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A8 Advogados Associados EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO TITULAR DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LUÍS-MA. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA JOAQUIM DA SILVA SANTOS, brasileiro, solteiro, professor, portador do CPF sob o nº 000.000.000-07 e RG nº 00. 000.000-1, residente e domiciliado a Rua 05, quadra 02, casa nº 04, bairro Ipase, São Luís/MA, através de seus advogados, habilitados mediante procuração e substabelecidos em anexo (doc. XXX), com escritório na Rua das Araras, nº. 520, Ed. dos Pássaros, Sala 302, bairro Renascença, São Luís/MA, onde recebe intimações e avisos (CPC, art. 39 ,I), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência propor a presente AÇÃO INDENIZATÓRIA c/c DANOS MORAIS AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAS CC AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER Em face da construtora DIMENSÃO ENGENHARIA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 00.010.000/0001-21, com escritório localizado na Rua das Palmeiras, nº 598, Cohama, São Luís MA, em vista das seguintes razoes de fato e de direito:

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petição, processo civil, pratica de civil

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO TITULAR DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LUÍS-MA.

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

JOAQUIM DA SILVA SANTOS, brasileiro, solteiro, professor, portador do CPF sob o nº 000.000.000-07 e RG nº 00. 000.000-1, residente e domiciliado a Rua 05, quadra 02, casa nº 04, bairro Ipase, São Luís/MA, através de seus advogados, habilitados mediante procuração e substabelecidos em anexo (doc. XXX), com escritório na Rua das Araras, nº. 520, Ed. dos Pássaros, Sala 302, bairro Renascença, São Luís/MA, onde recebe intimações e avisos (CPC, art. 39 ,I), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO INDENIZATÓRIA c/c DANOS MORAIS

AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAS CC AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER

Em face da construtora DIMENSÃO ENGENHARIA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 00.010.000/0001-21, com escritório localizado na Rua das Palmeiras, nº 598, Cohama, São Luís –MA, em vista das seguintes razoes de fato e de direito:

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I – DOS FATOS

O autor adquiriu junto a construtora DIMENSÃO ENGENHARIA, um imóvel na planta a saber: Condomínio “ECO PARK III”, no bairro do Anil, localizado no segundo andar, Torre C, em setembro de 2011, pelo preço certo e ajustado de XXXXXX, tendo como previsão de entrega do supracitado imóvel em setembro de 2013, conforme contrato em anexo (doc ).

O requerente vinha cumprindo com suas obrigações contratuais e adimplindo normalmente as parcelas do referido imóvel. Desta forma, constata-se que o prazo para a entrega do imóvel, previsto no contrato, foi descumprido levando a efeito que as obras iniciaram-se em setembro de 2011, sendo concluída em 15(quinze) de março de 2014, ou seja, o atraso da entrega do imóvel foi de 06 (seis) meses, conforme o instrumento contratual. Todavia a obra foi entregue com sérios problemas estruturais e de acabamento, conforme fotos produzidas em anexo (doc).

Acontece que, por conta deste atraso, a Requerida feriu as regras consumeristas, bem como o contrato celebrado, o que ocasionou prejuízos exorbitantes ao Requerente, visto que com o não recebimento do imóvel na data prevista, o mesmo foi obrigado a prolongar o contrato de aluguel por mais 5(cinco) meses, gerando ônus no seu rendimento salarial mensal de R$ 1.000 (um mil reais), além de causar ao mesmo falsas expectativas na realização do “sonho da casa própria” e constrangimento no adiamento da entrega da obra.

Desta feita, Excelência, como houve o descumprimento contratual sem apresentar justificativa, na entrega do imóvel - Torre C, do condomínio Eco Park III, totalizando 06(seis) meses contados do prazo final de entrega, a Requerida deverá arcar com a indenização de danos materiais e morais, sobretudo, aos danos emergentes, que deverão ser pagos ao Requerente., bem como o cumprimento da obrigação de fazer no que tange à reparação de diversos problemas existente no imóvel. Razão pela qual invoca a tutela jurisdicional para que sejam atendidos tais direitos.

-II- DOS DIREITOS

1. Da Relação de Consumo

Não há dúvida que a relação entre as partes existe uma relação de consumo

proveniente de contrato de Promessa de Compra e Venda, tal relação protegida no

Código de Defesa do Consumidor e na Constituição Federal. Em conformidade com a

decisão do Supremo Tribunal Justiça:

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“PROMESSA DE COMPRA E VENDA. Empresa imobiliária. Incidência do

código de defesa do consumidor. Rege-se pela Lei 4.591/64, no que tem de

especifico para a incorporação e construção de imóveis, e pelo CDC o

contrato de promessa de compra e venda celebrado entre a companhia

imobiliária e o promissário comprador. Recurso conhecido e provido.” (STJ –

4ª T. Res nº 299.445/PR, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ 20.08.2001, p.

477).

Portanto, é a relação entre a construtora e o adquirente do imóvel consumerista, de

ordem pública, com status de garantia fundamental do cidadão, nos termos do inciso

XXXII, art. 5°e inciso v, art.170 da Constituição Federal de 1988 e tratada por

legislação especial, codificada pela Lei 8078/90.

Com tanta demanda no mercado, porém, muitas construtoras não conseguem concluir

a obra no prazo previsto. É quando o sonho de muitos consumidores se transforma em

pesadelo. Transtornos variados, frustrações e prejuízos que tem como resultado o

atraso na entrega da obra.

2. Do cabimento de indenização: dano material e moral.

É notório a abusividade da Construtora frente à entrega do imóvel com 180 (cento e

oitenta) dias, ultrapassando o prazo pactuado no contrato sem nenhuma justificativa.

Portanto, é incontestável a extrapolação da Construtora desde o término do prazo de

entrega do imóvel.

Mesmo quando há no contrato cláusulas que contemplam o período de carência/

tolerância para ser utilizada após a data entrega prevista, são evidentes e

desproporcionais tais estipulações, considerando de forma abusiva, pois o consumidor

sempre sofre prejuízos e suas expectativas são frustradas.

Nesse sentido, o Código de Defesa do Consumidor estabelece entre o rol de direitos básicos dos consumidores no art. 6º, v:

"São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativamente ao fornecimento de produtos e serviços que: IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade".

O prazo de carência, quando previsto no contrato, deve ser utilizado exclusivamente

em se tratando de caso fortuito ou força maior, sendo passível de comprovação.

Todavia esta cláusula é manifestamente abusiva ferindo os princípios do equilíbrio

contratual.

“EMENTA – COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL A PRESTAÇÃO PRAZO DE ENTREGA DO IMÓVEL COMPROMISSADO. INADIMPLÊNCIA DA COMPROMISSÁRIA VENDEDORA. PRAZO DE TOLERÊNCIA PREVISTO NO CONTRATO.

Considera-se inadimplente a construtora e compromissária vendedora quando não faz a entrega do bem compromissado no prazo previsto no

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contrato, autorizando o acolhimento do pedido de rescisão feito pelo compromissário comprador, com devolução de todas as parcelas pagas, devidamente corrigidas, mais juros de mora e outras penalidades previstas em contrato.

O prazo de tolerância previsto em contrato somente é justificada para a prorrogação do prazo contratual de entrega do imóvel compromissado quando ocorrer caso fortuito ou força maior devidamente comprovado nos autos.”(TJ/MJ – 7ª C. Cív., Ap. Cív. Nº361743-8, Rel. Des. José Afonso da Costa Côrtes, julg. 06.06.2002).

O direito do autor é inegável, visto que a motivação decorre de dois aspectos

preponderantes: atraso na entrega do apartamento e os problemas provenientes de

vários defeitos da obra e de seu péssimo acabamento.

Em concordância, assim dispõe o art. 186 do Código Civil.

Art. 186.Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência, ou imprudência, violar direito e causar dano

a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato

ilícito.

É notória a responsabilidade da ré na reparação dos danos, no que tange o atraso na

entrega do imóvel, bem como os problemas oriundos da má qualidade da construção,

gerando danos emergentes em concordância com o disposto no art. 389 do Código

Civil.

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor

por perdas e danos, mais juros e atualização monetária

segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e

honorários de advogado.

A pretensão da indenização, no presente caso, é no sentindo de reparar a omissão da

construtora que ocasionou angústia, ansiedade, transtornos e frustações de

expectativa já planejada pelo comprador, decorrentes do atraso injustificado da

entrega do imóvel.

A mora da demandada acabou causando ao autor problemas que ultrapassaram o mero aborrecimento do quotidiano, causando danos extrapatrimoniais.

O dano material consistente no pagamento dos aluguéis que veio comprovado nos autos, devendo a demandada arcar com o pagamento destas despesas, porquanto deu causa, ante o descumprimento do contrato, no valor de R$ 700,00 contar do mês de março de 2011 até a data da efetiva entrega do imóvel.

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3. Da Obrigação de Fazer

Como se pode observar da exposição dos fatos, os Réus não utilizaram da boa técnica, e,

deixando de impermeabilizar o piso da área privativa, através de aplicação de manta

asfáltica, causaram os vícios de serviço que devem ser por eles reparados, conforme

preceitua o art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, que prevê a responsabilidade

objetiva.

“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou

estrangeiro, e o importador respondem, independentemente

da existência de culpa, pela reparação dos danos causados

aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto,

fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,

apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem

como por informações insuficientes ou inadequadas sobre

sua utilização e riscos.”

O art. 618 do Código Civil prescreve que nos contratos de empreitada de edifícios ou

outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá,

durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em

razão dos materiais, como do solo.

Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras

construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e

execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco

anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão

dos materiais, como do solo.”

Assim, resta patente a adoção pelo Código de Defesa do Consumidor da teoria da

responsabilidade objetiva do fornecedor. Nesse sentido é a lição de CARLOS ROBERTO

GONÇALVES:

"O Código de Defesa do Consumidor, atento a esses novos

rumos da responsabilidade civil, também consagrou a

responsabilidade objetiva do fornecedor, tendo em vista

especialmente o fato de vivermos, hoje, em uma sociedade

de produção e de consumo em massa, responsável pela

despersonalização ou desindividualização das relações

entre produtores, comerciantes e prestadores de serviços,

em um pólo, e compradores e usuários do serviço, no outro.

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Em face dos grandes centros produtores, o comerciante

perdeu a preeminência de sua função intermediadora.No

sistema codificado, tanto a responsabilidade pólo fato do

produto ou serviço como a oriunda do vício do produto ou

serviço são de natureza objetiva, prescindindo do elemento

culpa a obrigação de indenizar atribuída ao fornecedor".

-IV- DOS REQUERIMENTOS:

Diante do exposto, requer a V.Exa, se digne determinar a citação da parte ré,

inicialmente qualificada, na pessoa de seu representante legal, dos termos da presente

ação, para que conteste, querendo, no prazo de lei, sob pena de sofrer as cominações

de praxe.

Requer, ainda, seja a presente ação julgada totalmente procedente, condenando o

requerido ao pagamento da indenização (dano material e moral) com reembolso dos

valores pagos a título de aluguel, tendo em vista que autor com toda dificuldade

financeira se viu obrigado continuar no aluguel, e a condenando-o, ainda, aos

honorários advocatícios e demais cominações de direito.

Requer os Benefícios de Justiça Gratuita, por ser pobre na forma da lei nº 1060/50,

não podendo custear a demanda sem comprometer seu sustento pessoal e da família,

como resta alegado na declaração de hipossuficiência, em anexo.

Requer, finalmente, a produção de todos os meios de provas admitidos em direito.

Dá-se à causa o valor de R$. xxxxxxxxxxxx

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

São Luís/Ma, 1 de abril de 2014.

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]