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Morte vida severina em quadrinhos

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Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, em quadrinhos. Texto completo.

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Melo Neto, João Cabral de Morte e vida severina / João Cabral de Melo Neto. –

Recife: Fundaj, Editora Massangana, 2009. 42 p.: il.

ISBN 978-85-7019-468-8 Edição em quadrinhos realizada por Miguel Falcão

1. Literatura brasileira – Poesia. I. Título.CDU 869.0(81)-1

ISBN 978-85-7019-468-8© 2010, direitos desta edição reservados aFundação Joaquim NabucoAv. 17 de Agosto, 2187 - Casa Forte - Recife - PEBrasil CEP 52061-540 Tel: (81) 3073.6321

www.fundaj.gov.br

PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO

Fernando Lyra

DIRETORA DE CULTURA

Isabela Cribari

DIREÇÃO-GERAL DA TV ESCOLA

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COORDENADOR-GERAL DA EDITORA MASSANGANA

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COORDENADORA-GERAL DA MASSANGANA MULTIMÍDIA

Germana Pereira

COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DA TV ESCOLA

Érico Monnerat

COORDENADOR EDITORIAL

Sidney Rocha

Foi feito depósito legal. Impresso no Brasil.

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A primeira vez que publicamos esta adaptação de Morte e vida seve-rina, de Miguel Falcão, o fizemos por contar com a generosidade dosherdeiros de João Cabral de Melo Neto e da Editora Nova Fronteira.Era uma edição não comercial, fruto do tino do coordenador-geralda Editora Massangana, o jornalista Mário Hélio. Era comemorativa(o ano de 2005, aquele, encerrava data redonda das Ligas Campo-nesas em Pernambuco), e a luta pela terra é pano de fundo, sim, dogrande poema de João Cabral. Um auto de Natal, o sabemos, masnão há fugir a episódios ainda polêmicos que são a reforma agrária ea realidade do homem do Nordeste, eixo fundamental para o pensa-mento e a ação da Fundação Joaquim Nabuco.Esta segunda edição é publicada somente para comprovar a vo-cação educacional do audiovisual e como ele exerce bem a passagemdo conhecimento, do contexto cultural, histórico, e da excelenteferramenta a serviço da cultura e da educação que tais aliançascaracterizam. Agora, através da Massangana Multimídia, sob a coor-denação-geral da jornalista Germana Pereira, este número inauguraa série “Poemas animados” que, a partir deste Morte e vida seve-rina, de João Cabral, será distribuída às televisões educativas doBrasil, em especial a TV Escola, parceira do projeto, e se adequaráperfeitamente tanto às metas da diretoria de cultura da FundaçãoJoaquim Nabuco, a saber a integração de contéudo editorial dassuas principais difusoras (a Massangana editora e a Massanganamultimídia), quanto ao desejo do próprio MEC, dos seus conteu-distas, da sua filosofia de intertextualidades.Integração que será vista também nas ações das diversas unidadesdo Ministério da Educação, como é o caso da realização conjuntadeste trabalho pela Fundação Joaquim Nabuco e pela TV Escola,com a proposta de atender com mais eficiência o jovem brasileiro, oestudante brasileiro, o povo brasileiro, afinal, na máxima condiçãoda verdadeira democracia que começa por dar opções para que to-dos conheçam a realidade, e sob vários pontos de vista.Esta lição aprendemos com Roquette-Pinto, Paulo Freire, FlorestanFernandes, Gilberto Freyre, Fernando Haddad, Fernando Lyra, etodos aqueles que admitem com ação contínua que não há outraferramenta de abrir cabeças sem violência senão a educação.

Isabela CribariDiretora de Culturada Fundação Joaquim Nabuco

“cavando o chão, água mina”

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Desde 1996 a TV Escola leva a milhares de lares e escolas con-teúdoeducativo e curricular. Atualmente, ela é distribuída por satélite aber-to analógico e digital para todo o Brasil, atingindo cerca de 15 mi-lhões de antenas parabólicas e quase dois milhões de assinantes nasoperações de televisão por assinatura. Além disso, 50 mil escolas pú-blicas de todo o país estão equipadas com antenas e televisores para arecepção do sinal, que também está disponível simultaneamente nainternet, ao vivo.É nessa perspectiva de crescimento e inovação intensa que a TVEscola vem lançando novos produtos, como o conjunto de anima-ção e história em quadrinhos da obra Morte e vida severina. Esselançamento representa a continuidade da parceria entre a TV Es-cola e a Fundação Joaquim Nabuco que resultou em produçõesreconhecidas por seu caráter educativo-cultural e pela sua qualida-de: Brasil 500 anos (2000), Poetas do repente (2006) e Civilizaçãodo açúcar (2009).Ao produzir Morte e vida severina, uma das principais obras da lite-ratura brasileira, a TV Escola reforça seu compromisso de disponibi-lizar em sua programação conteúdos que enriqueçam e divulguem acultura regional e possibilitem seu uso em sala de aula como elementode reflexão e fomento das práticas multidisciplinares, enriquecendotambém assim, o processo de ensino/aprendizagem.

Demerval Guilarducci BruzziDiretor de Produção de Conteúdos e Formaçãoem Educação a Distância

“vale bem qualquer esforço”

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Quando João Cabral de Melo Neto escreveu Morte e vida seve-rina, o presidente do Brasil era Juscelino Kubitschek, que faria opaís avançar “50 anos em 5”, segundo o lema daquele governo. Nocomeço daquela década, em 19 de setembro de 1950, inaugurou-sea primeira emissora de TV do Brasil, uma das pioneiras no mundo.Desses tempos para cá, o audiovisual tem sido responsável pela cri-ação de um território imaginário, mágico, assombroso, saindo datelinha diretamente para a cabeça das gerações de jovens do Brasil.Começo difícil, como em tudo. Não se tratava somente da técnica eda tecnologia. Era necessária a criação de uma linguagem própria.Era diferente do cinema, tinha de ser. Essa produção audiovisual es-taria ligada para sempre à história, assim como o cinema está, muitoa serviço das “reconstituições.” Basta ver, de Griffith, na América dadécada de 1910, O Nascimento de uma Nação e Intolerância, ou nadécada seguinte, tudo de Eisenstein: A Greve, O Encouraçado Po-tenkin, Outubro etc, só para citar extremos.Na TV, porém, era preciso “reconstituir” e “recontar” agora, já,instantaneamente. O conceito de tempo é o que diferenciava a teli-nha da telona. Além disso, a telinha não recebia questionamentosestéticos, políticos e sempre fora uma coisa da iniciativa privada,coisa do mercado, de produtos e anunciantes.Isso era antes. Os tempos mudaram. Abram o pano: a produçãoaudiovisual hoje desburocratiza o conhecimento acadêmico. Nistotem mérito o trabalho desenvolvido pelas TVs educativas no Brasil.O desenvolvimento tecnológico permitiu que o audiovisual encon-trasse novas formas de atuar, principalmente na educação e na cul-tura, na passagem do conhecimento e no ensino a distância. Nisto aMassangana Multimídia tem concentrado o seu trabalho.Iniciativas como Brasil 500 anos, Poetas do repente, Cultura doaçúcar e o festejado Morte e vida severina, com a TV Escola e ou-tros parceiros, fazem da Massangana Multimídia uma das melhoresprodutoras de conteúdo audiovisual, com um catálogo inteiro a ser-viço do país. Para todos os joões. Todos os severinos. Irmãos dasalmas. Do Brasil.

Germana PereiraCoordenadora-geral da Massangana Multimídiada Fundação Joaquim Nabuco

“filhos de tantas Marias”

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Quando a Editora Massangana tomou a iniciativa de publicar umaversão ilustrada de Morte e vida severina (lá se vai já um lustro) hou-ve um interesse fecundo e multiplicador que agora resulta em umanova “releitura”, a partir dos desenhos originais de Miguel Falcão.Na verdade, a iniciativa de promover a adaptação do texto mais fa-moso de João Cabral era o desdobramento natural do projeto Mas-sangana em sua nova fase: a escolha da HQ como veículo foi umadas primeiras.O pretexto eram algumas efemérides em torno do poema de forteconteúdo de crítica social e alguns acontecimentos que também fa-ziam lá seus aniversários. Celebrações, portanto. E neste sentido,uma anti-homenagem a um poeta que gostava tão pouco disso quecerta vez disse com a ironia que também o caracterizava que o seuprimo Manuel Bandeira havia morrido vítima de tantas homenagensaos seus oitent’anos. Um, lírico, outro, antilírico, mas da mesma fa-mília que não se cansa de cantar o mangue nosso de cada dia.Com Morte e vida severina tinha também uma relação algo irônica.Falou-se já a valer disso. Vale, portanto, relembrar uma entrevistade João Cabral publicada na revista Pirata, em que o poeta, respon-dendo a respeito do poema, dizia que de Morte e vida severina já setinha feito de tudo; não seria, por conseguinte, de estranhar, quequalquer dia alguém inaugurasse um edifício chamado “Morte evida severina”, pois o poema é como uma espécie de babaçu quetem mil e uma utilidades.Sim, certos poemas são como bois e babaçus. Mas por que em vezde falar-se na utilidade deles alguém não se põe a dizer o quanto ébelo esse animal e aquela planta? É assim com o poema antilírico,que em vez de empregar palavras gastas ou “poéticas” para narrar abeleza do nascimento de um menino (Severino ou Deus, no Natal)compara a sua beleza à de um coqueiro, um avelós, uma palmatória.Nada mais feliz que seja Miguel o que reinventou João Cabral agorade novo, porque a sua sintonia com o poeta vem de longe. Desde quese comoveu com a interpretação que João Cabral fez de um circo noNordeste e se animou a espontaneamente desenhar o poema.Nada mais feliz do que a ideia de animar esses desenhos a partir dopoema de mil e uma utilidades e belezas. Com o desenho a paloseco de Miguel acentua-se ainda mais a força desses versos que fo-ram escritos para despertar as consciências: um antiacalanto de de-núncia da injusta condição dos tantos severinos mortos e vivos paraalém de todos os lirismos e sonhos.

Mário Hélio Gomes de LimaCoordenador-geral da Editora Massanganada Fundação Joaquim Nabuco

“de uma vida severina”

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João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife, em 1920,e morreu no Rio de Janeiro, em 1999. Estreou comPedra do sono (1942). Em 1945 ingressou na carreiradiplomática e isto o fez viver a maior parte da vidafora do Brasil. Publicou 20 livros de poesia, entre osquais se destacam O Engenheiro (1945), O Cão semplumas (1950), O Rio (1954), Duas águas (1956),Quaderna (1960), A Educação pela pedra (1966),Auto do frade (1984) e Sevilha andando (1990).Recebeu distinções literárias internacionais como osprêmios Neustadt (Estados Unidos), Reina Sofía(Espanha), Camões (Portugal). Foi membro daAcademia Brasileira de Letras.

Miguel Falcão nasceu em Timbaúba, em 24 defevereiro de 1963. Formado em Design pelaUniversidade Federal de Pernambuco. Desde 1989ocupa o cargo de chargista e ilustrador do Jornal doCommercio do Recife. Colabora com diversasrevistas e tem prêmios nacionais e internacionais. Émembro da diretoria do Sindicato dos Jornalistasde Pernambuco e membro fundador da Acape,Associação dos Cartunistas de Pernambuco.