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Parte I Introdução em Pneumoconiose Pneumoconiose Orientações para diagnóstico e vigilância

Parte I - Introdução

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Page 1: Parte I - Introdução

Parte I Introdução em Pneumoconiose

PneumoconioseOrientações para diagnóstico e vigilância

Page 2: Parte I - Introdução

A Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador/Divast vem, ao longo dos anos, desenvolvendo ações de educação permanente voltadas para as equipes dos Cerest, Núcleos Regionais de Saúde e da Vigilância à Saúde, visando a qualificação dessas equipes para o desenvolvimento das ações de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador nas regiões de saúde e municípios.

Introdução

Page 3: Parte I - Introdução

Objetivos

Compreender a doença pneumoconiose e sua relação com o trabalho, identificar critérios para suspeitar casos, encaminhar para diagnóstico diferencial com as demais doenças respiratórias, realizar correta notificação/investigação das pneumoconioses pelos profissionais das unidades de saúde da rede Renast/Ba.

Page 4: Parte I - Introdução

Para efeito de notificação, são excluídas dessa denominação as alterações neoplásicas (tumores), as reações de vias aéreas, como asma e a bronquite, e o enfisema. Essas doenças também podem ser causadas pela exposição a poeira no ambiente de trabalho, mas não são pneumoconioses.

Ao trabalhar, o indivíduo pode nem perceber a entrada destas substâncias nas vias respiratórias. Mas, com o passar do tempo, pode haver um comprometimento pulmonar grave, se o organismo do indivíduo não conseguir combater o agente agressor por si só.

O que é pneumoconiose?

Page 5: Parte I - Introdução

É toda partícula sólida de qualquer tamanho, natureza ou origem, formada por trituração ou outro tipo de ruptura mecânica de um material original sólido, suspensa ou capaz de se manter suspensa no ar.Classificam-se em: poeiras minerais; poeiras vegetais, poeiras alcalinas, poeiras incômodas

O que é poeira ?

Page 6: Parte I - Introdução

Toda poeira causa pneumoconiose?

Para que ocorra pneumoconiose é

necessário que o material

particulado seja inalado e atinja as

vias respiratórias inferiores em

quantidade capaz de superar os

mecanismos de depuração

(mecanismos de defesa do sistema

respiratório).

Page 7: Parte I - Introdução

Toda poeira causa pneumoconiose?

Não. Para alcançar as vias respiratórias inferiores as partículas devem ser menores que 10µm .

As partículas menores que 5µm podem ficar retidas nas vias aéreas inferiores e causar inflamação crônica.

Acima de 10µm são retidas nas vias aéreas superiores

Page 8: Parte I - Introdução

Tipos de poeiras e consequências

Riscos ConseqüênciasPoeiras mineraisEx: Sílica, asbesto, carvão, minerais

Pneumoconioses – Silicose (quartzo), asbestose (amianto) e as pneumoconioses dos minerais do carvão

Poeiras vegetaisEx: algodão, bagaço de cana de açúcar

Bissinose (algodão), bagaçose (cana de açúcar)

Poeiras alcalinas Doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema pulmonar

Poeiras incômodas Podem interagir com outros agentes nocivos no ambiente de trabalho potencializando sua nocividade

Page 9: Parte I - Introdução

Como se dá a exposição?

A exposição ocorre pela inalação de

poeiras contendo metais na forma

elementar ou na forma de óxidos ou outros

sais, ou minerais compostos, com teores

de sílica livre variáveis e poeiras orgânicas

em ambientes de trabalho.

Page 10: Parte I - Introdução

Poeiras : ferro, bauxita, zinco, manganês, calcário, rochas potássicas e fosfáticas, asbesto, granito, quartzo, feldspato, argilas e outros minerais contendo sílica livre.

Quem são expostos? Trabalhadores na mineração e transformação de minerais em geral

Page 11: Parte I - Introdução

Quem são expostos? Trabalhadores em pedreiras

Page 12: Parte I - Introdução

Explosão de pedras com uso de dinamite – gera bastante poeira

http://www.google.com.brFoto: Paulo Paiva

Page 13: Parte I - Introdução

Transformação de rochas contendo sílica - Risco de exposição em todas as etapas

ExtraçãoBritagem - Moagem

Page 14: Parte I - Introdução

Trabalho em túneis ou mineração subterrânea

Fotohttp://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=ozH3iICIZnGzQM&tbnid=3cnP7kxCnmvBDM:&ved=0CAQQjB0&url=http%3A%2F%2Fwww.pureaqua.pt%2F79-osmose-reversa-aplicacoes%2F12-supressao-poeira.html&ei=YPX1U7_zFtLnsATI6YH4CQ&psig=AFQjCNEskOUJ1A1ah1C8z4JXNAxseKuQzw&ust=1408714438993268

Na mineração subterrânea há maior risco de adoecimento, quando comparada à exposição a poeiras em mineração de superfície, onde

não há enclausuramento.

Page 15: Parte I - Introdução

Quem são expostos?Trabalhadores em Mineração Subterrânea

Page 16: Parte I - Introdução

Quem são expostos ? Trabalhadores na extração do carvão mineral

Page 17: Parte I - Introdução

Quem são expostos? Trabalhadores na indústria naval

Apesar do jateamento de areia estar proibido há mais de 10 anos no Brasil, deve-se atentar para o tempo de latência da doença.

Histórico de exposição pregressa é muito importante. Ainda podemos ter casos de trabalhadores doentes devido a esse tipo de exposição.

Page 18: Parte I - Introdução

Quem são expostos?

Trabalhadores na fabricação de tijolos e cerâmicas refratárias - contêm sílica na sua composição

Construção civil, fabricação de materiais construtivos e operações de construção

pt.wikipedia.org/wiki/Refratário

Page 19: Parte I - Introdução

Quem são expostos? Trabalhadores em marmorarias

Corte

Polimento

Page 20: Parte I - Introdução

Telhas e caixas d’água

Quem são expostos? Trabalhadores na fabricação de materiais de fibrocimento (asbesto / amianto)

http://blogdaeternit.com.br/amianto-crisotila/o-que-e-fibrocimento

Page 21: Parte I - Introdução

http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=wWkGITrNNqXKIM&tbnid=yXJ2QPMHT3QCQM:&ved=0CAQQjB0&url=http%3A%2F%2Fwww.unesp.br%2Fproex%2Finformativo%2Fedicao03dez2001%2Fmaterias%2Famianto.htm&ei=Mt_1U9OWBKy_sQTS5ICQCA&bvm=bv.73231344,d.aWw&psig=AFQjCNEsYpyjUSD_xqQDWj4bWRGhwRA00g&ust=1408708419013224

Trabalhadores na indústria de transformação do amianto: têxtil (tecidos incombustíveis) fabricação de gaxetas, juntas

Page 22: Parte I - Introdução

Trabalhadores na aplicação de pisos de alta resistência que contém sílica.

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2F2.bp.blogspot.com%2F_pNo5orRJsBU%2FTKjyiTwx4SI%2FAAAAAAAAAA0%2FYG-49TMrAW4%2Fs1600%2Fvbuhgrhjgvbhtgbhtbgt.JPG&imgrefurl=http%3A%2F%2Fminasdiferente.blogspot.com%2F2010%2F10%2Fsilicose.html&h=470&w=580&tbnid=GJ6AOhsWEAeStM%3A&zoom=1&docid=_cVD89ZPUqs70M&hl=pt-BR&ei=nM31U6e2FM2dygSun4GYBg&tbm=isch&ved=0CFYQMygzMDM&iact=rc&uact=3&dur=2969&page=3&start=39&ndsp=25

Aplicação de asfalto e pisos de alta resistência

Page 23: Parte I - Introdução

Outras exposições: Garimpos diversos, cavação de poços (de água e outros)

www.google.com.br

Jornal Cajueiro – Notícias de Nordestina e do mundo -12/02/2014

Pode-se encontrar atividades de garimpo ilegal, trabalho de crianças em mineração e outras situações críticas e graves ...

Page 24: Parte I - Introdução

Que fatores e situações podem indicar risco de ocorrência de Pneumoconiose para trabalhadores em sua região?

Para que possa responder essa pergunta, é importante

que você e a equipe responsável pelas ações de

vigilância disponham de informações que permitam

conhecer e analisar o perfil produtivo, perfil

epidemiológico e o mapeamento de riscos da sua

região.

Orientações Técnicas para Ações de Vigilância de Ambientes e Processos de Trabalho.

SESAB/SUVISA/DIVAST. Salvador, 2012.

Page 25: Parte I - Introdução

?

Qual o perfil produtivo e a situação de saúde no seu território ? Possui mineração? Pedreiras? Marmorarias? Qual o histórico epidemiológico em relação às doenças respiratórias no seu território? Há registro de casos de Pneumoconiose?

Importância de conhecer o perfil produtivo da sua Região

Page 26: Parte I - Introdução

Perfil produtivo e a situação de saúde no seu território de abrangência

Conhecer o perfil produtivo do município torna-se fundamental para que se possa identificar os possíveis riscos a que os trabalhadores estão expostos.

Faz-se necessário conhecer os setores, número de trabalhadores inseridos e a possível relação entre as atividades produtivas e as doenças relacionadas ao trabalho.

Page 27: Parte I - Introdução

Os ramos produtivos e agravos identificados

devem ser reavaliados periodicamente, sendo

possível a incorporação de outros ou a retirada

de alguns desses, a cada novo plano de ação.

Orientações Técnicas para Ações de Vigilância de Ambientes e Processos

de Trabalho. SESAB/SUVISA/DIVAST. Salvador, 2012.

Que fatores e situações podem oferecer risco de Pneumoconiose para os trabalhadores em sua região?

Page 28: Parte I - Introdução

Mineração na Bahia

Projeto especial de marketing salvador - Bahia terça-feira 31/5/2011

Page 29: Parte I - Introdução

Mineração na Bahia

A Bahia é o quinto produtor brasileiro de bens minerais,

registrando uma produção da ordem de R$ 2,1 bilhões em

2011. Com um território cuja diversidade geológica é muito

grande, extraindo aproximadamente 40 substâncias minerais,

a Bahia figura como um dos três principais alvos de

interesse para a prospecção mineral no país,

especialmente para minerais metálicos como ferro, ouro,

alumínio, cobre entre outros.

Mais informações? www.cbpm.com.br

Page 30: Parte I - Introdução

Cobre, ouro, níquel, ferro, urânio, vanádio,

talco, rochas ornamentais, rochas calcárias,

argila, salgema e pedras preciosas.

Principais Produtos Minerais na Bahia

Page 31: Parte I - Introdução

Situação de Saúde Veja um exemplo

Em seguida você pode ver um exemplo de situação de saúde que ocorre no município de Bom Jesus da Serra, situado na Região de Saúde de Vitória da Conquista, que tem um histórico de mineração (amianto) no seu perfil produtivo.

Page 32: Parte I - Introdução

Foto da Usina da Mina de São Félix do Amianto – Bom Jesus da Serra

Atividade de 1940 a 1967

Análise minerológica 1998:

presença de anfibólios do tipo

tremolita e crisotila

Maior produção 4.000

toneladas / ano

Total: 538 trabalhadores

(Bagatin, 2000)

Page 33: Parte I - Introdução

Vista parcial - 2008

Entrada da área da mina, com

casa de moradores e estrada

pavimentada com rejeitos de

amianto

Fazenda São Félix do Amianto

Bom Jesus da Serra

Page 34: Parte I - Introdução

Cava da mina com paredão com rejeitos de amianto - Junho 2008 . O lago é fruto do

intenso processo de mineração, muitas vezes utilizado hoje como área de recreação.

Page 35: Parte I - Introdução

Estimativas do número de “expostos”na Mina de São Félix, BJS, Bahia

538 ex-trabalhadores (formais) + familiares = cerca de 2.152 pessoas

“ Praticamente todos os familiares trabalhavam na mina, sendo apenas o chefe da casa contratado. As crianças extraíam o mineral manualmente, colocavam em pequenos sacos e vendiam à empresa...” (Bagatin, 2000)

Relatório final: “Morbidade e Mortalidade entre Trabalhadores Expostos ao Asbesto na Atividade de Mineração – 1940-1996”. Coord. Prof. Ericson Bagatin, Unicamp, 2000

Page 36: Parte I - Introdução

Resultados da busca ativa pelos Agentes Comunitários de Saúde

Estimativa de pessoas potencialmente expostas – exposição ocupacional e ambiental

Bom Jesus da Serra 320 pessoas; 89 ex-trabalhadores

Poções 256 expostos

Caetanos 15 expostos

Total Cerca de 600 pessoas a serem avaliadas

Page 37: Parte I - Introdução

Dependendo do tipo da poeira (agente etiológico) existem várias variantes da doença.

Tipos de Pneumoconiose

Page 38: Parte I - Introdução

Pneumoconiose - Agentes etiológicos e processos patológicos que ocorrem no pulmão

Fonte: Pneumoconioses - Protocolo de Complexidade Diferenciada, Ministério da Saúde, 2006.

Quando a sílica está vinculada a outro tipo de minério

Page 39: Parte I - Introdução

Como vocês viram existem diferentes tipos de pneumoconiose. Nesse curso iremos dar destaque às silicoses e às asbestoses, porque são as pneumoconioses de maior prevalência no estado da Bahia. Elas serão estudadas na II e III parte desse curso.

A parte IV desse curso aborda a notificação de Pneumoconiose no SINAN.

Pneumoconiose - Agentes etiológicos e processos patológicos que ocorrem no pulmão

Page 40: Parte I - Introdução

Alguns dados epidemiológicos

Page 41: Parte I - Introdução

Brasil

Os dados epidemiológicos sobre Pneumoconioses no

Brasil são escassos e referem-se a alguns ramos de

atividades em situações focais. Os dados disponíveis

sobre ocorrência de silicose, por exemplo, dão uma

ideia parcial da situação de risco relacionada a esta

Pneumoconiose. A maior casuística nacional de silicose

provém da mineração de ouro subterrânea de Minas

Gerais, na qual já foram registrados cerca de quatro mil

casos.Saúde do TrabalhadorProtocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.

Page 42: Parte I - Introdução

Dados Epidemiológicos - Brasil

Silicose

3,5% no ramo das pedreiras (exploração de granito e fabricação

de pedra britada)

23,6% no setor de indústria naval (operação de jateamento com areia)

Saúde do TrabalhadorProtocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.

Esses dados devem ser atualizados, considerando-se as mudanças nos processos de trabalho.

Page 43: Parte I - Introdução

Dados Epidemiológicos - Brasil

Silicose

1999 a 2000, cerca de 1.815.953 trabalhadores com vínculos formais de

emprego estavam expostos à sílica por mais de 30% de sua jornada de trabalho.

Saúde do TrabalhadorProtocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.

Page 44: Parte I - Introdução

ATENÇÃO

Estudos epidemiológicos em vários países mostram que o risco de ocorrência de Pneumoconiose ainda é um problema mundial, tanto nos países desenvolvidos, quanto naqueles em desenvolvimento.

É provável que nos países em desenvolvimento as condições de trabalho e a precariedade dos controles ambientais e da exposição levem a um maior risco de adoecimento.Saúde do TrabalhadorProtocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.

Page 45: Parte I - Introdução

ATENÇÃO

A mortalidade por silicose em países como França,

Itália, Holanda, EUA, Canadá e Finlândia decresceu

muito nas últimas décadas. Entretanto, ainda têm sido

relatadas epidemias de silicose nesses países. Na

África do Sul, a estimativa de ocorrência de silicose

entre mineiros era de 20 a 30%, na década de 90.

Saúde do TrabalhadorProtocolos de Complexidade Diferenciada, MS, 2006.

Page 46: Parte I - Introdução

A essa elevada taxa associa-se o elevado risco de tuberculose e

as altas prevalências de infecção pelo HIV.

Pesquisadores em países como China, Índia e Brasil têm

publicado resultados de estudos com alta prevalência de Silicose,

demonstrando a existência do problema e a necessidade de

melhoria no diagnóstico e no controle de exposição.

O prognóstico muda de acordo com a fase em que a doença

se encontra.

ATENÇÃO

Page 47: Parte I - Introdução

ATENÇÃO

É de suma importância que se faça o diagnóstico precoce das Pneumoconioses nos serviços de saúde e nas empresas, providenciando o imediato afastamento do trabalhador das atividades e do ambiente em que ocorre a exposição.

Quanto mais rápido identificar e afastar o trabalhador da exposição, melhor será o prognóstico da doença.

Trabalhadores diagnosticados em estágios avançados terão pior prognóstico, manejo clínico mais difícil, pior qualidade de vida e menor sobrevida.

Page 48: Parte I - Introdução

Na Bahia, a notificação de casos de pneumoconiose é incipiente ou inexistente na maioria dos municípios.

Notificação de Pneumoconiose na Bahia

Dra. Eliane Sales – Médica do Trabalho, Epidemiologista

Page 49: Parte I - Introdução

Casos de Pneumoconiose notificados no SINAN, por Região de Saúde, Bahia, 2011.

Fonte: SINAN-Net, DIVAST, 2011.

Page 50: Parte I - Introdução

Distribuição de casos de Pneumoconiose notificados no SINAN, por Região de Saúde e município notificante, Bahia, 2007-2014.

Região de Saúde Município Número de Casos

Brumado Ibipitanga 1Camaçari Camaçari 2Feira de Santana Feira de Santana 1Guanambi Caetité 2Itaberaba Itaberaba 1Itabuna Itabuna 2Jequié Jequié 1Salvador Salvador 62

SerrinhaConceição do Coité 3Santaluz 1

Teixeira de Freitas Medeiros Neto 1Valença Camamu 1Vitória da Conquista Vitória da Conquista 2TOTAL 80

Fonte: SINAN-Net. Sistema de Informações de Agravos de Notificação, DIS, DIVAST/NISAT. Dados extraídos em outubro de 2014.

Page 51: Parte I - Introdução

Pneumoconioses na Bahia

Ao serem analisados os municípios e respectivas

Regiões de Saúde verifica-se que as regiões de

Salvador e Serrinha apresentaram os maiores

quantitativos de registros de Pneumoconiose,

considerando valores acumulados entre os anos

de 2007 e 2014.

Page 52: Parte I - Introdução

Descrição do perfil de adoecimento por Pneumoconioses na Bahia

Para a região de Salvador, foram registrados 62 casos, todos referentes ao município de Salvador, o que pode denotar que o diagnóstico e fechamento do nexo causal tem ocorrido na capital do Estado.

Para a região de Serrinha foram registrados quatro casos, um no município de Santa luz e três casos no município de Conceição do Coité.

Outros casos ocorreram nas regiões de Camaçari, Brumado, Feira de Santana, Guanambi, Itaberaba, Itabuna, Jequié, Teixeira de Freitas, Valença e Vitória da Conquista.

Page 53: Parte I - Introdução

Classe Atividade Econômica - CNAE 2.0 Nº CASOS

26301 FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DE CONCRETO, CIMENTO, FIBROCIMENTO, GESSO E ESTUQUE 714109 EXTRAÇÃO DE PEDRA, AREIA E ARGILA 513242 EXTRAÇÃO DE MINÉRIO DE METAIS PRECIOSOS 845217 EDIFICAÇÕES (RESIDENCIAIS, INDUSTRIAIS, COMERCIAIS E DE SERVIÇOS) 475116 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM GERAL 214290 EXTRAÇÃO DE OUTROS MINERAIS NÃO-METÁLICOS 219313 FABRICAÇÃO DE CALÇADOS DE COURO 1

26417 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS NÃO-REFRATÁRIOS PARA USO ESTRUTURAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 1

45292 OBRAS DE OUTROS TIPOS 152698 OUTROS TIPOS DE COMÉRCIO VAREJISTA 101619 ATIVIDADES DE SERVIÇOS RELACIONADOS COM A AGRICULTURA 145497 OUTRAS OBRAS DE INSTALAÇÕES 1

74993 OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS PRESTADOS PRINCIPALMENTE ÀS EMPRESAS NÃO ESPECIFICIDAS ANTERIORMENTE 1

Não Informada ou Não se Aplica 45TOTAL 80

Fonte: SINAN-Net. Sistema de Informações de Agravos de Notificação, DIS, DIVAST/NISAT. Dados extraídos em outubro de 2014.

Distribuição de casos de Pneumoconiose notificados no SINAN, por Classe de Atividade Econômica – CNAE 2.0, Bahia, 2007-2014.

Page 54: Parte I - Introdução

Comentários

Atentem para o fato de que as atividades marcadas em verde são atividades que não têm relação com Pneumoconiose. Provavelmente, foi feito registro da ATIVIDADE ATUAL.

Quando fazemos a investigação de Pneumoconiose devemos pesquisar a HISTÓRIA OCUPACIONAL completa do trabalhador; pois, em muitos casos a OCUPAÇÃO ATUAL não é aquela responsável pela EXPOSIÇÃO A POEIRA.

Page 55: Parte I - Introdução

SUS

ATENÇÃO E VIGILÂNCIA DAS PNEUMOCONIOSES NO SUS

Page 56: Parte I - Introdução

Diagnóstico de Pneumoconiose

História ocupacional de exposição a poeiras.Tempo de latência compatível: é o tempo em que a pessoa começou a se expor até o momento em que ela apresentou a doença. Vai depender do tipo da doença.

Radiografia simples de tórax interpretada de acordo com os critérios da OIT.

Page 57: Parte I - Introdução

Leitura Radiológica

Page 58: Parte I - Introdução

O que é uma leitura radiológica – Classificação OIT?

É um método de referência para a análise de radiografias convencionais de tórax - Classificação Radiológica da OIT, cuja última versão é de 2000. Ela permite que as radiografias sejam interpretadas e codificadas de uma forma padronizada, pela utilização de radiografias padrão comparativas e folhas de registro apropriadas.

As alterações radiológicas são sumarizadas com informações sobre a identificação do paciente e da radiografia, qualidade da chapa, alterações de parênquima pulmonar, alterações de pleura e símbolos, que denotam alterações associadas ou não às pneumoconioses.

Page 59: Parte I - Introdução

O que é uma leitura radiológica?

A leitura radiológica é realizada pelo médico que tenha um treinamento específico e adequado para fazê-lo. Entretanto, é importante que outros profissionais de saúde tenham acesso a algumas informações básicas.

As informações completas estão disponíveis no protocolo de pneumoconiose e um vídeo com informações simplificadas estão disponíveis no material de apoio.

Page 60: Parte I - Introdução

O profissional de saúde ao atender um trabalhador ou ex-

trabalhador de áreas onde há risco potencial de doença, deve

solicitar as informações sobre o acompanhamento da sua saúde.

De acordo com a Norma Regulamentadora de Segurança e

Medicina do Trabalho - NR-7 - Portaria Ministério do Trabalho nº

3.214/1978 (BRASIL, 1978), a empresa deve manter

acompanhamento radiológico e funcional periodicamente para

todos os trabalhadores expostos a poeiras minerais.

Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS

Page 61: Parte I - Introdução

Portanto, uma forma de acompanhamento pela rede e

os programas do SUS é a verificação dos laudos

funcionais respiratórios e as avaliações da

telerradiografia do tórax periodicamente.

No caso de trabalhadores informais expostos, estes

deverão ser encaminhados à rede básica de saúde para

avaliação da necessidade de investigação clínica.

Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS

Page 62: Parte I - Introdução

Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS - Sílico-Tuberculose

Existe uma associação entre exposição à sílica e tuberculose. Os trabalhadores expostos à sílica tornam-se mais suceptíveis para o desenvolvimento de tuberculose.

É necessário que, no atendimento a pacientes portadores de tuberculose, se investigue se há exposição ocupacional à sílica e se há quadro de silicose associado – fazer busca ativa de casos.

Na anamnese, sempre coletar a história ocupacional, Observar o tempo de latência da doença

Investigar exposições passadas

Page 63: Parte I - Introdução

De acordo com o Manual de Controle da Tuberculose no Brasil (BRASIL, 2002), a busca de casos de tuberculose na comunidade deve ser feita em “todas as pessoas que apresentem tosse e expectoração por três semanas ou mais, através do exame bacteriológico [...]”.

No caso de indivíduos com história de exposição a poeiras minerais, o profissional de saúde deve estar atento para a possibilidade de associação de tuberculose com pneumoconiose, ou mesmo pneumoconiose isolada.

Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS- Sílico/Tuberculose

Page 64: Parte I - Introdução

No âmbito do programa da tuberculose, devem ser

incluídas as informações ocupacionais na ficha de

investigação do paciente, uma vez que a exposição à

sílica é um fator de risco para o desenvolvimento da

tuberculose.

Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS- Sílico/Tuberculose

Page 65: Parte I - Introdução

O tratamento da Sílico-tuberculose deve seguir o consenso do tratamento da Tuberculose isolada; porém, é de grande importância que o paciente seja reconhecido como exposto ou como pneumoconiótico, uma vez que isto irá incorrer em cuidados especiais após a alta-cura.

Às vezes, se trata repetidas vezes como Tuberculose, sem resultados, um caso que é somente Silicose.

Atenção e Vigilância das Pneumoconioses no SUS- Sílico/Tuberculose

Page 66: Parte I - Introdução

Responsabilidade compartilhada entre o Estado e o Município

Ações de Saúde Organização da Atenção à Saúde

Os níveis de atenção, serviços de saúde e procedimentos necessários para Atenção à Saúde dessa população envolvem a: Atenção Básica, Atenção Especializada (média e alta complexidade) e Vigilância à Saúde.

Page 67: Parte I - Introdução

ATENÇÃO E VIGILÂNCIA

DAS PNEUMOCONIOSES NO SUSPortaria MS

95/2001

Ações de Alta

Complexidade

(participação direta do gestor

estadual de referência em ST)

Alocação de recursos

orçamentários nos estados e

municípios (Biopsia, TCAR,

transplante)

Centros de Referência

em Saúde do Trabalhador

Atenção Básica

Programa Saúde da Família

Programa de Controle da Tuberculose

Processos de Trabalho Relacionados ao Núcleo

Familiar, Identificando os

potenciais fatores de risco

Atenção de Média

Complexidade

(Ações e serviços ambulatoriais e

hospitalares especializado)

Recursos tecnológicos de

apoio diagnóstico e terapêutico, quando não

justifique sua oferta no

município)

Page 68: Parte I - Introdução

Linhas de Atuação da Saúde

Informar à população trabalhadora e geral sobre riscos e formas de proteção

Organizar a rede de atenção à saúde – busca ativa / diagnóstico / tratamento e reabilitação física/funcional

Executar as ações de vigilância em ST, incluindo vigilância de ambientes e processos de trabalho

Articular-se com outros setores e integrar políticas públicas no território

Contribuir para o desenvolvimento econômico socialmente e ambientalmente sustentável

Page 69: Parte I - Introdução

Processo de Busca Ativa de Casos

Definições para a busca ativa pelos ACS: Identificação de pessoas potencialmente

expostas, no passado e atualmente (considerar o período de latência)

Familiares dos ex-trabalhadores expostos ao amianto (o trabalhador levava poeira para casa – roupa suja do trabalho)

Page 70: Parte I - Introdução

Pessoas com exposição ambiental: freqüenta o local da mina; utilizou pedras para construção na casa; mora ou morou próximo

Buscar no sistema de informação (SIM,SINAN,SIH) informações sobre o município da região . E também alimentar o sistema de informação.

Processo de Busca Ativa de Casos

Page 71: Parte I - Introdução

• Busca ativa de casos pelos ACS

• Cadastramento da população potencialmente exposta

• Consulta médica e da equipe da ESF

• Avaliação de saúde dos expostos e aplicação de protocolo

• Ficha e fluxo de atendimento aos expostos

• Encaminhamentos e acompanhamento de saúde

• Levantar questionamentos na AT através de capacitações das unidades de saúde de toda a equipe, intensificando a notificação.

Page 72: Parte I - Introdução

Atenção Especializada – Média Complexidade

Consultas com Especialistas: Médico do TrabalhoPneumologistas

Exames complementares:Raio X Tórax - padrão OITEspirometria

Outros, se necessário

Page 73: Parte I - Introdução

Agora que vocês já conhecem um pouco sobre Pneumoconiose, vocês já podem acessar as partes II,III e IV desse curso para aprender mais sobre doenças relacionadas ao amianto e a sílica e como notificar os casos de Pneumoconiose no SINAN.