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CENTRO DE TECNOLOGIA DA INDÚSTRIA QUÍMICA E TÊXTIL Faculdade SENAI CETIQT Curso Superior de Tecnologia em Produção de Vestuário Daniele Cristina Coelho de Queiroz Modelagem de vestuário no CorelDRAW Possibilidades e limitações para uma pequena empresa Rio de Janeiro 2014

Modelagem do vestuário no corelDRAW

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CENTRO DE TECNOLOGIA DA INDÚSTRIA QUÍMICA E TÊXTIL

Faculdade SENAI CETIQT

Curso Superior de Tecnologia em Produção de Vestuário

Daniele Cristina Coelho de Queiroz

Modelagem de vestuário no CorelDRAW

Possibilidades e limitações para uma pequena empresa

Rio de Janeiro

2014

CENTRO DE TECNOLOGIA DA INDÚSTRIA QUÍMICA E TÊXTIL

Faculdade SENAI CETIQT

Curso Superior de Tecnologia em Produção de Vestuário

Daniele Cristina Coelho de Queiroz

Modelagem de vestuário no CorelDRAW

Possibilidades e limitações para uma pequena empresa

Monografia para Graduação a ser submetida à Comissão Examinadora

do Curso superior tecnologia em produção de vestuário, da Faculdade

SENAI-CETIQT, como parte dos requisitos necessários à obtenção

do grau de Tecnólogo em produção do vestuário.

Prof° Orientador (a) Heloisa Santos

Rio de Janeiro

2014

Queiroz, Daniele Cristina Coelho Modelagem de vestuário no CorelDRAW : Possibilidades

e limitações para uma pequena empresa / Daniele Cristina Coelho de Queiroz - Rio de Janeiro, 2014.

103 p.

Projeto de Conclusão de Curso para Graduação a ser

submetida à Comissão Examinadora do Curso Superior de Tecnologia em Produção de Vestuário, da Faculdade SENAI CETIQT, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Tecnólogo em Produção de Vestuário.

1. Modelagem. 2. CorelDRAW. I.Modelagem de vestuário no CorelDRAW. II. Título

1. Produção. 2. Vestuário. I. Título.

Daniele Cristina Coelho de Queiroz

Modelagem de vestuário no CorelDRAW

Possibilidades e limitações para uma pequena empresa

Projeto de Conclusão de Curso de Graduação a ser submetida à Comissão Examinadora do Curso Superior de Tecnologia em Produção de Vestuário, da Faculdade SENAI CETIQT, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Tecnólogo em Produção de Vestuário.

Data de Aprovação: / /

Banca Examinadora:

________________________________________________________

Professor (nome completo) (título), (área do título), (instituição que conferiu o título), (cargo), (instituição a qual pertence) ________________________________________________________

Professor (nome completo) (título), (área do título), (instituição que conferiu o título), (cargo), (instituição a qual pertence) ________________________________________________________

Professor (nome completo) (título), (área do título), (instituição que conferiu o título), (cargo), (instituição a qual pertence)

_________________________________________

Professora. Coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Produção de Vestuário

Dedicatória

Dedico este trabalho a minha família que acreditou no meu trabalho.

À minha mãe Luzia e minha irmã Rafaela que sempre incentivou e ajudou a transformar em realidade meus objetivos.

Aos meus amigos, professores e colegas que colaboraram com informações que foram de grande valia para a

pesquisa deste trabalho.

Agradecimentos

À Roberto Marques modelista, que me ensinou a utilizar o CorelDRAW como ferramenta para modelagem de roupa.

À Cesar Leonel modelista, que sempre me ajudou e tirou minhas dúvidas, incentivando meu trabalho e passando

informações que trouxe grande peso na criação deste trabalho.

À Tânia Figueiredo modelista, que também colaborou com informações para acréscimo no trabalho.

Agradeço poder ter conhecido essas pessoas nas quais colaboraram como espelho nesta minha trajetória como

modelista, agregando as características comuns a cada um.

“A grande maioria dos usuários de computadores, independente de categorias especificas, já esteve em contato direto

ou indireto com o CorelDRAW.”

Eduardo Moraz

Resumo:

Este trabalho busca mostrar a possibilidade de desenvolvimento de modelagem plana dentro do programa gráfico

CorelDRAW, inovando com um método de modelar peças com especial objetivo de atender empresas de pequeno e médio

porte, uma vez que este é um sistema mais barato. Busco uma maneira de inserir este método na produção de peças do

vestuário de forma que fique clara sua funcionalidade e praticidade.

Palavras-chave: CorelDRAW, modelagem, desenho;

Lista de figuras: Figura 1 CorelDRAW X6 .......................................................................................................................................................... 18

Figura 2 Tabela de preço software referente setembro 2014 ................................................................................................... 21

Figura 3 Ferramentas do CorelDRAW ..................................................................................................................................... 24

Figura 4 Estudo comparativo de modelagem ........................................................................................................................... 25

Figura 5 Área de trabalho CorelDRAW .................................................................................................................................... 26

Figura 6 Propriedade arquivo ................................................................................................................................................... 28

Figura 7 Posições x e y, plano cartesiano, circulo .................................................................................................................... 29

Figura 8 Caneta contorno......................................................................................................................................................... 31

Figura 9 Modificar contorno ...................................................................................................................................................... 32

Figura 10 Ferramenta circulo ................................................................................................................................................... 33

Figura 11 Circulo pronto ........................................................................................................................................................... 34

Figura 12 Criação do circulo .................................................................................................................................................... 36

Figura 13 Ferramenta mão livre e retângulo ............................................................................................................................ 37

Figura 14 Molde da saia 1/2 godê finalizado ............................................................................................................................ 38

Figura 15 Gradação Audaces moldes fonte: www.audaces.com.br.......................................................................................... 40

Figura 16 Meg Tecnomoda moldes, encaixe e gestão. ............................................................................................................ 42

Figura 17 Transposição e automatização para Audaces .......................................................................................................... 43

Figura 18 Janela transformação para escalonar molde ............................................................................................................ 44

Figura 19 Encaixe da blusa de malha no Audaces ................................................................................................................... 45

Figura 20 Exemplo de escalonamento Meg Tecnomoda .......................................................................................................... 46

Figura 21 Impressão do molde ................................................................................................................................................. 48

Figura 22 Tendência esporte Chic e Estampas da natureza .................................................................................................... 49

Figura 23 Croqui da coleção verão 2015.................................................................................................................................. 50

Figura 24 Tabela de medidas ................................................................................................................................................... 52

Figura 25 Base de blusa e calça tamanho 40 .......................................................................................................................... 53

Figura 26 Peça piloto blusa com decote dégagé ...................................................................................................................... 54

Figura 27 Estudo de Modelagem blusa .................................................................................................................................... 56

Figura 28 Estudo finalizado da blusa ....................................................................................................................................... 57

Figura 29 Modelagem da blusa decote dégagé........................................................................................................................ 58

Figura 30 Peça piloto saia 1/2 godê ......................................................................................................................................... 61

Figura 31 Modelagem da saia 1/2 godê ................................................................................................................................... 62

Figura 32 Peça piloto 03 blusa feminina com franzido na manga ............................................................................................. 65

Figura 33 Preparação do estudo e interpretação peça 03 ........................................................................................................ 68

Figura 34 Transferência de pence com a ferramenta seleção .................................................................................................. 69

Figura 35 Processo de preparação da manga esquadrar o ombro ........................................................................................... 70

Figura 36 Preparação da manga a partir do retângulo. Verificar na segunda etapa, a utilização do desenho da cava como apoio para a construção da cabeça da manga. ........................................................................................................................ 71

Figura 37 Modelagem peça piloto 03 ....................................................................................................................................... 72

Figura 38 Peça piloto 04 short saia .......................................................................................................................................... 75

Figura 39 Estudo e interpretação da modelagem ..................................................................................................................... 77

Figura 40 Processo de abertura das pregas menu transformação e ícone posição ................................................................. 78

Figura 41 Modelagem do short saia ......................................................................................................................................... 79

Figura 42 Peça piloto 05 vestido com peplum .......................................................................................................................... 82

Figura 43 Estudo e interpretação peça 05 ................................................................................................................................ 84

Figura 44 Elaboração do recorte princesa ................................................................................................................................ 85

Figura 45 Transferência de pence para recorte princesa ......................................................................................................... 86

Figura 46 Preparação do peplum ............................................................................................................................................. 87

Figura 47 Modelagem do vestido ............................................................................................................................................. 88

Figura 48 Acréscimo de folga para costura e gradação ........................................................................................................... 92

Figura 49 Grade de tamanhos P/M/G/GG ................................................................................................................................ 93

Figura 50 Encaixe e risco blusa feminina peça 03 ................................................................................................................... 94

Sumário 1.Introdução ......................................................................................................................................................................... 14

1.1. Modelando no CorelDRAW: Limitações e possibilidades .............................................................................................. 17

2. O que é CorelDRAW? ...................................................................................................................................................... 19

2.1. Dados do setor têxtil no cenário de uma pequena empresa .......................................................................................... 20

2.1.1 Valores dos softwares têxteis ...................................................................................................................................... 20

2.1.2 Exemplo de empresa do setor têxtil que utilizam CorelDRAW para modelar ............................................................... 21

2.2. Características do CorelDRAW ..................................................................................................................................... 23

2.2.1 A modelagem no CorelDRAW características e especificações .................................................................................. 26

2.2.2 Especificações: ........................................................................................................................................................... 29

- Saia godê...................................................................................................................................................................................................................30

2.3. Automatização e transposição: ..................................................................................................................................... 39

2.3.1 Meg Tecnomoda ......................................................................................................................................................... 42

2.3.2 Exemplo de automatização e transposição do Audaces e Meg Tecnomoda ............................................................... 43

2.3.3 Impressão da modelagem feita no CorelDRAW .......................................................................................................... 47

3. Processos de inspiração e ambientação do tema da coleção........................................................................................... 49

3.1. Peças feitas para o trabalho ......................................................................................................................................... 50

3.1.2 Cartelas de cor, tecidos e aviamentos. ........................................................................................................................ 51

4. O programa CorelDRAW como ferramenta para a modelagem: desenvolvendo os protótipos ......................................... 52

4.1 Processo de fabricação: Blusa com decote dégagé ....................................................................................................... 54

4.1.1 Modelagem ................................................................................................................................................................. 55

4.1.2 Confecção ................................................................................................................................................................... 59

4.1.3 Avaliação .................................................................................................................................................................... 59

4.1.3 Ficha técnica ............................................................................................................................................................... 60

4.2. Processos de fabricação peça 02 ................................................................................................................................. 61

4.2.1 Modelagem ................................................................................................................................................................. 62

4.2.2 Confecção ................................................................................................................................................................... 63

4.2.3 Avaliação .................................................................................................................................................................... 63

4.2.4 Ficha técnica ............................................................................................................................................................... 64

4.3. Processos de fabricação peça 03 ................................................................................................................................. 65

4.3.1 Modelagem ................................................................................................................................................................. 66

4.3.2 Confecção ................................................................................................................................................................... 73

4.3.3 Avaliação .................................................................................................................................................................... 73

4.3.4 Ficha técnica ............................................................................................................................................................... 74

4.4 Processos de fabricação peça 04 .................................................................................................................................. 75

4.4.1 Modelagem ................................................................................................................................................................. 76

4.4.2 Confecção ................................................................................................................................................................... 80

4.4.3 Avaliação .................................................................................................................................................................... 80

4.4.4 Ficha técnica ............................................................................................................................................................... 81

4.5. Processos de fabricação peça 05 ................................................................................................................................. 82

4.5.1 Modelagem ................................................................................................................................................................. 83

4.5.2 Confecção ................................................................................................................................................................... 89

4.5.3 Avaliação .................................................................................................................................................................... 89

4.5.4 Ficha técnica ............................................................................................................................................................... 90

4.5.5 Gradação e encaixe .................................................................................................................................................... 91

4.5.6 Encaixe peça 03 .......................................................................................................................................................... 94

5. Conclusão ........................................................................................................................................................................ 95

5.1.3 Questionário: ............................................................................................................................................................... 97

5.1.4 Questionário: ............................................................................................................................................................... 98

5.1.5 Questionário: ............................................................................................................................................................... 99

6. Referências .................................................................................................................................................................... 101

Web sites acessados: ........................................................................................................................................................ 102

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1. Introdução

Em 2008 fui trabalhar em uma empresa de modelagem de roupas: na época já utilizava o CorelDRAW para fazer

desenhos técnicos de moda e quando comecei a trabalhar neste local, me deparei com a equipe de modelistas, utilizando

esse suíte para construir modelagem diretamente dentro do programa.

Assim, fui apresentada a essa nova maneira de modelar roupas. Fiquei encantada ao ver facilidade que este programa

fornecia ao processo de desenvolvimento da modelagem, com diversos aspectos em comum com a técnica de modelagem

sobre o papel. O que me impressionou é que a área de trabalho do programa fazia a função do papel, sem precisar do uso de

ferramentas como tesoura, cola e etc.

Devido a essas atribuições, o programa proporcionava uma diminuição do tempo de trabalho e de gasto de papel e

outros materiais, especialmente quando as peças de roupas tinham especificações como recortes ou cópias de partes de

uma peça, possibilitando mesmo a simulação de situações que podem o ocorrer com uma peça de roupa antes de ficar

pronta.

Partindo do princípio de que a modelagem da roupa é a planificação de uma peça a ser construída, através de uma

ideia de criação, desenvolvido com técnica de desenho e riscos sobre o papel, ocorreu à necessidade de se encontrar

ferramentas tecnológicas que auxiliassem e acelerassem esse trabalho. Com a união dessas duas técnicas e o domínio do

CorelDRAW e da modelagem do vestuário, a ideia tornou-se viável, unindo a habilidade humana de dominar o programa e as

técnicas de modelar peças de roupas no papel.

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A ênfase do trabalho está em apresentar o programa CorelDRAW como um recurso para o desenvolvimento de

modelagem computadorizada. Assim, pretendo mostrar que o CorelDRAW disponibiliza de todas as ferramentas necessárias

para o desenvolvimento de bases e interpretações para a construção do vestuário. No entanto não farei um manual de

desenvolvimento de peças, pois essa técnica pode variar de acordo com o usuário. Contudo, pretendo reunir informações

para mostrar como a utilização do CorelDRAW para o desenho da modelagem de vestuário pode ser prática e intuitiva,

garantindo ao usuário a mesma experiência de modelar sobre o papel, sem que ele perca a essência que todo modelista

procura quando busca um CAD para modelar. Acredito que, por esta razão, todos que dominam esse tipo de técnica se

apaixonam pela mesma.

Relacionando as principais características dos CAD Audaces e do aplicativo Meg Tecnomoda, ambos encontrados no

mercado têxtil, e como funcionaria dentro de uma pequena empresa, notei que a junção destes módulos pode facilitar ainda

mais a produtividade com baixos custos.

Demonstrando a importância de se usar programas mais acessíveis a todo o tipo de empresa, pude perceber que as

funcionalidades encontradas no programa junto com os módulos do Audaces e do Meg Tecnomoda atenderiam as

necessidades cotidianas e a fluxo da produção de modelagem de peças, levando em consideração o número de funcionários

necessários para essa operação e o tempo de produção de uma peça. Assim, o tema deste projeto de conclusão é a

modelagem de vestuário no CorelDRAW e suas possibilidades e limitações para uma pequena empresa. Para o

desenvolvimento desta pesquisa, partimos da seguinte questão: Quais são as vantagens que o CorelDRAW oferece ao

modelista de vestuário e às empresas de pequeno porte?

O objetivo deste trabalho é desenvolver a modelagem de peças de roupas dentro do programa gráfico CorelDRAW e

realizar um trabalho de pesquisa visando apresentar soluções para eventuais problemas que poderão surgir. Ademais,

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demonstrar a viabilidade de se modelar peças neste suíte, visando ainda mostrar a construção de modelagem plana de forma

rápida, barateando os custos dentro de uma pequena produção, além de apresentar esta nova maneira de abordar as

possibilidades de uso do CorelDRAW para modelar. Este projeto busca atender a pequenas empresas e pessoas

interessadas em uma forma diferenciada de modelar peças. Assim, o objeto de pesquisa deste trabalho é a modelagem

desenvolvida dentro do sistema CorelDRAW, de modo a demonstrar uma inovação na forma de modelar e de garantir uma

otimização de tempo, baratear os custos e gastos de materiais que são utilizados para modelar no papel.

Para solucionar o problema, nossa proposta consiste em mostrar que esta forma de modelar não apenas é possível,

mas também é muito prática e indutiva, pois o programa CorelDRAW, possui menus de atalho que fazem com que o

profissional que o utiliza desenvolva uma maneira própria de uso. Podemos encontrar formas de personalizar os menus do

programa de acordo com cada usuário, dando uma maneira personalizada a cada indivíduo que utiliza o sistema.

A fim de alcançar os objetivos propostos neste trabalho utilizaremos modelagem plana desenvolvida no programa

CorelDRAW, para a criação de peças femininas. A partir da criação de uma pequena coleção verão 2015, com inspiração nas

tendências estilo esporte chic e estampas da natureza com um mix de produto variado como short, calça, blusa, saia e

vestido, apostando em peças com um ar despojado que propõe o uso das estampas florais para deixar as peças mais

femininas. Deste modo, pretendo criar interferências nas peças, empregando algumas técnicas empregadas na modelagem

plana como: franzido, pregas, recortes. Assim podemos demonstrar que o programa possui todas as ferramentas possíveis

para se criar os diversos recursos estéticos demandados pela indústria de confecções para o desenvolvimento das coleções

de moda. Neste trabalho, optamos por apenas fazer peças femininas, porém através dessa demonstração pretendemos

revelar que é possível fazer qualquer peça de roupa e modelar tanto para os segmentos masculino, feminino e infantil, ou

seja, independente do segmento ou gênero.

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1.1. Modelando no CorelDRAW: Limitações e possibilidades

O tema desta pesquisa é a utilização de um programa de CAD para a criação de modelagem plana, diretamente dentro

do programa, como uma ferramenta ágil e exata. É necessário enfatizar desde já, que é necessária a presença de

profissionais com habilidade para trabalhar no programa e com a modelagem. Em caso de não haver tal profissional, seria

necessário haver um tempo para a capacitação de novos profissionais, para que os mesmos estejam aptos a utilizar o

programa dessa forma, criando uma experiência em torno de tal função. É importante salientar que quanto mais experiência

na área de modelagem o profissional possuir, somado a um conhecimento básico em informática, ele conseguirá se adaptar a

essa nova experiência facilmente.

Por ser um programa de uso gráfico, sendo utilizado centralmente para o desenvolvimento de desenhos técnicos e

ilustrações, um dos principais desafios encontrados em relação a este projeto é a dificuldade em romper com a descrença em

relação à viabilidade do uso do programa para construção de modelagem plana. O CorelDRAW traz diversas facilidades para

a modelagem plana, porém na questão do encaixe temos que fazer de forma manual, só conseguindo automatizar essa

função, com a ajuda de um aplicativo criado especialmente para isso: o Meg Tecnomoda. Há ainda a possibilidade de passar

está modelagem para outros sistemas CAD, como é o caso do Audaces. Contudo, a utilização deste tipo de programa torna

os custos mais altos, uma vez que será necessário comprar todo o pacote do sistema CAD escolhido.

A fim de alcançar os objetivos propostos, foi necessário desenvolver e aplicar uma técnica especial à produção de

vestuário. Em um dos capítulos, explicarei as maneiras possíveis de se usar as ferramentas desse elemento de tecnologia

têxtil utilizada na pesquisa.

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Pretendo desenvolver a construção e interpretação de peças femininas modeladas diretamente no programa e mostrar

a viabilidade do programa ao que está sendo proposto no trabalho.

Como ferramenta de construção, o CorelDRAW X6 foi utilizado para fazer modelagem plana. Sabemos que a

modelagem plana se trata de um risco, desenho sobre o papel a fim de planificar a criação de uma peça de roupa. E o

CorelDRAW trata-se de um programa gráfico utilizado para desenhos e ilustração, então ao juntarmos essas duas

habilidades o resultado será a construção da modelagem.

Figura 1 CorelDRAW X6

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2. O que é CorelDRAW?

O CorelDRAW é um programa de computador que faz parte de uma suíte de aplicativos que oferece uma ampla

solução gráfica, tanto para designers independentes ou profissionais que trabalham em empresas voltadas para a área

industrial ou comercial, quanto para pessoas de negócios ou acadêmicos. Voltado para produção de ilustrações vetoriais e

layout de página a versão mais recente é X7, que apresenta uma nova aparência e novas ferramentas essenciais, apostando

na melhoria dos recursos. Porém para realizar este trabalho iremos utilizar a versão X6, em razão de ser esta a versão que

possuímos mais fácil acesso atualmente.

A empresa desenvolvedora do CorelDRAW foi fundada na cidade canadense de Ottava em 1985, quando o inglês

Michael Cowpland fundou um laboratório de pesquisa de informática para desenvolver programas de editoração gráfica,

chamado Research Laboratory que foi abreviado para COREL. Esta era uma empresa pequena que lutava em um enorme

mercado de computação gráfica, mas tudo começou a mudar em 1989, quando uma pequena equipe de desenvolvimento da

empresa percebeu que deveria haver uma melhor maneira de criar elementos gráficos no computador. Através disso surgiu o

CorelDRAW, um aplicativo que estabeleceu um novo padrão para software gráfico ao ser lançado no mercado em 1989.

O CorelDRAW tomou o mundo da computação gráfica de assalto em 1989 com a introdução de um programa de layout

e ilustração vetorial totalmente colorida, o primeiro do gênero. Dois anos depois, a Corel revolucionou o setor novamente com

a introdução da primeira suíte completa de aplicativos gráficos, a versão 3, que combinava ilustração vetorial, layout de

página, edição de fotos e muito mais em um único pacote. Mais de 25 anos depois, o CorelDRAW Graphics Suíte continua a

oferecer uma inovadora solução gráfica singular.

20

2.1. Dados do setor têxtil no cenário de uma pequena empresa

As empresas que mais se destacam na produção de vestuário são atualizadas tecnologicamente e

organizacionalmente. Podemos afirmar o CorelDRAW é uma ferramenta muito eficaz que contribui com esse avanço, uma

vez que fornece meios para que uma pequena empresa possa reduzir e/ou sanar problemas referentes à produção.

Atualmente, 98% das empresas do setor confeccionista são de pequeno e médio porte, segundo dados fornecidos pelo

SEBRAE (2006), sendo responsáveis por 67% do pessoal que ocupa o setor privado. Acreditamos que o avanço tecnológico

é o que vem permitindo que estas empresas ocupem a maior parte deste setor, ainda que elas não possuam grandes

dimensões.

Através dessas informações é possível verificar a importância de se manter as pequenas empresas sempre atualizada,

garantido o direito de as mesmas se aperfeiçoarem, planejarem a produção, assim como ajudando a melhorar seu

desempenho, de maneira a contribuir para a inserção das pequenas empresas no mercado competidor. O uso de software

para criação pode reduzir em até 20% do desperdício de tecido, além de aperfeiçoar o corte e oferecer maior precisão no

risco (FAPERJ, 2011).

2.1.1 Valores dos softwares têxteis

Realizamos uma pesquisa em páginas da internet e pudemos verificar os valores médios para a implementação de

sistemas de CAD em pequenas empresas. A tabela está baseada em informações registradas do SEBRAE, levando em

consideração os módulos apresentados por cada programa. Sendo o CorelDRAW o de valor mais baixo entre todos os

correlacionados. Podendo suprir de forma acessível às necessidades das pequenas empresas:

21

Figura 2 Tabela de preço software referente setembro 2014

2.1.2 Exemplo de empresa do setor têxtil que utilizam CorelDRAW para modelar

A modelagem do vestuário no CorelDRAW pouco a pouco vem ganhando notoriedade do Mercado e está sendo

utilizada em diversas empresas no ramo do setor têxtil. Podemos apontar como a principal dificuldade para a expansão da

utilização do programa a falta de mão de obra especializada para executar o mesmo. Por outro lado, até bastante

recentemente, por não haver conhecimento da possibilidade de trabalhar com esse sistema para o desenvolvimento de

modelagens, as pessoas não se interessavam por esse software.

22

Atualmente podemos até citar um caso de empresa de grande porte, a Animale, como um exemplo do uso de

modelagem em CorelDRAW. De acordo com partes dos gestores da empresa, houve um aumento na produção de moldes.

Para eles, é evidente que esta forma de modelar é muito prática e rápida. A empresa Animale utiliza o sistema de CAD

Audaces, porém há uma modelista que modela no CorelDRAW com muita rapidez e um alto padrão de produção. O único

empecilho apontado pelos gestores e a questão de ter que plotar e digitalizar cada molde desenvolvido. Contudo, nos

capítulos a seguir mostraremos a solução para esse tipo de problema.

Com esse exemplo, vemos que é possível e viável de se implementar este método em uma empresa de grande porte,

possibilitando um aumento de produtividade, além de facilitar todo o conjunto de informatização do setor de modelagem,

dando a empresa um melhor desempenho na questão de automatização.

Outro exemplo de uso de modelagem em CorelDRAW, e a empresa onde trabalho, que é uma empresa de pequeno

porte. Contando apenas com três modelistas, conseguimos dar uma produção mensal de 150 moldes/mês, mesmo não se

tratando de uma confecção e sim de prestadora de serviços de moldes. Esse é um depoimento de quem vivência isso

diariamente.

Apesar de ser uma proporção muito grande de moldes/mês, com uma equipe pequena, porém bem treinada,

conseguimos fornecer à produção a velocidade necessária para o andamento de todo o trabalho, mesmo que elaboremos

cada modelagem sem aproveitamento de molde para a confecção de outra modelagem. Além disso, cada molde possui uma

ficha técnica desenvolvida dentro do próprio programa, garantindo essa larga produção diária.

23

2.2. Características do CorelDRAW

As ilustrações produzidas no CorelDRAW são imagens vetoriais, criadas a partir de equações matemáticas. Cada item

que compõe uma imagem vetorial é chamado de objeto. Ele possui uma área de trabalho onde podemos encontrar um caixa

de ferramentas que se encontra posicionada verticalmente no lado esquerdo da tela: nesta caixa, encontramos as principais

ferramentas para o desenvolvimento de desenho, modelagem e efeitos do CorelDRAW que permitem realizar criações,

preenchimento, modificações nos elementos dos desenhos, dentre outros.

A caixa de ferramentas possui menus desdobráveis que podem permanecer fixos nas laterais da área de trabalho ou

ser transformado em flutuantes. Por ser um programa muito indutivo, ele possui menus nos quais podemos personalizar e

deixar as ferramentas da maneira que o usuário deseja, criando atalhos que agilizam ainda mais o trabalho.

Também podemos ver linhas guias que auxiliam na criação do desenho que funcionam como a marcação de réguas e

que permitem utilizar diversos tipos de medidas (milímetro, centímetro, metro, etc.), podendo ainda ser configuradas para o

padrão que desejar, já que o programa permite esse tipo de configuração. Possui um sistema de ajuda que elimina as

dúvidas em relação à execução de tarefas. Assim que o aplicativo é iniciado, surge um retângulo branco no centro da tela,

que é a página de desenho, onde se pode criar o desenho. É relevante acentuar que é possível criar mais de uma janela de

desenho, de modo que podemos trabalhar em layers (camadas).

24

Os comandos podem ser acessados por meio da barra de menus e ferramentas. A barra de propriedades e as janelas

de encaixem fornecem acesso aos comandos relacionados à ferramenta ativa ou à tarefa atual. Esses menus e janelas

podem ser abertos e fechados ou movido a qualquer momento.

Figura 3 Ferramentas do CorelDRAW

25

Figura 4 Estudo comparativo de modelagem

26

2.2.1 A modelagem no CorelDRAW características e especificações

Figura 5 Área de trabalho CorelDRAW

27

O usuário com algum conhecimento do programa consegue facilmente manusear o programa, basta ter em mente que

a única diferença da modelagem convencional com o uso de materiais como papel, lápis, cola, tesoura e réguas, estarão

dentro do programa em forma de ferramentas, porém com a diminuição do gasto e menos dificuldade na hora de manipular

uma peça.

Podemos citar as principais ferramentas para começarmos a descrição de como modelar dentro do programa, para

essa explicação entendo que iremos começar pensando nas bases que serão utilizadas. Geralmente essas bases já estão

gravadas em arquivo. cdr (extensão do CorelDRAW), e normalmente trabalhamos com arquivo com uma característica

principal, que são arquivos de leitura ou somente leitura.

Os arquivos de leitura são arquivo que irão funcionar como gabarito: eles simulam a utilização das bases na

modelagem convencional1. Da mesma maneira que normalmente não recortamos ou interferimos em uma base aprovada,

não alteraremos o arquivo gabarito em que estão desenhadas as bases. Antes mesmo de começar a fazer o molde,

precisamos ir até s propriedades do arquivo e colocá-lo como somente leitura, para impedir que haja modificações

involuntárias no arquivo, isso ajuda a protegê-lo, sendo assim ele não pode ser alterado.

Partindo desse princípio, começamos a organizar a construção de um molde. Esses arquivos somente leitura não

podem ser modificados, mas podem ser copiados, movidos, renomeados ou excluídos.

1 Desta maneira, não apresentaremos neste trabalho o processo de construção das bases. O usuário que deseje desenvolver suas peças utilizando o programa

CorelDRAW deve desenvolver, inicialmente, a base adequada no programa seguindo os mesmos procedimentos de construção utilizadas na modelagem planificada (bidimensional). No capítulo três, apresentamos as bases utilizadas.

28

Figura 6 Propriedade arquivo

29

2.2.2 Especificações:

Comum a todos os sistemas CAD, o CorelDRAW trabalha com cálculos matemáticos: sendo assim, é normal nos

depararmos com o uso de coordenadas de eixo X, Y e dentro do desenho ou objeto o R (raio), pois o programa trabalha com

conceito de vetores. Assim as coordenadas estarão sempre aparecendo nas barras de propriedades e o raio dentro de um

objeto circular.

Figura 7 Posições x e y, plano cartesiano, circulo

A fim de demonstrar as especificações da modelagem no CorelDRAW, irei utilizar a modelagem de uma peça

simples, ou seja, a saia godê. A escolha dessa peça foi porque na época em que fui apresentada a esse tipo de modelagem,

essa foi a primeira peça que aprendi a fazer, desde então comecei a modelar outras peças variadas.

30

A saia godê pode ser feita a partir de um novo arquivo do CorelDRAW. Utilizaremos a página sem borda e

construiremos o molde diretamente na área de trabalho. Por tanto, não é necessário o uso da base, pois sua estrutura é

baseada em uma circunferência.

- Saia godê:

Para começar a preparar esta peça serão necessárias algumas medidas, quais sejam cintura e comprimento da peça.

Neste caso, iremos trabalhar com o tamanho 40, de maneira que a medida da circunferência da cintura é de 68 cm, altura de

quadril 20 cm, circunferência do quadril 98 cm e o comprimento total da peça 52 cm. Vamos utilizar o cálculo da saia de ½

godê.

1º passo (Figura 6 e 7):

Abrir o programa CorelDRAW X6. Alterar na janela transformações2 ou na barra de menu a grade de medidas e

trabalhar com as mesmas em centímetros.

2 Ativar a janela Transformações: Clicar na aba Organizar>Transformações>Posição.

31

Ir à ferramenta contorno e mudar a espessura para 2pt: antes de começar a modelar a peça é melhor trocar a

espessura do ponto para 2pt, pois facilita a visualização da modelagem.

MEDIDAS EM CENTIMENTROS

Figura 8 Caneta contorno

32

Figura 9 Modificar contorno

33

2º Passo:

Selecionar e renomear a camada de layer que irá trabalhar, a partir daí, voltar para área de trabalho e utilizar a

ferramenta elipse para fazer um círculo. Sempre procurar estar na camada ativa. Clicar na tecla CTRL+ferramenta elipse para

criar um círculo perfeito qualquer (figura 9 e 10).

JANELA DO MENUTRANSFORMAÇÃO

Figura 10 Ferramenta circulo

34

Figura 11 Circulo pronto

35

3º Passo (Figura 8 e 9):

Clicar na aba de menu Transformações (à direita da tela) para colocar as medidas necessárias para fazer o godê.

Neste caso, vamos utilizar um cálculo especifico que costumo usar no cotidiano. Cálculo da saia ½ godê: medida de cintura

dividida por 3,14 (valor de π - Pi) x 2 (valor padrão). Para o desenvolvimento da saia deste projeto teremos desta maneira, as

seguintes medidas:

68 cm/3,14 (π) x 2 = 43,31 cm

4º Passo (Figura 8 e 9):

Na janela de transformação colocar a medida de 43,31 cm tanto no x e y, criando assim um círculo. Utilizar as linhas

guias no centro do círculo, uma na horizontal e outra na vertical, converter o círculo em curva, separar os nós do objeto, ativar

a macro gdg measure it, conferir a medida do ½ godê. Selecionar todo o círculo novamente a partir do primeiro e fazer o

cálculo do comprimento da saia.

- Cálculo do comprimento da saia:

Medida do círculo: 43,31

Comprimento da saia: 52 cm – 4 cm (4 cm é a medida para largura do cós) = 48 cm, daí pegar 48 cm acrescentar o

valor de 1cm para a bainha da saia (bainha de lenço).

36

Multiplicar o comprimento por 2 = 49X2 = 98+43,31=141,31. Criar um novo círculo com essa medida.

Utilizar a ferramenta segmento virtual para cortar o molde em duas partes, finalizar a peça.

Figura 12 Criação do circulo

37

Figura 13 Ferramenta mão livre e retângulo

Com ferramenta “Retângulo”, construir o cós com as medidas necessárias (utilizar, como anteriormente, o menu

Transformações).

5º Passo (Figura 12):

Criar um retângulo com a ferramenta, que tenha a medida do cós 68 cm. Com a ferramenta mão livre crie o fio para

colocar na peça.

Depois que o molde estiver pronto e finalizado, já e possível imprimi-lo para fazer o acréscimo de costura ou exportá-lo

para outro CAD e fazer todo processo de otimização do produto. Também há possibilidade de inserção de folga para costura

no molde dentro do programa, basta utilizar as ferramentas do menu Transformações>posição ou tamanho.

38

Figura 14 Molde da saia 1/2 godê finalizado

39

2.3. Automatização e transposição:

Neste capitulo irei relacionar os programas de CAD que existem no mercado com o CorelDRAW. Estes softwares

serão utilizados como uma ferramenta auxiliar para na construção da modelagem servindo como ferramentas de

automatização são eles: o Audaces Moldes, Audaces encaixe, aplicativo Meg Tecnomoda. Quando construímos a

modelagem de vestuário dentro do CorelDRAW, podemos também escalonar as peças, acrescentar costura tudo de forma

manual, porém com auxílio do Audaces e do aplicativo Meg Tecnomoda podemos automatizar o trabalho.

Audaces moldes:

É uma ferramenta poderosa muito utilizada nas empresas no ramo de confecção de vestuário para setor de

modelagem. Pode-se trabalhar com a modelagem de duas maneiras: digitalizando a modelagem manual ou criando dentro do

próprio sistema. Pode-se também escalonar e criando grades de tamanhos.

Audaces encaixe:

Dentro do sistema Audaces existe o um programa próprio para encaixe dos moldes.

40

Figura 15 Gradação Audaces moldes fonte: www.audaces.com.br

41

É fato que para fazer os passos que serão feitos a seguir é necessário que a pessoa esteja habilitada e familiarizada

com a informática e com os programas que estão sendo mencionados.

Assim que toda modelagem é feita no CorelDRAW, podemos utilizar a ajuda do programa Audaces moldes para

finalizar e automatizar o encaixe. Através da própria interface CorelDRAW, exportamos o arquivo cdr (molde feito no

CorelDRAW), convertendo em formato .dxf, porém precisamos que esse procedimento seja feito em uma versão de

CorelDRAW X6 full (completa) e o Audaces em versão recente e atualizada.

É relevante destacar que o molde deve estar totalmente fechado: para realizar este processo, utiliza-se a ferramenta

do CorelDRAW X6, chamada beziér. Com isso, o Audaces reconhece o arquivo, e sempre procurar trabalhar com a versão

atualizada dos programas, ao longo do trabalho colocarei os exemplos desse tipo de automatização e como podemos agilizar

o trabalho.

Com arquivo de molde feito e aberto no visualizador da área de trabalho do Corel, devemos exportar o arquivo para

uma pasta reservada no computador em formato. dxf. Com o programa Audaces molde aberto, basta importar o arquivo dfx,

fazer as correções e escalonamento de tamanho no molde, e nele trabalhar normalmente, realizando as separações das

peças para que seja feita a colocação de margem de costura, bem como criarmos o encaixe e risco da modelagem, assim

como seguir os procedimentos normais feitos para finalizar o molde.

Podemos também exportar o molde já escalonado para dentro do programa Audaces moldes, basta fazer o

escalonamento do molde dentro do programa CorelDRAW X6 e exportar o arquivo como dxf. Como é possível perceber, logo

que o molde estiver na área de trabalho do Audaces moldes todas as alterações e correções podem ser realizadas. Podemos

automatizar, fazer o encaixe, bem como dar segmento a produções do mesmo dentro da confecção.

42

2.3.1 Meg Tecnomoda

Figura 16 Meg Tecnomoda moldes, encaixe e gestão.

É um aplicativo criado para aperfeiçoar o trabalho de modelagem feito na interface do CorelDRAW. Ele foi feito em

parceria do SENAI Londrina e o CNPq. A ideia surgiu para ajudar as pequenas e médias empresas do setor de confecção

que necessitam de sistemas mais baratos e enxutos. A instalação pode ser realizada em módulos ou em sua versão total e

funciona em computadores com configuração convencional.

Os módulos encontrados são Meg moldes, encaixe e gerenciador:

A Meg Tecnomoda moldes contém ferramentas especificas para o desenvolvimento de gradação de moldes. Por ser

leve, exporta em vários formatos de arquivos. Meg encaixe é um módulo que executa o encaixe e risco dos moldes

desenvolvido no Meg, dispensando a aquisição de um plotter próprio. Meg gestão é um modulo que organiza a as

informações do modelo, estoque e custos. O sistema automatiza a ficha técnica, planilha e simulações de preços. A

modelagem feita no CorelDRAW e o aplicativo Meg Tecnomoda proporcionam à pequena empresa a possibilidade de se

inserir no mercado, garantido uma competição legal, permitindo a pequena empresa, acesso a tecnologia de inserção no

panorama do setor têxtil.

43

2.3.2 Exemplo de automatização e transposição do Audaces e Meg Tecnomoda

Figura 17 Transposição e automatização para Audaces

O molde foi elaborado e escalonado no CorelDRAW e exportado para Audaces, com a ferramenta bézier do

CorelDRAW, fiz todo o desenho do molde, o estudo da modelagem da peça em cima de uma base tamanho 40, na janela de

menu transformação, no comando tamanho, reduzir as medidas da peça, para trabalhar a elasticidade por se tratar de um

44

molde de blusa malha, especifiquei as dimensões necessárias para escalonar a peça e cliquei em CTRL+D e dupliquei,

separadamente as partes do molde como cava, ombro e decote. Dessa forma, as partes selecionadas são duplicadas, assim

podemos criar uma redução de medidas e também partindo deste principio fazer o escalonamento das peças.

Figura 18 Janela transformação para escalonar molde

45

Já dentro da interface do Audaces importamos o molde que foi feito e escalonado no CorelDRAW criando o encaixe

das peças no Audaces. Esse exemplo surgiu como a base dos testes realizados.

Figura 19 Encaixe da blusa de malha no Audaces

46

A figura abaixo mostra um exemplo de molde feito no CorelDRAW, utilizando o aplicativo do Meg Tecnomoda para

criar as grades de tamanho.

Figura 20 Exemplo de escalonamento Meg Tecnomoda

47

2.3.3 Impressão da modelagem feita no CorelDRAW

Podemos fazer a impressão da modelagem através do uso de uma impressora comum ou utilizando uma plotter.

Quando fazemos a impressão em casa, precisamos verificar as configurações da impressora. Por isso, antes de imprimir o

molde temos que verificar a impressora e se a escala proporcional do molde feito no CorelDRAW está marcada 100% em x e

y na escala e, na barra de menus, o ícone bloquear proporção deve ser selecionado e ativado.

A partir daí basta selecionar o molde, ir à barra menus selecionar: arquivo, imprimir ou (CRTL+P), ir até configuração

da impressora, procurar o menu geral, seleção, depois ir em layout, imprimir páginas em ladrilho e marcas de ladrilho. Deixar

estes ícones ativados para que a impressora possa imprimir o molde em tamanho real por partes, como um quebra cabeça,

que será montado. Através destas ferramentas, podemos visualizar a impressão para conferir o que será feito: podemos

também, após a impressão, passar a modelagem para outro papel3 e, em seguida costurar a massa teste4 (piloto) da peça.

Para a impressão no plotter, o equipamento deve está configurado para programa CorelDRAW, bem como para qualquer

outro tipo de cad.

Dessa forma, podemos criar as modelagens e imprimir os moldes, dando continuidade ao trabalho. Acrescentando folga de

costura diretamente no programa ou não, podendo escalonar5 o modelo e imprimir, e fazer a separação de forma manual em

outro papel após a montagem da impressão inteira. Com isso, conseguimos realizar testes (provas do modelo) verificar a

vestibilidade, e possíveis defeitos e fazer ajustes antes da aprovação final da modelagem, que poderá melhorar a peça que

está sendo modelada.

3 Neste caso, o usuário pode deixar os moldes sem costura e acrescentá-las após a impressão, caso deseje.

4 Peça confeccionada antes da preparação da peça piloto.

5 Escalonar referente a quantizar, organizar em grupos de tamanhos,

48

Figura 21 Impressão do molde

49

3. Processos de inspiração e ambientação do tema da coleção

Figura 22 Tendência esporte Chic e Estampas da natureza

50

3.1. Peças feitas para o trabalho

Figura 23 Croqui da coleção verão 2015

51

3.1.2 Cartelas de cor, tecidos e aviamentos.

52

4. O programa CorelDRAW como ferramenta para a modelagem: desenvolvendo os protótipos

Como metodologia, irei desenvolver cinco peças no CorelDRAW X6 e apresentar a construção, demonstrando as

funções do programa e ferramentas utilizadas, para o desenvolvimento de cada parte das peças, os moldes serão

desenvolvidos em tamanho real sem escala.

A tabela de medida que será utilizada está baseada nas medidas do manequim de draping criada pela empresa Draft.

Sendo assim, o tamanho escolhido para desenvolver as peças foi a de numeração 40, seguindo a tabela de medidas abaixo.

TAMANHO 36 38 40 42 44 46 48

CINTURA 62 66 70 74 78 82 86

BUSTO 80 84 88 92 96 100 104

QUADRIL 90 94 98 102 106 110 114

OMBRO 11 11,5 12 12,5 13 13,5 14

ALTURA DE QUADRIL 20 20 20 20 20 20 20

ALTURA 40 41 42 43 44 46 48 DE BLUSA

TABELA DE MEDIDAS

Figura 24 Tabela de medidas

53

Criando as peças através desse tipo de modelagem poderei demonstrar a funcionalidade do programa para construção

de peças do vestuário. A proposta é incentivar o uso deste método prático com ferramenta acessível a todo tipo de pessoa,

que tenha acesso a um computador e ao programa, com o custo muito baixo em relação aos CAD existentes no mercado.

Figura 25 Base de blusa e calça tamanho 40

54

4.1 Processo de fabricação: Blusa com decote dégagé

A primeira peça deste trabalho é uma blusa com decote dégagé. Para confeccioná-la, recomendamos a utilização de

um tecido de viscose ou similar. Sua modelagem contém as seguintes partes: frente, costas e limpeza costas. Utiliza-se a

costura inglesa para o fechamento da peça, de modo a obter um melhor acabamento devido ao tipo de tecido usado. Não foi

necessário o uso de aviamentos.

Figura 26 Peça piloto blusa com decote dégagé

55

4.1.1 Modelagem

Para desenvolver a modelagem desta peça, utilizei a tabela baseada nas medidas da boneca da empresa Draft, já proposta e

estabelecida no trabalho.

Sequência de desenvolvimento do modelo:

1º Desenvolvimento e traçado do estudo da peça que foi modelada, utilizando a ferramenta mão livre e bézier.

2º Rebaixamento de 0,5 cm na cava: com a linha guia verificar a distância entre o traçado da base onde quero criar o

desenho da cava.

3º É preciso dar as folgas de vestibilidade: foi acrescentado 4 cm no total da peça; e necessário marcar a distância do

traçado da base com as linhas guias, criei o traçado do molde com a ferramenta mão livre.

4º Para a transferência de pence de busto do modelo para o decote, selecionei o contorno da pence traçada com a

ferramenta seleção; duplo clique para ativar a função “Mover”: transferir o eixo do centro para o ápice da pence e, a partir daí,

é possível movimentar a pence para qualquer ponto.

5º Reservei uma cópia do estudo para aproveitamento da lateral e ombro, assim elaborando a peça das costas.

6º Aumento de volume do decote, através da abertura no molde (com a ferramenta seleção do programa): apenas selecionei

o trecho da cava, ombro e decote frente, e abri o volume necessário (mesmo processo utilizado na transferência da pence). A

partir do ângulo da cava, prolonguei a linha do decote até o centro frente, criei uma linha curva para a limpeza, fiz a cópia do

trecho da lateral, cava, ombro e linha do decote frente, e dupliquei para cima, criando assim uma limpeza inteira na peça da

frente.

56

7º Com o auxílio da cópia da frente risquei as costas, formando lateral e ombro, dupliquei a peça das costas, fiz uma linha

curva a partir do centro costas com a medida da lateral da limpeza frente. Com a ferramenta segmento virtual, cortei o molde

para separar e criei a limpeza das costas.

Figura 27 Estudo de Modelagem blusa

57

Figura 28 Estudo finalizado da blusa

58

Figura 29 Modelagem da blusa decote dégagé

59

4.1.2 Confecção

A confecção foi realizada na máquina reta, com costura inglesa6, bainhas de lenço na borda da peça da frente e costa, nas

limpezas internas. A peça da frente possui limpeza inteira e a costas separadas, o ombro foi feito com costura embutida para

melhor acabamento. O fio da peça da frente é enviesado para que haja melhor caimento do tecido, e nas costas utilizei o fio

reto para segurar a estrutura da frente.

4.1.3 Avaliação

Não há necessidade de correção na peça, pois ela seguiu o padrão estabelecido de desenvolvimento criado no croqui

e o resultado final ficou de acordo. O caimento do tecido ficou melhor, pois a peça teve o fio da frente enviesado, enquanto o

fio das costas permaneceu reto para “segurar” o fio da frente.

6 Este termo costura inglesa é conhecido também como costura francesa sendo que entre os italianos e franceses esse tipo de costura chama-se de inglesa e entre os

ingleses e americanos é designada como francesa. Na costura inglesa ou francesa a borda do tecido fica no interior da própria costura. Para o trabalho foi utilizado o termo costura inglesa.

60

4.1.3 Ficha técnica

61

4.2. Processos de fabricação peça 02

A segunda peça desde trabalho é uma saia ½ godê, preparada com as medidas referente a tabela já citada acima (ver

página 31 e seguintes). A partir das medidas da cintura e comprimento da peça foi feito o calculo do ½ godê e acrescentando

a peça recortes para seguir o croqui desenvolvido. Essa é uma modelagem bem simples desenvolvida através das medidas

especificas.

Figura 30 Peça piloto saia 1/2 godê

62

4.2.1 Modelagem

Por se tratar de um molde sem base, apenas foram utilizadas as medidas para a construção do ½ godê, e nele

acrescentados os recortes, que seriam feitos em tecido diferente, para dar destaque na peça. A modelagem foi feita para

vestir na altura da cintura. Seu cálculo foi baseado na explicação dada nos capítulos anterior.

Figura 31 Modelagem da saia 1/2 godê

63

4.2.2 Confecção

O modelo foi confeccionado no tecido de viscose e tule. Para dar destaque na peça, foi feito um recorte na parte

inferior da saia. Para diminuir a dificuldade na costura da peça, escolhi a máquina overloque para um melhor acabamento na

costura, pois seria muito complicado costurar um trecho tão curvo com a máquina reta.

4.2.3 Avaliação

Não houve a necessidade de fazer uma base por ser um godê. Foi necessário colocar entretela no cós para firmar o

tecido. A dificuldade maior foi escolher a costura dos recortes, pois normalmente só utilizamos overloque para tecidos

elásticos, foi preciso costura feita na máquina overloque para fazer a união dos recortes, pois utilizar a máquina reta para

fazer pesponto sobre a costura, conseguindo assim um melhor acabamento.

64

4.2.4 Ficha técnica

65

4.3. Processos de fabricação peça 03

A terceira peça deste trabalho é uma blusa com manga franzida, que será confeccionada em seda com estampa

digital. Sua modelagem contém as seguintes partes: frente, costas e manga. Para fazer o acabamento do decote frente e

costas e da abertura das costas - chamada “gota” -, foi utilizado um viés comprado pronto e botão para fechamento da

abertura costas, fechado com alça desenvolvida com elástico rabo de rato. Essa abertura das costas irá proporcionar uma

melhor vestibilidade. Para costurar a peça utilizei a máquina reta, overloque e um calcador próprio para viés.

Figura 32 Peça piloto 03 blusa feminina com franzido na manga

66

4.3.1 Modelagem

O molde foi feito com os critérios já proposto e citado no trabalho. Modelado a partir da base tamanho 40.

Sequência para a modelagem do modelo:

1º Desenvolvimento e traçado do estudo da peça que foi modelada utilizando a ferramenta mão livre, bézier e linha

guia.

2º Rebaixamento de cava de 1 cm e folga para vestibilidade de 2cm no total de 8cm.

3º Com a ferramenta mão livre e a linha guia, desenhe a pence de correção no decote da frente e a pence de ajuste do

busto (figuras 28 e 29), logo em seguida, reservei uma cópia para elaborar a peça das costas do modelo.

4º Fiz as transferências de pence na peça da frente com a ferramenta seleção, para mover as partes necessárias.

Fechei a pence de correção do decote.

5º Com a cópia da frente, desenhei a lateral costa e ombro utilizando a ferramenta mão livre.

6º Preparamos a manga com o auxilio do retângulo, ou seja, para as mangas, não trabalhamos com base. O início da

construção da manga é feita com o princípio semelhante àquele aplicado para as mangas raglã: esquadrando a cava frente a

partir do ponto do ombro, verificamos a medida da altura de braço necessária para a preparação da cabeça de manga,

utilizando como base a largura de braço mais folga de movimento para preparação da largura da manga (cerca de 2 cm tanto

para a altura quanto para largura), observando os princípios básicos da ergonomia, onde temos pontos nos braços que

67

necessitam dos movimentos. Basta criar um retângulo a partir deste ponto e acrescentar as mencionadas folgas de 2 cm na

largura e altura do retângulo.

7º Este retângulo base é duplicado e ele funcionará como uma base para o traçado da manga. A partir deste retângulo,

construir a manga desejada. Com a utilização do desenho da própria cava do modelo interpretado, construímos a cabeça de

manga, partindo do principio da ergonomia do corpo. Desta maneira, o desenho da cava servirá como um apoio e funcionará

como uma espécie de régua de modelagem, pois seu formato será utilizado como referência para a definição da manga. A

inserção do volume para o franzimento foi realizado na sequência.

68

Figura 33 Preparação do estudo e interpretação peça 03

69

Figura 34 Transferência de pence com a ferramenta seleção

70

Figura 35 Processo de preparação da manga esquadrar o ombro

71

Figura 36 Preparação da manga a partir do retângulo. Verificar na segunda etapa, a utilização do desenho da cava como apoio para a construção da cabeça da manga.

72

Figura 37 Modelagem peça piloto 03

73

4.3.2 Confecção

A peça piloto foi feita no tecido chamado seda estampa digital que possui um brilho e tem um toque macio e suave.

Para que o modelo possa vestir sem nenhum problema e passar pela cabeça, foi feita uma abertura no centro costas superior

da peça, garantindo que a mesma possa ser vestida sem problema algum. O acabamento de decote e da abertura centro

costas será feito com viés comprado pronto e colocado com aparelho, para facilitar a costura.

4.3.3 Avaliação

Devido ao tipo de tecido escolhido, houve um pouco de dificuldade durante a costura, porém o tecido tem um bom

caimento e combinou bastante com o modelo confeccionado. Este modelo tem um tecido muito delicado: a sugestão é trocar

a costura na máquina overloque por costura francesa na lateral para que a costura não deforme a peça.

No caso, de uma segunda peça piloto o tecido poderia ser substituído por chiffon ou crepe de seda, este dois tipos de

tecido daria um bom resultado na aparência e caimento da peça.

74

4.3.4 Ficha técnica

75

4.4. Processos de fabricação peça 04

A quarta peça deste trabalho é um short-saia que foi confeccionado em cotton satin, sua modelagem contém as

seguintes partes: frente, costas, cós frente e cós costas, ela possui uma prega fêmea na parte central da peça e uma prega

macho na linha de vinco da peça em direção a lateral. Característica que proporcionou volume a peça, dando a impressão

visual de uma saia no primeiro momento.

Figura 38 Peça piloto 04 short saia

76

4.4.1 Modelagem

O molde foi feito com os critérios já proposto e citado no trabalho. Modelado a partir da base tamanho 40.

Sequência para a modelagem do short-saia:

1º Desenvolvimento e traçado do estudo da peça que foi modelada utilizando a ferramenta mão livre, bézier e linha

guia.

2º No gancho frente e costas desci e sai 0,5cm, garantindo vestibilidade; utilizando as linhas guias fiz as marcações

dos pontos das linhas mestras principais (linha de gancho e linha de quadril), aproveitando a cópia da base que está na linha

exata da cintura, desci a linha da cintura em 1,5 cm.

3º Movi as pences com a ferramenta seleção, fazendo a transferência de pence na linha do vinco para dar volume na

barra da peça, o que sobrou da pence tirei na lateral da peça.

4º Separamos a peça na linha do gancho frente (ferramenta forma>separar), abrimos o volume necessário da prega,

utilizando a aba Transformações>Posição, abri uma profundidade de 8 cm.

5º Na linha de vinco da peça frente abri uma prega de 6 cm (repetir os passos 3 e 4). No cós fechei as pences,

selecionei as linhas e combinei os nós (CTRL+L), assim uni todos os nós do desenho, basta unir e depois eliminar e suavizar

as linhas até ficar da forma necessária.

6º Com a ferramenta mão livre, marcar o pique do zíper no gancho centro costas. Limpar as linhas internas do molde.

77

Figura 39 Estudo e interpretação da modelagem

78

Figura 40 Processo de abertura das pregas menu transformação e ícone posição

79

Figura 41 Modelagem do short saia

80

4.4.2 Confecção

A peça piloto foi feita em um tecido chamado cotton satin que possui como característica principal uma elasticidade:

mesmo sendo tecido plano, seu brilho traz para peça um ar mais sofisticado. O zíper está localizado no gancho centro costas,

para facilitar a vestibilidade, as pregas contribuem para proporcionar o aumento de volume necessário como característica do

modelo.

O short-saia foi costurado na máquina overloque e na reta, utilizei a entretela de malha para firmar o cós.

4.4.3 Avaliação

A modelagem da peça ficou bem fácil de ser confeccionada, apesar da complexidade da peça e até para costurar foi

bem rápido e simples, pois a preparação da peça para ser montada facilitou a montagem. A alteração sugerida para o modelo

seria apenas na colocação do zíper, aplicando-o na lateral, porém teria que modificar o cós costas, colocando-o com dobra

de tecido.

81

4.4.4 Ficha técnica

82

4.5 Processos de fabricação peça 05

O Processo de fabricação da quarta peça deste trabalho apresentou vários dos elementos que utilizamos no trabalho

para podemos modelar no CorelDRAW. A principal características da peça foi à transferência de pence, que poderá ser

executado com a ferramenta seleção do CorelDRAW. Houve transferência de pence no recorte princesa e fiz uma inserção

de prega no jabour frente, aproveitando o mesmo molde do jabour costas formando um peplum7 no vestido.

Figura 42 Peça piloto 05 vestido com peplum

7 Peplum significa uma aplicação de volume extra, geralmente em forma de babado, na região entre o quadril e a cintura.

83

4.5.1 Modelagem

O molde foi feito com os critérios já proposto e citado no trabalho. Modelado a partir da base tamanho 40.

Sequência para a modelagem do vestido:

1º Com auxilio da base, tracei o desenho do modelo interpretado, coloquei folga para vestibilidade e fiz toda a parte

superior e a parte inferior da peça, utilizei a copia da frente para auxiliar na construção das costas.

2º Na parte superior fiz a transferência de pence de correção do decote e a do busto com a ferramenta seleção, movi

as linhas necessárias para fechar as pences, abrindo assim o recorte princesa.

3º Desenhei o cós frente e costas com a ferramenta retângulo.

4º Para fazer a saia utilizei a ferramenta mão livre, a fralda que existe na parte inferior da saia foi feita utilizando a

ferramenta forma, criando o nó e excluindo quando necessário no ângulo. Clicando sobre a linha do molde com a ferramenta

forma podemos criar curvas e suavizar os traços.

5º Através do uso das ferramentas mão livre, linha guia e forma, faço o traçado e ajuste das peças costas acertando o

tamanho da pence e corrigindo o ombro e cava superior.

6º Depois de fazer o estudo necessário para interpretação do modelo, separo todas as parte da modelagem, unindo o

que for preciso. Nesta modelagem, o cós frente e costas formou um único molde.

7º Para a construção do peplum foi utilizada a mesma técnica de construção de godês apresentada acima para a

inserção da prega, utilizamos também o mesmo processo de separação por nós e inclusão do volume.

84

Figura 43 Estudo e interpretação peça 05

85

Figura 44 Elaboração do recorte princesa

86

Figura 45 Transferência de pence para recorte princesa

87

Figura 46 Preparação do peplum

88

Figura 47 Modelagem do vestido

89

4.5.2 Confecção

A peça piloto foi feita em cotton satin que possui um brilho e elastano; utilizei um zíper no centro costas para vestir de

forma mais adequada ao corpo. Na parte superior interna foi utilizado um (forro) para dar melhor acabamento à peça. E na

borda inferior da saia foi feita uma limpeza para o acabamento da costura e um pesponto sobre a parte externa. A costura a

peça foi feita na máquina reta e overloque, além de pesponto à mão invisível no cós interno.

4.5.3 Avaliação

Devido ao grau de dificuldade a modelagem apresentou diversas peças: a peça do jabour costas foi aproveitada para

fazer o jabour frente, apenas acrescentando a prega fêmea, dando um ar clássico e contemporâneo ao vestido. Quando

comecei a modelar tinha pensado em colocar uma abertura no centro costas da peça, porém após verificar que no desenho

não tinha abertura consegui modificar o molde sem a necessidade de gasto com papeis ou uso de materiais como tesoura e

régua.

90

4.5.4 Ficha técnica

91

4.5.5 Gradação e encaixe

A peça escolhida para fazer a gradação e o encaixe foi a peça 03 que consta no trabalho: a blusa feminina com

franzido na manga. A grade feita tem os seguintes tamanhos: P/M/G/GG. Considerando ser esta uma peça superior (parte de

cima) ampla, trabalhamos em tamanhos salteados, de maneira a atender, em cada um dos tamanhos, dois números, ou seja,

o tamanho P veste o correspondente ao 38 e ao 40.

A janela de menu Transformações foi utilizada para fazer a gradação dos tamanhos, com o menu posição e tamanho

podemos alterar as linhas e dimensões do molde e através do atalho (CRTL+D) conseguimos duplicar as linhas necessárias,

movendo-as em qualquer que seja a direção correspondente a x e y. Todo o processo foi feito após a colocação de folga de

costura no molde de 1 cm, as variações seguiram os critérios utilizados pela instituição SENAI CETIQT, baseado na tabela de

medidas.

92

Figura 48 Acréscimo de folga para costura e gradação

93

Figura 49 Grade de tamanhos P/M/G/GG

94

4.5.6 Encaixe peça 03

Figura 50 Encaixe e risco blusa feminina peça 03

95

5. Conclusão

Através desse trabalho, acredito que diversas pessoas irão se interessar pelo tema proposto e pôr em prática essa

maneira de modelar: indiretamente, de alguma forma, a grande maioria das pessoas que participam e trabalham no setor

têxtil já tiveram contato com o programa. O uso do CorelDRAW para a modelagem de peças do vestuário proporciona uma

facilidade na hora de executar a tarefa, além de poupar tempo, garantir que todas as modelagens construídas estarão

organizadas em arquivos e não será necessário o uso de tantos materiais para modelar com isso, diminuindo os gastos da

produção.

A partir dessa maneira de criar modelagem podemos adquirir mais conhecimento na área através do aumento de

produção dos moldes, o individuo acaba criando suas próprias soluções para revolver as tarefas de maneira individualizada,

obtendo soluções práticas para trabalho no cotidiano, como por exemplo, em relação a escalonamento8 de peças e

organização dos moldes. Por outro lado, facilita a viabilização do trabalho na empresa, pois por ser um programa mais

acessível, qualquer pessoa pode utilizar e trabalhar em complementaridade com os colegas, bastando ter a autorização

prévia do autor do trabalho. Além disso, a tecnologia da internet e os servidores online de armazenamento nos quais

podemos salvar arquivos na nuvem permitem que os usuários manuseiem a modelagem não só no ambiente de trabalho,

mas em qualquer lugar que tenha acesso a internet e ao programa.

Precisamos interagir com o que a de novo no setor têxtil, fazendo com que esses novos instrumentos sejam um

facilitador para auxiliar na rotina diária da produção, aumentando e fornecendo ao modelista uma maior credibilidade sobre

aquilo que ele está executando. Com a modelagem no CorelDRAW, o profissional modelista passa a realizar suas tarefas

8 Escalonamento organizar, distribuir obedecendo a uma sequência lógica ou compatível.

96

diretamente em um programa com características muito semelhantes ao processo que realizamos na modelagem de forma

manual: o CorelDRAW permite que se aplique ao processo produtivo uma automatização, mas sem interferir nas

características do profissional, seja ele mais metódico ou mais intuitivo, características comuns a todo modelista. Ele deixa

ser um simples operador de programa CAD que apenas sabe trabalhar com aquilo que lhe foi ensinado e passa a ser um

indivíduo proativo que resolve por si só os problemas relacionados à modelagem, ou seja, permanecendo um modelista.

Acredito que o programa CorelDRAW possibilita ao modelista inúmeras formas de adequação do seu próprio método

ao sistema, ele proporciona ao modelista muitas ferramentas que auxiliará no desenvolvimento das tarefas. Mantendo um

critério dentro do método utilizado, a liberdade que as ferramentas proporcionam e com a ajuda dos outros CADs as

limitações serão superadas ou ultrapassadas, deixando de haver barreiras para sua utilização.

.

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5.1.3 Questionário:

Modelista 01: Empresa: Moldes de roupa Roberto Marques Nome: Roberto Marques

1. Quanto tempo trabalha com modelagem do vestuário?

Mais de 40 anos

2. Quais os métodos de modelagem você utiliza para trabalhar?

Modelagem plana

3. Quais são as possibilidades que o CorelDRAW dá ao modelista de vestuário?

Praticidade para a construção de um molde, agilidade e a livre interpretação na modelagem.

4. Fazendo uma comparação entre de modelar manualmente e no programa:

5. Quais as vantagens?

Inúmeras vantagens principalmente no manuseio da peça feita, a questão de não ter que utilizar réguas, esquadros

entre outros.

6. Quais as desvantagens?

Quanto acontece uma pequena parada no programa no qual, aparece um gerenciador de objetos e esqueço-me de

salvar o arquivo, acabo perdendo o molde.

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7. Considerações finais:

Gostaria de deixar claro, que tentei utilizar outros programas de CADs, porém devido ao grande fluxo de moldes

produzidos, não consegui manter minha produção mensal, para isso teria que aumentar o número de funcionários, materiais,

para poder cumprir com os prazos de entrega dos trabalhos, assim aumentando os custos de produção. Por isso, pesquisei

diversos tipos de programas e encontrei no CorelDRAW, diversas ferramentas e funções para construir uma modelagem de

roupa.

5.1.4 Questionário:

Modelista 02: Nome: César Leonel Empresa: Moldes de roupa Roberto Marques

1. Quanto tempo trabalha com modelagem do vestuário?

Trabalho com modelagem há 25 ANOS

2. Quais os métodos de modelagem você utiliza para trabalhar?

Utilizo apenas modelagem plana.

3. Quais são as possibilidades que o CorelDRAW dá ao modelista de vestuário?

Visualização da peça inteira, exatidão das medidas, margem de erro é mínima, conferência dos moldes e fidelidade ao

modelo possibilitando o uso da foto ou desenho sobre a base, manuseio do molde em casos de modelagens grandes.

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4. Fazendo uma comparação entre de modelar manualmente e no programa:

5. Quais as vantagens?

Agilidade nas operações, não manuseio de papel, tesoura entre outros materiais, apresentação final do molde. Além

de ser possível o recurso de vetorização de foto para auxiliar no formado de uma peça na modelagem,

Aumentando a escala da foto para tamanho de estatura humana em média de 1,75m trabalhando a proporção da peça.

6. Quais as desvantagens?

Impressão do molde, pois podemos fazer a impressão em uma impressora comum e montar a modelagem em

tamanho A4, porém facilitaria a impressão se fizéssemos em um plotter.

7. Considerações finais:

Comparando a produção diária no papel com o Corel produzimos o dobro de moldes com melhor qualidade.

5.1.5 Questionário:

Modelista 03: Nome: Tânia Figueiredo Empresa: Animale Brasil

1. Quanto tempo trabalha com modelagem do vestuário?

Há 25 anos.

100

2. Quais os métodos de modelagem você utiliza para trabalhar?

Integralmente com o programa CorelDRAW

3. Quais são as possibilidades que o CorelDRAW dá ao modelista de vestuário?

Economia de tempo e espaço

4. Fazendo uma comparação entre modelar manualmente e no programa:

5. Quais as vantagens?

Praticidade, baixo custo.

6. Quais as desvantagens?

Comparando com a modelagem manual, não vejo nenhuma.

7. Considerações finais:

É importante que a pessoa saiba desenvolver suas modelagens em cima de bases para facilitar o processo. A pessoa

que só trabalha com moulage, terá mais dificuldade em aprender.

101

6. Referências

BRANDÃO, Gil. Aprenda a costurar. 3. Ed. Rio de Janeiro: Gráfica Editora Livro, 1967.

CASAGRANDE, Heide Gomes. CAD de modelagem: comparativo de eficiência entre processos manuais e

computadorizados de interpretação e graduação de moldes. Rio de Janeiro, 2008. 49 p.

GARCIA. Carlos Alberto (2007). CORELDRAW X3: interagindo com as ferramentas. São Paulo: Ed. Érica.

DUARTE, Sonia; SAGGESE, SYLVIA. Modelagem Industrial Brasileira. Editora, Cleo

FULCO, Paulo, SILVA, Rosa Lúcia de Almeida. Modelagem Plana Feminina. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional,

2003.

PRIMO. Lane. Estudo dirigido de CorelDRAW 13 em português. Editora Érica, 2004

ROCHA, Tarcízio da (2006). CorelDRAW X3: criando gráficos profissionais. Editora Ciência Moderna.

ROLLIM, Cristina. Modelagem e estudo do encaixe assistidos por computador. Rio de Janeiro, SENAI/CETIQT, 2003

51 p

SENAI. CETIQT. Modelagem e encaixe no sistema Audaces. Rio de Janeiro:

SENAI. CETIQT. Modelagem e encaixe no sistema Lectra. Rio de Janeiro: 2009.

SENAI. CETIQT. Modelagem e encaixe no sistema Moda 1. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 2010.

SOUZA, Sidney Cunha de. Introdução à tecnologia da modelagem industrial. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 1997.

102

Web sites acessados:

http://www.audaces.com/br .Acessado 2012.

Informações do aplicativo Meg.http://megtecnomoda.com.br/Default.aspx. Acessado 10/2013.

Zatta, Andrea Meneghetti.Tecnologias que influenciam no processo de concepção do design para a indústria da moda:

projeto MEG – um estudo de caso / Andrea Meneghetti Zatta, 2013. Disponível:

http://base.repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/89723/zatta_am_me_bauru.pdf?sequence=1 Acessado 09/2013.

Última atualização em 21/3/2010 por (Mundo Das Marcas) E Reatualizado por Léo Silveira (Corel na Veia) com

autorização prévia. Meus agradecimentos ao Blog Mundo das Marcas.

Read more: http://www.corelnaveia.com/p/historia-corel.html#ixzz3HyGjECO2. Acessado 01/2013.

http://www.CorelDRAW.com/br/product/software-de-design-gr. Especificações do programa. Acesso 05/2013.

Saiba mais sobre Meg – Tecnomoda desenvolvido em parceria com o CNPq. http://senailondrina.com.br/saiba-mais-

sobre-o-meg-tecnomoda-desenvolvido-em-parceria-com-o-cnpq/. Acessado 01/2013

http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Anuario%20do%20Trabalho%20Na%20Micro%20e%20Pe

quena%20Empresa_2013.pdf. Acessado 2013

observatorio.sebraego.com.br/midias/downloads/12072013172159.pdf. Acessado 2013

103

Tecnologia a favor da confecção CAD/CAM é diferencial na hora da produção. Renata Martorelli

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/21/materia/mercado.html. Acessado 11/2014.

http://picasaweb.google.com.br/mone.merini/OGrandeLivroDaCostura# . Acessado11/2014.

Formula all incluse- Mab Fortuna, CAD MD900. http://www.mabfortuna.com.br/. Acessado 11/2014.

http://ffw.com.br/noticias/moda/afinal-o-que-e-peplum-saiba-tudo-sobre-a-grande-tendencia-de-2012/. Acessado

11/2014.

http://costurandoerecriando.blogspot.com.br/2013/04/costura-inglesa-francesa.html. Acessado 11/2014

http://myfashionproject.blogspot.com.br/2008/11/costuras-francesas-como-fazer.html. Acessado 2014

http://artesanatobrasil.net/o-grande-livro-da-costura-para-baixar/. Acessado 11/2014.

http://entretenimento.r7.com/blogs/gustavo-sarti/o-que-e-peplum-e-como-usar-essa-tendencia-12042012/

Acessado 2014

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