O Início da Idade Adulta:Desenvolvimento Psicossocial

Universidade Pedagógica – NiassaFaculdade de Ciências de Educação e Psicologia

Curso: Psicologia EducacionalPsicologia do Desenvolvimento do Adulto e do Idoso

Elaborado por: Bruno de Alegria Vasques Gurué

O principal marco da idade adulta é que, ao contrário dos adolescentes, limitados pelo ritmo da maturação biológica e as restrições dos pais, os adultos podem escolher seus próprios caminhos, que incluem carreira, casamento, amigos, estilo de vida, etc.

O início da idade adulta começa por volta dos vinte anos e a maioria dos teóricos, cada um com sua visão, chegam a mais ou menos a mesma conclusão: os adultos buscam satisfazer dois impulsos inatos, que são o amor e a realização de algo por si mesmo.

Introdução

Para Freud, o que um adulto realizado quer é ser capaz de “amar e trabalhar”. Segundo Maslow, em sua hierarquia das necessidades, o adulto tem necessidade primeiramente de amor e pertencimento e depois de sucesso e auto-estima. De acordo com Jung, esse é um período da vida mais extrovertido, em que a pessoa quer concluir seus estudos, iniciar uma carreira, casar, formar uma família, sendo um período de grandes realizações, enfim, um “período emocionalmente e de desafios, repleto de novos horizontes e realizações” (SCHULTZ & SCHULTZ, 2002, p. 100).

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No capítulo 1 veremos os aspectos gerais do desenvolvimento psicossocial e como a cultura é determinante como marco inicial de determinados eventos importantes. No capítulo 2, detalharemos a teoria de Erick Erickson no que se refere às necessidades de intimidade x isolamento e no capítulo 3 os períodos de generatividade x estagnação.

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O teórico desenvolvimentista Erick Erickson foi quem descreveu mais detalhadamente essa etapa da vida, em que o adulto vive os períodos de intimidade x isolamento e generatividade x estagnação. A intimidade diz respeito à vontade de compartilhar a vida com outra pessoa, que se não satisfeito pode gerar um sentimento de solidão (isolamento). A generatividade é quando a pessoa precisa ser produtiva de modo significativo, ou por meio do trabalho ou da parentalidade.

Cap. 1. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL: ASPECTOS GERAIS

Apesar de Erick Erickson desenvolver seus estágios baseados nas idades, alguns pesquisadores citam que existe um programa culturalmente estabelecido com determinadas normas que marcam quando determinados eventos importantes da vida são apropriados. Esse programa é chamado relógio social, variando de cultura para cultura e condição sócio-económica. Por exemplo, numa região de condição sócio-económica baixa, uma mulher pode se sentir pressionada para casar por volta dos 18 anos, enquanto uma mulher numa região sócio-económica alta não se sente pressionada a casar até os 30 anos e nem a parar de ter filhos aos 40 anos.

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Ainda assim, é importante salientar que as idades específicas podem variar de região para região, mas os aspectos descritos de intimidade e generatividade são presentes em todas as idades e culturas.

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O início da fase adulta, para Erickson, é uma etapa mais prolongada, estendendo-se do final da adolescência até aproximadamente 35 anos. Para atender a essa necessidade, um adulto pode se tornar um amigo, um amante, esposo, esposa, ou até mesmo as três coisas ao mesmo tempo.

Durante esse período, estabelecemos a nossa independência dos pais e das instituições, como a faculdade, e começamos a actuar como adultos maduros e responsáveis; assumimos algum tipo de trabalho produtivo e estabelecemos relacionamentos íntimos – amizades íntimas e uniões sexuais. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2002, p. 212)

Cap. 2. INTIMIDADE

As pessoas que não conseguem estabelecer esse vínculo de intimidade no início da fase adulta podem desenvolver uma sensação de isolamento, evitando contactos sociais e muitas vezes sendo agressivas, pois temem a intimidade, vendo como uma ameaça a identidade do ego.

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O facto importante que acontece nessa época é que os adultos podem “escolher” quem vão ser seus amigos, ao contrário da obrigatoriedade dos laços familiares. Eles escolhem seus amigos e parceiros com base nas qualidades (compreensão, afecto, simpatia, tolerância, confiabilidade) e são também escolhidos por eles. Essas amizades íntimas são a confirmação do seu valor pessoal, tendo uma relação positiva com a felicidade e auto-estima.

Amizade

Estabelecer um relacionamento íntimo com um companheiro (a) é ainda mais importante para os adultos do que os laços de amizade.

Esse é um tipo de relacionamento cada vez mais comum, principalmente na fase em que a maioria dos jovens já estão independente dos pais, mas ainda não estão casados.

Amor e Casamento

Actualmente, o casamento já não tem mais a mesma conotação que antigamente, sendo o único modo de expressão do desejo sexual, para a gravidez, garantia de intimidade e apoio para toda a vida. De acordo com alguns pesquisadores, o que faz um casamento atingir esse ideal é a maturidade dos parceiros, pois segundo Erickson (BERGER, 2002), a intimidade é difícil de se estabelecer enquanto a identidade não estiver assegurada, e o compromisso e a interdependência são difíceis até que a pessoa entenda o que engloba um compromisso de longa duração com alguém.

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Outros dois factores de sucesso neste tipo de relacionamento, ainda de acordo com alguns pesquisadores, seria a homogamia social, que é a semelhança de alguns interesses de lazer (dançar, nadar, ir ao cinema) com suas concessões e a equidade conjugal como sendo o ponto em que os dois parceiros desfrutam de igualdade no casamento, com suas contribuições compartilhadas.

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Apesar das variações nas taxas de divórcio entre os países, em todo o mundo eles aumentaram nos últimos cinquenta anos, se estabilizando recentemente. Um dos motivos do divórcio, de acordo com alguns estudiosos, é que hoje em dia as pessoas esperam mais de seus parceiros do que antigamente, mas dedicam menos de si mesmo ao casamento. Outro motivo apontado por eles é que, em períodos anteriores, cada cônjuge tinha seu papel definido, sendo que um dependia do outro.

Divórcio, separação e as crianças

Na separação, quanto mais tempo um casal esteve junto e maior intimidade compartilhou, maior será o sofrimento, tanto para os parceiros quanto para as crianças.

No âmbito financeiro, os pais que ficaram com a guarda das crianças geralmente perdem renda e tempo livre e os que não ficaram com a guarda perdem a intimidade formada pelo convívio diário. As necessidades das crianças se modificam a medida que elas crescem, prejudicando tanto elas, privadas pelo convívio daquele que se afastou, quanto os pais, que não conseguem acompanhar seu crescimento.

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De acordo com Erickson, a idade adulta é a fase de maturidade na qual o indivíduo precisa estar activamente envolvido no ensino e na orientação da próxima geração, sendo que essa necessidade vai além da família imediata. Como ele aponta, “a pessoa não precisa ser pai ou mãe para apresentar preocupação com as próximas gerações, e ter filhos não satisfaz automaticamente essa necessidade” (SCHULTZ & SCHULTZ, 2002, p. 212).

Cap. 3. GENERATIVIDADE

Para maioria dos adultos, o trabalho é uma importante fonte de satisfação e auto-estima, uma vez que o prazer de uma profissão bem-sucedida ajuda a atender a necessidade de ser produtivo. O trabalho também é um meio de auto-expressão, uma fonte de status e um contexto de orientação, sendo todos aspectos produtivos.

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O prazer do "trabalho bem - feito" é universal. Pesquisas de muitas culturas confirmam que a satisfação no trabalho se correlaciona mais com desafios, com criatividade e com produtividade do que com salários altos e tarefas fáceis. Pessoas que trabalham só pelo dinheiro são menos propensos a gostar do cargo que ocupam.

Importância do trabalho

A produtividade ocorre de duas maneiras importantes: por meio do emprego e da parentalidade. Essa mudança de papéis de género trouxe significativas modificações na demografia das mulheres que trabalham. Actualmente a maioria dos pais faz parte de casais de dupla renda e que se dividem no cuidado dos filhos, e que enfrentam os desafios e os problemas que as famílias tradicionais não tinham. De modo geral, os adultos que, com o passar dos anos conseguem equilibrar os papéis conjugal, parental e vocacional são mais saudáveis, mais felizes e mais bem sucedidos do que aqueles que actuam somente em um ou dois deles.

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Como Erickson indica, embora a produtividade possa assumir formas, seu principal aspecto é a "criação e orientação da geração seguinte". O adulto amadurecido "precisa que precisem dele", e a interdependência entre pais e filhos é um processo que se estende por toda a vida, começando na concepção e continuando até na idade adulta avançada. A parentalidade é uma expressão comum de produtividade. Os desafios e satisfações que os pais experimentam dependem em parte do estágio de desenvolvimento dos filhos.

Parentalidade

O início da idade adulta é marcado por diversos factores, tanto biossociais, quanto cognitivos e psicossociais. Dentro do desenvolvimento psicossocial, podemos indicar que a necessidade de intimidade, seja por meio de amigos ou uma união sexual é um factor importante, juntamente com a generatividade, que é a necessidade de realização pessoal, atendida por um trabalho satisfatório ou pela parentalidade (biológica ou não biológica).

Considerações Finais

A escolha dos amigos e do parceiro (a) por livre vontade, ao contrário da obrigatoriedade dos laços familiares, é uma importante fonte de auto estima para os adultos, mas o curso do desenvolvimento do casamento depende de vários factores e o divórcio, se vier a ocorrer, é muitas vezes afectado pelas pressões culturais.

Quanto à generatividade, ou preocupação com as próximas gerações, se adulto não consegue suprir essa necessidade, ele pode ser tomado por um sentimento de estagnação, ficando absortos em suas próprias necessidades.

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SCHULTZ, Duane P; SCHULTZ, Sidney Ellen. Teorias da personalidade. 4ª Edição. São Paulo: Cengage Learning, 2002. BERGER, Kathleen S. O desenvolvimento da pessoa: da infância à terceira idade. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2003.

Referências Bibliográficas

Muito obrigado KanimamboAssante sana

koxukuru

Pela atenção dispensada