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curso: Licenciatura Interdisciplinar Área:Fundamentos da Educação Disciplina:Didática Texto: Não há docência sem discência Paulo Freire Professora Cristina TORRES 2013

Não há docência sem discência

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Page 1: Não há docência sem discência

curso: Licenciatura Interdisciplinar

Área:Fundamentos da Educação

Disciplina:Didática

Texto: Não há docência sem discência

Paulo Freire

Professora Cristina TORRES 2013

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Licenciou-se em Direito, chegando a exerceradvocacia.

De 1941 a 1947 foi professor de português. Em 1959 doutorou-se em Filosofia e Históriada Educação. Foi professor de Filosofia eHistória da Educação em 1961, naUniversidade de Recife.

Participou numa campanha de alfabetização de adultos no Estadodo Rio Grande do Norte, Estado Brasileiro vizinho (a Norte) dePernambuco (cuja capital é a já mencionada cidade de Recife). Opresidente João Goulart nomeou-o, em 1963, Presidente daComissão de Cultura Popular. Com o golpe militar de 1964, foipreso durante cerca de dois meses e exilado por quinze anos.Durante esse período, viveu no Chile, indo em 1969 para Harvard eem seguida para Genebra durante dez anos.Professora Cristina TORRES 2013

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Visita vários países africanos,com destaque para as ex-colónias portuguesas, como aGuiné-Bissau, Angola,Moçambique e S.Tomé ePríncipe.

Volta ao Brasil, onde foiprofessor na Universidade deSão Paulo, e Secretário daEducação do Município, eleitopelo Partido dos Trabalhadores.

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A docência se fundamenta na discência, istoé, só existe o mestre na medida em que elese faz discípulo. Pois, antes de ensinar épreciso aprender. Daí se pode concluir quetodo bom professor se caracteriza por sembom aluno de seus próprios ideais.O aprender-a-aprender e o aprender-a-ensinar são duas faces da mesma moedacujo valor seencontra nas seguintesexigências:

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Ensinar exige

rigorosidade metódica

Pesquisa

respeito aos

saberes dos

educandos

Criticidade

estética e éticacorporeificação das

palavras pelo exemplo

risco, aceitação do novo e rejeição a

qualquer forma de discriminação.

reflexão crítica sobre a prática

conhecimento e a assunção da identidade cultural

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Para FREIRE “O educador democrático não podenegar-se o dever de, na sua prática docente,reforçar a capacidade crítica do educando, suacuriosidade, sua submissão. Uma de suas tarefasprimordiais é trabalhar com os educandos arigorosidade metódica com que devem se"aproximar" dos abjetos cognoscíveis”.

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“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Essesque-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquantoensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porquebusco, porque indaguei, porque indago e me indago.Pesquiso para constatar, constatando, intervenho,intervindo, educo e me educo. Pesquiso para conhecer e oque ainda não conheço e comunicar ou anunciar anovidade.” (FREIRE, P.16)Professora Cristina TORRES 2013

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Pensar certo coloca ao professor ou,mais amplamente, à escola, o dever denão só respeitar os saberes com que oseducandos, sobretudo os da classespopulares, chegam a ela - saberessocialmente construídos na práticacomunitária - mas também, como hámais de trinta anos venho sugerindo,discutir com os alunos a razão de ser dealguns desses saberes em relação como ensino dos conteúdos

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Diz FREIRE “Não há para mim, na diferença e na"distancia" entre a ingenuidade e a criticidade, entre osaber de pura experiência feito e o que resulta dosprocedimentos metodicamente rigorosos, uma ruptura,mas uma superação. A superação e não a ruptura se dána medida em que a curiosidade ingênua, sem deixar deser curiosidade, pelo contrário, continuando a sercuriosidade, se criticiza” .(FREIRE ,p.19)

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A necessária promoção daingenuidade a criticidade não podeou não deve ser feita a distância deuma rigorosa formação ética aolado sempre da estética. Decência eboniteza de mãos dadas.

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“O professor que realmente ensinar, quer dizer,que trabalha os conteúdos no quadro darigorosidade do pensar certo, nega, como falsa, afórmula farisaica do "faça o que mando e não o queeu faço". Quem pensa certo está cansado de saberque as palavras a que falta corporeidade doexemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certoé fazer certo”. (FREIRE,p.19)

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“É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco,a aceitação do novo que não pode ser negado ouacolhido só porque é novo, assim como o critério derecusa ao velho não é apenas o cronológico. O velhoque preserva sua validade ou que encarna umatradição ou marca uma presença no tempo continuanovo.” (FREIRE,p.20)

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A prática docente crítica, implicante do pensarcerto, envolve o movimento dinâmico, dialético,entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O saber quea prática docente espontânea ou quaseespontânea, "desarmada", indiscutivelmenteproduz é um saber ingênuo, um saber deexperiência feito, a que falta a rigorosidademetódica que caracteriza a curiosidadeepistemológica do sujeito.

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“Uma das tarefas mais importantes da prática educativa-crítica é propiciar as condições em que os educandos emrelação uns com os outros e todos com o professor ou aprofessora ensaiam a experiência profunda de assumir-se.Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante,comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos,capaz de ter raiva porque capaz de amar. Assumir-se comosujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto. Aassunção de nós mesmos não significa a exclusão dosoutros. É a "outredade" do "não eu", ou do tu, que me fazassumir a radicalidade de meu eu.”

(FREIRE , p. 24)

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz eTerra, 1996. –(Coleção Leitura)

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