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Novos campos de investigação historiográfica: a literatura, o cinema e a arte.

Novos campos de investigação historiográfica a literatura, o cinema e a arte

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Primeiramente, obrigado por visitar meu slide. A historiografia sofreu diversas alterações ao longo do século XX, contribuindo para isto o surgimento de novos campos historiográficos. Nesse slide abordaremos o surgimento de três fontes que ganharam notoriedade: a literatura, o cinema e a arte. Trataremos de como estes campos enriquecem o estudo historiográfico.

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Page 1: Novos campos de investigação historiográfica   a literatura, o cinema  e a arte

Novos campos de investigação historiográfica: a literatura, o

cinema e a arte.

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Conceito de documento

No mundo atual, o documento impera. No entanto, nem sempre foi assim. As

identidades sociais eram estabelecidas por valores diferentes dos atuais.

A ênfase dada a escrita como registro chega a ser preconceituosa, quando estabelece-se o advento da escrita com o surgimento da História.

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Conceito de documento

Mesmo que a escrita impere, não se pode mais negar a importância de outras fontes.

Os Annales colocaram a discussão em torno do documento. De lá pra cá, houve uma grande ampliação de fontes e pesquisas.

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Conceito de documento

Com isso, cresce a complexidade dos documentos, já que mudaram os limites de vários campos do conhecimento e as relações estabelecidas entre eles.

Surgem novas especializações e profissões, diversificou-se a pesquisa e ganharam importância diferentes tipos documentais.

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Conceito de documentos

Vamos abordar três fontes que passaram a ganhar notoriedade nas pesquisas históricas:

Cinema Literatura Arte

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Cinema e História

Linguagem de comunicação recente quando comparada a longa duração (Início em meados do séc. XIX e início do séc. XX).

Filmes produzidos no período inicial podem ser utilizados como verdadeiros documentos para a História

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Cinema e História

Os filmes podem suscitar várias questões:

Desenvolvimento técnico da época; Contexto histórico da produção; Mensagem ideológica; Como interpretar o “texto”, a imagem e

a linguagem tecnológica.

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Cinema e História

A utilização de filmes como fonte não é novidade. Nas décadas de 60 e 70, o historiador francês Marc ferro, publicou, nos Annales, ensaios metodológicos sobre o assunto.

Para ele, o cinema é mais uma fonte do um “texto auto-significante”.

Diferente de utilizar o filme como documento, é tê-lo como objeto de pesquisa.

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Cinema e História – A questão da semiótica

Entende o cinema mais como um objeto que como uma fonte de estudo.

Vê nele um conjunto de signos e textos a serem codificados.

Os teóricos semióticos se dividem em dois grupos:

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Cinema e História – A questão da semiótica

O cinema deve ser considerado como texto e sua análise deve levar em conta seu caráter narrativo (Christian Metz).

Semiótica conotativa: O plano da expressão é uma semiótica completa e o plano do conteúdo, um “conotador”, um conjunto de convenções e restrições métricas, formais e estéticas (Emilio Garroni).

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Literatura e História

Diferentes abordagens: Literatura como fonte: Trabalha com o

conceito de imaginário, a literatura é eficaz na identificação dos imaginários coletivos. Importância da interdisciplinaridade.

Literatura como objeto de estudo.

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Literatura e História – Questão da narrativa Hayden White suprime a linha democrática

entre história e literatura: história se aproxima da literatura no que

diz respeito a construção do texto. Critica a distinção entre fato e ficção.• Leva a questionar a forma textual

empregada pelo historiador: O que é um texto científico? O que é um texto literário?

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Literatura e História – Questão da narrativa O retorno ao fato é impossível. O historiador é sujeito de seu tempo

buscando dialogar com o passado. Porém, diferente do literário, o

historiador lida com o que de fato aconteceu, e nessa lógica, é certo que a história não deve competir com a ficção.

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Literatura e História – Questão da narrativa A pesquisa histórica não é apenas a

narração dos resultados de um livro. A retórica é importante na historiografia prática, mas não é, como declara White, incompatível com uma referência realista a fatos históricos.

Na mesma medida que literatura se aproxima da história como fonte, se distancia dela como narrativa.

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Literatura e História – Questão da narrativa Apesar das inevitáveis discussões

teóricas, a literatura não deixa de ser uma importante fonte para o historiador, revelando os hábitos e o imaginário social da época em que foi produzida.

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Arte e História

São fontes privilegiadas para o saber histórico:

Pinturas, esculturas, arquitetura, desenhos, monumentos, mobiliários, vestimentas, acessórios, etc.

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Arte e História

O que essa cultura material pode revelar sobre uma sociedade é relativo, dependendo do conteúdo ao qual a pergunta se refere.

Exemplo: Estudo de Phillipe Ariès sobre o comportamento social diante da família e da criança durante a Idade Média e a gradual mudança desse comportamento na Idade Moderna.

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Arte e História

Ariès não utilizou apenas fontes escritas, utilizou também fontes iconográficas tais como construções das casas e escolas, objetos no interior das casas e igrejas, esculturas e pinturas da época.

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Arte e História

Outro exemplo é a obra “História Artística da Europa”, de Georges Duby.

O autor recorre a diversas fontes, principalmente a arquitetônica, para explicar a produção artísticas da época e concluir que naquele tempo, antes de obras de arte elas eram, mais do que tudo, funcionais.

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Considerações finais

Há uma diferença entre documento e objeto e procedimentos metodológicos diferentes para cada um.

Uma coisa é constatar que as igrejas góticas são uma representação de uma dada realidade, outra é buscar no próprio estilo gótico o significado dessas representações.

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Considerações finais

Tratar os documentos não-gráficos como fontes trouxe uma valiosa contribuição para a história.

Contudo, o trabalho do historiador fica mais difícil quando seu questionamento recai sobre o próprio documento.

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Considerações finais

Centralizar as principais questões a partir de uma obra literária, de um filme, ou de uma arquitetura, por exemplo, é torná-los objeto de pesquisa e requer do historiador uma via de mão dupla, com disciplinas que prosseguem paralelamente ou transversalmente umas com as outras.