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Personalizando o ensino

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Estamos tão acostumados com a necessidade de o aluno se adaptar ao conteúdo que não consideramos a possibilidade (e a necessidade) de o conteúdo se adaptar ao modo com que cada um aprende melhor. E as razões para isso são históricas. Se até o século 19 trabalhava-se em pequenos grupos heterogêneos e de uma maneira artesanal, com as duas Revoluções Industriais as pessoas passaram a ser organizadas em grandes grupos que exerciam as mesmas tarefas ao longo do dia dentro de fábricas. O mesmo aconteceu nas escolas: tendo que atender a uma grande demanda de força de trabalho, os alunos foram divididos por idade em grupos maiores para receber uma formação padronizada.

Acontece que o mundo passou por outra mudança drástica com a evolução da tecnologia. A economia e o mercado de trabalho têm agora outra dinâmica: as equipes passaram a ser menores e interdisciplinares, usam ferramentas digitais avançadas, trabalham com problemas complexos, executam tarefas variadas e, muitas vezes, não contam com supervisão próxima. No entanto, a Educação não acompanhou essa mudança e permanece em sua versão 2.0, desconectada do mercado de trabalho e, principalmente, da realidade dos alunos.

Inspirado na portuguesa Escola Ponte e localizada em Cotia, na região metropolitana de São Paulo, o Projeto Âncora tem uma proposta diferente da tradicional, sem divisão por séries ou por disciplinas.

Cada aluno segue um roteiro de estudo individual, que é definido por ele em conjunto com seu tutor e aborda conteúdos de várias disciplinas.

No fim, eles têm de desenvolver um projeto relacionado ao assunto de interesse. Os estudantes ajudam a definir as normas da escola, as ferramentas pedagógicas e a forma como organizam o espaço.

Para garantir que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) sejam respeitados, uma lista com todos os conteúdos que as crianças precisam dominar ao longo dos anos fica afixada na parede dos salões da escola – não existem salas de aula convencionais.

As avaliações são diárias: os tutores estão sempre atualizando o domínio dos conteúdos demonstrado no desenrolar dos projetos e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

Se parece ser muito difícil personalizar o ensino em turmas com muitos alunos, a tecnologia permite dar escala a esses processos, fornecendo de forma ágil dados sobre as necessidades de cada um e, muitas vezes, já criando automaticamente planos de estudos exclusivos.

É isso o que faz a plataforma da Geekie: através de tecnologias inovadoras, ela customiza o processo de ensino-aprendizagem. Por meio de testes de múltipla escolha, o software aponta aqueles conteúdos que o aluno não absorveu de maneira adequada e sugere tópicos que devem ser priorizados nos estudos.

Além disso, quanto maior o volume de dados coletados, mais os professores e alunos podem compreender as variáveis que fazem o estudante aprender melhor, como horário, tipo de conteúdo, abordagem etc.

Uma grande vantagem disso é o fato de que o professor deixa de ser o transmissor do conhecimento e ganha um papel muito mais nobre: ele se torna um tutor, podendo sentar com cada aluno, entender e trabalhar melhor suas dificuldades A tecnologia nunca vai substituir a sensibilidade e cumplicidade de um educador – pelo contrário, seu objetivo é dar a ele mais autonomia para exercer essas qualidades. Enfim, o século 21 veio com muitas mudanças no trabalho, no ambiente familiar e até mesmo nas relações pessoais. Já passou da hora de a Educação se modernizar também e se adequar às necessidades dos maiores interessados: os alunos.

1 Mudança estrutural no tempo e espaço: flexibilidade no horário das aulas, na utilização dos espaços disponíveis na escola e na composição etária das turmas; 2 Estimula a interdisciplinaridade e a integração entre os docentes: favorece a autonomia e a criatividade para a criação e realização de projetos em conjunto; 3 Baseia-se na metodologia de projetos: valoriza não apenas o conteúdo apreendido, mas também o processo educativo vivenciado pelos estudantes; 4 Favorece o de práticas individuais e/ou coletivas que permitam consolidar a aprendizagem, com ênfase no trabalho diversificado com perfis diferentes de alunos;

5 Promove aulas mais participativas e menos expositivas: aproximando alunos e professores, horizontalizando as relações; 6 Utiliza recurso, ferramentas e demais dispositivos digitais de comunicação: os alunos visivelmente são protagonistas de sua própria aprendizagem; 7 Introduz conceitos da cultura digital: pesquisa e seleção de informações, compartilhamento, colaboração, circulação de conhecimento, uso de licenças livres, uso responsável da internet, multiculturalidade; 8 Desenvolve e/ou utiliza espaços e ambientes interativos em redes (sites, comunidades, blogs) no processo pedagógico: amplia o alcance de comunicação e estimula a autoria de educadores e educandos; 9 Valoriza a intervenção social dos estudantes em benefício de sua comunidade, cidade, estado ou país: possibilita o exercício da cidadania e do empreendedorismo; 10 Cria situações reais e concretas que possam despertar o interesse e a motivação dos alunos para aprender cada vez mais: aprendizado significativo.

Como inovar no modelo tradicional de ensino e transformar os alunos em protagonistas do próprio aprendizado? O ensino híbrido, ou blended learning, é uma das maiores tendências da Educação do século 21, que promove uma mistura entre o ensino presencial e propostas de ensino online – ou seja, integrando a Educação à tecnologia, que já permeia tantos aspectos da vida do estudante. Mas engana-se quem pensa que basta colocar computadores na escola e deixar os estudantes ali sem qualquer orientação. O ensino híbrido é uma mistura metodológica que impacta a ação do professor em situações de ensino e a ação dos estudantes em situações de aprendizagem. A adoção do ensino híbrido em um nível mais profundo exige que sejam repensadas a organização da sala de aula, a elaboração do plano pedagógico e a gestão do tempo na escola.

O nosso modelo - fundamentado na Educação 3.0 - propõe uma sala de aula que coloca os estudantes como protagonistas do processo educacional, estes são desafiados a investigar, analisar, criticar e criar de forma colaborativa.

Ela valoriza mais a aprendizagem e menos o ensino. Transformando, assim, o papel do professor, que agora é responsável por desenhar a estratégia de aprendizado e atuar na orientação dos estudantes como um “guia ao lado” no trajeto educacional.