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6. O Antigo Regime europeu: regra e exceção
METAS10. Conhecer e compreendero Antigo regime europeu anível político e social.
10.1. Definir o Antigo Regime.
10.2. Identificar ascaraterísticas fundamentaisdo Absolutismo régio.
10.3. Referir instrumentos depoder absoluto.
10.4. Caraterizar a sociedadede ordens do Antigo Regime.
10.5. Destacar o papel daburguesia mercantil efinanceira.
11. Conhecer os elementosfundamentais de caraterizaçãoda economia do Antigo Regimeeuropeu.
11.1. Explicar o peso daeconomia rural no AntigoRegime.
11.2. Destacar a importânciado comércio internacional.
11.3. Explicar a políticamercantilista.
11.4. Relacionar oMercantilismo com asrivalidades entre ao paíseseuropeus.
12. Conhecer e compreender oselementos fundamentais da arte eda cultura no Antigo Regime.
12.1. Caraterizar a arte barroca.
12.2. Explicar a importância dométodo experimental para oprogresso científico.
13. Conhecer e compreender a
afirmação política e económicada Holanda e da Inglaterra nosséculos XVII e XVIII.
13.1. Caraterizar a organizaçãopolítica das Províncias Unidas.
13.2. Destacar a defesa doParlamentarismo pela sociedadeinglesa.
13.3. Identificar nos dois países aexistência de uma burguesiadinâmica e interventiva.
13.4. Destacar o papel destegrupo no desenvolvimento docomércio internacional(Capitalismo Comercial).
14. Conhecer as diferentesetapas da evolução de Portugal,em termos políticos, sociais eeconómicos, no século XVII eprimeira metade do século XVIII.
14.1. Reconhecer o reinado deD. João V como um momento deafirmação da monarquiaabsoluta.
14.2. Caraterizar a sociedadeportuguesa como umasociedade de ordens.
14.3. Explicar a implementaçãode medidas mercantilistas.
14.4. Avaliar o impactodessas medidas nasmanufaturas e nabalança comercial.
14.5. Explicar o impactodo Tratado de Methuene do afluxo do ourobrasileiro na economiaportuguesa.
O Antigo RegimeEntre os séculos XVI e XVIII, vigorou na Europaum período designado por Antigo Regime.Este regime caracteriza-se por alguns aspetosque são comuns a grande parte dos paíseseuropeus:
Sociedade Sociedade de ordens
Economia
Agricultura pouco produtiva
Comércio colonial em expansão Mercantilismo
Política Absolutismo Régio
Luís XIV (1638-1715)
Entre os séculos XVI e XVIII amaior parte dos países europeusforam governados por reisabsolutos – concentravam nasua figura todos os poderes.
Esta centralização do poder realtinha começado na Idade Médiaquando começaram a retirarpoderes à nobreza e ao clero.
Perante o povo os reis vão criar aimagem de um pai protetor.
Desenvolve-se a ideiade que os reis sãorepresentantes de Deusna terra, governandoem seu nome e só a eleprestam contas. Assim,todos os súbditos lhedeviam obediênciaabsoluta. Desobedecerao rei era o mesmo quedesobedecer a Deus.
O Absolutismo RégioO PODER DIVINO DOS
REIS
OS INSTRUMENTOS DO PODER ABSOLUTO
- Criação de órgãos políticos decaráter consultivo – Conselheiros;- Criação de um corpo de
funcionários públicos – executamas ordens do rei ou dosconselheiros;
- Organização de um exércitoprofissional;
- Submissão da igreja e das ordensprivilegiadas;
- Controlo das atividadeseconómicas e da máquina fiscal.
- A Corte como encenação dopoder: as festas, espetáculos,caçadas etc. eram o meio maisforte de mostrar a grandeza e opoder real.
Resumindo...
O absolutismo régioconsiste num sistema degoverno que se caracterizapela concentração de todosos poderes nas mãos do rei.Os monarcas consideravamque o poder lhes eratransmitido por Deus eapenas a Ele deviam prestarcontas (Monarquia deDireito Divino)
- Período histórico, entre oséculo XVI(Descobrimentos) e oséculo XVIII (Revoluçãofrancesa).
- Caraterizou-se a nívelpolítico pelo poderabsoluto dos reis(Absolutismo), a níveleconómico pela políticamercantilista e a nívelsocial pela sociedade deordens.
ANTIGO REGIME ABSOLUTISMO
A SOCIEDADE DE ORDENS
A sociedade do Antigo Regimeera hierarquizada, isto é,ordenada em função donascimento e de critérios dehonra, dignidade e funçõesdesempenhadas.
Estava dividida em estratossociais ou ordens, que sedistinguiam pelas obrigações, osdireitos, pelas formas de vestire pelas relações sociais queestabeleciam.
A ascensão social era muitodifícil (Fraca mobilidade social).
A SOCIEDADE DO ANTIGO REGIME
Joana Cirne | Marília Henriques
O clero
Baixo clero
• Párocos• Frades
Alto clero
• Arcebispos• Bispos• Abades
PRIVILÉGIOS FUNÇÕES
• Possuía vastos latifúndios (Terras) • Culto religioso
• Não pagava impostos • Administração pública
• Recebia os dízimos • Ensino
• Tinha um tribunal e leis próprias • Assistência
A SOCIEDADE DO ANTIGO REGIME
Joana Cirne | Marília Henriques
Nobreza de toga
• Burgueses com formação universitária que exerciam cargos importantes.
• Título nobiliárquico obtido do rei por bons serviços e mérito.
Nobreza de sangue
• Descendiam das famílias nobres.
PRIVILÉGIOS FUNÇÕES
• Possuía vastos latifúndios (Terras) • Guerra
• Não pagava impostos, mas detinha direitos senhoriais (ex: recebia impostos).
• Desempenhava importantes cargos religiosos, na administração pública eno exército.
• Era bastante favorecida pelas leis.
A nobreza
A SOCIEDADE DO ANTIGO REGIME
Joana Cirne | Marília Henriques
Povo
• Artesãos• Camponeses• Serviçais /assalariados• Mendigos, escravos
Burguesia
• Comerciantes• Juízes e Advogados• Funcionários
administrativos e outros
OBRIGAÇÕES FUNÇÕES
• Pagavam muitos impostos. Burguesia Povo
• Deviam obediência aos grupos sociais privilegiados.
• Grupo social com poder económico que, se prestasse bons serviços ao rei, podia ascender à nobreza de toga.
• Trabalhava no campo, no artesanato ou servia a nobreza. Vivia na miséria
O terceiro estado
A ECONOMIA no ANTIGO REGIME
Sendo a produtividade baixa, as fomeseram frequentes assim como asepidemias, o que limitava o crescimentodemográfico.
A agricultura
- Atividade que ocupava a maioriada população.
- pouco produtiva e técnicasrudimentares.
- As terras pertenciam à nobreza eao clero que as arrendavam acamponeses em troca de rendaselevadas.
O COMÉRCIO INTERNACIONAL
Os impérios europeus e as rotas docomércio internacional
Com a abertura das grandes rotas intercontinentais
- Investimento no comérciocolonial, dinamizando o tráficodos produtos coloniais etornando-o o setor económicomais rentável.
- -Enriquecimento da burguesia,ativa e empreendedora,sobretudo na Holanda eInglaterra.
O MERCANTILISMOPara enriquecer o Estado, os reisabsolutistas adotaram medidasmercantilistas.
Jean-Baptiste Colbert, ministro deLuís XIV, foi um dos principaisteóricos do mercantilismo(doutrina protecionista):
O seu objetivo [de Colbert] é tornar o país maisopulento do que todos os outros, abundante emmercadorias e rico nas artes, sem ter necessidade decoisa alguma e com capacidade para fornecer toda aespécie de coisas aos outros Estados. Por consequênciatudo faz para instalar em França as melhores indústriase impediu os outros Estados de introduzirem os seusprodutos no reino de França.
Relatório do embaixador de Veneza em visita à corte de Luís XIV
Proteção do
comércio e indústria
Criação de manufaturas
e companhias comerciais
SubsídiosIsenções
fiscaisMonopólios
Importação de matérias-
primas
Aumento das exportações
Entrada de metais
preciosos
Balança comercial positiva
Colbert, ministro de Luís XIV
Resumindo...
AS RIVALIDADES ECONOMICAS
O MERCANTILISMO ganhouforça neste contexto de forterivalidade porque reforça eprotege a economia nacional.
O comércio era considerado omotor da economia e da riquezados Estados.A disputa entre os paíseseuropeus pela domínio das rotascomerciais e dos mercadostornou-se muito intensa.Portugal e Espanha foramultrapassados pela Holanda,Inglaterra e França, que tambémcompetem entre si.
A exceção holandesaNo séc. XVII, tornou-se a economiamais forte da Europa baseada naliberdade de iniciativa eprescindindo de medidasprotecionistas.Apoiada na iniciativa da suaburguesia, desenvolveu umaprodução variada e moderna (ótica,instrumentos de precisão,construção naval, têxteis,agricultura , criação de gado, etc.).Amesterdão tornou-se o centroeconómico do mundo.
Estas rivalidade conduziram aconflitos e guerras entre asgrandes potências
A ARTE E A MENTALIDADE BARROCASNos séculos XVII e XVIII, a arte vaiacompanhar as mudanças nasociedade, no poder e na religião.As ideias de equilíbrio, harmoniae racionalidade que marcaram aarte no período do Renascimentoforam substituídas pelaexuberância, pela grandiosidade,pelo movimento e pela emoção,características que marcaram aarte barroca.
A arte barroca teve origem emItália mas irradiou por outros
paísesda Europa e chegou tambémao continente americano,levada pelos colonizadoresportugueses e espanhóis.
Foi um instrumento daContrarreforma.
Coche dos Oceanos (embaixada de D. João V ao Papa em 1716)
A ARQUITETURA- carateristicas- Utilização de estruturas clássicas
enriquecidas por decoração.exuberante.
- Ideia de movimento, decoraçãomarcada por efeitos de curvas,contracurvas e concheados.
- Grandiosidade e riqueza nadecoração.
- Plantas em forma de elipse.
Vista aérea da Catedral de S. Pedro(Vaticano) e da sua colunata, obra de
Bernini
Igreja de San Carlo de Borromeo, Sicília.
EDIFICIOS RELIGIOSOS- Beleza e brilho do
ouro.
- Imponentes órgãos de tubos.
- Peças de ourivesaria exuberantes.
- -Plasticidade e volume das esculturas.
Mosteiro de S. Salvador, na Baía, Brasil
Igreja de Jesus,Giacomo Vignola,Roma
EDIFICIOS CIVIS (Palácios)
- Riqueza e ostentação.
- Espaços altos e grandiosos.
- Mobiliário muito volumosoe ricamente decorado.
- Utilização de pinturas, datalha dourada, dos espelhose do cristal.
Palácio Zwinger, Dresden, Alemanha
Sala dos espelhos- Versalhes
ESCULTURA: carateristicas
- Emoção.
- Dramatismo emovimento.
- Formas exuberantes.
- Expressões teatrais.Cristo morto, Gregório Fernandez (1627)
Beata Ludovica Albertoni, escultura de Bernini, 1671
PINTURA- Carateristicas- Emoção.- Movimento.- Cores fortes.- Contrastes de luz e
sombra.- Ilusões de ótica( criadas
através da perspetiva).
Apoteose de Santo Inácio (1685-1694) Andrea del Pozzo, Igreja de Santo Inácio de Loyola, Roma
A incredulidade de S. Tomé, Caravaggio(1601-2)
O BARROCO EM PORTUGAL
Em Portugal, o estilo barrococoincide com um período deriqueza: D. João V vai dispor doouro do Brasil. As minas de ouroe pedras preciosas sãodescobertas e, a partir de 1699,Portugal vai receber toneladasdesse material valioso. Essaconjuntura económica permitiua realização de grandiosas obrasde arquitetura e as artesdecorativas atingem umariqueza sem precedentes.
Alguns artistas estrangeiros foramconvidados a trabalhar em Portugal:Nicolau Nasoni (italiano) e Ludovice
(alemão).
Órgão do período joanino, Mosteiro de Arouca
Palácio-Convento de Mafra, de Ludovice.
Solar de Mateus, Vila Real (autoria atribuída a Nicolau Nasoni)
Torre dos Clérigos, Nicolau Nasoni, Porto.
Pintura de Josefa de ÓbidosPintura de Bento Coelho da Silveira.
Pormenor do presépio atribuído a Machado de Castro, Basílica da Estrela, Lisboa.
Pormenores do presépio atribuído a Machado de Castro, Basílica da Estrela, Lisboa
A REVOLUÇÃO CIENTIFICA dos séc. XVII e XVIIIDesenvolvimento de
diversas ciências alcançou um nível muito elevado, (Revolução científica).
Nova forma de pensar: os conhecimentos só são válidos
após confirmação pela Razão e experiência
- Novo método cientifico: método experimental
Novas teorias científicas:Lei da gravitação universal e leis do movimento (Newton);
confirmação do heliocentrismo (Galileu); sistema de circulação do sangue (Harvey); estudos sobre a eletricidade (Volta,
Galvani e Benjamin Franklin).
Meios de difusão das novas ideias
Academias científicas como a RoyalSociety de Londres eUniversidades.- Livros científicos e jornais- Salões particulares (nobreza e
burguesia).
Galileu publicou a suaobra que confirmava ateoria heliocêntrica em1632. Foi condenadopela Inquisição a prisãodomiciliária, tendo sidoobrigado a negar as suasconclusões. As suasobras foram colocadasno Índex.
O processo contra Galileu
A AFIRMAÇÃO DA HOLANDA
Conseguiram a independência face aodomínio espanhol em 1581 e organizaram-se numa federação de províncias, cujaforma de governo era a República.
No século XVII, a Confederação das
Províncias Unidas era constituída pelasete províncias dos Países Baixos,destacando-se a Holanda pelo seudesenvolvimento económico.
A sua organização política descentralizadafoi determinante para o desenvolvimentoeconómico verificado.
Afirmaram-se como terra de liberdade depensamento, religião e comércio e devalorização do individuo. Estes valoresajudaram à formação de uma burguesiaativa e empreendedora, com uma fortecapacidade de intervenção política eeconómica.
Estas caraterísticas fizeram das ProvínciasUnidas a maior potência europeia do séculoXVII.
O PARLAMENTARISMO INGLÊS
GLORIOSA REVOLUÇÃO (1689)
-Restauração do Parlamentarismo-Guilherme III assinou a “Declaraçãode Direitos” em que secompromete a :
- Respeitar os direitos individuaisdos seus súbditos (Habeas corpus).
- Respeitar as decisões doParlamento.
Estava instituída definitivamente a1ª Monarquia Parlamentar daEuropa
Desde a Idade Média que emInglaterra o poder dos reis eracontrolado (Magna Carta eParlamento).
No século XVII, a Inglaterra viveu umperíodo político bastante conturbado,com diversos reis a tentarem governarcom poder absoluto. Mas a sociedadeinglesa sempre reagiu defendendo osistema parlamentar.
Houve mesmo um curto período emque vigorou a República, com OliverCromwell, que se conseguiu imporgraças à eficácia da sua políticaeconómica.
Que condições permitiram a ascensão económica da Holanda e da Inglaterra?
Novos instrumentos comerciais e financeiros
A Holanda e a Inglaterra desenvolveram o capitalismo comercial apartir da criação dos bancos, bolsas e companhias comerciais.Estas novas instituições criaram condições financeiras paraaumentar os investimentos exigidos pelo grande comércio feito àescala mundial, permitindo a multiplicação de capitais.
Os bancos faziam
pagamentos e empréstimos.
Acionistas investiam
capitais na bolsa, integrando
as companhias comerciais.
Frotas maiores
Mais produtos
DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO COMERCIAL
Multiplicação de capitais
Como é que as novas instituições favoreceram o desenvolvimento do capitalismo comercial?