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PREFEITURA MUNICIPAL DE UIBAÍ PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE UIBAÍ CARACTERIZAÇÃO GERAL E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ETAPA 02 UIBAÍ, BAHIA ABRIL/2014

Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

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Page 1: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

PREFEITURA MUNICIPAL DE UIBAÍ

PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS

SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE UIBAÍ

CARACTERIZAÇÃO GERAL E DIAGNÓSTICO DA

SITUAÇÃO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

ETAPA 02

UIBAÍ, BAHIA

ABRIL/2014

Page 2: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

PREFEITURA MUNICIPAL DE UIBAÍ

Pedro Rocha Filho

PREFEITO

COMITÊ DE COORDENAÇÃO

DECRETO MUNICIPAL Nº 024 de 10/10/2013

REPRESENTANTE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS E PLANEJAMENTO

Ronildo Joaquim de Almeida

Camylla Machado Bastos

REPRESENTANTE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Katy Rodrigues Barcelos

Carla Alves de Oliveira

REPRESENTANTE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER

Elionara Araujo Teixeira

Leila Nunes Oliveira Machado

REPRESENTANTE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PROMOÇÃO DA IGUALDADE

Gessiene Machado Bessa

Silas dos Santos Silva

REPRESENTANTE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Gustavo Eduardo Rocha Machado

Amilton Oliveira Maciel

Page 3: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

COMITÊ DE COORDENAÇÃO (CONTINUAÇÃO)

DECRETO MUNICIPAL Nº 024 de 10/10/2013

REPRESENTANTE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS, TRANSPORTES E SERVIÇOS PÚBLICOS

Joacilei Alecrim Miranda

Jorge Mendes Rocha

REPRESENTANTE DA CÂMARA DE VEREADORES

Higino Ferreira Rocha

Edson Maciel Filho

REPRESENTANTE DA EMPRESA BAIANA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA – EBDA

Andre Machado Neto

Elizete Alves Rocha

REPRESENTANTE DA EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO S.A. - EMBASA

Cláudio da Costa Martins

Ana Karina Alecrim Moitinho

REPRESENTANTE DO BANCO DO BRASIL

Michel Alves

Noélia Almeida dos Santos

REPRESENTANTE DA CÂMARA DE DIRIGENTES LOJISTAS DE IRECÊ - CDL

Wilson Carlos Brito Silva

Soraya Carvalho Levi

REPRESENTANTE DA UNIÃO MUNICIPAL EM BENEFÍCIO DE UIBAÍ – UMBU

Edimario Oliveira Machado

Elenilço Inácio da Silva

Page 4: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

REPRESENTANTE DA UNIÃO DE DESENVOLVIMENTO DE EDUCAÇÃO DO POÇO – UDEP

Nilzete Rosa Machado

Valdemir Miranda Nunes

REPRESENTANTE DA UNIÃO PARA O DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E CULTURAL DO RIACHO DE AREIA – UDECRA

Elis Regina Pires de Souza

Francolino de Souza Pereira Neto

REPRESENTANTE DA COOPERATIVA MISTA AGROPECUÁRIA DE UIBAÍ – COMAGRO

Maria Celia Machado

Evodio Carvalho Machado

REPRESENTANTE DO SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE UIBAÍ – STTR

Suetelma Ferreira de Carvalho Souza

Judite Carvalho Rodrigues

REPRESENTANTE DA ASSOCIAÇÃO UNIÃO SERRANA UIBAIENSE – AUSUB

Evaneide Gomes Macêdo

Edmilson Flor da Silva

REPRESENTANTE DA ASSOCIAÇÃO OLHOS D ÁGUA

Valnei Rodrigues de Almeida

Marcondes Ribeiro Astro

REPRESENTANTE DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

Alcides Soares

Erbene Carvalho Sodré Machado

Page 5: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

REPRESENTANTE DOS GERADORES DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Caio Henrique Almeida Santos

Zélia Almeida

REPRESENTANTE DOS AÇOUGUEIROS

Edineuza Silva Lima

Cassivânia Dias Machado

REPRESENTANTE DOS FEIRANTES

Lindaci Pereira dos Santos

Mercenas Nunes Rosa

EQUIPE TÉCNICA

EMPRESA CONTRATADA

RENOVA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA - ME

ENGENHEIRA AMBIENTAL - MARCELA LEITE DA SILVA

ENGENHEIRA SANITARISTA E AMBIENTAL - POLIANNA ALVES DE AMORIM

BIÓLOGO - GUILHERME SALDANHA

ASSISTENTE SOCIAL – PERLA EMANOELA VIANA OLIVEIRA DE SOUZA

PEDAGOGO – BRUNO FERNANDES CARVALHO DA SILVA

ECONOMISTA – VITOR RODRIGUES

ADVOGADA – JULIANA ROCHA

Page 6: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

LISTA DE SIGLAS

ANA Agência Nacional de Águas

ANCAR/BA Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural da Bahia

CCE Cadastro Central de Empresas

CDL Câmara de Dirigentes Lojistas

CERB Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas

CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

CNT Confederação Nacional do Transporte

CODEVASF Companhia do Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e

Parnaíba

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

CONDER Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia

CPE Comissão de Planejamento Econômico

CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social

DATASUS Departamento de Informática do SUS

DERBA Departamento de Infra Estrutura de Transportes da Bahia

DICS Diretoria de Informação e Comunicação em Saúde

EBCT Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

EBDA Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola

EMATER/BA Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

EMBASA Empresa Baiana de Água e Saneamento S.A.

EPABA Empresa Baiana de Pesquisa Agropecuária

IBB Instituto Biológico da Bahia

IBCR Instituto Baiano de Crédito Rural

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDE Índice de Desenvolvimento Econômico

IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

INGA Instituto de Gestão das Águas e Clima

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas

Page 7: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário

MEC Ministério da Educação

MMA Ministério do Meio Ambiente

MP Ministério Público

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PERH Plano Estadual de Recursos Hídricos

RAIS Relação Anual de Informações Sociais

SDT Secretaria de Desenvolvimento Territorial

SEDIR Secretaria do Desenvolvimento e Integração Regional

SEDUR Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia

SEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia

SEINFRA Secretaria de Infra Estrutura

SEC Secretaria Estadual de Educação

SEMA Secretaria de Meio Ambiente

SEPLAN Secretaria do Planejamento do Estado

SESAB Secretaria de Saúde do Estado da Bahia

Page 8: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

% Porcentagem

‰ Dados por mil

BA Bahia

BHRSF Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco

CF Constituição Federal

CLT Consolidação das leis do Trabalho

DAP Doenças do Aparelho Circulatório

DIP Doenças Infecciosas e Parasitárias

EPI Equipamento de Proteção Individual

GIRS Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Hab./km² Habitantes por quilômetros quadrado

IDE Índice de Desenvolvimento Econômico

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IDS Índice de Desenvolvimento Social

Km quilômetro

méd./hab. médico por habitantes

MWh megawatt hora

ONG Organização Não Governamental

PEA População Economicamente Ativa

PERH Plano Estadual de Recursos Hídricos

PIB Produto Interno Bruto

PLANASA Plano Nacional de Saneamento

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

PPA Plano Plurianual

PREMAR Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias

PRONAT Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios

Rurais

Page 9: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

RCD Resíduo de Construção e Demolição

RDS Região de Desenvolvimento Sustentável

RMS Região Metropolitana de Salvador

RSS Resíduos de Serviços de Saúde

RSU Resíduos Sólidos Urbanos

SIA Sistema de Informações Ambulatoriais

SIAB Sistema de Informação de Atenção Básica

SIH Sistema de Informações Hospitalares

SIM Sistema de Informação sobre Mortalidade

SINASC Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos

SIOPS Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde

SLU Sistema de Limpeza Urbana

SNCR Sistema Nacional de Cadastro Rural

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

TBM Taxa Bruta de Mortalidade

TFE Taxas de Fecundidade Específica

TFG Taxas de Fecundidade Geral

TFT Taxa de Fecundidade Total

TI Território de Identidade

TME Taxa Específica de Mortalidade

TMI Taxa de Mortalidade Infantil

UC Unidade de Conservação

Page 10: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS

ACONDICIONADOR - Dispositivo ou equipamento destinado ao acondicionamento correto

dos resíduos sólidos em recipientes padronizados (ABNT NBR 12.980/1993).

ACONDICIONAMENTO – Ato ou efeito de embalar os resíduos sólidos, para proteger e

facilitar o seu transporte (ABNT NBR 12.980/1993).

ÁREA DE COLETA – Região que, em virtude de suas características, é considerada

separadamente, para fins de planejamento e execução da coleta de resíduos sólidos no

interior de seu perímetro (ABNT NBR 12.980/1993).

ATERRO SANITÁRIO – Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem

causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais,

método este utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área

possível e reduzi-lo ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na

conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário (ABNT NBR

8419/1992).

ATERRO SANITÁRIO DE PEQUENO PORTE – Aterro sanitário para disposição no solo de

até vinte toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos em que, considerados os

condicionantes físicos locais, a concepção do sistema possa ser simplificada, reduzindo os

elementos de proteção ambiental sem prejuízo da minimização dos impactos ao meio

ambiente e à saúde pública (ABNT NBR 15.849/2010)

ATERRO SANITÁRIO SIMPLIFICADO – O aterro sanitário simplificado proposto é um

projeto modular cujos impactos negativos causados ao meio ambiente com a sua

implantação são inexpressivos e de fácil controle, comparado com os benefícios que o

mesmo é capaz de proporcionar aos municípios que se enquadrem na faixa populacional

adequada (até 15.000 habitantes) para este tipo de sistema (CONDER, 2011). Tem como

objetivo dispor os resíduos sólidos urbanos por meio de um sistema de baixo custo de

implantação e operação, levando em consideração aspectos sanitários e ambientais de

aterro convencional.

CAPINA MANUAL – Corte ou retirada total da cobertura vegetal existente em determinados

locais, com utilização de ferramenta manual (ABNT NBR 12.980/1993).

CAPINA QUÍMICA – Eliminação de vegetais, realizada através de aplicação de produtos

químicos que, além de matá-los, podem impedir o crescimento deles (ABNT NBR

12.980/1993).

CHORUME – Líquido, produzido pela decomposição de substâncias contidas nos resíduos

sólidos, que tem como características a cor escura, o mau cheiro e a elevada DBO

(Demanda Bioquímica de Oxigênio) (ABNT NBR 8.419/1992).

COLETA DE RESÍDUOS DE FEIRAS, PRAIAS E CALÇADÕES – Coleta regular dos

resíduos oriundos da limpeza e varrição de feiras, praias e calçadões (ABNT NBR

12.980/1993).

Page 11: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

COLETA DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) – Coleta regular que remove

resíduo proveniente de hospitais, casas de saúde, sanatórios, farmácias e estabelecimentos

similares. Está dividida em coleta ambulatorial e coleta hospitalar externa (ABNT NBR

12.980/1993).

COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS – Ato de recolher ou transportar resíduos sólidos de

qualquer natureza, utilizando veículos e equipamentos apropriados para tal fim. (ABNT NBR

12.980/1992).

COLETA DOMICILIAR – Coleta regular dos resíduos domiciliares, formados por resíduos

gerados em residências, estabelecimentos comerciais, industriais não perigosos, públicos e

de prestação de serviços cujos volumes e características sejam compatíveis com a

legislação municipal vigente. (ABNT NBR 12.980/1993).

COLETAESPECIAL - Coleta destinada a remover e transportar resíduos especiais não

recolhidos pela coleta regular, em virtude de suas características próprias, tais como:

origem, volume, peso e quantidade (ABNT NBR 12.980/1993).

COLETA SELETIVA – Coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua

constituição ou composição (Lei nº. 12.305/2010).

COLETE REFLEXIVO – Dispositivo de segurança utilizado como complemento ao

fardamento dos agentes de limpeza (coletor), dotado de pintura fosforescente para alertar os

motoristas de veículos a presença dos trabalhadores.

COLETOR DE RESÍDUOS – Operário que recolhe o resíduo acondicionado em recipiente

padronizado, transferindo-o para o veículo de coleta. Faz parte da guarnição do veículo

coletor. Ex: Coleteiro, Gari, Agente de Limpeza, etc. (ABNT NBR 12.980/1993).

COMPOSTAGEM – A compostagem é um processo controlado que utiliza o oxigênio

presente no ar e os microrganismos presentes nos resíduos, gerando um composto, fruto da

decomposição da matéria orgânica degradável em: dióxido de carbono, minerais, vapor de

água (JARAMILLO, 1997; MASSUKADO, 2004 apud CAMPOS, 2008).

CONTÊINER – Equipamento fechado, de capacidade superior a 100 litros, empregado para

armazenamento de sacos de lixo (ABNT NBR 12.980/1993).

DESTINAÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA: Destinação final ambientalmente

adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a

recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos

competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando

normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à

segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos (Lei nº. 12.305/2010).

DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA: Distribuição ordenada de rejeitos

em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos

à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos (Lei nº.

12.305/2010).

Page 12: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

EDUCAÇÃO AMBIENTAL – Processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade

constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas

para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia

qualidade devida e sua sustentabilidade (Lei de Educação Ambiental, nº. 9.795/1999).

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – Conjunto de uniformes constituído de

calça, camisa, bota, luva, boné, colete reflexivo, etc. utilizados pelos trabalhadores de

limpeza urbana (ABNT NBR 12.980/1993).

EQUIPE DE VARRIÇÃO – Equipe formada por um certo número de operários, responsável

pela varrição ou conservação de um trecho (ABNT NBR 12.980/1993).

FREQUÊNCIA DE COLETA – Número de dias por semana em que é efetuada a coleta

regular, num determinado itinerário (ABNT NBR 12.980/1993).

GERADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS - Pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou

privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo

(Lei nº. 12.305/2010).

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - Conjunto de ações exercidas, direta ou

indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final

ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente

adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos

sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei

(Lei nº. 12.305/2010).

GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS - Conjunto de ações voltadas para a

busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,

econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do

desenvolvimento sustentável (Lei nº. 12.305/2010).

GRANDEGERADOR DE RESÍDUO COMERCIAL – É o estabelecimento que gera acima

120 litros de resíduos por dia (IBAM, 2001).

GUARNIÇÃO - Equipe de coleta formada por 01 (um) motorista e um número variável de

coleteiros ou agentes de limpeza (ABNT NBR 12.980/1993).

IMPERMEABILIZAÇÃO - Deposição de camadas de materiais artificiais ou naturais, que

impeça ou reduza substancialmente a infiltração de água no solo dos líquidos percolados,

através da massa de resíduos (ABNT NBR 13.896/1997).

ITINERÁRIO - Percurso de coleta efetuado por um veículo coletor, dentro de um certo setor

de coleta e num determinado período. Para cumprir o itinerário, o veículo coletor poderá

fazer uma ou mais viagens (ABNT NBR 12.980/1993).

LIMPEZA URBANA – A limpeza urbana, o tratamento e a disposição final do resíduo estão

inscritos num conjunto de ações do poder local que visam o bem-estar da população e a

proteção do meio ambiente. Em âmbito mais restrito, faz parte das ações de saneamento

ambiental, em conjunto com o abastecimento de água, o tratamento de esgotos sanitários e

a drenagem pluvial, as quais objetivam minimizar as condições nocivas que possam afetar a

Page 13: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

saúde humana. As ações de saneamento ambiental, portanto, interagem intimamente com

as de habitação e saúde, constituindo fator decisivo para a qualidade de vida e o

desenvolvimento social (CEMPRE, 2010).

LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS – Conjunto de atividades,

infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e

destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e

vias públicas (Lei nº. 11.445/2010).

LUTOCAR – Carrinho coletor com duas rodas, cujo corpo central apresenta características

para acomodar saco descartável (ABNT NBR 12.980/1993).

MATÉRIA ORGÂNICA BIODEGRADÁVEL – Matéria orgânica passível de degradação

geralmente rápida por processos bioquímicos, ou seja, pela ação de organismos vivos.

MATERIAIS PERFUROCORTANTES – Materiais pontiagudos ou que contenham fios de

corte capazes de causar perfurações ou cortes, tais como: agulhas, bisturis, lâminas, cacos

de vidro, ampolas etc. (Resolução RDC n.º 33/2003).

PEQUENOGERADOR DE RESÍDUO COMERCIAL – É o estabelecimento que gera até 120

litros de resíduos por dia. (IBAM, 2001).

PERÍODO DE COLETA – Espaço de tempo correspondente à execução dos serviços de

coleta durante uma determinada fase do dia, podendo ser diurna ou noturna. (ABNT NBR

12.980/1993).

PINTURA DE MEIO- FIO – Serviço de sinalização horizontal, importante para o balizamento

do tráfego de veículos, e manutenção de um bom padrão estético da cidade (CONDER,

2006).

RECICLAGEM – Processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração

de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em

insumos ou novos produtos (Lei nº. 12.305/2010).

REJEITOS - Resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de

tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente

viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente

adequada (Lei nº. 12.305/2010).

RESÍDUOS COMERCIAIS - São os resíduos oriundos de estabelecimentos comerciais,

cujas características dependem da atividade ali desenvolvida (CONDER, 2006).

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - Os gerados nas construções, reformas, reparos e

demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e

escavação de terrenos para obras civis (Lei nº. 12.305/2010).

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD) – São aqueles provenientes de

construções, reformas, reparos e demolições e obras de construção civil, e os resultantes da

preparação e da escavação de terrenos, tais como tijolo, blocos cerâmicos, concreto em

geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,

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argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica,

etc, comumente chamados de entulhos de obras, caliças ou metralha(ABNT NBR

15.112/2004).

RESÍDUOS DE LIMPEZA URBANA - Os originários da varrição, limpeza de logradouros e

vias públicas e outros serviços de limpeza urbana (Lei nº. 12.305/2010).

RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE (RSS) – São aqueles provenientes de qualquer

unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou animal; de

centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde;

medicamentos e imunoterápicos vencidos ou deteriorados; aqueles provenientes de

necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal; e de barreiras sanitárias” (Resolução

CONAMA nº. 283/2001 – Art. 1º, I)

RESÍDUOS DOMICILIARES – Os originários de atividades domésticas em residências

urbanas (Lei nº. 12.305/2010).

RESÍDUOS PÚBLICOS – São os resíduos presentes nos logradouros públicos,

normalmente oriundos da natureza, tais como folhas, galhadas, poeira, terra e areia, como

também os descartados indevidamente pela população, como entulho, bens considerados

inservíveis, papéis, restos de embalagens e alimentos (CONDER, 2006).

RESÍDUOS RECICLÁVEIS – Resíduo que devido a sua natureza pode receber tratamento

e/ou beneficiamento e ser reutilizado ou transformado em insumo para fabricação de novos

produtos (Resolução RDC nº 33/2003).

RESÍDUOS SÓLIDOS – Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de

atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder

ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases

contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento

na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou

economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível(Lei nº. 12.305/2010).

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS – Resíduos sólidos gerados num aglomerado urbano,

excetuados os resíduos industriais perigosos, hospitalares sépticos e de aeroportos e

portos. (NBR 8.419/92 - ABNT).

RESÍDUOS VOLUMOSOS – Resíduos constituídos basicamente por material volumoso não

removido pela coleta pública municipal, como móveis e equipamentos domésticos

inutilizados, grandes embalagens e peças de madeira, podas e outros assemelhados, não

provenientes de processos industriais (ABNT NBR 15.112/2004).

REUTILIZAR - Processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação

biológica, física ou físico-química (Lei nº. 12.305/2010).

ROÇADA – Corte da vegetação, na qual se mantém uma cobertura vegetal viva sobre o

solo (ABNT NBR 12.980/93).

Page 15: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

SACHEAMENTO – Serviço característico das ruas pavimentadas com paralelepípedo que

consiste na retirada do mato que cresce entre o calçamento. Deve ser excetuado

paralelamente à varrição, após os períodos de chuva (CONDER, 2006).

SARJETA – Faixa junto ao meio-fio e ao leito carroçável, das vias públicas, que serve de

escoadouro das águas pluviais. (ABNT NBR 12.980/1993).

SEGREGAÇÃO – Operação de separação dos resíduos no momento da geração, de acordo

com a classificação adotada. (ABNT NBR 12.807/1993).

SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA – Abrangem os serviços de limpeza propriamente dita

(...) e também os serviços de processamento e os de disposição final do lixo (CEMPRE,

2010).

SERVIÇOS CONGÊNERES – Compreendem uma série de serviços preventivos e

preliminares, no sentido de complementar as operações de varrição e coleta de um sistema

de limpeza urbana como capinação de ruas e passeios, roçagem de terrenos públicos,

limpeza de rios, limpeza de feiras e mercados, raspagem de terra, sacheamento, limpeza de

praças e jardins, serviços emergenciais como retiradas de animais mortos e lavagem de

ruas (CONDER, 2006).

VALAS SÉPTICAS – vala escavada no solo, obedecendo a critérios de impermeabilização e

outros procedimentos técnicos, que se destina ao aterramento de resíduos de serviços de

saúde. Forma de disposição final para resíduos de serviços de saúde do GRUPO A

(Resolução RDC n.º 33/2003).

VARRIÇÃO DE RUA – Ato de varrer as sarjetas em ambos os lados uma rua, medida pelo

eixo desta (ABNT NBR 12.980/1993).

VAZADOURO A CÉU ABERTO - Local utilizado para disposição do lixo, em bruto, sobre o

terreno sem qualquer cuidado ou técnica especial. Caracteriza-se pela falta de medidas de

proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico).

VEÍCULO BASCULANTE – Veículo equipado com caçamba basculante sem cobertura,

podendo estar equipado, ou não, com guindaste provido de garra (ABNT NBR 12.980/1993).

VEÍCULO COLETOR – Veículo dotado de carroceria especialmente projetada para coleta de

resíduos sólidos a que se destina e com recursos de descarga sem uso de mão humana

(ABNT NBR 12.980/1993).

VEÍCULO COLETOR COMPACTADOR – Veículo de carroceria fechada, contendo

dispositivo mecânico ou hidráulico que possibilite a distribuição e compressão dos resíduos

no interior da carroceria a sua posterior descarga (ABNT NBR 12.980/1993).

VEÍCULO DE COLETA DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE – Veículo utilitário com

carroceria especial, estanque, que permite alto nível de higiene e que pode transportar

sacos descartáveis, sem rompê-los (ABNT NBR 12.980/1993).

Page 16: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 22

1. CARACTERIZAÇÃO GERAL Do município de uibaí .............................................. 24

1.1. INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS .................................................................. 24

1.2. RECURSOS NATURAIS ................................................................................ 24

1.2.1.Clima .......................................................................................................................... 24

1.2.2.Vegetação .................................................................................................................. 26

1.2.3.Geomorfologia .......................................................................................................... 27

1.2.4.Geologia e Hidrogeologia ......................................................................................... 28

1.2.5.Solo ............................................................................................................................ 30

1.2.6.Hidrografia ................................................................................................................. 31

1.3. CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS E SOCIAIS ...................................... 31

1.3.1.População .................................................................................................................. 31

1.3.2.População Economicamente Ativa .......................................................................... 34

1.3.3.Número de Famílias por Estrato de Renda ............................................................. 34

1.3.4.Índices de Desenvolvimento .................................................................................... 34

1.3.5.Educação ................................................................................................................... 36

1.4. SERVIÇOS BÁSICOS DO MUNICIPIO .......................................................... 39

1.4.1.Saneamento Básico .................................................................................................. 39

1.4.2.Energia Elétrica ......................................................................................................... 45

1.4.3.Informações Econômicas ......................................................................................... 46

1.4.4.Principais Atividades Econômicas .......................................................................... 48

2. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................................................. 51

2.1. DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA ......................... 51

2.2. ESTRUTURA INSTITUCIONAL, ORGANIZACIONAL E FINANCEIRA. .......... 51

2.2.1.Estrutura Institucional .............................................................................................. 51

2.2.2.Estrutura Organizacional ......................................................................................... 54

2.2.3.Estrutura Financeira ................................................................................................. 55

2.3. SUBSISTEMAS DE LIMPEZA URBANA ........................................................ 56

2.3.1.Acondicionamento .................................................................................................... 56

Page 17: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

2.3.2.Coleta ......................................................................................................................... 62

2.3.3.Variação ..................................................................................................................... 70

2.3.4.Serviços Congêneres ............................................................................................... 73

2.3.5.Disposição Final ....................................................................................................... 76

2.4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RSU ......................................................... 79

2.5. RESÍDUOS DOMICILIARES .......................................................................... 80

2.6. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE – RSS ............................................. 90

2.7. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................................... 93

APÊNDICE A – METODOLOGIA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RSU ........................ 97

APÊNDICE B – ATIVIDADES EXECUTADAS EM UIBAÍ ................................................. 117

Page 18: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Portão de entrada do ASRI .............................................................................. 45

FIGURA 2 – Célula de resíduos domiciliares/públicos ......................................................... 45

FIGURA 3 – Vala séptica para confinamento dos resíduos de serviços de saúde ............... 45

FIGURA 4 – Bacia de acumulação para estocagem dos efluentes líquidos coletados

(chorume). ........................................................................................................................... 45

FIGURA 5 - Participação (%) dos setores da economia na formação do pib ....................... 47

FIGURA 6 – Organograma da situação administrativa da limpeza urbana do município de

UIBAÍ ................................................................................................................................... 54

FIGURA 7 – Forma de acondicionamento utilizado no município......................................... 58

FIGURA 8 – Forma de acondicionamento utilizado no município......................................... 58

FIGURA 9 – Forma de acondicionamento do resíduo comercial .......................................... 58

FIGURA 10 – Forma de acondicionamento utilizado na limpeza da feira ............................. 58

FIGURA 11 – Forma de acondicionamento utilizado na limpeza da feira ............................. 58

FIGURA 12 – Acondicionamento de resíduos comum e infectantes no Hospital Municipal .. 59

FIGURA 13 – Acondicionamento de resíduos comum e infectantes no Hospital Municipal .. 59

FIGURA 14 – Acondicionamento de resíduos perfurocortantes ........................................... 59

FIGURA 15 – Local de armazenamento externo dos resíduos infectantes ......................... 60

FIGURA 16 – perfurocortantes do hospital municipal........................................................... 60

FIGURA 17 – Acondicionamento dos resíduos de varrição ................................................. 60

FIGURA 18 – Resíduos de construção dispostos no município ........................................... 61

FIGURA 19 – Resíduos de construção dispostos no município ........................................... 61

FIGURA 20 – Veículos e equipamentos utilizados na limpeza urbana do município ............ 69

FIGURA 21 – Execução dos serviços de varrição ................................................................ 72

FIGURA 22 – Ferramental utilizado na varrição ................................................................... 72

FIGURA 23 – Utilização dos equipamentos de proteção individual ...................................... 73

FIGURA 24 – Execução dos serviços congêneres ............................................................... 73

FIGURA 25 – Agentes realizando a limpeza da feira ........................................................... 74

FIGURA 26 – Agentes realizando os serviços de poda ........................................................ 74

FIGURA 27 – Localização do vazadouro a céu aberto em relação à sede municipal ........... 76

FIGURA 28 – Entrada do vazadouro a céu aberto de Uibaí ................................................. 77

FIGURA 29 – Disposição dos resíduos sólidos do município ............................................... 77

Page 19: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

FIGURA 30 – Vala de resíduos de serviços de saúde ......................................................... 78

FIGURA 31 – Presença de resíduos de abate no vazadouro a céu aberto de Uibaí ............ 78

FIGURA 32 – Presença de catadores no lixão ..................................................................... 78

FIGURA 33 – Separação dos materiais recicláveis .............................................................. 78

FIGURA 34 – Média ponderada da composição gravimétrica dos resíduos domiciliares ..... 83

FIGURA 35 – Composição gravimétrica dos resíduos domiciliares dos povoados de boca

d’água, olho d’água e poço em percentual ........................................................................... 86

FIGURA 36 – Composição gravimétrica dos resíduos domiciliares do povoadode hidrolândia

em percentual ...................................................................................................................... 87

FIGURA 37 – Composição gravimétrica dos resíduos da feira livre em percentual .............. 89

FIGURA 38 – Média de resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde por tipo ............ 91

FIGURA 39 – Média de resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde por tipo ............ 91

FIGURA 40 – Média de resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde por tipo ............ 91

FIGURA 41 – Média de resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde por tipo ............ 91

FIGURA 42 – Média de resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde por tipo ............ 91

FIGURA 43 – Média do total de resíduos de saúde gerados, em percentual ....................... 92

FIGURA 44 – PERCENTUAL MÉDIO DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS

MATERIAIS TRIADOS ......................................................................................................... 94

Page 20: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – VIAS DE ACESSO ENTRE O MUNICIPIO DE UIBAÍ E A CAPITAL DO

ESTADO, SALVADOR ......................................................................................................... 24

QUADRO 2 – COBERTURA VEGETAL PREDOMINANTE NO MUNICIPIO DE UIBAÍ ....... 26

QUADRO 3 – ÁREAS PROVÁVEIS PARA EXTRAÇÃO DE SOLO PARA CAMADA DE

COBERTURA DE ATERROS SANITÁRIOS ........................................................................ 44

QUADRO 4 – QUADRO FUNCIONÁRIOS ENVOLVIDOS NA LIMPEZA URBANA DO

MUNICÍPIO .......................................................................................................................... 55

QUADRO 5 – ROTEIRO DE COLETA DO RESÍDUO DOMICILIAR POR TURNO NA SEDE

DO MUNICÍPIO ................................................................................................................... 66

QUADRO 6 – ROTEIRO DE COLETA DO RESÍDUO DOMICILIAR POR TURNO NA SEDE

DO MUNICÍPIO ................................................................................................................... 67

QUADRO 7 – ROTEIRO DE COLETA DO RESÍDUO DOMICILIAR NOS POVOADOS E

DISTRITO ............................................................................................................................ 67

QUADRO 8 – ROTEIRO E FREQUÊNCIA DE COLETA DOS RESÍDUOS DE SAÚDE ...... 68

QUADRO 9 – FROTA DE VEÍCULO UTILIZADOS NA LIMPEZA URBANA ........................ 69

QUADRO 10 – ROTEIRO DE SERVIÇOS DA VARRIÇÃO.................................................. 71

QUADRO 11 – VALOR DOS MATERIAIS COLETADOS NO VAZADOURO ....................... 78

QUADRO 12 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES DOS

POVOADOS DE BOCA D’ÁGUA, OLHO D’ÁGUA E POÇO ................................................ 85

QUADRO 13 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES DO

POVOADODE HIDROLÂNDIA ............................................................................................ 86

QUADRO 14 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DA FEIRA LIVRE ....... 88

Page 21: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS DO MUNICIPIO DE UIBAI ......................... 24

TABELA 2 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO NO MUNICÍPIO DE UIBAI ......................... 32

TABELA 3 - DINÂMICA POPULACIONAL E TAXA DE CRESCIMENTO GEOMÉTRICO DE

UIBAÍ ................................................................................................................................... 33

TABELA 4 – PESSOAL OCUPADO NO MERCADO FORMAL DE TRABALHO, POR SETOR

DE ATIVIDADE ECONÔMICA, NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ – 2006-2009 ............................. 34

TABELA 5 - RENDIMENTO MENSAL FAMILIAR PER CAPITA .......................................... 34

TABELA 6 - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, SEGUNDO SEUS

COMPONENTES, NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ, NO ESTADO DA BAHIA – 2002, 2004 E 2006

............................................................................................................................................ 35

TABELA 7 - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, SEGUNDO SEUS

COMPONENTES, NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ – 2002, 2004 E 2006. ................................... 35

TABELA 8 – IDH-M E SEUS COMPONENTES UIBAÍ ......................................................... 36

TABELA 9 - TAXA DE ANALFABETISMO, POPULAÇÃO ALFABETIZADA, POPULAÇÃO

NÃO ALFABETIZADA, POPULAÇÃO DE 15 ANOS OU MAIS, EM UIBAÍ ........................... 37

TABELA 10 – ESTABELCIMENTOS POR REDE DE ENSINO EM UIBAÍ ........................... 37

TABELA 11 – MATRÍCULAS REALIZADAS NAS REDES DE ENSINO EM UIBAÍ .............. 38

TABELA 12 – DOCENTES EM EXERCÍCIO NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ .............................. 38

TABELA 13 - ABASTECIMENTO EM DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES ..... 39

TABELA 14 - DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES ATENDIDOS COM

ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................................................................. 40

TABELA 15 – MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................. 42

TABELA 16 - QUANTIDADES DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES E PÚBLICOS

COLETADOS....................................................................................................................... 42

TABELA 17 – FORMA DE DISPOSIÇÂO FINAL DOS RESÌDUOS SÓLIDOS COLETADOS

............................................................................................................................................ 43

TABELA 18 - CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA, POR CLASSE, NO MUNICÍPIO

DE UIBAÍ EM 2010 .............................................................................................................. 45

TABELA 19 - CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA, POR CLASSE, NO MUNICÍPIO DE

UIBAÍ EM 2010 .................................................................................................................... 46

TABELA 20 - VALOR ADICIONADO, PIB E PIB PER CAPITA A PREÇOS CORRENTES NO

MUNICÍPIO DE UIBAÍ .......................................................................................................... 47

TABELA 21 - PRODUÇÃO, ÁREA COLHIDA E RENDIMENTO MÉDIO DOS PRINCIPAIS

PRODUTOS AGRÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ ......................................................... 49

Page 22: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

TABELA 22 - EFETIVO DOS PRINCIPAIS REBANHOS NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ ........... 50

TABELA 23 - PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL NO

MUNICÍPIO DE UIBAÍ .......................................................................................................... 50

TABELA 24 – ÍNDICE DE GERAÇÃO PER CAPITA PARA OS RESÍDUOS DOMICILIARES

POR CLASSE SOCIAL ........................................................................................................ 80

TABELA 25 – PESO ESPECIFICO MÉDIO DOS RESIDUOS DOMICILIARES DE UIBAÍ ... 81

TABELA 26 – PRODUÇÃO DE RESIDUOS DOMICILIARES POR CLASSE SOCIAL DO

MUNICÍPIO DE UIBAÍ .......................................................................................................... 81

TABELA 27 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES DO

MUNICÍPIO DE UIBAÍ POR CLASSE DE RENDA ............................................................... 82

TABELA 28 - CARACTERÍSTICAS DE TRATABILIDADE DOS RESÍDUOS DOMICILIARES

............................................................................................................................................ 84

TABELA 29 – PESO ESPECÍFICO APARENTEDOS RESÍDUOS DOMICILIARES NOS

POVOADOS ........................................................................................................................ 84

TABELA 30 - CARACTERÍSTICAS DE TRATABILIDADE DOS RESÍDUOS DOS

POVOADOS ........................................................................................................................ 87

TABELA 31 – PESO ESPECÍFICO APARENTE MÉDIO DOS RESÍDUOS DA FEIRA LIVRE

............................................................................................................................................ 88

TABELA 32 - CARACTERÍSTICAS DE TRATABILIDADE DOS RESÍDUOS DA FEIRA

LIVRE .................................................................................................................................. 89

TABELA 33 – TOTAL DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE GERADOS NOS

ESTABELECIMENTOS ....................................................................................................... 90

TABELA 34 – TOTAL DE RESÍDUOS GERADOS NOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE,

POR TIPO ........................................................................................................................... 90

TABELA 35 – MÉDIA PARA O PESO ESPECÍFICO DOS RESÍDUOS GERADOS NOS

ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE, POR TIPO .................................................................. 92

TABELA 36 – PESO ESPECIFICO E MÉDIA PONDERADA ENTRE AS CLASSES ........... 93

TABELA 37 – PESO MÉDIO E PERCENTUAL POR TIPO DE MATERIAL ......................... 93

TABELA 38 – MÉDIA DACOMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS MATERIAIS TRIADOS.... 94

Page 23: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

22

APRESENTAÇÃO

A RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda. - ME, em atendimento ao contrato no

03 CC/2013, que tem como objeto o Apoio Técnico nas atividades de Elaboração do

PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE

UIBAÍ (PGIRS UIBAÍ), firmado com a Prefeitura Municipal de Uibaí através de

processo administrativo nº 03/2013, apresenta o DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE

LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, referente à ETAPA 02 do

referido contrato.

O contrato supracitado foi dividido em 07 etapas. Os serviços realizados serão

apresentados na forma dos seguintes documentos:

ETAPA 01 – PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL. O Plano de Mobilização Social

considera todas as determinações citadas no Termo de Referência da Prefeitura

Municipal de Uibaí para esta etapa, portanto, estão contempladas as informações

para o perfeito entendimento da concepção das atividades previstas, sendo estas: a

metodologia de desenvolvimento e o cronograma de execução dos eventos a serem

realizados durante a elaboração do PGIRS do município de Uibaí. Estarão previstos

Seminários, Oficinas, Atividades em Escolas, Audiências Públicas, além da

divulgação em link inserido no site da Prefeitura e meios de comunicação locais.

ETAPA 02 – CARACTERIZAÇÃO GERAL E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE

LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Realização de um

trabalho de pesquisa e levantamento de dados que analisados constituirão a

Caracterização Geral do município e o Diagnóstico dos Serviços de Limpeza Urbana

e Manejo de Residuos Sólidos.

ETAPA 03 – PROGNÓSTICO E ALTERNATIVAS PARA A UNIVERSALIZAÇÃO

DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS.

Elaboração e/ou indicação dos estudos necessários a formulação do sistema de

gerenciamento integrado de resíduos sólidos, contemplando as políticas gerais que

orientarão a atuação municipal (definição do órgão gestor, seu formato institucional,

Page 24: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

23

sua estrutura orgânica, a estratégia de implantação do sistema e dos serviços a

serem prestados, classificação e tratamento a ser dado a cada tipo de resíduo).

ETAPA 04 - CONCEPÇÃO DOS PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES/DEFINIÇÃO

DAS AÇÕES PARA EMERGÊNCIA E CONTIGÊNCIA. Esta etapa consistirá em:

análise dos cenários futuros, diretrizes, estratégias, metas e ações, instrumentos de

gestão e rede de áreas de manejo, definição de áreas de disposição final de rejeitos,

diretrizes para planos de gerenciamento de resíduos, logística reversa, definição da

estrutura gerencial e cálculos dos custos e mecanismos de cobrança.

ETAPA 05 - MECANISMOS E PROCEDIMENTOS PARA O MONITORAMENTO E

AVALIAÇÃO. Esta etapa consistirá na apresentação dos mecanismos e

procedimentos para o monitoramento e avaliação da implantação do plano.

ETAPA 06 – RELATÓRIO DAS OFICINAIS DE CAPACITAÇÃO, SEMINÁRIOS DE

MOBILIZAÇÃO, 1ª E 2ª REUNIÃO PÚBLICA E 1ª E 2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA.

Comprovação das atividades realizadas através de registro fotográfico,

lista de presença, bem como, confecção da ATA da reunião.

ETAPA 07 - RELATÓRIO FINAL DO PGIRS UIBAÍ. Após analisadas as propostas e

sugestões da população para implementação dos documentos produzidos será

finalizado o PGIRS do município de UIBAÍ. Por fim, será encaminhado para o Poder

Legislativo Minuta do Projeto de Lei do PGIRS, que deverá ser votado pela Câmara

de Vereadores.

Page 25: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

24

1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO DE UIBAÍ

1.1. INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

O município de Uibaí está localizado na região noroeste do Estado da Bahia e ocupa

uma área de 515,66 km²; possui uma população total de 13.625 habitantes, de

acordo com o Censo IBGE de 2010.

A TABELA 1 apresenta as principais informações relacionadas à localização do

município, coordenadas geográficas, distância da capital e limites intermunicipais e o

QUADRO 1 apresenta as vias de acesso do município à capital do Estado, Salvador.

TABELA 1 – INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS DO MUNICIPIO DE UIBAÍ

Município

Coordenadas Geográficas Altitude

(m) Área (km²)

Distância de

Salvador (Km)

Limites Intermunicipais Latitude

(Sul) Longitude

(Oeste)

Uibaí -11º20'13" 42º07'57" 582 515,66 507 Presidente Dutra, Central,

Gentio do Ouro e Ibititá

Fonte: IBGE, 2010.

QUADRO 1 – VIAS DE ACESSO ENTRE O MUNICIPIO DE UIBAÍ E A CAPITAL DO ESTADO, SALVADOR

Município Acesso a Salvador

Uibaí BA 435, BA 052, BR 324

Fonte: DERBA, 2013.

1.2. RECURSOS NATURAIS

1.2.1. Clima

O conhecimento dos fatores climáticos apresenta-se como aspecto de grande

relevância no contexto da caracterização urbana e regional. O clima interage com

outros componentes naturais, impactando no desenvolvimento das potencialidades

locais. Deste modo, entende-se que a análise dos aspectos a serem discutidos

neste tópico é imprescindível na fase de planejamento urbano e ambiental.

No que refere às condições climáticas, três parâmetros importantes relacionados a

resíduos sólidos são pluviosidade, insolação e umidade do ar; que aliados a outras

Page 26: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

25

condições, interferem indiretamente na quantidade de água existente ou produzida

no ambiente local. A relação destes parâmetros com o manejo de resíduos sólidos

está no fato de que menores quantidades de chuva acarretam menores volumes de

água infiltrados e drenados, e consequentemente, uma menor geração de lixiviado.

O inverso também ocorre, ou seja, grandes quantidades de chuvas favorecem a um

volume maior de água, o que possivelmente gerará uma quantia maior de lixiviado.

A característica climática de um município, especificamente os dados acerca da

precipitação, pode ser vista de modo geral como aspecto favorável à implantação de

aterros sanitários, pois a pequena quantidade de chuva acarretaria menores

volumes de água a serem infiltradas e drenadas, implicando em uma menor geração

de lixiviado.

No município de Uibaí a tipologia climática predominante é o clima semiárido,

apresentando média anual de precipitações de 744,3 mm. A estação chuvosa se

estende de novembro a abril, quando ocorre cerca de 90% da chuva anual. (SEI,

2011 - Estatísticas dos Municípios Baianos Vol. 20)

A média anual da umidade relativa do ar é de 65,4%, sendo os meses de março e

maio os que apresentam maiores valores de umidade relativa com 70,3% e 71,3%,

respectivamente. Já os menores valores de umidade relativa acontecem nos meses

de agosto (48,3%) e outubro (47,5%).

A incidência solar no município fica entre 3.000 e 3.400 horas de brilho de sol por

ano. A velocidade e direção dos ventos para esta região apresentam uma média

anual de 3,8m/s (leste) e 3,4m/s (oeste). Os ventos são predominantes de SE (58%)

e E (42%) indicando maior procedência dos alísios de SE responsável pelo tempo

seco, característico das regiões semiáridas.

As fortes precipitações pluviométricas em Uibaí, que vão de dezembro a março são

insuficientes para a agricultura devido aos elevados índices de evapotranspiração,

que apresenta uma média anual de 1.400mm/ano a 1.617mm/ano.

A temperatura média anual é elevada, 23,9ºC e apresentando pouca variação da

amplitude térmica, em torno de 5°C. O município apresenta condições pouco

favoráveis ao acúmulo de água, os rios em geral são intermitentes e os índices

Page 27: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

26

hídricos (associação entre a evapotranspiração potencial e o excedente hídrico),

variam de -20 a -40%. Este valor sugere uma maior evapotranspiração em

detrimento do excedente hídrico, que comumente não existe ou apresenta valores

insignificantes (SEI, 1998).

1.2.2. Vegetação

A variedade das formações vegetais é resultante da associação de alguns fatores

ambientais como o clima, relevo e solo existente em uma determinada região.

Refere-se também as ações antrópicas sobre o meio ambiente, cuja intervenção na

maioria das vezes impacta negativamente na manutenção dos meios bióticos, seja

na disponibilidade de água, alteração da cadeia natural de nutrientes, dentre outros.

De acordo com o mapa cartográfico de cobertura vegetal da Bahia (IBGE, 1998;

EMPRAPA, 2001 apud SEI, 2007), na região onde o município está inserido

encontra-se um tipo de vegetação predominante que é a caatinga. A caatinga é um

complexo vegetacional no qual dominam tipos de vegetação constituídos de

arvoretas e arbustos decíduos durante a seca frequentemente armados de espinhos

e de cactáceas, bromeliáceas e ervas. É costumeira a divisão da caatinga em duas

faixas de vegetação, que também são dois tipos distintos de paisagem, com base

nos graus de umidade: agreste, por possuir maior umidade, proximidade ao mar e

solo mais profundo com vegetação mais alta e densa, e sertão, por ser mais seco e

com solo raso e/ou pedregoso, vegetação mais baixa e pobre, e ocupar enormes

extensões para o interior. QUADRO 2 apresenta o tipo de cobertura vegetal

predominante no município de Uibaí.

QUADRO 2 – COBERTURA VEGETAL PREDOMINANTE NO MUNICIPIO DE UIBAÍ

Municípios Vegetação

Uibaí Caatinga Arbórea Aberta, sem palmeiras

Fonte: RADAMBRASIL (1981 – 1983) apud SEI, 2010.

De modo geral, conforme Manual Técnico de Vegetação (IBGE, 1993) a cobertura

vegetal presente no município é caracterizadas da seguinte forma:

Page 28: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

27

Caatinga Arbórea Aberta (CAA) - este tipo de vegetação caracteriza-se por ser

constituída por indivíduos altaneiros, isolados, de copas largas, com 20 m de altura e

uma vegetação mais esparsa apresentando amplos locais de solos descobertos. O

porte da comunidade vegetal apesar de homogênea possui percentagem avaliada

entre 40 e 60% de recobrimento da superfície do solo. A degradação da Caatinga

Arbórea determina o aparecimento da Caatinga Arbustiva. Tal degradação acelerada

pelo homem tem origem nos processos globais de degradação ambiental,

favorecidos pelos períodos críticos de semiaridez acentuada.

Em termos gerais, na região onde o município está inserido, a interação de

caraterísticas peculiares gera uma zona de tensão ecológica que condiciona a

coexistência de áreas de interpenetração de floras, cuja diferenciação de espécies

das regiões contactantes é complicada de ser realizada, favorecendo a formação de

diversos nichos ecológicos. Estas áreas de tensão ecológica caracterizam-se como

uma mistura florísticas ou uma coexistência de grupos de vegetações típicos de

domínios vizinhos, conservando sua individualidade (Encraves).

A interferência das atividades de manejo de resíduos sólidos relacionadas às

vegetações locais é mais acentuada nas infraestruturas construídas para a

disposição final que altera a paisagem natural, e consequentemente resulta em

perda da biodiversidade. Isto traz diversas outras implicações, como o

empobrecimento do solo local, resultante da perda de nutrientes; imigração da

fauna, alteração na ventilação local, dentre outros.

1.2.3. Geomorfologia

Do relevo, uma das características mais importantes, que impõe restrições

ambientais ao manejo de resíduos sólidos, a nível regional, é a variação altimétrica,

que acaba por limitar empreendimentos devido ao aumento dos gastos financeiros,

como a terraplanagem para a alteração do ambiente natural. Segundo May (2008),

locais com relevos mais irregulares, aliados as características pedológicas, do ponto

de vista topográfico, tendem a apresentar maiores declividades em relação ao plano

Page 29: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

28

horizontal e como consequência exige maior movimentação de terra para

adequação da área para empreendimentos relacionados à disposição de resíduos.

Considerando a distribuição espacial e a localização geográfica, o compartimento

geomorfológico característico do município de Uibaí é formado pela classe Chapada

Diamantina (BAHIA, 2004), com ocorrência das seguintes unidades

geomorfológicas: Anticlinais aplanados e esvaziados, sinclinais suspensos, blocos

deslocados por falhas da Chapada Diamantina; e planaltos kársticos; além da

ocorrência de Regiões de Acumulação.

A classe Chapada Diamantina geralmente apresenta uma região montanhosa

íngreme (ruptura de declive), suavizando a jusante com a decomposição detrítica em

direção aos vales ou depressões (Manual Técnico de Geomorfologia, 2009).

Considerando esta peculiaridade, verifica-se que a região não apresenta condições

tão favoráveis para a logística de transportes devido à variação altimétrica

encontrada, o que pode ocasionar aumento dos custos no processo e inviabilizar a

adoção de determinadas tecnologias, seja no manejo de resíduos sólidos ou de

qualquer outra atividade.

Quanto as Regiões de Acumulação, têm-se duas tipologias diferentes: (FL) Fluvial

Lacustre ou Lagunar, que são planícies resultantes da deposição de sedimentos em

depressões preenchidas por aportes fluviais e por decantação em águas

estagnadas; e a (F) Fluvial, que se refere à planície resultante das ações fluviais,

contendo aluviões, sujeitas a inundações, às vezes contendo terraços.

1.2.4. Geologia e Hidrogeologia

Em Uibaí ocorrem as seguintes unidades geológicas: Jussara médio e inferior;

Jussara superior; Morro do chapéu indivisa; Nova américa; Caboclo indivisa; Morro

do chapéu facies, 4; e Depósitos detrito-lateriticos (BAHIA, 2004), sendo as

unidades Nova América e Morro do chapéu indivisa as de maior predominância no

município.

Por meio de associação da geologia aos fatores climáticos, é possível delimitar

áreas de comportamento hidrogeológicos semelhantes, mas com domínios distintos

Page 30: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

29

e caracterizados pela sua associação aos tipos litológicos e índices pluviométricos.

Portanto, cada domínio caracteriza-se pela capacidade de produção de seus poços

e pela qualidade natural de suas águas. (GUERRA; NEGRÃO, 1996). Há no

município de Uibaí a ocorrência de três tipos de domínios hidrogeológicos:

Domínio dos calcários: Os calcários cobrem aproximadamente 14% da área do

Estado (77.900 km2), apresentando porosidade e permeabilidade secundária, de

natureza cárstico/fissural. No Estado predominam as rochas carbonatadas do Grupo

Bambuí que ocorrem nos limites da bacia do rio São Francisco, nas regiões da

Chapada de Irecê, vale do rio Salitre, Vale do Iuiú e região de Santa Maria da Vitória

no Oeste do São Francisco. Os calcários propiciam a ocorrência de aquíferos com

um sistema de elevada heterogeneidade e anisotropia, por serem rochas solúveis,

apresentando feições morfo/estruturais típicas: dolinas, sumidouros, estruturas de

desabamentos, canais de dissolução e cavernas. A análise dos dados neste domínio

mostra uma grande amplitude de variação em termos de vazão e sólidos totais. A

média das vazões foi estimada em 9,12 m3/h, com baixa concentração de cloretos

(GUERRA 1986; NEGRÃO, 1987).

Domínio dos metassedimentos: Aproximadamente 15% da área do Estado

(84.300 km2) são cobertas por metassedimentos, com maior percentual em áreas de

precipitações inferiores a 800 mm/anuais. Os metassedimentos formam aquíferos

livres de natureza fissural, similarmente aos aquíferos cristalinos. Diferenciam-se

destes, entretanto, por vazões mais elevadas e por menor salinização de suas

águas, em parte, devido à sua composição litológica rica em quartzo e, por

ocorrerem em regiões de topografia e pluviosidade elevadas, como, por exemplo, a

Chapada Diamantina.

Page 31: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

30

1.2.5. Solo

As caracterização e descrição dos solos da região foram realizadas com base no

Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos da EMBRAPA, os quais

vêm sendo aplicados pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.

No município de Uibaí os tipos de solos existentes são: Cambissolo Háplico Ta

Eutrófico – Cxve, compondo quase que a totalidade do município; e Neossolos

Litólicos Distróficos – RLd, ocorrendo em menor proporção. As características de

cada tipo de solo relacionado estão descritas a seguir:

Cambissolo Háplico – Compreende solos constituídos por material mineral e são

hidromórficos. Devido à heterogeneidade do material de origem, diferenciações de

relevo e das condições climáticas, as características destes solos são variáveis, com

profundidade desde pouco profundo a profundo, apresentando textura média ou

argilosa podendo conter pedregosidade na superfície e na massa do solo. Estes

solos ocupam frequentemente relevos movimentados, podendo ocupar posições

coluvionares das encostas, razão pela qual são providos de cascalhos e calhaus.

Neosssolos Litólicos – Abrange solos minerais não hidromórficos, pouco ou nada

evoluídos, rasos ou muito rasos possuindo apenas horizonte Assentado diretamente

sobre a rocha ou sobre materiais desta rocha em grau mais adiantado de

intemperização (horizonte C). Sua textura pode ser arenosa, síltosa, média e

argilosa, com ou sem cascalho, ocorrendo comumente em relevo ondulado, forte

ondulado e montanhoso, sendo frequentes os afloramentos de rochas e

pedregosidade superficial.

Com relação ao manejo de resíduos sólidos, este solo pode ser considerado uma

restrição ambiental visto que suas características sugerem uma permeabilidade

acentuada devido à presença de grãos maiores em sua composição, como

pedregulhos, cascalhos e pequenas rochas. Contudo a análise desta tipologia de

solo, sendo utilizada na pré-seleção da área para a disposição final de resíduos

sólidos, deve ser realizada mediante sondagens locais em virtude de o próprio solo

apresentar uma grande variação no tocante à profundidade, podendo ocorrer em

Page 32: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

31

solos mais rasos ou mais profundos. Além disso, a depender do local, esta tipologia

pode se apresentar com uma característica mais arenosa, o que pode ser

considerado um aspecto negativo para adoção de tecnologias ou empreendimentos

que necessitam de baixa permeabilidade do solo, como no caso da implantação de

aterros sanitários de pequeno porte sem a utilização da manta impermeabilização.

1.2.6. Hidrografia

O município de Uibaí está totalmente inserido na Bacia Hidrográfica do Rio São

Francisco, sendo alimentado por mananciais de águas da sub-bacia Verde-Jacaré,

em referência ao nome dos rios que formam a sub-bacia.

A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco ocupa uma área de aproximadamente

305.000 km². No médio curso, o rio São Francisco drena pela direita, as águas da

vertente ocidental da Chapada Diamantina e pela esquerda, as águas dos

chapadões do oeste baiano. Estas duas vertentes apresentam diferenças marcantes

tendo em vista as diferentes condições pluviométricas e geológicas de cada região.

A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco apresenta cinco sub-bacias, sendo a

Verde-Jacaré maior delas. Com uma vazão média de 16,13m/s, a drenagem dos rios

Verde e Jacaré é distribuída em uma área de 28.951 km², o que corresponde a 5,1%

da área do Estado da Bahia (PNRH, 2004). Os mananciais de água que abastecem

o município se originam de um afluente direto do Rio Verde que corta toda a

extensão longitudinal do município.

Uibaí possui um bom potencial hídrico superficial, apesar de estar no clima

semiárido, no entanto, devido a características climáticas, a maior parte dos rios e

riachos é intermitente.

1.3. CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS E SOCIAIS

1.3.1. População

A formulação de indicadores socioeconômicos e culturais dos municípios requer a

elaboração de estudos populacionais. A compreensão da dinâmica populacional

Page 33: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

32

subsidiará o processo de preparação dos planos, projetos e a tomada de decisão

por parte dos gestores.

Assim, segundo dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, a

população total de Uibaí é de 13.625 habitantes, sendo que cerca de 61,00%

referem-se à população urbana e 39,00% à população rural. A TABELA 2 abaixo

apresenta a distribuição da população no município.

TABELA 2 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ

Município

População 2010 Área

(km²)

Densidade

Demográfica

(hab./km²) Rural % Urbana % Total

Uibaí 5.314 39,00 8.311 61,00 13.625 550,994 24,73

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

Em observação ao Censo Demográfico 1991, Contagem Populacional 1996, Censo

Demográfico 2000, Contagem Populacional 2007 e Censo Demográfico 2010, é

possível observar que a população de Uibaí se manteve estável, com uma flutuação

de menos de 3% ao longo das últimas décadas.

De modo geral, a taxa de crescimento da população interfere diretamente na

produção de resíduos, principalmente na zona urbana, que em decorrência, sofre

um aumento das migrações, que associado ao consumo de produtos não duráveis

e/ou recicláveis, provoca um aumento do volume de resíduos sólidos gerados, assim

como sua diversificação e concentração espacial.

A TABELA 3 mostra a dinâmica da população de Uibaí ao longo dos últimos censos

demográficos.

Page 34: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

33

TABELA 3 - DINÂMICA POPULACIONAL E TAXA DE CRESCIMENTO GEOMÉTRICO DE UIBAÍ

Município

População Residente Taxa de

Crescimento Geométrico (%)

População Rural

Taxa de Crescimento Geométrico

Rural (%)

População Urbana

Taxa de Crescimento Geométrico Urbana (%)

1991 2000 2010 1991-2000

2000-2010

1991 2000 2010 1991-2000

2000-2010

1991 2000 2010 1991-2000

2000-2010

Uibaí 13.616 13.614 13.625 0,00 0,00 6.798 5.734 5.314 -1,87 -0,76 6.818 7.880 8.311 1,62 0,53

Fonte: IBGE. Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.

Page 35: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

34

1.3.2. População Economicamente Ativa

No município de Uibaí é o setor da Administração Pública que ocupa o maior

número de pessoas (92,48%) no mercado formal de trabalho, como mostra a

TABELA 4.

TABELA 4 – PESSOAL OCUPADO NO MERCADO FORMAL DE TRABALHO, POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA, NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ – 2006-2009.

Setor de Atividade Ano

2006 2007 2008 2009

Extrativa mineral - - - -

Indústria de transformação

- - - -

Serviços industriais de utilidade pública

- - - -

Construção civil - - - -

Comércio 19 24 20 31

Serviços 15 15 16 17

Administração pública 448 610 492 603

Agropecuária, extrativa vegetal, caça e pesca

2 1 2 1

Fonte: Ministério do Trabalho - RAIS apud SEI - Estatística dos Municípios Baianos Vol. 20, 2011.

1.3.3. Número de Famílias por Estrato de Renda

Observa-se na TABELA 5 que a maioria das famílias em Uibaí está situada na

classe de renda D, definida pela renda compreendida entre 0 até 1 salário

mínimo, representando 86,21% da população do município.

TABELA 5 - RENDIMENTO MENSAL FAMILIAR PER CAPITA

Município Sem

Salário Mínimo

De 0 a 1 Salário Mínimo

De1 a 3 Salários Mínimos

De3 a 5 Salários Mínimos

Acima de 5 Salários Mínimos

Total

Uibaí 196 3.606 505 29 43 4.183

Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 2010.

1.3.4. Índices de Desenvolvimento

Índice de Desenvolvimento Social – IDS

A TABELA 6 apresenta o IDS e suas componentes para o município de Uibaí.

Page 36: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

35

TABELA 6 - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, SEGUNDO SEUS COMPONENTES, NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ, NO ESTADO DA BAHIA – 2002, 2004 E 2006

Ano INS Posição¹ INE Posição¹ ISB Posição¹ IRMCH Posição¹ IDS Posição¹

2002 5.023,73 121º 5.032,21 99º 5.001,50 177º 5.011,40 120º 5.017,20 118º

2004 4.919,40 401º 4.962,17 313º 5.034,58 126º 5.011,40 120º 4.981,69 236º

2006 4.972,15 292º 4.989,40 219º 5.028,53 134º 5.011,40 120º 5.000,33 170º

Fonte: SEI.

Notas: INS – Índice do Nível de Saúde.

INE – Índice do Nível de Educação.

ISB – Índice dos Serviços Básicos.

IRMCH – Índice de Renda Média dos Chefes de Família.

IDS – Índice de Desenvolvimento Social. (1)

Posição em relação aos demais municípios do Estado.

É possível observar, ao longo da série histórica apresentada na TABELA 6, que

o IDS do município sofreu um déficit expressivo, mas seguido de uma

recuperação também significativa de posição no ranking do estadual.

Índice de Desenvolvimento Econômico – IDE

A TABELA 7 apresenta o IDE e suas componentes para o município de Uibaí.

TABELA 7 - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, SEGUNDO SEUS COMPONENTES, NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ – 2002, 2004 E 2006.

Ano INF Posição¹ IQM Posição¹ IPM Posição¹ IDE Posição¹

2002 4.988,38 255º 4.992,17 197º 4.983,61 330º 4.988,05 273º

2004 4.990,19 179º 4.991,47 229º 4.984,21 329º 4.988,62 224º

2006 5.031,90 101º 4.969,47 328º 4.985,12 303º 4.995,43 155º

Fonte: SEI.

Notas: INF – Índice de Infraestrutura.

IQM – Índice de Qualificação da Mão de Obra.

IPM – Índice do Produto Municipal.

IDE – Índice de Desenvolvimento Econômico. (1)

Posição em relação aos demais municípios do Estado.

E possível observar na TABELA 7, que o município obteve a sua melhor

posição no ranking estadual no último ano. Tal posição se deve, entre outros

fatores, ao índice de infraestrutura apresentado para o ano em questão, que foi

o melhor em toda a série histórica.

Page 37: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

36

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M

O IDH-M de Uibaí em 2010 é 0,617, o que coloca o município em 92º no

ranking estadual e dentro da faixa de desenvolvimento humano médio (IDH-M

entre 0,6 e 0,699).

Na última década, da série histórica em questão, o município apresentou uma

taxa de crescimento de 32,40%, reduzindo assim, o hiato de desenvolvimento

humano (distância entre o IDH-M do município e o limite máximo do índice) em

28,28%. Entre os componentes do IDH-M, a dimensão Educação foi a que

mais se destacou com crescimento em termos absolutos de 0,224, como

mostra a TABELA 8.

TABELA 8 – IDH-M E SEUS COMPONENTES UIBAÍ

Ano IDHM Renda IDHM

Longevidade IDHM

Educação IDHM Classificação

1991 0,413 0,512 0,161 0,324 113º

2000 0,508 0,630 0,316 0,466 94º

2010 0,575 0,758 0,540 0,617 92º

Fonte: Pnud, Ipea e FJP 2013.

Nas ultimas duas décadas, o IDH-M do município de Uibaí apresentou um

crescimento de 90,43%, ficando acima da média nacional (47,46%) e estadual

(70,98). Este incremento representa uma redução de 43,34% no hiato de

desenvolvimento humano.

1.3.5. Educação

De acordo com os dados do Censo Demográfico 2010 – IBGE são

apresentados na TABELA 9 os números para população, de 15 anos ou mais,

alfabetizada e não alfabetizada, assim como a taxa de analfabetismo no

município de Uibaí em 2010.

Page 38: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

37

TABELA 9 - TAXA DE ANALFABETISMO, POPULAÇÃO ALFABETIZADA, POPULAÇÃO NÃO ALFABETIZADA, POPULAÇÃO DE 15 ANOS OU MAIS, EM UIBAÍ

Município População de 15

Anos ou Mais População

Alfabetizada População Não

Alfabetizada Taxa de

Analfabetismo

Uibaí 10.257 8.768 1.489 14,5%

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010 apud DATASUS.

É possível observar nos dados apresentados que no município de Uibaí mais

de 85% da população residente, com 15 anos ou mais, é alfabetizada.

Estabelecimentos de Ensino

A TABELA 10, apresentada a seguir, mostra o número de estabelecimentos de

ensino das redes Federal, Estadual, Municipal e Particular presentes no

município de Uibaí.

TABELA 10 – ESTABELCIMENTOS POR REDE DE ENSINO EM UIBAÍ

Nível Estabelecimentos

Federal Estadual Municipal Privada

Pré-escolar - - 20 3

Fundamental - - 27 3

Médio - 1 - 1

Superior - - - -

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010.

A TABELA 10 mostra que a grande maioria dos estabelecimentos (85%) da

pré-escola e ensino fundamental é oferecida pela rede municipal de ensino,

ficando o Estado responsável pela estrutura do ensino médio no município. Há

também no município a participação da iniciativa privada na educação (13%),

que oferece uma estrutura na cobertura do ensino que vai da pré-escola ao

ensino médio.

Não existem estabelecimentos de ensino superior no município de Uibaí.

Page 39: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

38

Matrículas Efetuadas

A TABELA 11 apresenta o número de matrículas realizadas em 2010 nas redes

Federal, Estadual, Municipal e Particular, no município de Uibaí.

TABELA 11 – MATRÍCULAS REALIZADAS NAS REDES DE ENSINO EM UIBAÍ

Nível Matrículas

Federal Estadual Municipal Privada

Pré-escolar - - 266 77

Fundamental - - 1823 170

Médio - 557 - 25

Superior - - - -

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010.

E possível observar na TABELA 11 que a rede municipal de ensino é

responsável por 72% do total de alunos matriculados. A rede estadual é

responsável por 19% dos alunos matriculados no município e a iniciativa

privada é responsável por 9% desse total. O nível fundamental se destaca com

o maior número de alunos matriculados 72%.

Docentes em Exercício

É apresentado na TABELA 12 o número de docentes em exercício nas redes

Federal, Estadual, Municipal e Particular no município de Uibaí.

TABELA 12 – DOCENTES EM EXERCÍCIO NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ

Nível Docentes

Federal Estadual Municipal Privada

Pré-escolar - - 20 7

Fundamental - - 112 23

Médio - 21 - 8

Superior - - - -

Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010.

Page 40: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

39

Entre as redes de ensino, o município possui o maior número de docentes em

exercício, seguido da iniciativa privada. A maior parte desses profissionais está

alocada no ensino fundamental.

1.4. SERVIÇOS BÁSICOS DO MUNICIPIO

1.4.1. Saneamento Básico

Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

Segundo dados do Censo Demográfico 2010 – IBGE, 100% dos domicílios

particulares permanentes em Uibaí são abastecidos por água, considerando

todas as formas de abastecimento relacionadas na pesquisa. Na TABELA 13,

possível observar que mais de 92% são servidos por rede geral de água.

TABELA 13 - ABASTECIMENTO EM DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES

Municípios

Total de Domicílios

Particulares Ocupados

Total de Domicílios

Particulares Permanentes

com Abastecimento

de Água

Domicílios Particulares

Permanentes com Rede

Geral

Domicílios Particulares Permanentes com Poço ou Nascente na Propriedade

Outra forma

(1)

Total % Total % Total %

Uibaí 4.199 4.199 3.872 92,21 35 0,83 292 6,95

Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010. (1) Domicílios servidos de água de reservatório (ou caixa), abastecido com água das chuvas,

por carro pipa, por poço ou nascente localizado fora do terreno ou da propriedade onde estava construído ou, ainda, por rio, açude, lago ou igarapé.

Ainda segundo dados do Censo Demográfico 2010 - IBGE, a TABELA 14

apresenta, em números, a situação do esgotamento sanitário no município de

Uibaí. Cerca de 80% dos domicílios despejam seus efluentes em alguma forma

de esgotamento sanitário, sendo que menos de 1% dos domicílios possuem

rede geral de esgoto ou pluvial e a grande maioria – 83,83% - ainda dispõem

seus efluentes em algum tipo de fossa rudimentar.

Page 41: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

40

TABELA 14 - DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES ATENDIDOS COM ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Município

Total de Domicílios

Particulares Ocupados

Domicílios particulares permanentes

com banheiro ou sanitário de

uso exclusivo do

domicílio

Domicílios Particulares Permanentes, por forma de esgotamento sanitário

Rede geral de esgoto ou

pluvial

Fossa séptica

Fossa rudimentar

Vala Rio, lago ou

mar Outro

escoadouro

Sem sanitário ou

banheiro

Total % Total % Total % Total % Total % Total % Total % Total %

Uibaí 4.199 3.697 88,04 19 0,45 66 1,57 3.520 83,83 22 0,52 1 0,02 69 1,64 502 11,96

Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010.

Page 42: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

41

Manejo de Resíduos Sólidos

A TABELA 15 mostra que no município de Uibaí o serviço de coleta de

resíduos ocorre em mais de 90% dos domicílios. Quanto ao resíduo não

coletado, a maior parte deste, é queimado dentro da propriedade ou jogado em

terrenos baldios ou logradouros.

Segundo sistema nacional de informações sobre saneamento – SNIS, no

diagnóstico do manejo de resíduos sólidos urbanos – 2010, foram coletadas

pelo agente-executor da limpeza urbana no município, no ano de referência, o

total de 2.984t de resíduos sólidos domiciliares e públicos, cerca de 8t diárias

(TABELA 16).

Segundo a Pesquisa de Caracterização Física dos resíduos sólidos

domiciliares, realizada pela Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda. no

município em outubro de 2013, são gerados diariamente no município cerca de

5t de resíduos domiciliares. Todo esse resíduo sólido gerado no município é

coletado e disposto em vazadouro a céu aberto (TABELA 17).

Page 43: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

42

TABELA 15 – MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Município Domicílios

Particulares Permanentes

Domicílios Particulares Permanentes - Destino dos Resíduos Sólidos

Coletado Não coletado

Coletado Por Serviço de Limpeza

Coletado em Caçamba de Serviço de Limpeza

Total % Queimado

(na propriedade)

Enterrado (na

propriedade)

Jogado em Terreno

Baldio ou Logradouro

Jogado em Rio,

Lago ou Mar

Outro Destino

Total %

Uibaí 4.199 3.540 271 3.811 90,76 319 14 48 - 7 388 9,24

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

TABELA 16 - QUANTIDADES DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES E PÚBLICOS COLETADOS

Município

Ocorrência de coleta RPU junto com RDO

Qtde. Total de

Resíduos Coletados

Qtde. Total de Resíduos Coletada

Por Agente Público

Qtde. Total de Resíduos Coletada

por Agente Privado

Qtde. Total Coletada por

Catadores c/apoio Pref.

Qtde. Total Coletada por Outros Agentes

Total Dom. Público Total Dom. Público Total Dom. Público Total Dom. Público Total Dom. Público

T t T t T t T t t t t t t t t

Uibaí Sim 2.984 - - 2.984 - - 0 - - - - - 0 - -

Fonte: Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento - SNIS, 2012 – Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, Ano de referência 2010.

Page 44: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

43

TABELA 17 – FORMA DE DISPOSIÇÂO FINAL DOS RESÌDUOS SÓLIDOS COLETADOS

Município

Total de Resíduos Coletados

(t/dia)

Unidade de Disposição Final dos Resíduos Coletados

Vazadouro a Céu Aberto

(t/dia)

Vazadouro em Áreas Alagadas

(t/dia)

Aterro Controlado

(t/dia)

Aterro Sanitário

(t/dia)

Estação de Compostagem

(t/dia)

Estação de

Triagem (t/dia)

Incineração (t/dia)

Locais Não

Fixos (t/dia)

Outra Forma (t/dia)

Uibaí 8,29 8,29 - - - - - - - -

Fonte: Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento - SNIS, 2012 – Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, Ano de referência 2010.

Page 45: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

44

Foram identificadas no município de Uibaí, áreas para fornecimento de material

para a cobertura dos resíduos dispostos no vazadouro, como apresentado no

QUADRO 3.

QUADRO 3 – ÁREAS PROVÁVEIS PARA EXTRAÇÃO DE SOLO PARA CAMADA DE

COBERTURA DE ATERROS SANITÁRIOS

Município Local de Retirada de Material para

Cobertura

Uibaí

Dentro do próprio vazadouro

Fora do vazadouro (Local a dois km de distância)

Fonte: Prefeitura Municipal de Uibaí

Destaca-se também a formação do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável

do Território de Irecê que iniciou suas atividades pela gestão integrada dos

resíduos sólidos por meio da construção do Aterro Sanitário Regional de Irecê

(ASRI) em que serão dispostos os resíduos dos municípios de Irecê, Lapão,

Jussara, São Gabriel, João Dourado, Presidente Dutra, Uibaí e Central.

As obras de implantação do ASRI já se encontram concluídas, porém ainda

não possui licença para operação e as instalações estão propícias a se

desgastarem com a ação do tempo.

O ASRI possui instalações para receber os resíduos domiciliares/públicos

(incluindo resíduos de poda, construção e demolição) e resíduos domiciliares,

além de valas sépticas para o confinamento de resíduos sólidos de unidades

de serviços de saúde.

As células de resíduos sólidos domiciliares/públicos e as valas de serviços de

saúde foram projetadas com infraestrutura de contenção de modo a assegurar

uma melhor disposição desses materiais do ponto de vista sanitário e

ambiental. Esta infraestrutura contempla a construção de sistemas de

impermeabilização de base com argila (camada de 60 cm de espessura) e

aplicação de geomembranas (PEAD), camadas de coberturas intermediárias e

final com solo e aplicação de grama, lançamento do sistema de drenagem de

efluentes líquidos percolados e sistema de drenagem de gases, conforme

Figuras de 1 à 4.

Page 46: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

45

FIGURA 1 E 2 – Portão de entrada do ASRI e célula de resíduos domiciliares/públicos

FIGURA 3 E 4 – Vala séptica para confinamento dos resíduos de serviços de saúde e bacia de acumulação para estocagem dos efluentes líquidos coletados (chorume).

1.4.2. Energia Elétrica

Observa-se na TABELA 18 que o maior número de consumidores de energia

elétrica do município está na classe residencial, que representa cerca de 90%

do total dos consumidores.

TABELA 18 - CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA, POR CLASSE, NO MUNICÍPIO

DE UIBAÍ EM 2010

Município

Residencial Industrial Comercial Rural Serviços e Poderes Públicos Total

Quantidade (Und)

Quantidade (Und)

Quantidade (Und)

Quantidade (Und)

Quantidade (Und)

Uibaí 4298 16 294 183 105 4896

Fonte: Coelba apud SEI - Estatística dos Municípios Baianos Vol. 20, 2011.

Page 47: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

46

O consumo total de energia no município de Uibaí em 2010 foi de 5.483.575

kwh, sendo a classe residencial responsável por cerca de 60% do total de

energia elétrica consumida.

TABELA 19 - CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA, POR CLASSE, NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ EM 2010

Município

Residencial Industrial Comercial Rural Serviços e Poderes Públicos Total

Quantidade (kwh)

Quantidade (kwh)

Quantidade (kwh)

Quantidade (kwh)

Quantidade (kwh)

Uibaí 3.155.890 22.798 464.278 971.275 869.334 5.483.575

Fonte: Coelba apud SEI - Estatística dos Municípios Baianos Vol. 20, 2011.

1.4.3. Informações Econômicas

PIB Municipal

O PIB (Produto Interno Bruto) representa a soma, em valores monetários,

de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região,

durante um período determinado de tempo. Sendo um dos indicadores mais

utilizados na macroeconomia o cálculo do PIB tem o objetivo principal de

mensurar a atividade econômica de uma região.

O PIB per capita indica quanta riqueza cada habitante de uma região produziu

em um período específico de tempo, ele é calculado pela divisão da população

total de um país, região, estado ou município.

O cálculo do PIB dos municípios baseia-se na distribuição do valor adicionado

bruto, a preços básicos, em valores correntes das atividades econômicas.

Para cálculo do PIB per capita foram utilizadas as estimativas intercensitárias

disponibilizadas pelo IBGE.

A TABELA 20 apresenta a composição do PIB de Uibaí segundo dados oficiais

mais recentes publicados.

Page 48: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

47

TABELA 20 - VALOR ADICIONADO, PIB E PIB PER CAPITA A PREÇOS CORRENTES NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ

Ano

Valor Adicionado (R$ milhões)

Valor Adicionado

APU(²)

(R$ milhões)

Impostos sobre

Produtos (R$

milhões)

PIB (R$

milhões)

Ranking Estadual

PIB per capita (R$)

Ranking Estadual

Agropec. Ind. Serv.(¹)

2009 4,403 4,294 35,524 21,920 1,415 45,928 304 3.234,21 339

2010 4,751 6,028 38,862 23,262 1,810 52,098 305 3.823,72 356

2011 4,737 6,878 43,442 25,946 2,098 57,156 304 4.192,22 342

Fontes: DATASUS, IBGE - Dados demográficos e socioeconômicos. (1) Inclui APU. (2) Administração Pública (atividades governamentais).

É possível observar na TABELA 20 que o valor do PIB em 2011, assim como

nos anos anteriores da série histórica apresentada, é formado em sua maioria

por recursos originados do setor de serviços, sendo a administração pública

responsável por cerca de 60% do total desse valor gerado.

A FIGURA 5 apresenta em percentual a participação de cada setor da

economia local na formação do PIB municipal.

FIGURA 5 - Participação (%) dos setores da economia na formação do pib

Fontes: DATASUS, IBGE - Dados demográficos e socioeconômicos.

Page 49: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

48

1.4.4. Principais Atividades Econômicas

Agropecuária

A TABELA 21 apresenta informações sobre a produção agrícola no município

de Uibaí. Em termos de quantitativo de produção (t), a série histórica

apresentada mostra que a mandioca, cana de açúcar, mamona e o milho são

as culturas mais representativas. Com relação ao rendimento médio (kg/h),

destacam-se o tomate, a cebola e a cana de açúcar.

Page 50: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

49

TABELA 21 - PRODUÇÃO, ÁREA COLHIDA E RENDIMENTO MÉDIO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ

Cultura

Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009

Produção (t) Área

colhida (ha)

Rendimento Médio (kg/ha)

Produção (t)

Área colhida

(ha)

Rendimento Médio (kg/ha)

Produção (t) Área

colhida (ha)

Rendimento Médio (kg/ha)

Banana 540 30 18.000 540 30 18.000 540 30 18.000

Café (beneficiado) 6 15 400 5 15 333 - - -

Café (em coco) - - - - - - 4 15 267

Cana de açúcar 4.560 120 38.000 4.560 120 38.000 1.500 60 25.000

Cebola 200 5 40.000 - - - 200 5 40.000

Coco da baía (¹)

252 42 6.000 252 42 6.000 252 42 6.000

Feijão (em grão) 120 400 300 192 800 240 147 850 173

Laranja 150 10 15.000 150 10 15.000 150 10 15.000

Mamona (baga) 1.080 1.800 600 1.296 2.100 617 750 2.500 300

Mandioca 7.200 600 12.000 3.240 270 12.000 2.640 220 12.000

Manga 400 40 10.000 400 40 10.000 400 40 10.000

Milho (em grão) 1.350 2.700 500 2.195 3.100 708 300 3.000 100

Sisal ou agave (fibra)

- - - - - - - - -

Sorgo granífero (em grão)

120 200 600 160 200 800 30 100 300

Tomate 150 5 30.000 - - - 200 5 40.000

Fonte: IBGE-PPM apud SEI - Estatística dos Municípios Baianos Vol. 20, 2011. (1)

Quantidade produzida em mil frutos e rendimento médio em frutos por hectare.

Page 51: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

50

A TABELA 22 apresenta informações sobre os principais rebanhos de animais criados

no município.

Na série histórica apresentada destaca-se o efetivo de aves (Galos, Frangas, Frangos

e Pintos; e Galinhas) seguido pelo efetivo de Suínos.

TABELA 22 - EFETIVO DOS PRINCIPAIS REBANHOS NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ

Tipo de Rebanho Efetivo (Cabeças)

2007 2008 2009

Asininos 600 590 610

Bovinos 2.400 2.173 2.400

Caprinos 3.000 3.200 3.120

Equinos 400 385 380

Galinhas 7.000 7.500 7.200

Galos, Frangas, Frangos e Pintos

15.000 16.000 15.800

Muares 160 150 160

Ovinos 3.500 3.900 3.520

Suínos 4.500 4.900 4.500

Fonte: IBGE-PPM apud SEI - Estatística dos Municípios Baianos Vol. 20, 2011.

A TABELA 23 apresenta os principais produtos de origem animal comercializados no

município.

TABELA 23 - PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL NO MUNICÍPIO DE UIBAÍ

Produto 2007 2008 2009

Leite (mil litros)

378 399 382

Mel de abelha (quilogramas)

20 18 20

Ovos de galinha (mil dúzias)

35 38 40

Fonte: IBGE-PPM apud SEI - Estatística dos Municípios Baianos Vol. 20, 2011.

Page 52: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

51

2. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

2.1. DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA

A gestão e execução da limpeza urbana da sede do município e demais distrito e

povoados encontra-se sobre a responsabilidade da prefeitura, ficando o poder público

municipal responsável pelos serviços de coleta, varrição e serviços congêneres, além

do transporte e disposição final dos resíduos sólidos urbanos (RSU).

O órgão competente por desenvolver e fiscalizar o serviço de limpeza urbana do

município de Uibaí é a Secretaria de Obras, Transportes e Serviços Públicos.

As atividades relacionadas aos serviços de limpeza urbana executadas no município

compreendem: a disponibilização de equipamentos e/ou estruturas para

acondicionamento dos resíduos sólidos, para aguardar o recolhimento; a coleta, prática

usual que consiste no apanhar dos resíduos dispostos e sua condução ao local de

disposição final; a varrição que se faz para a retirada de resíduos jogados por

transeuntes e areia trazida pela ação do tempo; os serviços congêneres que reúnem

várias atividades de limpeza e embelezamento do espaço público; e a disposição final

dos resíduos sólidos coletados.

O maior desafio do sistema de limpeza urbana do município de Uibaí é referente à

disposição final dos resíduos sólidos, pois estes ainda são direcionados para serem

descarregados em vazadouro a céu aberto.

2.2. ESTRUTURA INSTITUCIONAL, ORGANIZACIONAL E FINANCEIRA.

2.2.1. Estrutura Institucional

O município de Uibaí não dispõe de um regulamento de limpeza urbana que defina

especificamente as atribuições da Secretaria de Obras, Transportes e Serviços

Públicos ou os deveres dos cidadãos quanto à limpeza pública.

Na estrutura institucional do município de Uibaí a Lei Orgânica Municipal de 05 de abril

de 1990 e o Código de Posturas do Município, Lei Nº 07 de 20 de outubro de 1967,

fazem menções a prestação dos serviços de limpeza urbana.

Page 53: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

52

A seguir, destacam-se os artigos da Lei Orgânica do Município, do Código de Postura e

do Código do Meio Ambiente Lei Nº 294 de 2011, nos quais o tema da limpeza pública

urbana e coleta de resíduos aparece de forma explícita.

Lei orgânica (Capítulo VI Saneamento Básico)

Art. 160 – Cabe ao município prover sua população dos serviços básicos de

abastecimento de água tratada, coleta e disposição adequada dos esgotos e lixo,

drenagem urbana de águas fluviais, segundo as diretrizes fixadas pelo Estado e União.

Art. 161 – Os serviços definidos no artigo anterior são prestados diretamente por

órgãos municipais ou por concessão a empresas públicas ou privadas devidamente

habilitadas.

Código de Postura (Capítulo II Da Higiene das Vias Públicas)

Art. 24 – O serviço de limpeza das ruas, praças e logradouros públicos será executado

diretamente pela Prefeitura ou por concessão.

Art. 25 – Os moradores são responsáveis e sarjeta fronteiriços à sua residência.

§. 1° - A lavagem ou varredura do passeio e sarjeta deverá ser efetuada em hora

conveniente e de pouco trânsito.

§.2° - É absolutamente proibido, em qualquer caso, varrer lixo ou detritos sólidos de

qualquer natureza para os ralos dos logradouros públicos.

Art. 26 - É proibido fazer varredura de interior dos prédios, dos terrenos e dos veículos

para a via pública, e bem assim despejar ou atirar papéis anúncios, reclames ou

quaisquer detritos sobre o leito de logradouros públicos.

Art. 27 – A ninguém é lícito, sob qualquer pretexto, impedir ou dificultar o livre

escoamento das águas pelos canos, valas, sarjetas ou canais de vias públicas,

danificando ou obstruído tais servidões.

Art. 28 – Para preservar de maneiras gerais a higiene pública fica terminantemente

proibido:

– lavar roupas em chafarizes, fontes ou tanques situados nas vias públicas;

Page 54: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

53

– consentir o escoamento de águas servidas das residências para a rua;

– conduzir, com as precauções devidas, quaisquer materiais que possam comprometer

o asseio das vias públicas;

– queimar, mesmo nos próprios quintais, lixo ou outro qualquer corpo em quantidade

capaz de molestar a vizinhança;

– Aterrar vias públicas, com lixo, materiais velhos ou quaisquer detritos;

– conduzir para a cidade, vilas ou povoações do Município, doentes portadores de

moléstias infecto-contagiosas, salvo com as necessárias precauções de higiene e para

fins de tratamento.

Art. 29 – É proibido comprometer, por qualquer forma, a limpeza das águas destinadas

ao consumo público ou particular.

Código do Meio Ambiente – Lei Nº 294 de 2011 (CAPÍTULO IV – DO SOLO)

Art.70 – O município deverá implantar adequado sistema de coleta, tratamento e

destinação dos resíduos sólidos urbanos, incentivando a coleta seletiva, segregação,

reciclagem, compostagem e outras técnicas que provam a redução do volume total dos

resíduos sólidos gerados.

Art. 71 – A disposição de quaisquer resíduos no solo sejam líquidos, gasosos ou

sólidos somente será permitida mediante comprovação de sua degradabilidade e da

capacidade do solo de auto depurar-se, levando-se em conta os seguintes aspectos:

I. capacidade de percolação;

II. garantia de não contaminação dos aquíferos subterrâneos;

III. limitação e controle da área afetada;

IV. reversibilidade dos efeitos negativos.

Page 55: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

54

2.2.2. Estrutura Organizacional

Na prefeitura a secretaria de Obras fica responsável pela limpeza pública e manejo dos

resíduos sólidos urbanos, tanto na sede como no distrito e povoados.

A seguir é apresentado o organograma do Setor de Limpeza Pública do município

(FIGURA 6).

FIGURA 6 - ORGANOGRAMA DA SITUAÇÃO ADMINISTRATIVA DA LIMPEZA URBANA DO

MUNICÍPIO DE UIBAÍ Fonte: Prefeitura Municipal de Uibaí.

No que se refere aos recursos humanos envolvidos nos serviços de limpeza urbana, o

Setor de Limpeza Pública utiliza um efetivo total de 53 trabalhadores. No distrito e nos

povoados são utilizados mão de obra local, sendo que existem trabalhadores

concursados e contratados pela Prefeitura Municipal.

A distribuição da mão de obra por função, número de funcionários e regime de

contratação encontra-se resumida no QUADRO 4.

Page 56: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

55

QUADRO 4 – QUADRO FUNCIONÁRIOS ENVOLVIDOS NA LIMPEZA URBANA DO MUNICÍPIO

Serviços Executados Número de Trabalhadores

Quadro da Prefeitura

Serviço Terceirizado

Temporário Total

Gerência 1 - -

2 Administrativo 1 - -

Fiscais - - -

Serviço de coleta

Coleteiro 5 7 -

17 Operador de trator

- - -

Motorista - 5 -

Varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços

Varredores 26 - -

34

Cabos de turma 3 - -

Ajudantes 2 - -

Operador de roçadeira

- - -

Coveiro, jardineiro, entre outros.

3 - -

Total 41 12 - 53

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

2.2.3. Estrutura Financeira

Uibaí conta com uma receita fixada de acordo com orçamento programado pelo

município para o exercício de 2013, decorrente da arrecadação, pelo Tesouro

Municipal, de tributos, contribuições e outras receitas correntes e de capital, previsto na

legislação vigente. O total estimado para o orçamento fiscal e da seguridade social

para o ano de 2013 é de R$ 28.755.000,00 (vinte e oito milhões e setecentos e

cinquenta e cinco mil reais).

De acordo com a Lei Orçamentária Anual Nº 314/2012 de 21 de novembro de 2012 foi

repassado para a manutenção da limpeza pública do município de Uibaí o valor de R$

793.315,00 (setecentos e noventa e três mil e trezentos e quinze reais) ao ano,

totalizando o equivalente a R$ 66.109,58 (sessenta e seis mil, centos e nove reais e

cinquenta e oito centavos) ao mês, correspondendo a 2,76 % da receita municipal.

Diante dos dados expostos, fica evidenciado que o município de Uibaí não está dentro

do índice médio referenciado no Manual da Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos,

elaborado pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM, 2001), que

Page 57: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

56

determina que o sistema de limpeza urbana, de um modo geral, deve consumir de 7 a

15% do orçamento do Município, apesar de possuir seus custos com limpeza urbana

diminuídos por não possuir aterro sanitário.

Ressalta-se que esses valores se referem ao total disponível para a realização do

serviço de limpeza pública da sede e dos distritos do município, referente ao

Orçamento Municipal aprovado para 2013, conforme documentação presente na Lei

Orçamentária do município.

2.3. SUBSISTEMAS DE LIMPEZA URBANA

2.3.1. Acondicionamento

Acondicionar os resíduos sólidos significa prepará-los para a coleta de forma

sanitariamente adequada e de maneira compatível com os tipos e a quantidade dos

resíduos. Tal prática deve ser empregada de maneira a prevenir, a atração e

proliferação de vetores causadores de doenças, eliminar condições nocivas para o

meio ambiente e não provocar incômodos à população.

Embora seja possível definir o tipo de acondicionamento tecnicamente mais adequado

para cada situação e tipo de resíduo, é muito difícil obter sucesso em sua implantação

na sociedade, haja vista que se trata de uma atribuição de cada usuário, logo, o

acondicionamento é uma ação que deve ser realizada na fonte geradora.

Segundo o Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM - 2001, no Manual de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos os recipientes adequados para acondicionamento

dos resíduos domiciliares devem possuir as seguintes características:

Peso máximo de 30 kg, incluindo a carga, se a coleta for manual;

Dispositivos que facilitem seu deslocamento no imóvel até o local de coleta;

Serem herméticos, para evitar derramamento ou exposição dos resíduos;

Serem seguros, para evitar que resíduo cortante ou perfurante possa acidentar

os usuários ou os trabalhadores da coleta;

Serem econômicos, de maneira que possam ser adquiridos pela população;

Não produzir ruídos excessivos ao serem manejados;

Page 58: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

57

Possam ser esvaziados facilmente sem deixar resíduos no fundo.

Para a escolha do tipo adequado de embalagem deve-se levar em conta a

característica dos resíduos, procedência, tempo, frequência de coleta e custo. Nesse

sentido encontram-se várias formas de acondicionamento, tais como em vasilhas

retornáveis e não retornáveis. Entre as retornáveis estão incluídos os baldes de

plásticos, latas reutilizadas, lixeiras, bombonas e tambores de plásticos e metálicos,

contêineres estacionários, big bags e sacos de nylon (popularmente chamados de

sacos de linhagem ou pele de sapo). Os não retornáveis são os sacos plásticos

apropriados e os não apropriados como sacolas de supermercados, caixas de papelão,

embalagens de papel, etc.

De acordo com Monteiro et al. em 2001, o acondicionamento tecnicamente adequado

exige que o recipiente a ser utilizado para acondicionar os resíduos atenda aos

seguintes requisitos:

Evitar acidentes;

Evitar a proliferação de vetores;

Minimizar o impacto visual e olfativo;

Reduzir a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver coleta seletiva);

Facilitar a realização da etapa da coleta.

No município de Uibaí observa-se a utilização de diversas formas de acondicionamento

dos resíduos sólidos, variando conforme o tipo de fonte geradora.

Para acondicionar os resíduos domiciliares a população utiliza principalmente os sacos

plásticos específicos e sacolas de supermercados, além de vasilhames de diversos

tipos como baldes, latas e caixas de papelão, entre outros (FIGURA 7 e 8).

Page 59: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

58

FIGURA 7 E 8 – Forma de acondicionamento utilizado no município Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Os resíduos sólidos gerados pelos pequenos comércios do município apresentam a mesma diversidade de formas de acondicionamento do resíduo domiciliar (FIGURA 9).

FIGURA 9 – Forma de acondicionamento do resíduo comercial Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Os resíduos gerados na feira livre são acondicionados em contentores móveis, revestidos internamente com saco plástico (FIGURA 10 E 11).

FIGURA 10 E 11 – Forma de acondicionamento utilizado na limpeza da feira Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Page 60: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

59

Os estabelecimentos de saúde segregam na fonte seus resíduos. A separação é

realizada basicamente em três tipos: os resíduos sólidos classificados como comuns,

os classificados como infectantes e os classificados como perfurocortantes. Os

estabelecimentos de saúde, de maneira geral, utilizam sacos plásticos para o

acondicionamento dos resíduos comum e infectantes, conforme observado nas

Unidades Básicas de Saúde – UBS’s do município. Já no Hospital Municipal é realizada

a separação dos resíduos comuns e infectantes, sendo utilizados sacos pretos para os

resíduos comuns e sacos branco leitoso para os resíduos infectantes (FIGURA 12 E

13).

FIGURA 12 E 13 – Acondicionamento de resíduos comum e infectantes no Hospital Municipal.

Quanto aos resíduos perfurocortantes, estes, são acondicionados em caixas coletoras

rígidas estanques apropriadas para este tipo de resíduo, em seus suportes específicos,

tanto nas USB’s, quanto no Hospital Municipal (FIGURA 14).

FIGURA 14 – Acondicionamento de resíduos perfurocortantes.

Page 61: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

60

O armazenamento temporário dos resíduos comuns e infectantes é feito na área

externa dos estabelecimentos de saúde, em contentores de 120L providos de rodas,

até o momento de serem removidos pela coleta convencional realizada pela prefeitura

(FIGURA 15 e 16). Os resíduos perfurocortantes permanecem nos recipientes

específicos até o momento de serem removidos.

FIGURA 15 E 16 – Local de armazenamento externo dos resíduos infectantes e perfurocortantes do hospital municipal.

Os resíduos provenientes do serviço de varrição são acondicionados em contentores

moveis ou organizados e dispostos a granel ao longo das vias para serem recolhidos

posteriormente (FIGURA 17).

FIGURA 17 – Acondicionamento dos resíduos de varrição Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Os resíduos resultantes dos serviços congêneres são recolhidos logo após a execução

destas atividades. Já os resíduos da construção civil são dispostos, pela população,

nas vias e calçadas públicas, até que a prefeitura seja informada para realizar a

retirada deste material (FIGURA 18 e 19).

Page 62: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

61

FIGURA 18 E 19 – RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO DISPOSTOS NO MUNICÍPIO Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Existe uma variedade de tipos de recipientes utilizados para acondicionar os resíduos

sólidos, mas o principal método adotado pela população é o uso de sacos e sacolas

plásticas, além de recipientes retornáveis como baldes e latas. Em observação, no

caso da utilização dos recipientes retornáveis, é possível que haja prejuízo na dinâmica

da coleta, em função do tempo que o agente da limpeza leva para remover o

vasilhame, descarregar os resíduos no caminhão e devolver o mesmo ao local de

origem, aumentando assim o tempo gasto nos roteiros de coleta.

Os resíduos de varrição, dos serviços congêneres e da construção civil, se dispostos

inadequadamente a céu aberto, podem favorecer a formação de pontos de descarte

aleatório, situação onde diversos outros tipos de resíduos, inclusive o domiciliar, são

acumulados no mesmo local, e assim acarretando diversos transtornos para a própria

população, além de representar perigo à saúde pública uma vez que esses pontos,

quando formados, se tornam locais ideais para a proliferação de vetores de doenças

graves.

A forma de acondicionamento dos resíduos nos distrito e povoados é a mesma da sede

do município, sendo utilizados sacos e sacolas plásticas, baldes, latas, entre outros.

A população sugere que seja instalado cestas coletoras nas praças e logradouros

públicos, para que o cidadão possa dispor seus resíduos quando estiver na rua.

Page 63: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

62

2.3.2. Coleta

O principal objetivo da coleta dos resíduos sólidos gerados pela população é evitar

locais de acúmulo desses materiais, evitando assim, além de um quadro de

degradação social e ambiental, um problema de saúde pública, uma vez que nesses

pontos surgem as condições ideais para a proliferação de vetores (roedores e insetos,

entre outros) transmissores de doenças.

A coleta de resíduos consiste num conjunto de ações que definem a forma como ela

deve ser executada, essas ações são baseadas em informações de população, tipo e

quantidade de resíduos, característica das vias, dispositivos e equipamentos

disponíveis, entre outras variáveis.

Segundo a política nacional de resíduos sólidos, para efeitos da lei os resíduos seguem

a seguinte classificação:

I – quanto à origem:

a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências

urbanas;

b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de

logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas a e b;

d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os

gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas b, e, g, h e j;

e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas

atividades, excetuados os referidos na alínea c;

f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações

industriais;

g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme

definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do

Sisnama e do SNVS;

Page 64: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

63

h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos

e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da

preparação e escavação de terrenos para obras civis;

i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e

silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas

atividades;

j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,

terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;

k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou

beneficiamento de minérios;

II – quanto à periculosidade:

a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,

carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam

significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com

lei, regulamento ou norma técnica;

b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea a.

Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na alínea d

do inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua

natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder

público municipal.

Tipos de Coleta

É realizada pela Prefeitura Municipal de Uibaí a coleta dos seguintes tipos de resíduos

sólidos:

Domiciliar – originários das atividades domesticas em residências urbanas;

Page 65: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

64

Serviços de saúde – gerados nos serviços de saúde, conforme definido em

regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;

Feira livre (Resíduos de limpeza urbana) – originários da varrição, limpeza de

logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

Construção civil – gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras

de construção civil, incluindo os resultantes da preparação e escavação de terrenos

para obras civis.

Há ainda no município a coleta dos pontos de descarte aleatórios de resíduos, que não

esta normatizada, porém acontece em muitos municípios e se caracteriza pelo

recolhimento de diversos tipos de resíduos acumulados conjuntamente em pontos

aleatórios das vias do município. Dentre esses resíduos acumulados, apresentam-se

os da construção civil, os resíduos de poda e capina, animais mortos, resíduos

domiciliares, entre outros, descartados pelos munícipes, geralmente, devido à

irregularidade da coleta ou a falta de sensibilização junto à comunidade.

Abrangência

A coleta dos resíduos domiciliares remove 100% do resíduo gerado na sede do

município e nos povoados: Hidrolândia, Traíras, Alta Mira, Caldeirão, Sobreira,

Quixabeira, Lagoinha, Alto do Bilo, Boca D’água, Areal, Olho D’água, Poço, Baixão do

Poço, Baixas de Heleodoro, Alto Branco, Vila Ouro, Chapadinha, Alto da Cruz e

Laranjeiras.

Rotina Operacional e Metodologia de coleta

A rotina operacional dos serviços de coleta em geral se constitui em:

I. Apresentação na garagem ou ponto de apoio da prefeitura às 06h00;

II. Saída do veículo de coleta composto por motorista e dois coleteiros às 07h00;

III. Execução do roteiro de coleta;

IV. Descarga no vazadouro a céu aberto;

V. Retorno, se necessário, para conclusão do roteiro de coleta.

Page 66: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

65

Metodologia de coleta

Coleta Domiciliar– A coleta dos resíduos domiciliares é realizada por duas pessoas e

consiste na remoção dos recipientes contendo resíduos, tanto na sede como no distrito

e nos povoados.A coleta segue um roteiro operacional organizado e sistematizado, de

maneira que todas as vias da sede municipal, e demais localidades, são atendidas pelo

serviço.

Coleta da Varrição - Em alguns momentos a coleta dos resíduos de varrição é

realizada em conjunto com a coleta domiciliar.

Coleta da Feira Livre - A coleta dos resíduos gerados na feira livre é realizada toda

segunda-feira logo após a conclusão da mesma. Após a varrição do local os resíduos

são acondicionados em sacos plásticos e em contentores móveis para então serem

coletados.

Os moradores sugerem que os resíduos da feira livre sejam segregados em dois

grupos:

- Materiais orgânicos (úmidos), compostos por restos de alimentos e materiais não

recicláveis.

- Materiais recicláveis (secos), compostos por papéis, metais, vidros e plástico.

O objetivo dessa separação seria o reaproveitamento dos resíduos orgânicos para

alimentação de animais e até mesmo compostagem. Enquanto que os resíduos

recicláveis poderiam ser comercializados, gerando renda para os catadores.

Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde – A coleta dos resíduos sólidos

classificados como comum e infectante, gerados no Hospital Municipal e nos postos de

saúde é realizada diariamente no período diurno e em conjunto com a coleta domiciliar.

Coleta dos Pontos de Descarte Aleatório - A coleta dos resíduos dos pontos de

descarte aleatório não possui um itinerário pré-definido, estando em função das demais

solicitações. A realização da coleta destes pontos acontece de forma manual com o

auxílio de uma pá quadrada, de modo que os funcionários retiram os resíduos

dispostos no solo, depositando-os no caminhão basculante.

Coleta de RCD - A coleta de RCD acontece mediante solicitação e é realizada pelos

veículos da prefeitura utilizado nas demais coletas.

Page 67: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

66

Coleta de Animais Mortos e Podas - A coleta de animais mortos e podas é realizada

esporadicamente utilizando os mesmos veículos das demais coletas.

Roteiros/ Frequências / Horários

O serviço de coleta no município de Uibaí segue um roteiro regular de acordo com a

divisão da cidade. Desta forma, cada setor da sede da cidade possui um roteiro próprio

definido por turnos, já nos Povoados e Distrito o serviço de coleta acontece sempre no

turno da manhã, como mostra os QUADROS 5, 6 e 7 a seguir.

QUADRO 5 – ROTEIRO DE COLETA DO RESÍDUO DOMICILIAR POR TURNO NA SEDE DO MUNICÍPIO

PERÍODO DA MANHÃ / DIÁRIO

Ruas e Avenidas Previsão do Horário da Coleta

Av. Pedro Joaquim Machado 07h00

R. da Cana Brava 07h30

R José de Freitas 07h30

L do Cruzeiro 07h40

R Alto da Estrela 07h40

R das Almas 07h40

R Simplicio Ribeiro 07h40

AV Presidente Dutra 07h40

R São José 07h40

R Esperança 07h40

R Severiano Farias 08h00

R Deocleciano Miranda 08h00

R da Nova Esperança 08h00

R Oriente 08h00

Pç do Comércio 08h30

Av Duque de Caxias 08h30

R Castelo Branco 08h30

R São José 08h40

L Manoel Vieira 08h40

Alto da Fontinha 08h33

Lot São Francisco 09h00

Ruas 01, 02, 03, 04 e 05 09h00

R Dão Pedro II 09h30

R israel Nascimento 10h00 Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Page 68: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

67

QUADRO 6 – ROTEIRO DE COLETA DO RESÍDUO DOMICILIAR POR TURNO NA SEDE DO MUNICÍPIO

PERÍODO DA TARDE / DIÁRIO

Ruas e Avenidas Previsão do Horário da Coleta

R Costa e Silva 14h00

R André Machado 14h00

Lot Nova Esperança 14h30

R Loteamentos 14h30

Trvs Presidente Dutra 15h00

R João Pereira 15h00

R Chico Mestre 15h00

R 22 de Setembro 15h30

R Angelo Machado 15h30

R Vereador Oliveira Santos 15h30

R Hermeneleido Rosa 15h30

R Virgínia Machado 15h30

R Abilid Machado 15h30

Pç da Educação 15h30

R Marciano Ribeiro 15h30

R Nova 15h30

R Nova e Telebahia 15h30

R Presidente Dutra 15h40

Lot Machado I e II 15h40

R 2 de Julho 16h00

R Geraldo Irineu 16h00

Trvs São Geraldo 16h00

R Dão Pedro I 16h00

R Mira Serra 16h00 Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

QUADRO 7 – ROTEIRO DE COLETA DO RESÍDUO DOMICILIAR NOS POVOADOS E DISTRITO

Período da manhã

Frequência Povoados

Segunda a Sábado Hidrolândia

Segunda, Quarta e

Sexta

Traíras, Alta Mira, Caldeirão, Sobreira, Quixabeira, Lagoinha, Alto do Bilo, Boca D’água, Areal, Olho D’água, Poço, Baixão do Poço, Baixas de Heleodoro, Alto Branco, Vila

Ouro, Chapadinha, Alto da Cruz e Laranjeiras. Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

A coleta dos resíduos domiciliares na sede do município tem frequência diária,

ocorrendo no período da manhã e da tarde, a partir das 7h00 até 16h00. Nos Povoados

Page 69: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

68

o roteiro de coleta acontece sempre no turno da manhã entre, em dias alternados e

diariamente no Distrito de Hidrolândia.

A coleta dos resíduos da feira livre acontece logo após o encerramento das atividades

da mesma, ocorrendo todas as segundas-feiras a partir das 14h00.

A coleta dos resíduos de serviço de saúde classificados como comuns e infectantes é

realizada diariamente pela manhã e em conjunto com a coleta domiciliar, sendo que os

resíduos infectantes são armazenados separadamente no caminhão da coleta e

dispostos, também de forma separada, dos demais resíduos comuns no vazadouro. Já

os resíduos perfurocortantes são recolhidos todas as quintas-feiras por um veículo

exclusivo para o transporte desses materiais, também pela manhã, como mostra o

QUADRO 8 a seguir.

QUADRO 8 – ROTEIRO E FREQUÊNCIA DE COLETA DOS RESÍDUOS DE SAÚDE

Frequência Localidades Veículos Horários Tipo de resíduo Disposição

final

Segunda a sábado

Hospital, PSF 1 e

PSF 2

Caminhão basculante

Pela manhã Comuns e infectantes

Vala específica no vazadouro

Quinta-feira

Hospital, PSF 1,

PSF 2, PSF Boca

d'água e PSF Hidrolândia

Caminhonete Pela manhã Perfurocortante Vala específica no vazadouro

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

A coleta dos resíduos da construção civil é realizada de acordo com solicitação do

serviço pelos munícipes.

A coleta dos pontos de descarte aleatório, assim como, a remoção de animais mortos

ocorre em função da solicitação dos munícipes e/ou quando identificado pelos agentes

da prefeitura, sendo realizada de imediato logo após a ocorrência.

Os moradores sugerem que os comerciantes que vendem principalmente materiais

como pilhas, baterias e lâmpadas, disponham de recipientes para descarte desses

materiais em seus estabelecimentos para que a população possa colaborar com a

Page 70: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

69

destinação correta desses resíduos, assim como, evitar que os mesmos sejam

dispostos em locais inadequados.

Equipamento e Ferramental

O QUADRO relaciona a frota de veículos utilizados na execução dos serviços de

limpeza urbana.

QUADRO 9 – FROTA DE VEÍCULO UTILIZADOS NA LIMPEZA URBANA

TIPO QUANTIDADE CAPACIDADE (m³) PROPRIEDADE CONDIÇÃO

Caminhão

Basculante 02 8 Terceirizado

Coleta

domiciliar

Caminhonete 02 2 Terceirizado

Coleta

domiciliar e

coleta

especial*

Trator esteira 01 - Prefeitura Operação de

disposição final

Caminhão carroceria

de madeira 03 - Terceirizado

Coleta

domiciliar e

outros

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda. *Coleta dos resíduos de saúde infectantes

Além dos veículos relacionados (FIGURA 20), a Prefeitura dispõe de outros

equipamentos para auxiliar o serviço de coleta, são eles: carros de mão e pá

carregadeira.

FIGURA 20 – Veículos e equipamentos utilizados na limpeza urbana do município

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Page 71: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

70

Tais veículos e equipamentos são utilizados para coletar todo resíduo gerado na sede

municipal e demais povoados abrangidos no serviço de limpeza pública do município. A

população de Uibaí sugere que sejam adquiridos Veículos Coletores Compactadores

através do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, para realização da coleta

domiciliar.

Manutenção da Frota

A manutenção da frota de equipamentos utilizados na limpeza urbana do município de

Uibaí é realizada pela mão de obra local. A lavagem e lubrificação dos veículos são

realizadas no posto de lavagem do município juntamente com o abastecimento.

Pessoal

O pessoal alocado no serviço de coleta consiste em agentes de coleta, motoristas, e

um funcionário responsável pela supervisão geral e fiscalização, que exercida pelo

encarregado do setor de limpeza pública.

Os equipamentos de proteção individual são distribuídos normalmente de acordo com a

necessidade de reposição, decorrente dos desgastes dos mesmos.

A população uibaiense sugere que sejam destinados investimentos em capacitação e

em um plano de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo

a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a

promoção da saúde do trabalhador.

2.3.3. Varrição

A responsabilidade pela manutenção da limpeza das calçadas e vias públicas de um

município não cabe apenas a prefeitura, muito se espera do exercício da cidadania dos

munícipes e principalmente da sua educação e conscientização. O objetivo dos

serviços de varrição é manter as vias, calçadas e logradouros públicos limpos, de

maneira a afastar riscos à saúde pública, evitar problemas na drenagem das vias e

assoreamento de recursos hídricos.

Page 72: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

71

Abrangência

O serviço de varrição é executado de forma manual e ocorre diariamente das 06h00 às

13h00, atendendo a todas as vias pavimentadas do município.

O QUADRO 10, a seguir, apresenta o roteiro da varrição manual realizado na sede,

distritos e povoados do município.

QUADRO 10 – ROTEIRO DE SERVIÇOS DA VARRIÇÃO

Frequência Atividade Localidades Horários

Segunda a sexta-feira Varrição

Todos os bairros com ruas pavimentadas: Centro, Jacaranda,

Loteamento São Francisco, São Lázaro, Pé de galinha e Nova

esperança.

06h00 - 13h00

Sexta-feira "Operação cata cata" Bairros sem

pavimentação 06h00 - 13h00

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Rotina Operacional e Metodologia de varrição

Para a realização do serviço de varrição a sede municipal é dividida em seis setores,

sendo que alguns setores ficam sob responsabilidade de dois varredores e outros de

apenas um varredor.

O serviço de varrição é iniciado pelos agentes de limpeza dispostos isoladamente ou

em duplas pelas vias, sendo que cada varredor executa a sua atividade ao longo da via

individualmente, recolhendo os resíduos, com o auxílio de uma pá, e dispondo-os no

carro de mão equipados com caixas tipo PN 70. As caixas são revestidas internamente

por um saco plástico para acondicionamento dos resíduos sólidos até o momento da

coleta (FIGURA 21).

Page 73: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

72

FIGURA 21 – Execução dos serviços de varrição Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Ferramentas e Equipamentos

Os equipamentos, ferramentas e materiais de consumo utilizados na varrição são os

contentores móveis, pá quadrada, vassoura e sacos plásticos (FIGURA 22).

FIGURA 22– Ferramental utilizado na varrição Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) assim como o fardamento são

fornecidos de acordo com a necessidade e em função do desgaste dos mesmos

(FIGURA 23).

Page 74: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

73

FIGURA 23 – Utilização dos equipamentos de proteção individual Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

2.3.4. Serviços Congêneres

Os serviços congêneres são as atividades de limpeza urbanas não enquadradas como

coleta, varrição, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos. Os

serviços assim definidos executados pela Prefeitura Municipal de Uibaí são: capina,

roçagem, sacheamento, limpeza da feira livre, poda de árvores, limpeza de bocas de

lobo e pintura de meio fio (FIGURA 24).

FIGURA 24 – Execução dos serviços congêneres Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

.

Rotina Operacional

Limpeza da Feira Livre – A limpeza da feira ocorre logo após o encerramento das

atividades da mesma. O serviço é realizado pela equipe de varrição do município, que

Page 75: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

74

varre os resíduos gerados das atividades dos comerciantes e frequentadores da feira,

formando monturos que são ensacados e depois carregados pelo veículo de coleta

(FIGURA 25).

FIGURA 25 – Agentes realizando a limpeza da feira Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Poda de Árvores - Esta atividade é executada de acordo com as necessidades mais

urgentes e visíveis ou em épocas festivas. Esta atividade é executada por uma equipe

de três funcionários (FIGURA 26). As ferramentas e materiais utilizados são: facão e

tesoura de poda.

FIGURA 26 – Agentes realizando os serviços de poda

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Page 76: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

75

Os moradores sugerem que as pessoas que tiverem interesse em podar as árvores

quem ficam próximas às seus domicílios, que a prefeitura poderia gerar um recibo

confirmando que aquela atividade foi realizada pelo morador e posteriormente o

mesmo, obter um desconto no IPTU.

Limpeza de Jardins – Também realizada em função da demanda, esta atividade é

realizada pela mesma equipe de poda de árvores. As ferramentas utilizadas são:

tesoura de poda, enxada, ancinho, pá quadrada, mangueira e roçadeira.

Capina e roçagem - Esses serviços são realizados com mais frequência após os

períodos de chuva com o intuito de evitar que o mato, capim atrapalhem o fluxo de

pessoas e veículos, além de manter a estética e a sanidade dos logradouros públicos e

residências. A periodicidade desses serviços pode variar de 30 a 120 dias, a depender

da época do ano e das condições do local.

Os serviços são executados por uma equipe composta por oito funcionários e as

ferramentas e equipamentos utilizados são: enxada, foice, facão, carrinho de mão.

Sacheamento - A retirada do capim entre os paralelepípedos e a camada de asfalto é

executada quando necessário. Este serviço é realizado pela equipe de pintura de meio

fio ou equipe da capina e roçagem. As ferramentas utilizadas são o trinchete ou faca de

cabo e carro de mão

Pintura de Meio Fio - O serviço de pintura de meio fio é realizado em função da

necessidade de retoques, orientados pela observação da necessidade de sinalização e

melhora do aspecto das vias públicas, assim como em períodos festivos do município.

Tal atividade abrange todas as vias pavimentadas da cidade, sendo estes serviços

executados por dois funcionários. As ferramentas e os materiais de consumo utilizados

são: brocha, balde, cal e carro de mão.

Limpeza de Boca de Lobo - O serviço de limpeza de boca de lobo é sempre realizado

no período que antecede à época de chuvas, sendo também aplicado em função das

necessidades mais urgentes e visíveis. O serviço é executado de forma manual, sendo

utilizado como ferramental: pás, picaretas e enxadas.

Page 77: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

76

2.3.5. Disposição Final

A disposição final dos resíduos sólidos gerados no município é feita, assim como em

outros tantos municípios brasileiros, em um vazadouro a céu aberto, ou seja, de forma

inadequada.

O vazadouro a céu aberto é uma forma totalmente inadequada de disposição final de

resíduos, onde os mesmos são colocados diretamente sobre o solo, que não oferece

as condições mínimas ideais para que a massa orgânica se decomponha de maneira

adequada, criando possibilidades de surgimento de focos de incêndio e formação de

gases nocivos, além da contaminação do lençol freático pelo chorume derivado dos

resíduos. Salienta-se que o resíduo disposto inadequadamente sem qualquer

tratamento polui o solo, alterando suas características físicas, químicas e biológicas,

constituindo-se num problema de ordem estética além de uma séria ameaça à saúde

pública.

O vazadouro a céu aberto de Uibaí está localizado em um terreno de propriedade da

prefeitura, ficando à 2 km de distância do centro da sede municipal sob as coordenadas

S 11º 18’ 39,3’’ / W 42º 07’ 52,8’’ (FIGURA 27).

FIGURA 27 – Localização do vazadouro a céu aberto em relação à sede municipal

Fonte: MMA, SEDUR (2012)

O acesso ao vazadouro pode ser feito por meio de via pavimentada e o local está

sendo utilizado há aproximadamente 15 anos. Nas proximidades do vazadouro não há

evidências de mananciais de superfície.

Page 78: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

77

No vazadouro os resíduos são depositados a céu aberto por meio de descarga

aleatória e não é feito nenhum tipo de monitoramento ambiental, não há drenagem de

gases, sistema de impermeabilização e nem drenagem de água pluvial, portanto não

há sistema de tratamento de efluentes líquidos (Figura 28 e 29). Como forma de

minimizar os danos ao ambiente e evitar riscos à saúde pública, os resíduos são

periodicamente revirados e recobertos com camadas de terra seca, porém o

recobrimento dos resíduos não é realizado diariamente e há indícios de queima a céu

aberto. A área não possui nenhuma licença ambiental e não está localizada em Área

de Preservação Permanente.

FIGURA 28 E 29 – Entrada do vazadouro a céu aberto de Uibaí e a disposição dos resíduos

sólidos do município.

No lixão, foi verificada a deposição de Resíduos de serviços de Saúde expostos em

vala, separados dos demais resíduos urbanos, porém não possui valas sépticas para

recebimento dos resíduos de serviços de saúde, conforme condições previstas na

Resolução Conama nº 358/2005 para disposição final. Não há deposição de Resíduos

de Construção e Demolição (RCD) e há indícios de lançamento de resíduos de abate

(ossos, vísceras, cascos, etc.) Figura 30 e 31. Não há presença de resíduos não-

urbanos, como embalagens de produtos químicos e agrotóxicos.

Page 79: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

78

FIGURA 30 E 31 – Vala de resíduos de serviços de saúde e presença de resíduos de abate no

vazadouro a céu aberto de Uibaí.

No vazadouro a céu aberto de Uibaí, não há instalações administrativas, portanto não

havendo vigilância nem controle de acesso a área. Observou-se a presença de

pessoas subsistindo da atividade de catar materiais recicláveis Figuras 32 e 33. Estas

pessoas separam todo o material coletado no vazadouro a céu aberto para então

vendê-los a atravessadores de Uibaí e outras cidades.

FIGURAS 32 E 33 – Presença de catadores no lixão e separação dos materiais recicláveis.

Os valores obtidos com cada tipo de material podem ser observados no QUADRO 11.

QUADRO 11 – VALOR DOS MATERIAIS COLETADOS NO VAZADOURO

TIPO DE MATERIAL VALOR (R$)

Papelão 0,05 / kg

Plásticos 0,25 / kg

Metais 1,00 / kg

Borracha 0,50 / kg

Cobre 5,00 / kg

Vidro 0,35 / kg

Page 80: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

79

Ferro 0,15 / kg

Alumínio de panela 1,30 / kg

Fonte: Renova Engenharia Ltda.

A população sugere que os resíduos orgânicos sejam dispostos em um local

separadamente dos demais resíduos, para que possam ser reaproveitados para

produzir adubos orgânicos e posteriormente doar ou vender este produto. Também que

a prática da queima indiscriminada dos resíduos no lixão, seja definitivamente extinta,

pois além ser prejudicial à saúde, evita a boa visibilidade da pista que dá acesso ao

povoado de Hidrolândia.

O município de Uibaí possui Projeto de Encerramento do lixão concluído, através dos

projetos do PAC Revitalização – CODEVASF. Essa ação visa principalmente o

encerramento da disposição irregular dos resíduos sólidos urbanos, que é uma prática

que implica em degradação e contaminação ambiental da área que os recebe. O

encerramento promoverá a minimização dos riscos de incêndio, da poluição no solo,

águas e atmosfera, oriunda da decomposição e lixiviação dos componentes dos

resíduos ali dispostos.

A metodologia a ser empregada no Projeto de Encerramento do Lixão, será apenas o

rearranjo dos resíduos em um único local da área do lixão existente, formando-se um

maciço no qual será compactado, com posterior cobrimento da massa formada com

solo de baixa permeabilidade e aplicação de tratamento paisagístico, que envolve o

tratamento da área via plantação de espécies nativas, formação de cerca viva e

plantação de gramíneas por sobre o maciço de resíduos. Todo o líquido decorrente da

decomposição da matéria orgânica ainda presente na massa de resíduos, embora em

pequena quantidade, será percolado pelo solo. Haverá compactação dos resíduos para

a conformação dos resíduos no maciço e sistema de drenagem de água pluvial.

2.4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RSU

A caracterização física dos resíduos sólidos no município de Uibaí foi realizada durante

o período de 14 a 19 de outubro de 2013. Durante este período foi realizado ensaios de

caracterização física dos Resíduos Domiciliares, Resíduos de Serviço de Saúde (RSS),

Resíduos de Construção Civil (RCC) e os Resíduos da Feira Livre, gerados no

Page 81: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

80

município, conforme metodologia apresentada no APÊNDICE A e na descrição das

atividades executadas no APÊNDICE B.

2.5. RESÍDUOS DOMICILIARES

Índice de geração per capita

Para a determinação dos índices de geração per capita, fundamentais para a

estimativa de geração dos resíduos sólidos domiciliares, foram amostrados no

município de Uibaí 119 domicílios, totalizando 385 moradores e uma quantidade diária

de resíduo gerado de 306,37 kg/dia.

TABELA 24 – ÍNDICE DE GERAÇÃO PER CAPITA PARA OS RESÍDUOS DOMICILIARES POR

CLASSE SOCIAL

Classe Faixa de

renda (SM)

Habitantes pesquisados Média diária de resíduo

gerado

Índice per capita

(kg/hab.dia)

Índice per capita médio (kg/hab.dia) Quantidade %

A > 5 67 1,0 41,43 0,62

0,83 B 3 a 5 72 0,7 59,33 0,83

C 0 a 3 246 98,3 205,60 0,84

Total 385 100,0 306,37 -

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

*Salários Mínimos

Conforme apresentado na TABELA 24, o índice de geração per capita média de

resíduos para a sede municipal foi de 0,83kg/hab.dia.

Peso Específico Aparente

O peso específico aparente dos resíduos sólidos domiciliares do município de Uibaí foi

obtido por meio de determinações de pesagem e respectiva medição de volume dos

recipientes utilizados nas pesagens dos resíduos.

O peso específico médio dos resíduos sólidos domiciliares gerados em Uibaí foi de

125,7 kg/m³, conforme apresentado na TABELA 25.

Page 82: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

81

TABELA 25 – PESO ESPECIFICO MÉDIO DOS RESIDUOS DOMICILIARES DE UIBAÍ

Data da

Determinação

Peso Específico (kg/m³) Média Ponderada

entre as Classes Classe A Classe B Classe C

15/out 84,7 134,0 137,0 136,1

16/out 136,4 180,0 115,5 119,5

17/out 149,4 159,4 118,8 121,5

Média 123,5 157,8 123,8 125,7

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Com o índice per capita e o peso específico aparente dos resíduos apurados, é

possível estimar a quantidade dos resíduos gerados sobre a população. Na tabela

abaixo, estes dados são apresentados por faixa de renda.

TABELA 26 – PRODUÇÃO DE RESIDUOS DOMICILIARES POR CLASSE SOCIAL DO MUNICÍPIO

DE UIBAÍ

Classe

Faixa de

renda (SM)

Participação no total da população

(%)

Número total de

habitantes

Índice per capita

(kg/hab.dia)

Peso específico

(kg/m³)

Resido Gerado

kg/dia m³/dia

A > 5 1,0 58 0,62 123,53 35,69 0,29

B 3 a 5 0,7 40 0,83 157,81 33,12 0,21

C 0 a 3 98,3 5683 0,84 123,76 4.749,69 38,38

Total - 100,0 5781 - - 4.818,50 38,88

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

*Salários Mínimos

Composição Gravimétrica

No município de Uibaí foram realizados estudos de composição gravimétrica dos

resíduos domiciliares, para identificar, classificar e quantificar os diferentes tipos de

materiais que compõem a massa do resíduo. Tal estudo busca avaliar o potencial de

tratamento e aproveitamento para os resíduos gerados.

Na TABELA 27, abaixo, são apresentados os resultados para a composição

gravimétrica dos resíduos gerados em Uibaí.

Page 83: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

82

TABELA 27 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES DO MUNICÍPIO DE

UIBAÍ POR CLASSE DE RENDA

Componentes Classes Média Ponderada Entre

Classes (%) A + B (%) C (%)

Matéria Orgânica 43,57% 44,20% 44,19%

Inerte 10,27% 21,01% 20,88%

Papel/papelão 4,63% 2,62% 2,65%

Vidro/louça 3,70% 1,90% 1,92%

Plástico Duro 4,68% 4,17% 4,18%

Plástico Mole 5,89% 5,22% 5,23%

Metal / Ferro 3,53% 0,88% 0,92%

Metal / Alumínio 0,32% 0,07% 0,08%

Trapo / couro 2,18% 6,30% 6,25%

Isopor 0,72% 0,09% 0,09%

Parafina 0,00% 0,04% 0,04%

Náilon 0,23% 0,10% 0,10%

Espuma 0,31% 0,05% 0,05%

Látex 0,00% 0,00% -

Medicamento 0,20% 0,11% 0,11%

Contaminante Biológico 12,16% 5,82% 5,89%

Borracha 0,36% 1,30% 1,29%

Madeira 0,41% 0,75% 0,74%

Rochas Naturais 3,78% 1,53% 1,56%

Resíduo de Construção 0,00% 2,73% 2,70%

Lâmpada 0,72% 0,12% 0,13%

Laminado 0,55% 0,29% 0,29%

Tetra Pack 0,60% 0,15% 0,15%

Pilha 0,90% 0,26% 0,27%

Esponja de Aço 0,31% 0,04% 0,04%

E.V.A 0,00% 0,10% 0,10%

Outros Materiais 0,00% 0,15% 0,15%

Total 100,00% 100,00% 100,00% Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Avaliação Qualitativa

Fazendo uma análise qualitativa dos resíduos coletados na amostragem do município

de Uibaí, percebe-se a presença dos seguintes materiais: material orgânico composto

por cascas, restos de frutas e legumes, sobras de comida, plantas, restos de podas e

varrição, papel e papelão; plástico; metais ferrosos e não ferrosos tais como alumínio,

pedaços de ferro, enlatados, tampas de garrafa; restos de vestuário; contaminantes

biológicos tais como papel higiênico, fraldas descartáveis e absorventes higiênicos

usados; contaminantes químicos tais como: lâmpadas frias, pilhas, remédios, seringas,

ampolas, agulhas; isopor; madeira; e resíduos de construção.

Page 84: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

83

Do ponto de vista do aspecto sociocultural, verifica-se que a população amostrada para

representar a classe C, gera muito resíduo orgânico, em sua maioria matéria orgânica

seca, proveniente da varredura de quintais, terreiros e calçadas, tal comportamento

gera a formação de muito material inerte compondo a massa dos resíduos, o que

impacta diretamente nos índices per capita e do peso específico para essa classe.

A FIGURA 34 apresenta a média ponderada entre as classes de renda, para a

composição gravimétrica dos resíduos domiciliares em Uibaí.

FIGURA 34 – MÉDIA PONDERADA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS

DOMICILIARES Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

A partir da gravimetria é possível verificar as características de tratabilidade das

componentes presentes na massa do resíduo. A TABELA 28 apresenta tais

características para o resíduo domiciliar gerado no município.

Page 85: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

84

TABELA 28 - CARACTERÍSTICAS DE TRATABILIDADE DOS RESÍDUOS

DOMICILIARES

Componentes Classes Média Ponderada

Entre Classes (%) A + B (%) C (%)

Biodegradável¹ 43,57% 44,20% 44,19%

Reciclável² 24,42% 16,41% 16,51%

Descartável³ 32,01% 39,39% 39,30%

Total 100,00% 100,00% 100,00%

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

1 - Resíduos Biodegradáveis: todos os resíduos orgânicos de classe II A e II B. Ex.: restos de alimentos, folhas, etc.;

2 Resíduos Recicláveis: todos os resíduos de Classe II A e II B, passíveis de reciclagem. Ex.: vidro, metal, papel,

plástico, etc.

3 - - Resíduos Descartáveis: resíduos de Classe II A e II B, que não são classificados como recicláveis ou

biodegradáveis. Ex.: inertes, trapos, rejeitos, etc.

Caracterização Física dos Resíduos Domiciliares nos Povoados de Boca D’água,

Olho D’água, Poço e Hidrolândia

A metodologia utilizada na caracterização dos resíduos domiciliares nos povoados de

Boca D’água, Olho D’água, Poço e Hidrolândia, diferentemente da utilizada na sede

municipal, consistiu em coletar diretamente uma amostra de 400l, in loco, de cada

localidade. A equipe de técnicos da Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda. realizou

a coleta dos resíduos dispostos para a coleta convencional, de maneira aleatória, e ao

longo de todo o percurso executado pelo caminhão responsável pela coleta nessas

localidades.

Peso Específico Aparente

O peso específico aparente dos resíduos domiciliares, coletados nos referentes

povoados,estão apresentados na TABELA 29.

TABELA 29 – PESO ESPECÍFICO APARENTEDOS RESÍDUOS DOMICILIARES NOS POVOADOS

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Povoados Peso Específico. (Kg/m3)

Boca d’água, Olho d’água e Poço 122,96

Hidrolândia 180,34

Page 86: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

85

Composição Gravimétrica

Nos povoados também foram realizados ensaios sobre a composição gravimétrica dos

resíduos domiciliares. Os QUADROS 12 e 13 e as FIGURAS 35 e 36 apresentam os

resultados para a composição gravimétrica nos povoados.

QUADRO 12 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES DOS POVOADOS

DE BOCA D’ÁGUA, OLHO D’ÁGUA E POÇO

COMPONENTES PESO (Kg)

ALUMÍNIO 0,09

BORRACHA 0,10

CONTAMINANTE BIOLÓGICO 0,80

ESPONJA DE AÇO 0,02

ESPUMA 0,00

INERTE 2,32

ISOPOR 0,00

LAMINADO 0,09

LATEX 0,00

LOUÇA 0,35

MADEIRA PROCESSADA 0,00

METAL/FERRO 0,29

ORGÂNICO 5,12

PAPEL 0,47

PARAFINA 0,03

PLÁSTICO DURO 1,02

PLÁSTICO MOLE 0,71

SABÃO 0,02

TETRA PACK 0,12

TRAPO/COURO 0,13

VIDRO 0,28

TOTAL 11,96 Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 87: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

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FIGURA 35 – Composição gravimétrica dos resíduos domiciliares dos povoados de boca d’água,

olho d’água e poço em percentual Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

QUADRO 13 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DOMICILIARES DO POVOADODE

HIDROLÂNDIA

COMPONENTES PESO (Kg)

BATERIA 0,00

BORRACHA 0,17

CONTAMINANTE BIOLÓGICO 0,39

ESPONJA DE AÇO 0

ESPUMA 0,03

INERTE 6,32

LAMINADO 0,06

MADEIRA PROCESSADA 0

MEDICAMENTOS 0,14

METAL (FERRO) 0,11

NILON 0

ORGÂNICO 7,65

PAPEL 0,98

PLÁSTICO DURO 1,81

PLÁSTICO MOLE 0,71

RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO 0,13

TETRA PACK 0,06

TRAPO/COURO 0,5

VIDRO 0,45

TRAPO/COURO 0,13

VIDRO 0,28

TOTAL 19,92

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 88: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

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FIGURA 36 - Composição gravimétrica dos resíduos domiciliares do povoadode hidrolândia em

percentual Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

A partir da gravimetria é possível verificar as características de tratabilidade das

componentes presentes na massa do resíduo. A TABELA 30 apresenta tais

características para o resíduo dos povoados gerado no município.

TABELA 30 - CARACTERÍSTICAS DE TRATABILIDADE DOS RESÍDUOS DOS POVOADOS

Componentes (%)

Biodegradável¹ 38,40%

Reciclável² 22,94%

Descartável³ 38,65%

Total 100,00%

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

1 - Resíduos Biodegradáveis: todos os resíduos orgânicos de classe II A e II B. Ex.: restos de alimentos, folhas, etc.;

2 .- Resíduos Recicláveis: todos os resíduos de Classe II A e II B, passíveis de reciclagem. Ex.: vidro, metal, papel,

plástico, etc.

3 - Resíduos Descartáveis: resíduos de Classe II A e II B, que não são classificados como recicláveis ou

biodegradáveis. Ex.: inertes, trapos, rejeitos, etc

Page 89: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

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Feira Livre

Peso Específico Aparente

O peso específico dos resíduos sólidos gerados na feira livre foi de 219,61kg/m³,

conforme observado na TABELA 31.

TABELA 31 – PESO ESPECÍFICO APARENTE MÉDIO DOS RESÍDUOS DA FEIRA LIVRE

Estabelecimento Peso Específico. (Kg/m3)

Feira Livre 219,61

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Composição Gravimétrica

Os dados de composição gravimétrica obtidos na análise dos resíduos gerados das

atividades da feira livre estão apresentados no QUADRO 14 e na FIGURA 37.

QUADRO 14 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DA FEIRA LIVRE

COMPONENTES PESO (Kg)

TETRA PACK 0,08

NILON 0,14

PLÁSTICO RÍGIDO 2,04

ALUMÍNIO 0,10

ROCHA 0,12

PILHA 0,04

VIDRO/LOUÇA 0,14

METAL/FERRO 0,12

LAMINADO 0,06

CONTAMINANTE BIOLÓGICO 1,18

PLÁSTICO MOLE 2,06

PAPEL/PAPELÃO 1,64

INERTE 1,42

ORGÂNICO 31,84

TRAPO 0,00

BORRACHA 0,22

ESPONJA DE AÇO 0,08

TOTAL 41,28

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 90: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

89

FIGURA 37 - Composição gravimétrica dos resíduos da feira livre em percentual

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

A partir da gravimetria é possível verificar as características de tratabilidade dos

componentes presentes na massa do resíduo. A TABELA 32 apresenta tais

características para o resíduo da feira livre gerado no município.

TABELA 32 - CARACTERÍSTICAS DE TRATABILIDADE DOS RESÍDUOS DA FEIRA LIVRE

Componentes (%)

Biodegradável¹ 77,13%

Reciclável² 15,50%

Descartável³ 7,36%

Total 100,00%

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

1 - Resíduos Biodegradáveis: todos os resíduos orgânicos de classe II A e II B. Ex.: restos de alimentos, folhas, etc.;

2 - Resíduos Recicláveis: todos os resíduos de Classe II A e II B, passíveis de reciclagem. Ex.: vidro, metal, papel,

plástico, etc.

3 - Resíduos Descartáveis: resíduos de Classe II A e II B, que não são classificados como recicláveis ou

biodegradáveis. Ex.: inertes, trapos, rejeitos, etc.

Page 91: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

90

2.6. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE – RSS

Foi realizado no município, o estudo de caracterização física dos resíduos gerados nos

estabelecimentos públicos saúde. Os estabelecimentos em questão foram: na sede, o

Hospital Municipal João Ferreira de Souza, o PSF1 e PSF2; e os PSF dos povoados de

Boca D’água e Hidrolândia.

Total de Resíduos Gerados

Na TABELA 33 são apresentados os valores referentes ao total de resíduos gerados

nos estabelecimentos pesquisados.

TABELA 33 – TOTAL DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE GERADOS NOS

ESTABELECIMENTOS

Estabelecimentos de Saúde

Total de resíduos (kg) Média Diária (kg) %

Hospital 52,89 17,63 61,43%

PSF 1 4,69 1,56 5,45%

PSF 2 9,24 3,08 10,73%

PSF BOCA D'ÁGUA 3,23 1,08 3,75%

PSF HIDROLÂNDIA 16,04 5,35 18,63%

Total 86,09 28,70 100,00%

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

A TABELA 34 apresenta o total de resíduos gerados em cada estabelecimento,

classificados por tipo.

TABELA 34 – TOTAL DE RESÍDUOS GERADOS NOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE, POR TIPO

ESTABELECIMENTO

COMPOSIÇÃO (kg)

COMUM INFECTANTE PERFURO

CORTANTES

Hospital 32,98 11,32 8,59

PSF 1 0,98 2,33 1,38

PSF 2 1,35 7,89 0,00

PSF BOCA D'ÁGUA 1,50 1,73 0,00

PSF HIDRLÂNDIA 1,14 0,93 13,06

TOTAL 37,95 24,20 23,03

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 92: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

91

As FIGURAS 38 a 42 apresentam a média de resíduos gerados, por tipo, nos

estabelecimentos de saúde.

GRÁFICOS 38 E 39 – Média de resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde por tipo

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

FIGURAS 40 E 41 – Média de resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde por tipo

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

FIGURA 42 – Média de resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde por tipo

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 93: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

92

Peso Específico Aparente

São observados na TABELA 35 os resultados obtidos da determinação do peso

específico para cada tipo de resíduo gerado nos estabelecimentos de saúde

pesquisados.

TABELA 35 – MÉDIA PARA O PESO ESPECÍFICO DOS RESÍDUOS GERADOS NOS

ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE, POR TIPO

ESTABELECIMENTO PESO ESPECÍFICO MÉDIO (kg/m³)

COMUM INFECTANTE PERFUROCORTANTES

Hospital 49,67 40,45 46,24

PSF 1 11,03 28,69 7,61

PSF 2 7,33 30,71 25,16

PSF BOCA D'ÁGUA 13,57 29,07 15,58

PSF HIDRLÂNDIA 15,06 16,77 202,27

MÉDIA DO TOTAL 19,33 29,14 59,37

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

A FIGURA 43 demonstra, em percentual, a média do total de resíduos de saúde

gerados nos estabelecimentos, por tipo.

FIGURA 43 – MÉDIA DO TOTAL DE RESÍDUOS DE SAÚDE GERADOS, EM PERCENTUAL

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 94: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

93

2.7. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Peso Específico Aparente

A TABELA 36, a seguir, apresenta o peso específico, por classe, e a média ponderada

para os resíduos da construção civil pesquisados no município.

TABELA 16 – PESO ESPECIFICO E MÉDIA PONDERADA ENTRE AS CLASSES

Município Peso específico (kg/m³)

Média ponderada entre as classes Classe A+B Classe C

Uibaí 861,93 860,97 860,99

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Composição Gravimétrica e Granulometria

A composição gravimétrica foi realizada buscando identificar os diversos tipos de

componentes e determinar seus percentuais na composição da amostra.

A TABELA 37 apresenta a média de peso para cada tipo de material e o seu percentual

na amostra.

TABELA 37 – PESO MÉDIO E PERCENTUAL POR TIPO DE MATERIAL

TIPO DE MATERIAL MEDIA PESAGEM (KG) %

Agregado Grosso 52,25 11,72%

Agregado Fino 91,50 20,53%

Adobe 42,70 9,58%

Cerâmica Branca (Revestimento cerâmico) 2,60 0,58%

Cerâmica Vermelha (Tijolo, telha, manilha) 43,50 9,76%

Concreto Armado 34,05 7,64%

Gesso 15,00 3,37%

Massa (cimento e areia) 100,90 22,64%

Materiais Associados* 37,30 8,37%

Rochas Naturais 19,40 4,35%

Telhas de Fibrocimento 3,80 0,85%

Granito 2,70 0,61%

TOTAL 445,70 100,00%

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

*Cerâmica branca e cerâmica vermelha associadas a cimento e argamassa.

A TABELA 38 e a FIGURA 44 mostram os resultados obtidos da granulometria dos

materiais triados na composição gravimétrica.

Page 95: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

94

TABELA 38 – MÉDIA DACOMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS MATERIAIS TRIADOS

Classes > 50mm 50 e 28 mm 28 e 4.8 mm < 4.8mm Total

A+B 151,20 81,10 63,80 122,00 418,10

C 253,90 56,30 40,70 61,00 411,90

Média 202,55 68,70 52,25 91,50 415,00

FIGURA 44 – PERCENTUAL MÉDIO DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS MATERIAIS TRIADOS

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 96: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

95

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12807: Resíduos do Serviço de Saúde – Terminologia. Rio de Janeiro, 1993. 3p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12980: Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro, 1993. 6p.

BRASIL, Lei n° 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm>, Acesso em:10/01/2014.

BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, "Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nºs 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maior de 1990, 8666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528 de 11 de maio de 1978; e dá outras providências". Brasília: D.O.U., 11/01/2007.

BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, "Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.". Brasília: D.O.U., 18/07/2000.

CONAMA, Resolução Nº 283 de 12 de julho de 2001. Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.

DATASUS. Departamento de Informática do SUS. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES. [On-line]. Disponível em: < http://cnes.datasus.gov.br/>. Acesso em: 17 fev. de 2014.

DDF-SEAGRI. Departamento de Defesa Florestal – Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia. Mapa de Cobertura Vegetal e Uso do Solo do Estado da Bahia. 1998.

DERBA. Secretaria de Infraestrutura. Departamento de Infraestrutura de Transporte da Bahia – DERBA. Base de Dados – Consulta de Rotas da Bahia. [On-line]. Disponível em: < http://www.derba.ba.gov.br/ >. Acesso em: 17 fev. de 2014.

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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico, 2000. Rio de Janeiro, 2002. [On-line]. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br >. Acesso em: 16 fev. de 2014.

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Page 97: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

96

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico, 2010. Rio de Janeiro, 2013. [On-line]. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 16 fev. de 2014.

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MAY, Mário. Contribuição para construção de instrumento para análise e avaliação de aterros simplificados de resíduos sólidos urbanos para municípios de pequeno porte. Tese de Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana. Universidade Federal da Bahia – UFBA. Escola Politécnica. Salvador, 2008.

MONTEIRO, José Henrique Penido. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, 2001, 200 p.

PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/atlas/>. Acesso em: 18 fev. de 2014.

Resolução ANVISA RDC nº 33, de 25 de fevereiro de 2003 – Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de saúde.

SEI. Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado da Bahia. Estatísticas dos Municípios Baianos. Salvador, v.4, n.2, 2014.

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SEMA. Secretária de Meio Ambiente do estado da Bahia. Unidade de Conservação. [On-line]. Disponível em: <http://www.meioambiente.ba.gov.br/>. Acesso em: 19 fev. de 2014.

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Page 98: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

97

APÊNDICE A – METODOLOGIA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RSU

Caracterização dos RSU gerados

A caracterização dos resíduos sólidos domiciliares é essencial para o planejamento e

definição dos serviços de coleta e destinação final, pois o conhecimento prévio de

parâmetros como peso específico, composição gravimétrica, subsidiam no

dimensionamento e especificação dos equipamentos de coleta e destino final, bem

como permitem determinar o percentual de reciclagem dos resíduos, ajudando na

definição de áreas apropriadas para implantação de um programa de coleta seletiva

piloto.

É importante ressaltar que os resultados dos ensaios de caracterização são muito

influenciados por fatores sazonais, que podem levar a conclusões equivocadas quanto

à contribuição dos parâmetros na produção de resíduos sólidos da cidade. Portanto a

escolha da época para realização dos ensaios é que dá confiança a reprodutibilidade

aos dados obtidos. Os principais fatores que influenciam os resultados são: fatores

climáticos (chuvas e estações do ano); festas populares (carnaval, São João, Natal,

Ano Novo, Páscoa, férias escolares), variação do poder aquisitivo, etc.

Para determinação do número de domicílios a serem pesquisados, obtendo amostras

representativas estatisticamente, conforme formulário (ANEXO III) adotou-se os

critérios a seguir:

1. O percentual mínimo de 1,5%, sobre o número de domicílios;

2. O volume de 400l, de resíduo produzido por dia;

3. O peso de 250 kg/dia;

Adotou-se também a produção per capita, para o estado da Bahia, (CAR,2002).

Para estimar a produção de resíduos dos domicílios, visando confirmar se a

quantidade produzida será suficiente para realização dos ensaios, os percentuais de

participação das classes sociais no total do universo de amostragem serão alterados,

até obtenção do volume de 400l, ou 250kg/dia, (a quantidade mínima de resíduo para

realização dos ensaios é de 400 l). Quando os percentuais de participação das classes

Page 99: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

98

sociais não abrangerem a quantidade mínima para realização dos ensaios, estas serão

agrupadas.

A coleta dos resíduos será realizada por meio de campanhas porta a porta. Esse

modelo deverá ter conhecimento do mapeamento urbano, identificando as zonas por

classe social e residências da amostra. A campanha de caracterização será realizada

em 03 dias úteis (a partir de terça-feira) e deverá envolver o treinamento de

“cadastradores” de campo, onde se pretende utilizar a aplicação de formulários

(ANEXO III) no intuito de coletar as informações prévias das entrevistas no tocante, às

condições sociais dos moradores e outras informações pertinentes à geração de

resíduos.

A equipe técnica da RENOVA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE acompanhará, em

campo, o desempenho do serviço de coleta, apurando as produções dos roteiros,

durante 03 (três) dias consecutivos; realizará pesquisa de cadastro, dos domicílios

residenciais, para quantificar os resíduos sólidos produzidos.

Os cadastradores serão orientados quanto ao preenchimento dos formulários e sobre a

abordagem que devem fazer nas casas, bem como orientar os moradores do

procedimento.

Conforme mencionado, Pretende-se efetivar essa campanha considerando-se as

residências em função do padrão construtivo, em 03 (três) categorias conforme o

seguinte:

I -Residências de Padrão Popular Inferior;

II -Residências de Padrão Médio-; e

III - Residências de Padrão Superior.

Com base na classificação proposta, serão selecionados os logradouros onde estão

situadas as diferentes classes de residência e, por meio de entrevistas diretas com os

moradores, será possível conhecer a renda média mensal por domicílio.

Com esta informação, será estabelecida uma associação entre o padrão construtivo e a

classe de renda mensal por residência, conforme descrito a seguir:

Page 100: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

99

I - Residências de Padrão Popular Inferior: são ocupadas por população sem

rendimento até 03 salários mínimos, a ser enquadrada na campanha de

amostragem como População de Baixa Renda, classe C;

II - Residência de Padrão Médio: são ocupadas por uma faixa de população

que apresenta renda média mensal de 03, a 05 salários mínimos, a ser

enquadrada na campanha de amostragem, como População de Renda Média,

classe B;

III -Residência de Padrão Superior: São ocupadas por população que

apresenta renda mensal acima de 05 salários mínimos. Esse padrão

possivelmente não ocorrerá em níveis significativos onde tal Modelo de

campanha se efetuará (cidades com menos de 10.000 habitantes).

Caracterização gravimétrica dos RSU e determinação do índice per capta

A metodologia para realização da pesquisa de caracterização terá basicamente três

etapas: determinação da amostragem populacional, campanha para coleta dos

resíduos a serem analisados e a caracterização propriamente dita, com a determinação

dos parâmetros para o resíduo doméstico. Serão determinados, a composição física e

geração per capta.

A análise da composição física compreenderá a separação e pesagem dos diferentes

materiais presentes nas amostras de resíduos sólidos, segundo os seguintes itens:

papel, papelão, vidro, plástico mole, plástico duro, metais, madeira, couro, borracha,

pano/trapos, matéria orgânica, inertes e outros.

Visando a determinação do principal parâmetro para estimativa da produção de

resíduos sólidos em um município, será determinada a produção per capita para o

resíduo domiciliar, com base em pesquisa desenvolvida para a caracterização dos

resíduos sólidos.

O peso específico dos resíduos domiciliares, por classe de renda será obtido por meio

de determinações de pesagem e respectiva medição de volume do recipiente utilizado

na caracterização dos resíduos.

Page 101: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

100

Com relação à metodologia de ensaio, vale ressaltar que em todos eles serão

obedecidos os procedimentos, a saber:

Seleção de residências e entrevistas diretas com os moradores das residências

coletadas, para obtenção das informações socioeconômicas;

Coleta dos resíduos diretamente das residências, com veículo especialmente

alocado para realização dos ensaios;

Transporte das amostras para local

Procedimento de preparação da amostra para caracterização física dosresíduos

sólidos obedecendo às seguintes etapas:

1. Descarregar os sacos de resíduos sólidos no local previamente escolhido;

2. Pesar os sacos de resíduos sólidos para obtenção do per capita;

3. Executar o rompimento dos sacos de resíduos sólidos e a homogeneização

dos resíduos;

4. Encher o tonel com osresíduos sólidos para obter uma amostra de

quatrocentos litros;

5. Pesar o tonel cheio e registrar o peso para proceder à determinação do

peso específico;

6. Retornar a amostra de quatrocentos litros de resíduos sólidos à lona e

compor uma pilha que deverá passar novamente pelo processo de

homogeneização, picagem e reviramento;

7. Proceder ao quarteamento conforme QUADRO 1;

8. Separação e pesagem dos componentes dos resíduos sólidos domiciliar.

Page 102: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

101

QUADRO 1 - QUARTEAMENTO REALIZADO PARA CADA AMOSTRA

Os resíduos sólidos coletados em cada

viagem serão ajuntados em uma pilha (para

cada classe), que será submetida a um

processo de homogeneização, através de

reviramento, tomando o cuidado de picar os

papelões e rasgar invólucros e recipientes.

Do total de materiais da pilha tomarão dois

tonéis de 200 litros, obtendo-se um total de

400 litros, sendo o restante dos materiais

expurgados.

O peso do tonel vazio deverá ser

determinado.

Juntar-se-ão os conteúdos dos dois tonéis

em uma só pilha de 400 litros, que foi

submetida a um processo de

homogeneização através de reviramentos.

A pilha será dividida em duas partes de 200

litros.

Cada parte separada será dividida por dois,

gerando quatro novas pilhas de cem litros.

Juntar-se-ão essas pilhas em diagonal duas

a duas, formando duas novas pilhas, de

duzentos litros.

Dividirá cada uma delas em duas partes,

obtendo quatro novas pilhas de cem litros.

Page 103: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

102

Subdividirá cada quarto em duas partes

obtendo-se oito pilhas, de cinqüenta litros.

Procederá o “bota fora” em diagonal de duas

partes de cada quarto anterior.

Restarão quatro oitavos de cinquenta litros

cada, que serão ajuntados, dois a dois,

misturando-se pilhas oriundas de Quartos

anteriores diferentes.

Obtendo assim duas novas pilhas, de 100

litros cada

Dividirá cada pilha em duas partes obtendo

quatro quartos de cinqüenta litros

Subdividirá cada uma delas em duas partes

equivalentes obtendo oito oitavos de vinte e

cinco litros cada.

Procederá o “bota fora” em diagonal de duas

partes de cada quarto anterior.

Page 104: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

103

Restarão quatro pilhas de vinte e cinco litros.

Essas pilhas serão ajuntadas compondo uma

nova pilha de cem litros que será utilizada

para a análise gravimétrica.

Os procedimentos listados acima deverão ser executados para cada amostra de

resíduos sólidos domiciliar, por classe de renda.

Para determinação do per capita serão realizados os seguintes procedimentos:

1. Todo resíduos coletado será separado por classe;

2. Realizada a pesagem de todo resíduo por cada classe;

3. O peso encontrado por classe será dividido pelo numero de pessoas

contribuintes por cada classe, e determinando o per capita por classe e o geral.

Para determinação do peso específico aparente e demais parâmetros de

caracterização serão realizados os seguintes procedimentos:

1. Para cada classe, serão preenchidos os tonéis de 200 l, com os resíduos sólidos

após ruptura dos sacos que foram apresentados na coleta. Pesará o tonel vazio

e, em seguida, cheio. Pela diferença das duas pesagens obterá o resultado da

massa do resíduo.

2. Será dividida a massa do resíduo (em kg) pela capacidade de cada tonel (em

m3), verificada previamente, obtendo assim, o peso específico aparente do

resíduo coletado, sendo feitas as devidas anotações para registro dos valores

encontrados;

A determinação do peso específico médio será realizada através da média aritmética

entre os pesos específicos de cada dia de amostragem, onde o peso adotado reflete a

participação relativa de todos os estratos sociais no total da população da sede

municipal.

Os formulários a serem utilizados nessa fase da campanha fazem parte do Anexo xx.

Caracterização dos resíduos da Construção Civil e Demolição

Page 105: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

104

Para resíduos de construção civil (RCC) a caracterização deverá será realizada

conforme metodologia indicada na publicação “Reciclagem de Entulho para a produção

de materiais de Construção – Projeto Entulho Bom” e classificação dos resíduos

conforme Resolução CONAMA 307.

A metodologia citada consiste na amostragem, recebimento, homogeneização e

quarteamento da amostra e realização de ensaios para caracterização qualitativa e

quantitativa desse resíduo, de acordo com as etapas descritas:

1. Escolha da amostra inicial;

2. Pré-dimensionamento da amostra inicial;

3. Escolha e preparo do local de recebimento;

4. Levantamento das condições de tempo (sol e chuva);

5. Identificação, pesagem e proteção da amostra inicial;

6. Homogeneização, quarteamento e obtenção da amostra final;

7. Análise da amostra, registro e análise de dados.

A caracterização física do RCC consiste em determinar a massa unitária de estado

solto, a composição granulométrica e a composição do entulho.

Será recolhida amostra de 400l dos caminhões de coleta de entulho no momento de

descarga e transportada para o local de trabalho preparado conforme indicações para

caracterização do resíduo doméstico. Os tonéis serão preenchidos de forma aleatória

sem vibração e compactação.

Para a obtenção da massa unitária em estado solto será determinada a massa de

entulho que ocupa o volume de um tonel, previamente pesado.

A amostra deverá, então, ser homogeneizada e posteriormente realizado o

quarteamento conforme metodologia descrita anteriormente para resíduos domiciliares.

Para a determinação da granulometria, a amostra final deve ser peneirada

manualmente em peneiras de 50 mm, 25mm e 4,8mm, visando a separação do entulho

em diversas frações granulométricas. As frações retidas devem, portanto ser pesadas e

ao final determinadas a distribuição granulométrica do entulho bruto.

Page 106: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

105

De cada fração obtida será determinada a composição do entulho através da seleção

manual do material, conforme os seguintes grupos:

Solo e Areia;

Cerâmica Branca;

Cerâmica Vermelha;

Asfalto;

Concreto e Argamassa;

Rocha;

Concreto armado;

Metais ferrosos;

Gesso;

Espuma, couro e tecido;

Plástico e borracha;

Papel e papelão;

Madeira de construção;

Outros materiais.

Caracterização dos resíduos dos Serviços de Saúde

O gerenciamento adequado dos resíduos sólidos urbanos tornou-se, nos dias atuais,

num grande desafio a ser enfrentado no contexto da problemática do saneamento

ambiental. Os resíduos sólidos têm sido considerados como um sério problema da

sociedade moderna, sociedade consumista, cuja maneira de viver privilegia a produção

de bens de consumo descartável, os quais têm consequências diretas na quantidade e

qualidade dos resíduos sólidos gerados no mundo inteiro.

A questão dos RSS está diretamente relacionada à sua patogenicidade, porém, grande

parte desses resíduos não está infectada e é passível de reutilização e reciclagem.

Page 107: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

106

Assim, a boa segregação dos resíduos na fonte permite reservar os tratamentos

especiais e de alto custo a uma pequena parcela. Porém, a falta de uma abordagem

mais específica em alguns estabelecimentos de saúde, com base na caracterização

dos resíduos gerados nesses serviços, faz com que medidas extremas sejam tomadas,

ou seja, resíduos são incinerados desnecessariamente ou são dispostos em locais

inadequados, não favorecendo a aplicação de tecnologias que poderiam minimizar a

geração dos resíduos, evitando, com isso, o aumento de impactos negativos no meio

ambiente. Pelo exposto percebe-se que a caracterização dos RSS funciona como um

instrumento básico para o gerenciamento dos mesmos.

A metodologia para realização da pesquisa de caracterização dos resíduos dos

serviços de saúde pode ser detalhada nas seguintes etapas:

­ Determinação do número e tipo de estabelecimentos de saúde que serão

pesquisados;

­ Entrevista e aplicação do questionário diagnóstico;

­ Setorização dos estabelecimentos;

­ Coleta e pesagem dos resíduos.

Para identificação do número e tipo de estabelecimentos de saúde, de cada município

serão realizadas pesquisas pela internet diretamente no site das prefeituras, bem como

pelo telefone das respectivas secretárias de saúde. As informações buscadas serão

para identificação dos principais geradores de RSS, em cada município, entre eles

hospitais, clínicas, postos de saúde, unidades de saúde da família, dentre outros.

A amostra utilizada para esta pesquisa será composta com os estabelecimentos de

saúde públicos, A opção de se trabalhar somente com os estabelecimentos públicos

justifica-se, pelo fato de tratar-se da elaboração do plano estadual e também pela

legislação vigente, que atribui aos estabelecimentos de saúde particulares, a

responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos produzidos.

Com base o número total de estabelecimentos de saúde, os ensaios serão realizados

em 10% dos estabelecimentos de saúde existentes no município, como também pela

abrangência do serviço prestado a população do município.

Page 108: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

107

Para caracterizar a área de estudo e verificar: o grau de conhecimento com relação à

produção de resíduos, locais de geração, formas de segregação e acondicionamento,

frequência de coleta, locais de armazenamento e destino dos resíduos gerados serão

realizadas visitas e entrevistas a diretoria e encarregados, com o intuito de apresentar

o trabalho e realizar setorização.

A metodologia para realização da pesquisa de caracterização terá basicamente duas

etapas: coleta e pesagem dos resíduos a serem analisados.Com esses resultados será

possível analisar a composição e as principais fontes de geração de cada material.

Com relação à metodologia de ensaio, vale ressaltar que em todos eles serão

obedecidos os procedimentos, a saber:

Dividir os andares e seções do hospital em áreas que sejam fáceis de controlar e

que contribuam com um acúmulo de resíduos sólidos de quantidade similar;

Armazenar em um saco plástico de cores diferentes, previamente identificados,

dos resíduos produzidos em 24 horas por cada ponto de geração;

Deixar o saco plástico e colocar a hora na etiqueta em cada ponto de geração

identificado. Deve - se verificar que nesse local não haja resíduos sólidos

acumulados;

Identificar a amostragem com a seguinte informação: hora (entrega e coleta do

saco), dia, ano, mês e observações;

Retirar os sacos e colocar a hora da coleta quando são feitas a limpeza e a

coleta dos resíduos;

Recolher os sacos e verificar se a etiqueta de identificação está legível;

Armazenar os sacos em um local previamente estabelecido onde não exista o

risco de misturas e onde se possa revisar a etiqueta devidamente preenchida;

A equipe da RENOVA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE acompanhará, em campo, a

realização do cadastro e caracterização dos estabelecimentos de saúde. Serão

utilizados como instrumentos metodológicos, questionário diagnóstico, formulário de

setorização e formulários de pesagem (Anexos I ao VII).

Page 109: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

108

ANEXOS

Page 110: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

109

ANEXO I – DEFINIÇÃO DA AMOSTRA PARA CARACTERIZAÇÃO

Município: Uibaí

Taxa de Ocupação: 3,2572 hab./dom

Produção Per Capta: 0,4 kg/hab.dia

Peso específico: 250 kg/m³

Faixa de Renda N. Dom. N. Hab.

Até 01 SM 3.410 11107

01 a 02 SM 450 1466

02 a 03 SM 55 179

03 a 05 SM 29 94

>05 43 140

SR* 196 638

Total 4.183 13625

Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010.

*Sem Rendimento

Faixa de Renda Domicílios N. Hab. %

0 a 3 4.111 13390 98,3%

3 a 5 29 94 0,7%

> 5 43 140 1,0%

Total 4.183 13625 100,0%

Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010

Page 111: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

110

ANEXO II – CÁLCULO DA AMOSTRA PARA SEDE MUNICIPAL

Faixa de renda Domicílios particulares

permanentes

População residente

aproximada %

0 a 3 1745 5683 98,3%

3 a 5 12 40 0,7%

> 5 18 58 1,0%

Total 1775 5781 100,0%

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

Faixa de renda % adotado Amostra adotada

(domicílios) População estimada

Estimativa de

resíduo sólido

kg/dia

Estimativa de

resíduo sólido l/dia

A 100% 18 58 23 93

B 100% 12 40 16 64

C 5,0% 87 284 114 454

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

Page 112: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

111

ANEXO III – QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DE CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS DOMICILIARES

QUESTIONÁRIO – PESQUISA DE CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS SOLIDOS DOMICILIARES

NUMERO DA FICHA___________

I) ENDEREÇO: II) Nº DE MORADORES

III) RENDA:

0 a 3 SM 3 a 10 SM MAIOR QUE 10 SM

* SM = Salário Mínimo

IV) PADRÃO CONSTRUTIVO

BAIXO MÉDIO ALTO

V) VINCÚLO COM A MORADIA

ALUGADA PRÓPRIA MENOS DE 5 ANOS DE MORADA MAIS DE 5 ANOS DE MORADA

VI) ACONDICIONAMENTO

SACO PLÁSTICO LATA BALDE OUTROS _________________

VII) ESTIMATIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS PRODUZIDO/DIA:

VIII) FREQUÊNCIA DA COLETA:

DIÁRIA ALTERNADA

IX) HORÁRIO DA COLETA:

MANHÃ TARDE NOITE HORA___:___

X) JÁ PARTICIPOU DE ALGUM PROGRAMA DE COLETA SELETIVA:

NÃO PARTICIPOU PARTICIPOU

ONDE:____________________________________

XI) PARTICIPARIA DE UM PROGRAMA DE COLETA SELETIVA NA

CIDADE DE UIBAÍ?

PARTICIPARIA NÃO PARTICIPARIA MOTIVO:________________________________

XII) DATA DA PESQUISA: ____/____/____ XIII) RESPONSÁVEL PELA INFORMAÇÃO XIV) RESPONSÁVEL PELA PESQUISA

XV) NIVEL DE PARTICIPAÇÃO

1º DIA

2º DIA

3º DIA

OBSERVAÇÕES:

Page 113: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

112

ANEXO IV - FORMULÁRIO PARA DETERMINAÇÃO DA PRODUÇÃO PER CAPITA

Page 114: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

113

Page 115: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

114

ANEXO V – FORMULÁRIO DE GRANULOMETRIA

Page 116: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

115

ANEXO VI – FOMULÁRIO PARA COMPOSIÇÃO FÍSICA E PESO

ESPECÍFICO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Page 117: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

116

ANEXO VII – FORMULÁRIO DE DETERMINAÇÃO DA QUANTIDADE DE

RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Page 118: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

117

APÊNDICE B – ATIVIDADES EXECUTADAS EM UIBAÍ

As atividades de caracterização física dos resíduos sólidos urbanos no

município de Uibaí foram realizadas no período de 14 a 19 de outubro de 2013.

Todas as atividades desenvolvidas foram executadas e/ou supervisionadas

pela equipe de técnicos da Renova Engenharia e Meio Ambiente, que contou

com total apoio da prefeitura municipal de UIBAÍ.

RESIDUOS DOMICILIARES (sede)

A metodologia utilizada para a realização da pesquisa de caracterização física

dos resíduos domiciliares, na sede do município, apresenta as seguintes

etapas: determinação do universo da amostra e definição dos bairros

representantes de cada classe de renda; campanha para o cadastramento dos

domicílios; definição do roteiro de coleta; coleta dos resíduos e caracterização

física desses resíduos, com a determinação de parâmetros quantitativos e

qualitativos, conforme metodologia apresentada no APÊNDICE A.

Em reunião realizada na prefeitura (FIGURAS 1 e 2), foram elucidados pontos

acerca da metodologia e logística do trabalho, assim como, ficou definido o

suporte e toda a estrutura necessária para a realização do trabalho, por parte

dos colaboradores da prefeitura.

FIGURA 1 E FIGURA 2 – REUNIÃO COM REPRESENTANTES DA PREFEITURA

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

Page 119: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

118

A definição do tamanho da amostra foi feita com base na proporção

populacional, na qual se considera o grau de participação da população

amostrada.

Primeiro verificou-se informações do Censo Demográfico 2010, realizado pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, sobre população total

residente e total de domicílios particulares permanentes no município de Uibaí

(TABELA 1).

TABELA 1 – POPULAÇÃO RESIDENTE E DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES

NO MUNICÍPIO

Município População residente

N° de domicílios

Uibaí 13.625 4.183

Fonte: CENSO DEMOGRÁFICO 2010 – IBGE.

A partir do número da população e domicílios, buscou-se o percentual de

habitantes por rendimento mensal per capita domiciliar, conforme especificado

na TABELA 2.

TABELA 2 – POPULAÇÃO E DMICÍLIOS POR RENDIMENTO MENSAL PER CAPITA DOMICILIAR NO MUNICÍPIO

Faixa de Renda Domicílios N. Hab. %

0 a 3 4.111 13.390 98,3%

3 a 5 29 94 0,7%

> 5 43 140 1,0%

Total 4.183 13.625 100,0%

Fonte: CENSO DEMOGRÁFICO 2010 – IBGE.

Com base nos dados da tabela anterior admitiu-se o mesmo percentual obtido,

para definir a distribuição da população e dos domicílios na sede municipal por

faixa de rendimento mensal per capita domiciliar (TABELA 3), agora, segundo

dados do Censo Demográfico 2010 – IBGE para o total da população urbana e

rural.

Page 120: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

119

TABELA 3 – POPULAÇÃO E DMICÍLIOS POR RENDIMENTO MENSAL PER CAPITA DOMICILIAR NA SEDE MUNICÍPAL

Faixa de renda Domicílios População residente

aproximada %

0 a 3 1745 5683 98,3%

3 a 5 12 40 0,7%

> 5 18 58 1,0%

Total 1775 5781 100,0%

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

Para a definição da amostra de domicílios a serem pesquisados na sede

municipal, foram obedecidos os critérios estabelecidos na metodologia adotada

para este trabalho (APÊNDICE A), sendo estes: um percentual mínimo de 1,5%

sobre o total de domicílios; um volume total de 400l de resíduos gerados por

dia e um peso específico de 250kg/dia.

TABELA 4 – DEFINIÇÂO DA AMOSTRA DOS DOMICÍLIOS NA SEDE MUNICIPAL

FAIXA DE RENDA

% ADOTADO AMOSTRA ADOTADA

(DOMICÍLIOS)

POPULAÇÃO ESTIMADA

ESTIMATIVA DE RESÍDUO

SÓLIDO KG/DIA

ESTIMATIVA DE RESÍDUO

SÓLIDO L/DIA

A 100 18 58 23 93

B 100 12 40 16 64

C 5,0 87 284 114 454

FONTE: RENOVA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA., 2013.

A partir da aplicação destes parâmetros, ficou definida uma amostra de 119

residências distribuídas entre as classes A, B e C, quantidade suficiente para

desprezar possíveis diferenças nas características da amostra e/ou absorver

imprevistos como: a falta da participação das residências cadastradas em

algum dos dias; extravio dos sacos contendo os resíduos, por qualquer motivo;

entre outras ocorrências.

Page 121: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

120

Definida a quantidade das residências a serem cadastradas, distribuídas por

classe de renda, foi feita uma correlação com os bairros da sede municipal que

mais representassem cada uma dessas realidades sociais. A identificação dos

bairros foi feita com auxílio dos representantes da prefeitura, responsáveis pela

estrutura funcional e execução da limpeza urbana e coleta dos resíduos sólidos

no município. A seguir, o QUADRO 2 apresenta a leitura da correlação entre as

classes, definidas pela faixa de renda, e os bairros da sede municipal.

QUADRO 2 – REPRESENTAÇÃO DAS CLASSES DE RENDA POR BAIRROS NA SEDE

MUNICIPAL

Classe definida por faixa de renda Bairros

A

Rua da Canabrava, Rua tacredo neves, Rua 22 de setembro, Av. Presidente Dutra, Rua

Agnelo Machado, Rua Vereador Oliveira Santos, Rua Hermenegildo Rosa, Rua Israel Nascimento, Rua Severiano Farias, Largo do

Cruzeiro, Av. Pedro Machado

B

Travessa Tancredo Neves, Rua Chico Mestre, Rua 22 de Setembro, Av. Duque de Caixias,

Rua Costa e Silva, Rua D. Pedro II, Rua Abílio Machado, Av. Pedro machado, Rua marciano

Ribeiro

C Loteamento Nova Esperança, Loteamento São Francisco, Rua Alto da Fontinha, Av.

Jacarandá

FONTE: RENOVA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA., 2013.

Para realizar o cadastro das residências nos bairros selecionados a equipe de

técnicos da Renova Engenharia contou com a ajuda dos agentes comunitários

de saúde do município, indicados e disponibilizados pela da Secretaria de

Saúde.

Antes da realização do cadastramento dos domicílios, os agentes de saúde

foram apresentados ao trabalho e instruídos sobre o objetivo da pesquisa,

preenchimento dos formulários de cadastro, procedimentos de abordagem aos

moradores e sobre a distribuição dos sacos plásticos de 100l para o

acondicionamento dos resíduos durante os dias da pesquisa.

A aplicação do Formulário de Cadastro de Resíduos Domiciliares teve o

objetivo de aferir a quantidade de pessoas residentes em cada domicílio, assim

como, estimar o volume de resíduo gerado em cada residência (FIGURAS 3 e

4).

Page 122: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

121

FIGURA 3 E FIGURA 4 – CADASTRAMENTO DOS DOMICILIOS PARTICIPANTES

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

Os sacos plásticos distribuídos nas residências durante a pesquisa foram

diferenciados por cores de acordo com cada classe, definida pela faixa de

renda, como mostra o QUADRO 3 e FIGURAS 5 E 6 a seguir:

QUADRO 3 – DIFERENCIAÇÃO DA COR DO SACO PLÁSTICO POR CLASSE DE RENDA

PESQUISADA

Cor do saco plástico Faixa de Pesquisa

Azul* Classe A & B

Preto Classe C

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013. *sacos identificados, com marcador permanente, com a letra A ou B.

FIGURA 5 E FIGURA 6 – ENTREGA DOS SACOS POR CLASSE PARA COLETA DOS

RESÍDUOS DOMICILIARES Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

Após o cadastramento foram verificadas as ruas das residências cadastradas

em cada bairro, para a elaboração do melhor roteiro de coleta a ser executado

durante os dias da pesquisa.

Page 123: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

122

A coleta dos resíduos foi realizada por um caminhão com carroceria de

madeira e um veículo menor tipo pick-up. A guarnição dos veículos era

composta por um motorista e de dois a quatro agentes de limpeza para coletar

os sacos identificados, além da presença dos técnicos da Renova Engenharia

e Meio Ambiente supervisionando todo o roteiro (FIGURAS 7 e 8).

FIGURA 7 E FIGURA 8 - VEICULOS UTILIZADOS NA COLETA DOMICILIAR

Fonte: Renova Engenharia Ltda., 2013.

Ao final da coleta, os veículos seguiam carregados para o galpão

disponibilizado pela prefeitura, onde os resíduos eram descarregados e

separados por classe. Seguindo este critério, todos os procedimentos para a

determinação de índice per capita, peso específico, composição gravimétrica e

granulometria eram realizados.

A metodologia utilizada na caracterização dos resíduos domiciliares nos

povoados de Boca d’água, Olho d’água, Poço e Hidrolândia, diferentemente da

utilizada na sede municipal, consistiu em coletar diretamente uma amostra de

400l, in loco, de cada localidade. A equipe de técnicos da Renova Engenharia e

Meio Ambiente Ltda. realizou a coleta dos resíduos dispostos para a coleta

convencional, de maneira aleatória, e ao longo de todo o percurso executado

pelo caminhão responsável pela coleta nessas localidades. A partir daí todo o

processo de descarga, pesagem, e determinação dos parâmetros da

caracterização de resíduos domiciliares seguiram os procedimentos

executados na sede do município.

ÍNDICE PER CAPITA

Page 124: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

123

A determinação do índice per capita é feita pesando todo o resíduo coletado,

por classe, e dividindo o peso em kg pelo número de moradores de cada

residência participante por dia.

Assim, durante três dias consecutivos a rotina realizada era: (após a coleta)

descarregar os sacos coletados; separar as cores(que representam as

classes); e (por classe) pesar todos os sacos contendo os resíduos (FIGURA

9). Dessa forma, o peso total dos resíduos coletados é divido pelo número de

moradores que participaram naquele dia, em cada classe de renda.

FIGURA 9 – PESAGEM POR CLASSE DE RESÍDUO DOMICILIAR

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

Os equipamentos utilizados no presente trabalho incluíram: equipamento de

proteção individual (botas, luvas e máscaras); lona plástica (para revestimento

do solo e despejo dos resíduos); enxadas e pás para rompimento das

embalagens que acondicionam os resíduos, homogeneização das amostras,

coleta e separação dos materiais, instrumento de mensuração (balança tipo

plataforma com capacidade de 300 Kg) e recipientes de coleta (dois toneis de

200 l cada).

PESO ESPECÍFICO APARENTE

Após a determinação do índice per capita são realizados os procedimentos

para o cálculo do peso específico dos resíduos coletados em cada classe de

renda.

O peso específico é obtido relacionando a massa do resíduo (em kg) com a

capacidade volumétrica (em m³) do recipiente. Desta forma é possível

Page 125: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

124

dimensionar adequadamente as ferramentas e equipamentos envolvidos na

coleta, transporte e disposição final de cada tipo de resíduo.

Os procedimentos para o cálculo do peso específico dos resíduos domiciliares,

por classe de renda, na sede do município foram: o rompimento dos sacos e

preenchimento dos tonéis (200l) com os resíduos,até o nível da borda (resíduo

solto, sem compactação); seguido da pesagem do tonel contendo os resíduos.

Isso é feito com todo o resíduo de cada classe e se ao final da pesagem o

resíduo não for suficiente para preencher todo o tonel, é medida a altura do

resíduo no recipiente para cálculo da nova capacidade volumétrica.

A diferença entre o peso do tonel cheio e vazio determinará a massa total do

resíduo coletado em cada classe. Assim, dividindo a massa total (em kg) do

resíduo pela capacidade volumétrica (em m³) do recipiente utilizado, obtêm-se

o peso específico aparente dos resíduos, uma vez que o volume de vazios no

recipiente também é considerado.

Foram utilizados como ferramentas e equipamentos: uma balança tipo

plataforma; dois tonéis com peso, altura, diâmetro e capacidade volumétricas

previamente estabelecidas (FIGURAS 10 e 11).

FIGURA 10 E FIGURA 11 - RECIPIENTES UTILIZADOS PARA DETERMINAÇÃO DO PESO

ESPECIFICO APARENTE Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA

Após a pesagem dos tonéis, para o cálculo do peso específico de cada classe,

os resíduos são derramados sobre uma lona plástica onde são misturados até

formarem uma massa de resíduo homogênea. Dessa massa são coletados,

Page 126: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

125

aleatoriamente com o auxílio de pás, 400l (dois tonéis) de resíduos que formará

a amostra a ser processada e analisada.

O método utilizado para a caracterização física dos diferentes materiais que

compõe a massa dos resíduos domiciliares foi o do Quarteamento. Este

método consiste em misturar uma amostra bruta de 400l até que esta fica

bastante homogênea. Divide-se, então, a amostra em duas partes iguais e

assim subsequentemente, até se obter oito partes iguais. Elimina-se metade da

amostra, aleatoriamente, ate que uma nova amostra de 200l seja formada e

sofra todo o processo novamente, resultando numa amostra de 100l, dividida

em quatro partes iguais.

Após o quarteamento, é feita a triagem dos materiais, que são separados por

tipo, depois fotografados e pesados. Por fim determina-se o percentual de cada

material encontrado na massa do resíduo.

Na sede do município, os resíduos coletados nas residências das classes A e B

não foram suficientes para compor isoladamente uma amostra mínima de 400l

litros de resíduos para serem caracterizados. Levando em consideração a

grande semelhança de hábitos e padrão de comportamento das duas classes,

ficou definido que a caracterização física dos resíduos domiciliares das classes

A e B seriam realizadas em conjunto.

A partir daí todos os parâmetros de pesagens, determinação da massa e peso

específico, processo de quarteamento e composição gravimétrica dos resíduos

domiciliares seguiram os procedimentos mostrados nas FIGURAS 12 à 25:

1. Após pesagem por cada classe, dos tonéis de 200 l com os resíduos

coletados, despejou-se o conteúdo dos dois tonéis na lona totalizando

400l (FIGURA 12);

Page 127: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

126

FIGURA 12 – AMOSTRA DOS RÉSIDOS COLETADOS APÓS PESAGEM TOTAL DE 400l

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

2. Em seguida, iniciou-se o revolvimento da massa de resíduos,

compondo-se, portanto um monte principal (FIGURA 13);

FIGURA 13 – HOMOGENEIZAÇÃO DA AMOSTRA DE 400l

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

1. A pilha foi dividida em duas partes de 200l, conforme FIGURA 14;

FIGURA 14 – QUARTEAMENTO – DOIS MONTES DE 200L CADA

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 128: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

127

2. Cada parte separada foi dividida por dois, gerando quatro novas pilhas de 100l (FIGURA 15);

FIGURA 15 – QUARTEAMENTO – QUATRO MONTES DE 100L CADA

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

3. Novamente, cada parte separada foi dividida por dois, gerando oito novas pilhas de 50l cada (FIGURA 16);

FIGURA 16 – QUARTEAMENTO – OITO MONTES DE 50L CADA

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

4. Procedeu-se o “bota fora” em diagonal de duas partes de cada quarto anterior

(FIGURA 17);

FIGURA 1 – QUARTEAMENTO – “BOTA FORA” EM DIAGONAL

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

5. Restaram quatro oitavos de 50l cada, que foram ajuntados e misturados, formando-se uma nova pilha de 200l, conforme FIGURA 18;

Page 129: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

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FIGURA 18 – QUARTEAMENTO – JUNÇÃO E MISTURA DAS SOBRAS DE RESÍDUOS

PARA FORMAÇÃO DO NOVO MONTE DE 200L E NOVO MONTE DE 200L Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

6. Obteve-se assim, duas novas pilhas de 100 l cada (FIGURA 19);

FIGURA 2 – QUARTEAMENTO – DOIS MONTES DE 100L CADA

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

7. Dividiram-se cada uma delas em duas partes, obtendo-se quatro novas

pilhas de 50l(FIGURA 20);

FIGURA 20 – QUARTEAMENTO – QUATRO MONTES DE 50L CADA

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 130: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

129

8. Subdividiram-se cada uma delas em duas partes equivalentes obtendo

oito oitavos de 25 litros cada (FIGURA 21);

FIGURA 3 – QUARTEAMENTO – OITO MONTES DE 25L CADA

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

9. Procedeu-se o “bota fora” em diagonal de duas partes de cada quarto

anterior (FIGURA 22);

FIGURA 4 – QUARTEAMENTO – “BOTA FORA” EM DIAGONAL

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

10. Restaram quatro pilhas de 25 litros cada, num volume total de 100l que

foi utilizada para a análise gravimétrica (FIGURA 23);

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130

FIGURA 5 – SEGREGAÇÃO DOS COMPONENTES PARA ANÁLISE GRAVIMÉTRICA

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

11. Com esse volume, foram triados e separados em montes os seguintes

materiais: papel/papelão, madeira, trapos, couro, borracha, plástico,

material orgânico, metais, vidro, contaminante biológico, e outros

(FIGURAS 24 e 25);

FIGURA 6 E FIGURA 7 – COMPONENTES DA CLASSE AB E COMPONENTES DA CLASSE

C SEPARADOS Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Page 132: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

131

RESÍDUOS DA FEIRA LIVRE

Para a caracterização dos resíduos gerados na feira livre, foram coletados

diretamente, e de forma aleatória, os resíduos recolhidos pelos agentes

durante a limpeza do local onde ocorre a feira livre (FIGRUAS 26 e 27).

FIGURA 26 E FIGURA 27 – COLETA DA AMOSTRA DOS RESÍDUOS DA FEIRA LIVRE

Fonte: Renova Engenharia Ltda., 2013.

A partir daí todos os parâmetros de pesagens e determinação da massa e peso

específico dos resíduos, assim como, o processo de quarteamento e

composição gravimétrica dos resíduos seguiram os procedimentos já descritos

na caracterização dos resíduos domiciliares.

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

As atividades de caracterização física dos resíduos de serviços de saúde em

Uibaí foram iniciadas com a definição das unidades de saúde a serem

pesquisadas. Em reunião com a secretária de saúde do município foram

levantados pontos sobre a abrangência dos serviços e atendimento à

população, ficando claro que em todos os estabelecimentos de saúde do

município era necessária a realização da pesquisa. Assim, os estabelecimentos

de saúde pesquisados são apresentados na TABELA 5, abaixo:

TABELA 5 – ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE PÚBLICOS EM UIBAÍ

Unidade de saúde Quantidade

Hospital 01

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PSF I 01

PSF II 01

PSF BOCA D'ÁGUA 01

PSF HIDRLÂNDIA 01

Total 05

Fonte: Renova Engenharia Ltda., 2013.

Após definir as unidades de saúde a serem pesquisadas, foram realizadas entrevistas

em cada uma das unidades para caracterizar a área de estudo e verificar: o

grau de conhecimento com relação à geração de resíduos, locais de geração,

formas de segregação e acondicionamento, rotas e frequência de coleta, locais

de armazenamento, destino dos resíduos gerados e percepção de

periculosidade desses materiais.

Logo em seguida foi feita a setorização dos estabelecimentos, tendo como

objetivo mapear todos os estabelecimentos, identificando todos os setores

existentes, os tipos de resíduos gerados, em cada um, bem como o volume e a

frequência de troca dos sacos de cada recipiente.

Após a setorização dos estabelecimentos foi feita a mobilização dos

funcionários responsáveis pela higienização e coleta dos resíduos gerados nas

unidades de saúde. Foram passadas informações sobre o objetivo do trabalho

e de como proceder durante os dias da pesquisa.

As orientações passadas foram:

A pesquisa seria realizada em três dias consecutivos;

A coleta deveria ser realizada durante as 24 horas de funcionamento no

Hospital, dividida em duas etapas, de acordo com a troca de turno das

equipes de limpeza (7h00 e 19h00); e durante o horário de

funcionamento dos PSF (07h00 as 17h00);

Separação dos resíduos em sacos plásticos de cores diferentes. Foram

utilizados sacos brancos transparentes para os resíduos infectantes,

caixas de papelão específicas para resíduo perfurocortante e sacos

pretos para os resíduos comuns.

Page 134: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

133

Orientação ao encarregado da limpeza interna no sentido de coletar os

resíduos de forma segregada;

Identificação dos sacos a cada troca dos recipientes para identificação

do ponto de geração, tipo de resíduo e período da troca;

Terminados os procedimentos para setorização, cadastramento e mobilização

do pessoal da limpeza, realizou-se a pesagem dos resíduos de serviços de

saúde.

O objetivo da pesagem dos resíduos é determinar o peso total e específico de

cada tipo de resíduo por setor do estabelecimento.

O peso total de cada tipo de resíduo de saúde foi determinado por meio de

pesagem direta em uma balança digital tipo gancho, sendo cada tipo de

resíduo pesado separadamente e por setor de identificação (FIGURAS 28 e

29).

FIGURA 28 E FIGURA 29 – SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS INFECTANTES DOS COMUNS

POR SETOR E PESAGEM COM BALANÇA DIGITAL TIPO GANCHO Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Para a determinação do peso específico foi utilizado um recipiente, com

medidas previamente mensuradas para cálculo de capacidade volumétrica,

para a realização dos ensaios de relação da massa dos resíduos e o volume

ocupado (FIGURAS 30 e 31).

Page 135: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

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FIGURA 30 E FIGURA 31 - PESAGEM DOS RESÍDUOS DE SAÙDE

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

As atividades realizadas na pesquisa de caracterização dos resíduos da

construção civil tiveram basicamente três etapas: determinação da amostra,

coleta dos resíduos e caracterização.

Dentro do contexto para o tamanho do município e a quantidade de Resíduos

de Construção Civil - RCC gerados diariamente decidiu-se que o volume da

amostra seria de 400l para cada classe definida pela faixa de renda, por ser

representativo, conforme recomendação da NBR 10007.

A seleção dos pontos de descarte desses resíduos foi realizada por meio de

identificação visual em percursos pela cidade. Além da identificação desses

pontos de descarte pela cidade, realizou-se também o registro da situação

desses locais através de imagens fotográficas, favorecendo assim, uma melhor

visualização e compreensão da situação dos descartes aleatórios no município

(FIGURA 32 e 33).

Page 136: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

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FIGURA 32 E FIGURA 33 – IDENTIFICAÇÃO DE PONTOS DE RCC NO MUNICÍPIO DE

UIBAÍ Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

Assim, após o estudo dos locais de descarte escolheu-se dentre os pontos

mais significativos de cada classe. As amostras foram coletadas manualmente

(FIGURA 34 e 35).

FIGURA 34 E FIGURA 35 – AMOSTRA DO RCC DA CLASSE AB E CLASSE C

Fonte: RENOVA Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013

A análise das amostras coletadas consistiu em determinar a massa unitária no

estado solto, a granulometria e a composição gravimétrica desses resíduos,

com a finalidade de avaliar as suas principais características.

A determinação da massa e do peso específico dos resíduos da construção

civil seguiu os mesmos procedimentos já descritos na caracterização dos

resíduos domiciliares.

Definidos esses parâmetros, iniciou-se os procedimentos de granulometria.

Page 137: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

136

Visando a separação da amostra em diversas frações granulométricasa

amostra final foi peneirada manualmente, em peneiras com malha de 50 mm,

25 mm e 4,8mm de abertura (FIGURAS 36 e 37).

FIGURA 36 E FIGURA 37 – PENEIRAS UTILIZADAS NA GRANOLUMETRIA DOS

MATERIAIS Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

Feita a distribuição granulométrica da massa dos resíduos da construção civil,

ou seja, a separação dos materiais por tamanho, procedeu-se a separação dos

tipos de materiais, por característica de composição, retidos em cada uma das

peneiras (FIGURA 38).

FIGRAS 38 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS MATERIAIS

Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.

Após a gravimetria e granulometria foi feita a pesagem dos materiais

separadamente por tamanho e por tipo (FIGURAS 39 e 40).

Page 138: Plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Uibaí bahia

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FIGRAS 39 E 40 – PESAGEM DOS TIPOS DE MATERIAIS Fonte: Renova Engenharia e Meio Ambiente Ltda., 2013.