraimento.

Fig 7-21 . Retraimento sem pressão

7-50. RETRAIMENTO SOB PRESSÃO DO INIMIGO

a. O retraimento sob pressão deve ser evitado, sempre que possível. Ocorre quando há séria interferência do inimigo, sendo desencadeado me-diante autorização do escalão superior.

b. O retraimento ocorre com o emprego de forças de segurança. Ca-da escalão protegerá o retraimento do que está imediatamente à sua frente.

LAADA LAADA

(Z Reu) (Z Reu)

(Z Reu)

(Z Reu)

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O desengajamento será realizado por meio da combinação do fogo e movi-mento, só que nesse caso para a retaguarda. Na companhia, o pelotão re-serva protegerá o retraimento dos pelotões de primeiro escalão. A compa-nhia reserva do batalhão protegerá o retraimento dos pelotões reservas das companhias de primeiro escalão.

c. O êxito do retraimento sob pressão, particularmente durante o dia, depende em grande parte da superioridade aérea local, mobilidade, apoio de fogo, utilização de fumígenos, controle e do emprego eficiente das forças de segurança.

d. Força de segurança (1) A força de segurança é a parte dos elementos de manobra e

de apoio que permanece em contato com o inimigo com o objetivo de, den-tro de suas possibilidades, prover segurança ao retraimento dos elementos de 1º Escalão. Esta força tem limitada possibilidade de resistência e retrairá em uma hora determinada, mediante ordem ou na ocorrência de uma con-tingência específica. Deve constantemente monitorar o inimigo, informando o escalão superior sobre suas ações.

(2) A força de segurança da companhia é o pelotão reserva refor-çado por elementos de apoio de fogo. A missão principal do pelotão é apoiar o retraimento dos pelotões de primeiro escalão.

(3) Caso a companhia esteja na reserva, constituirá a força de se-gurança do batalhão. Nesse caso, a missão principal é apoiar o retraimento das companhias de primeiro escalão, acolhê-las e cobrir-lhes a retirada. Se estiver reforçada com um pelotão de carros de combate, esta fração poderá executar contra-ataques de desaferramento para criar condições de retrai-mento de um elemento engajado decisivamente com o inimigo. Para melhor cumprir sua missão receberá em reforço elementos de apoio de fogo do batalhão.

(4) Em princípio, a força de segurança ocupará as posições de a-profundamento já preparadas. Entretanto, poderá haver situações em que o dispositivo deva ser reajustado ou preparadas novas posições de onde me-lhor se possa cumprir a missão.

e. Execução (Fig 7-22) (1) A fase inicial do retraimento consiste em diminuir a densidade

de tropa da área de defesa. Os trens da subunidade são os primeiros a retrairem. Seguem os pelotões de primeiro escalão e o pelotão reserva.

(2) O retraimento dos pelotões de primeiro escalão é realizado di-retamente para a retaguarda, sob a proteção de todos os fogos disponíveis. Quando o terreno e a situação o permitirem, os pelotões retraem simultane-amente. Podem deslocar-se inicialmente para as Z Reu de pelotão, desig-nadas pela companhia, imediatamente à retaguarda do pelotão reserva, ou de preferência, diretamente para a Z Reu da companhia, designada pelo

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batalhão, à retaguarda da posição da companhia reserva. Caso não seja possível o retraimento simultâneo, o menos engajado retrai primeiro e pro-tege o retraimento do elemento mais engajado.

(3) Embora a força de segurança do batalhão tenha por missão apoiar o retraimento dos elementos de primeiro escalão, acolhê-los e cobrir-lhes a retirada, em alguns casos a companhia pode ter que cobrir seu pró-prio retraimento, deslocando seus pelotões por escalões.

(4) Caso a SU seja a força de segurança do batalhão, ela iniciará seu retraimento à hora determinada por este, mediante ordem, ou na ocor-rência de uma contingência especificada pelo comando. Ela retrairá direta-mente para a retaguarda da força de segurança do escalão superior, ou por escalões, cobrindo seu próprio retraimento até ser acolhida por elementos amigos.

f. Medidas de coordenação e controle - As medidas de coordena-ção e controle são, de um modo geral, idênticas às estabelecidas para um retraimento sem pressão.

g. Apoio de fogo (1)Todos os fogos disponíveis devem ser planejados contra as po-

sições inimigas conhecidas, particularmente, Z Reu, posições de ataque e reserva. O apoio de fogo deve ser planejado para dissociar o inimigo, impe-dindo sua rápida reação ao pressentir o retraimento.

(2) As armas de apoio do batalhão que estiverem na zona de ação da companhia, via de regra, são postas em reforço à subunidade.

(3) Fumígenos são empregados para ocultar o dispositivo das for-ças amigas e o movimento no retraimento ou para desorganizar momenta-neamente o inimigo, criando condições para desengajar os elementos em contato e impedir ou retardar sua perseguição.

(4) As armas AC que estiverem junto aos pelotões são postas em reforço aos mesmos, sendo empregadas para bater os blindados inimigos que tentem penetrar nas posições. Normalmente passam a reforçar a força de segurança, após os pelotões serem acolhidos por esta.

h. Apoio Logístico - Os elementos de primeiro escalão, ao retraírem, podem transferir suprimentos para a força de segurança, ao serem acolhi-dos por esta. Os suprimentos, exceto de saúde, que não puderem ser eva-cuados, devem ser destruídos. Na fase do desengajamento dos pelotões de 1º escalão deve se prever um maior consumo de munição.

i. Comando e controle - Durante as fases iniciais do retraimento, os meios de comunicações devem ser mantidos em operação por um período tão longo quanto possível. O itinerário de movimento do PC da companhia será prescrito nas ordens do Btl, de modo a facilitar a utilização dos siste-mas físicos já existentes. As prescrições quanto a remoção e destruição dos

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circuitos são as mesmas do retraimento sem pressão, contudo, no retrai-mento sob pressão o rádio é utilizado em larga escala.

Fig 7-22. Seqüência do retraimento sob pressão

ARTIGO X AÇÃO RETARDADORA

7-51. GENERALIDADES

a. A ação retardadora é um movimento retrógrado no qual uma força troca espaço por tempo, infligindo o máximo de perdas e retardamento ao inimigo, sem se engajar cerradamente em ações decisivas, criando condi-ções para que outras forças amigas se preparem ou executem outras ope-rações. A ação retardadora é mais eficientemente executada por tropas

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altamente móveis (blindadas, mecanizadas ou aeromóveis), apoiadas por aviação tática.

b. As unidades de infantaria motorizada não são as mais aptas a cumprir este tipo de operação, devido à sua pouca mobilidade, proteção blindada e potência de fogo. Para tanto devem ser reforçadas por elementos mecanizados ou carros de combate. A companhia, neste tipo de operação, atua enquadrada no batalhão, operando em proveito da missão da unidade e também deve ser reforçada.

c. As forças de retardamento devem apresentar contínua resistência a fim de obrigar o inimigo a se desdobrar e manobrar, perdendo tempo. Entretanto, o combate aproximado decisivo deve ser evitado, exceto quando indispensável para o cumprimento da missão. O contato com o inimigo deve ser mantido permanentemente, bem como deve ser imposto um contínuo retardamento.

d. Características (1) Formações dispersas, liberdade de ação, apoio de fogo eficaz

e movimentos oportunos, a fim de causar o máximo de perdas ao inimigo e evitar o combate aproximado;

(2) As posições são organizadas para serem mantidas por um pe-ríodo de tempo limitado;

(3) Os contra-ataques são empregados, principalmente, para de-sengajar elementos amigos ou para manter temporariamente uma posição até que surjam condições mais favoráveis para o retraimento;

(4) O máximo poder de fogo é colocado à frente; e (5) As posições possuem frentes maiores e profundidades meno-

res.

e. A segurança dos movimentos retrógrados é feita através de: um contínuo reconhecimento do terreno nos flancos e à retaguarda; forças de segurança; movimentos rápidos sob proteção da escuridão; forte defesa antiaérea e de uma permanente defesa anticarro em todas as direções. Obstáculos devem ser usados para proteger os flancos e retardar a pro-gressão inimiga.

7-52. PROCESSO DE EXECUÇÃO

a. Retardamento em uma única posição - Resume-se a uma defesa de área com tempo de permanência limitado;

b. Retardamento em posições sucessivas - No retardamento em posições sucessivas a unidade se desenvolve como um todo em cada posi-ção retardadora, ocupando-as sucessivamente, após retrair da imediata-mente anterior. Pela falta de mobilidade e potência de fogo, o batalhão de infantaria motorizado dificilmente será empregado desta forma;

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c. Retardamento em posições alternadas - No retardamento em

posições alternadas, a unidade ocupa simultaneamente duas posições de retardamento sucessivas, empregando uma ou mais companhias em cada uma. A companhia que ocupa uma posição, após retrair e se retirar coberta pelos elementos da posição seguinte, ocupa a próxima posição à retaguar-da e assim sucessivamente;

d. Misto - Admite-se a combinação dos processos acima.

7-53. ESCALONAMENTO DAS FORÇAS

a. Elementos de segurança - Executam, em linhas gerais, as mes-mas missões do escalão de segurança de uma defesa de área, através da ocupação de posto de observação, realização de patrulhas e lançamento de algumas frações à frente com a missão específica de realizar o contra-reconhecimento. Na posição inicial de retardamento, normalmente, estes elementos serão lançados pela subunidade reserva, pois esta não está cumprindo nenhuma ação tática. Nas demais posições, o encargo será, normalmente, dos elementos de 1º escalão, pois a reserva perderia em flexibilidade e poder de combate durante o retardamento contínuo.

b. Companhias de 1º escalão - O grosso da força retardadora é, normalmente, empregado em 1º escalão, adotando um dispositivo linear semelhante ao da defesa em larga frente. As companhias de 1º escalão têm, normalmente, as seguintes missões:

(1) Retardar ou deter a progressão inimiga pela execução de fo-gos;

(2) Manter a posição de retardamento até que receba ordem de re-trair;

(3) Evitar um engajamento decisivo; (4) Ser empregada no retardamento contínuo do inimigo, entre as

posições de retardamento, caso a reserva não tenha condições de executá-lo.

c. Companhia reserva (1) A companhia reserva, normalmente, reforça os elementos de

primeiro escalão, permanecendo com um mínimo de fuzileiros para limitar as penetrações e restabelecer as posições e, no mínimo, um pelotão de carros ou de cavalaria mecanizada por eixo de retraimento para o retarda-mento contínuo. A situação da reserva (centralizada, articulada ou fracio-nada), dependerá de sua mobilidade, largura da zona de ação e transitabili-dade do terreno.

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(2) A reserva cumpre, normalmente, a mesma missão de uma de-fesa de área, exceto quanto à natureza dos contra-ataques, que podem ter as seguintes finalidades:

(a) Restabelecer a posição, quando a missão exige um tempo de permanência maior na posição;

(b) Desaferrar um elemento de primeiro escalão (contra-ataque de desaferramento), quando um elemento se engajar decisivamente com o inimigo, criando condições para o seu retraimento; e

(c) Desorganizar o inimigo, para ganhar mais tempo (3) A reserva pode constituir uma força de segurança para apoiar,

acolher e cobrir os elementos de primeiro escalão, no caso do retraimento destes realizar-se sob pressão.

(4) Após o retraimento dos elementos de primeiro escalão, a re-serva ou parte dela, normalmente, se constitui em destacamento retardador, com a missão de executar o retardamento contínuo do inimigo, até a próxi-ma posição de retardamento do batalhão. Para esta missão, a reserva pode ser reforçada por elementos que estavam em primeiro escalão, após o aco-lhimento destes. Ela irá ocupar linhas no terreno favoráveis, que possuam bons campos de tiro para suas armas. Normalmente, as tropas mais aptas ao retardamento contínuo serão as de carros de combate, infantaria blinda-da e cavalaria mecanizada.

7-54. ORGANIZAÇÃO DAS POSIÇÕES

a. A ordem de operações do batalhão estabelecerá quais as posições de retardamento que serão ocupadas, o prazo a retardar o inimigo em cada posição, o processo de retardamento a ser empregado, o dispositivo do batalhão em cada posição e a organização para o combate do batalhão. (Fig 7-23)

b. A companhia pode ser empregada para organizar uma posição de bloqueio forte em cima de um eixo penetrante. Para tanto, receberá uma frente mais estreita, dispondo pelotões nas alturas que dominam o eixo com apoio mútuo em largura e/ou profundidade. Sempre que possível, deverá ser reforçada com elementos de cavalaria.

c. A companhia que mobilia uma frente secundária, de difícil aproxi-mação pelo inimigo e que não contenha eixos penetrantes deverá dispor seus pelotões de forma linear. O apoio mútuo lateral deve ser sempre bus-cado, contudo, devido à conformação do terreno ou a falta de meios, nem sempre esta situação será possível, devendo-se prever vigilância para estes intervalos. Nas áreas passivas e menos favoráveis à progressão do inimigo, o batalhão poderá prever a adoção de menor grau de resistência (retardar ou vigiar).

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d. A associação de conjuntos topotáticos e a atribuição de mais de um grau de resistência para uma companhia, apesar de não serem desejá-veis, ocorrem com maior freqüência na ação retardadora, devido as largas frentes que são atribuídas ao batalhão.

e. Os obstáculos naturais das posições de retardamento devem ser

aproveitados e os obstáculos artificiais são utilizados para melhorar a posi-ção. Ambos devem ser batidos pelo fogo direto ou indireto para produzir o máximo de retardamento.

Fig 7-23. Dispositivo das companhias em uma posição de retardamento

f. Caso o batalhão possua um dos seus flancos exposto, poderá ado-tar uma das seguintes medidas: designar uma companhia com a missão específica de proteger este flanco ou determinar que a companhia que se encontra mais próxima ao flanco exposto faça a proteção do mesmo, refor-çando-a com os meios necessários para cumprir esta missão.

g. Cavalaria mecanizada - Os elementos mecanizados são utilizados em princípio em 1º escalão barrando os principais eixos que, vindo da dire-ção do inimigo, penetrem no dispositivo do batalhão. Admite-se reforçar uma subunidade com um pelotão de cavalaria mecanizado, caso possua em sua zona de ação um eixo penetrante.

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h. Carros de combate - Os elementos de carro de combate, por sua natureza, permanecem com a companhia reserva, com missões de apro-fundar a defesa anticarro e realizar contra-ataques. Poderão ainda ser em-pregados em 1º escalão, preferencialmente reforçando as SU que possuí-rem eixos penetrantes em sua zona de ação. Os carros são os meios mais aptos para realizar o retardamento contínuo.

i. Medidas de coordenação e controle - Deve ser feito o máximo de emprego de medidas de coordenação e controle para todas as fases da operação. Entre outras medidas de controle estão incluídas: linhas de con-trole; ponto de liberação; zona de reunião; itinerários, zonas de ação, pontos de embarques e outras medidas que se façam necessárias seguem as mesmas prescrições do previsto para os retraimentos, lembrando que o tempo para manutenção de cada posição deve estar claramente especifica-do. Linhas de controle serão estabelecidas especialmente em regiões que possam ser utilizadas como posições de retardamento alternativas.

7-55. EXECUÇÃO

a. Os elementos de reconhecimento inimigos devem ser destruídos ou neutralizados pelos fogos das armas de tiro indireto ou pela ação direta da força de contra-reconhecimento O inimigo que se aproxima é inicialmen-te batido por fogos longínquos e à medida que se aproxima é submetido a um crescente volume de fogo. Todo o esforço deve ser feito para infligir o máximo de perdas ao inimigo, desorganizá-lo, detê-lo e obrigá-lo a se reor-ganizar ou a emassar-se para um assalto.

b. As ações do inimigo devem ser constantemente monitoradas e o comandante de companhia deve manter o comandante do batalhão infor-mado, a fim de que este possa decidir convenientemente sobre o melhor momento de iniciar o retraimento para a próxima posição.

c. O combate decisivo deve ser evitado, exceto se indispensável para o cumprimento da missão, fazendo tudo para manter a integridade da força.

d. Quando o retraimento da companhia for autorizado, a companhia reserva posiciona-se no terreno de maneira que possa engajar o inimigo e passa a atuar como destacamento retardador, apoiando o retraimento, aco-lhendo e cobrindo a retirada dos elementos de primeiro escalão.

e. O destacamento retardador mantém o contato com o inimigo com o cuidado de não ser desbordado e nem tão pouco ficar decisivamente enga-jado, efetuando o retardamento do inimigo ao longo dos eixos.

f. Quando a situação for insustentável e o prazo a ganhar em deter-minada posição não tiver sido atingido, a companhia pode receber ordem de ocupar uma linha de controle, como posição de retardamento alternativa, a

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fim de ganhar o tempo que resta antes de dirigir-se à próxima posição de retardamento.

g. Durante o retraimento, o pessoal designado executa as destruições previstas, fecha as passagens nos campos de minas e prepara outros obs-táculos dentro das disponibilidades de tempo e material.

h. As companhias de primeiro escalão, ao atingirem a próxima posi-ção de retardamento realizam a ocupação da mesma e ficam monitorando a aproximação do destacamento retardador.

7-56. COMANDO E CONTROLE

a. Durante a ação retardadora, a continuidade das comunicações é o princípio mais importante na fase de execução da manobra. Os meios rádio devem, em princípio, permanecer com a prescrição livre para os elementos em contato, restrito para os que se deslocam entre as posições e em silên-cio na próxima posição à retaguarda. Os meios físicos devem ser estabele-cidos nas posições retardadoras com a maior antecedência possível, apro-veitando-se os recursos já existentes. Quanto ao mensageiro, é empregado em maior número durante o deslocamento entre as posições retardadoras, principalmente o mensageiro especial.

b. Para o deslocamento do posto de comando da companhia devem ser observadas as mesmas prescrições previstas para as ações de retrai-mento.

7-57. APOIO DE FOGO

a. Para as ações nas posições de retardamento devem ser seguidas as mesmas condutas e formas de emprego inerentes à defesa de área, com a ressalva que, devido às grandes distâncias é comum o emprego de armas e frações em reforço.

b. As ações do destacamento retardador são caracterizadas por fo-gos longínquos, sobre eixos ou regiões de passagem obrigatória. As posi-ções de tiro estarão próximas à crista topográfica das elevações, favorecen-do a realização de fogos em profundidade e o retraimento.

7-58. APOIO LOGÍSTICO a. Na ação retardadora, o controle e a segurança dos elementos do

apoio logístico são de vital importância. O planejamento da operação deverá prever um adequado apoio durante o deslocamento para cada posição de retardamento e na sua ocupação.

b. O suprimento dos elementos de combate é executado imediata-mente após sua chegada às novas posições de retardamento, em seguida,

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os trens se deslocam para a retaguarda imediata da posição de retardamen-to, de onde apoiarão eficientemente a operação, sem interferir com a mano-bra. O batalhão pode, conforme o caso, pré-posicionar suprimentos ao logo do itinerário.

c. As cozinhas devem estar centralizadas para proporcionar maior ra-pidez de movimento. O homem carrega, além de sua reserva individual, uma ração operacional (reserva orgânica da brigada, de posse do compa-nhia). Se a situação permitir deverá ser fornecida uma refeição normal ao combatente, quando da ocupação das posições subseqüentes.

d. O consumo de combustível será elevado e as oportunidades para reabastecimento serão restritas, desta forma, o batalhão pode deixar tonéis com combustível ao longo do itinerário ou nas posições de retardamento.

e. O consumo de munição será elevado. Poderá ser recebida muni-ção especificamente destinada para a manutenção da posição inicial de retardamento (munição para consumo imediato), a fim de que a companhia aborde a próxima posição com sua dotação completa. Poderão ser estabe-lecidos postos de remuniciamento do batalhão ao longo dos eixos ou nas posições de retardamento subseqüentes.

f. A evacuação dos baixados segue o processo normal. Deve ser considerada a possibilidade de evacuação aeromédica. Para o início das operações é interessante que as baixas existentes já tenham sido previa-mente evacuadas.

ARTIGO XI RETIRADA

7-59. GENERALIDADES

a. Uma retirada é o movimento ordenado de tropas para longe do ini-migo, realizado de acordo com um planejamento e sem contato com o ini-migo, a fim de evitar um combate em condições desfavoráveis. A retirada, quando precedida de um retraimento, só terá início quando o contato com o inimigo achar-se completamente rompido e as colunas de marcha estiverem formadas, normalmente cobertas por um destacamento de contato ou força de segurança.

b. Uma retirada pode ser realizada com as seguintes finalidades: (1) Aumentar a distância entre o defensor e o inimigo; (2) Encurtar as distâncias para o apoio logístico; (3) Ocupar um terreno mais favorável à defesa; e (4) Permitir seu emprego em outro setor.

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7-60. EXECUÇÃO

a. Em uma retirada, a companhia pode atuar como força de proteção (vanguarda, retaguarda ou flancoguarda) do batalhão ou enquadrada no grosso da Unidade. Quando a retirada é precedida de um retraimento, a SU na função de retaguarda deve ser reforçada. Quando o inimigo atua ou a-meaça atuar sobre a retaguarda do batalhão, a companhia encarregada de proteger esse flanco passa a realizar as ações de uma operação retardado-ra.

b. Dependendo da disponibilidade da rede de estradas, rapidez dese-jada, distância a percorrer e do grau de segurança existente, a companhia poderá se deslocar por um itinerário diferente do batalhão, cabendo a ela prover a sua própria segurança.

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CAPÍTULO 8

OPERAÇÕES COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

ARTIGO I INTRODUÇÃO

8-1. CONSIDERAÇÃO INICIAL

As operações com características especiais correspondem àquelas que, por sua natureza, condições particulares em que podem ser conduzidas e características da área de operações, exigem cuidados especiais em seu planejamento e execução, ou ênfase particular sobre outras considerações relativas às técnicas, táticas, procedimentos ou ao material empregado.

ARTIGO II OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS (LOCALIDADES)

8-2. GENERALIDADES

a. O combate em áreas edificadas caracteriza-se pelo combate aproximado, pelos limitados campos de tiro, pela limitada observação, pela canalização do movimento de veículos e pela dificuldade de coordenação e controle das tropas. Estas características tornam a infantaria a pé a tropa mais apta a conduzir o combate em localidades, com ênfase para a ação dos pequenos escalões.

b. As companhias de fuzileiros conduzem operações ofensivas ou defensivas em localidades enquadradas no batalhão, podendo ou não ser

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reforçadas com pelotões de cavalaria (constituindo forças-tarefa) e elementos de engenharia.

8-3. ÁREA DE OPERAÇÕES

a. A área de operações urbana apresenta características singulares. As áreas edificadas, contendo estruturas resistentes de alvenaria ou de concreto armado e aço, podem ser modificadas para fins de defesa, assemelhando-se às áreas fortificadas.

b. O terreno onde serão desencadeadas as operações compreende não apenas a parte superior e os diversos andares das edificações, a superfície (nível das ruas) e o subterrâneo (túneis, metrôs, sistemas de esgoto, etc) da área considerada.

c. A conformação geral da localidade e de seus quarteirões, a densidade das construções, os tipos das edificações, os materiais empregados nas construções, a conformação geral interna dos prédios, dentre outros fatores, exercem grande influência sobre o efetivo emprego dos diversos sistemas operacionais.

d. As operações urbanas são, na maioria das vezes, conduzidas em regiões onde há presença de população civil, que pode ser utilizada de diversas formas pelas forças oponentes. Tal fato faz com que o estabelecimento de medidas de controle da população claras e detalhadas seja essencial à condução das operações

e. Uma das grandes preocupações no combate urbano deve ser o dano colateral. O dano colateral é um prejuízo à população ou ao material nas vizinhanças dos alvos, não intencional e indesejável, produzido pelos efeitos das armas amigas. Devem ser estabelecidos procedimentos para prevenir ou minimizar os danos colaterais. Por exemplo, podem ser adotadas medidas restritivas para o uso de armas de tiro indireto.

ARTIGO III ATAQUE A LOCALIDADE

8-4. FASES DO ATAQUE

a. Fases do ataque a uma localidade: (1) Isolamento da localidade; (2) Conquista de uma área de apoio na periferia da localidade; e (3) Progressão no interior da localidade.

b. A primeira fase se destina ao isolamento ou ao cerco da localidade. O isolamento compreende o bloqueio das vias terrestres e aquáticas de

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entrada e saída da área considerada, tem por finalidade impedir a chegada de reforços e suprimentos para os elementos isolados, bem como impedir o retraimento destes. O cerco difere do isolamento pelo grau de controle exercido sobre os movimentos de entrada e saída da área. Caracteriza-se pelo controle total do perímetro da localidade por meio da observação de possíveis vias de acesso de infiltração/exfiltração, quer por meio da ocupação de postos de observação, emprego de patrulhas ou uma combinação de ambos, além do bloqueio das vias terrestres e aquáticas (realizado tal como o isolamento). O atacante ocupará, então, posições de bloqueio fora da área edificada, mas das quais poderá apoiar pelo fogo a entrada nessa área e a progressão através desta.

c. A segunda fase consiste na progressão para a área edificada e na conquista de acidentes capitais (área de apoio) na orla anterior da localidade, para eliminar ou reduzir a observação terrestre e o tiro direto do defensor sobre as vias de acesso à mesma. Normalmente constitui-se de alguns prédios (aproximadamente 1 (um) quarteirão). As cobertas e abrigos oferecidos por esses prédios permitem ao atacante descentralizar o controle e deslocar para a frente as armas de apoio, reservas e reajustar o dispositivo.

d. A terceira fase consiste na progressão no interior da localidade. Nesta fase, adquire particular importância a coordenação e o controle das frações empenhadas. A progressão poderá ser sistemática, de casa em casa, quarteirão por quarteirão, através da área edificada ou a companhia pode receber a missão de conquistar diretamente seus objetivos no interior da localidade, ficando a limpeza da área edificada a cargo da reserva do batalhão ou escalão superior, de acordo com a missão deste.

8-5. ISOLAMENTO

a. A ordem de operações do comandante do batalhão determinará quais objetivos a companhia deve conquistar e manter para o isolamento ou cerco da localidade e pode impor a direção de ataque a ser adotada.

b. Os objetivos no isolamento dominam as vias terrestres ou fluviais que conduzem ao interior da localidade. No cerco, dominam além destas, as vias de acesso que conduzem ao interior da localidade.

c. A companhia geralmente pode receber mais de um objetivo de isolamento/cerco. O ideal é que cada via terrestre ou via de acesso que conduza à localidade seja mantida por um pelotão de fuzileiros. Caso isto não seja possível, o batalhão pode determinar como a companhia empregará seus meios para bloquear o acesso inimigo nessas posições. Caso o batalhão não determine, o comandante de companhia deverá procurar posições em que os pelotões consigam barrar mais de uma via

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terrestre ou via de acesso, economizando meios. Se isso não for possível, deverá empregar frações menores reforçadas por armas de apoio.

d. Apoio de fogo – O planejamento assemelha-se a um ataque normal, com a ressalva que, inicialmente, deve-se prever o apoio à conquista dos objetivos de isolamento. Quando da manutenção destes, devem ser previstos fogos tanto para apoiar o isolamento / cerco da localidade como para evitar a saída ou contra-ataques do inimigo que se encontra no interior desta. Face às grande distâncias e independência das zonas de ação, é comum a companhia receber frações de apoio em reforço ou apoio direto, particularmente a seção de mísseis anticarro. Da mesma forma as frações ou peças do pelotão de apoio poderão ser empregadas em apoio direto ou reforço aos pelotões de fuzileiros

e. A companhia realiza os preparativos para o isolamento/cerco da localidade como um ataque normal, com a observação das normas de comando pelo comandante de companhia.

8-6. INVESTIMENTO

a. A ordem de operações do comandante do batalhão determinará quais objetivos que a companhia deve conquistar, dentre estes os que deve manter, a direção de progressão e demais medidas de coordenação e controle, tais como, pontos e linhas de controle, pontos de ligação, pontos de coordenação e limites.

b. A companhia receberá objetivos na orlas anterior e posterior da localidade, podendo receber ou não objetivos no interior da mesma.

(1) Objetivos na orla anterior permitem à companhia reajustar seu dispositivo, cerrar à frente as armas de apoio e descentralizar o controle, tendo em vista a progressão na localidade;

(2) Objetivos na orla posterior caracterizam a ultimação da limpeza da localidade, possibilitando, de acordo com a situação, o reajustamento e os reconhecimentos para o prosseguimento das operações, fora da localidade;

(3) Objetivos no interior da área edificada buscam atender às necessidades de segurança, limpeza e coordenação.

(a) Quanto à segurança, podem estar situados sobre regiões na localidade que, em virtude de seu comandamento e situação face à progressão do escalão de ataque, exerça marcante ameaça sobre as tropas que progridam por Via A adjacentes. Sua conquista, portanto, proporciona a segurança necessária a outras peças de manobra;

(b) Quanto à limpeza de área, podem ser localizados em instalações de administração e utilização pública (serviços essenciais), cuja manutenção seja importante para o prosseguimento das operações como controle populacional, segurança da tropa, utilização de recursos locais;

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(c) Quanto à coordenação, são marcados em regiões que imponham mudança de dispositivo, direção e ritmo da operação, bem como atendam às necessidades do comandante do batalhão em sincronizar as posições das peças de manobra com as possibilidades e necessidade do apoio de fogo (segurança do escalão de ataque), reservas e apoio logístico.

c. Direções - No interior da área edificada as direções podem ser balizadas por ruas ou edifícios destacados. Normalmente, as ruas serão utilizadas para esse balizamento quando sua orientação longitudinal assim o indique e quando a localidade for densamente construída. Os edifícios ou pontos nítidos mais destacados serão referenciados em zonas menos densamente edificadas, as quais permitam sua boa visualização a distância, assim como em zonas onde o arruamento não apresente uma mínima regularidade geométrica.

d. Linhas de controle – Em virtude da extrema compartimentação, diferença de densidade e grau de profundidade da área edificada, e das conseqüentes dificuldades de observação e de ligações, o controle tende a descentralizar-se até os menores escalões de comando, como pelotão e, por vezes, grupo de combate, transformando-se o combate em uma série de pequenas ações independentes. O escalão superior assegura o controle das operações marcando linhas de controle, geralmente em eixos transversais ao movimento (ruas, avenidas, ferrovias, cursos de água). A companhia informa ao atingir uma linha de controle e dela só parte para a seguinte, mediante ordem. As linhas de controle têm papel preponderante no controle do ataque e serão fixadas pelos diversos comandos até o escalão companhia, inclusive, que deverá marcar linhas de controle a cada quarteirão, para melhor coordenação de suas frações.

e. Zona de ação - A zona de ação a ser fixada dependerá do valor do inimigo, dimensões e densidade dos edifícios e da resistência esperada. Uma companhia de fuzileiros, no ataque a uma localidade bem defendida, tem como frente normal a largura de 1(um) a 2(dois) quarteirões. Pelas características peculiares do combate em localidade, o pelotão de fuzileiros também recebe uma zona de ação, com a largura de 1(um) quarteirão. Considera-se para determinação das frentes normais um quarteirão com a frente aproximada de 180 metros.

f. Limites – A observação restrita e as dificuldades de controle e coordenação tornam necessário marcar limites até o escalão pelotão inclusive. A marcação de limites facilita o apoio mútuo, assegura o vasculhamento de todas as construções da área edificada eevita o fratricídio. Na zona densamente construída, os limites passarão, normalmente, por um dos lados da rua, ficando a área da rua incluída na zona de ação de um dos pelotões vizinhos. Nas demais zonas da área edificada, os limites passam por dentro dos quarteirões, pelos quintais, de

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sorte que ambos os lados da rua ficam incluídos na zona de ação de um pelotão.

g. Poder de combate – Quando a companhia receber um objetivo no interior da localidade, seja ele de limpeza ou segurança, deverá receber o reforço de mais um pelotão de fuzileiros, haja vista que haverá a necessidade de manutenção deste objetivo. Se isto não for possível, o comandante de companhia deve manter esta região com uma fração menor, normalmente reforçada por armas de apoio para que tenha condições de cumprir sua missão.

h. Reserva (1) As missões básicas da reserva no investimento são repelir

contra-ataques e realizar a limpeza das resistências desbordadas. Além disso, a reserva pode receber a missão de atuar de flanco contra uma resistência inimiga que detenha uma das peças do escalão de ataque, beneficiando-se da progressão da peça vizinha, corrigir erros de direção e substituir uma das peças do escalão de ataque.

(2) Para a determinação do poder de combate da reserva, as restrições no combate no interior da localidade e as dificuldades de movimento, observação e comunicações podem tornar maiores as necessidades de reserva junto aos escalões mais avançados (Cia e Btl). Desta forma, uma companhia de fuzileiros reforçada poderá ser reserva de uma brigada. Uma companhia menos (com 2, ou até mesmo 1 pelotão de fuzileiros) será a reserva do batalhão e cada companhia do escalão de ataque terá um pelotão de fuzileiros como reserva.

(3) Considerando a grande disponibilidade de cobertas e abrigos em área urbanas, conclui-se que as reservas terão condições de se deslocar imediatamente à retaguarda do primeiro escalão em condições de prontamente intervir no combate. A companhia reserva da brigada, em princípio, segue o escalão de ataque defasada de 1 (um) a 3 (três) quarteirões, a do batalhão de 1 (um) a 2 (dois) quarteirões e o pelotão reserva da companhia normalmente progride no mesmo quarteirão dos pelotões que realizam a limpeza.

i. Apoio de fogo (1) Armas AC

(a) Em geral, as armas AC são empregadas em reforço aos pelotões de fuzileiros. As construções dificultam o emprego das armas AC, devido à necessidade de uma área de segurança para o sopro da arma.

(b) As armas AC devem atirar dos telhados ou regiões dominantes e são usadas em tiros diretos contra edificações em seteiras de tiro ou para abrir passagens em paredes. Os CSR podem atirar em tropas abrigadas atrás de muros com granadas AE e espoleta tempo.

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(2) Morteiros (a) A seção de morteiros do pelotão de apoio normalmente

permanece em ação de conjunto. (b) Os morteiros têm grande importância, pois atiram nas zonas

desenfiadas criadas pelos edifícios, em melhores condições que a artilharia. (c) Quando estiver atirando em alvos sobre telhados, utilizam

espoleta instantânea, já em alvos no interior de edificações, utilizam espoleta de retardo. Além disso, podem ser utilizados para provocar incêndios.

(3) As posições de tiro devem ser escolhidas atendendo às seguintes peculiaridades:

(a) Armas que atiram pelas janelas ou grandes aberturas são colocadas bem recuadas no interior das edificações.

(b) Os atiradores mudam freqüentemente de posição para iludir o inimigo e as guarnições devem estar preparadas para mudanças rápidas para posições de muda e suplementares.

(c) Os edifícios destruídos, paredes e escombros podem ser utilizados como posições de tiro.

(d) Posições avançadas são utilizadas para neutralizar o fogo inimigo e apoiar a progressão dos elementos de assalto.

j. Lança-chamas - Tanto portáteis como conduzidos em carros, os lança-chamas podem ser empregados pelo escalão de ataque. São particularmente úteis na destruição do inimigo abrigado em porões, esgotos, subterrâneos ou casamatas. Também são empregados na redução de barricadas nas ruas. O seu uso deve ser restrito ao necessário, haja vista a possibilidade da proliferação de incêndios.

k. Carros de combate (1) Para a conquista dos objetivos da orla anterior, os carros são

empregados para bater pelo fogo os prédios ou posições afastadas. (2) Na progressão no interior da localidade, em virtude da diminuição

da sua capacidade de manobra, os carros reforçam a companhia, constituindo forças-tarefa. O comandante da companhia pode centralizar seu emprego ou empregar uma e até mesmo as duas seções em reforço aos pelotões de fuzileiros. (Fig 8-1)

(3) No interior da localidade, os carros de combate normalmente atuam como armas autopropulsadas, realizando tiro direto, à curta distância. Devem acompanhar o escalão de ataque, raramente precedendo a infantaria, o que somente ocorre quando o inimigo não possuir armamentos anticarro.

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Fig 8-1 O emprego do Pel CC em uma FT Cia Fuz no Atq Loc

(4) Devido às características do terreno, que possibilitam que os inimigos dotados de armas anticarro portáteis se aproximem dos carros por itinerários cobertos, os carros de combate devem permanecer a uma distância tal do escalão de ataque que lhes possibilite apoiá-lo sem comprometimento da própria segurança. À medida que os fuzileiros avançam e proporcionam condições de segurança pela limpeza das sucessivas edificações, os carros progridem por lanços. (Fig 8-2)

Fig 8-2 Progressão dos CC por lanços após a limpeza pelos Fuz

(5) Se o terreno impuser, por condições de segurança, os carros de combate apóiam pelo fogo a manobra dos fuzileiros ocupando uma única posição de tiro. Nesta situação, o carro de combate permanece em uma posição coberta à retaguarda, indo à frente apenas para realizar o tiro, conduzido por um observador à frente.(Fig 8-3)

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Fig 8-3 - Condução do Tiro do CC por um Observador

(6) Independente da forma de emprego dos carros, deve-se destacar fuzileiros para realizar sua proteção aproximada, tendo em vista o limitado campo de observação dos carros e as características do terreno facilitarem a aproximação de elementos inimigos isolados. (Fig 8-4)

Fig 8-4 – Progressão do CC protegido por Elm Inf

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l. Cavalaria mecanizada – Quando a companhia recebe pelotões de cavalaria mecanizada, eles são empregados como um todo, pois estes já possuem equipes infantaria-carros em sua organização.

m. Engenharia – A companhia poderá contar com apoio dos elementos de engenharia para limpeza dos obstáculos, destroços e barreiras lançados nas principais ruas e estradas e execução de demolições.

8-7. EXECUÇÃO

a. O ataque se desenvolve nas três fases em que foi planejado. Entretanto, não há, quanto à execução, separação nítida nem demora prolongada entre a segunda e a terceira fase. Uma vez conquistada a aérea de apoio e cerrados os meios à frente, tem início a terceira fase, como natural prosseguimento da segunda.

b. Isolamento da localidade (primeira fase) - A conquista dos objetivos de isolamento é feita nos mesmos moldes que um ataque em terreno normal. O comandante da companhia deve prever um dispositivo, nos objetivos de isolamento, que permita a segurança em todas as direções, a fim de que possa cumprir eficientemente a sua missão.

c. Conquista da área de apoio (segunda fase) (1) Processa-se de maneira semelhante ao ataque a uma posição

organizada em terreno normal. (2) A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto à

observação, campos de tiro e abrigos, a progressão para a orla da cidade se fará sob a proteção de fogos intensos de morteiros, metralhadoras, artilharia, carros de combate, mísseis e aviação, observando-se as medidas restritivas de execução e coordenação dos fogos porventura estabelecidas pelo escalão superior. Emprega-se fumígenos com freqüência, seja para cegar observatórios, seja para encobrir movimentos em terreno descoberto.

(3) Após a conquista da área de apoio, na orla, a companhia deve reorganizar-se, de sorte a permitir:

(a) O reajustamento do dispositivo das pequenas unidades, particularmente no nível pelotão, visando a constituir as equipes de infantaria-carros-armas de apoio; e

(b) O deslocamento das armas de apoio e das reservas do batalhão para a orla da localidade.

(4) A permanência na área de apoio deve ser reduzida ao mínimo estritamente necessário a essa reorganização.

d. Progressão no interior da localidade (terceira fase) (1) Nessa fase, as ações se descentralizam para os comandos

subalternos, até o escalão pelotão e, muitas vezes, grupo de combate. A

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progressão é lenta e coberta pelo fogo. O escalão de ataque, normalmente, evita progredir pelas ruas, porque estas são batidas pelos fogos inimigos. Sua progressão será feita através de quintais ou de quarteirões, através dos prédios, por brechas abertas nas paredes, ou pelos telhados. As ruas transversais apresentam às pequenas frações uma ocasião de reajustamento do dispositivo, antes de prosseguir para a conquista do quarteirão seguinte.

(2) Se a rota de progressão de uma fração estiver barrada com escombros ou existirem obstáculos lançados, tenta-se inicialmente desbordá-los, buscando manter a impulsão do ataque. Caso não seja possível, uma segurança deverá ser estabelecida no local, observar a existência de armadilhas e então tentar reduzir o bloqueio da via.

(3) A reserva deve progredir o mais à frente que for possível, para permitir maior segurança ao escalão de ataque, não apenas nos flancos, mas, também, à retaguarda, pela ocupação de prédios já conquistados, para impedir a sua retomada pelo inimigo.

(4) Esta fase oferece inúmeras possibilidades de surpresa e de riscos para o atacante, não só pela localização das armas da defesa em locais imprevisíveis e difíceis de determinar, como também pelo abundante emprego, por parte do defensor, de minas, armadilhas e demolições preparadas e pela possibilidade de deslocamentos subterrâneos, ao nível do solo, através dos andares dos prédios e, mesmo, pelos telhados.

(5) O emprego de fumígenos é essencial para a progressão, especialmente quando as frações tiverem que atravessar ruas e áreas descobertas. Podem ser desencadeados pela artilharia, morteiros ou CSR, quando destinar-se a cegar observatórios distantes da tropa. Contudo, o mais comum é o emprego de granadas de mão pelos fuzileiros, proporcionando a cobertura aproximada da fração.

(5) As TTP (técnicas, táticas e procedimentos) que os pelotões e grupos de combate selecionarão para o movimento através da área urbana e a limpeza das construções individuais e cômodos devem estar bem definidas.

(6) A conquista de objetivos no interior da localidade pode levar á companhia a inicialmente cercar a instalação ou quarteirão para, em seguida, investir sobre o mesmo. Para tanto, especial coordenação deve ser feita para regular a progressão das frações e prevenir-se o fratricídio.

e. Limpeza (1) Nas localidades fortemente defendidas, a limpeza é feita, casa a

casa, quarteirão por quarteirão, pelo escalão de ataque, à medida que progride, permitindo assim que a reserva esteja em condições de emprego numa missão qualquer.

(2) Todos os prédios devem ser completamente vasculhados para evitar que focos de resistência não eliminados venham a constituir ameaça

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ou envolver as linhas de comunicações, suprimento, evacuação bem como reservas de apoio.

(3) Poderão ocorrer situações em que a limpeza da área edificada não será realizada pela companhia, e sim pela reserva do batalhão ou escalão superior. Como exemplos, pode-se citar a conquista de um acidente capital no interior da localidade como ponte ou nó rodoviário, o qual poderia ser destruído pelo inimigo caso houvesse tempo suficiente após o início do ataque ou em localidade fracamente defendida, cujo interesse maior é a conquista de objetivos na orla posterior. Uma forma de se cumprir essa missão é o movimento em força do escalão de ataque embarcado, no interior da localidade, por dois eixos de progressão. As frações testa de cada elemento reconhecem seus eixos imediatamente antes da passagem dos demais. Ao ser estabelecido o contato, parte dos elementos desembarcam para garantir o prosseguimento dos demais. Uma vez conquistado o objetivo o escalão de ataque estabelece um dispositivo de defesa circular, ampliando suas dimensões até a conquista do terreno adjacente que permita sua segurança. As resistências desbordadas são limpas pela reserva, caso a missão do batalhão assim imponha.

8-8. ASSALTO A UMA CONSTRUÇÃO

a. Execução - Os elementos de assalto deverão executar rapidamente e violentamente o assalto e as subseqüentes operações de limpeza. Uma vez tendo conseguido sucesso na entrada da instalação, mantém a progressão para evitar que o inimigo organize uma resistência em outros pisos ou em outros cômodos. Numa construção de vários pavimentos, as frações devem progredir limpando todo o piso antes de prosseguir. Isto possibilita um rápido descanso para as tropas antes de seguirem para um outro piso.

b. Entrada na construção (1) A entrada por cima é o método preferível para limpar uma

construção. Esse método é somente praticável, contudo, quando o acesso ao piso superior ou telhado for conseguido por escadas, cordas, pelas janelas e sótãos, ou quando as armas de defesa aérea puderem ser suprimidas e as forças amigas dispuserem de helicópteros para alcançar a parte superior das construções. Os telhados devem ser tratados como perigosos quando as construções em volta forem mais altas e os elementos estiverem expostos. As tropas abrem buracos nos telhados ou paredes, possibilitando então usar cordas, escadas ou outros meios para entrar nos pisos mais baixos. Se a exposição das tropas aos fogos inimigos puder ser minimizada, as escadas podem ser usadas para conduzir um assalto exterior aos andares superiores,

(2) A entrada por baixo é comum e pode ser a única opção viável. Neste caso, a fração deve dirigir-se rapidamente ao piso superior e iniciar o

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vasculhamento de cima para baixo. Quando a entrada for por baixo, buracos na parede devem ser preferidos porque as portas e janelas podem estar armadilhadas e batidas por fogos de dentro da construção. Se os elementos de assalto tiverem que entrar através de uma porta ou janela, a entrada pela retaguarda ou lateral é preferível. Em certas situações, o uso de explosivos pode ser restrito, tornando a entrada através de portas e janelas a única opção viável. Veículos blindados e CC podem ser especialmente utilizados em apoio à entrada no nível da rua.

c. Abertura de buracos nas paredes e muros - Os GC e pelotões poderão ter que abrir buracos nas construções. Engenheiros preferencialmente serão designados como responsáveis pelas aberturas dos buracos. Dependendo dos fatores da decisão, o comandante de companhia precisará designar a localização específica das brechas ou delegar aos comandantes das frações subordinadas. A forma como a abertura será procedida, se por explosivos, meios mecânicos ou balísticos pode ser determinada pelo escalão superior. Por exemplo, se um CC estiver em apoio a SU e não houver restrição do escalão superior, eles poderão abrir um buraco numa parede para ser o ponto de entrada inicial numa construção, utilizando seu canhão.

d. Ações dentro da construção (1) Uma vez dentro da construção, as atividades iniciais serão

cobrir as escadas e apoderar-se dos cômodos que fazem face às rotas de aproximação do objetivo. Essas ações têm o objetivo de isolar as forças inimigas dentro da construção e prevenir contra-ataques vindos de fora. Os elementos do assalto limpam cada cômodo do piso de entrada e então procedem a limpeza dos demais pisos, incluindo o subterrâneo, se for o caso. Se a entrada não for feita por cima, deve-se considerar alcançar rapidamente o piso mais alto e limpar de cima para baixo, dependendo da situação tática. Caso haja um piso subterrâneo ou porão deverá ser limpo tão rapidamente quanto possível, preferencialmente ao mesmo tempo do piso da rua. O procedimento para limpar um porão será o mesmo para um cômodo ou piso, mas algumas peculiaridades existem, pois porões podem conter entradas de túneis, assim como, sistemas de esgoto e comunicações. Estes devem ser limpos e seguros para prevenir infiltrações de volta do inimigo em áreas limpas.

(2) O comandante de companhia deve assegurar que os pelotões de limpeza conduzam o material para marcar os cômodos, planejando assinalar aqueles que estiverem limpos para as forças amigas. Ainda que as operações ocorram durante visibilidade limitada, a identificação deverá ser compreendida pelas forças amigas. Os elementos de apoio deverão entender quais marcações serão empregadas, de modo a assegurar que os fogos de apoio não atingirão os cômodos e pisos limpos. A manutenção do entendimento da situação no que concerne a localização das equipes de

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assalto e quais cômodos/ pisos estão limpos é imperativo e o ponto crucial do comando e controle da companhia. Pelo rádio poderá ser determinado, se necessário, com que prioridade os GC e pelotões limparão os cômodos. Quando existirem construções limpas as tropas amigas notificarão os elementos de apoio usando o rádio ou outro sinal pré-planejado.

(3) Após a conquista de um piso (andar), elementos do escalão de ataque são designados para cobrir potenciais rotas de contra-ataques inimigo para a construção. Especial atenção deve ser dedicada a posições inimigas escondidas entre prédios vizinhos, rotas cobertas para o prédio e rotas subterrâneas no porão e de aproximação sobre os telhados. Prioritariamente, deve ser provida a segurança da direção de ataque. Ao identificarem a aproximação da construção pelas forças inimigas, alertam o escalão de ataque e aplicam grande volume de fogos.

e. Fogos de apoio (1) Antes do assalto - As instruções para os elementos de apoio de

fogo que apóiam o assalto deverão ser especificas. Uma vez iniciados os fogos, eles deverão ser mantidos até o avanço dos elementos do assalto. Alvos podem ser marcados e identificados com munição traçante, munição AE, sinais de voz, gestos, sinalizador laser, ou outros artefatos. Um preciso e bem dirigido volume de fogo poderá suprimir o inimigo. O volume de fogo e o tipo de armas empregadas serão estabelecidos pelo batalhão em sua ordem de operações.

(2) Durante o assalto - Uma vez iniciado o assalto, os fogos são dirigidos para as lajes e janelas e continuarão até as forças de assalto entrarem na construção. Os elementos de apoio provêem fogos de apoio enquanto os elementos de assalto sistematicamente limpam a construção. Também desencadeiam fogos nas construções adjacentes para prevenir reforços ou retiradas do inimigo. Os fogos de apoio devem focar as posições inimigas conhecidas ou suspeitas, ou, conforme determinação do batalhão, somente serão empregados sobre alvos identificados ou para revidar os fogos inimigos. Veículos armados podem ser especialmente usados para aplicar fogos precisos, pesados e contínuos.

f. Munição e equipamento - Os fatores da decisão e a ordem de operações do batalhão determinarão como os elementos de assalto estarão equipados e armados. Os elementos do assalto carregarão tanto equipamento e munição quanto possível, especialmente granadas (fragmentação e fumígenas). Os elementos de apoio mantêm o controle da munição e equipamentos adicionais que não sejam imediatamente necessários ao assalto. Uma falta freqüente de munição em uma batalha urbana é a das armas anticarro leves, como o AT4. Os soldados podem usar estas armas para uma variedade de propósitos, tais como supressão de posições e abertura de brechas. O ressuprimento poderá ser conduzido para os elementos de assalto pelos elementos de apoio. Os comandantes

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deverão gerenciar cuidadosamente o remuniciamento dos soldados durante o assalto. Normalmente munição, água, armas especiais, equipamentos de assalto e suprimentos médicos são os principais itens de suprimentos empregados.

ARTIGO IV DEFESA EM LOCALIDADE

8-9. GENERALIDADES

a. A companhia de fuzileiros, normalmente, irá conduzir operações defensivas em uma localidade como parte do dispositivo defensivo de um batalhão. Tais operações serão desencadeadas para manter o terreno ou destruir as forças atacantes do inimigo. O dispositivo adotado pela subunidade dependerá da missão imposta e da intenção do escalão superior.

b. Durante a realização de operações defensivas, os escalões superiores à companhia de fuzileiros (batalhão e brigada) procurarão: evitar serem isolados pelo inimigo; defender apenas o terreno decisivo; e usar o fogo e a manobra para manter a iniciativa. Tais posturas irão influir diretamente na missão a ser cumprida pela subunidade.

c. Em uma área urbana o defensor deverá tirar proveito das cobertas e abrigos abundantes, considerando, ainda, as restrições na capacidade de observar e manobrar do inimigo. Por meio de uma correta utilização do terreno e combatendo em posições bem preparadas e com apoio mútuo, o defensor poderá infligir pesadas perdas, destruir, retardar, bloquear ou fixar uma força atacante muito maior.

8-10. ORGANIZAÇÃO DA DEFESA a. A defesa de uma localidade, assim como a defesa de área, é

organizada em três áreas: (1) Área de segurança; (2) Área de defesa avançada; e (3) Área de reserva.

b. Traçado do LAADA - O LAADA de uma defesa em zona edificada pode ser situado na orla da localidade ou à retaguarda da orla anterior da localidade. Sempre que possível, o LAADA deve passar na orla da localidade, evitando que o inimigo atinja a primeira linha de edificações e concentre suas tropas e armas de apoio sob a proteção da área edificada. Em qualquer um dos casos, a defesa será estruturada de forma a aproveitar o terreno da localidade mantendo a segurança em todas as direções.

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c. A companhia na área de segurança (1) Quando o LAADA estiver localizado na orla da localidade, a

companhia pode ser encarregada de mobiliar os P Avç C, localizados nas elevações que dominam a localidade e impedem seu isolamento.

(2) Quando o LAADA estiver localizado à retaguarda da orla anterior da localidade, todas as Via A às áreas edificadas e sua orla anterior devem ser ocupadas por elementos de segurança lançados pela companhia que assegurem observação, o alerta oportuno da aproximação do inimigo e a regulação e condução do fogo de apoio.

d. A companhia de fuzileiros na área de reserva - Poderá cumprir missões de segurança de instalações, de elementos de apoio ao combate ou ainda constituir a reserva do escalão superior (batalhão ou brigada) com a missão de realizar contra-ataques, limitar a penetração no dispositivo defensivo e realizar a segurança dos flancos.

8-11. A COMPANHIA DA ÁREA DE DEFESA AVANÇADA

a. Uma companhia de fuzileiros em terreno urbano será empregada na área de defesa avançada para defender quarteirões ou grupos de edifícios. A companhia conduzirá as operações com base no esquema da manobra defensiva do batalhão.

b. A ação deverá ser coordenada com os elementos que compõem as forças de segurança que irão retardar o inimigo à frente da posição da companhia.

c. O comandante da subunidade posicionará seus pelotões de forma a tirar o máximo proveito da proteção oferecida pelas edificações que dominam as vias de acesso que incidem no LAADA.

d. A companhia de fuzileiros é a tropa mais apta para o cumprimento desse tipo de missão uma vez que o inimigo será obrigado a manobrar com a sua infantaria no interior da localidade para controlar os acidentes capitais.

e. A tabela abaixo descreve as frentes e profundidades normais a serem ocupadas quando da realização de uma defesa em terreno urbano. Tais dimensões poderão variar em razão da densidade das construções, da quantidade de escombros, da disposição das ruas, do tamanho e tipo dos edifícios, existência de passagens subterrâneas, entre outros fatores. Após a análise do terreno, de acordo com os fatores da decisão, as frentes poderão ser expandidas.

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ESCALÃO FRENTE PROFUNDIDADE

Batalhão 4 a 8 quarteirões 3 a 6 quarteirões

Companhia de Fuzileiros

2 a 4 quarteirões 2 a 3 quarteirões

Pelotão de Fuzileiros 1 a 2 quarteirões 1 quarteirão

Considera-se para determinação das frentes normais a serem ocupadas um quarteirão com a frente de 180 metros

f. Em função da frente atribuída e das diretrizes do comandante do

batalhão, a companhia pode adotar um dispositivo com um pelotão reserva aprofundando a defesa ou empregar os três pelotões em primeiro escalão. Neste último caso, o batalhão se encarregará de aprofundar a defesa, limitando penetrações e conduzindo contra-ataques.

g. Uma companhia de fuzileiros ocupando uma posição defensiva organizada em terreno urbano terá as seguintes missões:

(1) Impedir o acesso inimigo às ruas e quarteirões da cidade com a utilização do fogo e de obstáculos;

(2) Destruir o inimigo por meio de emboscadas e do fogo direto de posições preparadas nos edifícios de maior valor defensivo; e

(3) Repelir o inimigo do terreno conquistado no dispositivo defensivo, bem como eliminar os seus remanescentes por meio de contra-ataques.

h. Reconhecimento e segurança – A execução de uma defesa em terreno urbano será mais efetiva se o terreno for minuciosamente reconhecido e se forem preparados obstáculos e setores de tiro. Devem ser lançados postos de vigia / escuta suplementados por patrulhas á frente e nos intervalos dos núcleos dos pelotões, principalmente nos períodos de visibilidade limitada. Cada pelotão poderá receber a missão de instalar um PV/PE com o objetivo de informar, em tempo oportuno, sobre o efetivo, localização, direção e velocidade de movimento, além da natureza do inimigo que se dirige à posição defensiva da subunidade.

i. Organização da companhia – A análise dos fatores da decisão irá determinar qual a melhor forma de organizar a companhia para o cumprimento da missão.

j. Engenharia - Elementos de engenharia apoiando a companhia terão como missões prioritárias a construção de obstáculos, a preparação de destruições, a preparação de itinerários entre as posições (para emprego da reserva) e o auxilio aos fuzileiros na preparação da posição defensiva.

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k. Carros de combate - Um pelotão de carros de combate recebido em reforço pela companhia irá prover um pesado apoio de fogo direto à subunidade, engajando carros de combate inimigos e apoiando contra-ataques. O Pel CC pode, inicialmente, realizar o apoio de fogo e depois reverter à situação de reserva, conferindo uma maior mobilidade à mesma.

l. Execução (1) A companhia de fuzileiros conduzirá a defesa de uma localidade

combinando a realização de emboscadas nas principais vias de acesso à área de defesa avançada com um eficaz sistema de obstáculos, cobertos pelo fogo das armas dos pelotões, e uma preparação adequada da posição defensiva no interior das edificações. A reserva deverá estar próxima aos elementos de primeiro escalão em posições cobertas e abrigadas para, com rapidez, realizar contra-ataques, se necessário. Essas ações devem ser ensaiadas pela reserva exaustivamente tanto de dia como à noite.

(2) Quando as forças inimigas estiverem manobrando para conquistar seus objetivos iniciais, o defensor deve empregar todo o volume de fogo disponível para destruir o inimigo e neutralizar as suas armas de apoio. Os carros de combate e VBTP do inimigo devem ser engajados o mais cedo possível, tão logo entrem no alcance do armamento anticarro.

(3) Em razão das características do ambiente urbano, o inimigo será forçado a descentralizar os seus meios, em conseqüência, crescem de importância as ações das pequenas frações na defesa do terreno. Os comandantes de GC e pelotão, freqüentemente, estarão conduzindo o combate de suas frações de forma isolada, por isso é de fundamental importância que os comandantes, em todos os níveis, tenham a correta compreensão da sua missão, do conceito da operação da companhia e da intenção do comandante.

(4) Quando a companhia adotar um dispositivo com um pelotão reserva poderá empregá-lo para desencadear contra-ataques para restabelecer posições no LAADA de forma mais freqüente que em uma defesa em terreno aberto. Tal decisão será em função dos fatores da decisão, particularmente o valor e a situação do inimigo no interior da posição e as condições para barrar sua progressão em profundidade.

m. Comando e controle (1) O meio fio deverá ser empregado como o principal meio de

comunicações conforme o tempo para a sua instalação permitir. No entanto, o meio fio poderá ser comprometido caso seja interceptado pelo inimigo.

(2) As estruturas e a grande concentração de linhas de energia elétrica poderão degradar, substancialmente, as comunicações rádio.

(3) O mensageiro poderá ser largamente utilizado como complemento aos demais meios de comunicações.

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(4) Meios visuais deverão ser empregados de forma minuciosamente planejada, tendo em vista as características do terreno urbano que podem limitar a observação e em conseqüência a sua eficácia.

(5) Os meios auditivos tornam-se ineficientes em função do intenso barulho do combate em terreno fechado.

8-12. DEFESA DURANTE PERÍODOS DE VISIBILIDADE LIMITADA

a. O inimigo poderá utilizar-se de períodos de pouca visibilidade para realização das suas operações, buscando, principalmente, ganhar vantagem para ações diurnas subseqüentes.

b. O comandante da companhia de fuzileiros realizando uma defesa em localidade deve utilizar as seguintes medidas para fazer face a um ataque em períodos de pouca visibilidade:

(1) As áreas desocupadas entre os núcleos defensivos, que podem ser cobertas pelo fogo e observação durante o dia, devem ser ocupadas, bloqueadas ou patrulhadas durante os períodos de pouca visibilidade. Podem ser estabelecidas posições para ocupação no período da noite diferentes das posições diurnas, com o objetivo de iludir o inimigo.

(2) Devem ser instalados dispositivos de alarme e obstáculos à frente da posição.

(3) Radares, sensores remotos e dispositivos de visão noturna devem ser empregados na vigilância das ruas e áreas abertas no interior da localidade.

(4) Dispositivos sonoros, obstáculos de arame e postos de escuta devem ser posicionados nas principais vias de acesso para proporcionar o alerta da aproximação do inimigo o mais cedo possível, bem como detectar uma possível infiltração.

(5) A iluminação artificial deve ser planejada incluindo a utilização das luzes das ruas e instalações, artifícios pirotécnicos, infravermelhos ou outros meios disponíveis.

(g) As frações de carros de combate em reforço à subunidade devem conhecer detalhadamente o posicionamento dos fuzileiros. A utilização do equipamento de visão termal dos carros associado a sinais de reconhecimento pode limitar a possibilidade de fratricídio.

c. Os fogos de proteção final, com visibilidade limitada, deverão ser iniciados por meio de um sinal preestabelecido, a partir do qual todas as armas da subunidade realizarão tiro amarrado em setores previamente determinados.

d. Antes do ICMN a subunidade deve adotar o dispositivo diurno de forma a utilizar a escuridão para os movimentos e reajustes necessários no dispositivo.

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8-13. DEFESA DE UMA INSTALAÇÃO

a. A companhia de fuzileiros poderá receber a missão de defender, isoladamente, por exemplo: instalações da infra-estrutura de utilidade pública como centrais de energia elétrica e de tratamento de água; instalações de comunicações (rádio e televisão); centros de transporte; anéis rodoviários; postos de comando; bases de combate; entre outras.

b. Normalmente, estas instalações estarão dispostas dentro da localidade de acordo com a conveniência para o tipo de serviço que proporcionam e não em função do valor defensivo do terreno. Tal fato exigirá da subunidade a ocupação de um dispositivo fora do referido acidente capital.

c. O comandante de subunidade, para o cumprimento dessa missão, posicionará seus pelotões no perímetro do objetivo, em terreno que possua valor defensivo, de forma a bloquear as principais vias de acesso para carros e para a tropa a pé que incidem no objetivo.

d. As metralhadoras e armas anticarro devem ser posicionadas onde possam, em melhores condições, bater as vias de acesso para a infantaria e os CC, respectivamente.

e. Deve-se fazer o máximo de emprego de obstáculos (campos de minas, obstáculos de arame, escombros) de forma a impedir a aproximação inimiga do objetivo.

f. Para o cumprimento da missão deverão ser consideradas as seguintes atividades:

(1) Realizar patrulhamento na área interna e externa do objetivo; (b) Conduzir ações de contra-reconhecimento; (3) Estabelecer postos de vigia/escuta; (4) Estabelecer pontos de controle e bloqueio de ruas; (5) Controlar a população civil e realizar a sua evacuação, se for o

caso; (6) Coordenar as ações com as autoridades locais; (7) Prevenir danos colaterais às instalações, decorrentes da

operação; e (8) Supervisionar funções específicas associadas à operação da

instalação que está sendo protegida.

g. As medidas defensivas a serem adotadas irão variar em função da situação, da natureza e forma de atuação do inimigo e da missão imposta. Com base nesses fatores, o dispositivo adotado poderá variar desde a ocupação de um posto de segurança estático (PSE) até a ocupação de um ponto forte.

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8-14. DEFESA DE UM PONTO FORTE EM ÁREA URBANA

a. Áreas urbanas podem facilmente ser convertidas em pontos fortes. As estruturas de pedra, tijolos ou de metais proporcionam cobertas e abrigos, itinerários desenfiados e as ruas podem ser obstruídas por escombros.

b. A subunidade poderá receber a missão de estabelecer um ponto forte em algum acidente capital, que pode ser uma grande construção, um ponto dominante ou uma instalação essencial. Para que ela possa cumprir essa missão, normalmente será reforçada por elementos de engenharia, armas de apoio e elementos de apoio ao combate.

c. O dispositivo a ser adotado pela companhia de fuzileiros na defesa de um ponto forte dependerá da análise da missão e da situação feita pelo seu comandante. Geralmente assemelha-se a uma defesa circular.

d. Na ocupação de um ponto forte devem ser considerados os seguintes aspectos:

(1) As posições individuais devem ser reforçadas (incluindo as posições alternativas e suplementares) para evitar o fogo das armas inimigas;

(2) Cada posição de pelotão, e até mesmo no nível GC, deve estocar comida, água, munição, ferramentas de sapa e material de saúde, para facilitar o ressuprimento das frações;

(3) Buscar o máximo de apoio mútuo entre as posições defensivas, em todos os níveis. Itinerários cobertos e abrigados devem ser preparados entre as posições e ao longo das rotas de suprimento e comunicações. Tais itinerários deverão ser utilizados na realização de contra-ataques e para os movimentos no interior do ponto forte;

(4) Dividir o ponto forte em posições independentes, porém com apoio mútuo. Se uma dessas posições tiver que ser evacuada ou retrair pela ação do inimigo, a sua penetração deverá ser limitada pelos obstáculos e pelo fogo das outras posições que, também, apoiarão as ações de contra-ataque;

(5) Construir obstáculos de arame e campos de minas para dissociar e canalizar o inimigo para áreas de engajamento e para proteger o ponto forte do assalto inimigo. Estes obstáculos devem ser posicionados o mais afastado possível do ponto forte, desde que possam ser batidos por fogos da posição defensiva;

(6) Realizar o planejamento minucioso e a amarração dos fogos de todas as armas;

(7) Planejar e testar todos os meios de comunicações no interior do ponto forte e sua ligação com o escalão superior, empregando todos os meios disponíveis: rádio, fio, mensageiros, meios pirotécnicos e outros; e

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(8) Continuar o melhoramento da posição defensiva até que a subunidade venha a ser substituída em posição ou receba ordem para se retirar da mesma.

ARTIGO V OPERAÇÕES AEROMÓVEIS

8-15. GENERALIDADES

a. Operação Aeromóvel é toda operação realizada por força de helicópteros ou forças aeromóveis, de valor unidade ou subunidade, visando o cumprimento de missões de combate, de apoio logístico, de apoio ao combate e de apoio logístico, em benefício de determinado escalão da F Ter.

b. A companhia de fuzileiros deve estar particularmente apta para cumprir missões no contexto de uma operação aeromóvel, compondo Força-Tarefa Aeromóvel (FT Amv) com tropas da aviação do exército. O adestramento deve focalizar as particularidades inerentes a estas operações no tocante ao aprestamento e desenvolvimento das ações em todos os sistemas operacionais.

c. O manual de campanha IP 90-1 – OPERAÇÕES AEROMÓVEIS e as instruções provisórias IP 7-35 - BATALHÃO DE INFANTARIA LEVE E IP 7-36 – EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA LEVE – abordam as particularidades do emprego da companhia de fuzileiros nessas operações.

ARTIGO VI

OPERAÇÕES AEROTERRESTRES

8-16. GENERALIDADES

a. Operação aeroterrestre é uma operação conjunta ou combinada que envolve o movimento aéreo e a introdução numa área de objetivo de forças de combate e dos respectivos apoios, para a execução de missão tática ou estratégica.

b. A companhia de fuzileiros pára-quedista, orgânica dos batalhões de infantaria pára-quedista, é especialmente organizada, equipada e adestrada

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para a realização de operações aeroterrestres, podendo atingir a área de objetivos lançada em pára-quedas, aerotransportada ou de forma mista.

c. A companhia, normalmente, opera enquadrada pelo batalhão. Pode, entretanto, operar isoladamente quando não for necessário ou viável o emprego de tropa de valor superior. Neste caso, poderá ser reforçada com elementos de cavalaria pára-quedista, apoio de fogo, engenharia e apoio logístico, vindo a constituir uma força-tarefa subunidade pára-quedista (FTSU Pqdt).

d. Maior detalhamento acerca das operações aeroterrestres pode ser encontrado nos manuais C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA e C 57-1 OPERAÇÕES AEROTERRESTRES.

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9-1

CAPÍTULO 9

OUTRAS OPERAÇÕES

ARTIGO I SUBSTITUIÇÃO

9-1. GENERALIDADES

a. Conceito - Substituições são operações de combate realizadas por uma unidade, ou parte dela, quando assume a zona de ação ou a missão de outra unidade em qualquer missão de combate.

b. Substituições requerem um planejamento detalhado, pois representam momentos críticos de emassamento temporário de tropas. Essa vulnerabilidade deve ser reduzida com a realização de uma estreita coordenação de planos e cerrada cooperação entre as tropas que executam a substituição.

c. Finalidades - A substituição periódica de unidades empregadas em operações táticas duradouras pode ter uma das seguintes finalidades:

(1) Conservar o poder de combate; (2) Manter a eficiência combativa; (3) Reequipar, reinstruir e ensaiar as forças para operações

especiais; ou (4) Mudar o ritmo da operação, aumentando a impulsão em

operações ofensivas.

d. Tipos de operações de substituição (1) Ultrapassagem (2) Acolhimento (3) Substituição em posição

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9-2. ULTRAPASSAGEM a. Conceito – A ultrapassagem é uma operação que consiste na

passagem da companhia que ataca através do dispositivo de outra força que está em contato com o inimigo.

b. Finalidade - A Companhia pode realizar uma ultrapassagem: (1) Integrando o escalão de ataque do batalhão, para iniciar um

ataque; (2) Como companhia reserva, para :

(a) Manter a impulsão do ataque do batalhão; (b) Realizar uma mudança da direção de ataque; ou (c) Explorar pontos fracos da posição do inimigo.

c. Recebimento da missão - A companhia recebe a missão e inicia seu planejamento quando do recebimento da ordem preparatória ou ordem de operações do batalhão. Nelas devem estar especificados:

(1) Duração da operação; (2) Assuntos a serem coordenados com a tropa a ser ultrapassada; (3) Regiões de passagem a serem utilizadas; (4) Prioridade na utilização de estradas – normalmente da unidade

que ultrapassa; (5) Responsabilidade no controle de trânsito – normalmente da tropa

a ser ultrapassada; (6) Hora de passagem de comando da zona de ação; (7) Apoios a serem prestados e responsabilidades; e (8) Missão da companhia após a ultrapassagem

d. Assuntos a serem coordenados (1) Troca de planos (inclusive o de comunicações) e designação de

elementos de ligação; (2) Troca de informações acerca do inimigo e do terreno, com

localização de tropas, armamento coletivo, obstáculos e campos de minas;

(3) Medidas de segurança, a fim de evitar a vulnerabilidade nas horas de maior concentração de tropas;

(4) Planejamento de reconhecimentos; (5) Definição precisa dos locais de passagem – devem ser os

intervalos e os flancos da tropa em contato; (6) Fornecimento de guias pela tropa ultrapassada; (7) Apoio de fogo a ser proporcionado pela tropa que é ultrapassada

e transmissão das listas de alvos; (8) Coordenação de utilização do terreno para zonas de reunião,

posições de ataque, desdobramento do armamento coletivo e trens da subunidade; e

(9) Coordenação das atividades logísticas.

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e. A ultrapassagem é uma operação realizada como um meio para se obter um melhor resultado em uma ação principal subseqüente. Seu planejamento é dependente do planejamento da operação que seguirá à mesma. Com isso, o posicionamento da maioria dos meios será em função da ação futura, podendo não utilizar, necessariamente, os melhores locais de passagem.

f. Hora da passagem de comando - Normalmente, o comandante da companhia que substitui assume a responsabilidade da zona de ação na hora do ataque, no momento do desencadeamento dos fogos de preparação, ou mais cedo, de acordo com as ordens do comandante do batalhão. Esta assunção de comando implica em assumir o controle operacional dos elementos dos pelotões substituídos que estiverem em contato naquele momento e a responsabilidade pela conduta face a ações inimigas.

g. Execução (Fig 9-1) (1) As ações preparatórias ao movimento não devem revelar a

operação de ultrapassagem. Sempre que possível deve-se conduzir a ultrapassagem e executar as ações preparatórias da operação sob condições de visibilidade restrita. A companhia a ser ultrapassada deverá manter as atividades que normalmente estavam sendo realizadas até o término da operação, para não denunciá-la para o inimigo.

(2) Os elementos da subunidade ultrapassada permanecem em posição e apóiam o ataque até que seus fogos se tornem perigosos à tropa atacante, ocasião em que devem ser suspensos ou empregados em outra missão.

(3) Com o objetivo de reduzir a concentração de tropas, cálculos de marcha são realizados visando que a companhia chegue à LP na hora prevista, eliminando paradas desnecessárias, que aumentariam o adensamento de tropas.

(4) À hora marcada, a companhia deve atingir o seu ponto de liberação, onde deixa a sua posição na ordem de movimento do batalhão, recebe seus guias da tropa a ser ultrapassada e prossegue no seu deslocamento. Os guias e o balizamento empregados pela tropa a ser ultrapassada conduzem a companhia pelos locais de passagem no dispositivo da tropa a ser ultrapassada e nos obstáculos à frente. Os guias podem ser empregados até a posição de ataque ou até mesmo até a linha de partida.

(5) No caso da companhia possuir blindados em reforço, estes devem permanecer na última posição coberta e abrigada, sem comprometer, com o ruído, o sigilo da operação. No momento oportuno e de acordo com o processo a ser empregado pelo combinado Infantaria - CC, os blindados cerrarão à frente, utilizando os itinerários balizados.

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(6) A companhia deve procurar: (a) Conduzir a ultrapassagem o mais rapidamente possível; (b) Utilizar-se da proteção dos fogos da tropa que está posicionada; (c) Maximizar seus apoios com a utilização de meios disponíveis da

tropa que será ultrapassada. (7) A tropa que estará sendo ultrapassada poderá auxiliar a companhia na execução dos trabalhos logísticos, podendo encarregar-se, por exemplo, da evacuação de pessoal, material e prisioneiros de guerra.

Fig 9-1 Companhia de fuzileiros na ultrapassagem.

9-3. ACOLHIMENTO a. Conceito - Acolhimento é uma operação na qual uma força que

realiza um movimento retrógrado passa através da zona de ação de uma outra força que ocupa uma posição defensiva ou de retardamento à retaguarda.

b. Esta operação é normalmente realizada em uma defesa de área no retraimento das forças de segurança através da área de defesa avançada. Ocorre também no contexto de uma ação retardadora quando forças de segurança ou tropas de primeiro escalão são acolhidas nas diversas posições de retardamento.

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c. O acolhimento perdura até que as forças que retraem se coloquem sob proteção dos fogos do elemento à retaguarda. A força em posição apoia ao máximo a força que retrai e assume a missão de defesa ou de retardamento desta última, quando o retraimento for completado.

d. Por ser uma operação complexa, é necessário que haja uma coordenação de todos os detalhes da manobra. As áreas ou pontos selecionados para a passagem da tropa que retrai devem estar desocupados, balizados e localizados entre os elementos da subunidade em posição, ou em seus flancos.

e. A localização do posto de comando da companhia em posição deve proporcionar as melhores condições de observação, controle e permitir assistir os comandantes das frações envolvidas na operação.

f. Para o sucesso da operação é necessário que sejam utilizadas algumas medidas de coordenação e controle pela tropa que executa o retraimento, conforme observado no parágrafo 7-47, letra e., deste manual.

g. Aspectos a serem coordenados entre as tropas: (1) Troca de planos de comunicações, estabelecimento de sinais de

reconhecimento, senhas e sinais convencionados; (2) Utilização de guias e pessoal de ligação; (3) Estabelecimento de itinerários a serem utilizados e balizamento; (4) Seqüência e horário do acolhimento de cada fração; (5) Horário e circunstâncias em que ocorrerá a transmissão da zona

de ação; (6) Medidas de segurança e controle; (7) Apoio de fogo a ser proporcionado pela tropa em posição; (8) Transferência ou troca de equipamentos e suprimentos.

h. Execução (1) Na hora prevista, elementos da tropa que retrai iniciam o

deslocamento diretamente para retaguarda, dentro de sua zona de ação. Esses deslocamentos, preferencialmente, devem ser realizados durante os períodos de visibilidade reduzida.

(2) Os itinerários de retraimento, se possível, devem estar balizados, porém é importante lembrar que este balizamento estará sendo feito visando uma tropa que virá da mesma direção que o inimigo, fato este que obriga uma perfeita coordenação, de modo que seja usado um sistema de balizamento discreto e que este seja retirado, pela tropa que retrai, à medida que for sendo utilizado. Os itinerários podem ser balizados por fitas ou fios. A utilização de sinais luminosos (lanternas) torna-se ineficaz em virtude da direção de aproximação ser a mesma do inimigo.

(3) Quando o retraimento for sem pressão do inimigo, podem ser planejadas linhas de controle e pontos de ligação na área de segurança da

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tropa que realizará o acolhimento. Estas medidas visam possibilitar que nos pontos de ligação sejam fornecidos guias para a subunidade que realizará o retraimento.

(4) Elementos da tropa que acolhe devem estar posicionados junto às trilhas e brechas existentes nos obstáculos lançados à frente da posição em condições de, após a passagem do último homem da tropa que retrai, realizar o fechamento dos mesmos.

(5) O comandante da tropa que retrai é responsável pela identificação do último elemento de sua tropa a passar através da unidade em posição.

(6) A transferência de responsabilidade pela zona de ação deve ocorrer quando a subunidade que retrai completa a passagem por uma determinada linha do terreno (linha de controle de fogo, LAADA ou linha de controle) ou a uma hora determinada.

(7) O comandante da tropa que retrai deverá transmitir à tropa em posição todos os dados disponíveis em relação à situação do inimigo à frente. 9-4. SUBSTITUIÇÃO EM POSIÇÃO

a. Conceito - A substituição em posição é uma operação na qual, por ordem do escalão superior, uma força ou parte dela é substituída por outra em uma área de combate.

b. A substituição em posição dá-se quando a força a ser substituída ocupa uma posição defensiva. É realizada para o prosseguimento da defesa ou para preparação de um ataque subseqüente. As responsabilidades pela missão de combate e pela zona de ação da força substituída são assumidas pela força que substitui.

c. Para continuar a defesa a substituição realizar-se-á homem a homem e arma por arma. A companhia que substitui utiliza o mesmo dispositivo da companhia que está sendo substituída, realizando as alterações que julgar necessárias somente após a substituição estar concluída. Todo o esforço deve ser feito para realizar a substituição sem enfraquecer a integridade tática da posição.

d. Para a preparação do ataque será realizada por área e a subunidade que substitui poderá realizar alterações no dispositivo mesmo antes da substituição estar concluída.

e. As substituições devem ser realizadas em períodos de visibilidade reduzida, normalmente à noite, com o objetivo de manter o sigilo da operação.

f. O planejamento de uma substituição é centralizado, enquanto sua execução é descentralizada. A ordem de substituição do Batalhão prescreve a seqüência e o processo de substituição a serem empregados, o intervalo

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de tempo no qual a operação deva ser realizada, medidas de coordenação e controle, como itinerários de substituição, P Lib Pel, P Lib GC e Z Reu, e prescrições relativas a comando e controle, apoio de fogo e logística.

g. Seqüência da substituição - A subunidade poderá ser substituída da frente para a retaguarda ou da retaguarda para a frente. Caso não seja especificada pelo comando do batalhão, a seqüência de substituição dos pelotões, ambos os comandantes de subunidade devem considerar: a missão subseqüente da subunidade que substitui, a capacidade combativa da subunidade que vai ser substituída, a possibilidade de interferência do inimigo, as características do terreno, a necessidade de variar o procedimento e a natureza e o valor dos elementos envolvidos na operação.

h. Processos de substituição – Os pelotões de 1º escalão podem ser substituídos simultaneamente, aumentando a concentração de tropas na área, mas diminuindo o período de tempo sob exposição ao fogo inimigo, ou sucessivamente, diminuindo a concentração de tropas na área e aumentando o período de tempo sob exposição ao fogo inimigo. Numa situação em que três elementos são empregados à frente a substituição poderá ser feita um a um, ou simultaneamente (neste último caso, primeiro os elementos dos flancos e, posteriormente, o do centro, ou vice-versa).

i. Intervalo de tempo da substituição - Normalmente, o comando do batalhão determinará os horários de início e término da substituição, observando os seguintes aspectos:

(1) Em uma só noite: aumenta a concentração de tropas na área e diminui a possibilidade de quebra de sigilo.

(2) Em mais de uma noite: diminui a concentração de tropas na área e aumenta a possibilidade de quebra de sigilo.

j. Por ser uma operação complexa, exige uma ampla coordenação entre os comandos das subunidades substituída e substituta, principalmente nos seguintes assuntos:

(1) Troca dos planos de defesa ou ataque, plano de apoio de fogo, plano de barreiras e demais planos que estejam em vigor, assim como informações sobre os mesmos.

(2) Itinerários de substituição – A exemplo das ultrapassagens estes itinerários devem estar balizados e reconhecidos, com o estabelecimento dos pontos de liberação e zonas de reunião. Observa-se também a utilização de guias cedidos pela subunidade substituída.

(3) Apoio logístico – As subunidades envolvidas, conforme orientação do batalhão, devem coordenar medidas para transferência de suprimentos, uso das instalações, desdobramento dos órgãos de apoio, uso dos meios de transporte e controle de trânsito.

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k. Reconhecimento - Devem ser tomadas providências para o reconhecimento diurno do comandante de companhia e dos comandantes de fração que se fizerem necessários à subunidade que substitui. Os reconhecimentos incluem as posições de defesa, itinerários, zonas de reunião, posições de armas e instalações de apoio. O reconhecimento aéreo, se for o caso, deve ser feito pelos mesmos aviões ou helicópteros que atuam em proveito do elemento substituído. As necessidades de inteligência adicionais da subunidade substituta devem ser obtidos pela companhia a ser substituída.

l. Medidas de segurança – Todo esforço deve ser feito para evitar revelar a operação ao inimigo, com o emprego de medidas tais como:

(1) Limitação dos efetivos para os reconhecimentos; (2) Manutenção da fisionomia da frente pela subunidade substituída

(patrulhas, fogos, comunicações e outros); e (3) Sistema rádio da tropa substituta deverá permanecer em silêncio.

n. Execução (Fig 9-2) (1) A subunidade substituta, com o auxílio de guias cedidos pela

subunidade a ser substituída, percorre os itinerários de substituição, previamente balizados até atingir as posições da tropa substituída, realizando-se a substituição de acordo com o processo e a seqüência determinados.

(2) A prioridade de utilização das estradas será da subunidade substituta e o controle de transito será de responsabilidade da subunidade substituída.

(3) Após a substituição, as tropas que saíram de posição utilizam-se dos itinerários de retraimento, que podem ser os mesmos utilizados pela tropa que entrou em posição, e ocupam uma Z Reu preestabelecida.

(4) A passagem de comando ocorrerá após a substituição completa dos pelotões de primeiro escalão e quando também estiverem estabelecidos os sistemas de comunicações necessários. Até a passagem de comando, o responsável pela defesa da área e por solucionar qualquer situação de conduta é o comandante da subunidade substituída, estando os elementos da subunidade substituta, que já tiverem completado sua parte na operação, sob seu controle operacional.

(5) A companhia substituída deixa na posição todo ou parte do suprimento, tais como munição, material de fortificação ou campanha, e outros suprimentos e equipamentos de difícil transporte. Também deixa no local os circuitos telefônicos.

(6) A companhia substituída transmite todas os dados e conhecimentos disponíveis acerca do inimigo e da área de operações à subunidade substituta.

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Fig 9-2. A companhia na substituição em posição (7) Apoio de fogo

(a) No tocante ao apoio de fogo, continuará em vigor o plano de apoio de fogo da tropa substituída, que repassa as listas de alvos e roteiros de tiro. Os observadores avançados e comandantes de frações de apoio da companhia que substitui poderão levantar novos alvos.

(b) Normalmente os elementos de apoio de fogo que serão substituídos permanecem em posição até que as subunidades de primeiro escalão tenham sido substituídas.

(c) Se houver posições de tiro suficientes, os elementos de apoio de fogo substitutos podem escolher novas posições das quais as missões de tiro de uma subunidade substituída possam ser cumpridas. Caso contrário, os elementos de apoio de fogo serão substituídos nas posições que

.Pel

...

LAADA

LAADA

Cia

... ...

... Pel .

.

... ...

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ocupam, realizando-se a substituição fração a fração, para evitar o congestionamento.

(d) Quando a substituição é feita em mais de uma noite, uma peça por arma de apoio da subunidade substituta entra em posição na primeira noite, coma finalidade de colher os dados de tiro.

(e) O tempo disponível e outros fatores podem exigir a troca de certas armas e equipamentos. Devido às dificuldades de uma correta ancoragem das armas à noite, os reparos das metralhadoras e placas-base dos morteiros devem ser permutados pelas subunidades.

(f) As armas coletivas podem ser trocadas se não puderem ser facilmente deslocadas ou quando não houver prejuízo para a eficácia do tiro. Se houver permuta, ela deve ser feita arma por arma e sua execução de acordo com a ordem do comandante do batalhão.

ARTIGO II JUNÇÃO

9-5. GENERALIDADES

a. A Operação de Junção envolve a ação de duas forças terrestres amigas que buscam o contato físico. Pode ser realizada entre uma força em deslocamento (força de junção) e uma outra estacionária, ou entre duas forcas em movimentos convergentes. A companhia participa de operações de junção, normalmente, enquadrada no batalhão.

b. A junção ocorre, normalmente, durante a execução das seguintes operações:

(1) Operações aeroterrestres, aeromóveis e anfíbias; (2) Substituição de uma unidade isolada; (3) Ataque para juntar-se a forças de infiltração; (4) Ruptura do cerco a uma força; (5) Encontro com forças irregulares amigas; (6) Convergência de forças independentes; (7) Auxílio a uma força dividida

c. Preferencialmente, as tropas blindadas ou mecanizadas são empregadas como força de junção, em virtude da sua mobilidade, velocidade e potência de fogo.

d. É uma operação extremamente dinâmica na sua execução, complexa e que exige grande flexibilidade no planejamento e na realização das missões previstas. As medidas adotadas no planejamento inicial poderão evoluir no decorrer da operação, exigindo um meticuloso estudo de situação continuado e permanente coordenação.

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e. As fases do movimento que precedem o contato entre as forças devem ser caracterizadas pela intensificação das medidas de coordenação e controle. Neste sentido, restrições são impostas a ambas as forças. O sucesso da operação depende do planejamento detalhado, controle e coordenação, sendo o fator tempo, normalmente, crítico.

9-6. COMANDO E CONTROLE a. O estabelecimento de um sistema de comunicações para a operação

de junção impõem a coordenação feita pelo escalão superior por meio de uma diretriz e das instruções para exploração das comunicações (IECom).

b. O estabelecimento eficaz e a correta exploração das comunicações são de extrema importância em uma operação de junção, onde prepondera a utilização do meio rádio.

c. Sempre que possível são empregados meios aéreos em apoio às forças, não só para ampliar o alcance das comunicações rádio como também para lançamento de mensagens.

d. Durante as operações são estabelecidas redes rádio de junção para a ligação entre as forças, desde o comando das mesmas até os pelotões de primeiro escalão diretamente envolvidos. Também deve ser estabelecida uma rede de controle de tiro, para coordenação da realização dos fogos.

e. Sistema de identificação mútua - Por ocasião da troca dos esquemas de manobra e dos planos de comunicações são estabelecidas medidas de reconhecimento mútuo para todas as forças envolvidas na operação para evitar a possibilidade de fratricídio. Tais medidas constam do plano ou ordem de junção, do anexo de comunicação, do calco de operações ou das instruções para exploração das comunicações (IECom) e incluem:

(1) Senhas e contra-senhas; (2) Códigos de mensagens pré-estabelecidas; (3) Autenticação de redes rádio e mensagens; (4) Identificação terra-terra de viaturas e de pessoal (diurno e

noturno) e ar-terra de viatura (diurno); (5) Sinalização dos pontos de junção e dos itinerários que a eles

conduzem; e (6) Utilização de fumígenos, painéis e artifícios pirotécnicos.

9-7. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

Os esquemas de manobra devem ser permutados e medidas de controle estabelecidas com antecedência, pelas forças que participam da junção. Tais medidas compreendem, entre outras:

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a. Ponto de junção – Local onde ocorre o contato físico entre as duas forças. Deve ser facilmente identificável no terreno e localizado no cruzamento do eixo de progressão da força de junção com a linha das forças de segurança da força estacionária. Caso as forças de segurança já tiverem retraído, o ponto de junção pode ser estabelecido no próprio LAADA. Deverão ser estabelecidos pontos de junção alternativos.

b. Linhas de controle – Empregadas para facilitar o controle, a localização e a aproximação da força de junção pela força estacionária. Devem ser estabelecidas a uma distância que permita a abertura das diversas redes-rádio, compatível com os meios de comunicações disponíveis pelas duas forças;

c. Eixos de progressão – Devem ser estabelecidos para a força de junção possibilitando que a mesma evite engajamentos decisivos antes da junção;

d. Zonas de reunião – A força estacionária, por já estar no terreno deve prever e preparar zonas de reunião para a reorganização das forças de junção.

9-8. EXECUÇÃO

a. Generalidades (1) A operação de junção inicia-se em seguida a um ataque executado

pela Força de Junção, que, após romper a posição inimiga interposta, lança-se em busca do contato com a força isolada.

(2) Os objetivos e eixos de progressão da força de junção poderão ser modificados para facilitar o contato físico das tropas.

(3) Os elementos da testa da companhia, diretamente envolvidos na junção, devem ser mantidos constantemente informados da evolução da situação.

(4) Os militares com responsabilidade de guarnecer os pontos de junção devem estar familiarizados com as normas de identificação mútua e com os planos para evitar retardos na passagem da força em movimento.

(5) Durante a junção, serão previstas medidas que possibilitem reduzir vulnerabilidades aos ataques QBN e ao emassamento de fogos por parte do inimigo. Neste sentido, procura-se o não adensamento de tropas e equipamentos numa mesma área.

b. Junção de uma força em deslocamento com uma força estacionária.

(1) Ao aproximar o momento da junção e quando a força que realiza o movimento atinge as linhas de controle, as redes rádio vão sendo abertas e observados os sistemas de reconhecimento mútuo até os pontos de junção.

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(2) Guias são fornecidos pela força estacionária, os quais conduzirão a forca de junção até as zonas de reunião.

(3) A localização dos campos de minas, locais de passagem e barreiras são informados aos comandantes dos escalões que compõe a Força de Junção.

(4) Caso o inimigo estabeleça posições de bloqueio, que venham a dificultar a progressão da força de junção, a força estacionária poderá empreender ações ofensivas em auxílio à força de junção.

(5) Realizada a junção com a força estacionária, a companhia integrante da força de junção pode reforçar ou assumir a defesa da área de uma outra SU, prosseguir em um ataque, ultrapassar ou contornar a força estacionária e continuar o ataque para objetivos mais distantes. Serão baixadas prescrições para a substituição ou ultrapassagem, sempre que necessárias.

(6) Planos alternativos são elaborados, tendo em vista a possibilidade de a força de junção ficar incapacitada de atingir a força estacionária no tempo determinado. Em tal contingência, os planos devem prever o apoio de fogo, cobertura e suprimento aéreo para a força estacionária.

c. Junção de duas forças em movimento. (1) Torna-se bastante complexa a junção de duas forças em

deslocamento, haja vista a possibilidade de fratricídio. (2) O êxito da operação depende do estabelecimento e manutenção

das comunicações. (3) Deve-se procurar acrescentar medidas de coordenação e controle

em número suficiente para garantir a perfeita condução dos fogos e das tropas.

ARTIGO III OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO DA PAZ

9-9. GENERALIDADES

a. Operação de Manutenção da Paz é uma ferramenta político-militar que possui a Organização das Nações Unidas (ONU) para manter a paz e segurança Internacional. É estabelecida por meio de Resolução do Conselho de Segurança daquela organização, após o consentimento das partes em conflito e com o apoio internacional.

b. O planejamento do emprego da companhia em operações de força de paz está condicionado às peculiaridades inerentes a cada Missão de Paz estabelecida pela ONU, o que torna complexa e bastante abrangente a sua forma de atuação.

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c. Em princípio, a companhia cumprirá missões de Manutenção de Paz enquadrada em um Batalhão de Infantaria brasileiro, reforçado com elementos de engenharia, comunicações e apoio logístico. No entanto, poderão ocorrer situações, em face aos fatores diversos, que a SU seja empregada neste tipo de missão de forma isolada, sendo para isto, auto-suficiente nos meios de apoio necessários ou utilizando-se da estrutura de uma unidade de outro país que possa estar enquadrando-a.

d. As considerações doutrinárias, legais e técnico-operacionais sobre o emprego da companhia nas operações de manutenção da paz encontram-se no manual C 95-1 – OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO DA PAZ.

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10-1

CAPÍTULO 10

PELOTÃO DE APOIO

ARTIGO I INTRODUÇÃO

10-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a. Missão - O Pelotão de Apoio é uma fração orgânica da companhia de fuzileiros. Sua missão é prover apoio de fogo contínuo e imediato aos pelotões de fuzileiros.

b. Organização – O pelotão de apoio é constituído por um grupo de comando, uma seção de morteiros a duas peças e uma seção anti-carro a três peças (Fig 10-1).

c. O pelotão de apoio é o principal componente do sistema apoio de fogo da subunidade. O emprego das suas seções será determinado pelo comandante da companhia, assessorado pelo comandante do pelotão de apoio.

d. Este capítulo apresentará a concepção de emprego do pelotão de apoio, independente do armamento de dotação. Informações detalhadas sobre a organização, atribuição dos componentes e maneabilidade encontram-se no manual C 7-5 EXERCÍCIOS PARA A INFANTARIA. As informações sobre o armamento serão encontradas nos manuais técnicos específicos.

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10-2

Fig 1-1. Estrutura Organizacional do Pel Ap

ARTIGO II CARACTERÍSTICAS DO EMPREGO

10-2. ALVOS

a. Alvos apropriados para os canhões: (1) Carros de combate e viaturas blindadas leves. (2) Armas coletivas. (3) Seteiras de casamata. (4) Pequenos grupos inimigos. (5) Postos de observação e seteiras de casamatas empregando

granadas fumígenas (tiros de cegar). (6) Tropas posicionadas em abrigos sem teto, atrás de muros ou

outros obstáculos, com granadas alto-explosivas e espoleta tempo.

b. Alvos apropriados para os morteiros: (1) Alvos de médias dimensões, como armas coletivas e grupos

inimigos, particularmente os que ocupam posições desenfiadas. (2) Alvos-zona, utilizando o tiro com ceifa em profundidade. (3) Alvos desenfiados que sejam considerados muito próximos da

tropa amiga para serem batidos pela artilharia. (4) Postos de observação e seteiras de casamatas empregando

granadas fumígenas (tiros de cegar).

∙∙∙∙∙

∙∙

Ap

Cmdo

∙∙∙

∙∙ ∙∙AC

Me

Me 84

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c. Os canhões e morteiros também podem disparar granadas iluminativas e fumígenas.

10-3. POSIÇÕES DE TIRO

a. Inicialmente, o comandante da fração deverá tomar conhecimento da zona de posição determinada pelo comandante da companhia, a zona de ação da subunidade e as vias de acesso a serem utilizadas pelos pelotões de fuzileiros, identificando alvos revelados e prováveis. Em função das missões de tiro, escolherá as posições procurando satisfazer, ao máximo, as condições desejáveis para cada tipo de armamento.

b. As posições das armas AC devem permitir a execução do tiro direto sobre os alvos ou setor de tiro designados, sem interferência de tropas amigas, vegetação e outros obstáculos. Quando possível, deve possuir espaço suficiente para permitir o tiro em blindados inimigos, com ligeiras mudanças de posição. O comandante do pelotão anticarro pode coordenar com os comandantes dos pelotões de apoio das companhias de fuzileiros o posicionamento das armas AC para obter o máximo de eficácia dos fogos anticarro do batalhão. A escolha de posições de tiro nas zonas de ação das companhias vizinhas será possível desde que não interfira se não interferir no tiro e no movimento dos elementos destas companhias. Condições desejáveis às posições de tiro das armas AC:

(1) Quanto às possibilidades técnicas de tiro: (a) Bater alvos dentro do alcance de utilização. (b) Permitir tiro de flanco contra carros. (c) Oferecer segurança para a tropa amiga. (d) Oferecer condições de segurança adequada à retaguarda

(zonas perigosas e de precaução), inexistência de obstáculos e tropas amigas.

(2) Quanto à proteção: (a) Protegida contra os tiros de trajetória tensa das armas

inimigas. Sempre que possível, dispor de abrigo à retaguarda para facilitar o remuniciamento e para proporcionar proteção à guarnição da peça, quando fora de ação.

(b) Coberta da observação terrestre e aérea do inimigo. (c) Dispor de máscara para a chama da culatra. (d) Localizadas em terreno não poeirento. (e) Possibilitar a dispersão entre as peças, desde que permita a

condução do tiro pelo comandante de seção a voz ou gestos. (f) Não ser referenciada por pontos notáveis.

(3) Quanto à facilidade de acesso: (a) Apresentar itinerários desenfiados para acesso à posição,

remuniciamento e mudanças de posição. (b) Permitir acesso para viaturas.

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(4) Quanto à observação e campos de tiro: (a) Boa observação sobre os setores de tiro e as posições da

tropa amiga. (b) Campos de tiro amplos e profundos (procurar partes altas do

terreno) que permitam bater obstáculos AC (defensiva).

c. As posições de tiro dos morteiros devem permitir que os alvos sejam eficazmente batidos (dentro do alcance útil) e o controle do tiro pela voz, telefone ou rádio de um local onde se observe os alvos e a tropa de 1º escalão. Condições desejáveis às posições de tiro dos morteiros:

(1) Quanto às possibilidades técnicas de tiro: (a) Bater alvos dentro do alcance de utilização. (b) Segurança para realização do tiro em relação à tropa amiga. (c) Posição o mais avançada possível e central em relação à

frente a bater. (d) Ausência de obstáculos que interfiram na execução do tiro.

(2) Quanto à proteção: (a) Proteção contra as vistas e fogos inimigos. (b) Dispersão entre as peças para evitar que duas posições de

morteiro sejam atingidas pela mesma granada. Esta dispersão é limitada pela necessidade do controle pela voz ou por sinais (40 m).

(c) Não referenciada por pontos notáveis. (d) Dispor de posições de muda. Este fator é de fundamental

importância, pois possibilita as mudanças de posição para evitar fogos de contramorteiro.

(e) Afastada de instalações logísticas. (f) Na defensiva, estar protegida por elementos de manobra

(pelotão reserva). (3) Quanto à facilidade de acesso:

(a) Itinerários desenfiados para acesso à posição, remuniciamento, mudança de posição e circulação de mensageiros.

(b) Se possível possuir acesso para viaturas. (4) Quanto à observação e campo de tiro:

(a) Posto de observação o mais próximo possível das peças. (b) Posto de observação que ofereça vistas sobre a tropa

amiga.

10-4. CONDUTA DO FOGO

a. Seção AC (1) O planejamento dos fogos de armas AC inclui direções principais

de tiro (missão principal) e setores de tiro (missão secundária). (2) Quando a seção atua em ação de conjunto, seu comandante

designa os alvos e conduz o tiro da seção de acordo com os setores estabelecidos pelo comandante da companhia.

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(3) Quando uma peça estiver atuando em apoio direto ou em reforço a um pelotão de fuzileiros, o seu chefe, de acordo com a ordem do comandante da fração apoiada, designa os alvos e conduz o tiro da peça.

b. Seção de morteiros (1) Os fogos planejados de morteiros consistem em concentrações

e barragens. (2) As concentrações podem ser executadas por apenas um

morteiro, porém são mais eficazes quando desencadeadas por toda a seção. Elas devem ser planejadas com antecedência para, quando necessário, serem desencadeadas o mais rápido possível. Entretanto, fogos não planejados podem ser pedidos para bater alvos inopinados.

(3) Quando a seção de morteiros está em ação de conjunto, as peças recebem e batem alvos, de acordo com a determinação do comandante de companhia.

(4) Quando a seção estiver em apoio direto a um pelotão de fuzileiros, seu comandante bate alvos de acordo com as necessidades do pelotão apoiado.

(5) Um controle cuidadoso do consumo de munição é essencial, especialmente quando o emprego das viaturas para remuniciamento é difícil e limitado. Uma quantidade suficiente de munição deve estar disponível na posição, para permitir que sejam batidos os objetivos importantes que apareçam.

10-5. OBSERVAÇÃO

a. Normalmente o comandante do pelotão de apoio utiliza o posto de observação do comandante da companhia.

b. Um bom posto de observação deve: (1) Ter boas vistas sobre os objetivos ou setor de tiro e posições

das tropas amigas. (2) Ser coberto e abrigado. (3) Ter itinerários cobertos e desenfiados e possibilitar boa

comunicação com a posição de tiro.

c. Seção AC - O comandante da seção estabelece seu posto de observação num local de onde possa observar seus alvos ou setor de tiro e controlar suas peças. Os chefes de peça colocam-se onde melhor possam observar os seus setores de tiro ou alvos e realizar o controle do tiro a voz ou por gestos.

d. Seção de morteiros - Para que a condução dos fogos possa ter uma maior eficiência a observação do tiro é realizada pelo observador avançado, que permanece junto ao comandante de companhia. O posto de

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observação do observador avançado deve permitir vistas sobre toda a zona de ação da companhia.

e. Deve ser previsto um posto de observação alternativo, que será ocupado caso o principal seja cegado ou receba fogos inimigos.

10-6. CONTROLE

a. O comandante do pelotão de apoio permanece onde sua presença seja mais necessária, assessorando o comandante da companhia ou junto às suas seções. O grau de controle exercido pelo comandante de pelotão sobre suas frações depende dos seguintes fatores:

(1) Tempo disponível para reconhecimento e expedição de ordens;

(2) Possibilidades de observação da zona de ação; (3) Forma de emprego das seções; e (4) Possibilidade de ligar-se com suas frações, velocidade e

intensidade da ação.

b. O comandante de pelotão procura proporcionar o máximo de apoio de fogo aos fuzileiros. Para isso utiliza seu grupo de comando para auxiliá-lo na escolha das posições de tiro, localização de objetivos, na obtenção de dados de tiro, no remuniciamento e no deslocamento das viaturas. O controle do tiro faculta ao comandante de pelotão abrir fogo quando necessário, ajustá-lo sobre o alvo, transportar o tiro de um alvo para outro e suspender ou comandar a abertura do fogo. Controla o tiro por meio de ordens verbais, rádio, telefone ou sinais convencionados.

c. As atribuições do comandante de seção dizem respeito, principalmente, ao controle do tiro e ao remuniciamento.

d. Na seção de morteiros, normalmente, o comandante de seção permanece próximo às posições de tiro para permitir que os comandos sejam dados à voz. Ele recebe os pedidos de tiro, calcula os dados e envia comandos para as peças. Os chefes de peça auxiliam no controle do tiro, quer como observadores auxiliares, quer como comandante da linha de fogo. As comunicações entre o comandante, observador avançado e os chefes de peça, que ficam nas posições dos morteiros, são feitas à voz, por sinais, telefone ou rádio.

10-7. REMUNICIAMENTO

a. A munição necessária à operação é distribuída para as frações ainda na zona de reunião. Devido ao peso e volume da munição de morteiros e armas AC, as viaturas são empregadas o máximo possível no remuniciamento. Sempre que possível, a munição é transportada em

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viaturas até as proximidades das posições de tiro. Normalmente, a posição de descarregamento é determinada pelo comandante do pelotão de apoio.

b. Os encarregados da execução do remuniciamento das peças são os municiadores. Quando a seção atua em ação de conjunto os municiadores das peças formam uma turma de remuniciamento que é comandada pelo sargento adjunto. Esta turma se reúne quando necessário em local pré-determinado, após ser acionada.

c. Do posto de remuniciamento da companhia até a posição de descarregamento, o remuniciamento, via de regra, é realizado pelo adjunto de pelotão, auxiliado pelos motoristas e municiadores. Os municiadores são encarregados do remuniciamento da posição de descarregamento até as posições de tiro, transportando a munição a braço.

d. Quando uma fração está em reforço a um pelotão de fuzileiros, o remuniciamento pode ser providenciado mediante ligação do comandante do pelotão reforçado com o comandante do pelotão de apoio. As viaturas com reboque do pelotão de apoio também são empregadas no remuniciamento das demais frações da companhia, conforme ordem do comandante de companhia.

e. Na marcha para o combate, após cada ação em que tenham sido empregadas, as seções do pelotão de apoio dão ciência ao adjunto sobre o consumo de munição. O comandante do pelotão de apoio é mantido informado sobre a munição existente e a ele cabe decidir sobre a necessidade de remuniciamento do pelotão. Quando for necessário o remuniciamento, determina que o adjunto desloque-se com uma viatura até o posto de remuniciamento da companhia. Se for o caso, o material é descarregado e passa a ser transportado a braço.

f. No ataque, as viaturas com reboque transportam armas, munição e equipamento até a posição de descarregamento, junto à posição inicial de tiro ou suas proximidades. Nesta posição, ou mesmo na zona de reunião (quando a situação impuser), as armas de apoio e uma dotação inicial de munição, necessários à operação, são descarregadas das viaturas, para serem transportadas a braço. Nas viaturas permanece o restante da munição. As viaturas fazem o remuniciamento ininterrupto durante o ataque, podendo ser empregada uma viatura para cada uma das seções.

g. Na defensiva, a munição é guardada em nichos próximos às posições de tiro. Uma quantidade maior de munição pode ser estocada nestas posições conforme determinação do escalão superior. Na instalação de posições defensivas, com forças de segurança à frente e o inimigo ainda distante, o material e a munição podem ser conduzidos de viatura até as posições de tiro, mesmo que seja pela frente do LAADA.

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10-8. NORMAS DE COMANDO DO COMANDANTE DO PELOTÃO DE APOIO

a. Quando da emissão da ordem de operações do batalhão o comandante do pelotão de apoio, normalmente, acompanha o comandante da companhia de fuzileiros. Antes de se dirigir ao posto de comando do batalhão, o comandante do pelotão de apoio, se possível, emite uma ordem preparatória para os comandantes de seção, que ficam, a partir daí, em condições de receber a ordem de operações do pelotão de apoio. Da mesma forma, os comandantes de seção emitem uma ordem preparatória para suas peças, que iniciam a preparação com o máximo de antecedência possível.

b. O comandante do pelotão de apoio acompanha o comandante de companhia durante todo o estudo de situação. Assim, antes mesmo da transmissão da ordem de operações do comandante SU, o comandante do pelotão de apoio já terá conhecimento da decisão do comandante da companhia, permitindo-lhe emitir sua ordem tão logo o comandante de SU finalize a sua. Com isso, os comandantes de seção e chefes de peça terão mais tempo para fazer os seus reconhecimentos, escolherem as posições exatas de tiro, observarem o terreno, ocuparem as posições iniciais e completarem os preparativos para o cumprimento da missão.

c. O comandante da companhia faz-se acompanhar do comandante do pelotão de apoio em seu reconhecimento, para auxiliá-lo em seu estudo de situação. Pode também determinar que este faça um reconhecimento próprio para obter determinados dados. O comandante do pelotão de apoio é acompanhado pelo adjunto de pelotão e um mensageiro. O adjunto, como substituto eventual do comandante de pelotão, o acompanha para estar a par de todos os detalhes da missão.

d. Baseado em seu próprio reconhecimento e nas propostas feitas pelo comandante do pelotão de apoio, o comandante da companhia informa em sua ordem as zonas de posições das frações do pelotão. Se o comandante SU não houver designado a posição de descarregamento, esta será escolhida pelo comandante de pelotão.

e. As normas de comando do comandante do pelotão de apoio obedecem à seguinte seqüência:

(1) Recebimento da ordem preparatória do comandante de companhia;

(2) Emissão da ordem preparatória do pelotão de apoio; (3) Preparativos para a operação; (4) Recebimento da ordem de operações do comandante de SU; (5) Apresentação das frações ao comandante do elemento apoiado

e recebimento da ordem deste, no caso das armas em reforço;

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(6) Reconhecimento e estudo de situação; (7) Emissão da ordem de operações; e (8) Fiscalização.

f. Durante os entendimentos do comandante da companhia com os outros elementos do batalhão, o comandante do pelotão de apoio toma ciência de aspectos importantes para o emprego de suas frações. Com os elementos em contato procura informar-se de posições de armas automáticas, postos de observação, armas AC, campos de minas e OT Inimigas. Com os elementos de apoio do batalhão informa-se das zonas de posição e alvos a serem batidos.

g. Em seu reconhecimento, o comandante do pelotão escolhe um posto de observação que ofereça o máximo de vistas sobre a zona de ação da companhia e levanta:

(1) Posições inimigas identificadas; (2) Posições inimigas prováveis; (3) Posição das armas de apoio do batalhão; (4) Posição das armas de apoio dos elementos em contato, se for o

caso; (5) Alvos a serem batidos pelas armas do batalhão; (6) Objetivos, linha de partida e limites da companhia; (7) Vias de acesso, eixo de progressão e itinerários; (8) Posição defensiva dos fuzileiros (ou postos avançados); e (9) Obstáculos a serem batidos (na defesa).

h. Após levantar estas informações o comandante do pelotão de apoio realiza seu estudo de situação, devendo:

(1) Planejar o emprego das frações para apoiar a manobra da companhia;

(2) Propor ao comandante da companhia o emprego das seções; (3) Determinar que armas irão bater os alvos identificados; (4) Determinar as zonas de posição, posição de descarregamento e

de espera e postos de observação, caso o comandante da companhia não tenha designado tais posições;

(5) Determinar os itinerários para ocupação das posições e remuniciamento;

(6) Identificar os setores de tiro das armas (7) Definir como se processará o deslocamento do pelotão; (8) Verificar as necessidades de mudança de posição; (9) No ataque, verificar os locais além dos quais a progressão dos

fuzileiros torna-se perigosa pelo fogo das armas de apoio e concluir sobre a necessidade de alongar os fogos;

(10) Coordenar com os fuzileiros a segurança aproximada. (11) Coordenar hora e local das patrulhas nos setores de tiro.

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(12) Prever os sinais de alarme e medidas para desencadeamento dos fogos.

j. Após seu planejamento, enviar um mensageiro para guiar os comandantes de seção até o posto de observação, onde receberão a ordem de operações.

10-9. NORMAS DE COMANDO DO COMANDANTE DE SEÇÃO

a. Recebimento da ordem do comandante de pelotão. (1) O comandante de seção poderá receber a O Op no posto de

observação do comandante do pelotão ou na zona de reunião. Neste último caso, o comandante de seção, inicialmente, estudará os itens da ordem baseado na carta e, em seguida, se deslocará para um posto de observação, a fim de efetuar seu reconhecimento e estudo de situação.

(2) Quando o comandante de seção for chamado para receber a O Op, o chefe de peça mais antigo fica no comando da seção.

(3) A forma de emprego das frações é recebida na ordem de operações do pelotão. Se a forma de emprego for em reforço, o comandante de seção deve apresentá-la ao comandante do pelotão reforçado, recebendo deste a ordem de operações.

(4) Quando a missão exigir um deslocamento imediato à frente, o comandante de seção ordenará isso, antes de iniciar o seu reconhecimento.

(5) Quando os morteiros e os canhões estiverem em ação de conjunto à companhia, os comandantes de seção, após receberem a ordem do comandante do pelotão, deslocam-se antes de sua fração para a zona de posição e identificam seu alvos ou setores de tiro e a localização da tropa de primeiro escalão. Após terem escolhido a localização exata das armas, das posições de espera e do posto de observação, determinam os deslocamentos das peças para as posições de tiro.

(6) Quando alguns elementos do pelotão de apoio são empregados em reforço aos pelotões de fuzileiros, os comandantes de seção fazem, pessoalmente, a entrega de suas peças que passaram em reforço aos pelotões de fuzileiros.

b. Reconhecimento e estudo de situação do comandante de seção: (1) Identificar a zona de posição de tiro designada e escolhe a

posição exata das armas; (2) Identificar o setor de tiro, os alvos e as posições inimigas

ocupadas ou prováveis; (3) Identificar o dispositivo das tropas amigas; (4) Identificar locais para posto de observação da seção; (5) Planejar o emprego de sua seção; (6) Determinar dados de tiro para alvos, posições inimigas ou

pontos característicos do terreno;

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c. Emissão de Ordens: (1) A ordem preparatória e a ordem de operações do comandante

de seção são extraídas das ordens do comandante do pelotão. São transmitidas aos chefes de peça no que lhes interessar, acrescidas dos detalhes do escalão seção. Cada chefe de peça, por sua vez, extrai delas o que interessar aos seus soldados e emite suas ordens determinando também aqueles detalhes inerentes ao seu escalão.

(2) Os itens da ordem não são rígidos. Outras prescrições julgadas necessárias poderão ser incluídas, tendo-se, porém, o cuidado de só incluir na ordem o que realmente interessar a quem for recebê-la.

(3) As ordens do comandante de seção e chefe de peça são verbais. Normalmente são emitidas no posto de observação da seção e devem ser precedidas de um giro do horizonte.

(4) A fração empregada em reforço a um pelotão de fuzileiros receberá ordem para apresentar-se ao comandante daquele pelotão e receberá dele a ordem de operações.

(5) As ordens emitidas posteriormente pelo comandante de seção devem conter somente as informações necessárias ao cumprimento das missões futuras.

10-10. DOCUMENTAÇÃO

a. Generalidades (1) A documentação do pelotão de apoio é constituída pelo plano de

fogos do pelotão de apoio, pelos roteiros de tiro das seções e pelos cartões de alcance das armas AC.

(2) Estes documentos são preparados pelos comandantes de fração durante os preparativos da operação. Eles tem por finalidade: possibilitar à guarnição determinar rapidamente os dados necessários à execução de qualquer missão de tiro, inclusive à noite ou em condições de pouca visibilidade; transmitir dados em caso de substituição ou recompletamento; e informar ao escalão superior os detalhes da instalação das posições e dos alvos a serem batidos.

(3) A documentação é sempre confeccionada em duas vias: a primeira via é enviada ao comandante do pelotão. A segunda, permanece com quem a confeccionou.

b. Plano de fogos do pelotão de apoio - Normalmente constituído por dois calcos. Um do plano de DAC, baseado no roteiro da seção AC e outro relativo aos fogos de morteiro, que é baseado no calco e na lista de alvos que foram confeccionados pelo observador avançado da seção de morteiros junto ao comandante de companhia. O comandante do pelotão organiza-o e remete ao comandante da companhia, que aprova ou introduz as modificações necessárias, consolidando o plano de fogos do pelotão de

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apoio. Em seguida, o comandante do pelotão de apoio distribui cópias aos pelotões de fuzileiros.

c. Roteiro de tiro (1) É o documento que contém todos os dados necessários ao

cumprimento da missão da seção. Pode ser um calco ou um esboço, confeccionado pelo comandante de seção, tão logo as posições de tiro sejam escolhidas e determinados os alvos ou setores de tiro. Caso seja necessário, deve ser preparado para as posições de muda e suplementares.

(2) O roteiro de tiro deverá conter: (a) A localização das posições principais, de muda e

suplementares. (b) O setor de tiro da seção ou peça. (c) A localização de obstáculos AC, no caso da seção AC ou

a localização das barragens e concentrações para a seção de morteiros. (d) As prescrições quanto à conduta do tiro. (e) A prioridade dos trabalhos de organização do terreno. (f) Outras informações importantes.

(3) No caso dos morteiros pode ser feita uma regulação prévia para que sejam tomados dados de tiro. Esta regulação somente pode ser desencadeada de acordo com as ordens recebidas do comandante de pelotão, autorizado pelo escalão superior.

(4) Quando uma peça for empregada em reforço, seu chefe também confeccionará um roteiro de tiro.

d. Cartão de alcance das armas AC – Este documento será confeccionado pelo chefe de peça. Nele serão registradas as distâncias de pontos nítidos do terreno que servirão de referência para o rápido desencadeamento dos fogos em alvos que estejam próximos à estes pontos. Quando necessário registra-se os azimutes das direções de tiro, com vistas a identificá-las facilmente.

ARTIGO III O PELOTÃO DE APOIO NA OFENSIVA

10-11. MARCHA PARA O COMBATE

a. O pelotão de apoio da companhia de fuzileiros que constitui o escalão de combate na marcha de aproximação (3ª Fase) adota os dispositivos e processos de deslocamento semelhantes aos dos pelotões de fuzileiros. Os comandantes deslocam-se junto dos primeiros homens de suas frações, controlando o deslocamento, modificando os dispositivos, se necessário. Ao mesmo tempo, mantêm-se ligados por mensageiro e, quando possível, pela vista, com o comandante do pelotão de apoio ou

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comandante do escalão de reconhecimento que se desloca à testa do pelotão.

b. Durante a marcha, os comandantes de fração realizam um estudo contínuo do terreno, procurando identificar locais de possíveis resistências inimigas, posições de tiro para batê-las, posições de descarregamento, se for o caso, e itinerários para a ocupação das posições de tiro. Assim, ficam em condições de, caso seja estabelecido o contato com o inimigo e tão logo seja determinado pelo comandante de pelotão, colocar suas armas em posição com a máxima rapidez.

c. Quando a coluna é detida por imposição do inimigo, os comandantes das seções que estejam em ação de conjunto ao escalão de combate e os chefes de peça em reforço ao Esc Rec devem, por iniciativa, cerrar para um posto de observação junto do comandante do pelotão ao qual estão subordinados, fazendo-se acompanhar de um mensageiro e procuram se inteirar da situação. Em caso de emprego de sua fração, após receber ordem do comandante de pelotão, analisam, durante seu reconhecimento e estudo de situação, os seguintes aspectos:

(1) Missão – Apoiar a progressão dos fuzileiros, destruir ou neutralizar a resistência inimiga e fazer a segurança de um flanco ou face a uma direção.

(2) Inimigo – Valor e localização das resistências identificadas e outras possíveis resistências.

(3) Terreno – Zonas de posição que satisfaçam às condições desejáveis para os morteiros e armas AC. Locais em que os fuzileiros estão detidos, itinerários de progressão dos mesmos e posições a serem ocupadas por frações da companhia de comando e apoio em reforço.

d. Após o reconhecimento e estudo de situação, emitem sua ordem. Para isto, ocupam um posto de observação que deve permitir observar o tiro das peças, o itinerário de progressão dos fuzileiros e manter ligação com o comandante de pelotão.

e. Os comandantes de fração observam o desenrolar da ação, de modo a estarem em condições de modificar ou detalhar a ordem inicial, se for necessário. Neste caso, imediatamente submetem a modificação ao comandante do pelotão de apoio ou do escalão de reconhecimento. Se a sua ligação com este for interrompida, empregam as peças por iniciativa própria, tendo sempre em vista a segurança dos fuzileiros, e o informam na primeira oportunidade. Ao término da ação, se houver baixas, os comandantes reorganizam suas frações e informam aos comandantes do pelotão de apoio ou escalão de reconhecimento.

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10-12. ATAQUE

a . Preparativos para o ataque (1) Antes do ataque, normalmente, o pelotão ocupa uma zona de

reunião onde realiza os preparativos para o ataque. A fiscalização destas atividades é atribuição do comandante de pelotão. Esses preparativos incluem as medidas administrativas constantes na ordem de operações do comandante da companhia, tais como:

(a) Reconhecimentos e planejamentos são realizados e ordens são emitidas;

(b) O material desnecessário é reunido com o encarregado de material;

(c) As viaturas necessárias juntam-se às suas frações; (d) O material permanece nas viaturas caso haja possibilidade

de deslocamento até a posição de ataque ou suas proximidades; e (e) Se não houver possibilidade de deslocamento do material

em viatura, o mesmo é desembarcado e preparado para o transporte a braço.

(2) Enquanto o pelotão se prepara para o ataque, seu comandante, acompanhado do adjunto de pelotão e do mensageiro, vai à frente com o comandante da companhia para planejar o ataque. O sargento mais antigo fica com a tropa, coordenando os preparativos.

(3) O pelotão de apoio pode receber ordem para ocupar posições de tiro para proteger a zona de reunião, quando a companhia ocupar uma zona de reunião isolada ou quando ocupar um flanco da zona de reunião do batalhão.

(4) A seção de canhões, ou parte dela, pode ocupar uma posição provisória, seja para reforçar um pelotão de fuzileiros incumbido da segurança, seja para bater vias de acesso perigosas, particularmente quando a companhia ocupa uma zona de reunião isolada ou uma posição no flanco da zona de reunião do batalhão, e há probabilidade de ataque de CC inimigo.

(5) A seção de morteiros normalmente não ocupa posições de tiro quando a companhia ocupa parte da zona de reunião do batalhão. Quando a companhia ocupa uma zona de reunião isolada, seu comandante pode determinar que os morteiros sejam instalados para bater as vias de acesso favoráveis ao inimigo.

(6) Se não receber nenhuma dessas missões, as seções realizam os preparativos para o ataque, permanecendo suas peças nas viaturas.

b. Ocupação das posições de tiro (1) No deslocamento da zona de reunião para a linha de partida, o

comandante do pelotão de apoio determina que cada seção ocupe suas posições de tiro para apoiar o ataque;

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(2) Os comandantes de seção reúnem-se com o comandante do pelotão ou comandante da fração que apóiam para receber ordens, devendo antes, ter mostrado aos chefes de peça mais antigos um local coberto próximo às posições de tiro.

(3) As armas de apoio devem estar em condições de realizar o tiro antes da companhia abandonar a posição de ataque.

(4) Seção Anticarro (a) Sempre que possível, as armas, munição e acessórios da

seção são transportados em viaturas até uma posição de descarregamento. O transporte da posição de descarregamento até a posição de tiro inicial é feito a braço, ocupando antes, se houver, uma posição de espera.

(b) Os chefes de peça fiscalizam a preparação e a ocupação das posições de tiro, que deve ser feita utilizando ao máximo as cobertas e os abrigos existentes, de maneira a não denunciar a entrada em posição. Quando não houver posições desenfiadas, as armas entram em posição imediatamente antes do início do seu tiro, normalmente aproveitando os fogos de preparação ou a intensificação de fogos que antecede o ataque.

(c) Quando os municiadores não estiverem sendo empenhados no remuniciamento, na segurança aproximada, como mensageiro, ou em qualquer outra missão, devem permanecer abrigados nas proximidades da peça sem perder a ligação com seus chefes de peça.

(5) Seção de morteiros (a) Antes do ataque, o comandante seção faz um calco de

alvos, mostrando as posições das peças, o ponto de vigilância (PV) na zona inimiga e determina todos os dados de tiro necessários.

(b) Como normalmente ocupam posições desenfiadas, as guarnições deslocam-se em viaturas, da zona de reunião até uma posição de descarregamento, localizada próximo das posições de tiro.

(c) Na posição de descarregamento as armas, acessórios e um suprimento inicial de munição são descarregados e, posteriormente, transportados a braço até as posições de tiro.

(d) Após o reconhecimento, o comandante de seção leva os chefes de peça à frente, mostra as zonas de posições e fornece a direção geral de tiro e o azimute sobre o qual devem ser apontados os morteiros.

(e) O chefe de peça escolhe a exata posição de tiro, ordena a entrada em posição e fiscaliza a preparação e ocupação. Determina que a munição fique bem camuflada, bem como a peça. Informa ao comandante de seção e este ao comandante de pelotão, quando a fração está pronta para o tiro.

(f) O comandante seção e os chefe de peça são os responsáveis pela segurança nas zonas de posição.

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c. Fogos de apoio durante o ataque (1) Seção AC

(a) As peças da seção AC normalmente não participam da preparação ou intensificação de fogos.

(b) As seções apóiam pelo fogo as frações de fuzileiros de sua companhia.

(c) Freqüentemente, a seção segue um pelotão de fuzileiros ou uma direção geral ao longo de um flanco da companhia, ocupando posições de tiro sucessivas.

(d) Os comandantes de seção ou chefes de peça observam continuamente a progressão dos fuzileiros e os alvos, a fim de evitar que seus fogos se tornem perigosos para as tropas amigas. Procuram posições para as suas peças de onde possam desencadear tiros sobre os carros de combate e sobre as resistências inimigas situadas em espaldões e casamatas, que interferem na progressão do escalão de ataque. Outras missões que a seção pode receber durante o ataque são:

((1)) Bater as vias de acesso favoráveis à aproximação dos blindados inimigos.

((2)) Proteger os flancos da companhia. ((3)) Proteger a reorganização da companhia. ((4)) Repelir os contra-ataques.

(2) Seção de morteiros (a) As peças da seção de morteiros podem participar dos fogos

de preparação, caso os fogos de outras armas de apoio sejam julgados insuficientes.

(b) No desenrolar do ataque, os morteiros executam fogos a pedido para bater resistências inimigas que interfiram na progressão dos pelotões do escalão de ataque.

(c) Quando os fogos se tornarem perigosos para os pelotões de fuzileiros que se aproximam da zona do alvo, serão transportados para alvos mais distantes ou outros localizados nos flancos.

(d) Durante o assalto, os fogos são desencadeados sobre alvos nos flancos ou além do objetivo.

(3) Conduta dos comandantes de seção durante o Ataque (a) Comandar e determinar a abertura dos fogos. (b) Dirigir os fogos de sua fração. (c) Determinar as mudanças de posição. (d) Observar constantemente a progressão dos fuzileiros. (e) Determinar a suspensão, transporte ou alongamento dos

fogos. d. Mudança de posição

(1) Quando a missão dada não puder mais ser cumprida com eficiência, de determinada posição de tiro, será feita uma mudança para nova posição a fim de que haja um mínimo de interrupção no apoio.

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(2) As peças em reforço mudam de posição mediante ordem do comandante do pelotão reforçado. As frações que se encontrarem em apoio direto devem informar ao comandante do pelotão apoiado sobre a mudança de posição e o período em que haverá impossibilidade de execução do tiro.

(3) Seção AC (a) A seção AC pode mudar de posição, toda de uma vez,

durante uma pausa do combate ou quando não for necessário um apoio continuo.

(b) Quando for necessário o apoio de fogo contínuo, o deslocamento é feito por peças.

(c) A peça que permanece em posição toma a seu cargo as missões de tiro das que se deslocam.

(d) Os estudos preliminares para a mudança de posição começam logo que as peças ocupem as posições de tiro e estejam prontas para atirar.

(e) Quando a mudança de posição é feita por peça, o comandante da seção, seguido da peça que se desloca em primeiro lugar, vai à frente para escolher as novas posições e determina a hora ou sinal para o deslocamento das outras peças.

(f) Quando a seção for mudar de posição toda de uma vez, seu comandante, acompanhado do mensageiro, desloca-se antes, a fim de reconhecer as novas posições, na zona designada pelo comandante do pelotão, ordena depois, por sinais ou mensageiro, o deslocamento da seção, o que é feito com as peças aproveitando os abrigos, as cobertas e os itinerários desenfiados.

(4) Seção de morteiros (a) O comandante da seção e os chefes de peça devem estar

sempre prevendo e planejando mudanças para novas posições a fim de continuarem a prestar apoio eficaz aos pelotões que progridem. As novas posições e os itinerários desenfiados até as mesmas são escolhidos por meio de reconhecimento pela vista ou no local.

(b) Quando a seção estiver em ação de conjunto ou apoio direto, mudará de posição mediante ordem do comandante do pelotão de apoio, sob o controle do comandante seção. A mudança é feita por escalões, para que haja continuidade de fogos. Se uma peça estiver atuando em reforço a um pelotão de fuzileiros, o comandante deste pode dirigi-lo.

(c) As armas e a munição são levadas em viaturas. Contudo, se isso não for possível, serão transportadas a braço.

(d) O observador avançado desloca-se para o posto de observação de muda por iniciativa, quando o posto de observação inicial estiver ameaçado pelo inimigo, ou quando uma cortina de fumaça atrapalhe a observação.

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(e) O comandante de seção pode deslocar seus morteiros para a posição de muda quando os tiros inimigos ameaçam a posição principal. Quando o comandante de seção estiver no posto de observação, será delegada ao chefe de peça mais antigo a atribuição de fazer a mudança de posição da seção.

(f) As posições suplementares normalmente serão ocupadas mediante ordem do comandante do pelotão de apoio.

e. Reorganização (1) Logo que a posição inimiga seja conquistada, ou o ataque fique

detido por qualquer motivo, os comandantes das seções agem prontamente, mesmo na falta de ordens. As armas são instaladas em posições para proteger a reorganização da companhia e repelir os contra-ataques inimigos, à frente e nos flancos dos pelotões de fuzileiros do escalão de ataque. Os morteiros são imediatamente regulados e as concentrações registradas. O planejamento dos fogos para a proteção dos objetivos conquistados tem características defensivas, normalmente, barragens são previstas.

(2) As peças que estejam em apoio direto ou em reforço aos pelotões de fuzileiros ocupam posições nas respectivas zonas de ação. As que se achem em ação de conjunto à companhia são instaladas a fim de barrarem as vias de acesso mais prováveis do inimigo na zona de ação da companhia.

(3) Após as armas entrarem em posição, em condições de repelir contra-ataques, o comandante do pelotão dá início aos preparativos para o prosseguimento do ataque, se for o caso. Determina que os chefes de peça substituam, no âmbito suas frações, os homens que desempenham funções importantes e tenham sido postos fora de combate, substitui os comandantes que tenham sido feridos ou mortos, verifica as condições de funcionamento das armas, reúne e completa a munição. Os chefes de peça informam o efetivo de suas frações e a necessidade em armas. Por sua vez, o comandante do pelotão dá conhecimento de suas necessidades à companhia. Dadas as ordens para o prosseguimento do ataque as ações decorrem da mesma maneira que no ataque inicial.

ARTIGO III O PELOTÃO DE APOIO NA DEFENSIVA

10-13. OCUPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS POSIÇÕES DE TIRO

a. Os chefes de peça ou comandante de seção organizam os roteiros para cada posição de tiro. Deve-se tomar cuidado para evitar que os tiros ponham em perigo os elementos lançados à frente do LAADA, em missão de segurança, patrulha ou construção de obstáculos. A defesa depende, em

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grande parte, dos tiros amarrados. Isto permite o desencadeamento de fogos eficazes mesmo à noite ou em condições de visibilidade reduzida. Por isso devem ser previstos tiros para pontos de travessia obrigatória pelo inimigo (vaus, pontes, etc) ou pontos onde provavelmente o inimigo instalará posições de armas de apoio. Os fogos de proteção final devem ser preparados para serem desencadeados das posições de tiro principal e de muda.

b. Na defensiva, normalmente, as frações do pelotão de apoio são instaladas nas proximidades ou no interior dos núcleos de defesa dos pelotões de fuzileiros. Estas posições por si só já oferecem alguma segurança. Contudo, o comandante de seção é o responsável, pela segurança aproximada de sua fração. As guarnições constroem abrigos individuais nas proximidades da posição da peça e utilizam o armamento individual para sua própria proteção e para a proteção das armas coletivas. Os municiadores, quando não estiverem transportando munição, deverão ser colocados de maneira a proporcionar proteção aproximada às armas coletivas.

c. Após a chegada aos locais designados, as posições e os setores de tiro das armas são indicados aos chefes de peça. Durante a preparação das posições, as armas são instaladas em posições de tiro provisórias e ficam prontas para abrir fogo a fim de bater os setores designados. Quando as posições de tiro principais estiverem prontas as armas são transferidas para elas. Simultaneamente são preparados os postos de observação das seções e das peças.

d. Os abrigos naturais, as linhas de água e outros caminhos cobertos são utilizados nas comunicações e nos movimentos para as posições de muda e suplementares, e para o remuniciamento. Os comandantes de seção inspecionam os abrigos e os disfarces de seus homens e armas. O disfarce acompanha a execução dos trabalhos defensivos. Deve-se evitar, ao máximo, o aparecimento de novas pistas, que denunciem as posições.

e. Após a preparação das posições principais, dos postos de observação e das posições de muda e suplementares, são construídos os abrigos individuais e os nichos de munição. Esses nichos devem estar no interior ou próximo dos espaldões, em lugares secos, abrigados e disfarçados. As posições simuladas são coordenadas com as dos elementos de fuzileiros localizados nas proximidades.

f. Seção Anticarro (1) Sempre que possível, os canhões devem entrar em posição no

interior dos núcleos de defesa para a execução de suas missões.

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(2) Na seção AC a preparação das posições é iniciada com a limpeza de campos de tiro, a construção dos espaldões das posições principais e a construção de tocas.

(3) Quando a posição principal for concluída, serão preparadas as posições de muda (no mínimo, uma para cada peça) e, em seguida, as posições suplementares (se for o caso).

(4) Dentro de cada núcleo de defesa, o comandante da fração de apoio ali localizada deve entrar em ligação com o comandante pelotão de fuzileiros, os comandante GC e outros chefes de peças para:

(a) Inteirar-se da missão dos elementos vizinhos. (b) Coordenar com os fuzileiros a execução da segurança

aproximada que estes devem proporcionar às guarnições. (c) Preveni-los sobre as zonas perigosas e de precaução

ocasionadas pelo sopro das armas AC. (d) Coordenar medidas de apoio mútuo com vizinhos.

(5) Normalmente, as armas AC do LAADA não são empregadas na execução de fogos longínquos. Se receberem a missão de realizar tais fogos, deverão fazê-lo de uma posição suplementar.

g. Seção de morteiros (1) Normalmente a seção é instalada nas proximidades do pelotão

que aprofunda a defesa. (2) As posições principais e os postos de observação são

preparados em primeiro lugar e em seguida as tocas para os municiadores. As posições de muda são preparadas de acordo com a ordem de urgência dos trabalhos.

10-14. CONDUTA DA DEFESA

a. Ações antes do ataque inimigo (1) Todos os dados de tiro são determinados e amarrados. A

documentação das frações é confeccionada e é estabelecida uma escala de serviço de vigilância junto às armas.

(2) Todas as oportunidades devem ser aproveitadas para que sejam reforçados e melhorados os espaldões e abrigos individuais. As armas coletivas devem estar guarnecidas tão logo as tropas inimigas estejam dentro do seu alcance.

(3) Os fogos para bater prováveis zonas de reunião do inimigo e vias de aproximação para posição defensiva devem ser previstos e, quando possível, regulados antes do ataque.

(4) As armas coletivas são apontadas para bater alvos previstos e cujo aparecimento seja mais provável. Depois do inimigo conseguir repelir os elementos de segurança, os morteiros ficam apontados para suas barragens, quando não estiverem cumprindo outras missões de tiro, e as armas AC apontadas para suas direções principais de tiro.

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b. Ação durante ataque inimigo (1) Seção AC - O comandante da seção e os chefes de peça nos

seus setores, ficam atentos à aproximação inimiga de quaisquer direções e, uma vez assinalado o inimigo, não devem perdê-lo de vista. Ao alerta do aparecimento de blindados inimigos, as guarnições ocupam prontamente suas posições e só atiram quando os carros estiverem dentro do alcance de utilização de suas armas ou após atingida uma linha do terreno pré-determinada, procurando batê-los com tiros de flanco ou enfiada desencadeados de surpresa. Durante a progressão inimiga, a seção AC bate os alvos adequados em seu setor de tiro, não interessando, por exemplo, atirar sobre alvos não compensadores que precedem o ataque inimigo

(2) Seção de morteiros - Enquanto o inimigo progride, os observadores pedem os tiros que se fizerem necessários nos seus setores. Se os fogos de proteção final forem pedidos, os morteiros desencadeiam suas barragens. Se a barragem de um morteiro estiver fora da zona onde os fogos de proteção final se fizerem necessários, ele deve desencadear as concentrações que tenham mais possibilidades de reforçar os fogos da área ameaçada. Se o inimigo penetrar em qualquer parte da área de defesa, os morteiros atiram na zona de penetração para desorganizá-lo ou destruí-lo, evitando o alargamento da brecha.

c. Prescrições para a noite e condições de pouca visibilidade (1) À noite os morteiros permanecem apontados para sua barragem

normal e as armas AC para suas direções principais de tiro. A utilização de artifícios de iluminação e de sinalização deve ser prescrita pelo escalão superior.

(2) O comandante de seção e os chefes de peça providenciam para que parte da guarnição esteja preparada para desencadear os tiros previstos, a qualquer momento, a fim de bater as vias de acesso mais prováveis que possam ser utilizadas pelo inimigo à noite. Se possível deve permanecer um homem observando o setor de tiro e outro junto às armas.

(3) Durante a noite, as pecas do pelotão de apoio da companhia podem ocupar posições suplementares para dar apoio imediato ao LAADA contra prováveis infiltrações inimigas.

10-15. MUDANÇAS DE POSIÇÃO

a. Via de regra, as mudanças de posição são realizadas nas pausas do combate e excepcionalmente sob fogo, dependendo, neste caso, das cobertas e abrigos existentes. As mudanças para as posições de muda ou suplementares são, normalmente, realizadas mediante ordem do comandante do pelotão de apoio ou dos núcleos de defesa em cujo interior as peças estejam instaladas. Estas mudanças são realizadas quando a missão de tiro de qualquer das armas coletivas não puder mais ser

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cumprida com eficiência das posições de tiro principais, ou quando a quantidade de tiros efetuados tenha denunciado a localização das posições principais.

b. Quando as seções atuam em ação de conjunto, sempre que possível, as mudanças de posição devem ser realizadas por escalões para preservar a continuidade do fogo. Em casos de emergência, a decisão de deslocar uma arma coletiva da posição principal para a de muda, a fim de evitar sua destruição pelo fogo ou por elementos de infiltração, é tomada pelo comandante mais graduado e mais próximo da arma. Neste caso, esta decisão é participada, logo que possível, ao comandante do núcleo de defesa onde estiver localizada a arma e ao comandante pelotão de apoio.

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A-1

ANEXO A

EXEMPLOS DE ORDEM DE OPERAÇÕES

A-1. GENERALIDADES

A ordem de operações do comandante de companhia é emitida em um posto de observação ou caixão de areia. O exemplo a seguir trata-se apenas de um roteiro que pode ser observado.

A-2. ORDEM DE OPERAÇÕES DE ATAQUE

EXEMPLAR Nr 5 de ___ cópias 1ª Cia Fuz R P Cot 549 (8239) D-1/2200 RJG - 32

ORDEM DE OPERAÇÕES Nr 7

Ref: Crt MG, Esc 1/25.000, Fl RIO COLORADO

1. SITUAÇÃO a. Forças Inimigas

1) O Ini presente em nossa zona de ação tem valor aproximado de um Pelotão de Infantaria Leve, orgânico da Cia Inf L/ RIL.

2) Foram levantadas 4 posições de metralhadoras 7,62 M60 em nossa zona de ação, duas a mais que a dotação normal do Ini, estas armas batem eficazmente obstáculos de proteção local na porção N de R Altu P Cot 515 (8039).

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A-2

3) O Inimigo encontra-se a 5 dias na posição e encontra-se bastante adiantado na preparação de suas posições.

b. Forças Amigas 1) A intenção do Cmt 84º BI Mtz é

...................................................................................................... 2) A 2ª Cia Fuz atacará no nosso flanco N; 3) A 1ª/ 82º BI Mtz atacará no nosso flanco S; 4) A 1ª/83º BI Mtz encontram-se em contato com o inimigo e apoiará o

desembocar de nosso ataque.

2. MISSÃO a. Ultr Elm da 1ª/ 83º BI Mtz, atacar em D/0700, na direção P Cot 526

(8238) – P Cot 599 (8039), para conquistar a R Altu P Cot 564 (8039), ficando ECD Pross para W ou Mnt para Ap Ultr. Tudo com a finalidade de permitir ao 84º BI Mtz a conquista da região de Altu de P Cot 564 (8039) – P Cot 537 (8040) – P Cot 576 (8040). 3. EXECUÇÃO

a. Conceito da operação 1) Manobra

a) A 1ª Cia Fuz, Ultr Elm do 83º BI Mtz, realizará um Atq, na direção P Cot 526 (8238) – P Cot 599 (8039), com o 1º Pel Fuz ao S, realizando o Atq Pcp, para Conq porção S de R Altu P Cot 515 (8039) (O1) e com o 2º Pel Fuz ao N para Conq porção N de R Altu P Cot 515 (8039) (O2).

b) Após a Conq de O1 e O2, a SU prosseguirá no Atq, com o 1º Pel Fuz ao S, para Conq porção S de P Cot 564 (8039) (O3) e com o 2º Pel Fuz ao N, Rlz o Atq Pcp, para Conq porção N de P Cot 564 (8039) (O4).

c) Após a Conq de O3 e O4, a SU ficará ECD Pross para W ou Mnt para Ap Ultr.

d) Anexo “B” - Calco de Operações 2) Fogos

a) Haverá fogos de preparação entre D/0645 e D/0700; b) Prio F

(1) Até a Conq de O1 e O2: 1º Pel Fuz (2) Após a Conq de O1 e O2: 2º Pel Fuz

b. 1º Pel Fuz

c. 2º Pel Fuz d. Apoio de Fogo

1) Pel Ap a) Seç AC

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A-3

(1) Seç AC (-2ª e - 3ª Pç CSR): Rfr ao 1º Pel Fuz (2) 2ª Pç CSR: Rfr 2º Pel Fuz (3) 3ª Pç CSR: Rfr 3º Pel Fuz

b) Seç Mrt Me: Aç Cj 2) An C: Plano de fogos da SU (omitido)

e. Reserva - 3º Pel Fuz.

- Limpar a R Altu P Cot 515, após a conquista de O1 e O2 pelo Esc Atq SU.

- Limpar a R Altu P Cot 564, após a conquista de O3 e O4 pelo Esc Atq SU.

- Lançar um destacamento de ligação para manter a ligação com elementos do 82º BI Mtz.

h. Prescrições Diversas 1) A 1ª Cia Fuz do 83º BI Mtz e seus Elm Ap apoiará o desembocar do

nosso ataque. 2) Durante a progressão entre a LP e a posição de assalto, a SU

adotará a formação em escalão com o 2º Pel Fuz a NW, com o 1º Pel Fuz ao centro e com o 3º Pel Fuz a SE.

3) Mvt para a P Atq: An D (Q Mvt) (omitido). 4) Hora de assunção do comando da Z Aç: D/0500. 5) An E: Plano de ultrapassagem (omitido). 6) Os Pel Fuz deverão informar a abordagem e a ultrapassagem do

Rio COLORADO (8138). 6) EEI:

- Existem obstáculos no corte do Rio COLORADO? - Existem Pa Ini patrulhando o vale do COLORADO? - Foi identificada alguma outra fração Ini que não esteja constante

no item de possibilidades do Ini?

4. LOGÍSTICA a. Generalidades

1) Organização do apoio a) ATE/ 84º BI Mtz desdobrado na R Faz POLACA (7636) b) ATC/ 84º BI Mtz desdobrado na R Rancho ESTRELA (7935)

2) Desdobramento do apoio a) Área de Trens de Subunidade

(1) Localização - R Enc E P Cot 577 (8038)

(2) Composição - Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos, Posto

de Remuniciamento, Refúgio de Feridos, Área de Cozinha e Posto de Distribuição de Suprimentos.

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A-4

b. Suprimento 1) Classe I

a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe I - Localizado na ATE, na Região de Enc E P Cot 504 (7045) - Aberto a partir de D-1/ 1800

2) Classe III a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe III

- Localizado na ATC, na Região de Enc E P Cot 678 (7440) - Aberto a partir de D-1/ 1800

3) Classe V a) Posto de Remuniciamento Avançado

- Localizado na ATC - Aberto a partir de D-1/ 1800

c. Transporte 1) Circulação e Controle de Trânsito

a) P C Tran Nr 1/ 52ª Bda ..........................................................................................................

b) Restrições (1) Linha de Escurecimento Parcial .......................................................... (2) Linha de Escurecimento Total .......................................................... (3) Velocidades .......................................................... (4) Prioridades: Tropa, suprimento e evacuação.

c) Eixo de Suprimento e Evacuação/ 84º BI Mtz: Rdv 01. d. Saúde

1) Posto de Socorro/ 84º BI Mtz - Localizado na ATC

2) Posto de Refúgio - Localizado na R Enc E P Cot 599 (8039)

e. Manutenção 1) Prio Mnt

- Armamento leve, armamento pesado e Vtr. 2) Material Salvado e capturado

- Informar a Cia C Ap sobre o material que tenha excedido às possibilidades de evacuação do Btl.

3) Posto de Coleta de Material Salvado e Capturado - Localizado na ATE

f. Pessoal 1) Controle de efetivos

- Mensagem diária de efetivo (MDE) para o S1 até 1900 horas, com término do período às 1800.

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A-5

- Deverá ser informado imediatamente ao S1 quando a perda de efetivo dos pelotões for superior a 30% .

g. Diversos ...................................................................................................................

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES a. Comunicações

1) Índice das IECom Elt: 1-1 2) Rádio

a) An __ - QRR b) Prescrições Rádio

1) Silêncio 2) Restrito

- Para o Pel Ap, 1º Pel Fuz, 2º Pel Fuz a partir de D/ 0630.

3) Livre - Para o Pel Ap, 1º Pel Fuz, 2º Pel Fuz após o

desembocar do ataque. - Para a reserva, quando empregada. - Demais Elm Mdt O

3) Meios Físicos a) An ___ - D Cirt b) Explorar ao máximo antes do Dbc ataque. c) As Tu Cnst devem ser Ref quando estiverem trabalhando a

noite. 4) Mensageiros

a) An __ - Crt Itn Msg Esc b) Os Msg deverão ser duplos, percorrerem Itn diferentes e

escoltados quando próximos a Loc e a noite. c) As Msg ultra-secretas e secretas e as volumosas que tenham

precedência U e UU poderão ser conduzidas por Msg Mtz, Mdt solicitação dos Elm responsáveis.

d) Durante a montagem do ataque deverão ser utilizados Msg de Escala

e) Após o início do Atq deverão ser utilizados Msg especiais. 5) Outros Meios

a) Proibido o uso de artifícios pirotécnicos até D/0530. b) Liberado a utilização de meios acústicos somente para

alarme nas áreas de PC e nos Esc SU e Infr a partir de D/0530. c) O emprego de meios diversos está liberado antes de D/0530

só a mais de 4 Km da LP/LC 6) Recursos Locais

- Telefônicos: autorizada a utilização Mdt O

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A-6

7) Prescrições Diversas a) P Obs 1 - MACUCO (8137)

- Abertura: D/0600 - Fechamento: Mdt O

b. Postos de Comando - PC 1ª Cia Fuz: R IGREJA (8340)

c. Outras Prescrições 1) MPE/Com

- NGA Com Elt 2) Dispc Com pronto em D/0300.

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A-7

A-3.ORDEM DE OPERAÇÕES DE DEFESA

Exemplar Nr 4 de __ cópias 1ª Cia Fuz Mo do AÇUCAR (4009) D-4/0800 GJR – 55

ORDEM DE OPERAÇÕES Nr 2

Ref: Crt SP, Esc 1/25.000, Fl RINCÃO

1. SITUAÇÃO a. Forças Inimigas

1) Linha de Ação provável do inimigo: o Ini abordará nossa posição com uma FT RI Mec apoiado por fogos de morteiros 120 mm e artilharia 155 mm. Inicialmente deverá lançar uma forte preparação, enquanto aproxima suas VBC YW 531 H e seus CC AMX 13 da contra-encosta da elevação a nossa frente. Terminada a preparação as VBC e os CC já ocupando posições de ataque pelo fogo iniciarão os fogos diretos sobre nossas posições enquanto a engenharia tentará abrir passagens nos obstáculos lançados a frente do rio ALTANEIRO. Caso a engenharia inimiga obtenha sucesso, será inicialmente lançado um assalto com tropa a pé apoiada pelos fogos diretos das VBC e CC.

2) O Ini poderá abordar nossa posição a partir de D/ 2100 3) O Ini possui dificuldade de ressuprimento principalmente Cl III e V;

suas tropas perderam aproximadamente 10% de sua dotação de pessoal e material.

b. Forças Amigas 1) A intenção do Cmt 84º BI Mtz é

................................................................................... 2) A 2ª Cia Fuz encontra-se a N de nossa posição; 3) A 3ª Cia Fuz mobilia o P Avç C 4) A 2ª/ 82º BI Mtz encontra-se a S de nossa posição; 5) Elm da 21ª Bda C Mec encontram-se em contato com o Ini.

2. MISSÃO

a. Defender no corte do rio ALTANEIRO (4108), a frente compreendida entre Corg do ALTO (4008), inclusive e o Corg do VALE (4009), inclusive. Acolher Elm da 21ª Bda C Mec (F Cob) e da 3ª Cia Fuz (P Avç C) que

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A-8

retraírem em sua Z Aç. Tudo com a finalidade de impedir, em sua Z Aç, o acesso Ini às R De Altu P Cot 363 (3909) – P Cot 366 (3909) e Mo do CURRAL (3910). 3. EXECUÇÃO

a. Conceito da Operação 1) Manobra

a) A 1ª Cia Fuz Rlz uma Def A, no corte do rio ALTANEIRO, na frente compreendida entre o Corg do ALTO (4008), inclusive, e o Corg do VALE (4009), inclusive; com o 1º Pel Fuz a E e com o 2º Pel Fuz a W.

b) Acolherá Elm da 21ª Bda C Mec (F Cob) e da 3ª Cia Fuz que retraírem em sua Z Aç.

c) Anexo “B” – Clc Op. 2) Fogos

- Prio F para o 1º Pel Fuz. - Distribuição das barragens:

- 1º Pel Fuz: 1 Br N GAC 105 - 2º Pel Fuz: 1 Br N Mrt Me

3) Barreiras - Anexo “C” – Extrato do Plano de Barreiras.

b. 1º Pel Fuz c. 2º Pel Fuz

- Retardar na frente compreendida entre o Corg AMARGO (4008), exclusive, e o Corg do VALE, inclusive.

d. Apoio de fogo

1) Pel Ap a) Seç AC: Aç Cj b) Seç Mrt Me: Aç Cj

2) An C: Plano de fogos da SU (omitido)

e. Reserva - 3º Pel Fuz

- Preparar e ocupar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 2º Pel Fuz. - Preparar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 1º Pel Fuz. - Ficar ECD ocupar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 1º Pel Fuz. - Apoiar pelo fogo os pelotões do LAADA, batendo o intervalo

existente entre estes.

f. Prescrições diversas 1) Dispositivo pronto no LAADA em D/1800. 2) Após o dispositivo realizado, os Pel Fuz deverão lançar Pa Lig entre

seus Nu Def e promover intenso patrulhamento à frente do LAADA.

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A-9

3) Os Elm de 1º Esc devem acolher Elm do P Avç C que retraírem em sua Z Aç.

4) Durante a noite e nos períodos de visibilidade reduzida os pelotões do LAADA devem patrulhar o C Mna para impedir o trabalho da engenharia inimiga.

5) Anexo “E” – Plano de acolhimento 6) Anexo “F” – Q Mvt (omitido) 7) Os Pel Fuz de 1º Esc deverão estabelecer P Vig/PE, no valor de

uma esquadra por pelotão. 8) EEI:

- Quando o Ini atuará? - Qual a natureza e o valor do Ini abordando os P Avç C? - Qual a natureza e o valor do Ini abordando o LAADA? - O Ini emprega carros no Esc Atq? - Existem civis auxiliando como força adversa?

9) Prio Trab: - Estabelecimento Pa Rec e Seg. - Estabelecimento Seg local para os trabalhos. - Entrada em Pos das armas coletivas e designação dos setores

de tiro. - Designação da LPF. - Limpeza dos campos de tiro. - Estabelecimento das ligações fio. - Construção de abrigos e espaldões. - Lç de obstáculos e campo de minas. - Preparação das Pos de muda e suplementar. - Estabelecimento de medidas de Ct que se fizerem necessárias.

4. LOGÍSTICA

a. Generalidades 1) Organização do apoio

a) ATE/ 84º BI Mtz desdobrado na R Faz ITALIANA (3207) b) ATC/ 84º BI Mtz desdobrado na R Enc W P Cot 601 (3609)

2) Desdobramento do apoio a) Área de Trens de Subunidade

(1) Localização - R IGREJA (3807)

(2) Composição - Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos, Posto

de Remuniciamento, Refúgio de Feridos, Área de Cozinha e Posto de Distribuição de Suprimentos.

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C 7-10

A-10

b. Suprimento 1) Classe I

a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe I - Localizado na ATE - Aberto a partir de D-1/ 1800

2) Classe III a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe III

- Localizado na ATC - Aberto a partir de D-1/ 1800

3) Classe V a) Posto de Remuniciamento Avançado

- Localizado na ATC - Aberto a partir de D-1/ 1800

c. Transporte 1) Circulação e Controle de Trânsito

a) P C Tran Nr .............................................................................................................

b) Restrições (1) Linha de Escurecimento Parcial .......................................................... (2) Linha de Escurecimento Total .......................................................... (3) Velocidades .......................................................... (4) Prioridades: Tropa, suprimento e evacuação.

c) Eixo de Suprimento e Evacuação/ 84º BI Mtz: Estrada do LODO (3508).

d. Saúde 1) Posto de Socorro/ 84º BI Mtz

- Localizado na ATC 2) Posto de Refúgio

- Localizado na R Enc W P Cot 623 (3909) e. Manutenção

1) Prio Mnt - Armamento leve, armamento pesado e Vtr.

2) Material Salvado e capturado - Informar a Cia C Ap sobre o material que tenha excedido às

possibilidades de evacuação do Btl. 3) Posto de Coleta de Material Salvado e Capturado

- Localizado na ATE f. Pessoal

1) Controle de efetivos

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C 7-10

A-11

- Mensagem diária de efetivo (MDE) para o S1 até 1900 horas, com término do período às 1800.

- Deverá ser informado diretamente ao S1 quando a perda de efetivo dos pelotões for superior a 30% .

g. Diversos .................................................................................................................

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES a. Comunicações

1) Índice das IECom Elt: 1-1 2) Rádio

a) An __ - QRR b) Prescrições Rádio

1) Silêncio - Até o contato com o inimigo

2) Restrito - Durante as ações dos Postos Avançados de Combate

e acolhimento destes 3) Livre

- Após o retraimento dos Postos Avançados de Combate

3) Meios Físicos a) An ___ - D Cirt b) Explorar ao máximo antes do Dbc ataque. c) As Tu Cnst devem ser Ref quando estiverem trabalhando a

noite. 4) Mensageiros

a) An __ - Crt Itn Msg Esc b) Os Msg deverão ser duplos, percorrerem Itn diferentes e

escoltados quando próximos a Loc e a noite. c) As Msg ultra-secretas e secretas e as volumosas que tenham

precedência U e UU poderão ser conduzidas por Msg Mtz, Mdt solicitação dos Elm responsáveis.

d) Durante a montagem do ataque deverão ser utilizados Msg de Escala

e) Após o início do Atq deverão ser utilizados Msg especiais. 5) Outros Meios

a) Proibido o uso de artifícios pirotécnicos até D/1800. b) Liberado a utilização de meios acústicos somente para

alarme nas áreas de PC e nos Esc SU e Infr a partir de D/0530.

6) Recursos Locais - Não está autorizada a utilização

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C 7-10

A-12

7) Prescrições Diversas a) P Obs 1 - P Cot 363 (3909)

- Abertura: D-2/0600 - Fechamento: Mdt O

b. Postos de Comando - PC 1ª Cia Fuz: R PALHOÇA (3807)

c. Outras Prescrições 1) Dispc Com pronto em D/1600.

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C 7-10

B-1

ANEXO B

EXEMPLO DE MATRIZ DE SINCRONIZAÇÃO

Fase Z Reu – P Atq P Atq – LP LP – Z Obt Z Obt - Pos Ass Assalto Cnsld e ReorgINIMIGO Vig pode Exe F

LongínquosInicia F defensivos

aproximadosDesencadeia F no

Vau da CASADesencadeia F nos C Mna

e redes táticasDesencadeia F

ProtRlz C Atq Dir

BORBOLETA - ALTOSistema Operacional

1º Cia FuzTROVÃO

Em colunaMvt contínuo

P Lib Cia Entr NWP Cot 567

Iniciadesdobramento

Assume Z Aç em0530h

Cunha invertidaUt Psg 300m S Vau Ultr Obt Cunha invertida Cunha invertida

1º Pel Fuz(RAIO)

Lidera MvtUt guias

2º/52ºEsqd C Mec

Posiciona-se à Dir.Segue balizamento

azul Psg vauDslc à Dir (Atq Pcp)

1 - Base de fogos e SegAprox para Elm E

2 - Ultr Psg após aberturada trliha na CERCA

Ass Mvt N Obj(Atq Pcp)Em linha

Setor de 9-12

2º Pel Fuz(NUVEM) À Rtgd Eng

Posiciona-se àEsq. Seguebalizamento

amarelo Psg vau

Dslc à Esq1 - Base de fogos e Seg

Aprox para Elm E2 - Ultr Psg após abertura

da trliha na VALA

Ass Mvt S ObjEm linha Setor de 12-3

Manobra

3º Pel Fuz(VENTO) À Rtgd Sec Mrt

Aguarda na P Atqaté Pel 1º Escatingirem LP

Reserva (Rtgd1ºPel)

1 – Manter Pos2– Ap F Psg 1º e 2º Pel

Reserva (RtgdCia)

Limpeza ObjReserva (Rtgd Cia)

Dst Elm Ev PG e Fer

Seç AC(DARDO) À Rtgd 2º Pel

Dirige-se para PosInicial em Enc W

TRIGÊMEASPos Enc W

TRIGÊMEAS

Idt e DestrPos Mtr Ini

Pos Barranco WRio

Destr Mtr IniPos Enc W Mo ALTOPrio Estr SAIBREIRA

Ap FSeç Morteiros

(DRAGÃO) À Rtgd Sec ACDirige-se para PosInicial em Enc E

TRIGÊMEAS

Dsc Con 001Pos Enc E

TRIGÊMEAS

Con 002 e 006 sobre asPos Mtr e GC Ini de W Mo

ALTODsc Con 004 Pos R mata E Mo

ALTO

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C 7-10

B-2

Fase Z Reu – P Atq P Atq – LP LP – Z Obt Z Obt - Pos Ass Assalto Cnsld e ReorgINIMIGO Vig pode Exe F

LongínquosInicia F defensivos

aproximadosDesencadeia F no

Vau da CASADesencadeia F nos C Mna

e redes táticasDesencadeia F

ProtRlz C Atq Dir

BORBOLETA - ALTOSistema Operacional

OA Art Junto ao Cmt Cia Junto ao Cmt CiaCon AA 1102 (Fum

R Vau)Após Rio Con AA

1104

Con AA1106 sobre as PosMtr e GC Ini de W Mo

ALTOCon AA 1108 Con AA 1112

ECD BN A 1120 AAp F

OA Mrt Btl Junto ao Cmt Cia Junto ao Cmt Cia Sol Con AA 1103(Fum 300m S Vau)

Sol Con AA 1105 (Fum PObs Ini) Con AA 1107 Con AA 1111

ECD BE A 1117 A

MCP Eng em Ap À Rtgd PC À Rtgd 1º Pel À Rtgd 1º PelAbrir 01 trilha Próx a

CERCA e outra Próx àVALA

Balizar trilhas ecerrar à Rtgd

Pel Res

Lç Arame Fr 1º Pel, 2ºPel

Log ATSU Na Z Reu até H Atq 200 m ETRIGÊMEAS

200 m ETRIGÊMEAS 200 m E TRIGÊMEAS 200 m E

TRIGÊMEAS300m E MORRO

ALTO

PC À Rtgd 1º Pel Ao Centro Cia Ao Centro Cia Ao Centro Cia Ao Centro Cia Enc E MORRO ALTO

Comando econtrole

ComSU: 54.30/40.00

Btl: 12.500/ 16700Senha: RATO

C Senha: AVIÃO

PirotecVERMELHO

(Along Fogos)

PirotecLARANJA

(F Prot do Obj)

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C 7-10

C - 1

ANEXO C

DADOS MÉDIOS DE PLANEJAMENTO

C-1. OFENSIVA

a. Frentes de ataque (1) Op diurnas

VALOR FRENTE (1) (2) Pel Fuz 0,15 a 0,25 km Pel CC 0,2 a 0,4 km Cia Fuz 0,25 a 0,5 km Btl Inf 1 a 2 km

(2) Op noturnas

VALOR FRENTE Pel Fuz 80 m

(3) Ataque à localidade

VALOR FRENTE (3) Pel Fuz 1 quarteirão Cia Fuz 1 a 2 quarteirões Btl Inf 1 a 4 quarteirões

Observação: (1) Depende dos fatores da decisão, do número de Elm em 1º

escalão e da sua participação no Atq principal ou secundário.

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C 7-10

C - 2

(2) Profundidade variável. (3) Quarteirões de 180m de largura

b. Tempo de parada em objetivo

Obj marcado pelo Btl 1 h Obj marcado pela Bda 1 h 30 min Obj marcado pela DE 2 h 30 min

c. Prazos p/ planejamento

TIPOS DE RESISTÊNCIA INIMIGA Cia Fuz Posição

fortificada Posição

organizada Posição sumariamente

organizada diurno 2h, sendo todas de luz Ataque

centralizado noturno 4h, sendo 3 h de luz Ataque parcelado

Variável 1h de luz

d. Velocidade de progressão em combate

(1) Ataque (contra inimigo da mesma natureza) (a) Diurno

Tr a pé 100 m / 10 min ou 0,6 Km/h Tr a pé com o Ap de CC 100 m / 5 min ou 1,2 Km/h CC, C Bld e Tr Emb em VBTP 100 m / 1,2 min ou 5 Km/h

(b) Noturno

Iluminado ou Eqp visão noturna Idêntica ao diurno Não iluminado (Tr a pé) 100 m / 12 min

(2) Progressão retardada

(a) Face a inimigo da mesma natureza

Velocidade (Km/h) Natureza Diurna Noturna Tr a pé 1,5 1 Tr Mtz 5 1

- Observação: As velocidades noturnas poderão sofrer variações em função da disponibilidade de equipamentos especiais por parte do Ini e/ou de seu oponente.

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C 7-10

C - 3

e. Prazo para emprego da reserva (ações planejadas)

Cia Res/Btl 1 hora

f. Áreas para zona de Reunião Valor Área

Cia Fuz 0,6 Km2 Btl Inf 1,1 Km2

C-2. DEFENSIVA

a. Apoio mútuo e dispersão

Apoio mútuo entre 2 Pel Fuz em Núcleos Def 400 m Afastamento mínimo entre 2 Núcleos de Pel Fuz 200 m

b. Frente e profundidade a defender

Frente Normal Larga Frente Valor Frente Profundidade Frente Profundidade

Pel Fuz 600 a 800m 50 a 200m - -

Cia Fuz 1200 a 1600m 1000m 2400m 2000m

Btl Inf 3200m 2000m 4800m (Dispc Prof)

6400m (Dispc linear)

4000m

- Observação: - O Pel Fuz ocupa um núcleo de defesa de 400m e defende uma

frente de 600 a 800m; c. Defesa de localidade

Valor Frente Profundidade

Pel Fuz 1 a 2 quarteirôes 1 quarteirão Cia Fuz 2 a 4 quarteirões 2 a 3 quarteirões Btl Inf 4 a 8 quarteirões 3 a 6 quarteirões

Observação: Quarteirões de 180m de largura

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C 7-10

C - 4

d. Frentes com outros graus de resistência

Grau de resistência Fração Retardar Vigiar Pel Fuz 1500m 3000m

- Observação: o Pel Fuz ocupa um núcleo de retardamento de 1000 m e retarda uma frente de 1500 m.

e. Prazo para organização da posição defensiva

Tipo de posição Tempo de organização Pos fortificada 15 ou mais jornadas de trabalho Pos organizada igual ou maior que 5 e menor do que 15

jornadas de trabalho Pos sumariamente organizada

igual ou maior que 1 e menor do que 5 jornadas de trabalho

Resistência descontínua

mais de 6 h e menos do que 1 jornada de trabalho

f. Prazo para emprego da reserva

Valor C Atq planejado C Atq não planejado Cia Res / Btl 1 hora 2 horas

C-3. APOIO DE FOGO

a. Para o planejamento das barragens, adotar as seguintes dimensões:

Unidade de Tiro Dimensões (m) Sec Mrt Me 100 Pel Mrt Me/ P 200 Bia Art 105 mm 200 Grupo 105 mm 400 Bia Art 155 mm 300 Grupo 155 mm 600

C-4. APOIO LOGÍSTICO

a. Distância mínima de segurança da AT/SU

OFENSIVA (LP/LC) DEFENSIVA (LAADA) 500 m 1000 m

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C 7-10

C - 5

b. Área de instalações Instalação Dimensão

AT/SU 50 m x 100 m C-5. MOVIMENTOS PREPARATÓRIOS E ESTACIONAMENTO

a. Marchas a pé - Velocidades de deslocamento

- Distâncias até 32 Km Velocidade (Km/h) Tipo de

deslocamento Diurna noturna Em estradas 4,0 3,0

Através do campo 2,5 1,5 - Para distâncias entre 32 e 56 Km, a duração do percurso é

calculada pela divisão da distância pela velocidade e acrescida de 3 horas, destinadas a um "grande alto".

- O Btl e os escalões menores, em condições normais, marcham

durante o dia com a velocidade de 6 Km/h até a distância de 8 Km, inclusive.

- Um Dslc superior a 8 h, num período de 24 h, é considerado

marcha forçada.

b. Marchas motorizadas

1) Velocidades de deslocamento (Km/h)

EM ESTRADA ATRAVÉS CAMPO Diurna Noturna Tipo de Viatura

Até 50 Vtr

Mais de 50 Vtr

Farol aceso

Farol apagado

Diurna Noturna

CC e Bld SL 24 24 24 16 8 5 Bld SR 40 24 24 16 12 5

Vtr Mtz SR 40 24 24 16 8 5

2) Etapas de marcha (em uma jornada) Etapa de Marcha (Km) Viaturas Diurna Noturna

Sobre rodas (coluna com menos de 50 Vtr) 320 120 Sobre rodas (coluna com mais de 50 Vtr) 200 120

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C 7-10

C - 6

- O Btl e os escalões menores, normalmente, só realizam deslocamentos motorizados a distâncias superiores a 8 Km.

c. Tempos de cerrar

DE DIA DE NOITE VALOR A pé Mtz A pé Mtz Btl Inf 25 20 35 30

- Observação: - O tempo de cerrar foi calculado admitindo que a U o faça em um

único eixo; - Válidos para as velocidades de deslocamento normais previstas; - Para a Unidade, tomar o tempo de cerrar da mesma como um

todo; - Para o valor subunidade não se considera o tempo de cerrar.

C-6. TRANSPOSIÇÃO DE CURSO DE ÁGUA a. Transposição de vaus

ELEMENTOS VAU (m) Combatente a pé 1,00 Viaturas 1/4 e 3/4 sobre rodas 0,60 Viaturas 2 1/2 e 5 t 0,75

- Observação: Corrente moderada, fundo firme e margens favoráveis

b. Botes de assalto Tempo para viagem de ida e volta (em

min) largura do rio (m)

Material

Guarnição (Sd Eng)

Capacidade (além da

guarnição)

Vel máxima da

corrente 90 150 300

a. Bote simples 3 12 Fuz equipados 1,50 m/s 4 6 10 1. Bote de assalto

b. Pontão 2 22 Fuz equipados 1,50 m/s - 4 6

a. Navegação a remo 3 12 Fuz equipados 1,50 m/s 4 6 10 2. Bote

pneumático de assalto b. Navegação a

motor de popa 1 14 Fuz equipados 3,50 m/s - 4 5

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C 7-10

C - 7

Observações: - Os botes permitem a travessia de metralhadoras leves e pesadas,

de morteiros 60 e 81 mm e armas anticarro com certa quantidade de munição, reduzindo-se, nesse caso, o número de homens transportados.

- Em rios de pouca largura (até 40 m) e desde que o fogo Ini possa ser neutralizado da primeira margem, os botes de assalto podem ser substituídos pelas passadeiras para a travessia de tropas de assalto.

- Dosagem ideal: 1 Psd por Pel Fuz em 1º Esc - Dosagem mínima: 1 Psd por Cia Fuz em 1º Esc

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C 7-10

D-1

ANEXO DEXEMPLO DE DOCUMENTAÇÕES DO PELOTÃO DE APOIOD-1. CARTÃO DE ALCANCE

Cartão de Alcances CSR 84 mm

Nr Descrição Direção Distância (m) Elevação Munição01 Casa 352° 250 - -02 Vau 315° 500 - -03 Bambual 290° 600 - -04 Bifurcação 297° 700 - -05 Casebre 320° 850 - -06 Duas árvores 295° 900 - -07 Bosque 355° 800 - -

Peça

Data Cmt

2ª / Seç AC / 1ª Cia

06 Jun 05 Cb Flavio

Posição:Pcp

Centro Mo ALTO

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C 7-10

D-2

D-2. ROTEIRO DE TIRO DA SEÇÃO AC

1. MISSÃOApoiar pelo fogo a

defesa da 1ª Cia Fuz.Seç AC: Aç Cj à Cia

2. SERVIÇOa. De dia – Um homem de

permanência porpeça.

b. À noite – Idem.

3. LOGÍSTICAa. P Rem Cia: Enc W Mo BORBOLETAb. Refúgio feridos: Enc W Mo ALTOc. Alimentação: Por faxina um homem por peça.

Local de distribuição: Enc W Mo ALTO4. COMUNICAÇÕES

a. PC Cia: Enc W Mo BORBOLETAb. PC/PO Pel Ap: Árvore seca Mo ALTOc. Sinais convencionados:

(1) Senha: RATO(2) Contra-senha: AVIÃO(3) Sinal de Reconhecimento: 7 por adição(4) Indicativo: DRAGÃO 2

d. Meios de Com:01 ERC-107, um Tlf 202 e quatro Tlf AF-1

ROTEIRO DA SEÇÃO AC

Pel /Cia/ Btl: Pel Ap / 1ª/ 522° BI MtzCmt: 3º Sgt GUSTAVOEfetivo: 12 homensDiscriminação: 01 3ºSgt, 03 Cb, 08 Sd

Elementos 1ª Peça 2ª Peça 3ª PeçaPosições N de Mo ALTO C de Mo ALTO S de Mo ALTO

Setor de Tiro Dir: VauEsq: Esquerda da Cerca

Dir: Esquerda do BosqueEsq: Bambual

Dir: Direita do CurralEsq: Vau

Direção principal de Tiro (DPT) Direita Bambual Vau Direita CharcoMissões Aç Cj à Cia Aç Cj à Cia Aç Cj à Cia

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C 7-10

D-3

5. PRIORIDADE DOS TRABALHOS DE OT CROQUIS DA FRENTE1 – Limpeza dos Campos de Tiro2 – Preparação das tocas e espaldões3 - Preparação das posições suplementares4 - Preparação das posições de muda5 - Preparação de Itn de Sup, Ev e Com6 – Ligação entre as posições7 – Construção de obstáculos

6. CONDUTA DO TIROa. Abertura de fogo: Mdt Ob. Barragem geral: Fgt vermelhoc. Suspensão do fogo: Mdt O

7. LIGAÇÃOa. Com Cmt Pel Ap: Tlf 202b. Com as peças: Tlf AF-1c. Com Elm Pel Fuz: a voz

8. SEGURANÇAa. Um homem ECD próximo à peça (rodízio de 1h em 1)b. Ligação com Elm Seg Pel Fuz por fio de nylon (à noite)

9. OUTRAS PRESCRIÇÕES

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C 7-10

D-4

D-3. PLANO DE FOGOS DA SEÇÃO AC

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C 7-10

D-5

D-4. PLANO DE FOGOS DA SEÇÃO DE MORTEIROS

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