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The Greek Myths
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Os Deuses Olímpicos Nicolas Pelicioni
[...]
“Não te afastes daqui sem primeiro ouvir o que a sabedoria popular
dos gregos tem a contar sobre esta mesma vida que se estende diante
de ti com tão inexplicável serenojovialidade. Reza a antiga lenda que
o rei Midas perseguiu na floresta, durante muito tempo, sem conseguir
capturá-lo, o sábio SILENO, o companheiro de Dionísio. Quando, por
fim, ele veio a cair em suas mãos, perguntou-lhe o rei qual dentre as
coisas era a melhor e a mais preferível para o homem. Obstinado e
imóvel, o demônio calava-se; até que, forçado pelo rei, prorrompeu
finalmente, por entre um riso amarelo, nestas palavras: - Estirpe
miserável e efêmera, filhos do acaso e do tormento! Por que me
obrigas a dizer-te o que seria para ti mais salutar não ouvir? O
melhor de tudo é para ti inteiramente inatingível: não ter nascido,
não ser, nada ser. Depois disso, porém, o melhor para ti é logo
morrer”.
Como se comporta para com essa sabedoria popular o mundo dos deuses
olímpicos? Como a visão enlevada do mártir torturado, para com os
suplícios.
Agora se nos abre, por assim dizer, a montanha mágica do Olimpo e nos
mostra as suas raízes. O grego conheceu e sentiu os temores e os
horrores do existir: para que lhe fosse possível de algum modo viver,
teve de colocar ali, entre ele e a vida, a resplendente criação
onírica dos deuses olímpicos. Aquela inaudita desconfiança ante os
poderes titânicos da natureza, aquela Moira [destino] a reinar
impiedosa sobre os conhecimentos, aquele abutre a roer o grande amigo
dos homens que foi Prometeu, aquele horrível destino do sagaz Édipo,
aquela maldição sobre a estirpe dos Átridas, que obriga Oreste ao
matricídio, em suma, toda aquela filosofia do deus Silvano,
juntamente com os seus míticos exemplos, à qual sucumbiram os
sombrios etruscos – foi, através daquele artístico mundo
intermediário dos olímpicos, constantemente sobrepujado de novo pelos
gregos ou, pelo menos encoberto e subtraído ao olhar. Para poderem
viver, tiveram os gregos, levados pela mais profunda necessidade, de
criar tais deuses, cujo advento devemos assim de fato nos
representar, de modo que, da primitiva teogonia titânica dos
terrores, se desenvolvesse, em morosas transições, a teogonia
olímpica do júbilo, por meio do impulso apolíneo da beleza – como
rosas a desabrochar da moita espinhosa. De que outra maneira poderia
aquele povo tão suscetível ao sensitivo, tão impetuoso ao desejo, tão
singularmente apto ao sofrimento, suportar a existência, se esta,
banhada de uma glória mais alta, não lhes fosse mostrada em suas
divindades? O mesmo impulso que chama a arte à vida, como a
complementação e o perfeito remate da existência que seduz a
continuar vivendo, permite também que se constitua o mundo olímpico,
no qual a “vontade” helênica colocou diante de si um espelho
transfigurador. Assim, os deuses legitimam a vida humana pelo fato de
eles próprios a viverem – a teodiceia que sozinha se basta. A
existência de tais deuses sob o radioso clarão do Sol é sentida como
algo em si digno de ser desejado e a verdadeira dor dos homens
homéricos está em separar-se dessa existência, sobretudo em rápida
separação, de modo que agora, invertendo-se a sabedoria do Sileno,
poder-se-ia dizer: “A pior coisa de todas é para eles morrer logo; a
segunda pior é simplesmente morrer um dia”. Se o lamento soa uma vez,
ele ressoa por Aquiles, de tão curta vida, pelo gênero humano que
muda e passa como as folhas, pelo ocaso da idade heróica. Não é
indigno do maior dos heróis anelar pela continuação da vida, ainda
que seja como trabalhador a jornal. Tão veementemente, no estádio
apolíneo, anseia a vontade por essa existência, tão unida a ela se
sente o homem homérico, que até o seu lamento se converte em hino de
louvor à vida. [...] (Nietzsche, 1992, pp. 36-37.)
“Το δωδεκάθεο”, os “doze deuses” que habitavam o Olimpo (grego
moderno e latim):
Nomes gregos Nomes latinos
1. a)Δίας Juppiter
(Jupiter), Jovis
O “pai dos deuses e dos homens”, o rei
do Olimpo e o senhor dos relâmpagos.
Protetor e senhor da guerra. Era o
governante incontestável do universo.
Conhecido por suas aventuras amorosas,
sempre fez o ciúme de sua esposa.
Os gregos lhe atribuíam muitos
apelidos, o mais famoso era “Ξένιος
Δίας” – Deus dos Estrangeiros -, o
patrono da hospitalidade.
b)Ζευς
2. Ποσείδωνας Neptunus, -i Deus do mar e das fontes de água
potável, soberano dos mares e dos
fenômenos geológicos.
Para um povo marítimo como os gregos,
era o principal dos deuses.
3. Ήφαιστος Vulcanus, -i Senhor do artesanato e da construção
metalúrgica. Muito inteligente,
inventivo, forte e habilidoso.
Moldou em barro a primeira mulher
mortal (Pandora), fez o primeiro robô
(Talos - guarda de Creta), as meninas
de ouro e os cães de bronze.
4. Απόλλωνας a)Apollo, -inis O Deus do dia, da luz, da música e da
harmonia.
Fundou o primeiro oráculo.
b)Phoebus, -i
5. Ερμής Mercurius, -i O mensageiro dos deuses.
Padroeiro dos comerciantes, dos
viajantes e lutadores.
6. Άρης Mars, Martis Deus sanguinário.
Representava a fúria e o absurdo da
guerra. Naturalmente, nenhuma cidade
fez dele o patrono e não era popular
nem mesmo entre os outros deuses.
7. Ήρα Juno (Iuno),-onis Protetora das mulheres e do casamento,
embora perseguisse e punisse as muitas
amantes do marido, e os filhos
resultantes desses relacionamentos.
8. Αθηνά Minerva, -ae Nasceu da cabeça do pai segurando uma
lança, um escudo, e usando um
capacete.
Deusa virginal, simbolizava a
virgindade eterna.
Sua cidade favorita era Atenas, que
leva seu nome. Seus símbolos eram a
lança, a coruja e a oliveira.
9. Δήμητρα Ceres, -eris Deusa da vegetação e da agricultura,
em particular das culturas de cereais.
Uma das maiores e mais antigas deusas
da mitologia antiga, era das mais
adoradas.
10. Άρτεμη a)Diana, -ae Deusa da vida selvagem e da caça.
Virginal, protegia as mulheres e as
mães em áreas rurais. Assim, os campos
onde era adorada sempre eram férteis,
enquanto os campos onde não era
adorada enfrentavam sua ira.
Uma de suas características era a
dureza contra os infratores de suas
regras.
O arco, a aljava, e o cervo eram os
seus símbolos.
b)Phoebe, -es
11. Αφροδίτη Venus, -eris Deusa do amor e do carinho, de muitos
casos extraconjugais, era a deificação
da beleza feminina.
Mortais e imortais eram presos por
suas redes do amor.
12. Εστία Vesta, -ae Padroeira da felicidade familiar.
Deusa representada pela lareira,
centro sagrado da casa, por isso
recebia o primeiro e o último
sacrifício em cada encontro festivo.
Referências Bibliográficas
http://www.elassona.com.gr/m_olympos/myth.php
Acessado em 22.4.2012
NIETZSCHE, F. W. O Nascimento da Tragédia, ou Helenismo e Pessimismo;
tradução, notas e posfácio Guinsburg, j. São Paulo: Companhia da
Letras, 1992. p. 36-37.
http://nicolas-pelicioni.blogspot.com/