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Lingüística Textual; origem Surgida nos idos de 196,0 na Europa, a lingüística textual alcançou importância como um novo ramo da lingüística, principalmente na Alemanha com os trabalhos de WERINCH (1973 e 1989) e, posteriormente, difundidos na França. O objeto de estudo desse novo ramo lingüístico é o texto. Mas as perguntas que surgem são: e anteriormente ao estudo do texto, que teorias existiam? Quais os motivos que levaram ao surgimento desse novo ramo lingüístico? Bem, as respostas para essas perguntas não são tão simples e muito menos conclusivas. Tentemos, primeiramente responder a primeira. Antes de o texto tomar relevância nos estudos lingüísticos, era a frase, ou em outras palavras, a gramática do enunciado que merecia atenção especial por parte dos estudiosos dessa área do conhecimento. Mas com o passar do tempo, observou-se que a gramática do enunciado por si só não dava conta de boa parte dos fenômenos lingüísticos. Imagine uma frase como esta: 1 – Mauro, a janela está aberta, e estou sentindo frio. Ora do ponto de vista sintático não há nada contraditório nesta expressão. Porém do ponto de vista semântico, podemos observar que a pessoa que profere o enunciado quer na verdade dizer: 2 - Feche a janela, pois estou com frio. Ora, se fizermos uma análise morfológico-sintática de 1 sob o ponto de vista da gramática tradicional, teríamos: substantivo Mauro , a janela está aberta, e estou sentindo frio.

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Lingüística Textual; origem

Surgida nos idos de 196,0 na Europa, a lingüística textual alcançou importância como um novo ramo da lingüística, principalmente na Alemanha com os trabalhos de WERINCH (1973 e 1989) e, posteriormente, difundidos na França. O objeto de estudo desse novo ramo lingüístico é o texto. Mas as perguntas que surgem são: e anteriormente ao estudo do texto, que teorias existiam? Quais os motivos que levaram ao surgimento desse novo ramo lingüístico? Bem, as respostas para essas perguntas não são tão simples e muito menos conclusivas. Tentemos, primeiramente responder a primeira. Antes de o texto tomar relevância nos estudos lingüísticos, era a frase, ou em outras palavras, a gramática do enunciado que merecia atenção especial por parte dos estudiosos dessa área do conhecimento. Mas com o passar do tempo, observou-se que a gramática do enunciado por si só não dava conta de boa parte dos fenômenos lingüísticos. Imagine uma frase como esta: 1 – Mauro, a janela está aberta, e estou sentindo frio. Ora do ponto de vista sintático não há nada contraditório nesta expressão. Porém do ponto de vista semântico, podemos observar que a pessoa que profere o enunciado quer na verdade dizer:

2 - Feche a janela, pois estou com frio.

Ora, se fizermos uma análise morfológico-sintática de 1 sob o ponto de vista da gramática tradicional, teríamos:

substantivo

Mauro , a janela está aberta, e estou sentindo frio.