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Por que e como os Por que e como os trabalhadores pagam a conta trabalhadores pagam a conta
da crise econômica na Grécia?da crise econômica na Grécia?
Prof. Fábio San Matrix
• Parte I – Por que o “mercado” vê como solução para a crise na Grécia redução nos direitos trabalhistas?
• Parte II- Por que o governo brasileiro não aplicou à crise brasileira recente a solução grega de corte nos direitos trabalhistas?
• Quadro 1: Taxa de crescimento anual do comércio e do produto mundiais
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Comércio Mundial 0,3% 3,5% 5,4% 10,7% 7,6% 9,3% 7,2% Produto Mundial 2,2% 2,8% 3,6% 4,9% 4,5% 5,1% 5,0%
Quadro 2 : Conta de comércio exterior da Grécia e da Alemanha
Saldo comercial externo como % do PIB
2002 2003 2007 Grécia -6,5% -6,6% -14,1% Alemanha 2,0% 2,0% 7,6%
Fonte: Relatório do FMI - outubro/2008
• Após o estouro da crise no mercado mundial e a secura de financiamentos e investimentos alemães, a Grécia é obrigada a cobrir o rombo nas suas transações comerciais com o exterior ajustando sua balança comercial
• Importações Saída de moeda internacional • A crise econômica na economia grega favorece a queda
na compra de mercadorias estrangeiras• Exportações Entrada de moeda internacional• 1º Alternativa) Desvalorizar o euro frente ao dólar e
baratear em dólar as mercadorias gregas no comércio mundial
• 2º Alternativa) Elevar a competitividade estrutural da indústria grega
• Recomendações dos economistas do mercado financeiro internacional e dos organismos multilaterais (FMI e Banco Mundial)?
• “A melhor opção para a Grécia seria implementar uma contração fiscal substancial...Reformas estruturais seriam necessárias para melhorar a competitividade grega e aumentariam a credibilidade do esforço” Armínio Fraga, Gávea Investimentos, Valor Econômico, 17/02/2010
• “Assim, restaurar a competitividade (...) é necessário para a retomada...Acelerar as reformas estruturais que estimulem a produtividade e manter sob o controle o crescimento dos salários no setor privado...” Roubini, Folha de São Paulo, 16/02/2010
• “ A (...) alternativa é o governo assumir um papel mais ativo, cortando os gastos e adotando medidas (...) para impulsionar a oferta na economia, como reformar as rígidas leis trabalhistas...” The Wall Street Journal, Valor Econômico, 03/03/2010
• “A outra receita (...) é começar a enxugar o ‘modelo social’. Isso significaria (...) eliminar leis empresariais e trabalhistas que detêm o empreendimento e a cria cão de empregos” The Wall Street Journal, Valor Econômico, 26/03/2010
• “Os preços e os salários na Grécia (...) são altos demais para concorrer com o resto do mundo. ..Então salários e preços precisam cair...” The Wall Street Journal, Valor Econômico, 26/03/2010
• Duas questões devem ser colocadas:
• 1º Questão:
É verdade que os trabalhadores alemães desfrutam de menos proteção trabalhista que seus companheiros gregos?
• 2º Questão
É verdade que a indústria exportadora alemã é competitiva por causa do baixo custo de mão de obra?
1$ 100 100$ 10% 99$ Grécia
0,10$1000 100$ 10% 99$ Alemanha
Custo Unitário de mão de obra
Produção total
Custo total de mão de obra
Encargos
Trabalhistas Salário Países
Coluna F
Coluna E
Coluna D
Coluna C
Coluna B
Coluna A
O que está por trás da defesa dos economistas dos “mercados” por “reformas trabalhistas”?
Por que a solução da crise grega passa pela redução e supressão de direitos trabalhistas?
Parte II- Por que o governo brasileiro não aplicou à crise brasileira recente a solução grega de corte nos
direitos trabalhistas?
Quebra de banco de Investimento Americano. Paralisação da circulação de mercadorias e de dinheiro no mercado mundial
setembro de 2008
1) Conjuntura de expansão da economia mundial
2) Queda do dólar e aplicação do Sistema de metas de inflação: queda das taxas de inflação e de juros básicos
3) Crescimento do mercado interno: inflação baixa, investimentos privados e públicos,
política social ativa
Último trimestre de 2003 ao segundo semestre de 2008
Acontecimentos econômicos e
sociais Fatos históricos
No decorrer do segundo semestre de 2008 Aplicação das brechas na legislação trabalhista
criadas com as reformas de 1998/2001
• “Na reunião que Lula teve com 29 empresários, na quinta-feira, o representante do grupo Votorantim, Carlos Ermírio de Moraes, defendeu a adaptação da legislação trabalhista para os períodos excepcionais como o atual. O secretário de Trabalho de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, vem há tempos defendendo medidas neste campo, e o presidente da Vale, Roger Agnelli, que não foi à reunião, argumentou no mesmo sentido” 16/12/2008, Valor Econômico
No decorrer do segundo semestre de 2008 Aplicação das brechas na legislação trabalhista
criadas com as reformas de 1998/2001
• “Que medida de exceção?Eu tenho conversado com o presidente Lula no sentido de flexibilizar um pouco as leis trabalhistas. Seria algo temporário, para ajudar a ganhar tempo enquanto essa fase difícil não passa.Quando o sr. conversou sobre isso com o presidente?Falei disso na semana passada, ontem falei de novo. Estamos conversando com os sindicatos também. O governo e os sindicatos precisam se convencer da necessidade de flexibilizar um pouco as leis trabalhistas: suspensão de contrato de trabalho, redução da jornada com redução de salário, coisas assim, em caráter temporário. Qual foi a reação do presidente?
Ele só ouviu.” O Estado de São Paulo, 14/12/2008
Por que o Governo Lula não aplicou o receituário grego de combate à crise de reduzir direitos trabalhistas como
recomendavam importantes representantes empresariais?
• 1º Motivo: Político
• 2º Motivo: Econômico • “O determinante do emprego não é o custo de
contratação que normalmente é repassado para os
preços...As empresas vão contratar se houver mais demanda por seus produtos e serviços” Depoimento de Pochmann ao Estado de São Paulo, 14/03/2010
Quais medidas foram tomadas para enfrentar os efeitos da crise do mercado mundial sobre a
economia brasileira?
• Reforçar a demanda interna
Redução de tributos, Aumento de gastos sociais, Programa de sustentação do Investimento (BNDES), redução de juros básicos na economia, Programa de Estímulo à Construção Residencial (“Minha Casa Minha Vida)
A partir do segundo trimestre de 2009 Início da
Recuperação da Atividade Econômica • Os ventos voltaram a favorecer os trabalhadores
brasileiros a partir do início da recuperação econômica• “Economia reage. E as greves volta: categorias como a
dos metalúrgicos e a dos bancários se mobilizam por reajustes salariais acima da inflação” O Estado de São Paulo, 13/09/2009
• “Montadoras concedem reajustes salariais bastante acima da média” Valor Econômico,17/09/2009
• “Greves afetam parcialmente as montadoras” Valor Econômico, Valor Econômico, 14/09/2009
• “Acordos salariais estão mais fáceis e com ganho real maior” Valor Econômico, 02/03/2010
Junho de 2009 Exame na Câmara Federal da proposta de redução da
jornada de trabalho sem diminuição de salários para 40
horas semanais
0,11$ 91 u 40 horas 10$ 1 10$
910 u 40 horas 100$ 10 10$
0,1$ 1000 u 44 horas 100$ 10 10$
Custo
salarial
unitário
Produção Jornada
Trabalho
Salário
total
Número
De Trabalhadores
SalárioIndividual