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ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE CONCEITOS DE CIÊNCIA OCUPACIONAL ICO1TO_P2_GT5 PORTO 2016

Pesquisa sobre conceitos de Ciência Ocupacional

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Page 1: Pesquisa sobre conceitos de Ciência Ocupacional

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

CONCEITOS DE CIÊNCIA OCUPACIONAL

ICO1TO_P2_GT5

PORTO

2016

Page 2: Pesquisa sobre conceitos de Ciência Ocupacional

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1

1. OCUPAÇÃO HUMANA ............................................................................ 2

2. CONCEITOS DA CIÊNCIA OCUPACIONAL ........................................... 2

PRIVAÇÃO OCUPACIONAL ..................................................................... 2

AGENTES EXTERNOS .......................................................................... 3

EQUILÍBRIO OCUPACIONAL ................................................................... 3

JUSTIÇA OCUPACIONAL ........................................................................ 4

ADAPTAÇÃO OCUPACIONAL ................................................................. 4

3. PLANEAMENTO DO TRABALHO ........................................................... 6

4. QUESTIONÁRIO OCUPACIONAL .......................................................... 6

CONCLUSÃO ............................................................................................... 8

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 9

INTRODUÇÃO

A ciência ocupacional é uma ciência que fundamenta a terapia

ocupacional e como tal, é direcionada ao cuidado das pessoas, ou seja, à saúde

da população. Logo, as ocupações que cada indivíduo realiza são dirigidas pelas

suas necessidades e nomeadamente pelos seus padrões de desempenho.

Associado a esta ciência surgem também os conceitos que a realização das

ocupações requerem. Portanto, é de salientar que as ocupações estão

inteiramente ligadas ao equilíbrio ocupacional que é fomentado pela gestão do

tempo, pela cronobiologia e pelos planos pessoas de cada individuo. Cada

pessoa também tem direito à justiça ocupacional independentemente das suas

dificuldades perante o meio onde se encontra deixando de parte a privação

ocupacional. Assim, o trabalho do terapeuta ocupacional é garantir que tal

acontece e para isso usa métodos de adaptação ocupacional para garantir que

a participação do individuo não é condicionada.

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OCUPAÇÃO HUMANA

A ocupação faz parte da condição humana. O ser humano possui uma

predisposição para a realização de um conjunto de atividades com um

determinado propósito, utilidade e significado subjetivo. Desta forma, ocupação

diz respeito ao desempenho de atividades da vida diária, de lazer e de trabalho

que ocorrem perante determinado contexto temporal, físico e sociocultural que

caracteriza uma grande parte da vida humana (Couldrick & Alfred, 2003;

Kielhofner, 2002; Molineux, 2004; Whiteford, 2004). As áreas em que estão

inseridas as atividades nas quais participamos, e as próprias atividades, são

influenciadas por fatores biológicos, psicológicos, sociais/ambientais e culturais

(Kielhofner, 2002; Whiteford, 2004).

CONCEITOS DA CIÊNCIA OCUPACIONAL

PRIVAÇÃO OCUPACIONAL

DE ACORDO COM WHITEFORD (2000), PRIVAÇÃO OCUPACIONAL CONSISTE DE UM

“ESTADO DE OBSTRUÇÃO AO ENVOLVIMENTO EM OCUPAÇÕES DE NECESSIDADE

E/OU SIGNIFICADO DEVIDO A FATORES EXTERNOS À PESSOA”.

Já Wilcook afirma que se caracteriza pelas circunstâncias externas,

através das quais a pessoa não pode adquirir, usar ou desfrutar de algo.

Ou seja, quando a pessoa experimenta um estado de privação ocupacional, esta

vê-se impossibilitada de realizar as atividades que quer e considera importantes,

durante um extenso período de tempo, devido a fatores externos. A pessoa vê

total ou parcialmente negada a sua possibilidade de escolha ocupacional, o que

poderá trazer consequências negativas ao nível do desempenho e do bem estar

geral (Coelho et al., 2010). Esta falta de oportunidades para um envolvimento

ocupacional normal pode ter efeitos nefastos, variando desde a apatia à

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depressão (Couldrick & Alfred, 2003; de Viggiani, 2007; Molineux, 2004;

Whiteford, 1997; 2000; 2004; 2005; Wilcock, 1998; Wright, et al., 2006;

Zeldenryk, 2006). No entanto, de acordo com Kielhofner (2002), a forma como

cada pessoa lida com este tipo de limitações vai depender da sua identidade

ocupacional, ou seja, dos valores, interesses, causalidade pessoal, papéis,

hábitos e capacidade de desempenho de cada indivíduo.

AGENTES EXTERNOS

Existem vários agentes externos que podem conduzir à privação

ocupacional como, a tecnologia, a divisão do trabalho, o desemprego, a pobreza,

os valores culturais, as regras locais, as limitações impostas pelos serviços

sociais e/ou educacionais, as limitações físicas e um estado de doença

prolongado.

EQUILÍBRIO OCUPACIONAL

O equilíbrio ocupacional surge com a necessidade de atender e igualizar

os ritmos da vida diária. Em particular, equilíbrio de participações nas quatro

áreas de ocupação, como o trabalho, o descanso e sono, AVD e AIVD. A

perceção de equilíbrio é individual e é influenciado pela cultura, valores e o

ambiente envolvente. O equilíbrio ocupacional, passa por equilibrar as diversas

ocupações de modo a manter um dia a dia e um estilo de vida saudáveis. Passa

pela gestão de tempo que cada individuo deveria ter em relação às suas

ocupações diárias, como as atividades da vida diária, atividades instrumentais

da vida diária, lazer, brincar, descanso e sono, trabalho, educação e participação

social. (Martins & Gontijo, 2011) (Gómez Lillo, 2006).

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JUSTIÇA OCUPACIONAL

A justiça ocupacional reconhece que todos os indivíduos de uma dada

sociedade têm direitos igualitários independente do seu género, idade, condição

de saúde, condição socioeconómica e classe social para realizar todas as

ocupações, como atividades da vida diária, atividades instrumentais, trabalho,

educação, descanso e sono, lazer, brincar e participação social, (Nilsson &

Townsend, 2010) sendo abrangidas oportunidades para a participação social e

disponibilidade de vários recursos que levam a cabo a participação total por parte

do individuo nas suas ocupações. Aspetos éticos, morais e cívicos dos diferentes

contextos e ambientes, podem afetar o sucesso da intervenção da terapia

ocupacional e o resultado deste processo. (AOTA, 2014)

ADAPTAÇÃO OCUPACIONAL

A Terapia Ocupacional é uma área da saúde que intervém de forma a

poder devolver a autonomia ao seu cliente atuando em diversas áreas através

de um conjunto de estratégias que culminam no aumento das competências do

cliente ultrapassando as suas dificuldades. Este profissional de saúde

desempenha a sua função de forma a possibilitar a participação do cliente nas

atividades que lhes são propostas, desenvolvendo os seus aspetos intelectuais,

sociais, emocionais e físicos através da participação nos espaços onde esse está

inserido. Como tal, o seu trabalho passa por modificar a tarefa em questão, o

método de realização da tarefa ou até mesmo o ambiente que envolve essas

atividades (James, 2008), ou seja, o termo adaptação refere-se a modificações

no ambiente, na tarefa ou no método, que objetivam a maximização da

funcionalidade do indivíduo e o maior grau de independência possível no

desempenho da atividade.

A adaptação por sua vez envolve o “ajuste, acomodação e adequação do

indivíduo a uma nova situação”, onde o terapeuta ocupacional terá que unir a

sua própria criatividade, com a utilidade eficaz do produto e ainda a concordância

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e utilização pelo seu cliente. A resposta a nova situação, será tão mais positiva

quanto melhor for o desempenho ocupacional competente, da satisfação e da

interação entre o individuo e o ambiente.

As adaptações podem estar enquadradas em duas categorias:

Baixa tecnologia ou Baixo custo (Low-Tech) - que tratam dos dispositivos

destinados a auxiliar nas Atividades de Vida Diária;

Alta tecnologia ou Alto custo (High-Tech) - como os comandados de computador

por voz.

As adaptações têm uma relação direta com as ocupações, e, portanto, são

aplicáveis para favorecer o desempenho independente no vestuário, higiene,

alimentação, comunicação e gestão de atividades domésticas.

O processo de desenvolvimento de uma adaptação envolve alguns

aspetos:

Análise da atividade;

Assimilação do problema;

Conhecimento dos princípios de compensação;

Sugestões de solução;

Pesquisa de recursos alternativos para a resolução do problema;

Manutenção periódica da adaptação;

Treino da adaptação na atividade.

Existe portanto a necessidade de orientar o cliente, a sua família e/ou

cuidador sobre a correta utilização da adaptação, sobre os cuidados com o

dispositivo e sobre o tempo que este deve ser utilizado e se necessário intervir

em todo o ambiente envolvente. Os fatores a serem considerados na prescrição

de uma adaptação são a simplicidade do projeto, a manutenção da integridade

dos tecidos moles, o ajuste ao usuário, o custo, a estética, o conforto, a facilidade

para colocação e a sua própria higiene.

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PLANEAMENTO DO TRABALHO

Este trabalho será constituído por um vídeo de 3 a 4 minutos, abordando

as diferentes áreas de ocupação presentes no dia-a-dia de uma pessoa

(atividades de vida diária, atividades instrumentais de vida diária, lazer,

descanso e sono, educação, brincar, trabalho e participação social). Estas serão

analisadas com base no conceito central que é o “Equilíbrio ocupacional”. O

vídeo irá incluir texto explicativo para que dessa forma seja mais fácil uma

perceção sobre a importância do equilíbrio ocupacional.

Elaboramos um questionário ocupacional com o intuito de avaliarmos a

gestão do tempo, a satisfação, a importância e a competência atribuídas pela

pessoa consoante a atividade em questão.

QUESTIONÁRIO OCUPACIONAL

Horas Atividades

típicas

Considero esta

atividade como

sendo:

1 – Trabalho

2- Atividade de

Vida Diária

3 – Lazer

4 - Descanso

Acho que faço

isto:

1 – Muito bem

2 – Bem

3 – Nem bem

nem mal

4 – Mal

5 – Muito mal

Para mim esta

atividade é:

1 – Extremamente

importante

2 – Importante

3 – Mais ou menos

4 – Nada Importante

5 – Uma Perda de

tempo

Quanto gosto de fazer

esta atividade:

1 – Gosto muito

2 – Gosto

3 – Nem gosto nem

desgosto

4 – Não gosto

5 – Não gosto nada

6:00 Dormir 4 4 1 1

6:30 Dormir 4 4 1 1

7:00 Dormir 4 4 1 1

7:30 Dormir 4 4 1 1

8:00 Dormir 4 4 1 1

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8:30 Dormir 4 4 1 1

9:00 Acordar/

Higiene

2 2 2 2

9:30 Alimentar os

cães

1 2 2 2

10:00 Tomar o

pequeno-

almoço

2 2 2 2

10:30 Transportes 1 2 3 5

11:00 Aulas 1 2 2 2

11:30 Aulas 1 2 2 2

12:00 Aulas 1 2 2 2

12:30 Aulas 1 2 2 2

13:00 Almoço 2 1 1 1

13:30 Lazer/

Trabalho de

Grupo

3 1 1 1

14:00 Aulas 1 2 2 2

14:30 Aulas 1 2 2 2

15:00 Aulas 1 2 2 2

15:30 Aulas 1 2 2 2

16:00 Lazer 3 2 2 2

16:30 Lazer 3 1 1 1

17:00 Transportes 1 2 2 5

17:30 Tarefas/

cuidados

1 2 3 3

18:00 Tarefas/

cuidados

1 2 3 3

18:30 Trabalho 1 2 2 2

19:00 Trabalho 1 2 2 2

19:30 Jantar 2 1 1 1

20:00 Trabalho 1 2 2 2

20:30 Trabalho 1 2 2 2

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21:00 Trabalho 1 2 2 2

21:30 Trabalho 1 2 2 2

22:00 Trabalho 1 2 2 2

22:30 Trabalho 1 2 2 2

23:00 Trabalho 1 2 2 2

23:30 Trabalho 1 2 2 2

00:00 Trabalho 1 2 2 2

00:30 Trabalho 1 2 2 2

01:00 Lazer 3 2 1 1

01:30 Transportes 1 2 4 5

02:00 Cuidar dos

cães

3 1 1 2

02:30 Higiene 2 2 1 1

03:00 Dormir 2 2 1 1

03:30 Dormir 2 2 1 1

04:00 Dormir 2 2 1 1

04:30 Dormir 2 2 1 1

05:00 Dormir 2 2 1 1

05:30 Dormir 2 2 1 1

CONCLUSÃO

A ciência ocupacional tem ligada a si diversos conceitos que a fundamentam e

que pretendem orientar cada individuo para um boa prática das ocupações. Em

conclusão, os conceitos de adaptação ocupacional, equilíbrio ocupacional,

justiça ocupacional e privação ocupacional são fundamentais para a

compreensão das ocupações e sobretudo para garantir a participação

ocupacional de cada pessoa.

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REFERÊNCIAS

Coelho, T., Bernardo, A., Rocha, N., & Portugal, P. (2010). Impacto da privação

ocupacional no quotidiano de mulheres reclusas e na sua adaptação à reclusão.

Couldrick, L., & Alfred, D. (2003). Forensic Occupational Therapy. London: Whurr

Publishers Ltd.

Kielhofner, G. (2002). Model of Human Occupation: Theory and Application (3ª

ed.). Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins.

Molineux, M. (2004). Occupation for Occupational Therapists. Oxford: Blackwell

Publishing.

Whiteford, G. (1997). Occupational Deprivation and Incarceration. Journal of

Occupational Science: Australia, 4 (3), pp. 126-130.

Whiteford, G. (2000). Occupational Deprivation: Global Challenge in the New

Millennium. The British Journal of Occupational Therapy, 63 (5), pp. 200-204.

Witheford, G. (2004). When People Cannot Participate: Occupational

Deprivation. In C. H. Christiansen & E. A. Townsend (Eds.), Introduction to

Occupation: The Art and Science of Living. New Jersey: Prentice Hall.

Whiteford, G. (2005). Understanding the occupational deprivation of refugees: A

case study from Kosovo. The Canadian Journal of Occupational Therapy, 72 (2),

pp. 78-88.

Wilcock, A. (1998). An Occupational Perspective of Health. New Jersey: Slack

Incorporated. Wright, C., Olivencia, J., Robertson, E., & Sperry, T. (2006).

Occupational Justice: Western Kentucky Resource Development. Louisville:

Kentucky Commission on Human Rights.

Zeldenryk, L. (2006). Occupational deprivation: A consequence of Australia’s

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Gómez Lillo, S. (2006). Equilibrio y organización de la rutina diaria Revista

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Martins, S., & Gontijo, D. T. (2011). Tempo de engajamento nas áreas de

ocupação de adolescentes inseridos em uma escola pública. Revista de Terapia

Ocupacional da Universidade de São Paulo, 22(2), 162-171.

doi:http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v22i2p162-171

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AOTA. (2014). Occupational therapy practice framework: Domain and process.

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Occupational Therapy, 68(Supplement 1), 1-48. doi:10.5014/ajot.2014.682006

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theory and practice. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, 17, 57-63.

doi:http://dx.doi.org/10.3109/11038120903287182

James, A. (2008). Restoring the role of independent person. In M. V. Radomski

& C. A. Trombly Latham (Eds.), Occupational therapy for physical dysfunction

(pp. 774–816). Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins

Schkade, J.& Mcclung, M. (2001).Occupational Adaptationin Practice. Texas

Grupo OT5

Ana Luísa Araújo n.º 10150341

Beatriz Marinho nº10160159

Cristina Silva nº10160223

David Silva nº10160233

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Liliana Lopes nº10160708

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Miguel Pereira nº10150401

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Sara Sandim n.º10160477