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Gestão Sustentável de Áreas Protegidas
Mario S. RodriguesEngº Agrônomo, PhD
FUNDAÇÃO PARA A CONSERVAÇÃO E A PRODUÇÃO FLORESTAL
DO ESTADO DE SÃO PAULO
Fundação Florestal
– Instituída em 1986 pelo Decreto Estadual 25.952
– Vinculada à Secretaria Estadual do Meio Ambiente
www.fflorestal.sp.gov.br
Missão
Com esse fim, apoia, promove e realiza ações integradas nas seguintes áreas:
Recuperação florestal; Estímulo à ampliação das florestas produtivas; Conservação ambiental; Desenvolvimento sustentável.
Contribuir para a ampliação, a conservação e o manejo das florestas do estado de São Paulo.
Atribuições
Decreto nº 54.079, de 04 de março de 2009
A Fundação Florestal, passa a administrar um total de 92 unidades de conservação, totalizando 4.556.015 hectares ou cerca de 14% do território do estado de São Paulo.
HISTÓRICO
Séc. XVI e XVII exploração da mata nativa e da fauna associada
1797 Rainha de Portugal ordenou ao governador da capitania da Paraíba que interrompesse a destruição das florestas
1876 Eng. André Rebouças proposta de criação de dois Parques Nacionais Ilha do Bananal e Sete Quedas
HISTÓRICO
1872 EUA criação do Parque Nacional de Yellowstone “parque público ou local de lazer para o benefício e o divertimento do povo”
1890 a 1916 criação de mais 13 Parques e 18 Monumentos Nacionais
1916 criação do Serviço Nacional de Parques
• Brasil 1930 – 1950 Parque Nacional de Itatiaia Parque Nacional do Iguaçu Parque Nacional da Serra dos Órgãos Parque Nacional de Sete Quedas
Área protegida: 225.800 ha
HISTÓRICO
HISTÓRICO
1970 – 1990 1979 Política Nacional de Parques Nacionais e
Reservas Equivalentes (Decreto Federal n. 84017/1979)
Existência de dois sistemas paralelos:Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF
- Foco principal: Incentivos Fiscais e Reflorestamento- Criação de Parques, Reservas e Florestas Nacionais
Secretaria Especial de Meio Ambiente – SEMA- Controle da poluição, Educação Ambiental,
Conservação, Estações Ecológicas, APAs.
HISTÓRICO
Lei Federal n. 6092/81 Cria Estação Ecológica e Área de Proteção Ambiental (APA) Lei Federal n. 6938/81 Política Nacional de Meio Ambiente
1989 Criação do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
HISTÓRICO
1990 a 2010
2000 Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC estabelece normas para a criação , implantação e gestão de Unidades de Conservação
~ 10% do território nacional sob alguma forma de proteção meta internacional = 12%
Situação florestal do Estado de São Paulo
Cobertura vegetal original:82% formação florestal18% formação savânica (Cerrado)
Cobertura vegetal atual: 13,7% do original12,85% formação florestal 1/3 no litoral0,83% formação savânica
Demanda de recuperação de 1 milhão de ha de Matas Ciliares
Evolução do Desmatamento no Estado de São Paulo
Unidade de Conservação
Definição:
Território com características naturais relevantes e legalmente instituído pelo Poder Público.
Unidade de Conservação
Objetivo:
Estabelecimento de um regime especial de administração, com definição de limites e aplicação de garantias adequadas de proteção visando a conservação da natureza.
SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
SNUC
UCs de ProteçãoIntegral
UCs de UsoSustentável
Lei Federal Nº 9.985, de 18 de julho de 2000.
Decreto Federal Nº 4.340, de 22 de agosto de 2002.
Proteção Integral
Definição:
“[...] manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais” (SNUC - Art. 2o - VI).
Uso sustentável
Definição:
“[...] exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável.” (SNUC - Art.2o - XI).
• Proteção Integral
- Parques- Reservas Biológicas- Estações Ecológicas- Monumento Natural- Refúgio da Vida Silvestre
• Uso Sustentável
- Área de Proteção Ambiental- Área de Relevante Interesse Ecológico- Florestas- Reservas Extrativistas- Reserva de Fauna- Reserva de Desenvolvimento Sustentável- Reserva Particular do Patrimônio Natural
Área de Proteção Ambiental
• Definição:
• “[...] uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. [...]” (SNUC - Art. 15).
Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Estaduais Paulistas
No estado de São Paulo, são 30 APAs estaduais, com quase 2,48 milhões de hectares de biodiversidade e sociodiversidade protegidos.
Área de Proteção Ambiental
Objetivo:
“[...] proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.” (SNUC - Art. 15º).
Conselhos Gestores de APAs estaduais no Estado de S. Paulo
Decreto No 48.149, de 09 de outubro de 2003.
Dispõe sobre a criação e funcionamento dos conselhos gestores das áreas de proteção ambiental - APAs estaduais e da providências correlatas.
Conselhos Gestores de APAs estaduais no Estado de S. Paulo
Principais atribuições:
Acompanhar a elaboração, implementação e revisão do Plano de Manejo da APA;
Articular os órgãos públicos, organizações da sociedade civil e iniciativa privada, para a concretização dos planos, programas e ações de proteção, recuperação e melhoria dos recursos ambientais presentes na APA.
Plano de Manejo das Unidades
Ferramenta de Planejamento das Unidades de Conservação, os Planos de Manejos são fundamentais para a implantação destas, devendo ser construídos de forma amplamente PARTICIPATIVA, estabelecendo o ZONEAMENTO, PROGRAMAS e ESTRUTURAS a serem implantadas na UC
Conselhos Gestores de APAs estaduais no estado de S. Paulo
Sistema de gestão:
Órgão consultivo;
Número de membros: máximo 24 e mínimo 12;
Paritário entre sociedade civil e pública, sendo 50% Sociedade Civil Organizada e 50% Poder Público (25% Estado e 25% Municípios).
Novas estratégias para a conservação ambiental
Pagamento por serviços ambientais
Avaliação Ecossistêmica do Ambiente
Nos últimos 50 anos os seres humanos transformaram os ecossistemas mais rápida e extensivamente do que em qualquer outro período da história, com o objetivo de atender à crescente demanda por alimentos, água potável, madeira, fibras e combustíveis.
O resultado é uma perda substancial e irreversível na diversidade da vida na Terra.
Avaliação Ecossistêmica do Ambiente
As transformações ambientais contribuíram significativamente para ganhos substanciais no bem estar humano e no desenvolvimento, mas com custos crescentes na forma de degradação de inúmeros serviços ambientais e na exacerbação da pobreza de diversas populações.
se não afrontados de maneira eficiente, diminuirão substancialmente os benefícios que as futuras gerações obterão dos ecossistemas.
A degradação dos serviços ecossistêmicos pode piorar significativamente durante a primeira metade deste século e representar uma séria barreira ao desenvolvimento humano.
O desafio de reverter-se a degradação dos ecossistemas, enquanto ao mesmo tempo atendendo à crescente demanda por serviços, pode ser parcialmente atingido desde que a humanidade decida-se por mudanças radicais nas políticas globais de desenvolvimento.
Existem muitas opções para a conservação ou potencialização de determinados serviços ecossistêmicos, de maneira a reduzir danos ou a prover sinergias positivas com outros serviços ambientais.
Millenium Ecossistem Assessment, 2005
Avaliação Ecossistêmica do Ambiente
Avaliação Ecossistêmica do Ambiente
Um ecossistema consiste num conjunto complexo de plantas, animais, microrganismos e elementos minerais, interagindo como uma unidade funcional;
Os humanos são parte integrante dos ecossistemas; Mudanças em fatores que indiretamente afetam os
ecossistemas, tais como população, tecnologia e estilo de vida, podem resultar em mudanças em fatores que afetam diretamente os ecossistemas;
As mudanças nos ecossistemas causam mudanças nos serviços ecossistêmicos e, consequentemente, afetam o bem estar humano.
Avaliação Ecossistêmica do Ambiente
A compreensão dos fatores que causam mudanças nos ecossistemas e nos serviços ecossistêmicos é essencial para o planejamento de intervenções que maximizem impactos positivos e minimizem os negativos.
O valor do ambiente
Tradicionalmente, a valoração de uma determinada área natural leva em consideração somente os produtos (biomassa) que produz: madeira, palmito, orquídeas, bromélias, plantas medicinais, etc.
No geral, apenas o valor da madeira é considerado
Os serviços que a natureza presta à humanidade não são computados no valor do território.
• Provimento•alimentos •água•madeira •fibras•medicamentos
Tipos de Serviços Ecossistêmicos
• Regulação•qualidade do ar, clima e água,•perda de solo,•doenças,•reciclagem de dejetos,•polinização
• Cultural•Espiritual Inspiração•Educação•Tecnologia•Ecoturismo
Serviços ambientais
Esses serviços são fundamentais para o bem estar e a sobrevivência de nossa espécie. No entanto, não são computados na contabilidade geral do valor econômico total do planeta.
Costanza et al. (1997), estimaram o valor de 17 serviços ambientais para um total de 16 biomas e chegaram a uma média de US$ 33 trilhões por ano, ou quase o dobro do PIB global.
iniciativas que favorecem a conservação, manutenção, ampliação ou a recuperação de serviços ecossistêmicos, tais como preservação, proteção e recuperação de florestas nativas, adoção de práticas de conservação do solo e daágua e de técnicas de manejo agroecológico e ações para a proteção e manejo de fauna silvestre.
Serviços Ambientais
O meio ambiente envolve os recursos de livre acesso e os bens públicos para os quais o sistema de mercado existente não é capaz de refletir os seus valores.
O objetivo de um programa de PSA é converter serviços ambientais em fluxos monetários aos proprietários de terras que mantém áreas naturais preservadas.
Adoção de ferramentas econômicas como instrumento de apoio na preservação do ambiente.
Pagamento por Serviços Ambientais
Pagamento por Serviços Ambientais
A lógica da sistemática de Pagamento por Serviços Ambientais oferecendo-se uma compensação aos proprietários rurais pelos serviços ambientais que suas propriedades produzem, pode-se fazê-los mais propensos a adotar um determinado uso do solo em oposição a outro
(Ávila et al., 2001).
Pagamento por Serviços Ambientais
Com base no princípio do poluidor-pagador, haveria o correspondente provedor-recebedor.
Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH) cobrança pelo uso da água recursos utilizados no incentivo do conservador de água apoio aos proprietários rurais para a preservação e conservação dos mananciais estímulo e geração de renda.
Pagamento por Serviços Ambientais
Critérios para o estabelecimento de um programa de Pagamento por Serviços Ambientais:
a) alvo (para quem e sobre o que pagar);
b) magnitude (quanto pagar).
Combinados de maneira a resultar num benefício ambiental máximo para um dado orçamento.
Pagamento por Serviços Ambientais
Basicamente existem duas maneiras para a determinação do valor a ser pago por hectare num programa de PSA:
a) o custo de oportunidade da terra;
b) o valor do serviço ambiental provido por unidade de área.
Alix-Garcia et al. (2004)
Serviços Ambientais passíveis de Compensação
• Abatimento da erosão e da sedimentação;• Recuperação e conservação de matas ciliares;• Tratamento e disposição apropriada de resíduos
sólidos e esgoto;• Recuperação e conservação das Reservas
Florestais Obrigatórias;• Corredores de biodiversidade.
Benefícios Ambientais das Florestas Benefícios Ambientais das Florestas
As FLORESTAS provêem uma gama de benefícios ambientais regulação do fluxo da ÁGUA
manutenção da qualidade da ÁGUA
controle da erosão do SOLO e do assoreamento;
redução da salinidade do SOLO e/ou regulação dos níveis de lençol freático
a manutenção dos habitats aquáticos
Proteção da Biodiversidade)
o seqüestro de carbono pela floresta
a redução de emissões de GEE
as emissões evitadas pela conservação da floresta em pé. .
biodiversidade (mataciliar, zonas ripárias,reservas de vegetaçãonatural, etc.)
funcionamento hidrológico(vazão, quantidade de água e qualidade da água)
Externalidade - As externalidades (ou efeitos sobre o exterior) são atividades que envolvem a imposição involuntária de custos ou de benefícios, isto é, que têm efeitos positivos ou negativos sobre terceiros sem que estes tenham oportunidade de o impedir e sem que tenham a obrigação de os pagar ou o direito de ser indenizados.
-Negativas: toda vez que um agente causa uma perda de bem estar em outro agente e não é penalizado por isto
-Ex: fábrica que polui um rio
-Positivas: toda vez que um agente causa um ganho de bem estar em outro agente econômico e não é recompensado por isto (não tem estimulo econômico para fazer)
-Ex: produtor que planta uma mata ciliar
Fundamentação econômica
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
• O conceito de externalidade é chave para entender asmotivações para os programas de PSA.
• A humanidade usa os recursos naturais e o meioambiente gerando externalidades positivas ou negativas,que impactam a sociedade atual e as futuras gerações.
• A premissa básica: compensar os agentes econômicosque manejam o meio ambiente e os recursos naturaisgerando bens ambientais e serviços que beneficiam nãosomente ele mesmo, mas principalmente a sociedade.
O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) significa uma transação contratual entre um comprador (ou consumidor) de um serviço ecossistêmico e um vendedor (e/ou produtor) de um serviço ambiental realizado para assegurar o fluxo ecossistêmico desejado.
PROGRAMA DE PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
É um programa voluntário no qual são beneficiados produtores rurais que, por meio de práticas e manejos conservacionistas, e de melhoria da cobertura vegetal, venham a contribuir para o abatimento efetivo da erosão e da sedimentação, e para o aumento da infiltração de água, segundo o conceito provedor-recebedor
PROGRAMA DE PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
O produtor rural conservação de água e solo
reduz a poluição difusa (melhora a qualidade da água) e aumenta a infiltração de uma maior parcela da água de chuva nos solos de sua propriedade
presta um serviço ambiental à bacia
Deve receber por isso, princípio doprovedor/recebedor, mesmo fundamento teórico de externalidade, base do conceito do usuário/ pagador, que sustenta a cobrança pelo uso da água
No caso do provedor-recebedorgerando uma externalidadepositiva, e no usuário-pagador,uma externalidade negativa.
Agência Nacional de Águas – Gerência de Uso Sustentável de Água e SoloPAGAMENTO POR SERVIÇOSAMBIENTAIS• São transferências financeiras de beneficiários deserviços ambientais para os que conservam a natureza,fornecem esses serviços.• Política recente e inovadora.• Inovação - uso das forças de mercado para obtermaiores resultados ambientais - recompensa aosprovedores de serviços ambientais que não vinham, atéentão, recebendo qualquer compensação.
• São transferências financeiras de beneficiários de serviços ambientais para os que conservam a natureza, fornecem esses serviços.
• Política recente e inovadora.
• Inovação - uso das forças de mercado para obter maiores resultados ambientais - recompensa aos provedores de serviços ambientais que não vinham, até então, recebendo qualquer compensação.
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS
PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DO SOLOBacias de Contenção (Barraginhas)
CONSERVAÇÃO DE ESTRADAS RURAIS
TERRACEAMENTO
CONSERVAÇÃO DA ÁGUA E DO SOLO
RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES
OBRIGADO!!!