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1 PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO PIAUÍ 2015 2024 DOCUMENTO-BASE Versão Preliminar

Plano estadual-de-educacao-do piaui versao-preliminar-20abr2015

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PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO PIAUÍ

2015 – 2024

DOCUMENTO-BASE

Versão Preliminar

Page 2: Plano estadual-de-educacao-do piaui versao-preliminar-20abr2015

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PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO PIAUÍ

2015 – 2024

DOCUMENTO-BASE

Versão Preliminar

Page 3: Plano estadual-de-educacao-do piaui versao-preliminar-20abr2015

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Entidades do Fórum Estadual de Educação

Associação de Pais de Alunos do Piauí – APA/PI

Associação Piauiense de Municípios – APPM

Campanha Nacional pelo Direito a Educação

Central Única dos Trabalhadores – CUT/PI

Comissão de Acompanhamento do Plano Decenal de Educação de Teresina - CAAPDET

Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB-PI

Conselho Estadual de Educação do Piauí – CEE

Fórum Estadual da Educação de Jovens e Adultos

Fórum Estadual de Educação do Campo

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas e Gestão da Educação – NUPPEGE/UFPI

Secretaria de Estado de Educação – SEDUC

Secretaria Municipal de Educação de Teresina – SEMEC

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI

Serviço Social da Indústria – SESI

Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte –SEST/SENAT

Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí – SINEPI

Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí – SINTE/PI

União dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME/PI

União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação – UNCME/PI

Universidade Estadual do Piauí – UESPI

Universidade Federal do Piauí – UFPI

Representantes das Entidades no Fórum Estadual de Educação (situação em dezembro de 2014)

Adalvani Santos Ibiapino de Alencar 20ª GRE/SEDUC

Ana Célia de Sousa Santos UESPI

Ana Maria Bezerra do Nascimento UESPI

Antonia Alves de Sousa Araujo UNDIME

Antonia Firmina de Oliveira Neta APA-PI

Antonia Iraneide Costa SENAI

Antonia Ribeiro Cardoso CUT

Page 4: Plano estadual-de-educacao-do piaui versao-preliminar-20abr2015

4

Antônio Aurélio C. Silva APA-PI

Antonio Ferreira de Sousa UFPI

Callas Kátia Carvalho de Brito APPM

Cleidimar Tavare Mendes Brito UNDIME

Cyntia Raquel da.Costa Falcão UPLAN/SEDUC

Dante Gomes Galvão Fórum Piauiense de Educação do Campo

Deusanira Vieira Dantas APPM

Epifânia Rodrigues dos Santos CAAPDET/Teresina

Francisca Eudeilane da S. Pereira SEMEC/Teresina

Francisca Gilmária Martins de Carvalho Melo UGP/SEDUC

Francisca Lopes da Silva SENAC

Francisco das Chagas Alves Rodrigues Fórum de EJA

Francisco Newton Sousa UFPI

Hérida Jayne Fernandes de Carvalho Tavares UETEP/SEDUC

Ivanilde Oliveira de Castro UPLAN/SEDUC

Iveline Prado SINEP

Jefferson de Sales Oliveira SEMEC/Teresina

João Correia da Silva SINTE

José Nilton de Sousa Filho UNDIME

José Ribamar Tôrres Rodrigues SEDUC

Judith Alves de Sousa UEJA/SEDUC

Lidenora de A. Cunha UESPI

Lucine Rodrigues Vasconcelos SINTE

Lucineide Maria dos Santos Soares UESPI/CAMPANHA

Luis Carlos Sales NUPPEGE/ANPAE

Magna Jovita Gomes de Sales e Silva NUPPEGE/CEDES

Márcia Raika e Silva Lima GEE/SEDUC

Márcia Ribeiro Fernandes SESI

Maria Antonia da Silva Costa UNCME

Maria da Conceição de Resende Castro GEF/SEDUC

Maria da Cruz Rufino Leal UETEP/SEDUC

Maria das Dores Pereira de Sousa GEE/SEDUC

Maria Dilma Andrade Vieira SEST/SENAT

Maria Goretti de Castro SESI

Maria Graciete P. Barbosa GEM/SEDUC

Maria Karoline da Silva Santos SENAC

Maria Margareth Santos CEE

Maria Noraneide R.do Nascimento UGIE/SEDUC

Maria Teresa Freire SASC

Page 5: Plano estadual-de-educacao-do piaui versao-preliminar-20abr2015

5

Marta Lúcia de Mendonça Freitas UNEA/SEDUC

Martha Lima Chaves SENAI

Miriã Medeiros Silva Fórum Piauiense de Educação do Campo

Odeni de Jesus da Silva SINTE/PI

Raimunda Núbia Lopes da Silva CUT

Rosana Evangelista da Cruz CAMPANHA

Rosimar Soares Costa UEJA/SEDUC

Samara Mendes Araújo Silva SUPES/SEDUC

Sâmia Suyane Cunha Coelho PRONERA/INCRA

Thais Maria de Araujo Pessoa Fórum de EJA

Coordenação do Fórum Estadual de Educação

José Ribamar Tôrres Rodrigues – SEDUC

Comissão de Sistematização para a Elaboração do PEE –PI

Antônia Iraneide Costa – SENAI

Cyntia Raquel da Costa Falcão – SEDUC

Francisca Lopes da Silva – SENAC

Ivanilde Oliveira de Castro – SEDUC

Lucine Rodrigues Vasconcelos – SINTE/PI

Magna Jovita Gomes de Sales e Silva – NUPPEGE/UFPI/CEDES

Márcia Ribeiro Silva Fernandes – SESI

Maria da Conceição de Resende Castro – SEDUC

Maria das Dores Pereira de Sousa – SEDUC

Maria Goretti de Castro – SESI

Martha Lima Chaves – SENAI

Míriã Medeiros Silva – Fórum Piauiense de Educação do Campo – FOPEC

Rosana Evangelista da Cruz – Campanha Nacional pelo Direito a Educação

Comissão de Mobilização

Antonia Firmina de Oliveira Neta – APA-PI

Judith Alves de Sousa – UNAE/SEDUC

Maria Antonia da Silva Costa – UNCME

Maria Conceição de Resende Castro – UNEA/SEDUC

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EQUIPE TÉCNICA PARA A ELABORAÇÃO DO PEE –PI

Educação Infantil e Ensino Fundamental

Alcina Maria Medeiros Lago Sotero-UNEA/SEDUC

Cyntia Raquel da Costa Falcão-UPLAN/SEDUC

Lia Raquel Lima de Sousa-UNEA/SEDUC

Maria Antônia da Silva Costa-UNCME

Márcia Ribeiro Silva Fernandes-SESI/PI

Marlene Lopes de Assunção Moraes-UNEA/SEDUC

Ensino Médio

Amenália Macedo Silva Rosado-UNEA/SEDUC

Maria do Perpetuo Socorro Santana Cabral-UNEA/SEDUC

Maria Domingas Marques Soares-UNEA/SEDUC

Maria Graciete P. Barbosa-UNEA/SEDUC

Moacir Moreira da Cruz-UNEA/SEDUC

Rosa Maria Chaves da Silva-UNEA/SEDUC

Educação Profissional

Adriana Moureno-UETEP/SEDUC

Antônia Iraneide Costa-SENAI

Francisca Lopes da Silva-SENAC

Hérida Jayne Fernandes de Carvalho Tavares-UETEP/SEDUC

Maria da Cruz Rufino Leal-UETEP/SEDUC

Maria Goretti de Castro-SESI/PI

Martha Lima Chaves-SENAI

Renato Sampaio-UETEP/SEDUC

Educação Superior

Ana Célia de Sousa Santos-UESPI

Carlos Alberto Pereira da Silva-SUPEN/SEDUC

Lucineide Maria dos Santos Soares-UESPI

Educação de Jovens e Adultos

Conceição Maria Marreiros Nunes-UEJA/SEDUC

Geane Alves-UEJA/SEDUC

Page 7: Plano estadual-de-educacao-do piaui versao-preliminar-20abr2015

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Judith Alves de Sousa-UEJA/SEDUC

Maria Eloiza da Silva Monteiro-UEJA/SEDUC

Marinalva Veras Medeiros-UEJA/SEDUC

Rita Pires Veloso-UEJA/SEDUC

Rosângela Ramos-UEJA/SEDUC

Rosimar Soares Costa-UEJA/SEDUC

Educação, Inclusão e Diversidade

Amélia Maria Cortez Veloso-UNEA/SEDUC

Claudio Rodrigues de Melo-UNEA/SEDUC

Dante Gomes Galvão-UNEA/SEDUC

Luzinara Spíndola M. Gomes-UNEA/SEDUC

Márcia Raika e Silva Lima-SEDUC

Maria das Dores Pereira de Sousa-UNEA/SEDUC

Maria Gorete Resende Soares-UNEA/SEDUC

Maria Luiza de Cantalice-UNEA/SEDUC

Míriã Medeiros Silva- SEDUC/Fórum Piauiense de Educação do Campo – FOPEC

Petronília Teixeira-UNEA/SEDUC

Valorização dos Profissionais da Educação

Francisca Jacqueline Penha Santos-UGP/SEDUC

João Correia da Silva-SINTE/PI

Magna Jovita Gomes de Sales e Silva-CEDES/NUPPEGE

Maria Osmarina Moura-NUPPEGE/UFPI

Mônica Núbia Albuquerque-UGP/SEDUC

Silvânia Uchôa de Castro-NUPPEGE/UFPI

Gestão e Financiamento

Edivane Sousa da Silva-UGIE/SEDUC

Joana Batista-UGIE/SEDUC

Lucélia Narjera-UGIE/SEDUC

Lucine Rodrigues Vasconcelos-SINTE/PI

Marta Bernadeth Soares-SEFAZ

Melquíades Amorim-UGIE/SEDUC

Rosana Evangelista da Cruz-Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Rosimar da Rocha Cavalcante Araújo-UGIE/SEDUC

Page 8: Plano estadual-de-educacao-do piaui versao-preliminar-20abr2015

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Avaliação e Monitoramento

Edilene Evangelista de Sousa-UPLAN/SEDUC

Francisco Jefferson Pacheco Fontenele-UPLAN/SEDUC

Gilson Alves Morais-UPLAN/SEDUC

Ivanilde Oliveira de Castro-UPLAN/SEDUC

Luisi Christiano Soares de Alencar Mota-UPLAN/SEDUC

Márcio Sérgio Olímpio de Melo-UPLAN/SEDUC

Maria Conceição de Resende Castro-UNEA/SEDUC

Rogério Oliveira de Carvalho-UPLAN/SEDUC

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SUMÁRIO

Apresentação .................................................................................................................10

1. Projeto de Lei do Plano Estadual de Educação do Piauí .....................................12

2. Breve Caracterização do Estado do Piauí ..............................................................16

3. Diagnóstico da Educação no Estado do Piauí.......................................................22

3.1 Educação Infantil....................................................................................................22

3.2 Ensino Fundamental ..............................................................................................26

3.3 Ensino Médio..........................................................................................................29

3.4 Educação de Jovens e Adultos .............................................................................43

3.5 Inclusão e Diversidade...........................................................................................54

3.6 Educação Profissional ...........................................................................................78

3.7 Ensino Superior......................................................................................................87

3.8 Valorização do Magistério....................................................................................106

3.9 Gestão e Financiamento ......................................................................................116

4. Metas e Estratégias do Plano Estadual de Educação do Piauí .........................138

Meta 1 – Educação Infantil ........................................................................................138

Meta 2 – Ensino Fundamental ...................................................................................140

Meta 3 – Ensino Médio ..............................................................................................141

Meta 4 – Educação Especial .....................................................................................146

Meta 5 – Ensino Fundamental ...................................................................................152

Meta 6 – Educação de Tempo Integral .....................................................................153

Meta 7 – Avaliação e IDEB ........................................................................................155

Meta 8 – Educação de Jovens e Adultos ..................................................................158

Meta 9 – Educação de Jovens e Adultos ..................................................................159

Meta 10 – Educação de Jovens e Adultos ................................................................160

Meta 11 – Educação Profissional ..............................................................................162

Meta 12 – Ensino Superior ........................................................................................163

Meta 13 – Ensino Superior ........................................................................................165

Meta 14 – Ensino Superior ........................................................................................167

Meta 15 – Profissionais da Educação .......................................................................168

Meta 16 – Profissionais da Educação .......................................................................169

Meta 17 – Profissionais da Educação .......................................................................170

Meta 18 – Profissionais da Educação .......................................................................170

Meta 19 – Gestão da Educação ................................................................................171

Meta 20 – Financiamento da Educação ....................................................................173

5. Avaliação e Monitoramento....................................................................................178

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APRESENTAÇÃO

O Fórum Estadual de Educação – FEE, espaço de interlocução entre a sociedade civil e o Estado, é uma reivindicação histórica da comunidade educacional e fruto de deliberação da Conferência Nacional de Educação-CONAE-2010 (Etapas Piauí). A atribuição precípua do FEE é propor, monitorar e avaliar a execução de políticas públicas de educação no Estado.

Dentre as atribuições do Fórum, está a elaboração do Plano Estadual de Educação-PEE, definindo Diretrizes, Metas e Estratégias para a educação do Estado para a próxima década. O referido Plano Estadual, alinhado às metas do Plano Nacional de Educação-PNE (Lei nº 13.005/2014, de 25 de junho de 2014), será referência para os Planos Municipais de Educação do Piauí.

A construção do Plano Estadual de Educação teve início no ano de 2013 por meio da

constituição de uma comissão, com representantes do Fórum e técnicos da Secretaria

de Educação e Cultura do Estado do Piauí-SEDUC/PI, que se responsabilizou por

traçar um diagnóstico educacional do estado e apresentar uma minuta do documento

para discussão junto ao Pleno do Fórum.

Devido à transição governamental no estado, este processo sofreu um

redimensionamento no ano de 2014, com a reconstituição da Comissão de

Sistematização para elaboração do Plano, que definiu, para a continuidade do

trabalho, a necessidade de atualização e complementação do documento elaborado.

Para isso, o trabalho foi organizado por Eixos Temáticos em torno dos quais foram

criadas equipes técnicas com membros do FEE e técnicos da SEDUC/PI, com a

atribuição de atualizar o diagnóstico e as Metas e Estratégias a partir do documento

anterior, considerando o documento final da CONAE 2014, e tendo como referência o

Plano Nacional de Educação-PNE.

As referidas equipes de Eixos Temáticos compreenderam os seguintes aspectos do Plano Estadual, no que diz respeito ao diagnóstico e à elaboração de metas e estratégias: I. Caracterização do Estado do Piauí; II. Educação Infantil; III. Ensino Fundamental; IV. Ensino Médio; V. Educação de Jovens e Adultos; VI. Educação Profissional; VII. Inclusão e Diversidade; VIII. Educação Superior; IX. Valorização do

Magistério; X. Gestão e Financiamento e XI Avaliação e Monitoramento.

Após cada etapa de trabalho das equipes técnicas, foram realizadas plenárias abertas,

no total de dez, nas quais as produções foram apresentadas e os participantes e

convidados puderam colaborar com o aprimoramento do diagnóstico e das metas e

estratégias, processo de contribuiu para o caráter de produção coletiva, aspecto

fundamental para um documento de tão grande interesse social, como é o PEE.

A fim de ampliar a participação no processo de elaboração do Plano, serão realizadas

dezoito conferências intermunicipais e uma estadual, nas quais diversos segmentos da

sociedade civil e educacional colaborarão com a produção final do Plano Estadual de

Educação, dando a esse a legitimidade necessária a um Plano de Estado, que deve

referenciar as políticas educacionais nos dez anos seguintes à sua publicação em todo

o Sistema de Ensino do Piauí.

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Assim, o Fórum Estadual de Educação-FEE traz à sociedade piauiense o Plano Estadual de Educação-PEE na certeza de seu valor e de sua contribuição para a gestão democrática e responsável da educação ofertada aos piauienses e do seu potencial de impacto na melhoria da qualidade social desta educação.

Fórum Estadual de Educação

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1. PROJETO DE LEI DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO PIAUÍ

01 Art. 1o É aprovado o Plano Estadual de Educação - PEE, com vigência por 10 (dez) anos, a contar da publicação desta Lei, na forma do Anexo I (Diagnóstico) e do Anexo II (Metas e Estratégias), com vistas ao cumprimento do disposto no art. 214 da Constituição Federal e do Art. 226 da Constituição do Estado do Piauí.

02 Art. 2o São diretrizes do PEE, em conformidade com o PNE: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV - melhoria da qualidade da educação; V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII - estabelecimento de compromisso do Estado com o alcance da meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - valorização dos (as) profissionais da educação; X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.

03 Art. 3o As metas previstas no Anexo II desta Lei serão cumpridas no prazo de vigência deste PEE, desde que não haja prazo inferior definido para metas e estratégias específicas.

04 Art. 4o As metas previstas no Anexo II desta Lei deverão ter como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, o censo demográfico e os censos nacionais da educação básica e superior mais atualizados, disponíveis na data da publicação desta Lei. Parágrafo único. O poder público buscará ampliar o escopo das pesquisas com fins estatísticos de forma a incluir informação detalhada sobre o perfil das populações de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência.

05 Art. 5o A execução do PEE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas, realizados pelas seguintes instâncias: I – Secretaria de Estado de Educação e Cultura; II - Comissão de Educação da Assembléia Legislativa do Piauí; III - Conselho Estadual de Educação - CEE; IV - Fórum Estadual de Educação. § 1o Compete, ainda, às instâncias referidas no caput: I - divulgar os resultados do monitoramento e das avaliações nos respectivos sítios institucionais da internet; II - analisar e propor políticas públicas para assegurar a implementação das estratégias e o cumprimento das metas; III - analisar e propor a revisão do percentual de investimento público em educação. § 2o A cada 2 (dois) anos, ao longo do período de vigência deste PEE, a Secretaria Estadual de Educação publicará em seu site os resultados dos estudos realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP para aferir a evolução do Piauí no cumprimento das metas estabelecidas no PNE, tendo como referência os

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estudos e as pesquisas de que trata o art. 4o, sem prejuízo de outras fontes e informações relevantes. Tais informações serão complementadas com estudos locais sobre o alcance das metas definidas neste Plano Estadual de Educação. § 3o A meta progressiva de ampliação do investimento público em educação será avaliada no quarto ano de vigência do PEE e poderá ser ampliada por meio de lei para atender às necessidades financeiras do cumprimento das demais metas. § 4o O investimento público em educação a que se referem o inciso VI do art. 214 da Constituição Federal e a meta 20 do Anexo desta Lei engloba exclusivamente os recursos públicos aplicados na forma do art. 212 da Constituição Federal, do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do artigo 223 da Constituição Estadual do Piauí investidos na oferta pública direta e o percentual definido neste Plano a partir do quinto ano de vigência, nos termos da meta 20. § 5o Será destinada à manutenção e ao desenvolvimento do ensino público, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 223 da Constituição Estadual, além de outros recursos previstos em lei, a parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e de gás natural, na forma de lei específica, com a finalidade de assegurar o cumprimento da meta prevista no inciso VI do art. 214 da Constituição Federal.

06 Art. 6o O Estado promoverá a realização de pelo menos 2 (duas) conferências estaduais de educação até o final do decênio, precedidas de conferências municipais e intermunicipais, articuladas e coordenadas pelo Fórum Estadual de Educação, instituído nesta Lei, a ser regulamentado, no âmbito da Secretaria de Estado de Educação e Cultura. § 1o O Fórum Estadual de Educação, além da atribuição referida no caput: I - acompanhará a execução do PEE e o cumprimento de suas metas; II - promoverá a articulação das conferências estaduais de educação com as conferências municipais e intermunicipais que as precederem. § 2o As conferências estaduais de educação realizar-se-ão com intervalo de até 4 (quatro) anos entre elas, com o objetivo de avaliar a execução deste PEE e subsidiar a elaboração do plano estadual de educação para o decênio subsequente, sendo realizada uma Conferência ao final deste Plano Estadual para a avaliação pública do desenvolvimento da educação no decênio.

07 Art. 7o A União, o Estado e os Municípios atuarão em regime de colaboração, visando ao alcance das metas e à implementação das estratégias objeto deste Plano. § 1o Caberá aos gestores estaduais e municipais a adoção das medidas governamentais necessárias ao alcance das metas previstas neste PEE. § 2o As estratégias definidas no Anexo II desta Lei não elidem a adoção de medidas adicionais em âmbito local ou de instrumentos jurídicos que formalizem a cooperação entre os entes federados, podendo ser complementadas por mecanismos nacionais, estaduais, intermunicipais e locais de coordenação e colaboração recíproca. § 3o Os sistemas de ensino dos Municípios criarão mecanismos para o acompanhamento local da consecução das metas deste PEE e dos planos previstos no art. 8o. § 4o Haverá regime de colaboração específico para a implementação de modalidades de educação escolar que necessitem considerar territórios étnico-educacionais e a utilização de estratégias que levem em conta as identidades e especificidades socioculturais e linguísticas de cada comunidade envolvida, assegurada a consulta prévia e informada a essa comunidade. § 5o Será criada uma instância permanente de negociação e cooperação entre

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o Estado e seus Municípios. § 6o O fortalecimento do regime de colaboração entre o Estado e Municípios incluirá a instituição de instâncias permanentes de negociação, cooperação e pactuação. § 7o O fortalecimento do regime de colaboração entre os Municípios dar-se-á, inclusive, mediante a adoção de arranjos de desenvolvimento da educação.

08 Art. 8o Os Municípios deverão elaborar seus correspondentes planos de educação, em consonância com as diretrizes, metas e estratégias previstas neste PEE, no prazo estabelecido no artigo 8° da Lei n° 13.005/2014, Plano Nacional de Educação - PNE. § 1°Os Planos Municipais já elaborados deverão se adequar ao Plano Estadual de Educação no prazo máximo de um ano da aprovação desta Lei. § 2o Os referidos Planos estabelecerão estratégias que: I - assegurem a articulação das políticas educacionais com as demais políticas sociais, particularmente as culturais; II - considerem as necessidades específicas das populações do campo e das comunidades indígenas e quilombolas, asseguradas a equidade educacional e a diversidade cultural; III - garantam o atendimento das necessidades específicas na educação especial, assegurado o sistema educacional inclusivo em todos os níveis, etapas e modalidades; IV - promovam a articulação interfederativa na implementação das políticas educacionais. § 3o Os processos de elaboração e adequação dos planos de educação dos Municípios, de que trata o caput deste artigo, serão realizados com ampla participação de representantes da comunidade educacional e da sociedade civil.

09 Art. 9o O Estado do Piauí e seus Municípios deverão aprovar leis específicas para os seus sistemas de ensino, disciplinando a gestão democrática da educação pública nos respectivos âmbitos de atuação, no prazo de 1 (um) ano contado da publicação desta Lei, adequando, quando for o caso, a legislação local já adotada com essa finalidade.

10 Art. 10. O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais do Estado e dos Municípios serão formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PEE e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução.

11 Art. 11. O Estado do Piauí e seus municípios contribuirão com Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, coordenado pela União, atividade que não elide a obrigação de estabelecer fonte própria de informação sistemática para a avaliação da qualidade da educação básica e para a orientação das políticas públicas desse nível de ensino, contemplando: I - indicadores de rendimento escolar referentes ao desempenho dos (as) estudantes e aos dados pertinentes apurados pelo censo escolar da educação básica; II - indicadores de avaliação institucional, relativos a características como o perfil do alunado e do corpo dos (as) profissionais da educação, as relações entre dimensão do corpo docente, do corpo técnico e do corpo discente, a infraestrutura das escolas, os recursos pedagógicos disponíveis e os processos da gestão, entre outras relevantes.

12 Art. 12. Até o final do primeiro semestre do nono ano de vigência deste PEE, o Poder Executivo encaminhará à Assembleia Legislativa, sem prejuízo das prerrogativas deste Poder, o projeto de lei referente ao Plano Estadual de Educação a vigorar no período subsequente, que incluirá diagnóstico,

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diretrizes, metas e estratégias para o próximo decênio.

13 Art. 13. O poder público estadual e municipal deverá participar ativamente do processo de discussão da lei específica que tratará da instituição do Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação, buscando estabelecer legislação própria que contribua para o estabelecimento da cooperação entre Estado e seus municípios.

14 Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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2. BREVE CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ

01 O Estado do Piauí, localizado na Região Nordeste do Brasil, possui uma área total de 251.611,932 km², representando 2,95% do território brasileiro, e apresenta uma população estimada de 3.194.718 habitantes (IBGE projeção para 2014), o que constitui 1,57% do total da população brasileira, distribuída em 224 municípios, com uma densidade demográfica de 12,40 habitantes por km². A maioria da população piauiense é residente de áreas urbanas: 65,8%; a população rural é de 34,2%. Dos 224 municípios, 164 possuem menos de 10.000 habitantes, ou seja, 73,21%, 3 possuem entre 50.001 e 100.000 habitantes (Picos, Piripiri e Floriano), 1 mais de 100.000 (Parnaíba) e 1 mais de 500.000 (Teresina com 814.230 hab.) - (IBGE/Censo Demográfico 2010).

02 Observando a população por faixa etária, apresentada pela Pesquisa por Amostra de Domicílios – PNAD 2013 constatou-se que houve uma redução em alguns grupos etários, especialmente nos grupos a partir dos 15 anos de idade até os 39 anos, se comparados os anos de 2012 e 2013, conforme tabela nº 01.

Tabela 01 - PIAUÍ – População residente por grupo de idade, 2012 – 2013 (1.000 pessoas)

ANO TOTAL

GRUPOS DE IDADE

0 a 4

anos

5 a 9

anos

10 a 14

anos

15 a 19

Anos

20 a 24

anos

25 a 39

anos

40 a 59

anos

60 anos

ou mais

2012 3 175 247 260 282 318 269 734 675 389

2013 3.187 246 278 291 312 244 724 708 385 IBGE/PNAD 2013

03 Para fins de Planejamento Governamental, o estado do Piauí, por meio da Lei Complementar nº 87 de 22/08/2007, foi regionalizado em 28 Aglomerados e 11 Territórios de Desenvolvimento, em 4 Macrorregiões. A regionalização para o desenvolvimento fundamenta-se em características ambientais; vocações produtivas e dinamismo das regiões; relações sócio-econômicas e culturais estabelecidas entre as cidades; regionalização político-administrativa e malha viária existente. Os Territórios de Desenvolvimento Sustentável constituem as unidades de planejamento da ação governamental, visando a promoção do desenvolvimento sustentável do Estado, a redução de desigualdades e a melhoria da qualidade de vida da população piauiense, através da democratização dos programas e ações e da regionalização do orçamento.

04 No que se refere aos indicadores socioeconômicos, observa-se que em 10

anos o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH do estado do Piauí evoluiu

de 0,566 para 0,646 ficando um pouco abaixo da média do Brasil que foi de

0,699 em 2010, conforme tabela nº 02.

Tabela 02 – Índice de Desenvolvimento Humano-IDH, Piauí, 1991/2010

ANO IDH

1991 0,566

2000 0,656

2010 0,646 Fonte: PNUD/Fundação João Pinheiro

05 A evolução do IDH no período citado possibilitou a mudança da classificação do Estado passando de índice “muito baixo” para o Índice de Desenvolvimento

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Humano Médio (IDHM). De 1991 a 2010, o IDHM da UF passou de 0,362, em 1991, para 0,646, em 2010, enquanto o IDHM do Brasil passou de 0,493 para 0,727, respectivamente. Isso implica em uma taxa de crescimento de 78,45% para o Estado e 47% para o país; e em uma taxa de redução do hiato de desenvolvimento humano de 55,49% para o Piauí e 53,85% para o Brasil.

06 Considerando que IDHM é uma medida composta de indicadores de três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda, no Piauí, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos, no mesmo período, foi Educação (com crescimento de 0,383), seguida por Longevidade e por Renda. No Brasil, por sua vez, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,358), seguida por Longevidade e por Renda.

Tabela 03 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus Componentes, Piauí, 1991/2010

IDHM e componentes 1991 2000 2010

IDHM Educação 0,164 0,301 0,547

% de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo 18,3 25,05 41,81

% de 5 a 6 anos frequentando a escola 36,51 74,58 95,24

% de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental 13,33 30,95 80,08

% de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo 7,11 17,06 45,23

% de 18 a 20 anos com ensino médio completo 4,97 9,12 29,44

IDHM Longevidade 0,595 0,676 0,777

Esperança de vida ao nascer (em anos) 60,71 65,55 71,62

IDHM Renda 0,488 0,556 0,635

Renda per capita (em R$) 167,03 254,78 416,93

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

07 Quanto ao Produto Interno Bruto, o Piauí apresenta o menor PIB do Nordeste, embora tenha apresentado um crescimento considerável, passando de R$ 22.060 bilhões em 2010 para R$ 24.607 bilhões em 2011, e o menor PIB per capita do país, apesar de também ter crescido, saindo de R$ 7.022,00 em 2010 para R$ 7.835,00 em 2011, conforme dados divulgados pelo IBGE/Cepro 2013. Apesar destas posições, há que se considerar que neste ano a taxa de crescimento do PIB estadual foi de 6,1% enquanto que o Brasil cresceu apenas 2,7% e do PIB per capta foi de 10,7%; no Brasil esse crescimento foi de 7,5%.

08 De acordo com dados do PNUD a renda per capita média do Piauí cresceu 149,61% nas últimas duas décadas, passando de R$ 167,03, em 1991, para R$ 254,78, em 2000, e para R$ 416,93, em 2010. Isso equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 4,93%. A taxa média anual de crescimento foi de 4,80%, entre 1991 e 2000, e 5,05%, entre 2000 e 2010. A proporção de pessoas pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de 73,22%, em 1991, para 57,28%, em 2000, e para 34,11%, em 2010.

09 A evolução da desigualdade de renda nesses dois períodos pode ser descrita através do Índice de Gini, usado para medir o grau de concentração de renda, ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.

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No Piauí o índice passou de 0,64, em 1991, para 0,65, em 2000, e para 0,61, em 2010, conforme tabela 03.

Tabela 04 – Renda, Pobreza e Desigualdade, Piauí, 1991/2010

1991 2000 2010

Renda per capita (em R$) 167,03 254,78 416,93

% de extremamente pobres 47,84 32,51 18,77

% de pobres 73,22 57,28 34,11

Índice de Gini 0,64 0,65 0,61

Fonte: PNUD, Ipea e FJP

10 O IBGE divulgou uma tabela com os valores dos rendimentos domiciliares per capita 2014 para o Brasil e as Unidades da Federação (Estados e Distrito Federal), investigados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). A PNAD Contínua é uma pesquisa domiciliar que, a cada trimestre, levanta informações socioeconômicas. Os dados apresentaram um Rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente do Piauí 2014 de R$ 659,00, colocando o Estado na vigésima terceira posição em relação aos outros Estados da Federação.

11 Outros importantes indicadores a serem considerados são a Esperança de Vida ao Nascer e a taxa de Mortalidade Infantil. Quanto a Esperança de Vida, o Piauí apresentou uma evolução entre os anos de 2009 a 2013 passando de 69,7 para 70,5, apontando para a necessidade do estabelecimento de políticas para a população na faixa etária a partir dos 60 anos de idade. Quanto à taxa de Mortalidade Infantil, o estado também progrediu mas ainda encontra-se em uma situação bastante desfavorável. Saiu de 26,20 em 2009 para 21,1 em 2013, situando-se na 4ª posição entre as unidades da federação. (IBGE/SIS 2014)

12 Analisando os dados referentes à população residente economicamente ativa podemos perceber que o Piauí encontra-se em situação melhor que a Região Nordeste e que o país, uma vez que a taxa de atividade do Piauí em 2011 foi de 68,40%, a da Região Nordeste foi de 60,35% e a do Brasil foi de 63,04%, entretanto, possuir mais de 30% de População Economicamente Inativa é um dado muito preocupante e que merece ser considerado. A tabela nº 04 nos apresenta os dados relacionados a esse indicador.

Tabela 05 - População residente, em idade ativa, economicamente ativas, ocupada e taxa de atividade no período de referência de 365 dias Piauí, Nordeste e Brasil , 2011

(mil pessoas) DISCRIMINAÇÃO PIAUÍ NORDESTE BRASIL

População Total 3.177 54.226 195.243

População em Idade Ativa 2.640 45.475 166.987

População Economicamente Ativa 1.806 27.448 105.277

População Ocupada 1.575 23.726 93.493

Taxa de Atividade 68,40 60,35 63,04 Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD – 2011; FUNDAÇÃO CEPRO Nota¹: População em idade ativa, população economicamente ativa, população ocupada (10 anos ou mais de idade) Nota²: Taxa de Atividade – Percentagem de pessoas economicamente ativas em relação ao total de pessoas em idade ativa

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13 No que diz respeito aos aspectos educacionais, o sistema estadual de ensino do Piauí abrange as quatro dependências administrativas: estadual, federal, municipal e privada, e, no ano de 2013, atendeu em todas as etapas e modalidades de ensino da educação básica 928.064 matrículas. No gráfico 01, verificaremos que a taxa de atendimento de matrículas na educação básica teve uma queda acentuada, atingindo o percentual de 26,92% de redução, considerando uma série histórica de 10 anos.

Gráfico 01 – Evolução do atendimento de Matrículas na Educação Básica no Estado do Piauí, 2004-2013

Fonte: INEP/MEC.

14 No que diz respeito às etapas e modalidades de ensino, o Estado do Piauí apresenta uma predominância de matrículas no ensino fundamental com 56,52%. No tocante às dependências administrativas, a rede municipal se destaca com o percentual de 61,43% do total de matrículas atendidas na Educação Básica. Os gráficos 02 e 03 retratam esses dados.

Gráfico 02 – Número de Matrículas por Etapa e Modalidade de Ensino, 2013

Fonte: INEP/MEC.

Gráfico 03 – Número de Matrículas por Dependência Administrativa, 2013

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Fonte: INEP/MEC.

15 Quanto aos estabelecimentos de ensino na Educação Básica, o Piauí apresenta um total de 6.003 escolas, distribuídas nas quatro dependências administrativas, ocorrendo uma predominância do número de estabelecimentos na rede municipal com 79,36%, conforme podemos constatar no gráfico 04.

Gráfico 04 – Número de Estabelecimentos de Ensino por Dependência Administrativa, Estado do Piauí, 2013

Fonte: INEP/MEC – SEDUC (2013).

16 Conforme já demonstrado no gráfico 01, o Estado do Piauí, no período de

2004 a 2013, teve uma redução de matrículas na educação básica. Entretanto, na etapa do ensino infantil, verifica-se o contrário. Na última década, o atendimento de matrículas em creche teve uma expansão de 37,39%, assim como em relação ao número de estabelecimentos de ensino que foi ampliado em 23,36%, dados observados nos gráficos 05 e 06.

Gráfico 05 – Evolução do número de Matrículas na Educação Infantil – Creche, Piauí, 2007 - 2014

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Fonte: INEP/MEC.

Gráfico 06 – Evolução do número de Estabelecimentos de Educação Infantil – Creche, Piauí, 2007 - 2014

Fonte: INEP/MEC (2013).

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3. DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DAS ETAPAS E MODALIDADES DE ENSINO NO ESTADO DO PIAUÍ

3.1 EDUCAÇÃO INFANTIL

17 A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade (Lei nº 9.394/96, art. 29). Nas instituições de Educação Infantil, ela desenvolve-se pelas relações e práticas educativas e pelas interações estabelecidas com adultos e crianças de diferentes idades, essas práticas e interações fundamentam-se na indissociabilidade entre o cuidar, do educar e na valorização do brincar como meio de expressão e de crescimento da criança. Esse nível da educação é ofertado na creche para crianças de 0 a 3 anos de idade e pré-escola para crianças de 4 a 5 anos de idade.

18 Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais, creches e pré-escolas constituem-se, portanto, em estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de zero a cinco anos de idade por meio de profissionais com a formação específica, legalmente determinada. Superam-se, assim, as funções de caráter de cunho unicamente de assistência social.

19 Ao estado compete formular políticas, implementar programas e viabilizar recursos que garantam à criança desenvolvimento integral e vida plena, de forma complementar à ação da família. A educação das crianças de 0 a 5 anos deve ser assumida como um direito que respeite e assegure a sua constituição enquanto sujeito pleno, à medida que é dever do Estado garantir a primeira Etapa da Educação Básica, conforme disposição da LDB, lei nº 9394/96, que evidenciou sua importância. cabe às Redes e aos Sistemas Municipais a maior parcela de responsabilidade por esse atendimento. A Constituição da República determina que “A educação é direito de todos e dever do Estado”. A emenda constitucional n.º 14/96 alterou dispositivos relativos à educação e estabeleceu que a educação infantil fosse atribuição prioritária dos municípios, fato consolidado na conjuntura do estado do Piauí a partir do ano de 2013, em que a Educação Infantil teve sua oferta exclusiva somente no âmbito da educação do ente municipal, salvo o caso do município de Caracol, em que há oferta para um público de 58 alunos atendidos pela esfera federal.

20 Uma das consequências dos dispositivos legais que norteiam a Educação Infantil é a mudança na forma de vislumbrar o atendimento da criança de 0 a 5 anos, agora é visto como um direito social, ao passo que a criança passa a ser vista como verdadeiro cidadão. Esse mesmo direito é reafirmado no Estatuto da Criança e do Adolescente (em seu art. 54, inciso IV), bem como na LDB, lei n° 9.394/ 96, que passa a reconhecer creches e pré-escolas como instituições integrantes do Sistema Nacional de Educação e, consequentemente, da educação básica.

21 Nesse contexto, a proteção integral às crianças deve ser assegurada, com absoluta prioridade, pela família, pela sociedade e pelo poder público. Numa perspectiva educacional, particularmente a que se refere à inclusão da creche no capítulo da educação, explicita a função eminentemente educativa desta etapa, no sentido de educar e cuidar.

22 Dessa forma, o trabalho pedagógico com a criança de 0 a 5 anos adquiriu reconhecimento e ganhou uma dimensão mais ampla no sistema educacional, qual seja: atender às especificidades do desenvolvimento das crianças dessa

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faixa etária e contribuir para a construção e o exercício de sua cidadania. 23 No estado do Piauí, a Educação Infantil – Creche e Pré-escola –, é ofertada

por meio das Redes Federal, Municipal e Privada. Os dados a seguir refletem a realidade de matrícula absoluta, segundo Censo Escolar de 2013:

Tabela 06 - Matrícula Absoluta – Creche e Pré-escola, Piauí, 2013

REDE CRECHE PRÉ-ESCOLA TOTAL

Municipal Urbana 23.490 51.048 74.538

Municipal Rural 7.635 30.783 38.418

Federal 1 58 59

Privada 4.501 17.764 22.265

Total 35.626 99.653 135.279

Fonte: INEP

24 Para cumprir o desafio de universalizar a matrícula até 2016 na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches, com vistas a atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos até o final da vigência deste PNE, torna-se imprescindível implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às famílias, por meio da articulação das áreas da educação, saúde e assistência social, com foco no desenvolvimento integral das crianças de até três anos de idade”, fortalecendo o sistema de colaboração.

25 Pesquisas demonstram que, quanto mais cedo a criança começa a estudar, mais favorece o seu processo de escolarização. Além deste fator, atende aos direitos das crianças, das mulheres, pela criação, ampliação de vagas em creches e pré-escolas.

26 No estado do Piauí, de acordo com o Censo Educacional, das 196.362 crianças na faixa etária de 0 a 3 anos em 2010, apenas 15% estavam estudando, em 2011, 15,8%, em 2012, cerca de 17,5% e em 2013, 18,15%. Apesar de percebermos um percentual ainda muito baixo em relação à meta, pode-se notar que vêm aumentando as matrículas nos quatro últimos anos. De acordo com o último Censo Populacional do IBGE, realizado em 2010, o estado tem 104.096 crianças de 4 e 5 anos; destas, de acordo com o mesmo Censo, em 2010, 95,35% frequentavam a escola, em 2011, 95,8%, em 2012, 93,33% e em 2013, 95,73%. Numa análise real dos índices podemos perceber que ainda existe um número elevado de crianças na referida faixa-etária fora da escola - cerca de 5.205, considerando que em 2016 todas as crianças deverão estar na escola.

27 Em se tratando dos dados populacionais, o Estado do Piauí apresentava uma população total de 2.843.278 (dois milhões, oitocentos e quarenta e três mil, duzentos e setenta e oito) habitantes no ano 2000, população que foi elevada para 3.118.360 (três milhões, cento e dezoito mil, trezentos e sessenta) habitantes em 2010. Nesse contexto, denota-se uma taxa de 9,67% na elevação do quantitativo de habitantes, na década em destaque.

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Tabela 07 - Distribuição Da População por Faixa Etária, Estado do Piauí, 2000

Fonte: Censo 2010

Tabela 08 - Distribuição da População por Faixa Etária, Estado do Piauí, 2000

Fonte: IBGE – Censo 2010

28 É necessário ressaltar que ao se observar a faixa da população com idade de [0 a 5 anos], ou seja, população demandante dos serviços educacionais de Creche e Pré-Escola, no mesmo período, sofreu decréscimo. Mais especificamente, a população em idade de Creche [0 a 3 anos], no Estado do Piauí, decresceu de 241.563 (duzentos e quarenta e um mil, quinhentos e sessenta e três) crianças no ano 2000, para 196.362 (cento e noventa e seis mil, trezentos e sessenta e duas) crianças nos anos 2010, o que representa uma queda populacional de 18,7% nessa faixa etária. Em se tratando da população em idade de Pré- Escola [4 e 5 anos], registra-se uma queda de 13,9%, de modo em termos quantitativos, o Piauí tinha 120.938 (cento e vinte mil, novecentas e trinta e oito) crianças nessa faixa etária no ano 2000, número que foi reduzido para 104.196 (cento e quatro mil, cento e noventa e seis) crianças na década 2000-2010.

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29 Os dados de crescimento da população geral do Estado do Piauí de 2000 para 2010, numa taxa de 9,67% na década analisada, implicam numa taxa média de crescimento anual de 0,967%. Considerando-se um cenário de comportamento similar das variáveis envolvidas, pode-se projetar, no mesmo percentual de crescimento anual (0,967%), que a população geral do Piauí passará de 3.118.360 habitantes em 2010 para 3.533.939 habitantes em 2023.

Gráfico 07 – Projeção da População de 0 a 3 anos e 4 e 5 anos, Piauí, 2010 – 2023

30 Aplicando-se a mesma lógica, mas em sentido oposto, a população de 0 a 3 anos decresceu 18,7% na década observada, o que significa 1,87% ao ano, enquanto que com a população de 4 e 5 anos a taxa decenal (2000 – 2010) de queda foi 13,9%, o que implica em queda de 1,39% ao ano. Assim sendo, projeta-se que de 2010 para 2023, o número de crianças de 0 a 3 anos cairá de 196.362 (em 2010) para 153.631 (em 2023) e, o número de crianças de 4 e 5 anos sofrerá alteração de 104.196 (em 2010) para 86.861 (em 2023). Ver Tabela 7 e Gráfico 4.

31 A partir dos dados levantados, apresenta-se uma projeção de demanda da Educação Infantil de 0 a 3 anos (Creche) atendida atualmente e a demanda a ser incluída na próxima década. Para isso, considera-se os avanços já efetivados de 2010 para 2013 e projeta-se o esforço anual de 2014 a 2023.

Tabela 09 - Projeção de Atendimento à população de 0 a 3 anos, Piauí, 2010 - 2023

Ano 0 a 3 anos 0 a 3 anos a serem

atendidas

0 a 3 anos atendida

Crianças de 0 a 3 a ser atendida -

esforço do ano

Projeção do atendimento em

números absolutos

2010 196.362 98.181 29.419 15% 29.419

2011 192.690 96.345 30.935 16% 30.935

2012 189.087 94.543 34.360 18,10% 34.360

2013 185.551 92.775 35.626 19,20% 35.626

2014 182.081 91.040 - 22,30% 40.604

2015 178.676 89.338 - 25,40% 45.383

2016 175.335 87.667 - 28,50% 49.970

2017 172.056 86.028 - 31,60% 54.369

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2018 168.838 84.419 - 34,70% 58.587

2019 165.681 82.840 - 37,80% 62.627

2020 162.583 81.291 - 40,90% 66.496

2021 159.543 79.771 - 44% 70.199

2022 156.559 78.279 - 47% 73.583

2023 153.631 76.815 - 50% 76.815 Fonte: IBGE.

32 Conclui-se, no tocante à demanda de 0 a 3 anos, que o Estado do Piauí, deverá partir de um atendimento ofertado a 35.626 crianças em 2013, para 76.815 crianças em 2023, na perspectiva de cumprimento da meta 1 do PNE – parte A. Nesse cenário, precisaria de 343 Unidades de Educação Infantil Tipo C ou 172 Unidades do Tipo B, para garantir atendimento em ambientes com infraestrutura adequada às 41.189 crianças de 0 a 3 anos

Tabela 10 - Projeção de Atendimento à população de 4 a 5 anos, Piauí, 2010 - 2016

.

33

A partir dos dados levantados, apresenta-se uma projeção de demanda da Educação Infantil de 4 e 5 anos (Pré-Escola) atendida atualmente e a demanda a ser incluída na próxima década. Para isso, consideram-se os avanços já efetivados de 2010 para 2013 e projeta-se o esforço anual de 2014 a 2016. Conclui-se, no tocante à demanda de 4 e 5 anos, que o Estado do Piauí, deverá partir de um atendimento ofertado a 99.911 crianças em 2013, para 95.610 crianças em 2016, considerando-se a redução projetada da demanda, na perspectiva de cumprimento da meta 1 do PNE – parte B.

3.2 ENSINO FUNDAMENTAL

34 A Constituição Federal de 1988 (art. 208) e a Constituição do Estado do Piauí (Art.222) estabelecem como Ensino Obrigatório e Gratuito, o Ensino Fundamental, constituído direito público subjetivo de todo o cidadão e dever do Estado (União, Estados e Municípios), podendo inclusive as autoridades ser criminalmente responsabilizadas nos casos do não atendimento deste direito. A União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios deverão definir formas de

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colaboração de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. 35 Simultaneamente, a Meta Nacional de Universalizar o Ensino fundamental de

nove anos para toda população de 6 a 14 anos, garantindo que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada até o último ano de vigência do Plano Nacional de educação- PNE, o Piauí avançou em relação ao acesso dos alunos à matrícula, melhorando o índice dos indicadores relativos ao fluxo escolar na etapa de ensino das séries iniciais e finais, nas esferas: Federal, Estadual, Municipal e Privada.

36 De acordo com o Censo Escolar 2013 o acesso ao Ensino fundamental teve uma evolução na matrícula, considerando que no Brasil a procura pelo ingresso à escolaridade aumentou devido a regulamentação da Lei 11.274/2006 que amplia o Ensino Fundamental para nove anos de duração com a matrícula de crianças de seis anos de idade.

37 Sendo assim, o ingresso de crianças nas escolas do País cresceu, ocasionando uma queda no número de analfabetismo. No Piauí, apesar do crescimento na matrícula dos anos iniciais constata-se uma queda nos anos finais nas escolas da Rede Pública Estadual de Ensino, decorrente do processo de municipalização.

Tabela 11 - Número de Alunos Matriculados, Piauí, 2010 - 2014

MATRÍCULA 2010 2011 2012 2013 2014

Anos iniciais 335.668 319.309 302.328 290.142 265.129

Anos finais 238.580 239.007 239.606 234.383 214.174 Fonte: MEC/INEP

38 No ensino Fundamental o percentual da população de 6 a 14 anos que frequenta a escola, conforme dados do PNAD - 2013, no Brasil é de 98,4% de estudantes, na Região Nordeste 98,1% e no Piauí 98,8%, sendo que os índices no Estado do Piauí encontram-se acima tanto do percentual Nacional quanto do percentual Regional.

39 Porém, o número de concluintes na faixa etária de 16 anos no Ensino Fundamental não atingiu a meta de 95% estabelecida nacionalmente, os índices registram apenas 66,7% no Brasil, na Região Nordeste ficou registrado em apenas 55% e o Estado do Piauí 55,1, estando, portanto, o Piauí quase nivelado ao índice Regional.

40 No Ensino Fundamental no período de 2010 a 2013 a taxa de aprovação cresceu em 4,77% nos anos iniciais. Porém, decresceu 1,36% nos anos finais. Em relação a reprovação houve um crescimento de 3,02% nos anos iniciais e 2,77% nos anos finais. Já a taxa de abandono decresceu em 0,65% nos anos iniciais e 0,53% nos anos finais em decorrência dos programas sociais do governo federal.

Tabela 12 – Taxa de Rendimento Escolar, Piauí, 2010 – 2013

ANO ETAPA REPROVAÇÃO ABANDONO APROVAÇÃO

2013 Anos iniciais 28.948 5.381 262.167

Anos finais 34.842 9.853 191.864

2012 Anos iniciais 37.903 7.145 263.315

Anos finais 35.591 12.165 193.717

2011 Anos iniciais 54.993 10.344 379.787

Anos finais 41.733 14.972 240.567

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Fonte: QEDU

41 No enfrentamento do desafio para a melhoria das taxas de aprovação e diminuição nas taxas de reprovação e abandono, elevando o índice de alunos concluintes na idade certa, o governo Federal implementou desde 1990, o SAEB- Sistema de Avaliação da Educação Básica Nacional, como estratégia à Meta de Universalização, bem como os programas de acompanhamento de frequência escolar do Programa Bolsa Família, Caminho na Escola, Educação Digital, Mobiliário Escolar, Olimpíadas Escolares , Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar- PNATE e Programa Nacional do Livro Didático- PNLD.

Tabela 13 - Número de matrículas em programas de correção de fluxo no ensino fundamental por série de ingresso, segundo a região geográfica e a unidade da federação, Piauí, 2013

Fonte: QEDU

42 Embora a evolução seja positiva quanto ao rendimento e escolaridade dos alunos do Ensino fundamental, ainda persiste no Brasil a distorção idade/ano, causando um atraso na escolaridade dos alunos nessa faixa etária. Contudo no Brasil esse percentual decresceu no período de 2010 a 2013 em torno de 3,1% nos anos iniciais e 2,1% anos finais. Também no Piauí a regularização escolar apresenta um decréscimo de 5,4% anos iniciais e 1,7% anos finais. Sendo assim, conclui-se que a queda foi significativa em decorrência dos resultados das medidas de implantação de programas federais para correção do fluxo escolar.

43 De acordo com o IDEB, nos anos iniciais o ensino fundamental obteve um crescimento significativo em relação a meta projetada no Brasil para 2013, , que era de 4,9, atingindo um índice de 5,2; já nos anos finais ocorreu um decréscimo, pois a meta projetada para o Brasil era de 4,4 e o resultado obtido foi de 4,2. Em relação ao Piauí a meta projetada nacionalmente foi de 3,6 e o resultado obtido foi de 4,5, nos anos iniciais. Nos anos finais a meta

2010 Anos iniciais 44.203 9.071 287.295

Anos finais 32.410 12.702 223.709

ANO

Matrículas em Programas de Correção de Fluxo no Ensino Fundamental

Total Ano

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano

2.013 2.154 137 192 618 437 416 177 26 133 18

2.012 4.911 131 523 1.326 1.486 1.197 113 39 72 24

2.011 13.280 475 2.191 3.534 3.811 3.019 137 17 12 84

2.010 17.193 437 2.997 5.296 5.045 3.100 149 35 22 112

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projetada era de 3,5 e o estado obteve o mesmo índice.

Tabela 14 – IDEB – Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Rede Estadual de Ensino, Piauí, 2009/2013

IDEB – Anos Iniciais – EF

ANO 2009 2011 2013

Meta projetada 4.2 4.6 4.9

Brasil resultado 4.6 5.0 5.2

Meta projetada 2.9 3.3 3.6

Piauí resultado 3.8 4.1 4.5

Fonte: MEC/INEP

Tabela 15 – IDEB – Anos Finais do Ensino Fundamental da Rede Estadual de Ensino, Piauí, 2009/2013

Fonte: MEC/ INEP

44 Finalmente, cabe ressaltar que, tanto no Brasil quanto no Piauí, as políticas públicas devem ser direcionadas à melhoria da qualidade do ensino Público, pois a expansão do atendimento visa não somente a oferta de matrículas, mas também a continuidade dos estudos na idade certa.

3.3 ENSINO MÉDIO

45 O Ensino Médio, última etapa obrigatória da Educação Básica, é dever prioritário dos Estados e deve ser ofertado para todos que demandarem inclusive àqueles que não puderam concluí-lo na idade certa, conforme Artigo 10, Inciso VI, da LDB (redação dada pela Lei nº 12.061/2009). Sua finalidade é: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.(Artigo 35 da LDB)

46 De acordo com os dados do IBGE representados nos gráficos 1 e 2 o percentual de atendimento escolar à população de 15 a 17 anos no Piauí é bastante significativo, superando o percentual do Nordeste e do Brasil. Entretanto a taxa líquida da matrícula no Estado cai consideravelmente mostrando um percentual inferior ao regional e ao nacional.

IDEB – Anos Finais – EF

ANO 2009 2011 2013

Meta projetada 3.7 3.9 4.4

Brasil resultado 4.0 4.1 4.2

Meta projetada 2.8 3.1 3.5

Piauí resultado 3.4 3.6 3.5

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30

Gráfico 08 – Percentual da população de 15 a 17 anos que freqüenta a escola, Brasil, Nordeste e Piauí

Fonte: IBGE – PNAD

Gráfico 09 – Taxa líquida na matrícula do Ensino Médio, Brasil, Nordeste e Piauí

Fonte: IBGE – PNAD

47 No ano de 2013 o Brasil teve 7.854.207 matrículas no Ensino Médio, apresentando assim uma redução de 90.534 matrículas em relação ao ano de 2012. (No Piauí houve também redução na matrícula saindo de 140.575 em 2012 para 131.851 matrículas em 2013, registrando assim uma perda de 8.724 como mostra a tabela que segue.

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31

Tabela 16 – Número da Matrícula de Ensino Médio por Dependência Administrativa Brasil, Nordeste e Piauí, 2004 – 2013

48 Os gráficos 10 e 11 mostram o movimento em relação à matrícula com decréscimos no Brasil, Nordeste e Piauí. Observa-se que nos dois anos iniciais, o percentual de crescimento da matrícula do estado era ascendente e superior ao regional e nacional. Depois se inicia uma queda, acompanhando o percentual das outras esferas em 2010 e negativamente nos anos subseqüentes.

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Gráfico 10 - Evolução da taxa de crescimento anual da matrícula do Ensino Médio no Brasil, Nordeste e Piauí, comparativamente a 2004 no período de 2005 a 2013.

Fonte: MEC/INEP

49 Em 2013 o percentual de matrícula do Piauí chegou a -26,9%, bem inferior ao do Nordeste -18,3%, e do Brasil -14,3%.

Gráfico 11 - Evolução da taxa de crescimento anual da matrícula do Ensino Médio, por dependência administrativa, Piauí, comparativamente a 2004 no período de 2005 – 2013

Fonte: MEC/INEP

50 A quantidade de matrículas no Ensino Médio no Piauí tem apresentado uma oscilação irregular nas diversas esferas, observando o período vai do ano 2004 a 2013. Depois de leve crescimento, houve uma queda vertiginosa na matrícula da rede federal no ano de 2008 e nos anos seguintes uma pequena ascensão.

51 O movimento decrescente registrado no gráfico 04, denotaque na Rede Estadual,há uma queda contínua, maior que nas outras redes.

52 De acordo com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e

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Estatística – IBGE de 2000 e 2010, a população do Piauí sofre redução na população alvo do Ensino Médio, tanto na área urbana quanto na rural, conforme tabela 17 e gráfico 12.

Tabela 17 – Evolução da quantidade da população, Piauí, 2000/2010

População Faixa Etária Ano

0 a 3 anos

4 a 5 anos

6 a 14 anos

15 a 17 anos

18 a 24 anos

25 a 34 anos

35 anos ou Mais

Total Localização

Urbana 2000 141.223 73.362 350.966 134.998 261.603 267.103 559.047 1.788.302

2010 124.427 65.428 327.183 116.327 284.244 361.122 769.780 2.048.511

Rural 2000 97.846 52.073 239.134 83.003 141.427 130.272 311.352 1.055.107

2010 69.994 39.601 200.880 67.366 133.490 159.379 389.261 1.059.971

Total 2000 239.069 125.435 590.100 218.001 403.030 397.375 870.399 2.843.409

2010 194.421 105.029 528.063 183.693 417.734 520.501 1.159.041 3.108.482

Fonte: IBGE - Censo 2000 e 2010

Gráfico 12 – Evolução da população urbana no período 2000 a 2010

Fonte: IBGE: Censos 2000 e 2010 e PNAD/2009

53 O gráfico 12, demonstra que a população urbana decresceu na faixa de 15 a 17 anos, e cresceu nas faixas de 18 a 24, de 25 a 34 e de35 anos ou mais.

Gráfico 13 – Evolução da população rural, Piauí, 2000 – 2010

Fonte: IBGE - Censos 2000 e 2010 e PNAD/2009

54 Em relação à área rural observa-se decréscimo nas faixas etárias de 15 a 17 e 18 a 24 anos e aumento nas faixas de 25 a 34 e de 35 anos ou mais (Gráfico 13).

55 A rede física de escolas ou estabelecimentos de ensino de ensino médio,

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segundo dados INEP, mostra um crescimento nas zonas urbana e rural, período em que o Estado expandiu a oferta para todos os municípios. Na rede urbana, após um período de crescimento, houve uma redução de 19 escolas entre os anos 2011-2013.

Tabela 18 – Número de Escolas do Ensino Médio da Rede Estadual, Piauí, 2007 – 2013

Ano Urbana Rural Total

2007 396 39 435

2008 427 45 472

2009 436 49 485

2010 443 53 496

2011 439 52 491

2012 433 52 485

2013 424 50 474 Fonte: Equipe Técnica GEM

Gráfico 14 – Numero de Escolas do Ensino Médio da Rede Estadual, Piauí

Fonte: Equipe Técnica GEM

56 O gráfico14 mostra o crescimento no número de escolas de ensino médio no período de 2007 a 2010 e decréscimo de 2011 a 2013 na zona urbana e crescimento na zona rural.

Tabela 19 – Taxa de Distorção Idade-Série no Ensino Médio Total na Rede Estadual, Piauí, 2006 – 2013

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Fonte: INEP

57 A distorção Idade Série no Ensino Médio do Piauí diminuiu no período observado que vai do ano 2006 a 2013, contudo ainda é muito alto e na rede estadual é proporcionalmente maior. A partir dos gráficos 15 e 16 podemos perceber melhor essa movimentação.

Gráfico 15 – Taxa de Distorção Idade-Série no Ensino Médio por Série, Piauí, 2006 – 2013

Fonte: Equipe Técnica GEM

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Gráfico 16 – Taxa de Distorção Idade-Série no Ensino Médio por Série da Rede Estadual, Piauí, 2006 – 2013

Fonte: Equipe Técnica GEM

58 Na rede estadual a distorção nas três séries do ensino médio continua acima do decréscimo alcançado no ano de 2008.

3.3.1 Indice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb no Ensino Médio e Projetos

59 A meta do Indice de Desenvolvimento da Educação Básica-IDEB projetada para o Piauí é baixa se comparada com as demais unidades federativas, oque significa dizer que mesmo alcançando a meta projetada o Estado fica abaixo das metas dos demais. Se o intuito é de fato melhorar a qualidade do ensino ofertado, é preciso estabelecer novos índices nos anos seguintes para se chegar a uma posição desejável até o ano de 2024. Ver tabela e gráfico abaixo.

Tabela 20 – Série histórica do IDEB Observado e Projetado no Ensino Médio, Piauí, 2005/2021

ENSINO MÉDIO

Ideb Observado Metas Projetadas

Estado 2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Piauí 2.3 2.5 2.7 2.9 3.0 2.3 2.4 2.6 2.8 3.2 3.6 3.8 4.1 Fonte: IDEB 2013

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37

Gráfico 17 – Série histórica do IDEB no Ensino Médio, Piauí, 2005/2009

Fonte: IDEB 2013

60 Como se pode observar as metas projetadas foram superadas em todos os anos de referência, acumulando em 2013, 7 (sete) pontos percentuais em relação ao Ideb observado.

61 Com o intuito de melhorar os índices de aproveitamento dos alunos das escolas da rede estadual de ensino médio, a SEDUC em parceria com MEC tem trabalhado programas, projetos e atividades culturais, esportivas e de formação continuada.

62 Programa de Ensino Médio Inovador/ Jovem de Futuro – ProEMI/JF

Instituído pelo MEC através da Portaria nº 971, de 9 de outubro de 2009, e integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE, como estratégia do Governo Federal para induzir a reestruturação dos currículos do Ensino Médio. A SEDUC aderiu ao programa no ano de 2009, atendendo inicialmente (06) seis escolas de tempo integral.

63 O ProEMI apóia e fortalece o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas de ensino médio do Piauí e do Brasil, buscando garantir a formação integral com a inserção de atividades que tornem o currículo mais dinâmico, atendendo também às expectativas dos estudantes do Ensino Médio e às demandas da sociedade contemporânea. No Piauí o Programa está sendo desenvolvido em parceria com o Instituto UNIBANCO, com implantação do Projeto Jovem de Futuro, realizando formação de gestores e supervisores, monitoramento e avaliando o desempenho escolar.

Gráfico 18 – ProEMI Evolução do número de escolas, Piauí, 2012-2014

Fonte: Equipe Técnica da GEM.

Gráfico 19 – ProEMI Atendimento de alunos, Piauí, 2012-2014 Fonte:Equipe Técnica da GEM

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Tabela 21 – ProEMI: Evolução do número de escolas, Piauí, 2012 – 2014

Escolas atendidas pelo ProEMI em 2012

Acréscimo de escolas atendidas em 2013

Acréscimo de escolas atendidas em 2014

73 162 176 Fonte: SEDUC – GEM (Coordenação do Programa)

Tabela 22 – ProEMI - Atendimento de alunos, Piauí, 2012 – 2014

PROEMI 2012: alunos beneficiados em 2012

PROEMI 2013: Acréscimo de alunos beneficiados

PROEMI 2014: Acréscimo de alunos beneficiados

36.847 41.170 32.161 Fonte: Coordenação do Programa / Equipe Técnica da GEM

64 Os alunos que freqüentam as escolas contempladas com o ProEMI dispõem de melhores condições de aprendizagem.

65 Programa de Tempo Integral na Rede Estadual do Piauí

O programa tem como objetivo desenvolver um conjunto de ações que envolvem conteúdo, método e gestão direcionados para a melhoria da oferta e qualidade do ensino na rede pública, através do aporte de recursos humanos, técnicos, financeiros e materiais, conjugados com ações comunitárias, observando os princípios da Constituição Brasileira e das leis específicas.

66 O Programa integra os Centros Estaduais de Tempo Integral formados por CEMTI (Ensino Médio), CEFTI (Ensino Fundamental) e CEPTI (Educação Profissional).

Gráfico 20 – Evolução do número de escolas de tempo Integral, Piauí, 2009 - 2014

Fonte: Coordenação de Tempo Integral / GEM

Tabela 23 - Evolução da Quantidade de Escolas de Tempo Integral, Piauí, 2009 – 2014

Evolução das Escolas de Tempo Integral

Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano2013 Ano 2014

17 18 19 20 23 42 Fonte: Coordenação de Tempo Integral/Equipe Técnica da GEM

67 A evolução do número de escolas de ensino médio em tempo integral tem sido pequena, pois requer uma estrutura física e um quadro de professores

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habilitados a trabalhar conteúdos com metodologia avançada condizente com a proposta do programa.

Gráfico 21: Tempo Integral: Evolução do Número de Alunos

Fonte: Coordenação de Tempo Integral / GEM

Tabela 24 – Evolução do número de alunos atendidos nas Escolas de Tempo Integral, Piauí, 2009 – 2014

Evolução no número de alunos atendidos nas Escolas de Tempo Integral

Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano2013 Ano 2014

2.786 3.998 5.370 7.403 11.355 11.957 Fonte: Coordenação de Tempo Integral/Equipe Técnica da GEM

68 A evolução do número de alunos, por sua vez, está diretamente ligada ao crescimento do número de escolas e, após adesão ao programa, geralmente reduzem sua capacidade de oferta de vagas, em virtude de o mesmo educando ocupar os turnos manhã e tarde.

Gráfico 22 – Escolas de Tempo Integral – Aproveitamento, Piauí, 2009 – 2013

Fonte: Coordenação de Tempo Integral e Equipe Técnica da GEM

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Tabela 25: Aproveitamento dos alunos das Escolas de Tempo Integral – 2009 a 2013

Resultados 2009 2010 2011 2012 2013

Aprovação 61,65 74,21 74,48 76,66 79,82

Reprovação 17,02 10,59 10,47 9,63 12,33

Abandono 21,34 15,2 15,4 13,72 7,85 Fonte: SEDUC –Coordenação de Tempo Integral/ SEDUC

69 Na sequência dos cinco anos analisados, é perceptível o crescimento gradativo da aprovação; o decréscimo na reprovação em 2010 e a queda no índice do abandono.

70 O Sistema de Avaliação Educacional do Piauí tem por objetivo avaliar as escolas municipais e estaduais, com relação às habilidades e competências desenvolvidas em Língua Portuguesa e Matemática. O programa avalia estudantes da 4ª série/5º ano e 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio em Língua Portuguesa e Matemática.

Gráfico 23 - Escolas de Tempo Integral – SAEPI. Piauí, 2011 – 2013

Fonte: SAEPI/ Equipe Técnica da GEM

Tabela 26 – Resultados de Português no SAEPI das Escolas de Tempo Integral (3º ano), Piauí, 2011 – 2013

SAEPI - Escolas de

Tempo Integral Português

% geral do 3º ano Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013

Abaixo do Básico 31,76 31,86 21,20

Básico 31,26 27,03 32,96

Adequado 27,96 27,80 36,26

Avançado 9,02 5,28 9,86 Fonte: SAEPI/Equipe Técnica da GEM

71 Observando-se os dados do SAEPI (Tabela 11), nas turmas de 3º ano, verifica-se que na Língua Portuguesa o aproveitamento Abaixo do Básico apresenta um percentual grande, mesmo tendo diminuído em 2013; o Básico continua acimados 30% em 2013; o Adequado teve uma melhora

considerável nesse ano e o percentual de alunos com aproveitamento

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Avançado é muito pequeno, não atingindo 10% em 2013.

Gráfico 24 - Resultado de Matemática no SAEPI das Escolas de Tempo Integral (3º ano), Piauí

Fonte: SAEPI/Equipe Técnica da GEM

Tabela 27 - Resultados da Matemática no SAEPI nas escolas de tempo integral (3º ano), Piauí, 2011 – 2013

SAEPI - Escolas de Tempo Integral

Matemática

% geral do 3º ano Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013

Abaixo do Básico 46,0 49,5 38,8

Básico 25,8 30,2 36,7

Adequado 21,9 19,2 23,5

Avançado 10,8 8,7 9,9 Fonte: SAEPI/Equipe Técnica da GEM

72 Na Matemática a situação é ainda mais grave, pois o percentual de aproveitamento Abaixo do Básico continua próximo de 40%; os demais níveis de aproveitamento vão decrescendo chegando ao Avançado com um

percentual abaixo de 10%. 73 Olimpíada Brasileira de Matemática - OBMEP

Tem como finalidade estimular e promover o estudo da Matemática entre alunos das escolas públicas, contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica, identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso nas áreas científicas.

74 Olimpíada de Língua Portuguesa- OLP

Tem como objetivo contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita das escolas públicas brasileiras envolvendo alunos do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio e é desenvolvida a cada biênio.

75 Concurso de Redação e Desenho

É fruto de parceria entre a Secretária Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR) e Secretária Estadual de Educação e Cultura (SEDUC), direcionado para os alunos do ensino fundamental, de 5º ao 9º ano, e do ensino médio da rede estadual de ensino voltado para a reflexão da temática ambiental.

76 O projeto nasceu da necessidade de estimular a inserção da educação ambiental de forma transversal, e despertar nos alunos a preocupação e conseqüentemente o cuidado com diversas questões ambientais, bem como, oferecer aos professores de todas as áreas subsídios para fomentar o trabalho interdisciplinar.

77 Programa de Educação com Mediação Tecnológica Mais Saber

Financiado pelo o Tesouro/FUNDEB, e visa melhorar a qualidade do ensino

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nas escolas que enfrentam dificuldade para o acesso e permanência, de jovens aptos à matrícula no Ensino Médio Regular e Profissionalizante, expandindo a oferta para a escolarização e atender aos alunos que não tem condições de chegar em escola no seu município ou na capital.

78 PROGRAMA JOVEM SENADO BRASILEIRO

O programa promove um concurso de redação com o objetivo de proporcionar aos estudantes conhecimento acerca da estrutura e do funcionamento do Poder Legislativo brasileiro, bem como estimular relacionamento permanente dos jovens cidadãos com o Senado Federal. Podem participar todos os alunos do 2º e do 3º ano do Ensino Médio de escolas públicas estaduais e do Distrito Federal, com idade entre 16 e 19 anos. As ações do programa são desenvolvidas durante todo o ano em escolas públicas de Ensino Médio.

79 PARLAMENTO JUVENIL DO MERCOSUL

Projeto que prevê a participação juvenil, teve origem no Uruguai e é apoiado por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Venezuela. Ele se propõe a contribuir para a formação politica e cidadã dos jovens, dando-lhes ferramentas para que participem ativamente dos grupos e comunidades de que fazem parte.

80 O principal propósito do PJM é promover e fortalecer a identidade Mercosul dos jovens, isto é, que tenham uma ligação com o Mercosul, interessando-se por problemas específicos da região e incorporando o conhecimento das instituições do Mercosul. E podem participar todas as escolas de ensino médio, alunos da 1ª e 2ª série.

81 É desenvolvido a partir da parceria MEC/UNICEF/SEDUC , sendo que o MEC contribui com a logística de deslocamento e hospedagem e a SEDUC com a logística de deslocamento dos municípios a Teresina, vestuário para os alunos e logística para acompanhamento do aluno.

82 Jogos das Escolas Públicas Estaduais Piauienses – JEPEP’s

Projeto sócio-educativo, implantado e implementado para incentivar e valorizar o ensino e a prática do Esporte Educacional nas escolas da Rede Pública Estadual Piauiense, ministradas pelo Profissional de Educação Física, haja vista os benefícios inerentes aos princípios do esporte educacionais totalidade, co-educação, emancipação, participação, cooperação e regionalismo para o crescimento e desenvolvimento humano. Assim, promovem cidadania.

83 Visando beneficiar todo o Estado iniciou em 2014 com estudantes da Capital e das 5ª, 12ª, 13ª, 17ª e 18ª Gerências Regionais de Educação - GRE’s. A partir de 2006 todas as GRE’s passaram a participar e a Delegação Piauiense a ser composta com estudantes de municípios do interior nas Olimpíadas Escolares, promovido pelo Ministério de Educação (MEC) coordenado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).Os JEPEP’s foram interrompidos em 2012 e 2014 e, neste, substituído por outro evento.

84 ATIVIDADES ESPORTIVAS, CULTURAIS E ARTÍSTICAS

A Secretaria Estadual de Educação e Cultura desenvolve também, junto às escolas do Ensino Básico e de modo mais efetivo junto às escolas de Ensino Médio, atividades de caráter esportivo, cultural e artístico de grande relevância para a educação dos estudantes.

85 Festival Estudantil de Identidade Cultural

Tem por objetivo divulgar o Patrimônio Cultural do Piauí. Os alunos são incentivados a formar de grupos artísticos integrando dança e música. O festival é composto por 3 etapas: a 1ª desenvolve-se a nível de escola; a 2ª ocorre na sede da GRE, onde uma escola é selecionada para representar a GRE em Teresina, na 3ª etapa. Nesta os grupos vencedores nas GREs concorrem entre si disputando as melhores colocações, sendo avaliados pelo

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43

júri os quesitos: música, coreografia, indumentária e harmonia. 86 Desde 2006 o Projeto é realizado em todo o Estado, atingindo as 21

Gerências Regionais de Educação, envolvendo 70% da comunidade escolar. Com muito brilho acontece no mês de setembro, a culminância em Teresina, no Teatro Quatro de Setembro. No ano de 2013 foi realizado o VII Festival Estudantil de Identidade Cultural.

87 Projeto Canto Coral nas escolas públicas.

O projeto vem ocorrendo por meio de convênio com a FUNDAC há 12 anos e se desenvolve em 50 escolas com o envolvimento de 1.200 alunos e 10 regentes durante todo o ano letivo com aulas de teoria e práticas musicais. O coro formado por estudantes das escolas se apresenta em festividades, destacando-sea programação de Natal, que acontece na escadaria da Igreja de São Benedito, no centro de Teresina.

88 Formação Continuada para Professores da Língua Espanhola da Rede Pública Estadual de Ensino

A Secretaria Estadual de Educação e Cultura utiliza o processo de formação como uma estratégia para o ensino da Língua Espanhola dessa disciplina da Rede Pública Estadual de Ensino. A formação acontece em parceria com a Embaixada da Espanha no Brasil, com a Universidade Estadual do Piauí e a Associação de Professores de Espanhol do Estado do Piauí. A formação continuada dos professores de Língua Espanhola, tem se mostrado estratégico na complementação do conhecimento da língua e conversação.

3.4 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

89 A Educação de Jovens e Adultos (EJA) destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria, e que no inicio tinha um caráter compensatório, tem motivado uma série de debates a respeito da sua concepção. Assim, compreendida como uma modalidade que apresenta características específicas surge na atualidade a necessidade de um tratamento de forma mais orgânica que se configure como uma possibilidade concreta de acesso a educação escolar de qualidade dessa população.

90 Com a ampliação das discussões e experiências da educação de jovens e adultos, e por efeito das determinações legais advindas, foram promulgadas, em 10 de maio de 2000, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação. Essas Diretrizes ressaltam a modalidade como direito e substituem a ideia de compensação pelos princípios de reparação e equidade. Esse marco legal explicita as três funções dessa modalidade de ensino: a função reparadora, função equalizadora e função qualificadora. (Parecer Nº11/2000).

91 Função reparadora consiste no reconhecimento à igualdade e ao direito a uma escola de qualidade. Para tanto, faz-se necessário um modelo educacional que possibilite aos alunos uma reflexão sobre o seu direito outorgado por lei de estudar em uma escola de qualidade.

92 A função equalizadora oferece novas oportunidades, dando mais direito ao indivíduo, novos caminhos ao mundo do trabalho e na vida social de cada um. A EJA é apresentada pela sociedade como uma busca da igualdade, que se dá pela possibilidade de efetivar o desenvolvimento a todas as pessoas de diferentes idades.

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93 A função qualificadora representa o próprio sentido da EJA, tendo como base o caráter incompleto do ser humano, cujo potencial de desenvolvimento e de adequação pode-se atualizar em contextos escolares ou não-escolares.

94 Vale ressaltar a VI Conferência Internacional de Educação de Adultos (VI CONFINTEA), da qual o Brasil é signatário, realizada em Belém do Pará (2009), teve por objetivos: impulsionar o reconhecimento da educação e

aprendizagem de adultos como elemento importante e fator que contribui com a aprendizagem ao longo da vida, da qual a alfabetização constitui alicerce; enfatizar o papel crucial da educação e aprendizagem de adultos para a realização das atuais agendas internacionais de desenvolvimento e de educação e ainda, renovar o compromisso e o momento político e desenvolver os instrumentos para sua implementação, visando passar da retórica à ação.

95 Nesse mesmo contexto, a Educação de Jovens e Adultos foi incluída no Plano Nacional de Educação por meio da Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Assim, foi referendada a determinação constitucional que define como um dos objetivos do PNE a integração de ações do poder público que conduzam a erradicação do analfabetismo (art. 214, I), tratando-se de tarefa que exige ampla mobilização de recursos humanos e financeiros por parte dos governos e da sociedade.

96 No âmbito estadual, a Secretaria Estadual da Educação e Cultura do Piauí - SEDUC construiu coletivamente as Diretrizes Curriculares da Rede Estadual de Ensino, as quais têm como objetivo estabelecer padrões básicos de aprendizagem para as escolas da Rede, de modo a assegurar unidade ao trabalho pedagógico das escolas e garantir os resultados educacionais esperados. No âmbito da EJA as Diretrizes definem uma prática educativa que possa atender ao desafio da modalidade, diversidades culturais e temáticas sociais da contemporaneidade, exigindo uma compreensão específica das demandas diferenciadas de cada público e dos temas sociais que permeiam a prática escolar.

3.4.1 Taxa de analfabetismo: absoluto e funcional

97 Como se observa a seguir nas tabelas 25 e 26, o analfabetismo ainda se apresenta como demanda e desafio histórico, a se considerar o demasiado período de descaso e ausência de investimentos na área da educação no país, especialmente na EJA.

98 Considera-se analfabeto funcional o indivíduo maior de 15 anos com escolaridade inferior aos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Tabela 28 – Evolução da Taxa de Analfabetismo Absoluto entre Pessoas de 15 Anos ou Mais, Brasil, Nordeste e Piauí, 2004 – 2013

FEDERAÇÃO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

BRASIL 11,5 10,9 10,4 10,0 10,0 9,7 9,6 8,6 8,7 8,3

NORDESTE 22,4 21,9 20,8 20, 0 19,4 18,7 19,1 16,8 17,4 16,6

PIAUÍ 27,3 27,4 26,2 23,4 24,3 23,3 21,1 19,2 19,7 17,3 FONTE: Pnad/CENSO/IBGE/Piauí em números

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Gráfico 25 – Evolução da Taxa de Analfabetismo Absoluto entre Pessoas de 15 Anos ou Mais, Brasil, Nordeste e Piauí, 2004 – 2013

FONTE: PNAD/CENSO/IBGE/Piauí em números

99 De acordo com a série histórica expressa na tabela 25 houve um decréscimo no índice de analfabetismo absoluto das pessoas de 15 anos ou mais de idade no Brasil no período de 2004 a 2013. No entanto, em 2012 a taxa foi estimada em 8,7%, o que correspondeu ao contingente de 13,2 milhões de analfabetos, enquanto que em 2011, essa taxa foi de 8,6% e o contingente foi de 12,9 milhões de pessoas, registrando dessa forma uma pequena diferença em relação ao ano de 2012. A Região Nordeste seguiu a tendência Nacional de redução do índice do analfabetismo absoluto, porém continua sendo a região que concentra o maior número de pessoas que não sabem ler e escrever. Segundo a tabela 25, constata-se um decréscimo da taxa de analfabetismo absoluto no período de 2004 a 2009, porém, de 2010 a 2013 houve uma pequena oscilação da referida taxa, sendo registradas elevações em 2010 e 2012 e decréscimos em 2011 e 2013 respectivamente.

100 Em consonância com o cenário brasileiro, essa realidade se evidencia no Piauí com oscilações entre os quatro primeiros anos da série histórica analisada na tabela 25. Observa-se que a partir de 2008 evidencia-se um

sucessivo decréscimo da taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais.

101 Segundo a série histórica acima se observa que o Piauí registrou maior índice de redução em relação ao Nordeste e ao Brasil, sendo registrada uma diferença de percentual de 2004 a 2013 de 10% no Piauí, 5,6% no Nordeste e 2,9% no Brasil.

102 No Estado do Piauí a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é ofertada em Segmentos e Etapas, na forma presencial e semipresencial, conforme preconiza a LDB Nº 9394/96. A idade mínima para ingresso é de 15 anos para o Ensino Fundamental e 18 para o Ensino Médio, conforme Resolução CNE/CEB nº 3/2010 que dentre outros aspectos, trata da carga horária e da duração dos cursos.

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Tabela 29 – Taxa de Analfabetismo Funcional da População com 15 Anos ou Mais de idade Por Região Geográfica e Unidade Federativa, Brasil, Nordeste e Piauí, 2013

FEDERAÇÃO 2013

BRASIL 29,40% NORDESTE 40,80%

PIAUÍ 45%

Gráfico 26 – Taxa de Analfabetismo Funcional da População com 15 Anos ou Mais de idade Por Região Geográfica e Unidade Federativa, Brasil, Nordeste e Piauí, 2013

FONTE: IBGE/PNAD (2013)

3.4.2 Número de matrículas por nível, etapa e modalidade 3.4.2.1 Atendimento Educacional EJA no Sistema Estadual de Ensino

103 Apresentamos a seguir uma análise histórico-situacional dos dados de matriculas e dos estabelecimentos de ensino da EJA de 2004 a 2013.

Tabela 30 – Taxa de Analfabetismo Funcional da População com 15 Anos ou Mais de idade Por Região Geográfica e Unidade Federativa, 2013

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

BRASIL 4.577.268 4.619.409 4.861.390 4.940.165 4.902.374 4.661.332 4.287.234 3.544.608 3.906.877 3.772.670

NORDESTE 1.927.403 1.958.579 1.992.544 1.796.110 1.749.418 1.692.022 1.571.217 1.455.268 1.538.222 1.514.727

PIAUÍ 138.346 126.964 135.507 107.887 106.907 109.087 171.602 80.871 98.338 98.298

FONTE: MEC/ INEP

Tabela 31 - Número de Matrículas, Segundo a Dependência Administrativa, Piauí, 2004 – 2013

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

FEDERAL - - - - 191 340 493 542 411 226

ESTADUAL 55.402 46.929 54.468 46.021 50.535 50.425 52.310 50.213 51.590 46.966

MUNICIPAL 79.807 76.789 77.683 60.481 55.961 55.594 49.068 45.420 43.854 49.241

PRIVADA 3.137 3.246 3.356 2.661 2.069 2.728 2.731 2.873 2.483 1.865

FONTE: MEC/INEP

104 Conforme as tabelas 24 e 25 que tratam sobre as matrículas por dependência administrativa e etapa de ensino - EJA presencial e semipresencial, respectivamente, infere-se que o nº de matriculas é maior

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no município devido o atendimento nas series iniciais ser de competência constitucional da Rede municipal, ficando de responsabilidade da esfera Estadual a maioria das matriculas dos anos finais e Ensino Médio.

105 No que se refere ao atendimento nos Centros e Núcleos de Educação de Jovens e Adultos - CEJAS/NEJAS houve um decréscimo na matricula do Ensino Fundamental a partir do ano de 2010. Quanto ao Ensino Médio verifica-se um acréscimo no ano de 2010 e uma variação a partir de 2011.

3.4.2.2 Atendimento Educacional EJA no Sistema Prisional

106 A educação no sistema prisional está referendada em diversos marcos regulatórios dos quais podemos citar a Lei nº 12.433/11, que criou o beneficio de remição pelo estudo, e a Resolução nº 02 /2010 do Conselho Nacional de Educação que estabelece as Diretrizes Nacionais para oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade, em estabelecimentos penais. No entanto, a realidade da oferta de educação no sistema prisional piauiense não difere do sistema prisional brasileiro, que segundo a fonte repórter Brasil, o Brasil tem hoje a quarta maior população carcerária do mundo, com mais de meio milhão de pessoas presas, sendo a maioria homem, pobre e negra.

107 A população carcerária brasileira cresceu 380% em vinte anos, enquanto a taxa de crescimento vegetativo da população não passou de 30%. Em todo o sistema nacional e piauiense a oferta de educação contempla somente uma pequena quantidade da população carcerária apta a frequentar a sala de aula, este fato se explica por vários fatores que vão desde a falta de estrutura física, a pequena quantidade de agentes penitenciários para fazer a escolta de presos e segurança dos professores. Mesmo com a publicação do decreto nº 7.626/11 que institui o plano estratégico de educação no âmbito do sistema prisional não houve muito avanço.

Tabela 32 - Nº da População Carcerária e de Atendimento Educacional no Sistema Prisional, Piauí, 2005 – 2012

ANO 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

POPULAÇÃO CARCERÁRIA

1.785 1.841 2.684 2.257 2.591 2.714 2.845 2.927

ATENDIMENTO

EDUCACIONAL 280 230 222 274 337 257 236 294

PERCENTUA 15,68% 12,49% 8,27% 12,14% 11,16% 9,46% 8,29% 10,04%

FONTE: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA/DEPARTAMENTO PENITENCIARIO / SEDUC/SEJUS

3.4.2.3 Atendimento Educacional aos adolescentes em cumprimento de Medidas

Socioeducativas

108

O atendimento educacional aos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas no Estado do Piauí acontece por meio de termo de cooperação entre Secretaria de Assistência Social e Cidadania-SASC e Secretaria de Educação e Cultura-SEDUC, que teve início em 2005, em todo estado existem 05 Unidades de internação, sendo 04 masculinos e 01 feminino, concentradas a maioria na capital, sendo apenas 01 em Parnaíba.

109 A Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, institui o Sistema Nacional de

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Atendimento Socioeducativo (SINASE) e regulamenta a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescentes que pratiquem ato infracional. A lei estabelecia o prazo de 1 (um) ano aos órgãos responsáveis pelo sistema de educação pública e as entidades de atendimento para garantir a inserção de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa na rede pública de educação, em qualquer fase do período letivo, contemplando as diversas faixas etárias e níveis de instrução. O artigo 28 da mesma Lei responsabiliza gestores, operadores e seus prepostos e entidades governamentais “no caso do desrespeito, mesmo que parcial, ou do não cumprimento integral às diretrizes e determinações previstas”.

110 Esta mesma lei orienta que, a educação para adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa constitui oferta obrigatória pelos sistemas de ensino, em todos os níveis, etapas e modalidades, devendo constar no Projeto Político Pedagógico das escolas e nos custos gerais da manutenção e do desenvolvimento do processo educativo.

111 No Piauí a oferta de educação ainda acontece de maneira incipiente, necessitando de um planejamento institucional, envolvendo o poder público e sociedade civil, que possa atender as exigências da lei.

112 O gráfico abaixo apresenta o número de matriculas na Educação Básica de adolescentes autores de atos infracionais privados de liberdade a nível nacional.

Gráfico 27 – Número de Matrículas na Educação Básica de Adolescentes autores de Atos Infracionais Privados de Liberdade, Piauí, 2010 – 2012

FONTE: INEP/MEC / 2013

113 Entre o público masculino, o gráfico acima mostra os anos de 2010 e 2011 com uma pequena variação, entretanto entre este mesmo público no ano de 2012, o número de matriculas cresceu significativamente, isto implica dizer que também cresceu o número de infrações cometidas por menores no contexto brasileiro. Em relação ao público feminino os anos de 2010 e 2011 mostram números menores de infrações, com pequena variação a mais para 2010 e aumento substancial em 2012.

114 A tabela 30 mostra o número de matriculas na Educação Básica de adolescentes autores de atos infracionais no Estado do Piauí no mesmo período.

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49

Tabela 33 - Número de matriculas na Educação Básica de adolescentes autores de atos infracionais, Piauí, 2010 – 2012

ANO

UNIDADES DE INTERNAÇÃO

Centro Educacional

Masculino - CEM

Centro de Internação

Provisória – CEIP

Semiliberdade

Centro Educacional

Feminino - CEF

Complexo

de Defesa da

Cidadania -

Parnaíba

2010 80 Entre 400 a 450 adolescentes

atendidos anualmente.

- 27 -

2011 94 21 18 -

2012 82 13 20 04

TOTAL 256 34 65 04

FONTE: Secretaria da Justiça/ SEJUS/SEDUC

115 No Piauí em relação ao mesmo período apesar da ausência de dados oficiais o número de atendimento a adolescentes em conflito com a lei é bastante significativo se observarmos o número de ingressos no Centro de Internação Provisória- CEIP a cada ano.

116 O atendimento educacional aos internos de todas as Unidades de internação obedece a uma triagem para posicionamento do mesmo à etapa correspondente ao seu nível de escolaridade, haja vista que muitos deles não possuem documentação comprobatória da vida escolar, cabendo a aplicação de uma avaliação diagnóstica.

117 Quanto ao atendimento feminino, as adolescentes ficam no Complexo de Defesa da Cidadania aproximadamente (dez) 10 dias aguardando ordem judicial para serem encaminhadas ao Centro Educacional Feminino.

3.4.3 Número de escolas públicas e privadas do sistema estadual de ensino

118 A seguir apresentamos os gráficos demonstrativos dos Estabelecimentos de Ensino da Educação de Jovens e Adultos no Período de 2007 a 2014 e por Dependência Administrativa.

Gráfico 28 – Número de Estabelecimentos de Ensino na Educação Básica de Jovens e Adultos, Piauí, 2007 – 2014

Fonte: MEC/INEP/SEDUC

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Gráfico 29 – Número de Estabelecimentos de Ensino na Educação Básica de Jovens e Adultos por Dependência Administrativa, Piauí, 2014

Fonte: MEC/INEP/SEDUC

119 Conforme indicado no gráfico 28 percebe-se uma redução significativa no número de estabelecimentos de ensino da EJA, assim como no gráfico 29 verifica-se uma predominância da rede municipal em relação às demais redes de ensino.

3.4.4 Quadro de profissionais por escolaridade e grau de formação 120 No que se refere à oferta potencial de profissionais habilitados para atuar

como professores da Educação de Jovens e Adultos, a legislação vigente Art. 61 da LDB, considera os concluintes do Ensino Médio (Curso Normal e Médio Profissionalizante) para atender as quatro séries iniciais do Ensino Fundamental, e os concluintes do Ensino Superior em cursos de graduação com licenciatura plena, para atuar nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Enfatiza a necessidade de formação de profissionais da educação de modo a atender os objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase de desenvolvimento do educando (BRASIL, 1996).

121 Nessa perspectiva, tendo em vista a exigência de formação específica para atuar na EJA, o Parecer CEB/CNE 11/2000 preconiza que a formação contemple uma relação pedagógica com sujeitos, trabalhadores ou não, com marcadas experiências vitais que não podem ser ignoradas, despertando a necessidade de uma pesquisa de "escuta" desses sujeitos e das implicações dessa formação em suas práticas pedagógicas.

122 Portanto, refletir sobre a Formação Inicial e Continuada dos profissionais que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA) pressupõe o conhecimento prévio dos aspectos sócio- históricos e econômico-culturais que envolvem tanto esta modalidade de ensino quanto os sujeitos que dela participam. Nesse sentido, para atuar nessa modalidade exige-se uma formação diferenciada da escola convencional, o que ainda é incipiente em termos de Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

123 Assim, para o planejamento educacional do novo decênio, apresentamos os dados diagnósticos a seguir:

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51

Tabela 34 – Número de Funções Docentes na Educação de Jovens e Adultos, no Ensino Fundamental e Ensino Médio, por Nível de Formação, segundo a Região Geográfica e Unidade Federativa, 2004 – 2006

Incompleto Completo

Brasil 64.720 307 1.598 45.214 17.601

Nordeste 38.730 179 1.337 30.243 6.971

Piauí 2.906 33 168 2.513 192

Brasil 109.904 32 156 25.772 83.944

Nordeste 35.998 9 46 13.525 22.418

Piauí 5.025 (9) 2 2.740 2.283

Brasil - - - - -

Nordeste - - - - -

Piauí - - - - -

Brasil 65.213 282 1.791 42.852 20.288

Nordeste 39.380 189 1.572 29.911 7.708

Piauí 3.014 38 213 2.360 403

Brasil 116.781 - 156 22.863 93.762

Nordeste 39.355 - 99 13.444 25.812

Piauí 4.790 - 20 2.022 2.748

Brasil 77.859 - - 3.239 74.620

Nordeste 13.118 - - 1.206 11.912

Piauí 438 - - 19 419

Brasil 68.004 203 1.539 42.287 23.975

Nordeste 40.781 130 1.358 30.671 8.622

Piauí 3.575 9 101 2.742 723

Brasil 124.518 22 170 21.859 102.467

Nordeste 43.437 21 116 14.255 29.045

Piauí 5.033 - 13 1.600 3.420

Brasil 85.023 1 1 3.198 81.823

Nordeste 13.861 1 - 1.576 12.284

Piauí 507 - - 11 496

FUNÇÕES DOCENTES

Número de Funções Docentes na Educação de Jovens e Adultos, no Ensino Fundamental 1ª a 4ª

série - 5ª a 8ª série e Ensino Médio, por Nível de Formação, segundo a Região Geográfica e a

Unidade da Federação - 2004

Educação de Jovens e Adultos - EJA

Fundamental

Médio

Completo

Superior

Completo

Unidade

da

Federação

Fundamental

- 5ª a 8ª série

Ensino

Médio

Ensino

Médio

2004

2005

2006

Fundamental

- 1ª a 4ª série

Fundamental

- 1ª a 4ª série

Fundamental

- 5ª a 8ª série

Fundamental

- 5ª a 8ª série

Ensino

Médio

Fundamental

- 1ª a 4ª série

Ensino SérieTotal

ANO

Funções Docentes na Educação de Jovens e Adultos

Fonte: INEP

124 A tabela 34 referente aos anos de 2004 a 2006 especifica o número de

docentes por categoria de ensino onde podemos verificar que para as séries iniciais, percebe-se um crescente avanço no nível de escolarização. Porém menos significativa que o verificado para Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série que se observou um crescimento bastante considerável no nível de escolarização dos docentes. No que se refere ao Ensino Médio somente após o Decreto nº 5478 de 24 de junho de 2005 foi instituído o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional à Educação Básica na modalidade de EJA-PROEJA, abrangendo a formação inicial e continuada de trabalhadores e à educação Profissional Técnica de nível médio. (Resolução CNE/CEB Nº 4 27/10/2005). Percebe-se que os docentes para atuar nessa etapa de ensino a partir deste ano já possuem a escolarização em sua maioria em Nível Superior.

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52

Tabela 35 - Número de Professores na Educação de Jovens e Adultos, por Escolaridade, segundo a Região Geográfica e a Unidade Federativa, 2007 – 2013

Médio

Total

Normal/

Magistério

Ensino

Médio

Brasil 236.170 1.680 42.068 12.815 166.643 12.964

Nordeste 83.241 6.538 28.465 7.027 41.873 4.581

Piauí 6.595 75 2.003 545 3.759 213

Brasil 262.520 1.371 60.984 45.546 15.438 200.165

Nordeste 94.047 1.044 40.131 31.141 8.990 52.872

Piauí 7.795 206 2.956 2.213 743 4.633

Brasil 261.515 1.086 58.161 41.931 16.230 202.268

Nordeste 94.467 846 39.179 29.691 9.488 54.442

Piauí 8.158 206 2.819 1.976 843 5.133

Brasil 261.737 1.003 261.681 36.258 19.186 205.290

Nordeste 95.785 701 217.648 25.097 11.870 58.117

Piauí 8.799 184 2.629 1.779 850 5.986

Brasil 259.366 788 44.606 29.236 15.370 213.972

Nordeste 96.598 569 31.002 20.852 10.150 65.027

Piauí 8.590 145 2.161 1.417 744 6.284

Brasil 253.630 562 36.559 23.581 12.978 216.509

Nordeste 97.933 387 25.750 17.079 8.671 71.796

Piauí 8.262 40 1.739 1.104 635 6.483

Brasil 254.479 339 44.033 19.820 24.213 210.107

Nordeste 99.035 210 29.169 14.769 14.400 69.656

Piauí 8.211 21 2.028 917 1.111 6.162

Ano

2012

2013

2007

2008

2009

2010

2011

Educação de Jovens e Adultos

Número de Professores na Educação de Jovens e Adultos por Escolaridade,

segundo a Região Geográfica e a Unidade da Federação, em 2008

Unidade

da

Federação

Professores na Educação de Jovens e Adultos

Total

Escolaridade

Ensino

Fundamental

Ensino Médio

Superior

Fonte: INEP

125 Na tabela 35 os dados aparecem de um modo geral, sem especificar as etapas de ensino, a série histórica das estatísticas no período de 2007 a 2013. Constata-se uma significativa inversão, demonstrando que houve um elevado aumento nos níveis de escolarização, efeito este que pode ser atribuído claramente à entrada em vigor da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394/96, que apontava para a progressiva exigência de formação em nível superior. Olhando para os dados do Piauí, comprova-se um gradativo crescimento.

126 Somente nas últimas décadas a problemática da formação de educadores para a EJA ecoou como necessidade de reformulação no sentido de possibilitar a inclusão de conhecimentos teóricos e práticas pedagógicas voltados para adultos. Nesse ponto, a formação dos educadores deve considerar a EJA como um campo pedagógico específico que neste contexto, demanda a profissionalização de seus colaboradores.

127 A seguir apresentamos os gráficos 30, 31 e 32 que demonstram o número de professores na Educação de Jovens e Adultos por escolaridade no Brasil, na

Região Nordeste e no Estado do Piauí no período de 2007 a 2013.

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53

Gráfico 30 – Evolução do Número de Professores na EJA por Escolaridade, Brasil, 2007 – 2013

Fonte: MEC/INEP

Gráfico 31 – Evolução do Número de Professores na EJA por Escolaridade, Região Nordeste, 2007 – 2013

Fonte: MEC/INEP

Fonte: MEC/INEP

Gráfico 32 – Evolução do Número de Professores na EJA por Escolaridade, Piauí, 2007 – 2013

Fonte: MEC/INEP

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54

128 Os gráficos 30, 31 e 32 indicam que nos âmbitos nacional, regional e estadual, houve um esforço crescente da oferta de formação aos profissionais da Educação de Jovens e Adultos, com predominância da formação superior. No entanto, ainda persiste no ensino da EJA docentes sem a formação mínima exigida. Assim, a série histórica em análise, demonstrada nos gráficos mencionados, indica uma tendência à erradicação desta prática inadequada.

3.4.5 Capacidade técnica disponível para a educação de jovens e adultos

129 Considerando que os professores e técnicos que atuam na Educação de Jovens e Adultos do Estado do Piauí não são exclusivos desta modalidade, pode-se inferir que estes profissionais são carentes de formação específica para atuarem com o público jovem e adulto. Apesar do esforço conjunto entre SEDUC e MEC em promover formação continuada aos profissionais de educação, faz-se necessário o fortalecimento de uma política de formação voltada para esses agentes educativos, levando em conta a complexidade e especificidade desta modalidade de ensino.

3.4.6 Programas e projetos educacionais em execução pela Prefeitura, Governo do Estado, Ministério da Educação e Terceiro Setor

130 Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - PRONATEC – EJA.

Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem Campo – Saberes da Terra.

Programa Brasil Alfabetizado

PEJA - PROGRAMA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – Programa destinado ao financiamento de novas turmas de EJA (Resolução/FNDE Nº 48/2013).

131 Elevação de escolarização em espaços institucionais/Termo de Cooperação Técnica.

Secretaria de Administração SEAD

Fazenda da Paz CEAPI

SEJUS

SEST/SENAT- Serviço Nacional de Aprendizagem dos Transportes

Grupo Carvalho

EXAMES NACIONAIS DE CERTIFICAÇÃO

ENCCEJA – Exame Nacional de Certificação de Competências da Educação de Jovens e Adultos (Ensino Fundamental)

ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio

3.5 INCLUSÃO E DIVERSIDADE

132 O eixo Inclusão e Diversidade é uma tentativa e ao mesmo tempo estratégia de ressaltar e mostrar as fragilidades do acesso e sucesso de uma parcela de piauienses no direito à educação e de apontar rumos para a superação desta realidade.

133 Há um enfoque nas populações, a exemplo dos povos do campo, indígenas, negros e quilombolas, ciganos, pessoas com deficiência, transtornos globais

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55

do desenvolvimento e Altas habilidades/superdotação e crianças e adolescentes em cumprimento de medidas sócio-educativas e há ainda um enfoque temático com o objetivo da construção e do desenvolvimento de processos educativos formais que considerem e respeitem as diversidades culturais, étnicas, de geração, de gênero sendo tudo isso permeado pela perspectiva do direito de cada um e cada uma e do respeito mútuo.

134 É importante ressaltar que as propostas e ações de inclusão são necessárias em virtude de haver um processo de exclusão e marginalização que têm diferentes facetas e cujo nascimento histórico acompanha a constituição do Brasil como uma nação e está imbricado nas relações estabelecidas entre os diferentes povos que constituem o povo brasileiro.

135 “A origem mais contemporânea do termo exclusão social é atribuída ao título do livro de René Lenoir, Les exclus: un français sur dix (‘Os excluídos: um em cada dez franceses’), publicado em 1974, ainda que o trabalho não contivesse qualquer elaboração teórica do conceito de exclusão social” (Escorel, 2009).

136 “No Brasil, na década de 1990, estudiosos também identificam uma nova problemática social a exigir uma conceituação própria. No entanto, as análises tendem a considerar a emergência do fenômeno contemporâneo como expressão de um processo com raízes históricas ancestrais na sociedade brasileira, ao longo do qual ocorreram situações de exclusão que deixaram marcas profundas em nossa sociabilidade como a escravidão.

137 A partir dessa marca estrutural a sociedade apresentou, nos diversos períodos históricos, faces diferenciadas, expressões de processos sociais presididos por uma mesma ‘lógica’ econômica e/ou de cidadania excludente. Na década de 80, a transição do regime político e os ciclos econômicos recessivos aumentaram a visibilidade da ’questão social’. Na década de 90, e não antes, surgiram os sinais evidentes de uma piora das condições de vida. A exclusão social tornou-se visível e contundente a partir da população de rua e da violência urbana” (Nascimento, 1993).

138 “A exclusão consiste de processos dinâmicos, multidimensionais produzidos por relações desiguais de poder que atuam ao longo de quatro dimensões principais – econômica, política, social e cultural –, e em diferentes níveis incluindo individual, domiciliar, grupal, comunitário, nacional e global. Resulta em um continuum de inclusão/exclusão caracterizado por acessos desiguais aos recursos, capacidades e direitos que produzem iniqüidades...” (Popay et al, 2008, p. 36).

139 “As desigualdades sociais, que tem como consequência a exclusão, são resultantes da falta de políticas públicas corretas. E o combate a essas desigualdades é um preceito constitucional inserido no artigo 3º, inciso III da Constituição Brasileira, que deve ser visto como uma forma de promoção dos Direitos Humanos. A exclusão gera os “marginalizados” e esses tradicionalmente são vistos como vilões, e não como vítimas, (...). A conscientização dessa violação é fundamental para uma cobrança dos setores governamentais.” (Doroteu, 2012)

140 “As desigualdades sociais, que tem como consequência a exclusão, são resultantes da falta de políticas públicas corretas. E o combate a essas desigualdades é um preceito constitucional inserido no artigo 3º, inciso III da Constituição Brasileira, que deve ser visto como uma forma de promoção

dos Direitos Humanos. A exclusão gera os “marginalizados” e esses tradicionalmente são vistos como vilões, e não como vítimas, (...). A conscientização dessa violação é fundamental para uma cobrança dos setores governamentais.” (Doroteu, 2012)

141 No Brasil há um amplo arcabouço de legislação que trata do direito dos

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56

excluídos e do respeito à diversidade cultural, geográfica etc., bem como há várias ações que ganharam a categoria de políticas públicas, com vistas a garantir a inclusão dos que estão fora do direito, a exemplo da Constituição Federal (1988); Decreto 4886/03 - Institui a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR); Decreto 4.887/03 - Define procedimentos para a regularização fundiária (reconhecimento, demarcação e titulação) das áreas quilombolas; Decreto 58.824, de 14.07.1966, que sanciona a aplicação da Convenção sobre a Proteção a Integração das Populações Indígenas e outras Populações Tribais e Semitribais de Países Independentes no território brasileiro; Projeto de Lei n. 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Aprova o Estatuto das Sociedades Indígenas; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB nº 9394/1996; Parecer CNE/CEB nº 7/2010, aprovado em 7 de abril de 2010, Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica; Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica - Resolução CNE/CEB nº 5, de 22.06.2012; Alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para dispor sobre a oferta de educação superior para os povos indígenas - Lei nº 12.416, de 09.06.2011; Disposições sobre a Educação Escolar Indígena, sua organização em territórios Etnoeducacionais, entre outras providências - Decreto nº 6.861, de 27.05.2009; Inclusão no currículo oficial das redes públicas e privadas de ensino da obrigatoriedade do ensino dos conteúdos de história e da cultura afro-brasileira e africana, Lei nº 10.639/03 de 09.01.2003; Diretrizes curriculares nacionais para o ensino de História e cultura afro-brasileira e indígena – Lei nº 11.645, de 10.03.2008; Regulamentação do Programa Diversidade na Universidade – Decreto nº 4.876, de 12.11.2003; Educação escolar indígena no Governo Federal – Decreto nº 26, de 04.02.1991; RESOLUÇÃO CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2002- Institui as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo; RESOLUÇÃO nº 2, de 28 de abril de 2008- Estabelece diretrizes complementares, normas e

princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da Educação Básica do Campo; DECRETO nº 7.352, de 4 de novembro de 2010 - Dispõe sobre a Política Nacional de Educação do Campo e o Programa

Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA; Parecer CNE/CEB nº 1/2006, aprovado em 1º de fevereiro de 2006, Dias letivos para a aplicação da Pedagogia de Alternância nos Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFA); Parecer CNE/CEB nº 14/2011, aprovado em 7 de dezembro de 2011 – Diretrizes para o atendimento de educação escolar de crianças, adolescentes e jovens em situação de itinerância; Resolução CNE/CEB nº 3, de 16 de maio de 2012 - Define diretrizes para o atendimento de educação escolar para populações em situação de itinerância; Resolução CNE/CEB nº 2/2001, de 11 de setembro de 2001, Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica; Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009, Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial.

3.5.1 Educação Especial

142 A Educação Especial perpassa todos os níveis e modalidades de ensino, de forma complementar e suplementar e não substitutiva a escolarização, integrando a proposta pedagógica da escola. Atende pessoas com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades/Superdotação, matriculados em Classes comuns do Ensino Regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), em Salas de Recursos Multifuncionais ou

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57

em Centros de Atendimento Educacional Especializado. 143 A educação inclusiva é um processo educacional que busca incluir todos os

estudantes em um mesmo ambiente escolar, reforçando a prerrogativa de uma sociedade que deve primar pelo direito de todas as pessoas. Constitui-se em um conjunto de ações pedagógicas e uma proposta de organização do Sistema Educacional, que tem como fundamento a valorização da

diversidade e o respeito às diferenças, reconhecendo o direito universal à educação nas escolas de ensino regular. Assim, a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), torna-se

basilar para reafirmar a garantia de acesso ao processo de escolarização na educação básica, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, não se admitindo a exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência.

144 Deste modo, a Educação inclusiva cumpre os dispositivos legais da Constituição Federal de 1988, inciso III do art. 208, que instituiu o Atendimento Educacional Especializado, definido pelo art. 2º,§ 1º, incisos I e II, § 2º, do Decreto Nº 7.611/2011 em conformidade com o art. 58 da LDB (Lei Nº 9.394/1996) para garantir o acesso, a permanência e aprendizagem com sucesso dos estudantes, público alvo da educação especial em classes comuns em articulação com os serviços de apoio especializados nas escolas regulares. Vale ressaltar que ao promulgar a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência ONU/2006, com status de emenda constitucional, por meio do Decreto n.6949/2009, a legislação brasileira adota a inclusão escolar como princípio, conforme reafirmado no Art.1º do Decreto n° 7.611/2011 que estabelece as diretrizes para a educação desse público alvo.

145 Com base na análise dos indicadores oficiais relativos a matrícula, constata-se o empenho do sistemas de ensino em garantir o acesso e a permanência, com sucesso, do aluno público alvo da educação especial. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), no Brasil, foi registrado inclusão de até 85% dos alunos da educação especial, considerando a população de 04 a 17 anos com deficiência que frequenta a escola. No Piauí, este percentual chegou a 84%, tendo como perspectiva atingir a meta de 100% durante a vigência deste Plano Estadual de Educação - PEE, universalizando o acesso, no cumprimento dos citados dispositivos legais.

146 Analisando os dados registrados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas - INEP e Educacenso no período de 2004 á 2013, é possível observar na tabela 36 (gráfico 34) que houve um significativo decréscimo de matrículas em escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais de escola regular.

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58

Tabela 36 – Matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais em escolas exclusivamente especializadas ou classes especiais de escola regular, Piauí, 2004 – 2013

Ano Total Urbana

Total Federal Estadual Municipal Privada Total Federal Estadual Municipal Privada

2004 4.514 - 959 74 3.481 4.514 - 959 74 3.481

2005 5.165 - 1.053 85 4.027 5.165 - 1.053 85 4.027

2006 5.527 - 1.067 139 4.321 5.527 - 1.067 139 4.321

2007 4.298 - 1.053 104 3.41 4.298 - 1.053 104 3.141

2008 4.465 - 870 222 3.373 4.465 - 870 222 3.373

2009 2.946 - 230 416 2.300 2.946 - 230 416 2.300

2010 1.906 - 146 295 1.465 1.906 - 146 295 1.465

2011 415 - 60 75 280 415 - 60 75 280

2012 371 - - 62 309 371 - - 62 309

2013 338 - 35 74 229 338 - 35 74 229 Fonte: MEC/Inep/DEED.

Gráfico 33 – Matrículas de alunos com necessidades educacionais especiais em Escolas Exclusivamente Especializadas ou Classes Especiais de escola regular.

Fonte: MEC/Inep/DEED

147 No Piauí, conforme o censo escolar/2014 foram contabilizados 6.003 estabelecimentos de ensino. Nestas escolas, foram matriculados 10.651

estudantes com Necessidades Educacionais Especiais em classe comum, distribuídos pelas diferentes etapas e modalidades da educação básica, explicitados na tabela 37, enquanto que houve apenas 338 matriculas em escolas exclusivamente especializadas e ou/classes especiais em todo o Estado, na tabela 36 (gráfico 33). Registrou-se em 2004, a inclusão de 2.804 estudantes público alvo da educação especial, em 2005 4.697 e em 2006 um total de 6.316, conforme dados do Censo Escolar/INEP. Entretanto estes dados só passaram a ser informados detalhadamente à partir de 2007.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

- - - - - - - - - -

4.514 5.165 5.527 4.298 4.465 2.946 1.906 415 371 338

2004 2005 2006 2007 2208 2009 2010 2011 2012 2013

9591.053 1.067 1.053

870

230146

60 0 3574 85 139 104222

416295

75 62 74

3.481

4.027

4.321

3.141

3.373

2.300

1.465

280 309 229

Estadual

Municipal

Privada

%

MATRÍCULAS DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Matrículas em Escolas Exclusivamente Especializadas ou Classes Especiais de escola regular

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59

Tabela 37 – Evolução do número de matriculas por nível e modalidade de ensino, Piauí, 2007 – 2014

Ano Depen dência

Total de

Matrículas

Educação Especial

Creche Pré-

escola

Anos

Médio Ed. Prof

N.Téc.

EJA EJA EJA Int. Ed. Prof

Iniciais Finais Fund. Médio

2007

Federal 0 - - - - - - - - -

Estadual 1.577 12 19 916 87 344 1 198 - - Municipal 1.155 14 208 1357 276 16 - 303 1 -

Privada 3.869 134 1076 1767 67 39 15 768 3 - TOTAL 6.601 160 1303 4040 430 399 16 1269 4 0

2008

Federal 1 0 0 0 0 1 0 0 0 - Estadual 1.698 14 201 918 146 189 0 230 0 - Municipal 3.166 56 414 2.121 288 30 0 256 1 -

Privada 3.352 140 835 1.293 324 33 0 727 0 - TOTAL 8217 210 1450 4332 758 253 0 1213 1

2009

Federal - 0 0 0 0 0 0 0 0 - Estadual 1.125 21 13 545 142 221 1 182 0

Municipal 4.743 63 451 2.911 597 2 0 719 0 - Privada 2.431 97 473 1.244 40 10 0 564 3 -

TOTAL 8.299 181 937 4700 779 233 1 1465 3 -

2010

Federal 6 0 0 0 0 4 2 0 0 -

Estadual 1.716 0 2 826 261 303 12 275 37 - Municipal 6.450 74 506 4.242 796 24 0 807 1 -

Privada 1.799 49 274 741 54 17 106 555 3 - TOTAL 9.971 123 782 5809 1111 348 120 1637 41 -

2011

Federal 37 0 1 0 0 9 21 0 0 - Estadual 2.196 0 1 927 400 411 11 375 71 - Municipal 8.100 98 578 5.160 1.111 19 0 1134 0 -

Privada 684 16 125 329 71 23 31 79 10 - TOTAL 11017 114 704 6417 1582 459 72 1588 81 -

2012

Federal 31 0 1 0 0 9 21 0 0 - Estadual 2175 0 0 790 494 509 5 322 55 -

Municipal 8240 81 550 5236 1290 5 1 1077 0 - Privada 733 13 117 426 72 25 11 60 9 -

TOTAL 11.179 94 668 6452 1856 548 38 1459 64 -

2013

Federal 35 0 0 0 0 21 13 0 1 -

Estadual 1.599 0 0 291 499 465 10 249 85 - Municipal 9.253 120 577 5995 1592 1 1 961 6 -

Privada 654 29 106 301 76 27 14 92 9 - TOTAL 11.541 149 683 6587 2167 514 38 1302 101

2014

Federal 48 0 0 0 0 24 21 0 3 0

Estadual 1.194 0 0 193 405 335 29 128 104 - Municipal 8.636 113 524 5370 1628 0 0 1001 0 -

Privada 773 26 132 382 62 29 19 112 11 - TOTAL 10.651 139 656 5945 2095 388 69 1241 118 -

Fonte: MEC/Inep

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60

Gráfico 34 – Número de matrículas público alvo da educação especial por nível e modalidade de ensino, Piauí, 2013

Fonte: MEC/Inep

148 Os dados da tabela 37 evidenciaram que houve aumento no número de matrículas de alunos, público alvo da educação especial em classe comum do ensino regular correspondente a 61,9%, no período de 2007 a 2014. O maior número destas matrículas evidencia-se no Ensino Fundamental, séries iniciais. Proporcionalmente se percebe menores índices de acesso na Educação Infantil e Ensino Médio, especificamente na educação Profissional, tendo 2013, como ano base no gráfico 34.

149 É possível perceber que na matrícula em escolas especiais (tabela 37) foi verificado uma queda de 86,07% neste número.

150 Em se tratando do perfil do aluno com Necessidades Educacional Especial, considerando sua identidade étnico/racial, as tabelas 38 e 39 revelam:

Tabela 38 – Matrículas de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais em Escolas Exclusivamente Especializadas por Sexo e Raça/Cor, Piauí, 2012 – 2013

ANO

Matrículas na Educação Especial – Escolas Exclusivamente Especializadas

Total Sexo Raça/Cor

Feminino Masculino Não Declarada Branca Preta Parda Amarela Indígena

2012 371 153 218 115 46 11 197 - 2

2013 338 143 195 95 44 22 176 - 1 Fonte INEP/2013

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61

Tabela 39 - Matrículas de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais em Classes Comuns do Ensino Regular e/ou da Educação de Jovens e Adultos por Sexo e Raça/Cor, Piauí, 2013

ANO

Matrículas em Classes Comuns

Total Sexo Raça/Cor

Feminino Masculino Não

Declarada Branca Preta Parda Amarela Indígena

2013 11.281 4.513 6.768 3.313 1.345 377 6.145 95 6 Fonte:MEC/Inep

Gráfico 35 - Matrículas de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais em Classes Comuns do Ensino Regular e/ou da Educação de Jovens e Adultos por Sexo e Raça/Cor, Piauí, 2013

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

Feminino Masculino Não Declarada

Branca Preta Parda Amarela Indígena

Sexo Raça/Cor

4.513

6.768

3.313

1.345

377

6.145

956

40,01 59,99 29,37 11,923,34

54,47 0,84 0,05

Piauí 11.281

Piauí %

Classes Comuns do Ensino Regular e/ou da Educação de Jovens e AdultosNúmero de Matrículas em Classes Comuns do Ensino Regular e/ou da Educação de Jovens e Adultos por Sexo e Raça/Cor, segundo a Região Geográfica e a Unidade da Federação – 2013

151 Com base nos dados (INEP/2013), relativos às matrículas na Educação Especial – tanto em Escolas Exclusivamente Especializadas como em classe

comum observa-se que mais de 50% dos alunos da educação especial são do sexo masculino e a grande maioria se declara de cor parda, como mostra o gráfico 35, relativo á identidade étnico/racial do estudante, público alvo da educação especial no ensino regular.Considerando a matrícula em classe comum deste aluno com Necessidade Educacional na zona rural e urbana, é possível observar:

Tabela 40 - Matrículas na classe comum do ensino regular e/ou da educação de jovens e adultos, zonas rural e urbana, Piauí, 2009 – 2013

Ano

MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL – CLASSES COMUNS

Total Urbana

Total Federal Estadual Municipal Privada Total Federal Estadual Municipal Privada

2009 5.428 - 914 4.330 184 3.382 - 883 2.321 178

2010 8.170 6 1.641 6.165 358 5.717 6 1.571 3.787 353

2011 10.659 37 2.188 8.030 404 7.770 36 2.132 5.203 399

2012 10.835 31 2.202 8.181 421 8.049 31 2.110 5.492 416

2013 11.281 35 1.640 9.181 425 8.467 35 1.547 6.462 423 Fonte:MEC/Inep

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62

152 Na mesma proporção do aumento de acesso a escolarização em classes comuns do ensino regular ou da Educação de Jovens e Adultos, podemos perceber na tabela 40, a ampliação da matrícula na zona urbana. Com o aumento da matrícula implica também a expansão e implementação do Atendimento Educacional Especializado, disponibilização de recursos pedagógicos de acessibilidade, transporte escolar acessível, atendimento complementar ou suplementar ao aluno matriculado em sala comum no contra turno de sua escolaridade, oferta obrigatória da dupla matrícula, a formação continuada de professores, além de formação e contratação de profissionais de apoio nos termos da Nota Técnica Nº 19/2010, interpretes e instrutores de libras, ledores e outros profissionais indispensáveis ao processo de inclusão da pessoa com deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento ou Altas Habilidades/superdotação.

153 O Plano Nacional de Educação - PNE indica na meta 4.6 a importância de se manter e ampliar programas suplementares que promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a

permanência dos (as) alunos (as) com deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos (as) com altas

habilidades ou superdotação. Além de prevê a implantação de serviços de apoio especializados em escolas urbanas, do campo, indígena e de comunidades quilombolas. A tabela 41 apresenta dados sobre as escolas do Piauí com acessibilidade, conforme censo escolar/2014.

Tabela 41 – Escolas com acessibilidade nas dimensões arquitetônica e metodológica, Piauí, 2014

Dependência Administrativa

Nº de escolas

Banheiro Adaptado

% Dependência

adaptada %

Salas de Recursos

Multifuncionais %

Total de indicadores

Federal 15 12 80% 11 73,33% 1 6,66% 24

Estadual 668 258 38,62% 203 38,38% 114 17,06% 575 Municipal 4764 552 11,58% 465 9,76% 405 8,50% 1422

Particular 556 250 44,96% 256 46,04% 59 10,61% 565 Total Geral 6003 1072 17,85% 935 15,57% 579 9,64% 2586

Fonte: MEC/Inep

Gráfico 36 – Número de escolas com banheiros adaptados, Piauí, 2014

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63

Fonte: Fonte: MEC/Inep

Gráfico 37 – Número de escolas com dependências adaptadas, Piauí, 2014

Fonte: Fonte: MEC/Inep

Gráfico 38 – Número de escolas com salas de Recursos Multifuncionais, Piauí, 2014

Fonte: Fonte: MEC/Inep

154 A análise da tabela 41 mostra que a execução das políticas de acessibilidade física e estruturais das escolas do sistema estadual de ensino no Piauí, ainda precisa ser ampliada, pois do total de 6.003 escolas, sendo 15 federais, 668 estaduais, 4.764 municipais e 556 da rede particular apenas 17,85% têm banheiros adaptados (gráfico 36), 15,57% (gráfico 37) possuem dependências de uso comuns adaptadas e apenas 9,64% ofertam Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos Multifuncionais, mesmo se tratando de ofertas obrigatórias e direitos constitucionais (gráfico 38).

155 Com relação a meta 4.6, a tabela 42 apresenta um demonstrativo da oferta de transporte escolar oferecido pelo Poder Público Estadual e Municipal, contemplando 882 alunos da Educação Especial em Classes Especiais e/ou

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Escolas Exclusivamente Especializadas, que Utilizam Transporte Escolar. Os dados mostram que a oferta se concentra em área urbana e rede privada, sendo justificado por números de escolas de instituições filantrópicas conveniadas com o poder público. Atualmente existem 14 instituições conveniadas e na sua maioria, dispõem de transporte escolar adaptado.

Tabela 42 – Número de Matrículas da Educação Especial em Classes Especiais e/ou

Escolas Exclusivamente Especializadas Residentes em Área Rural, que Utilizam Transporte Escolar acessível Estadual e Municipal, Piauí, 2009

Fonte:MEC/Inep

156 Os dados da tabela 46, coletados individualmente através da página do INEP, revelam que o número de professores com formação em Educação especial mínimo de 80 horas ainda é relativamente pequeno, indicando apenas 2,10% do total de professores do sistema estadual de educação, apesar das ações anuais desenvolvidas no âmbito do Programa de Formação Continuada, executadas pelas Secretaria Estadual de Educação e Cultura – SEDUC e Secretarias Municipais de Educação em todo o Estado do Piauí. Tais ações incluem por exemplo as executadas pelo convênio com o MEC/FNDE, através do Plano de Ação articulada – PAR, o Seminário anual Educação e Diversidade com abrangência em todo o território estadual e as formações realizadas pelos Centros de Atendimento Educacional Especializado - AEE, em funcionamento, dos quais três (03) instituídos pelo MEC (Núcleo de atividades de Altas Habilidades/Superdotação - NAAHS; Centro de Capacitação de Profissionais da educação e Atendimento às pessoas com Surdez - CAS; Centro de Apoio Pedagógico para atendimento às pessoas com Deficiência visual - CAP) e quatro (04) criados com recursos do tesouro estadual(Centro de Habilitação Ana Cordeiro - CHAC; Centro Integrado de Educação Especial – CIES e o Centro de estimulação para crianças com Deficiência Sensorial - Visual e Auditiva - CEDS na capital Teresina, além do Centro de Atendimento Educacional Especializado Agrônomo Parentes – CEAP, em Floriano.

157 Os relatórios da Gerência de Educação Especial/Secretaria Estadual de Educação e Cultura - GEE/SEDUC mostram que entre o período de 2011 e 2012, foram ofertados 10 cursos presenciais para professores da Sala Comum e professores da Sala de Recursos Multifuncionais, realizados através do convênio com MEC/FNDE e pelos Centros de AEE, contemplando 2.472 professores de escolas da rede pública e privada (tabela 43), sem contar com as formações de até 40h.

158 Do total geral de professores com formação em educação especial 16,8% estão em Sala de Recursos Multifuncionais e 86,3% em Sala comum do ensino regular (tabela 43 e gráfico 39). Isto porque atualmente devido a organização do sistema estadual de educação numa concepção de educação inclusiva, a matrículas em sala comum do ensino regular aumentaram. E, portanto, do total de profissionais em função docente que atende alunos público alvo da educação especial, 99,7 % atuam em salas inclusivas. Assim,

ANO Total

Em Escolas Urbanas Residentes

Federal Estadual Municipal Privada Em área

Rural

Em Área

Urbana

2009 112 - 2 75 35 112 -

750 - 1 157 592 - 750

TOTAL 862 - 3 157 627 - -

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o Programa de formação continuada precisa ofertar cada vez mais cursos presenciais e/ou à distancia para atender a esta demanda crescente.

Tabela 43 – Número de Professores com alguma formação em Educação Especial , Piauí, 2013

Ano

Dependência adm.

Total

de prof.

Total de professores com

formação em educação especial (mínimo de 80h) por etapa de

ensino

Total com

formação em Ed.

Especial

% Ed.

infantil

Ensino

Fundamental

Ensino

Médio

2013

Federal 706 - - 3 3 0,4%

Estadual 13077 - 104 165 309 2,3%

Municipal 33113 120 471 1 680 2,0%

Particular 7412 32 74 14 207 2,7%

Total Geral (pessoa física)

48.715 147 603 178 1.038 2,1%

Fonte: MEC/Inep

GRÁFICO 39 – Número de Professores com alguma formação em Educação Especial, Piauí, 2013

Fonte: MEC/Inep

159 Vale ressaltar que os dados referentes ao numero de professor, conforme o Censo escolar, podem aumentar quando analisados não como quantidade de pessoas físicas formadas, mas sim pela oferta. Significa que um professor pode receber duas ou mais formação. Então podemos considerar que 2.553 profissionais tiveram acesso a formação pelos indicadores de 2013, o que corresponde a 5,2%. Análise, esta comprovada pelos relatórios da Gerência de Educação Especial - GEE – SEDUC/PI, que apresentam números aproximados a esta realidade.

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66

Tabela 44 – Número de professores capacitados, Piauí, 2011 – 2012

PROFESSORES CAPACITADOS

ESTADUAL MUNICIPAL PRIVADO

2011 2012 2011 2012 2011 2012

1.416 672 136 37 99 112

2.088 173 211 Fonte: Relatório 2012 – GEE/SEDUC

160 Do total geral de professores com formação em educação especial 16,8% estão em Sala de Recursos Multifuncionais (gráfico 40) e 86,3% (gráfico 41) em Sala comum do ensino regular (tabela 45).

Tabela 45 – Número de Professores com alguma formação em Educação Especial

Ano Dependência administrativa

Total de

prof.

Professores com formação em educação

especial (mínimo de 80h) em

Sala de Recursos

Multifuncionais

% Classe

Comum %

2013

Federal 3 - 0% 3 100%

Estadual 309 47 15,2% 264 85,4%

Municipal 680 55 8,1% 632 92%

Particular 207 77 37,1% 136 65,7%

Total Geral 1.038 175 16,8% 896 86,3% Fonte: MEC/Inep

Gráfico 40 – Professores com formação em educação especial em sala de recursos multifuncionais, Piauí, 2013

Fonte:MEC/Inep

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67

Gráfico 41 – Professores com formação em educação especial em classe comum, Piauí, 2013

Fonte:MEC/Inep

Gráfico 42 – Professores com formação em educação especial em sala de recursos multifuncionais e classe comum, Piauí, 2013

Fonte:MEC/Inep

161 Segundo relatório do IBGE, extraído em 27/09/2012, no Piauí, existe 8.227 pessoas com deficiência contempladas pelo Programa do Beneficio de Prestação Continuada - BPC, na faixa etária de 0 a 18 anos. Destes apenas 3.359 (40,83%) estão inseridos na escola, precisando ainda inserir 4.868 (59,17%). Com evidente defasagem na faixa etária correspondente á educação infantil. O Programa do Benefício de Prestação Continuada - BPC escola tem como meta a adesão de 100% dos municípios, atualmente concluída e com percentual de inclusão de 69,% dos beneficiários. O que

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mostra avanço das ações interministeriais realizadas entre 2012 e 2014 e uma defasagem de 31% de pessoas com deficiência, ainda fora da escola. Ação intersetorial que envolve o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome - MDS, Ministério da Educação - MEC, Ministério da Saúde - MS,Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República - SDH/PR.

Tabela 46 – Inclusão escolar dos beneficiários do BPC de 0 a18 anos, Piauí, 2012

Quantidade de

Beneficiários

Beneficiários Inseridos na

Escola

Beneficiários Não Inseridos na

Escola

8.227 3.359 40,83% 4.868 59,17%

Fonte: IBGE, Censo 2012

Gráfico 43 - Beneficiários do Programa do Benefício de Prestação continuada inseridos e não inseridos na escola - BPC escola 0 a18 anos, Piauí, 2012

Fonte: IBGE, Censo 2012

162 As diretrizes da atual política estadual de Educação Especial seguem a política nacional de educação inclusiva (2008) tendo como desafios: a Inclusão de todos os estudantes com NEEs na rede regular de ensino, a identificação e a superação das barreiras que impedem seu acesso e permanência na

escola; a formação continuada de profissionais; a criação da Rede de Apoio a Educação Inclusiva; garantia da Acessibilidade; aquisição de equipamentos e recursos didáticos pedagógicos / tecnológicos; a expansão da Educação Especial- Atendimento Educacional Especializado, ofertado por meio de Salas de Recursos Multifuncionais ou Centro de Atendimento Educacional Especializado.

163 A atual política também exige a realização de estudos e desenvolvimento de estratégias intersetoriais conjuntas para superação destas barreiras, por meio da articulação das políticas de Educação, saúde, assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias, a fim de promover modelos de atendimento escolar que inclua 100% do público alvo da educação especial residentes na zona urbana e rural ,quilombola e educação do campo, assegurando também os com idade superior à faixa etária de escolarização obrigatória.

Page 69: Plano estadual-de-educacao-do piaui versao-preliminar-20abr2015

69

3.5.2 Educação Indígena

164 Estima-se que o Brasil tem hoje uma população de 896.917 indígenas de diferentes etnias vivendo nas cinco regiões brasileiras. Destes, 2.944 vivem no Piauí todos fora de terras indígenas. São populações remanescentes que não têm reconhecido o seu direito, propugnado na Constituição Federal, de viver em território próprio e com isso a garantia de viver segundo sua cultura e costumes.

Tabela 47 – População Indígena, Nordeste do Brasil, 2010

Grandes Regiões e Unidades da Federação

Total

Localização do domicílio Percentual

nas Terras Indígenas (%)

Terras Indígenas

Fora de Terras Indígenas

Nordeste 232 739 106 142 126 597 45.6

Maranhão 38 831 29 621 9 210 76.3

Piauí 2 944 0 2 944 0

Ceará 20 697 2 988 17 709 14.4

Rio Grande do Norte 2 597 0 2 597 0

Paraíba 25 043 18 296 6 747 73.1

Pernambuco 60 995 31 836 29 159 52.2

Alagoas 16 291 6 268 10 023 38.5

Sergipe 5 221 316 4 905 6.1

Bahia 60 120 16 817 43 303 28.0

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

3.5.3 Educação Étnico Racial e para Populações Quilombolas

165 Segundo o Censo Demográfico de 2010 (IBGE), há 397 indígenas no Piauí com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever. Dados do Censo Escolar 2013(INEP) informam que há 4 escolas indígenas e 715 matrículas de estudantes indígenas na Educação Básica, sendo 26 na creche, 81 na Pré-escola, 396 no Ensino Fundamental, 76 no Ensino Médio, 1 na Educação Especial, 78 no Ensino Fundamental e 34 no Ensino Médio-Modalidade EJA, 15 na Educação Profissional.

166 Os dados por si só apontam para a necessidade de uma política de educação diferenciada para estas populações, que considerem seus direitos e sua especificidade étnico e cultural.

167 A população do Piauí é composta de 63% de pardos, 3% de negros e 33% de brancos. A soma de negros e pardos é de 66%. O valor médio do rendimento mensal total nominal por cor ou raça – preta é de R$ 579,00 e de parda é R$ 638,00. Valores bem abaixo do indígena que é de R$ 807,00 e quase metade dos brancos R$ 1.040,00.

168 Os dados de analfabetismo e baixa escolaridade por cor ou raça também mostram a falta de acesso aos direitos das populações negros ou pardos, neste caso a educação. Gráfico 42

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70

Gráfico 44 – Pessoas com 10 anos ou mais, sem instrução e fundamental incompleto - Cor ou Raça, Piauí, 2010

Fonte: Censo Demográfico 2010 - IBGE

3.5.4 Educação do Campo

169 Estimava-se que em 2010 o Piauí tinha uma população de 3.119.360 e que 34,2% viviam no campo, ou seja, 1.067.401 pessoas, mais de 1/3 da população do Estado. As Principais Atividades Econômicas destas populações são: agricultura, pecuária, extrativismo (vegetal e mineral) e

serviços. Pelas características das atividades e pela preponderância das três primeiras na maioria dos municípios piauienses, podemos afirmar que o Piauí tem forte caracterização agrícola. (Censo Demográfico, 2010-IBGE)

170 A composição físico-geográfica do campo piauiense é diversificada e composta por áreas litorâneas, cerrados, semiárido e matas de cocais, consideradas áreas de transição.

171 A área de domínio do semiárido abrange 150.454,25 km², ocupando grande parte do setor central, leste e sudeste, fazendo fronteiras com o Ceará, Pernambuco e Bahia, correspondendo a 59,61% da área total do estado e um total de 127 municípios segundo a nova delimitação do semiárido brasileiro (Portaria interministerial Nº 01 de 09 de março de 2005).

172 O Governo do Estado do Piauí, através do Decreto Lei Estadual de nº 11.222 de 21 de Janeiro de 2004, reconhece como área de domínio do semiárido uma extensão territorial 156.241,25 Km² com um total de 151 municípios correspondendo 62,1% em relação ao total de 224 municípios do Estado. O semiárido que ocorre no leste e sudeste do estado é caracterizado por uma curta estação chuvosa no verão, conseqüência da diminuição das precipitações da massa de ar Equatorial Continental, bem como no aumento da duração do período seco, no leste e sudeste do estado.

173 A partir da década de 2000 tem-se desenvolvido e empreendido um processo de convivência com o semiárido, que contrário à ideia superada de combate à seca, intenciona-se conhecer, conviver e desenvolver tecnologias adequadas para um convívio nesse bioma. Neste contexto tem sido pautada a Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido que objetiva levar para a

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71

escola formal e seus processos formativos essa nova perspectiva de vida, de realidade e convivência com o semiárido.

174 A Educação Contextualizada referenciada na realidade da região – seus aspectos naturais e culturais e, especialmente, nos saberes construídos no cotidiano dos sujeitos, nos jeitos de viver e de conviver com as condições climáticas. Nesse caso, enfatiza a dimensão sócio-cultural da contextualização.

175 No Piauí, apesar de ter um grande contingente de pessoas habitando no campo, as condições de acesso à educação para esta população tem sido negligenciada e mesmo desrespeitada, visto que 22,9% dos piauienses são analfabetos, sendo que a maioria deles se concentra no campo. O rendimento mensal domiciliar per capita nominal - valor médio – rural era de R$ 174,00 no ano de 2010, o que denota os baixos ganhos desta parcela de nossa gente piauiense e que certamente está diretamente ligada ao analfabetismo e à baixa escolaridade que por sua vez são fatores determinantes para acesso a condições de trabalho e emprego com maiores ganhos.

176 É observando as informações/dados sobre a rede física de escolas das redes públicas de ensino estadual e municipais que percebemos os motivos da dificuldade de acesso à educação formal para quem vive no campo ou as dificuldades de permanência e sucesso daqueles/as que nelas já adentraram.

Tabela 48 – Número de Escolas por Etapa de Ensino da Rede Estadual, Piauí, 2004 – 2013

Ano Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio

Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total

2004 215 12 227 600 60 660 327 22 349

2005 54 6 60 574 28 602 360 28 388

2006 15 4 19 582 26 608 376 32 408

2007 22 1 23 544 18 562 396 39 435

2008 29 3 32 545 18 563 427 45 472

2009 17 2 19 533 12 545 436 49 485

2010 6 1 7 515 11 526 443 53 496

2011 3 1 4 488 10 498 439 52 491

2012 1 1 2 449 8 457 433 52 485

2013 - - - 342 5 347 424 50 474

Fonte: Censos Escolares (INEP)

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72

Gráfico 45 – Número de Escolas por Etapa de Ensino, Rede Estadual, Piauí – 2004 – 2013

Fonte: Censos Escolares (INEP)

177 A tabela e o gráfico mostram que o número de escolas rurais por etapa de ensino teve decréscimo, exceto as que ofertam o ensino médio, que teve aumento. Isso de deve principalmente por causa do repasse para as redes municipais de prédios e matrículas das etapas da educação infantil e ensino fundamental, anos iniciais.

178 Quando observamos os números da rede física municipal constatamos que a situação não aponta para a resolução do acesso à educação, visto que também há diminuição do número de escolas na zona rural. Tanto das que ofertam o ensino fundamental como o ensino médio.

Tabela 49 - Número de Escolas por Etapa de Ensino, Rede Municipal, Piauí, 2004 – 2013

Ano Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio

Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total

2004 825 2.146 2971 836 5.171 6007 14 14 28

2005 847 2.522 3369 802 4.973 5775 15 10 25

2006 894 2.852 3746 804 4.803 5607 15 12 27

2007 739 2.842 3.581 818 4.637 5.455 15 19 34

2008 768 2.968 3.736 833 4.507 5.340 15 26 41

2009 765 3.015 3.780 846 4.258 5.104 11 25 36

2010 742 2.963 3.705 862 3.973 4.835 11 14 25

2011 743 2.947 3.690 854 3.772 4.626 10 14 24

2012 740 2.925 3.665 855 3.601 4.456 6 14 20

2013 715 2.727 3.442 881 3.170 4.051 5 8 13

Fonte: Censos Escolares (INEP)

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73

Gráfico 46 – Número de Escolas por Etapa de Ensino - Redes Municipais Piauí – 2004 – 2013

Fonte: Censos Escolares (INEP)

179 Sabemos que muitas escolas municipais de ensino médio fecharam em virtude da reorganização das redes municipais no sentido de cumprir com suas incumbências legais de ofertar universalmente a educação infantil e o ensino fundamental. Sendo assim, porque, no período de 10 anos, mais de 2 mil escolas foram fechadas? Parte da resposta é que muitas crianças e adolescentes estão sendo transportadas para escolas urbanas, longe de seu local de moradia e mais longe ainda da sua cultura, do seu modo de vida e com isso os sistemas tem desrespeitado o direito garantido pela legislação de a criança estudar perto de casa e de com isso também poder ser proporcionado de fato a gestão democrática e participativa das famílias nas escolas.

180 Se o fechamento de escolas aponta para as causas do não acesso à educação formal, os dados de matrícula confirmam isso, seja pela falta de escola para acessar, como pode ser também pela falta de interesse do educando em ingressar em uma escola com a qual não se identifica.

Tabela 50 – Total de Matrículas na Educação Básica por Dependência Administrativa, Piauí, 2004 – 2013

Ano Total

Total Federal Estadual Municipal Privada

2004 1.177.917 2.137 396.715 664.337 114.728

2005 1.160.552 4.839 370.648 664.326 119.739

2006 1.150.474 4.691 370.003 652.069 123.711

2007 1.060.070 5.310 335.931 617.695 101.134

2008 1.057.326 5.728 341.885 606.931 102.782

2009 1.047.226 6.181 331.133 604.134 105.778

2010 999.199 7.238 313.015 573.451 105.495

2011 973.002 9.036 293.539 560.914 109.513

2012 949.815 8.821 277.796 553.761 109.437

2013 928.064 8.978 238.145 570.092 110.849 Fonte: Censos Escolares (INEP)

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74

Gráfico 47 – Total de Matrículas na Educação Básica por Dependência Administrativa, Piauí, 2004 – 2013

Fonte: Censos Escolares (INEP)

Tabela 51 – Matrículas na Educação Básica Rural por Dependência Administrativa, Piauí, 2004 a 2013

Ano Rural

Total Federal Estadual Municipal Privada

2004 333.681 229 7.685 323.271 2.496

2005 330.464 292 7.994 318.890 3.288

2006 328.860 319 10.540 314.672 3.329

2007 291.455 - 9.583 279.895 1.977

2008 280.365 - 10.170 267.975 2.220

2009 273.856 - 10.271 262.146 1.439

2010 254.939 - 9.671 243.808 1.460

2011 242.936 275 9.183 231.961 1.517

2012 233.169 289 8.665 222.788 1.427

2013 225.632 282 8.133 215.705 1.512 Fonte: Censos Escolares (INEP)

Gráfico 48 – Matrículas na Educação Básica Rural por Dependência Administrativa, Piauí, 2004 – 2013

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75

Fonte: Censos Escolares (INEP)

181 No período que vai de 2004 a 2013 o Piauí perdeu 249.853 matrículas na educação básica, dessas 107.566 foram na rede municipal rural e 984 foram na rede privada rural, ou seja, uma grande quantidade principalmente considerando que a população do campo é de aproximadamente 34,2% da população total. Em relação à diminuição do total de matrículas, houve perda de 43%, considerando somente a rede municipal.

Gráfico 49 – Número de Escolas do Campo com oferta de ensino na modalidade regular por etapa da Educação Básica, Piauí, 2013

Fonte: Censo Escolar 2013 (INEP)

182 O gráfico apresenta as escolas por modalidade de ensino que oferta. Neste caso, pode-se perceber que no Piauí não há oferta para o ensino médio integrado no campo, assim como também não há ensino médio profissional.

183 O enfoque dado até aqui foi, sobretudo, do que não se tem e das condições de acesso à escola, mas é importante tratarmos também sobre aquilo que dialoga com a qualidade do ensino e, por conseguinte do sucesso do educando na escola do campo, tais como merenda escolar, informatização, e materiais didáticos adequados a esta realidade. Neste sentido, os dados mostram que quase a totalidade das escolas do campo ofertam alimentação escolar para seus educandos, mas há uma proporção muito pequena de escolas no campo com computadores e informática, apenas 289 e 186 escolas respectivamente. E, sobre o uso de materiais didáticos específicos para atendimento à diversidade sociocultural, a grande maioria não utiliza.

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Gráfico 50 – Oferta de alimentação nas escolas do campo, Piauí, 2013

Fonte: Censo Escolar 2013 (INEP)

Gráfico 51 – Informatização das escolas do campo, Piauí, 2013

Fonte: Censo Escolar 2013 (INEP)

Gráfico 52 – Escolas que utilizam materiais didáticos específicos para atendimento à diversidade sociocultural, Piauí, 2013

Fonte: Censo Escolar 2013 (INEP)

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77

Tabela 52 – Matrícula no Ensino Fundamental Anos Iniciais por localização e dependência administrativa, Piauí, 2004 – 2013

ANO

Localização/Dependência Administrativa

Total Total

Federal Estadual Municipal Privada

2004 438.552 0 83.319 326.900 28.333

2005 423.935 0 76.445 319.302 28.188

2006 409.258 0 70.884 308.594 29.780

2007 385.055 0 63.489 292.647 28.919

2008 375.661 0 60.159 284.072 31.430

2009 363.157 0 54.152 275.786 33.219

2010 340.585 26 44.685 261.614 34.260

2011 325.486 10 37.329 252.072 36.075

2012 308.459 20 28.021 244.267 36.151

2013 296.493 0 8.862 250.524 37.107

ANO

Localização/Dependência Administrativa

Urbana Rural

Total Federal Estadual Municipal Privada Total Federal Estadual Municipal Privada

2004 243.602 0 80.268 135.609 27.725 194.950 0 3.051 191.291 608

2005 239.141 0 75.042 137.062 27.037 184.794 0 1.403 182.240 1.151

2006 232.234 0 69.416 133.936 28.882 177.024 0 1.468 174.658 898

2007 227.342 0 62.706 136.565 28.071 157.713 0 783 156.082 848

2008 226.059 0 59.225 136.255 30.579 149.602 0 934 147.817 851

2009 221.889 0 53.168 135.837 32.884 141.268 0 984 139.949 335

2010 210.684 26 44.004 132.717 33.937 129.901 0 681 128.897 323

2011 205.255 10 36.832 132.633 35.780 120.231 0 497 119.439 295

2012 197.818 20 27.750 134.177 35.871 110.641 0 271 110.090 280

2013 193.695 0 8.762 147.985 36.948 102.798 0 100 102.539 159

Fonte: Censos Escolares (INEP)

184 A matrícula da Educação Básica no Piauí, a exemplo do Brasil e do Nordeste, tem apresentado ano após ano diminuição na quantidade. Este movimento de diminuição é igual tanto em relação à localização (urbana e rural) quanto às dependências administrativas (estadual, municipal e privada). Neste último caso a exceção é da dependência administrativa federal que apresentou aumento na matrícula, contudo é irrelevante em relação ao total, o que significa que não houve absorção das diminuições das matrículas das demais dependências e reforça dificuldades de acesso e permanência das populações do campo na educação formal. Acredita-se que a parte do percentual dos estudantes do ensino fundamental não universalizado encontra-se nas zonas rurais e periferias das cidades.

185 As dificuldades apresentadas até aqui revelam alguns dos limites para a implementação de uma política de educação do campo no Piauí. Há a ausência de uma rede física de escolas localizadas no campo e sabemos que as existentes, em sua grande maioria, têm estruturas pequenas e inadequadas para o atendimento de uma educação com qualidade. Isto sem mencionar, o

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78

não uso de materiais didáticos inadequados, falta de acesso aos meios e instrumentos ligados ao uso da informática, dentre outros elementos, Contudo, talvez um dos maiores desafios, além da formação diferenciada para os professores que atuam ou atuarão na educação do campo é, certamente, a elaboração de propostas pedagógicas das escolas do campo alinhadas aos referenciais e fundamentos da educação do campo e o desenvolvimento e uso de metodologias que respeitem e dialoguem com os mesmos.

3.6 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

186 A Constituição Federal, em seu artigo 227, já reconhece esta urgência quando destaca o dever da família, da sociedade e do Estado em “assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.

187 A nova LDB, no parágrafo único do art. 39 define que “o aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador, em geral, contará com a possibilidade de acesso à educação profissional”. A referida lei estabelece, ainda, que “integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência, e à tecnologia”, a educação profissional “conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva” (art. 39) ...” será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho” (art. 40).

188 O Parecer CNE/CEB nº 16/99 que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de nível técnico assim se manifesta em relação a esta modalidade de ensino: “é essencial que se concentrem esforços na instauração de um processo de contínua melhoria da qualidade da educação básica, o que significa, sobretudo, preparar crianças e jovens para um mundo regido, fundamentalmente, pelo conhecimento e pela mudança rápida e constante. Importa, portanto, capacitar os cidadãos para uma aprendizagem autônoma e contínua, tanto no que se refere às competências essenciais, comuns e gerais, quanto no tocante às competências profissionais. O momento, portanto, é o de se investir prioritariamente na educação básica e, ao mesmo tempo, diversificar e ampliar a oferta de educação profissional”.

189 Há de se considerar também o Parecer CNE/CEB nº 15/98, além de tratar dos princípios estéticos, políticos e éticos, trata do reconhecimento de que a Educação Profissional é, antes de tudo, educação e orienta-se, portanto, pelos princípios explicitados na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.” Assim a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, a liberdade de aprender e ensinar, a valorização dos profissionais da educação e demais princípios consagrados pelo art. 3º da LDB devem estar contemplados na formulação e desenvolvimento dos projetos pedagógicos das escolas e demais instituições de Educação Profissional”.

190 Além desses princípios gerais e comuns, os sistemas de ensino deverão observar na implementação da Educação Profissional princípios específicos apresentados pelo referido parecer quais sejam: Competências para a laboralidade que se refere a capacidade de articular

os saberes inerentes às situações concretas de trabalho, ou seja, o saber operativo, dinâmico e flexível;

Flexibilidade, interdisciplinaridade e contextualização que se referem, respectivamente: a) à autonomia da escola para ofertar cursos, organizar

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conteúdos de disciplinas, projetos, definir metodologias e formas de gerenciamento do currículo; b) às formas integradoras de tratamento de estudos de diferentes campos; c) à adequação efetiva dos currículos às reais demandas das pessoas, do mercado e da sociedade.

Identidade dos perfis profissionais que será garantida pelas competências diretamente concernentes aos saberes e habilidades requeridos pelas respectivas qualificações ou habilitações profissionais;

Atualização permanente dos cursos e currículos com vistas às demandas locais e regionais, considerando a possibilidade de surgimento de novas áreas;

Autonomia da escola, através da elaboração, execução e avaliação do projeto pedagógico.

191 Um grande desafio se coloca ao sistema de ensino na oferta da Educação Profissional. Trata-se de sua integração com o ensino médio, tal como preconiza o Art. 4º do decreto nº 5.154/2004: “A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida de forma articulada com o ensino médio, observados: os objetivos contidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo

Conselho Nacional de Educação; as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; e as exigências de cada instituição de ensino, nos termos do seu projeto

pedagógico” 192 No que se refere à organização curricular, a proposta de educação profissional

integrada ao ensino médio implica na intercomplementaridade entre o eixo de educação geral e o de educação profissional, sem a descaracterização de ambas as partes, o que requer comunhão de finalidades. Assim, é importante observar as diretrizes do Parecer CNE/CEB nº 16/99 que destacam, por um lado, a necessidade do desenvolvimento das competências básicas que são cada vez mais valorizadas no âmbito do trabalho e por outro lado, a importância do domínio das informações e conteúdos tecnológicos para a convivência e o exercício das práticas sociais da vida cotidiana.

193 Embora o referido parecer destaque uma base comum – axiológica e pedagógica – fundamental a uma efetiva articulação, não deixa de evidenciar a importância de se considerar as especificidades da educação profissional e de sua identidade própria, destacando as competências específicas a serem constituídas para a qualificação e habilitação profissional nas diferentes áreas.

194 No âmbito Estadual, a lei 5101/99, que corrobora com o disposto nos pareceres CNE/CEB nº 16/99 e Parecer CNE/CEB nº 15/98, dispõe sobre o Sistema de Ensino do Estado do Piauí, estabelece que a Educação Profissional “tem por objetivo promover a transição entre a escola e o mundo do trabalho, habilitar profissionais com escolaridade média e superior, qualificar, reprofissionalizar e atualizar trabalhadores, com qualquer nível de escolaridade, visando sua inserção e melhor desempenho no exercício do trabalho”. (Art. 32)

3.6.1 Modalidades da Educação Profissional:

195 A partir da LDB 9.394/96, a Educação Profissional é apresentada como uma modalidade educacional (Título V, Capítulo III) voltada para o desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. A partir de 2008, com a edição da Lei 11.741/2008 que traz nova redação a alguns artigos da LBD, incluindo a parte referente à Educação Profissional, tem-se uma nova organização para esta modalidade de Educação: 1. Formação Inicial e Continuada – FIC – os cursos e programas desta

modalidade são ofertados segundo itinerários formativos, objetivando o

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desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva e social, articulando-se, preferencialmente, com os cursos de educação de jovens e adultos, a qualificação para o trabalho e a elevação do nível de escolaridade do trabalhador.

2. Educação Profissional Técnica de Nível Médio - é desenvolvida de forma articulada com o ensino médio, sendo: integrada, que é oferecida àqueles que concluíram o Ensino Fundamental; e concomitante, oferecida aqueles que estejam cursando o Ensino Médio; e subsequente, ofertada somente

para aqueles que concluíram o Ensino Médio. 3. Educação Profissional Tecnológica de Graduação e Pós-Graduação – são

cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensinodesde que tenham concluído o ensino médio ou equivalente; de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo; de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino; e, de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.

196 De acordo com o art. 42 “as instituições de educação profissional e tecnológica, além de seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionado a matricula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade”. Prioritariamente esse atendimento será na modalidade FIC, onde a maior oferta é na rede privada, que apesar da matrícula não constar dos registros oficiais, como Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP/MEC, as Qualificações Profissionais ofertadas constam de Catálogo próprio do MEC, e correspondem a ocupações constantes na Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, com aderência ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED. Ainda nessa modalidade, a Rede Estadual faz a oferta dos cursos em convênio com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica - SETEC/MEC.

197 Na Educação Profissional Técnica de Nível Médio, a Rede Estadual e Federal ofertam na forma Integrada, Concomitante e Subsequente ao Ensino Médio, sendo que na Rede Estadual a oferta Integrada pode ser: Regular, Tempo Integral, Regime de Alternância e PROEJA. A Rede Privada prioriza a oferta Concomitante e Subsequente ao Ensino Médio.

198 As atuais experiências de integração entre o Ensino Médio e a Educação Profissional de nível técnico iniciaram-se a partir de 2003. Ao longo deste período, foram realizados seminários cujo objetivo foi articular como base o debate das concepções do Ensino Médio e sua relação com a Educação Profissional, tendo como fundamento o aprofundamento de temas como: conhecimento, trabalho e cultura. A partir destes debates, foi elaborado um documento intitulado Propostas de Políticas Públicas para a Educação Profissional e Tecnológica.

199 Na Educação Superior, a oferta é realizada principalmente pela Rede Federal e por algumas Faculdades/Centros de Educação Tecnológica, sendo que essa Modalidade será detalhada no eixo da Educação Superior.

3.6.2 Escolas de Educação Profissional por Rede

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81

200 O Sistema de Educação Profissional do Piauí está composto por 193 (cento e noventa e três) Escolas, as quais se propõem desenvolver atividades educativas que possibilitem ao educando a aquisição de atitudes empreendedoras com a própria vida e com as oportunidades oferecidas pela sociedade, bem como a preparação para os estudos posteriores.

201 A contextualização das ações desenvolvidas na escola será respeitada, pois implica em aprendizagens ativas e significativas, que resulta da necessidade de observar as diferentes dimensões envolvidas no processo de aprendizagem a partir do cognitivo e do afetivo dentro de um determinado contexto social, econômico, político e cultural. Sendo assim, é necessário olhar para fora da escola e para o seu entorno com uma perspectiva de futuro para a humanidade. Essa contextualização se dá em um tempo e espaço definidos e dentro de determinados pressupostos do conhecimento científico.

Tabela 53 - Escolas de Educação Profissional, Piauí, 2013

ESCOLAS DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

Estadual Federal Municipal Privada

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL – CEEP

48 - - -

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL DE TEMPO INTEGRAL - CEPTI

06 - - -

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL RURAL – CEEPRU

13 - - -

ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA – EFA (*) 18 - - -

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO – IE 01 - - -

NUCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL – NEEP

01 - - -

POLOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – EAD 30 - - 07

CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL - CFP

- - - 07

UNIDADE INTEGRADA DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL

- - - 03

NÚCLEO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL -

NFP - - - 03

CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - CEP

- - - 07

UNIDADES DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL – UEP

- - 02 31

CAMPUS - 16 - -

TOTAL POR DEPENDÊNCIA 117 16 02 58

TOTAL GERAL 193

Fonte: http://www5.ifpi.edu.br; http://www.pi.senac.br; http://www.fiepi.com.br/senai e; http://www.ceepi.pro.br.

(*) Das dezoito EFA ’s, dezesseis não fazem parte da Rede Estadual, porém a SEDUC tem assegurado a parceria

mediante convênios, cessão de professores e repasse de recursos f inanceiros.

202 Considerando a Tabela 53, nota-se que a Educação Profissional Pública Estadual possui a maior rede, com 117 Unidades, distribuídos entre Centros e Núcleos de Educação Profissional, Escolas Família Agrícola, Instituto de Educação, Pólos de EAD, abrangendo 58 municípios do Estado. Em seguida

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vêm a Rede Privada com 58 Unidades, entre Escolas, Institutos, Centros, Núcleos e Unidades Integradas de Educação/Formação Profissional, distribuídas em 35 (trinta e cinco) diferentes municípios. Na sequência, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Piauí – IFPI, que de acordo com dados do site (http://www5.ifpi.edu.br, 11.03.2015), a rede é composta por 16 (dezesseis) Campus, em diferentes municípios. Na Rede Municipal, conforme site do Conselho Estadual de Educação – CEE/PI (http://www.ceepi.pro.br, 11.03.2015), são 02 (duas) as Escolas ofertantes da Educação Profissional.

203 A forte atuação da SEDUC/UETEP referida no parágrafo anterior na oferta da educação profissional tem o apoio dos Programas e Projetos em parceria entre SEDUC/ MEC outros ministérios, que têm financiado as ações da educação profissional. Essa atuação fica confirmada também nos dados de matrícula, possuindo o maior atendimento no período 2005/2013: 41.250 matrículas.

204 Pelos dados da Tabela 53, no Piauí, somando-se todas as Redes de Educação Profissional, temos 193 Escolas distribuídas em 65 (sessenta e cinco) municípios, localizados nas regiões: Norte: 22 (vinte e duas) Escolas, com presença das redes federal, estadual, municipal e privada; Centro Norte: 36 (trinta e seis) Escolas, com presença das redes federal, estadual, municipal e privada; Sudeste: 24 (vinte e quatro) Escolas, com presença das redes federal, estadual e privada; e Sudoeste: 27 (vinte e sete) Escolas, com presença das redes federal, estadual e privada. Observamos uma maior concentração de Escolas na região Centro Norte, seguido da Sudoeste, depois Sudeste e por último, a região Norte com o menor número de Escolas.

205 No Estado, o funcionamento das Unidades de Educação Profissional segue as normas e diretrizes definidas nas leis, decretos, resoluções e pareceres federais e estaduais e nos seus documentos legais, ou seja, na Proposta Pedagógica, no Regimento Escolar e nos Planos de Cursos.

206 Em algumas Instituições do Sistema “S”, como SENAC, já houve a criação da Rede EAD, com expansão a todos os Departamentos Regionais do País. O Regional do Piauí fez a adesão a partir de 2013, ofertando os cursos de Pós-Graduação e Extensão, na Educação Superior; cursos Técnicos Subsequentes, na Educação Profissional Técnica de Nível Médio; e cursos de Qualificação Profissional, Aperfeiçoamentos, Socioprofissionais, Socioculturais e Instrumentais, na modalidade FIC, em 07 (sete) pólos distintos.

Tabela 54 – Matrícula por Dependência Administrativa, Piauí, 2004 – 2013

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO

Dependência

Administrativa

Anos Total por

Dependência

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Estadual 0 1.506 570 6.090 5.328 7.889 4.896 6.278 5.179 3.514 41.250

Federal 0 2.596 2.432 2.913 2.961 2.822 3.776 4.390 4.165 4.392 30.447

Municipal 0 195 320 187 280 623 0 216 310 158 2.289

Privada 0 1.238 1.577 1.425 1.201 1.898 11.167 3.108 3.239 3.382 28.235

TOTAL 0 5.535 4.899 10.615 9.770 13.232 19.839 13.992 12.893 11.446 102.221

Fonte: http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula,19/02/2015.

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Gráfico 53 – Variação da matrícula de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, no período de 2004 a 2013.

Fonte: http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula,19/02/2015.

207 De acordo com os registros do INEP, em 2004 não há informações de matrículas nessa Modalidade. Esses mesmos dados demonstram uma variação na matrícula da Educação Profissional ano a ano; em 2006 (4.899 matrículas) verifica-se um declínio em relação a 2005 (5.535 matrículas). Já em 2007 (10.615 matrículas), há um novo crescimento nesses números, com relativa redução em 2008 (9.770 matrículas); em 2009 e 2010, ocorre um significativo aumento nas matrículas, 13.232 e 19.939, respectivamente, e nos três últimos anos da série histórica voltamos a verificar um gradativo declínio: 2011 (13.992 matrículas); 2012 (12.893 matrículas); e 2013 (11.446 matrículas).

208 Com relação à dependência administrativa, no período compreendido entre 2005 e 2013, a maior matrícula ocorreu na Rede Estadual (41.250 matrículas); seguido da Rede Federal (30.447 matrículas); em terceiro a Rede Privada (28.235 matrículas); e por fim a Rede Municipal (2.289 matrículas). E, considerando os nove anos da série histórica, 2005 a 2013, o melhor ano de atendimento na Educação Profissional Técnica de Nível Médio foi 2010, com 19.839 matrículas, correspondendo a 19,4% do total da série histórica (102.221 matrículas) e ano com menor número de matriculas foi 2006, com 4.899, correspondendo a 4,79% da série histórica.

209 A oferta até 2011 ocorreu principalmente nos cursos técnicos integrados ao ensino médio e subseqüente a esse nível de ensino. Os cursos integrados implantados desde 2006 foram organizados para funcionar inicialmente na forma Regular e em Regime de Alternância. Posteriormente, em 2009 foram implantados os cursos de Tempo integral e PROEJA.

210 O curso integrado regular com até 6 horas de atividade diária, organizado em séries anuais, com duração de 4 anos; Os cursos integrado de tempo integral, com 9 horas de atividade diária, com duração de 3 anos; Os cursos integrado na modalidade de EJA - PROEJA, organizado por módulo semestral, com duração de 3 anos; Os cursos em Regime de Alternância que alternam as atividades entre a escola e a família – campo - 15 dias em cada espaço, tem duração de 4 anos. A partir de 2012, todos esses cursos integrados terão duração de 3 anos.

211 Os cursos subsequentes, presenciais, implantados na rede estadual desde 1999, à luz do Decreto 2.208/2007 têm ofertado, prioritariamente, a partir de 2011, no ensino a distância, com uma expectativa de grande expansão com a implantação de novos programas.

212 Para garantir a expansão, a qualidade do funcionamento dos cursos ofertados

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o sistema de educação profissional tem como prioridade ações que fortaleçam as políticas de Gestão Educacional, de Formação de Professores e Profissionais de Apoio Escolar, de implementação das Práticas Pedagógicas e Avaliação, e de melhoria da Infraestrutura Física e dos Recursos Pedagógicos, de modo que gradativamente sejam atendidas as necessidades de funcionamento dos cursos e a qualidade dos serviços prestados aos estudantes piauienses pelas escolas do Sistema Estadual de Educação Profissional.

3.6.3 Eixos Tecnológicos e Cursos Ofertados

213 A Lei nº 11.741/2008, que altera dispositivos da LDB (9.394/96) - estabelece diretrizes e bases da educação nacional, tem como objetivo de redimensionar, institucionalizar e integrar as ações de educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional tecnológica, no art. 1º; § 1º - Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino. Dessa forma, o Sistema Estadual de Educação Profissional tem atuado nos Eixos Tecnológicos listados abaixo, com os respectivos cursos.

Tabela 55 – Oferta de Cursos Técnicos de Nível Médio por Eixo Tecnológico, Piauí

EIXO TECNOLÓGICO CURSOS

AMBIENTE E SAÚDE

Enfermagem

Estética Podologia

Agente Comunitário de Saúde Analises Clínicas

Saúde Bucal Meio Ambiente

Nutrição e Dietética Radiologia Reabilitação de dependentes Químicos

SEGURANÇA Segurança do Trabalho

CONTROLE DE PROCESSOS INDUSTRIAIS Manutenção Automotiva

Química

GESTÃO E NEGÓCIOS

Administração

Vendas Administração Rural

Comércio Contabilidade

Secretariado Logística

Serviços Públicos Recursos Humanos

HOSPITALIDADE E LAZER

Eventos Cozinha Hospedagem

Restaurante e Bar

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Informática

Manutenção e Suporte em Informática Rede de Computadores

Informática para a Internet

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85

INFRAESTRUTURA Edificações

Geoprocessamento PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA Agroindústria

PRODUÇÃO CULTURAL E DESIGN

Arte Dramática Produção de Moda Modelagem do Vestuário

Processos Fotográficos Publicidade

Rádio e TV

RECURSOS NATURAIS

Agropecuária

Zootecnia Agronegócio

Fonte: http://www.pi.senac.br; http://www.fiepi.com.br/senai; http://www.ceepi.pro.br

214 Para isto, a construção e a execução do Projeto Político Pedagógico, de cada Centro e Unidade Escolar que oferta Educação Profissional, uma autonomia garantida na LDB com a intenção de organizar o trabalho escolar, de evitar as práticas marcadas pela improvisação e contribuir para a transformação de cada escola em um espaço de mudanças, a partir do trabalho coletivo e da vontade dos seus próprios sujeitos (professores, gestores, estudantes, funcionários e pais) é de fundamental importância.

215 Considerando a importância de garantir o desenvolvimento das atividades conforme norteia o Projeto de cada Escola, no direcionamento das ações, na resolução dos problemas educacionais, apresentam-se, neste documento, informações sobre o aspecto situacional das escolas/centro, indicações teóricas e operacionais para que se organize e desenvolva o trabalho escolar no âmbito das escolas/centro de educação profissional, nas dimensões administrativa, pedagógica, financeira e jurídica, que são meios para a efetivação da prática escolar.

216 Na dimensão administrativa serão trabalhados os aspectos referentes à organização da escola quanto ao registro de vida escolar, elaboração e gerenciamento do quadro de pessoal, do patrimônio físico, qualificação e atualização das equipes de trabalho.

217 Na dimensão pedagógica estão os aspectos relacionados ao processo de ensino e aprendizagem, finalidade primeira da escola, incluídas todas as atividades desenvolvidas dentro e fora da sala de aula, formas de gestão, de desenvolvimento da proposta curricular e da relação escola-comunidade.

218 Na dimensão financeira são vistos os aspectos relacionados ao recebimento e aplicação de recursos financeiros para fortalecimento das ações meio, considerando a definição das necessidades e prioridades da escola em relação ao processo de ensino aprendizagem.

219 Na dimensão jurídica serão trabalhados os princípios da legalidade e da responsabilidade das ações da escola, observando o disposto na Constituição Federal de 1988, na LDB Nº. 9.394/96, incluindo a nova redação dada pela Lei nº 11.741/2008 e das normas específicas do sistema de ensino quanto à educação, bem como a relação que a escola estabelece com a sociedade.

3.6.4 Programas Desenvolvidos

220 Merecem destaque ações e programas que tenham por objetivo promover a qualificação profissional voltada para a elevação da escolaridade e para a inserção no mundo do trabalho, ampliar e democratizar o acesso a cursos técnicos de nível médio, públicos e gratuitos, a distância, em regime de

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86

colaboração com a União, Estados e Municípios, oferecendo oportunidade de estudos àqueles que concluíram o ensino fundamental e não tiveram acesso ao ensino médio na idade regular, também para aqueles que estão cursando o Ensino Médio ou que já tenham concluído. São exemplos de programas ofertados: Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC, Rede E-Tec Brasil – Escola Técnica Aberta do Brasil, Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos- PROEJA, Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem Urbano, Programa de Educação com Mediação Tecnológica “Mais Saber” e Programa Nacional de Escolarização de Jovens – Projovem Campo Saberes da Terra.

221 A proposta destes programas de qualificação profissional visa o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades cognitivas e comportamentais que permitam ao cidadão/produtor chegar ao domínio intelectual da técnica e das formas de organização social, de modo que seja capaz de criar soluções originais para problemas novos, que exigem criatividade, pelo domínio do conhecimento.

222 Isso requer novas formas de mediação que perpassam necessariamente pela escolarização, formação inicial e continuada, a partir da construção de um novo projeto educativo que articule as finalidades de educação para a cidadania e para o trabalho com base em uma concepção de formação humana que, de fato, tome por princípio a construção da autonomia intelectual e ética, por meio do acesso ao conhecimento científico, tecnológico e sócio-histórico e ao método que permita o desenvolvimento das capacidades necessárias à aquisição e à produção do conhecimento de forma continuada.

223 Compreendida dessa forma, a formação humana para a vida social e produtiva não mais repousa sobre a aquisição de modos de pensar e fazer bem definidos, individuais e diferenciados de acordo com o lugar a ser ocupado na hierarquia do trabalhador coletivo, deixando de ser concebido, como conjunto de atributos individuais, psicofísicos, comportamentais e teóricos, prévia e socialmente definidos.

224 Assim, uma proposta de educação que possibilite ao professor e ao aluno constante movimento na busca pelo conhecimento, através de experiências, pesquisas, dinâmicas de apresentações e trabalho com projetos objetivando a aquisição, geração e aplicação do saber, considerando os princípios científicos, éticos e culturais que preparem o indivíduo para o convívio social, num determinado contexto espacial e temporal, bem como para intervir na sociedade em função de sua transformação e avanços na direção da eqüidade social precisa ser implementada.

225 Desta forma, a oferta da educação profissional se constitui em uma iniciativa voltada à geração de oportunidades de qualificação e inserção profissional e representam uma alternativa sustentável de política pública de trabalho e cidadania voltada para as populações mais vulneráveis articulando diálogo entre os governos, a sociedade civil e a iniciativa privada.

226 No âmbito Estadual, a lei 5101/99, dispõe sobre o Sistema de Ensino do Estado do Piauí, estabelece que a Educação Profissional “tem por objetivo promover a transição entre a escola e o mundo do trabalho, habilitar profissionais com escolaridade média e superior, qualificar, reprofissionalizar e atualizar trabalhadores, com qualquer nível de escolaridade, visando sua inserção e melhor desempenho no exercício do trabalho”. (Art. 32)

227 Para garantir o que determina a legislação referida, a política educacional do estado do Piauí tem como objetivo além do funcionamento da educação em todos os níveis e modalidades, a construção de Projetos que promovam a articulação com o mundo do trabalho. Para tanto, a escola como parte do

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87

sistema educacional tem a responsabilidade de atender a um dos direitos sociais do cidadão: o acesso a uma educação pública de qualidade, a permanência e o sucesso escolar dos estudantes.

228 Considerando as mudanças ocorridas no mundo do trabalho que indicam demandas de formação humana e aponta algumas dimensões que precisam ser consideradas, sobre as quais tem havido consenso nos eventos que têm discutido as políticas públicas de educação.

229 Assim, o Sistema de Educação Profissional do Estado tem por objetivo intensificar as ações de suporte ao trabalho escolar dos Centros/Unidades Escolares, realizando monitoramento, controle e avaliação das ações desenvolvidas no âmbito escolar.

230 Na Educação Profissional as propostas no Plano Estadual de Educação do Piauí tem como objetivo apontar estratégias que garantam a qualidade da educação, a expansão da oferta e matrícula e ainda promover ações que possibilitem a inclusão, o acesso, a permanência, a aprendizagem e o ingresso na vida produtiva.

3.7 ENSINO SUPERIOR

231 Os dados apresentados mostram um pouco da realidade da Educação nos estados do Nordeste e em especial do Piauí, em três períodos de tempo: 1991 a 2007, 2003 a 2012 e os dados referentes ao Estado do Piauí, obtidos pelos resumos técnicos do censo INEP ou disponibilizados pelo INEP, mediante solicitação.

232 A análise dos dados apresentados sobre o Ensino Superior visa fornecer subsídios para que sejam formuladas estratégias para o contínuo aperfeiçoamento das políticas de desenvolvimento, regulação e supervisão das ofertas pelas Instituições do Ensino Superior (IES) no Estado do Piauí.

233 Iniciamos a análise dos dados, verificando as taxas de evolução de crescimento populacional anual por faixa etária, com a estimativa de crescimento até 2020. Estes resultados foram colhidos da publicação “População Jovem do Brasil” do IBGE.

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88

234 O gráfico 54 nos mostra uma taxa de crescimento negativo para a população

de 15 a 24 anos de idade, população essa apta ao ingresso no ensino superior, quando conclui a educação básica mantendo a equivalência entre idade/ano escolar.

235 O gráfico seguinte mostra a distribuição dos jovens por regiões do Brasil no período de 1940 a 1996, revelando que houve redução dessa população na Região Nordeste.

Gráfico 54 – Taxas médias geométricas de crescimento anual nos períodos intercensitários, por grupos de idade, Brasil, 1940/1996

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89

Fonte: População jovem no Brasil: Dimensão demográfica-IBGE

236 As análises apresentadas fundamentaram-se nos dados básicos das taxas das populações jovens entre 15 e 24 anos de idade.

237 Os dois gráficos a seguir, mostram a evolução do número de inscrições ou da procura por curso de graduação em uma IES, tanto no Nordeste do Brasil quanto no estado do Piauí, revelando a evolução do número de inscritos nos anos apresentados. Reflete também o crescimento de egressos do Ensino Médio, decorrente do processo de expansão da oferta do mesmo, iniciada em 2004, prevendo atendimento a todos os municípios piauienses.

Gráfico 56 – Evolução do número de inscritos no vestibular, Brasil, 1991 - 2007

Fonte: INEP

Gráfico 55. Distribuição dos jovens de 15 a 24 anos de idade segundo as Grandes Regiões – 1940/1946

%

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90

Gráfico 57 – Evolução do número de inscritos no Vestibular, Piauí, 1991- 2007

Fonte: INEP

238 Verifica-se uma evolução do número de inscritos a procura de uma vaga no ensino superior, no decorrer desses 17 (dezessete) anos e também se observa que houve um aumento do número de vagas ofertadas para o Nordeste e Piauí. Conforme gráficos .56 e 57.

Gráfico 58 – Evolução do número de vagas, Nordeste do Brasil, 1991 - 2007

Fonte: INEP

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91

Gráfico 59 – Evolução do número de vagas em Instituições de Ensino Superior,

Piauí,

Fonte: INEP

239 Quanto ao ingresso, por vestibular, no Ensino Superior nas Unidades Federativas da Região Nordeste, o gráfico 58 mostra uma evolução de 50.000 para 250.000, aproximadamente, no ano de 2007.

Gráfico 60 – Ingresso nas Instituições de Ensino Superior por vestibular,

Nordeste, 1991 – 2007

Fonte: INEP

240 Os dados representados no gráfico a seguir, revelam crescimento gradativo e significativo na matrícula do Ensino Superior nos Estados do nordeste, ultrapassando o número de 800.000, no período de 1991 a 2007. Podemos concluir que houve ainda um aumento no número de IES criadas neste período.

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92

alu

no

s

Gráfico 61 – Matrículas na Educação Superior, Nordeste, 1991 – 2007

Fonte: INEP

241 Sobre a evolução da matrícula no Ensino Superior no Estado do Piauí, o gráfico 62 mostra que teve crescimento justificando a expansão da oferta de vagas nas IES públicas, bem como o surgimento de IES privadas conforme consta nos gráficos 63 e 64.

Gráfico 62 – Evolução do número de matrículas na Educação Superior, Piauí,

1991 – 2007

Fonte: INEP

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93

Gráfico 63 – Evolução no número de Instituições de Ensino Superior, Nordeste,

1991 – 2007

Fonte: INEP

Gráfico 64 – Evolução no número de Instituições de Ensino Superior, Piauí, 1991

– 2007

Fonte: INEP

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94

Gráfico 65 – Evolução no número de cursos na Educação Superior, Nordeste,

1991 – 2007

Fonte: INEP

Gráfico 66 – Evolução no número de cursos na Educação Superior, Piauí, 1991 –

2007

Fonte: INEP

242 Os gráficos 65 e 66 registram o aumento do número de cursos que passaram a ser ofertados pelas IES piauienses a partir de 1991. Ressalta-se que esse aumento deu-se em termos de quantidade e de diversidade nas diferentes áreas de conhecimento com predominância das licenciaturas nas IES públicas e dos bacharelados nas IES privadas.

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95

Gráfico 67 – Evolução no número de concluintes da Educação Superior,

Nordeste, 1991 a 2007

Fonte: INEP

243 A presente análise revela a evolução na procura por curso superior, do crescimento no número de IES e das vagas ofertadas, Por outro lado, mostra que a quantidade de concluintes não é proporcional ao crescimento. Ou seja, embora a matrícula tenha evoluído de 250.000 em 1991 para quase 850.000 em 2007, o número de concluintes evoluiu de 25.000 para 110.000. Este é fator precisa ser investigado especialmente porque isto tem implicações no financiamento e na oferta de vagas.

Gráfico 68 – Evolução no número de concluintes da Educação Superior, Piauí,

1991 a 2007

Fonte: INEP

244 No Piauí, os dados revelam uma movimentação preocupante conforme se

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96

observa no gráfico anterior, visto que há uma oscilação entre os anos de 1991 e 2007, e apresenta entre os anos de 2005 e 2007 uma queda de 4 mil concluintes aproximadamente.

Gráfico 69 – Evolução no número de ingresso por modalidade e categoria da

Educação Superior, Brasil, 2003 – 2012

Fonte: INEP

Gráfico 70 – Evolução no número de ingresso por modalidade e categoria da

Educação Superior, Brasil, 2005 – 2012

Fonte: INEP

Gráfico 71 – Evolução no número de matrícula, ingresso e concluintes na

Educação Superior, Piauí, 2003 – 2012

Fonte: INEP

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97

245 Para que possa planejar a política de Educação Superior, entendemos ser necessário verificar dados e informações sobre o corpo técnico (técnicos especializados e docentes) que compõem as IES no Estado do Piauí.

Gráfico 72 – Evolução no número de docentes da Educação Superior, Piauí, 2000

– 2013

Fonte: INEP

246 Traçando o perfil de gênero dos docentes da educação superior, observa-se que até o ano de 2004 havia a prevalecência de docentes do sexo masculino em detrimento do sexo feminino e, a partir do ano de 2006, esta relação se inverteu.

Gráfico 73 – Evolução no número de docentes por titulação, Piauí, 2000 – 2013

Fonte: INEP

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98

247 Com base nos gráficos anteriores podemos afirmar que houve um grande avanço na qualificação dos docentes nas IES, isto é, uma crescente busca pela qualificação por titulação. Outro dado relevante é a concentração de docentes na faixa etária entre 30 e 40 anos.

Gráfico 74 – Evolução no número de docentes por faixa etária, Nordeste, 2000 –

2013

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

12.000.000

14.000.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Do

cen

tes

anos 2000 a 2013

Até 24 Anos

Até 18 Anos

18 a 20 Anos

21 a 24 Anos

25 a 29 Anos

30 a 34 Anos

35 a 39 Anos

40 a 44 Anos

45 a 49 Anos

50 a 54 Anos

55 a 59 Anos

Fonte: INEP

248 Quanto a formação, os dados nos mostram que no Nordeste do Brasil houve um crescimento tanto do número de doutores quanto de mestres, indicando que ocorreu um aumento na oferta de vagas da pós-graduação Stricto Sensu, mestrado e doutorado. Consolidando a imposição da legislação sobre as IES, quanto ao corpo de docentes.

Gráfico 75 – Evolução no número de funções docentes em exercício por grau de

formação, Nordeste, 2003 – 2012

Fonte: INEP

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99

Gráfico 76 – Número de Instituições de Ensino Superior Privada, 2003 - 2012

Fonte: INEP

Gráfico 77 – Número de Instituições de Ensino Superior Pública, 2003 - 2012

Fonte: INEP

249 Nos gráficos 76 e 77, pode-se observar o interesse na qualificação dos docentes nas IES privadas e públicas. Nas IES privadas há uma grande concentração da oferta dos bacharelados e um corpo de docentes concentrado com especialização, já nas IES públicas, onde a oferta os programas de mestrado e doutorado estão concentrados, verifica-se a preocupação com a titulação de mestres e doutores, e estas são as grandes formadoras das licenciaturas. Uma constatação do foi dito acima, é possível ser verificado na evolução do regime de trabalho dos docentes nas IES, como mostra o gráfico 78.

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100

Gráfico 78 – Evolução do número de docentes por regime de trabalho no Ensino

Superior, Piauí, 2000 – 2013

Fonte: Planilhas do INEP.

Gráfico 79 – Evolução no número de docentes por regime de trabalho nas

Instituições de Ensino Superior públicas, Brasil, 2003 – 2013

Fonte: Planilhas do INEP

Gráfico 80 – Evolução no número de docentes por regime de trabalho nas

Instituições de Ensino Superior privadas, Brasil, 2003 – 2013

Fonte: Planilhas do INEP

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101

250 Considerando a política de inclusão de pessoas com deficiência na carreira docente, os dados do INEP, revelam uma população de docentes com algum tipo de deficiência, conforme gráfico 81

Gráfico 81 – Evolução no número de docentes por tipo de deficiência, Brasil,

2000 – 2013

0

50

100

150

200

250

300

350

400

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Do

cen

tes

anos 2000 a 2013

Cegueira

Baixa Visão

Surdez

Auditiva

Física

Surdo Cegueira

Múltipla

Mental

Altas Habilidades /Superdotação

Fonte: Planilhas do INEP

251 Quanto à naturalidade dos docentes que atuam na educação superior no Brasil, percebemos que embora haja uma concentração maior de brasileiros, há uma crescente evolução do número de docentes estrangeiros no país, conforme vemos abaixo.

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102

Gráfico 82 – Evolução no número de docentes em exercício por nacionalidade,

Brasil, 2000 – 2013

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Do

cen

tes

anos 2000 a 2013

Brasileira

Brasileira - Naturalizado

Estrangeira

Fonte: Planilhas do INEP

252 Quanto ao afastamento de docentes das atividades de sala de aula, há uma evolução crescente, e prevalece o motivo de afastamento para formação. (Gráfico 83)

Gráfico 83 – Evolução no número de docentes afastados por motivos, Brasil,

2000 – 2013

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Do

cen

tes

anos 2000 a 2013

Especialização

Mestrado

Doutorado

Pos-Doutorado

Outras Qualificações

Para Qualificação

Fonte: Planilhas do INEP

253 No gráfico 84 pode-se perceber que muitos docentes estão deixando as IES

do país, e ocupando outras atividades no próprio país e fora dele. Verificamos

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103

os dados quanto a dois aspectos, afastamento com e sem vencimentos pagos pelas IES. Os afastados com vencimentos estão em processo de formação ou em colaboração em pesquisas de outras instituições, tanto no país quanto fora dele.

Gráfico 84 – Evolução o número de docentes afastados respectivamente com e

sem vencimentos, Brasil, 2000 – 2013

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Do

cen

tes

anos 2000 a 2013

Na IES

No País

No Exterior

Na IES

No País

No Exterior

Fonte: Planilhas do INEP

254 Quanto ao corpo técnico especializado, os dados colhidos são somente quanto à formação dos mesmos em atividades nas IES, conforme segue.

Gráfico 85 – Evolução no número de servidores técnicos por gênero e formação,

Brasil, 2000 – 2013

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

30.000.000

35.000.000

40.000.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Serv

ido

res

anos de 2000 a 2013

total geral

Sexo Masculino

Sexo Feminino

1º grau Incomp.

1º grau comp.

2º grau comp.

Graduação

Especialização

Fonte: Planilhas do INEP

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104

255 Os dados quantitativos organizados e analisados trazem alguns elementos para caracterizarmos o diagnóstico do ensino superior. Sabemos que não são determinantes, mas podem servir como referenciais para pesquisas ao serem integrados aos entendimentos, às dúvidas, às expectativas e às experiências dos envolvidos, visando de fato o que todos almejam: que sejam instrumentos que colaborem para escolhas conscientes e ações consistentes de forma a reduzir as desigualdades na oferta e qualidade da educação superior no território nacional e especificamente no Estado do Piauí, impulsionando-o a alcançar níveis cada vez mais elevados de produção e disseminação de conhecimentos.

256 A sequência metodológica dessa análise começou com os dados apresentados pelo INEP nos Censos respectivos. Por meio desse levantamento, foi possível identificar e compreender as variáveis que compõem a estrutura do sistema e-MEC, bem como do Censo da Educação Superior elaborado pelo INEP. O eixo desse trabalho consistia, principalmente, na articulação entre oferta e qualidade da educação superior no Piauí, Acreditamos, contudo, que para dar continuidade à investigação, temos ainda que selecionarmos os seguintes conjuntos de variáveis constantes no sistema e documento a analisar por IES:

Localização das IES;

Organizações acadêmicas das IES;

Categorias administrativas das IES;

Áreas de conhecimento dos cursos de graduação;

Índice Geral dos Cursos (IGC);

Vagas, candidatos e ingressantes nos cursos; Matriculados e concluintes nos cursos;

Grau de formação e regime de trabalho dos professores e técnicos das IES.

257 A complementação do estudo das variáveis acima indicadas colaborou para a definição das seguintes categorias de análise:

1. A distribuição das IES nos territórios do Estado do Piauí; 2. O desenvolvimento das potencialidades desses territórios; 3. As características acadêmico/administrativas das IES; 4. A configuração e a disposição dos cursos de graduação; 5. O acesso aos cursos: vagas, candidatos e ingressantes; 6. O caminhar dos alunos: da matrícula à conclusão do curso;

O perfil dos professores das IES. 258 É importante salientar que a interpretação das variáveis individualizadas teve

como finalidade registrar a incidência de ocorrências, ausências, oposições e aproximações dos objetos em estudo. Por isso, os resultados dessas interpretações não se configuraram em conclusões determinantes, mas sim em elementos valiosos que, equacionados, colaboraram para a composição de uma análise mais crítica e fundamentada sobre a pauta deste trabalho.

259 Devido ao grande volume de dados decorrentes da dimensão do País e do Estado, para apresentar um estudo pormenorizado, optou-se por seguir a mesma sistemática utilizada pelo INEP para elaborar das Sinopses do Censo da Educação Superior, fonte principal desse levantamento. Diante do exposto, para averiguar a distribuição das IES, suas sedes foram classificadas por regiões e estados e, ainda, pelas unidades presentes na capital e no interior. Compete explanar que essa classificação, apesar de interessante, encerra algumas limitações. É compreensível que estados com pequenas dimensões territoriais no que compete ao tamanho do País não necessariamente ofertem grande número de IES no interior, desde que as IES estejam bem localizadas

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105

e que atendam de forma satisfatória a população do entorno. Há que se considerar também a oferta de cursos na modalidade a distância (EAD), que vêm cumprir o importante papel, entre outras atribuições, de proporcionar acesso ao ensino superior para a população que se encontra em localidades mais remotas e de difícil acesso aos grandes centros urbanos. Por motivo do recorte estabelecido, o detalhamento da influência da EAD para minimização das carências de oferta de cursos não foi abarcado no presente levantamento, pois seria necessário fazer um cuidadoso estudo demográfico de cada território do Estado, que é um dos principais objetivos da Superintendência do Ensino Superior-SUPES, da SEDUC/PI. No entanto, considerou-se pertinente apresentar, pelo menos, os resultados dessa classificação que discrimina a presença das IES na capital e no interior para obter uma visão geral da distribuição das IES no Estado e no País.

260 Inúmeros são os desafios colocados para que se atinja uma educação superior capaz de atender às demandas de qualidade e expansão presentes no cenário local e nacional. Parte desses desafios foi elencada em eventos como o Fórum Nacional de Educação Superior (FNES, 2009) e a Conferência Nacional de Educação (CONAE, 2010). A publicação resultante do FNES destaca a necessidade da democratização do acesso e da flexibilização dos modelos de formação, da elevação da qualidade, da avaliação, do compromisso social e da inovação para uma educação superior apta a responder aos desafios contemporâneos do País. Na mesma linha de ações, a Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação (CES/CNE) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) promoveram, em 2010, a oficina de trabalho Desafios e Perspectivas da Educação Superior, a fim de apresentar orientações referentes ao desenvolvimento das “Perspectivas da educação superior brasileira para a próxima década à luz do Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020”. As referidas orientações propuseram como eixos: (i) a ampliação do debate sobre os desafios e as perspectivas da educação superior brasileira para a década contemplada pelo novo Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020) e seus reflexos sobre os processos de expansão, norteados pelas tendências de internacionalização da educação e de diversificação institucional; (ii) a discussão da experiência brasileira no que tange à inclusão das novas tecnologias da informação e comunicação ao ensino superior por meio, em especial, da modalidade EAD, focalizando a utilização de referenciais teóricos que privilegiem a qualidade acadêmica; e (iii) o debate sobre as possibilidades de articulação dos sistemas de IES públicas federais, estaduais e municipais, com o propósito de fortalecer a cooperação entre os diferentes entes federados para a qualificação da Educação Superior no País.

261 O PNE 2001-2010 foi aprovado pela Lei nº 10.172/2001 e propôs ações para uma expansão qualificada da educação superior no País por meio de 35 entre as 295 metas gerais para a educação. Ressaltava, entre outros itens, a necessidade do aumento da oferta de vagas, sobretudo para a população brasileira com idade entre 18 e 24 anos; o estabelecimento de uma política de expansão com vistas a reduzir as disparidades na oferta de vagas por regiões; a diversificação do sistema de ensino, com ênfase ao estímulo do desenvolvimento da EAD; e a institucionalização de um sistema nacional de avaliação, abrangendo os setores público e privado, no sentido da busca da qualificação do ensino, da pesquisa, da extensão e da gestão acadêmica. Entre as ações que focalizam esses objetivos, cobertos pelo PNE em duas décadas, estão a criação de 14 universidades federais em diversos estados entre os anos de 2002 e 2010, a expansão da rede federal de ensino profissional e tecnológico, ações afirmativas como a política de cotas e o

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desenvolvimento de diversos programas de âmbito nacional.

3.8 VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

262 A literatura que discute a educação brasileira debate, sistematicamente, a inércia das políticas educacionais que, historicamente, não reconhecem o valor social da profissão docente, desvalorizando-a. O tema passou a ganhar relevância na década de 1980, período que houve intensa mobilização sociedade civil organizada pela democratização do País. Nesse contexto, as entidades que representavam a categoria docente e demais segmentos diretamente ligados à luta por uma escola pública de qualidade realizaram inúmeras manifestações em defesa da valorização da carreira docente e de seus profissionais. Como reflexo, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) incluiu, entre os oito princípios que norteiam o ensino, aspectos que, ao serem efetivamente assegurados, garantem a valorização dos profissionais da educação escolar: planos de carreira, ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas, bem como piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, definido em lei federal (acrescentado pela Emenda Constitucional nº 53, de 19.12.06).

263 Da mesma forma, na LDB/1996, o princípio valorização do profissional da educação escolar está garantido, no art. 3º, e deve ser assegurado nos estatutos e nos planos de carreira do magistério público, nos termos do art. 67. O Plano Nacional de Educação Lei n° 10.172/2001, em vigência até 2010, reafirmava a importância de uma política a valorização dos profissionais da educação a qual deveria ser desenvolvida por meio de uma política global contemplando formação profissional inicial e continuada; condições de trabalho; salário e carreira. Apesar disso, mesmo após dez anos de vigência do PNE de 2001, o fato é que, de modo geral, não houve conquista efetiva para os profissionais da educação no âmbito das políticas educacionais.

264 Hoje a valorização da carreira docente e de seus profissionais ainda é uma grande a dívida. A aprovação das Metas 15, 16, 17 e 18 do novo Plano Nacional n° 13.009/14 foi resultado da luta das entidades representativas da sociedade civil durante o processo de elaboração do referido Plano (as duas primeiras voltadas para a formação, a terceira contemplando salário e a última referindo-se à instituição de Planos de Carreira). As referidas Metas prolongam por mais dez anos a efetivação de direitos que foram negados a muitos profissionais da educação do Brasil e, consequentemente, do Piauí, isto porque as mesmas devem ser alcançadas em dez anos.

265 Semelhante ao que ocorre nos demais estados da federação, o Estado do Piauí ainda não conta a totalidade de seu quadro de profissionais com a qualificação acadêmica mínima exigida legalmente para atuar nas suas diversas redes de ensino e nem tampouco assegura remuneração compatível com os salários de outras categorias profissionais com nível de formação acadêmica equivalente. A proposição desse diagnóstico é analisar o quadro situacional do Piauí frente a essas demandas de modo que se tenham parâmetros para a construção de metas e estratégias que irão compor o PEE do Piauí (2015 – 2024).

266 Considerando a dificuldade de acesso aos dados oficiais, esse diagnóstico restringe-se aos professores, conforme base de dados do Censo Escolar. Isto implica dizer que serão contemplados apenas os professores que encontravam em sala de aula, desenvolvendo a atividade de ensino, na data

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de realização dos Censos realizados entre 2008 a 2013. Ressalta-se que este diagnóstico contempla três eixos básicos: formação, remuneração e condições de trabalho.

267 A atual LDB considera profissionais da educação escolar básica todos aqueles formados em cursos reconhecidos que se encontram em efetivo exercício, ou seja: professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil, nos ensinos fundamental e médio; trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas e, por fim, os trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)

268 A Tabela 56, a seguir apresenta o número de funções docentes e sua distribuição por etapas e modalidades de ensino no Estado do Piauí.

Tabela 56 - Número de Funções Docentes* na Educação Básica, segundo etapas e modalidades de ensino, Piauí, 2008 – 2013

Ano

Educação Básica**

Educ. Infantil

Ensino Fund.

Enino Médio

Educação Profissional

Educação Especial

EJA Classes

Especiais. e Escolas

Exclusivas

Classes Comuns

2008 45.020 - - - - 574 4.933 -

2009 45.187 7.042 32.516 10.565 606 298 7.213 8.79

2010 45.311 6.998 32.387 11.031 707 237 12.456 8.799

2011 45.562 7.416 32.626 11.050 660 48 15.154 8.590

2012 44.351 7.727 31.652 10.558 647 57 16.352 8.262

2013 44.314 8.156 30.939 10.289 743 52 17.304 8.211 Fonte: INEP/MEC - Sinopses do Censo da Educação Básica 2008 a 2013 * As funções docentes referem-se aos indivíduos que estavam em efetiva regência de classe em na data de realização do Censo. ** Total referente ao número de docentes atuando na educação básica do Piauí.

269 A Tabela 56 oferece uma dificuldade de análise em relação às funções docentes por etapa e modalidade da educação básica, uma vez que um docente pode assumir mais de uma função docente, conforme a etapa ou modalidade da educação em que atua. Isto leva à diferença considerável entre o número de docentes, expresso na primeira coluna da tabela, e o total de funções docentes.

270 Em geral, a Tabela informa uma pequena queda no total de docentes no Piauí de 2008 a 2013. Considerando a média de funções docentes nas três etapas da educação básica, no período retratado, fica evidente que a maior parte atua no ensino fundamental (64%), seguido do ensino médio (21%) e da educação infantil, esta apenas 15%.

271 A distribuição dos professores por rede de ensino, no ano de 2013, foi a seguinte: 61% municipal, 24% estadual, 14% privada e 1% federal. No que tange a distribuição dos docentes por sexo, em 2007, 78% eram mulheres e 22% homens. Em 2013 se evidencia um pequeno crescimento de docentes do sexo masculino, que passam a representar 24% do total, demonstrando aumento de adesão de homens à carreira do magistério.

272 Em relação à formação dos docentes do Estado do Piauí, a Tabela 57 apresenta o número de funções docentes da educação básica por nível de formação, no período de 2008 a 2013, no Estado do Piauí. Os dados referem-

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se a todas as redes que ofertam esse nível de ensino no Estado, conforme dados do Censo Escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e apontam os reflexos da implementação de algumas das ações desenvolvidas no âmbito da política de formação dos profissionais do magistério (nacional e estadual) no Estado Piauí.

Tabela 57 – Funções docentes por Nível de Formação Acadêmica na Educação Básica, Piauí, 2008 – 2013

Ano Total

Escolaridade

Fund.

Ensino Médio

Superior *Com

Licenc. S/Licenc. Normal/

Magistério

Ensino

Médio

2008 45.020 1.302 15.724 3.757 24.237 22.958 1.279

2009 45.187 1.553 14.396 4.642 24.596 23.270 1.326

2010 45.311 2.156 13.399 4.630 25.126 23.680 1.446

2011 45.562 2.001 11.682 4.092 27.787 26.645 3.419

2012 44.351 662 10.360 3.581 29.748 28.674 3.174

2013 44.314 336 8.256 7.158 28.564 27.482 2.976

Fonte: INEP/MEC - Sinopses do Censo da Educação Básica 2008 a 2013

273 De acordo com os dados representados na Tabela 57 percebe-se um incremento no total de funções docentes com formação em nível superior na educação básica, sendo que, em 2013, houve um salto considerável em relação a 2008, o que pode estar relacionado aos programas de formação superior oferecidos pelo governo federal, embora persista a existência de docentes de nível superior sem licenciatura, portanto, bacharéis.

274 Nota-se também um crescimento do número de professores somente com o ensino médio (sem habilitação para o magistério) no mesmo período (2008 – 2013). Esse acréscimo pode ser atribuído ao crescimento do número de contratos precários nas redes públicas de ensino do Estado. O lado positivo foi que houve uma sensível redução do número de profissionais atuando nas redes de ensino do Estado com formação apenas Ensino Fundamental e Normal/Magistério.

275 Considerando o número de docentes por grau de formação e rede de ensino, em 2013, os dados do INEP revelam que apenas 60% dos docentes das redes municipais têm o curso superior completo. Ainda assim, cerca de 6% destes não possuem licenciatura. Formados nos cursos de magistério de nível médio, formação mínima admitida pela LDB, os dados registram 32% do total dos docentes. Somado a isto, a rede municipal tem 7% de docentes somente com o ensino médio e 1% com o ensino fundamental. Portanto os dados revelam o grande desafio para o alcance das metas do PNE para a formação do docente da rede municipal.

276 Em relação à formação dos docentes, atuavam na rede estadual, em 2013, 88% tinham formação em nível superior, destes, 96% em curso de licenciatura (inclui aqueles cursos com a complementação pedagógica). Com formação apenas de Ensino médio normal magistério eram 6% dos docentes. Embora a situação seja bem melhor do que a rede municipal, ressalta-se que, em 2013, a rede estadual ainda contava com 6% docentes atuando nas escolas da educação básica sem a habilitação mínima exigida legalmente (4% em nível médio tradicional e 2% apenas o Ensino Fundamental).

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277 Sabe-se que no período de 2001 a 2010, o Governo Federal desenvolveu vários programas que ampliaram o número de cursos e de vagas no ensino superior, entre eles cursos de licenciatura: Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), instituído pela lei nº 10.260/2001; o Programa Universidade para Todos, criado em 2004; Sistema de Seleção Unificada (Sisu); Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), instituído através do Decreto nº 6.0096/2007; Universidade Aberta do Brasil (UAB), instituída através do Decreto 5.800/2006, e expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica, ao criar os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Lei 11.892/08). Além desses programas deve-se considerar ainda a instituição dos programas de formação em período especial voltados para a formação dos professores da educação básica das redes públicas do Piauí instituídos ainda durante implementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef – Lei 9.424/1996). Recentemente com a publicação do Decreto 6.755/2009 foi instituída a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, cuja maior ação desenvolvida no Piauí foi a implantação do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), em 2010.

278 A Tabela 58 apresenta dados relacionados à formação dos docentes que atuam na educação infantil no Piauí.

Tabela 58 – Funções docentes: Nível de formação na Educação Infantil, Piauí, 2008 – 2013

Ano

Nível de formação acadêmica na Educação Infantil

Total Fundamental

Ensino Médio

Superior

Possui curso

sem licenciatura

Médio total

Médio

Normal Magistério

Ensino Médio

Total Comp. Pedag.

2008 6.579 384 4.267 3.665 602 1.928 96 -

2009 7.042 463 4.431 3.515 916 2.148 86 4

2010 6.998 720 4.139 3.300 839 2.139 80 4

2011 7.416 741 3.936 3.106 830 2.739 351 315

2012 7.727 299 3.634 2.894 740 3.794 340 287

2.013 8.156 113 4.379 2.403 1.976 3.664 319 280 Fonte: INEP/MEC - Sinopses do Censo da Educação Básica 2008 a 2013

279 Os dados representados na Tabela 58 indicam que houve um aumento significativo do número de funções docentes formados em nível superior e uma redução considerável na categoria que possuía apenas o Ensino Fundamental e o Ensino Médio Normal Magistério, o que está diretamente ligado à implementação das políticas de formação inicial no Estado nos últimos anos. No entanto, é preocupante o crescimento do número de docentes com nível médio tradicional atuando nessa etapa de ensino. Em 2008 esse número correspondia a 9,2%, já em 2013 atingiu 24,2% do total de funções docentes.

280 Embora em menor proporção, no Ensino Fundamental pode-se observar que o Piauí ainda apresentou, até 2013, funções docentes ocupadas por profissionais sem a habilitação esperada, conforme pode ser visualizado nos dados da Tabela 59, a seguir.

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Tabela 59 – Funções docentes: Nível de formação no Ensino Fundamental, Piauí, 2008 – 2013

Ano

Nível de formação acadêmica no Ensino Fundamental

Total Fundamental

Ensino Médio

Superior

Possui curso sem licenciatura

Médio total

Médio Normal

Magist.

Ensino Médio

Total Compl.

pedagógica

2008 32.126 849 13.986 11.583 2.403 17.291 664 16

2009 32.516 1.040 13.804 10.768 3.036 17.672 636 47

2010 32.387 1.435 13055 10.080 2.975 17.897 657 48

2011 32.626 1.229 11.394 8.731 2.663 20.003 1.957 1.559

2012 31.652 366 10.086 7.727 2.359 21.200 1.799 1.414

2013 30.939 221 10.491 6.063 4.428 20.227 1.635 1.271 Fonte: INEP/MEC - Sinopse do Censo da Educação Básica 2008 a 2013

281 No que diz respeito ao ensino médio, a Tabela 60 oferece informações sobre o grau de formação dos docentes do Estado.

Tabela 60 – Funções docentes: Percentual por nível de formação no Ensino Médio – Piauí (2008 – 2013)

Ano

Nível de formação acadêmica no Ensino Médio

Total

Escolaridade

Fundamental Médio Normal

Magistério Ensino Médio

Superior Licenciatura

2008 10.135 0,4 7,4 7,2 85,0 80,2

2009 10.565 0,5 7,4 6,7 85,3 80,1

2010 11.031 0,7 7,4 8,4 83,6 77,6

2011 11.050 0,6 6,2 6,8 86,4 75,6

2012 10.558 0,3 4,2 5,0 90,5 80,1

2013 10.289 0,4 3,6 9,4 86,6 76,5 Fonte: INEP/MEC - Sinopses do Censo da Educação Básica 2008 a 2013

282 A Tabela 60 informa que, em 2013, apenas 76,5% das funções docentes

presentes no ensino médio estavam de acordo com as determinações da LDB, que exige como formação mínima a Licenciatura para atuar esta etapa da educação básica. Ademais, houve uma queda considerável no grau de formação, de 2008 para 2013, ainda permanecendo nos sistemas de ensino cerca de 13% de docentes com apenas o ensino fundamental ou médio, denunciando a urgência de políticas de formação para os docentes do Ensino Médio do Piauí.

283 Considerando apenas os docentes com o nível superior, o gráfico a seguir informa o percentual daqueles com especialização, mestrado e doutorado no Piauí.

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Gráfico 86 – Funções Docentes: Porcentagem de professores da educação básica com Pós-Graduação, nas diferentes esferas administrativas, Piauí, 2007 – 2013

Fonte: INEP/MEC - Sinopses do Censo da Educação Básica 2008 a 2013

284 Percebe-se neste gráfico um crescimento considerável do percentual de professores com especialização, pois eram apenas 15,8%, em 2008, passando para 41,4%, em 2013. A participação de mestres (1,3%) e doutores (0,2%) ainda é mínima no final da série histórica. Importante destacar que, de acordo com meta 16 do PNE, até o último ano de vigência deste (2023), o governo federal visa formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da educação básica. Portanto, para que isto se constitua em efetivo avanço para o Piauí, é necessário que seja em mestrado e doutorado.

285 A questão da formação continuada está diretamente relacionada à qualidade da ação profissional e à carreira e remuneração docente. A Constituição Federal de 1988 determinou como um dos princípios da valorização do magistério a criação de plano de carreira para o magistério público. (art. 206, inciso V). Esse princípio foi reafirmado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB (Lei nº 9.394/96) ao inserir um capítulo específico sobre o magistério e, em especial, ao indicar, no artigo 67, que os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive, nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: Em 1996, a Lei nº 9.424/96 (Fundef) determinava que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deveriam criar um novo Plano de Carreira e de Remuneração do Magistério com o objetivo de regulamentar as condições e o processo de movimentação na carreira, estabelecer a evolução funcional (por categorias, níveis, classes), os adicionais, os incentivos e as gratificações devidas, assim como os correspondentes critérios e escolhas de evolução da remuneração. Para a elaboração desse Plano, foram fixadas as Diretrizes Nacionais pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação – CBE/CNE, por meio da Resolução nº 3, de 08 de outubro de 1997.

286 Em substituição ao Fundef foi criado o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais do Magistério), instituído através da Emenda Constitucional nº 53/06,

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regulamentado pela Lei nº 11.494/07 e pelo Decreto nº 6.253/07, com vigência para o período de 2007 a 2020. Esse Fundo determina, em seu artigo 40, que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem implantar Planos de Carreira e remuneração dos profissionais da educação básica, de modo a assegurar: I - a remuneração condigna dos profissionais na educação básica da rede pública; II - integração entre o trabalho individual e a proposta pedagógica da escola; III - a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem. Parágrafo único. Os Planos de Carreira deverão contemplar capacitação profissional especialmente voltada à formação continuada com vistas na melhoria da qualidade do ensino (BRASIL, 2007).

287 Para a elaboração dos Planos de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), foram fixadas, em maio de 2009, novas Diretrizes Nacionais, aprovadas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE/CEB) - Resolução nº 2, na perspectiva de, mais uma vez, subsidiar as redes de ensino na criação ou reformulação de seus planos de carreira, materializando-se, na legislação educacional, critérios de valorização como fundamento principal para assegurar uma educação de qualidade no país. Tal Resolução tem como objetivo colaborar com estados e municípios no cumprimento da atual legislação, a qual exige a elaboração de Planos de Carreira.

288 A referida Resolução CNE/CEB nº 2/2009 prevê ainda em seu artigo 5º a obrigatoriedade dos entes federados que oferecem qualquer etapa da educação básica, bem como suas modalidades correspondentes, de criarem seus Planos de Carreira para os profissionais do magistério a partir de princípios básicos, dentre os quais: acesso; formação; progressão na carreira e avaliação de desempenho.

289 Há, portanto, do ponto de vista da legislação, o reconhecimento da valorização do magistério vinculada ao desenvolvimento profissional e à ascensão na carreira. Como é possível observar, todas essas legislações apontam para a criação ou reformulação de planos de carreira, dessa forma, todos os estados e municípios tiveram que se adequar às mudanças de que tratam essas leis.

290 No entanto, constatou-se que no Estado do Piauí ainda existem muitos municípios (46,9%) que não têm o Plano de Carreira dos Profissionais da Educação, mesmo sendo este um importante instrumento para garantir a valorização dos professores.

291 Para a valorização do magistério é fundamental implementar políticas que reconheçam e reafirmem a função docente, valorizando sua contribuição na transformação dos sistemas educacionais. Para isto, é necessária a criação de planos de carreira que abranjam: piso salarial nacional; jornada de trabalho em uma única instituição de ensino, com tempo destinado à formação e planejamento; condições dignas de trabalho; e definição de um número máximo de estudantes por turma, tendo como referência o Custo Aluno-Qualidade (CAQ), necessário para que a educação pública adquira padrão mínimo de qualidade.

292 A Constituição Federal, a Lei do Fundeb e a Resolução CNE/CEB nº 2/2009, reiteram a necessidade de remuneração condigna para todos os profissionais do magistério, fixando vencimentos nunca inferiores ao que estabelece a Lei do Piso.

293 A Lei 11.738/08 fixou o prazo de até 31 de dezembro de 2009 para que Estados, Distrito Federal e Municípios elaborassem ou fizessem adequações em seus Planos de Carreira no sentido de fazer cumprir o que estava determinado quanto à remuneração dos profissionais do magistério em todo o país. A mesma Lei instituiu o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN),

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criado com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino público por meio da valorização do profissional da educação, garantindo patamares básicos de vencimento, e a destinação de um período máximo de interação com discentes de 2/3 reservando 1/3 de horas dedicadas ao planejamento escolar e à preparação pedagógica. O art. 2º dessa lei definiu o valor do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, que naquele período foi estabelecido em R$ 950,00 (novecentos e cinquenta reais) mensais, para a formação em nível médio, na modalidade Normal. O PSPN é o valor mínimo a ser considerado pela União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ao fixar o vencimento inicial das Carreiras do magistério público da educação básica, para a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais.

294 O valor atribuído como vencimento básico inicial fixado para profissionais com formação em nível médio é o ponto de partida para a fixação dos vencimentos dos profissionais de nível superior ou com outro grau de formação. Embora a Lei do Piso tenha sido aprovada em 2008, somente três anos após sua promulgação ela passou a vigorar na íntegra, pois governadores de cinco Estados entraram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn), alegando a sua inconstitucionalidade. Assim, o Superior Tribunal Federal concedeu liminar que atendeu parcialmente aos pedidos dos governadores dos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará.

295 Enquanto a ADIn não foi julgada, o STF suspendeu provisoriamente a garantia de 1/3 da carga horária para atividades extraclasse e a vinculação do piso ao vencimento inicial. Em abril de 2011, o STF julgou e negou a ADIn. Dessa forma, o valor do piso passou a ser considerado como o "vencimento básico" da categoria, ou seja: gratificações e outros extras não podem contar na composição do vencimento. Durante o período em que a Lei do PSPN estava parcialmente suspensa, além de não cumprir 1/3 da carga horária destinada a atividades extraclasse, os gestores não consideraram o Piso equivalente ao vencimento inicial. Com a aprovação total da Lei, para cumprir o que determinava a legislação, incorporaram vantagens e abonos ao vencimento, dessa forma, pagaram o Piso, sem necessariamente, aumentar o valor da remuneração dos professores. Nesse sentido, os profissionais do magistério não tiveram ganho real no seu vencimento, transformando assim, o piso em teto.

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Tabela 61 – Piso Salarial Profissional Nacional - Vencimento-base Inicial dos Profissionais do Magistério da Educação Básica, Piauí, 2009 - 2015

Ano

PSPN - Valores de referências

Cumprimento do Piso como Vencimento-base inicial

Percentual

de reajuste (%)

Valor em R$

Rede Estadual

Rede Municipal¹

Rede Privada¹

Valor em R$

****Valor

em R$ (20h)

Hora/Aula²

2009 - 950,00

De 34 Municípios,

29 Não pagam o

valor do Piso como

vencimento-base inicial

(Fonte: SINTE/PI)

-

2010 7,87 1.024,67 1.024,68* 617,53

+5,49%

Fund. 11,00 + 5,49%; Sup. 22,62 + 5,49%

2011 15,85 1.187,14 1.187,08** 630,00 Fund. 8,00; Sup.

20,90

2012 22,22 1.451,00 1.681,00*** 650,00 Fund. 8,32; Sup.23,50

2013 7,97 1.567,00 1.814,98 739,00 Fund. 8,92; Sup.

25,19

2014 8,32 1.697,00 1.965,99**** 790,00 Fund. 9,52; Sup.26,88

2015 13,01 1.917,78

-

Fontes: * Lei Complementar nº 152 de 23 de março de 2010 (Regência: R$ 230,00 para as Classes A e B e 260,00 para as demais Classes) ** Lei Complementar nº 165, de 12 de maio de 2011 (Regência congelada nos valores vigentes nesse período - Art. 3º da Lei Complementar em tela) *** Lei Complementar 6.239, de julho de 2012 (Valor referente ao mês de outubro com a incorporação da Gratificação de Regência - Reajuste de 22,22% concedido em três parcelas para demais Níveis e Classes: junho - agosto – outubro). ****Gratificações por titulação na Rede Privada em 2010: especialização 3%; Mestrado 4% e doutorado 4%; em 2011: especialização 3%; mestrado 5% e doutorado 8%; em 2012: especialização 1,5%; mestrado 2% e doutorado 2,5%; em 2013 e 2014: especialização 4%; m estrado 8% e doutorado 12%. ¹ PROCESSO TRT DC N.º 0000656-71.2010.5.22.0000 DISSÍDIO COLETIVO SUSCITANTE: Sindicato dos Professores e Auxiliares da Administração Escolar do Estado do Piauí/PI – SINPRO; Resolução Administrativa nº 57/2011 Ref. Dissídio Coletivo nº 0000139-32.2011.5.22.0000; Convenção Coletiva de Trabalho 2012; Convenção Coletiva de Trabalho 2013; Convenção Coletiva de Trabalho 2014. ² Professor horista o valor é calculado por hora/aula (9,52 (interior); 12,41 (capital)19,91; 26,88 ensino superior

296 A tabela acima apresenta os dados do Piso Salarial Profissional Nacional - Vencimento-base Inicial dos Profissionais do Magistério da Educação Básica no Estado do Piauí (2009 - 2015). Observa-se que o percentual de reajuste do Piso mais significativo ocorreu em 2012, com aumento de 22,22%. Importa destacar que este foi um ano de luta da categoria por uma valorização digna dos profissionais do magistério. Nos anos seguintes, 2013 e 2014, esse reajuste já não foi tão significativo, representando 7,97% e 8,32%, respectivamente.

297 Como a Lei do Piso toma como parâmetro o professor com formação em nível médio, na modalidade Normal, quando ocorre o reajuste o mesmo deve ser linear para toda a categoria, cabendo aos Planos de Carreira determinar a diferença percentual nos vencimentos dos docentes por grau de formação.

298 A remuneração é um dos aspectos fundamentais para que se reconheça o esforço por valorização dos profissionais do magistério. A Meta 17 do novo PNE trata da necessidade de equiparação do rendimento médio dos profissionais do magistério das redes públicas de educação básica aos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de

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vigência deste PNE. A tabela a seguir apresenta a situação do vencimento de diferentes profissões de nível superior.

Tabela 62 – Vencimento-base inicial dos professores da Educação Básica com formação em nível superior e de profissionais de outros mercados de trabalho com formação equivalente, Piauí, 2012

Cargos com exigência de

formação em nível superior

Vencimento-base

inicial

Jornada de

Trabalho Ano base

¹Analista de Suporte Pleno 4.500,00 36h 2012

¹Analista de Suporte Junior 3.000,00 36h 2012

¹Técnico de Suporte 2.000,00 36h 2012

¹Programador 2.000,00 36h 2012

Professor (SEDUC/PI) 1.993,39* 40h 2012

Professor (SEMEC/Teresina) 1.758.79* 40h 2012 Fonte: Editais de concurso para cargos na administração pública ¹Detran/PI - Edital de seleção de pessoal nº 001/2012 *Na rede estadual o vencimento corresponde ao valor atribu ído para o professor formado em curso de Licenciatura Plena classificado como Classe SL. Os docentes da SEMEC/Teresina com a mesma formação, além do vencimento-base inicial, contavam ainda com uma gratificação pelo exercício da docência (GID).

299 Considerando o valor dos vencimentos dos docentes da rede estadual de educação e do Piauí e da rede municipal de Teresina, em relação a outras profissões, no ano de 2012, percebe-se a desvantagem da carreira do magistério em relação a outras, situação reiterada pela Tabela a seguir, com dados de 2014.

Tabela 63 – Vencimento-base inicial dos professores da Educação Básica com formação em nível superior e de profissionais de outros mercados de trabalho com formação equivalente/PI – 2014

Cargos com exigência de formação em nível superior

Vencimento-base inicial

Jornada de Trabalho

Ano base

¹Delegado 10.914,54 44h 2014

²Analista 5.112,07 44h 2014

³Oficial 3.897,04 2014

Enfermeiro 3.362,26 30h 2014

¹Escrivão 3.194,35 44h 2014

Professor (SEDUC/PI) 2.331,35* 40h 2014

Fontes: ¹ Edital nº 002/2014 - Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí e Edital nº 001/2014 - Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí ² Edital nº 2 - Concurso Público 1/2014 – CONAB - Normativo ³ Polícia Militar - EDITAL Nº 01/2014

300 As tabelas 62 e 63 demonstram que, mesmo reconhecendo os avanços na carreira salarial dos profissionais do magistério público desde a instituição da aprovação do PSPN, resultado da luta da categoria, a equiparação prevista na meta 17 do PNE ainda se apresenta como um dos grandes desafios para os gestores públicos do Piauí.

301 No que se refere às condições de Trabalho, foi possível sistematizar, com base nos dados do INEP, apenas três indicadores: professores por quantidade

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de turmas, por estabelecimentos de ensino e por turno de trabalho. Tabela 64 - Percentual de Professores da Educação Básica por Quantidade de Turmas em que lecionam, Piauí, 2008 e 2013

Ano UF

Professores da Educação Básica

Total Quantidade de Turmas (%)

1 Turma 2 Turmas 3 Turmas 4 Turmas 5 ou mais

2008

Brasil 1.988.161 37,4 13,9 5,3 6,4 37,0

Nordeste 605.248 40,7 14,4 6,1 7,4 31,5

Piauí 45.020 30,1 17,0 9,8 10,0 33,2

2013

Brasil 2.148.023 36,3 14,6 5,2 6,2 37,6

Nordeste 619.358 37,4 15,1 5,9 7,6 33,9

Piauí 44.314 26,8 17,1 10,2 9,5 36,4

Fonte: Sinopse do Censo da Educação Básica 2008 e 2013. MEC/Inep/Deed.

302 Os dados da tabela revelam um aumento do número de professores do Piauí

com 5 turmas ou mais, o que significa evidente sobrecarga de trabalho e a necessidade de repensar critérios de redistribuição de turmas. Considerando a quantidade de estabelecimentos que leciona, a tabela a seguir oferece dados do Brasil, Nordeste e Piauí.

Tabela 65 - Percentual de Professores da Educação Básica por Quantidade de Estabelecimentos em que lecionam, Piauí, 2008 e 2013

Ano Unidade da Federação

Professores da Educação Básica

Total Quantidade de Estabelecimentos (%)

1 2 3 4 5 ou mais

2008 Brasil 1.988.161 79,5 17,0 2,8 0,6 0,2

Nordeste 605.248 83,9 13,8 1,9 0,3 0,1

Piauí 45.020 79,6 16,3 3,2 0,7 0,2

2013 Brasil 2.148.023 78,1 17,9 3,0 0,7 0,2

Nordeste 619.358 81,5 15,6 2,3 0,4 0,1

Piauí 44.314 75,6 18,5 4,4 1,0 0,4 Fonte: Sinopse do Censo da Educação Básica 2008 e 2013. MEC/Inep/Deed.

303 Os dados revelam uma piora neste indicador, isto porque aumentou o número

de docentes que atuam em mais de um estabelecimento de ensino, cerca de 24%, elemento que também precariza as condições de trabalho docente. Neste indicador o Piauí está pior que o nordeste e o Brasil, denunciando a necessidade de políticas que possibilitem a dedicação do docente a somente uma rede e estabelecimento de ensino, isto porque, em 2013, cerca de 9% dos docentes lecionaram em três turnos de trabalho, segundo dados do INEP, condição que afeta diretamente a saúde dos profissionais e a qualidade do ensino.

3.9 GESTÃO E FINANCIAMENTO

3.9.1 Gestão da Educação

304 A Constituição Federal de 1988, no artigo 206, apresenta um conjunto de princípios que devem estruturar o ensino público no país. Esse artigo

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assegura, no inciso VI, o princípio da gestão democrática da educação. Este princípio constitucional é reiterado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394/96 que assegura “gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino” (artigo 3°, VII). Desta forma, a legislação prevê a constituição de sistemas no âmbito federal, estadual, distrital e municipal. No caso dos municípios, é facultada a constituição de sistemas próprios ou sua integração com o sistema estadual.

304 No Piauí, segundo dados fornecidos pela Coordenação Estadual da União dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME), embora todos os municípios tenham órgãos administrativos (secretarias de educação), 63% deles não possuem sistemas municipais de educação (SME) próprios, o que significa que as atribuições de definir normas complementares para seu sistema e autorizar, credenciar e supervisionar as instituições de ensino sob sua responsabilidade (educação infantil pública e privada e ensino fundamental público) devem ser assumidas pelo Estado. No entanto, os dados explicitam que 51% dos municípios têm Conselhos Municipais de Educação (CME), órgão deliberativo, consultivo e normativo, como expresso na Tabela a seguir:

Tabela 66 – Número de municípios que possuem PME, CME e SME, Piauí, 2014

Descrição Possui Não possui

TOTAL n° % n° %

Plano Municipal de Educação 51 23% 173 77% 224

Conselhos Municipais de Educação 114 51% 110 49% 224

Sistemas Municipais de Educação 82 141% 141 63% 224 Fonte: SIMEC/PAR. UNCME.

305 A referida Tabela também informa que 23% dos municípios já possuem Planos Municipais de Educação, leis que devem ser reelaboradas à luz do atual Plano Nacional de Educação, Lei n° 13.009/14, e do Plano Estadual de Educação.

306 No que se refere ao Sistema Estadual de Educação, o órgão administrativo é a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (SEDUC) e o órgão normativo é o Conselho Estadual de Educação (CEE). Em relação ao Conselho, este foi criado pela Lei Estadual nº 2.489/63, e modificado pela Lei 4.600/93. Seu Regimento Interno foi aprovado pelo Decreto Estadual nº 10.661/01. O Conselho tem sede própria e funções deliberativas e consultivas, com a finalidade de promover, orientar e disciplinar as instituições que compõem o Sistema de Ensino do Estado do Piauí, que compreende: instituições da rede estadual; instituições de ensino da rede privada que ministram ensino fundamental, médio e profissional, em qualquer de suas modalidades, e a Educação Infantil, esta apenas no município onde não estiver organizado o sistema de ensino municipal; instituições da rede dos municípios sem sistema de ensino próprio. O Conselho Estadual é composto por 13 (treze) conselheiros e 03 (três) suplentes, nomeados pelo chefe do Poder Executivo após aprovação pela Assembleia Legislativa, para um mandato de 04 (quatro) anos, admitida apenas uma recondução.

307 Além da SEDUC e do Conselho, órgãos administrativos e normativos do sistema estadual, o Estado conta com um Fórum Estadual de Educação do Piauí – FEE/PI, espaço de articulação entre sociedade civil e o Estado, instituído pela Portaria GSE/ADM n°196/11, da Secretaria de Educação do Piauí, a qual teve como referência a Portaria Normativa nº 10/08, do Ministério da Educação, conforme deliberações da Conferência Nacional de Educação de 2010 - CONAE/ 2010 e do Fórum Nacional de Educação (Portaria nº.

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1407/10). 308 O Fórum do Piauí é composto por várias representações das entidades da

sociedade civil e do poder público, tendo por funções participar do processo de concepção, implementação e avaliação da política nacional/estadual de educação; acompanhar, junto à Assembleia Legislativa, a tramitação de projetos legislativos referentes à política estadual de educação, em especial a de Projetos de Lei dos planos decenais de educação estadual/municipal, definidos na Emenda à Constituição n°59/2009; acompanhar e avaliar os impactos da implementação do Plano Estadual de Educação; acompanhar e divulgar o processo de implementação das deliberações da Conferência Estadual de Educação e zelar para que os fóruns e as conferências de educação do Estado e dos Municípios estejam articulados aos resultados da Conferência Nacional de Educação – CONAE.

309 O Fórum, que teve sua origem na Comissão Organizadora Estadual da CONAE/2010, contribui para o processo de instituição dos Fóruns Municipais de Educação e para a organização das Conferências Municipais, Intermunicipais e Estadual de Educação. O Fórum é um importante instrumento contra a descontinuidade das políticas na área da educação, pois orienta a gestão educacional e referencia o controle social e a participação cidadã.

310 Para além das instâncias já estabelecidas para a gestão democrática no Piauí, a LDB determina, no artigo n° 14, que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político-pedagógico e participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

311 A participação da comunidade em conselhos ou órgãos equivalentes é efetivada no Piauí mediante a instituição de Conselhos no âmbito dos sistemas e das unidades escolares. No âmbito dos sistemas, além do Conselho Estadual de Educação, já retratado neste diagnóstico, destacam-se os Conselhos do FUNDEF/FUNDEB e o Conselho da Alimentação Escolar (CAE).

312 O Conselho do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (CACS/FUNDEB) se destaca, isto porque foi definida em lei federal a obrigatoriedade, desde o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), que vigorou de 1997 a 2006, de instituição do Conselho, cujas atribuições envolvem acompanhar e controlar a transferência e aplicação dos recursos do FUNDEB; supervisionar o Censo Escolar e a elaboração da proposta orçamentária anual do Poder Executivo Estadual; examinar os registros contábeis e demonstrativos gerenciais mensais e atualizados relativos aos recursos repassados ou retidos à conta do FUNDEB e emitir parecer sobre as prestações de contas.

313 O Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB (que substituiu o CACS-FUNDEF), previsto na Lei Federal n° 11.494/07, é um colegiado formado por representações sociais variadas e sua atuação deve acontecer com autonomia, sem subordinação e sem vinculação à administração pública estadual ou municipal. Com essas características, o Conselho não é unidade administrativa do governo local, pois sua atuação deve ser pautada no interesse público, buscando o aprimoramento da relação formal e contínua com a administração pública local, responsável pela gestão e aplicação dos recursos do Fundo, para que o acompanhamento seja efetivo.

314 O Conselho do FUNDEB no Estado do Piauí, instituído pela Lei Estadual nº

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5.708/07, é composto por 26 integrantes: 13 titulares e 13 suplentes, representantes das seguintes organizações: três do Poder Executivo Estadual, sendo dois da SEDUC e um da Secretaria de Fazenda (SEFAZ); dois do Poder Executivo Municipal, sendo um da Associação Piauiense de Municípios (APPM) e outro da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCIME); um do Conselho Estadual de Educação (CEE); um da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME); dois do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí (SINTE); dois pais de alunos da educação básica pública; dois estudantes da educação básica pública, sendo um indicado pela entidade estadual de estudantes secundaristas.

315 No âmbito dos municípios, o Conselho é formado por, no mínimo, nove membros, cada qual tendo um suplente, garantidas as seguintes representações: dois do Poder Executivo Municipal, dos quais pelo menos um da Secretaria Municipal de Educação ou órgão educacional equivalente; um professor da educação básica pública; um diretor de escolas básicas públicas; um servidor técnico-administrativos das escolas básicas públicas; dois pais de alunos da educação básica pública; dois estudantes da educação básica pública, um dos quais indicado pela entidade de estudantes secundaristas. No caso da existência de Conselho Municipal de Educação e do Conselho Tutelar na cidade, integrarão um representante de cada coletivo.

316 Embora instituídos no Estado e em todos os municípios do Piauí, em geral os Conselhos do FUNDEB não conseguem desempenhar suas atividades conforme estabelece a legislação, por vários motivos: ausência de espaço físico adequado a suas funções; inexistência ou precariedade de material de apoio; falta de apoio logístico ou pessoal de apoio para o Conselho; não disponibilização de transporte para as vistorias; omissão das Secretarias na entrega da documentação necessária ao exercício do controle e acompanhamento dos recursos; ausência de articulação do Conselho com os órgãos de fiscalização e demais colegiados; ausência de capacitação dos conselheiros; falta de disponibilidade de tempo dos conselheiros, que muitas vezes ocasiona baixa participação nas reuniões; falta de autonomia do Conselho devido às influências político-partidárias na escolha dos representantes dos segmentos; falta de apoio técnico contábil e jurídico previstas em lei. Embora alguns Conselhos tenham melhor estrutura, em geral, os problemas relacionados impedem o efetivo controle e acompanhamento da aplicação dos recursos do FUNDEB.

317 Em relação ao Conselho de Alimentação Escolar (CAE), órgão deliberativo, fiscalizador e de assessoramento para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), seu objetivo é acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos do PNAE, desde a aquisição dos gêneros até a distribuição da alimentação escolar nas escolas da Rede Pública, incluindo a fiscalização sobre a prestação de contas.

318 O CAE foi instituído em todos os municípios do Estado, sendo condição para o recebimento dos recursos do PNAE. Atualmente o CAE é regulamentado pela Lei Federal n° 11.947/09, que define que o Conselho é composto por, no mínimo, sete representantes da seguinte forma distribuídos: dois trabalhadores em educação e discentes; dois pais de alunos matriculados na rede pública de ensino; dois de entidades civis organizadas e um do segmento do poder executivo indicado pelo órgão. Para cada membro titular há um suplente do mesmo segmento representado com mandato é quatro anos. No caso da rede estadual do Piauí, o CAE foi instituído pelo Decreto nº 10.446/00, alterado posteriormente pelo Decreto nº 15.801/14, para adequação às novas normativas federais.

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319 Embora o Conselho de Alimentação Escolar (CAE) seja a instância da área de alimentação escolar mais próxima da sociedade e tenha como objetivo fiscalizar os recursos federais destinados à merenda escolar e garantir as boas práticas sanitárias e de higiene dos alimentos nas instituições de ensino, o CAE vem passando por muitas dificuldades, em todas as instâncias, em relação ao apoio dado pelo órgão gestor para a execução do seu trabalho.

320 Em geral, as dificuldades dos Conselhos de Alimentação Escolar são as seguintes: ausência de sala apropriada para reuniões e para arquivo da documentação; ausência ou precariedade de serviço de apoio, devido inexistência de secretária para assessorar os trabalhos; ausência ou dificuldades na liberação de transportes para o deslocamento dos conselheiros para vistorias de monitoramento, tanto na capital quanto no interior.

321 Para que o CAE cumpra plenamente suas funções, é fundamental que conheçam as cozinhas, as despensas e os refeitórios das escolas para avaliar o gerenciamento de estoque, o cardápio, a higiene na preparação dos ingredientes e o seu fornecimento. O trabalho in loco permite que os estudantes sejam consultados sobre a satisfação com a merenda e que sejam observadas outras falhas que possam vir a prejudicar o bom andamento do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

322 Em suma, o CAE tem importante papel, isto porque contribui para que problemas sejam localizados, apontados e corrigidos e, consequentemente, para que o Programa funcione cada vez melhor. Para o alcance deste objetivo é necessário que o colegiado funcione de maneira eficaz e com responsabilidade, sendo imprescindível o apoio do poder público.

323 No que diz respeito à gestão das unidades escolares, a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96 prevê a participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes, ou seja, deve ser assegurada a gestão democrática, como expresso no artigo 3º, inciso VIII da referida lei, visando à autonomia pedagógica administrativa e financeira.

324 O Estado do Piauí, no uso de suas atribuições legais, considerando a importância de iniciativas que objetivam integrar a sociedade civil na gestão pública, reconhece a necessidade de promover a democratização e a construção da autonomia da escola, nos aspectos pedagógicos, financeiros e administrativos. A primeira iniciativa de instituição do Conselho Escolar em cada estabelecimento de ensino decorreu da exigência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) de constituição de Unidades Executoras nas escolas de ensino fundamental para a gestão do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

325 Os Conselhos, enquanto parte da estrutura da escola, é responsável por garantir sua autonomia como também criar e sustentar espaços de discussões que possibilitem a construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico. Esta entidade sem fins lucrativos tem a função consultiva, deliberativa, normativa, mobilizadora e fiscalizadora, sendo responsável pelo planejamento, acompanhamento e prestação de contas das ações definidas pela equipe escolar.

326 Em geral o Conselho é formado pela equipe da escola (professores, alunos, funcionários e diretor) e representantes externos (pais de alunos ou responsáveis e comunitários locais). Funcionam através de reuniões periódicas, sendo essas convocadas pelo coordenador, em geral o diretor da escola, ou 1/3 de seus membros.

327 Ações de fortalecimento dos conselhos escolares têm sido desenvolvidas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), pela Secretaria Estadual de

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Educação e por algumas Secretarias Municipais. As ações envolvem cursos presenciais ou à distância; Fóruns de revitalização dos conselhos escolares; monitoramento da situação legal dos conselhos; confecção e distribuição de cartilhas, banners e panfletos; participação nos Encontros Nacionais do Conselho Escolar; dentre outras.

328 Independentemente das relevantes ações desenvolvidas, alguns problemas persistem nos conselhos escolares do Piauí: rotatividade de conselheiros na escola; ausência de recursos para viagens de monitoramento e mobilização de conselheiros para as formações; resistências de gestores quanto a este espaço de participação, levando a sua desmobilização e falta de valorização das políticas públicas voltadas para o controle social. Embora o Conselho possa ser espaço relevante de mediação das relações no espaço escolar, possibilitando a motivação e a integração entre a escola e a comunidade, ainda são necessárias ações efetivas que garantam seu pleno funcionamento nas escolas públicas do Piauí.

329 O Grêmio Estudantil faz parte da política de gestão democrática no Estado, pois é uma entidade que representa os estudantes dos estabelecimentos da Educação Básica. Amparado pela Lei Federal nº. 7.398/85, que garante a organização de grêmios estudantis como entidades autônomas para representar os estudantes em qualquer escola pública ou particular do país, o grêmio tem como principal função intermediar a relação entre escolas e alunos. Sua principal característica é a de ser organizada e dirigida pelos próprios estudantes, sem a interferência da direção da escola. Cabe ao grêmio, além de representar os interesses dos alunos e levar as suas reivindicações às instâncias escolares, propor e executar as mais diversas atividades no interior do estabelecimento de ensino, como: palestras, conferências, exposições, campeonatos esportivos, espetáculos, festival de música e etc. Embora de relevante papel para o exercício da cidadania, existem poucos grêmios estudantis nas escolas piauienses estaduais e municipais, sendo relevante a iniciativa da SEDUC criar uma Supervisão específica para incentivar sua instituição.

330 Ainda no âmbito da gestão democrática, a eleição de diretores tem sido elemento marcado na política da rede estadual de educação e na rede municipal de Teresina, capital do Estado, não havendo informações sobre sua existência em outros municípios piauienses.

331 A SEDUC fomenta as Eleições Diretas para Diretores das Escolas Públicas Estaduais desde 1995, embora a primeira eleição para diretores tenha ocorrido somente 06 (seis) anos mais tarde, em 2001, ocorrendo sistematicamente após este período. O quadro das eleições para diretores na rede estadual pode ser verificado a seguir:

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Quadro 87 – Eleição para diretores na rede estadual de educação do Piauí 2001-2013

Ano da Eleição

Amparo Legal

Número

total de escolas

Número de escolas

estaduais participantes

da eleição

Número de municípios

Percentual

de escolas participantes

2001 Decreto nº 9.386/95 929 87 01 9%

2003 Decreto nº 11.135/03 946 716 166 76%

2005 Decreto nº 11.908/05 823 578 177 70%

2007 LC nº 71/06 799 Sem

informação

Sem

informação

Sem

informação

2009 LC nº 71/06 nº 13.868/09

825 657 Sem

informação 80%

2011 LC nº 71/06 Instrução Normativa

nº 01/11

805 395 157 44%

2013

Lei Complementar nº 71/06 Decretos nº

15.390/13 e 15.409/13

668 160 125 24%

Fonte: UGIE/SEDUC

332 Os dispositivos legais para a eleição de diretores na rede estadual garantem a participação de todos os segmentos da comunidade escolar (professores, servidores, pais ou responsáveis e alunos) na eleição dos diretores, cujo mandato foi estipulado de 02 (dois) anos, de 2001 a 2009, e de 03 (três) anos após 2013, com possibilidade de reeleição por igual período.

333 Embora inicialmente a eleição tenha sido regulamentada por Decreto, destaca-se que a gestão democrática e participativa, especialmente as eleições diretas para diretores escolares, há anos figurava na pauta de reivindicações dos trabalhadores em educação básica e da comunidade escolar. Apesar das eleições de 2001 representarem uma conquista com grande valor social e se constituir como um divisor de águas da educação pública estadual piauiense, no âmbito da gestão democrática e participativa da comunidade escolar, o pleito eleitoral não estava legalmente amparado.

334 A lacuna que pairava sobre o processo eleitoral das escolas públicas estaduais do Piauí foi resolvida com a Lei Complementar nº 71/06, que dispõe sobre o Estatuto e o Plano de Cargos, Carreira e Vencimento dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado do Piauí o qual, no Art. 119, registra que “Fica garantida a gestão democrática do Sistema Estadual de Ensino através da eleição direta para a função de Diretor de Unidade Escolar da rede básica de ensino, na forma disciplinada em regulamento”.

335 Embora cada pleito envolvesse alguma mudança ou adaptação no que diz respeito às escolas participantes, a maior novidade ocorreu no Pleito de 2009, que exigiu que os candidatos fossem submetidos a uma prévia aferição de conhecimentos em gestão administrativa, pedagógica e financeira e em legislação educacional antes de serem nomeados pela Secretaria para a função de diretor escolar. Ademais foi efetivado processo a parte para selecionar os gestores das escolas de Tempo Integral, Educação Profissional e Centros de Educação Especial, os quais tiveram os candidatos (atuais diretores à época) submetidos a uma avaliação de desempenho, envolvendo análise de currículo e plano de gestão, situação ampliada para as escolas que

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têm o Programa Mais Educação, em 2013. 336 Restrição de eleição, além dos casos já relatados, ocorreram em relação às

escolas rurais, escolas com menos de 5 (cinco) salas, escolas com menos de 150 (cento e cinquenta) ou 200 (duzentos) alunos, denotando limitação do processo democrático. Ademais, após 2011, a intempestividade e/ou inadimplência nas prestações de contas dos recursos financeiros recebidos pelas escolas cujos candidatos eram gestores também foi adotada como critério para impugnação dos candidatos.

338 Em 2013 foram inseridos novos critérios com o intuito de melhor organizar e otimizar a participação de todos os envolvidos no pleito eleitoral, especialmente em relação à participação das Gerências Regionais de Educação (GREs), nas quais foi constituída uma Comissão Eleitoral Regional, cuja competência principal foi dar suporte às comissões escolares, servindo de elo entre elas e a Comissão Eleitoral Central (na sede da SEDUC).

339 As mudanças inseridas, acrescidas da ausência de candidatos em várias escolas, têm levado, no decorrer dos anos, à diminuição no número de unidades participantes dos pleitos, pois, em 2013, somente 24% das escolas realizaram eleições direitas para diretor.

340 A trajetória da eleição para diretores na rede estadual de educação oferece elementos para a reflexão sobre a inserção de critérios que levam à exclusão do pleito, como tamanho ou tipo de unidade, por exemplo, elementos que podem restringir o processo democrático. Ademais, é inegável que a inadimplência com prestação de contas deve ser considerada, embora seja um indicador da necessidade de maior apoio administrativo para a gestão dos recursos financeiros descentralizados.

341 Obviamente que o diretor não é responsável exclusivo pela gestão da escola, para isto conta com o conselho escolar e com a equipe gestora, constituída pelo diretor, coordenador pedagógico e secretário da escola. O fortalecimento da gestão escolar perpassa pelo coletivo, uma vez que a gestão implica a efetivação de novos processos coletivos e participativos de decisão, compartilhamento de responsabilidades e compromisso com a elevação do padrão de qualidade da escola.

343 Neste sentido é que alguns sistemas de ensino efetivam uma política de formação dos profissionais que atuam nas escolas, como mecanismo de valorização e aperfeiçoamento, cumprindo assim a proposta de formação do núcleo gestor (direção, direção adjunta, coordenador pedagógico e secretário). Percebe-se que essas formações são de suma importância para o fortalecimento dos núcleos gestores, implicando, assim, em uma gestão mais democrática e em uma escola mais autônoma.

344 A questão da autonomia, nos termos da LDB, envolve a dimensão financeira das escolas. A política de descentralização dos recursos da educação, que propiciou às escolas o recebimento, a gestão e a fiscalização de recursos públicos, teve início em 1995, com o Programa de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (PMDE), posteriormente denominado Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), ampliado, em 2009, para o Ensino Médio e a Educação Infantil. Em 2012, com a edição da Lei n° 12.695, o PDDE ampliou seu raio de atuação para os polos presenciais do sistema Universidade Aberta do Brasil, que ofertam programas de formação inicial e continuada a profissionais da educação básica.

345 O PDDE é um programa do FNDE que consiste na destinação anual de recursos financeiros, em caráter suplementar às escolas de educação básica, às escolas privadas de educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos e, recentemente, aos polos de apoio presencial da UAB que ofertem

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programas de formação inicial ou continuada a profissionais da educação básica.

346 O propósito do PDDE é de contribuir para o provimento das necessidades prioritárias dos estabelecimentos, de modo a concorrer para a garantia de seu funcionamento, a promoção de melhorias em sua infraestrutura física e pedagógica, bem como incentivar a autogestão escolar e o exercício da cidadania com a participação da comunidade no controle social dos recursos repassados pelo programa. Desde 2014, o PDDE ampliou seu raio de ação, integrando outros programas do FNDE, constituindo o PDDE Interativo, como expresso na Figura a seguir:

Figura 1: Ações agregadas ao Programa Dinheiro Direto na Escola-PDDE

Fonte: FNDE

347 Compete às secretarias de educação a sensibilização, conscientização e motivação da equipe gestora da escola (diretor, supervisor, coordenador do plano) para a elaboração e implantação do PDDE Interativo, auxiliando no planejamento. No entanto, a crescente descentralização de recursos tem levado a dificuldades por parte dos gestores na execução e prestação de contas, elemento que deve ser considerado na proposta de formação de gestores das Secretarias de Educação.

348 Motivado pelo sistema de descentralização de recursos inaugurado pelo PDDE, alguns sistemas de ensino instituíram a descentralização de recursos próprios para as escolas, como foi o caso do Fundo Rotativo, na rede municipal de educação de Teresina (Lei nº 2.511, de 26 de março de 1997) e o Programa de Autonomia, Cooperação e Transparência das Unidades Escolares (PACTUE), da Secretaria Estadual de Educação do Piauí.

349 O Programa de Autonomia, cooperação e transparência das Unidades escolares (PACTUE), foi uma iniciativa do Governo do Estado a partir da Instrução Normativa nº. 007/2004, de 01 de março de 2004, que dispõe sobre repasse mensal de recursos financeiros para as escolas da rede em conta específica da Unidade Executora, a fim de custear suas despesas de manutenção, ou seja, fazer com que as escolas mantenham-se num efetivo funcionamento e com materiais de consumo suficiente para desenvolver suas atividades diárias. As escolas recebem anualmente 11 parcelas calculadas de acordo com o número de alunos do ano vigente.

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Tabela 67 – Valores do Programa de Autonomia, Cooperação e Transparência das Unidades escolares-PACTUE, Piauí, 2004 – 2010

ANO Nº DE ALUNOS POR ESCOLA VALOR A REPASSAR

2004 2005

2006

ATÉ 200 ALUNOS R$ 200,00 POR ALUNO DE 201 A 500 ALUNOS R$ 200,00 + R$ 0,70 POR ALUNO

DE 501 A 1.000 ALUNOS R$ 410,00 + 0,50 POR ALUNO ACIMA DE 1.000 ALUNOS R$ 660,00 + R$ 0,30 POR ALUNOS

2007

2008

ATÉ 200 ALUNOS R$ 300,00 POR ALUNO DE 201 A 500 ALUNOS R$ 400,00 + R$ 0,50 POR ALUNO

DE 501 A 1.000 ALUNOS R$ 700,00 + 0,50 POR ALUNO

ACIMA DE 1.000 ALUNOS R$ 1.400,00 + R$ 0,70 POR ALUNOS

2009

2010-2013

ATÉ 200 ALUNOS R$ 350,00

ACIMA DE 200 ALUNOS R$ 350,00 + R$ 1,00 POR ALUNO FONTE: Núcleo Gestor/ SEDUC/ UGIE, 2015.

350 Ainda no âmbito da descentralização e autonomia financeira da escola, destaca-se o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), gerido pelo FNDE, que permite a descentralização dos recursos financeiros diretamente para as escolas. Os sistemas de ensino piauiense adotam diferentes formatos de gestão, havendo mudanças no decorrer dos anos no que diz respeito à gestão centralizada ou descentralizada do Programa da merenda escolar. Em geral, nas redes municipais a gestão é centralizada, situação que, embora possa trazer algumas facilidades de ordem operacional-financeira, afasta a comunidade escolar da possibilidade de definição do cardápio mais adequado a sua realidade e da gestão autônoma dos recursos.

351 A SEDUC atualmente descentraliza os recursos para todas as escolas estaduais, ficando responsável pela coordenação das ações destinadas a adequada execução do programa de alimentação escolar, realizando o monitoramento das escolas, a coordenação das atividades de alimentação e nutrição e o planejamento dos repasses financeiros com base no número de alunos oficialmente matriculados na rede Estadual de ensino.

352 São atendidos pelo PNAE os alunos de toda a educação básica (ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas, filantrópicas e em entidades comunitárias (conveniadas com o poder público), por meio da transferência de recursos financeiros, desde que se encontrem cadastrados no Censo Escolar do ano anterior ao do atendimento. É importante ressaltar que, caso o número de alunos matriculados exceda ao previsto no censo, o atendimento ao aluno é garantido com recurso próprio do sistema de ensino. Ainda estão inclusos no fornecimento da merenda as escolas das comunidades indígenas e quilombolas, as de tempo integral, o Programa Mais Educação, o Atendimento Educacional Especializado (AEE), dentre outras, conforme quadro a seguir.

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Quadro 88: Valores per capita do PNAE, de 2002 a 2013

Modalidade de Ensino

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2009 2010 2013

Creche -- 0,18 0,18 0,18 0,22 0,22 0,22 0,60 1,00

Pré-escola 0,06 0,13 0,15 0,18 0,22 0,22 0,22 0,30 0,50

Indígenas 0,13 0,34 0,34 0,34 0,44 0,44 0,44 0,60 0,60

Quilombolas 0,13 0,13 0,15 0,34 0,44 0,44 0,44 0,60 0,60

Fundamental 0,13 0,13 0,15 0,18 0,22 0,22 0,22 0,30 0,30

Médio -- -- -- -- -- -- 0,22 0,30 0,30

EJA -- -- -- -- -- -- 0,22 0,30 0,30

Mais Educação -- -- -- -- -- -- 0,66 0,90 0,90

Tempo Integral -- -- -- -- -- -- -- -- 1,00

AEE -- -- -- -- -- -- -- -- 0,50

Fonte: FNDE

353 Em geral, os sistemas de ensino precisam complementar os recursos para a merenda, visto que o valor per capita definido pelo FNDE é insuficiente para a garantia da oferta com os padrões adequados às necessidades nutricionais dos estudantes piauienses. Exemplo desta situação é a SEDUC, que tem participado com cerca de 50% do total investido na merenda das escolas estaduais.

354 Problemas de gestão da merenda escolar também são perceptíveis, como os atrasos frequentes na transferência dos recursos ou produtos às escolas; inadequação dos espaços, na maioria das escolas, para o armazenamento de gêneros, preparo e distribuição de alimento; carência de mão de obra para o planejamento e execução do Programa (Nutricionistas e merendeiras/cozinheiras); carência no apoio logístico ao desenvolvimento das atividades inerentes a função de nutricionistas (realização do diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional dos estudantes; planejamento, elaboração, acompanhamento e avaliação do cardápio da alimentação escolar; coordenação e realização de ações de educação alimentar e nutricional); a não garantia do controle de qualidade dos gêneros ofertados conforme o disposto pela legislação de alimentos, estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – (ANVISA) do Ministério da Saúde (MS) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); resistência de gestores escolares em executarem a alimentação escolar conforme o cardápio planejado; impossibilidade em planejar cardápios que atendam às necessidades nutricionais dos alunos em consequência do baixo valor per capta.

355 Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% deveriam ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as

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comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas. (art. 14, Lei nº 11.947/2009). No entanto, são efetivas as dificuldades de implementação de ações que impulsionem a compra dos produtos da Agricultura Familiar no Piauí.

356 Ainda como importante Programa relacionado à autonomia de gestão pedagógica das escolas, destaca-se o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). O PNLD é um programa do Governo Federal brasileiro, que tem como meta principal oferecer aos alunos e professores de escolas públicas do ensino fundamental, médio, EJA Fundamental e Educação Especial (obras em Braille), de forma universal, gratuita, livros didáticos e dicionários de língua portuguesa de qualidade para apoio ao processo ensino-aprendizagem desenvolvido em sala de aula.

357 O programa tem como objetivo principal subsidiar o trabalho pedagógico dos professores por meio da distribuição de coleções de livros didáticos aos alunos da Educação Básica (ensino fundamental e médio), EJA (Fundamental e Médio), Educação Especial, acervos de obras literárias, obras complementares e dicionários da língua portuguesa.

358 Embora muito relevante para a educação pública, alguns elementos, no âmbito da gestão se destacam: falta de participação efetiva dos professores na escolha do livro; ausência de capacitação dos docentes para a referida escolha; diversificação na escolha de títulos de uma mesma disciplina para o mesmo ciclo; desconhecimento de parte dos gestores e docentes quanto as Resoluções do Programa do Livro; falhas da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT no tocante a entrega dos livros nas unidades escolares e ineficácia da escola no processo de recolhimento dos livros no final do ano letivo.

359 Para que isto seja resolvido, o professor deve participar de capacitação promovida pela rede de ensino para realizar a seleção adequada dos títulos, conforme a Proposta Pedagógica da escola e sua linha de trabalho; a escola deve promover reuniões envolvendo gestores, professores e coordenação pedagógica, a fim de que a escolha seja reflexiva e coletiva; a escola deve estar atenta aos prazos de cadastramento no Censo e habilitar um funcionário para o recebimento e conferência do material; a ECT deve ter comprometimento no cumprimento dos prazos de entrega, na fiscalização de empresas terceirizadas e na operacionalização das entregas; a escola deve traçar estratégias que promovam a conscientização da comunidade escolar e pais acerca da conservação e devolução do livro no final do ano letivo, tais como: definir no calendário escolar a data para devolução dos livros; realizar reuniões com pais no intuito de conscientizá-los sobre a importância da preservação do livro; promover atividades que estimulem os alunos a conservarem seus livros.

360 No que diz respeito à biblioteca escolar, muitas escolas não tem espaço adequado para sua instalação e funcionamento, assim como carecem de bibliotecárias. Para um funcionamento pleno das bibliotecas escolares, o ideal seria a contratação de profissionais na área de biblioteconomia para atuarem em cada Gerência Regional de Educação ou Secretarias Municipais, fazendo um trabalho em conjunto com o pedagogo da escola. Ademais, se faz necessária a realização de cursos de capacitação para funcionários das bibliotecas escolares; melhorar a infraestrutura das bibliotecas (estantes, mesa, cadeiras, etc.) e garantir a distribuição de seu acervo.

3.9.2 Financiamento da Educação

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361 O período de transição pós-ditadura militar, para a democracia brasileira, culminou na promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, pautada na garantia de direitos fundamentais aos cidadãos brasileiros. Dentre os muitos direitos assegurados, está o direito à Educação.

362 Assim, com o objetivo de proporcionar a universalização do ensino e garantir um padrão de qualidade e equidade, a Constituição Federal de 1988 determina que a educação é direito de todos e dever do Estado e da Família. A Emenda Constitucional n° 59/2009 determina a obrigatoriedade da educação dos 4 aos 17 anos de idade, ou seja, a pré-escola e o ensino fundamental e médio, inclusive para os que não tiveram acesso na idade própria. O cumprimento da referida responsabilidade estatal demanda reservas de recursos financeiros especificamente para este fim.

363 Os recursos financeiros da educação estão previstos no artigo 212 da Constituição Federal, ao vincular recursos orçamentários nos seguintes termos: “A União aplicará anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino” (BRASIL, 1988).

364 A vinculação dos recursos é fundamental para a garantia de aportes para as despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE). No entanto, os recursos atualmente vinculados não têm garantido a oferta educacional, a todos que demandam da educação básica e superior pública, com o padrão de qualidade previsto na legislação, apontando para a necessidade de sua ampliação, elemento reconhecido nas Conferências Nacionais de Educação de 2010 e 2014.

365 Embora possa parecer que a educação é privilegiada com o uso de cerca de ¼ dos impostos para a sua manutenção, é importante destacar que os impostos não são a única fonte de recurso tributário, visto que o Código Tributário Brasileiro (Lei n° 5.172/66) define que compõem os recursos públicos, além dos impostos, as taxas e as contribuições sociais, econômicas e de melhoria.

366 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei nº 9.394/96) ratifica o percentual mínimo, a ser aplicado em educação, definido na Constituição Federal. No entanto, acrescenta que deverá ser cumprido o referido percentual vinculado ou o determinado nas respectivas Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas dos Municípios, reconhecendo, assim, a autonomia dos entes federados subnacionais quanto à ampliação dos recursos para a educação. Ademais, a LDB, conforme disposto no art. 70, define as despesas que podem ser consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para fins de cálculo dos percentuais vinculados, artigo considerado pelos órgãos fiscalizadores na avaliação dos recursos aplicados em manutenção e desenvolvimento do ensino.

367 A prioridade educacional foi reconhecida na Constituição do Estado do Piauí, promulgada em 10 de outubro de 1989, ao estabelecer, no artigo 223, que “o Estado e seus municípios aplicarão, anualmente, trinta por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino” (PIAUÍ, 1989).

368 No entanto, embora a Constituição do Estado determine a aplicação de 30% dos recursos provenientes de impostos e transferências em manutenção e desenvolvimento do ensino, por parte do poder público estadual e municipais do Piauí, este dispositivo não tem sido cumprido, inclusive com a anuência do Tribunal de Contas do Estado, que deveria reprovar as contas que estão em

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desacordo com a Constituição do Estado. O quadro abaixo apresenta os percentuais aplicados em educação pela rede estadual, nos últimos 10 anos, demonstrando as perdas pelo não cumprimento do disposto na Constituição Estadual.

Quadro 89 – Investimento em MDE na rede estadual de educação – valores nominais e percentuais, Piauí, 2005 – 2013

Ano % em MDE* Valores nominais

MDE*

Se cumprida a Constituição

Estadual 30%**

Perda de receita

da educação pelo não cumprimento

dos 30%**

2005 31,00% 610.073.949,00 563.422.513,80 -

2006 25,26% 588.133.232,99 667.562.137,79 79.428.904,80

2007 27,82% 738.681.330,05 796.438.976,22 57.757.646,17

2008 25,78% 864.906.525,17 975.159.809,01 110.253.283,84

2009 26,23% 869.761.672,04 994.862.243,57 125.100.571,53

2010 27,27% 1.007.651.962,79 1.126.553.374,31 118.901.411,52

2011 25,82% 1.120.822.857,79 1.321.777.875,17 200.955.017,38

2012 25,75% 1.219.152.159,09 1.422.337.128,70 203.184.969,61

2013 25,71% 1.337.732.144,51 1.560.959.613,25 223.227.468,74 Fonte: Demonstrativo RREO/MDE/SEFAZ/PI. *O quadro tem como base os dados do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, RREO - Anexo 8 (Lei nº 9.394/1996, art. 72); Portaria STN nº 637/2012 e Resoluções do TCE-PI, referentes aos Demonstrativos de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino da Lei de Responsabilidade Fiscal disponibilizado no site da SEFAZ-PI. **Cálculo realizado a partir das informações referentes ao total da receita líquida de impostos constantes no relatório acima citado.

369 O descumprimento da Constituição Estadual pelos municípios fica evidente,

inclusive daqueles que garantiram em suas Leis Orgânicas Municipais o investimento de 30% dos recursos provenientes de impostos e transferências na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino.

Quadro 90: Percentual investido em educação pelos municípios, Piauí, 2011 – 2012

Fonte: TCE.

370 Os dados disponibilizados pelo TCE sobre o percentual aplicado em educação, com base nas prestações de contas dos municípios, foram de 2005 e 2012 e contemplam 96% do total dos municípios piauienses. Do total, é possível verificar que 12% dos municípios não cumpriram o mínimo de 25% definido na Constituição Federal para despesas em MDE no período analisado.

Percentual investido em MDE 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Até 20% 07 02 08 10 01 02 12 15

21% a 24,9% 24 08 22 12 08 20 30 15

25% a 27% 54 26 48 40 30 28 44 17

27,1% a 29,9% 58 72 63 53 63 46 65 24

30% a 34,9% 62 75 63 74 79 83 36 70

Mais de 35% 15 36 15 25 41 34 20 64

Total de municípios analisados 220 219 219 214 222 213 207 205

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371 Considerando os 30% definidos na Constituição do Estado do Piauí, verifica-se que em média 42% dos municípios deixaram de aplicar o percentual mínimo definido na Constituição Estadual de 2005 a 2012. Os dados revelam que, de forma paulatina, os municípios vão reconhecendo que os recursos atualmente vinculados são insuficientes para uma oferta qualificada, já que, em média, 46% cumpriram o que define a Constituição Estadual, aplicando percentuais superiores a 30% em manutenção e desenvolvimento do ensino.

372 A Constituição Estadual do Piauí ainda indica a prioridade do financiamento ao ensino de primeiro grau (atual ensino fundamental), subvinculando 70% dos recursos a esta etapa da educação básica, pois era a etapa obrigatória até 2009. No entanto, este dispositivo se tornou obsoleto, especialmente após a ampliação da obrigatoriedade que, desde a promulgação da Emenda Constitucional n° 59, em 11 de novembro de 2009, inclui, também, a pré-escola e o ensino médio. Este elemento já aponta para a necessidade de atualização do texto constitucional do Estado do Piauí.

373 A Emenda Constitucional Estadual nº 13, de 21.12.2000, modificou o artigo 223 da Constituição do Estado do Piauí, definindo que é permitida a utilização de até 5% (cinco por cento) dos 30% vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino “na capacitação, qualificação e requalificação profissional e de mão-de-obra”. A referida mudança foi realizada, possivelmente, para justificar o não cumprimento da Constituição do Estado no que diz respeito aos 30% para a manutenção e desenvolvimento do ensino. Não há informação sobre o cumprimento deste dispositivo.

374 A Constituição do Piauí, em seu artigo 224, dispõe que o aumento percentual vinculado no Estado será destinado à manutenção do ensino superior, nos seguintes termos:

375 Art. 224 – O Estado distribuirá os recursos remanescentes do artigo

anterior do seguinte modo: I - vinte e cinco por cento das receitas destinadas à Secretaria de Estado da Educação;

II – cinco por cento das receitas destinadas a instituição de ensino superior mantidas pelo Estado. (PIAUÍ, 1989).

376 Assim, excluídos os 70% para o ensino fundamental, dos 30% restantes 5% seriam para o ensino superior. No entanto, o referido dispositivo também não vem sendo cumprido, especialmente no que se refere à Universidade do Estado do Piauí (UESPI), levando à discussão sobre os elementos envolvidos na autonomia universitária, garantida constitucionalmente, e à atual situação da Universidade do Estado.

377 Procurando analisar o gasto por aluno, no processo de elaboração deste diagnóstico, foram sistematizados dados referentes às despesas por função e subfunção, pois a codificação programática utilizada na elaboração dos orçamentos públicos contempla, em seus dois grupos de códigos iniciais, a identificação da função e subfunção da despesa. No entanto, quando calculados o valor por aluno, de todas as subfunções (ensino fundamental, médio, profissional, superior e educação infantil, especial e de jovens e adultos) que tiveram valores empenhados dentro da função 12, específica da educação, entre os exercícios de 2005 e 2013, o resultado foi incompatível com o mínimo de racionalidade administrativa, denotando que existem sérios problemas na forma dos gestores classificarem as despesas por funções e subfunções.

378 Ao se verificar o comportamento individual de cada etapa ou modalidade de ensino ao longo dos anos, observou-se que, em alguns casos, a distribuição dos gastos entre as subfunções sofreu alterações significativas de um exercício para outro, indicando assim divergências entre os registros orçamentário-financeiros e a destinação final dos recursos.

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379 A Resolução nº 1.128/2008, que aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (BNCT) 16.1, disciplina que o objetivo da contabilidade do setor público é dar suporte à instrumentalização do controle social, via fornecimento de informações para o cidadão.

380 Entretanto, a informação para ser útil ao cidadão precisa ter qualidade, ou seja, ser confiável, tempestiva e relevante. Ao corroborar este pensamento, o parágrafo 29 das Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, referente à apresentação das demonstrações contábeis, exige que a entidade apresente informações, incluindo as políticas contábeis, de forma que proporcione informação relevante, confiável, comparável e compreensível, pois essas características são atributos que tornam a informação, apresentada nas demonstrações contábeis, úteis ao usuário.

381 Desse modo, depreende-se a necessidade de aperfeiçoamento da correta classificação funcional das despesas com educação, com vistas à apresentação dos dados contábeis confiáveis, de forma simplificada, conferindo clareza às divulgações e facilitando o controle e acompanhamento a ser empreendido pelos órgãos fiscalizadores e por toda sociedade.

382 No atual contexto da política governamental, medidas consideradas de maior impacto sobre o sistema educacional ocorreram exatamente no campo do financiamento da educação pública, com a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), que vigorou de 1996 a 2006, e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), em vigor desde 2007, com previsão de vigência até 2020.

383 A política de Fundos pretendeu viabilizar a equidade na distribuição dos recursos públicos da educação, considerando a que diversidade na capacidade arrecadadora de Estados e municípios levava a uma diferença significativa no gasto por aluno. Ademais, pretendia-se que os Fundos contribuíssem com o cumprimento do disposto na Constituição Federal (art. 211, §1º, e art.60, §4º, do ADCT), e na LDB (art.4º, IX) relativo à garantia de um padrão mínimo de qualidade, cuja operacionalização dependeria do fortalecimento da função redistributiva e supletiva, tanto dos Estados em relação aos municípios, quanto da União em relação aos Estados e municípios, justamente pelo seu formato.

384 O FUNDEB, Fundo de âmbito estadual regulamentado pela Lei n° 11.494/07, vincula 20% de todos os impostos estaduais (ICMS, ITCMD, IPVA) e das transferências constitucionais de impostos federais para estados (FPE, IPI-Exp, Lei Kandir) e municípios (FPM, ITR), resultando na redistribuição interna dos recursos entre o Estado e seus municípios, com base no total de recursos e de matrículas. A ação suplementar da União ocorre, exclusivamente, naqueles casos em que o per capita do Estado for inferior ao valor aluno/ano definido nacionalmente. Esta participação federal a título complementação é de, no mínimo, 10% do total do Fundo.

385 O Estado do Piauí, desde a implementação do FUNDEF, recebe complementação da União, o que não impede que algumas redes diminuam seus recursos devido à partilha interna do FUNDEF/FUNDEB, como evidenciam os dados disponibilizados pelo Tribunal de Contas do Estado do Piauí:

Quadro 91 – Municípios que perderam recursos na partilha do FUNDEF/FUNDEB, Piauí, 2005 – 2012

Município 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Antonio Almeida X X X X

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Aroeira do Itaim X X

Barreiras do Piauí X

Guadalupe X X

Lagoinha do Piauí X X

Marcos Parente X

Miguel Leão X X X X X X X X

Olho D´Água do Piauí X

Santo Antonio dos Milagres X X X X

Santo Inácio X X X X

São Miguel da Baixa Grande X X X

TOTAL 05 06 05 06 03 02 03 02

Total Geral TCE 222 221 222 218 224 217 224 223

Fonte: TCE 386 Dos 11 municípios que perderam recursos na partilha interna do

FUNDEF/FUNDEB, entre os anos de 2005 a 2012, 10 tinham de 1.253 a 4.456 habitantes, portanto eram municípios muito pequenos. O maior município que perdeu recursos foi Guadalupe, com 10.268 habitantes, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010. Da série histórica analisada (9 anos), Miguel Leão (1.253 habitantes) perdeu recursos em oito anos de FUNDEF/FUNDEB. Estas informações levam ao questionamento sobre o chamado poder equalizador da política de fundos, tão propagado pelo governo federal.

387 O padrão de financiamento, calcado na política de fundos de âmbito estadual e na definição de um valor mínimo por aluno aquém de um padrão de qualidade, é um fator que intensifica a ineficiência da política de fundos, situação que poderá ser resolvida com a instituição do Custo Aluno Qualidade, nos termos aprovados pelo Plano Nacional de Educação (PNE), Lei n° 13.005/2014.

388 O PNE define como uma de suas estratégias (20.6) para o alcance da meta 20, específica para o financiamento da educação, a implantação, no prazo de 2 (dois) anos da vigência do PNE, do Custo Aluno-Qualidade inicial - CAQi, referenciado no conjunto de padrões mínimos estabelecidos na legislação educacional e cujo financiamento será calculado com base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem e será progressivamente reajustado até a implementação plena do Custo Aluno Qualidade – CAQ.

389 O CAQ, a ser implantado no prazo de 3 (três) anos, será parâmetro para o financiamento da educação de todas etapas e modalidades da educação básica, a partir do cálculo e do acompanhamento regular dos indicadores de gastos educacionais com investimentos em qualificação e remuneração do pessoal docente e dos demais profissionais da educação pública, em aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino e em aquisição de material didático-escolar, alimentação e transporte escolar.

390 Em relação à política de fundos, a rede estadual do Piauí também vem perdendo recursos após a implantação do FUNDEF/FUNDEB, como pode ser verificado no quadro a seguir:

Quadro 91 – “Perdas” da rede estadual de educação com o FUNDEF/FUNDEB em valores nominais, Piauí, 2005 – 2013

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Destinado ao FUNDEF-FUNDEB*

Recebido FUNDEF-FUNDEB*

Complemen-tação da União*

Total Recebido FUNDEF-FUNDEB*

Perda após a

complemen-tação**

Perda sem a

complemen-tação**

% de perdas pós compl

**

2005 297.116.523,00 112.179.916,00 5.054.948,00 117.234.864,00 179.881.659,00 184.936.607,00 60,6%

2006 336.462.410,33 116.322.792,35 - 116.322.792,35 220.139.617,98 220.139.617,98 65,4%

2007 424.062.068,06 188.554.477,23 29.207.119,14 217.761.596,37 206.300.471,69 235.507.590,83 48,7%

2008 574.065.342,78 271.988.362,49 42.079.838,81 314.068.201,30 259.997.141,48 302.076.980,29 45,3%

2009 641.203.372,18 350.349.094,98 96.352.938,23 446.702.033,21 194.501.338,97 290.854.277,20 30,3%

2010 711.876.771,72 369.153.702,70 94.068.464,21 463.222.166,91 248.654.604,81 342.723.069,02 34,9%

2011 836.457.806,52 462.783.640,69 132.801.095,19 595.584.735,88 240.873.070,64 373.674.165,83 28,8%

2012 899.044.417,99 484.078.823,22 134.104.762,42 618.183.585,64 280.860.832,35 414.965.594,77 31,2%

2013 992.082.223,36 517.023.837,02 123.834.985,19 640.858.822,21 351.223.401,15 475.061.386,34 35,4%

Fonte: Demonstrativo RREO/MDE/SEFAZ/PI. *O quadro tem como base os dados do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, RREO - Anexo 8 (Lei nº 9.394/1996, art. 72); Portaria STN nº 637/2012 e Resoluções do TCE-PI, referentes aos Demonstrativos de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, da Lei de Responsabilidade Fiscal, disponibilizados no site da SEFAZ-PI. **Cálculo realizado a partir das informações referentes ao total da receita líquida de impostos constantes no relatório acima citado.

391 O quadro revela a perda sistemática de recursos da rede estadual de educação, especialmente antes da implantação do FUNDEB, pois o Estado comprometeu, em 2005 e 2006, mais de 60% dos recursos de manutenção e desenvolvimento do ensino na partilha com os municípios do Piauí. Embora a situação tenha sido amenizada após FUNDEB, as perdas de 2007 a 2013 equivaleram a 1/3 do total dos recursos de MDE, mostrando a gravidade do atual formato de financiamento mediante a política de fundos, já que as condições de oferta da rede estadual ainda são muito aquém do que se espera como um padrão mínimo de qualidade de ensino. Portanto, a sua função redistributiva tem contribuído para agravar a situação.

392 Faz-se necessário reconhecer o avanço do FUNDEB em relação ao FUNDEF, no que diz respeito ao aumento do compromisso da União com a Educação Básica, mediante a complementação com, no mínimo, 10% do total do Fundo. No entanto, este papel ainda tem sido cumprido de forma incipiente, bastando observar as perdas de recursos da rede estadual na partilha do referido Fundo, situação que somente poderá ser revertida quando a matriz de financiamento da educação estiver ancorada na definição de um Custo-Aluno Qualidade (CAQ), como expresso nas Conferências de Educação e no Plano Nacional de Educação, e quando se regulamentar o regime de colaboração, para que se defina, de forma clara, a responsabilidade financeira da União, Estados e Municípios na oferta educacional no país.

393 No que se refere ao regime de colaboração, além da complementação do FUNDEB, que não anula a perda de recursos, como já retratado neste diagnóstico, o governo federal contribui com o Estado do Piauí mediante convênios e transferências diretas e automáticas de vários programas federais, como PNAE, PDDE, PNATE, Brasil Carinhoso, dentre outros geridos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

394 Além da assistência financeira direta, automática e voluntária, também atuam como fonte complementar aos recursos de manutenção e desenvolvimento do ensino aqueles sobrevindos do salário-educação, contribuição social recolhida das empresas para o financiamento da educação básica. O salário-educação

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tem caráter devolutivo, ou seja, leva em consideração a arrecadação da Unidade da Federação. Após a retirada da quota federal (cerca de 40%), que financia os programas geridos pelo FNDE, os recursos são partilhados entre o Estado e seus municípios de acordo com o número de matrículas na Educação Básica. A distribuição do salário educação, no Piauí, é expressa no quadro a seguir:

Quadro 92– Recursos do salário-educação, em valores nominais, Piauí, 2010 – 2013

ANO ESTADO MUNICÍPIO TOTAL

2005 R$ 3.159.343,92 R$ 8.319.875,02 R$ 11.479.218,94

2006 R$ 3.712.111,53 R$ 10.907.832,29 R$ 14.619.943,82

2007 R$ 6.024.498,48 R$ 10.936.294,90 R$ 16.960.793,38

2008 R$ 6.563.500,81 R$ 12.760.569,98 R$ 19.324.070,79

2009 R$ 7.847.454,09 R$ 14.803.603,68 R$ 22.651.057,77

2010 R$ 9.798.424,95 R$ 19.218.330,45 R$ 29.016.755,40

2011 R$ 12.994.526,53 R$ 25.929.261,36 R$ 38.923.787,89

2012 R$ 12.347.752,96 R$ 25.360.764,96 R$ 37.708.517,92

2013 R$ 13.658.034,97 R$ 29.422.287,05 R$ 43.080.322,02 Fonte: FNDE.

395 O quadro revela que a rede municipal de educação é a que mais se beneficia com os recursos do salário-educação, isto porque tem maior percentual de matrículas. Em geral, de 2005 a 2013, os municípios absorveram cerca de 68% do total do salário educação. De 2006 para 2007, observou-se um crescimento de 10% na participação do Estado e uma queda de 10% na participação dos municípios, isto porque foi neste ano que as matrículas do ensino médio passaram a ser contabilizadas para a distribuição do salário-educação.

396 Para além do crescimento do salário-educação, importante contribuição social que pode complementar o financiamento das despesas da educação, o processo de sistematização dos dados demonstrou problemas consideráveis referentes à sua fidedignidade, especialmente aqueles extraídos diretamente dos Balanços do Estado, quando comparados com os disponibilizados no site do FNDE.

397 Consultando os valores do salário-educação transferidos para a SEDUC, conforme Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO, disponibilizado no portal da SEFAZ/PI, verifica-se distorções consideráveis entre os valores efetivamente creditados e os valores empenhados. Esta disparidade de informações foi o elemento que mais chamou a atenção. Diante disto, depreende-se a necessidade de rever os critérios de contabilização das receitas e despesas custeadas com esta fonte de recursos, de forma a identificar corretamente quais programas, projetos e ações estão sendo financiados com esta fonte de financiamento da educação básica pública.

398 Continuando com a questão do regime de colaboração existente na relação entre União, Estados e Municípios, este ainda é muito incipiente, porque elementos político-partidários e interesses econômicos se sobrepõem aos direitos de cidadania. No Piauí não é diferente. No caso da educação, políticas mais consistentes de cooperação intergovernamental estão relacionadas ao Transporte Escolar, à instituição da Coordenação de Assistência Técnica aos Municípios (CATEM), aos convênios para municipalização de escolas, apoio técnico e cessão de professores, entre outros.

399 Em relação ao transporte escolar, o Decreto n° 15.009, de 25 de fevereiro de

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2013, institui o Programa Estadual de Apoio ao Transporte Escolar no Estado do Piauí (PEATE/PI), com o objetivo de transferir recursos materiais e financeiros diretamente aos municípios que realizam, nas suas respectivas áreas de circunscrição, o transporte de alunos do ensino fundamental e médio, residentes no meio rural da rede pública estadual. No entanto, ainda são necessários critérios objetivos para definir a descentralização de recursos e parceira mais efetiva para a garantia do direito ao transporte do estudante da rede estadual.

400 A Coordenação de Assistência Técnica aos Municípios (CATEM) foi criada pela Secretaria Estadual de Educação do Piauí, no ano de 2008, ligada a Unidade de Planejamento da SEDUC, tendo como missão prestar assistência técnica aos 224 municípios piauienses por meio do regime de colaboração, da participação democrática e ética voltada para a melhoria da qualidade da educação básica. Cabe à CATEM o apoio à implantação dos Planos de Ações Articuladas (PAR), Planos Municipais de Educação (PME) e outros planos ou ações desenvolvidas pelos municípios. Considerando o regime de colaboração como princípio, este apoio da SEDUC é de suma importância para apoiar, orientar e acompanhar ações e projetos, no intuito de fortalecer as gestões municipais. Atualmente a CATEM conta com sete técnicos e uma secretária.

401 As iniciativas de colaboração federativa vinculadas ao transporte escolar e apoio técnico, dentre outros, são importantes, mas se faz necessária a criação de outros mecanismos mais efetivos de colaboração entre o Estado e os municípios, como condição para a efetiva garantia do direito à educação, com o padrão de qualidade que requer o cidadão piauiense, que envolve, obviamente, novas fontes de recursos para a educação.

402 A problemática, proveniente das políticas de financiamento no Brasil, deve-se ao fato de que os problemas enfrentados apontam para a necessidade de garantir a existência de verbas públicas suficientes para educação, no sentido de assegurar a universalização da educação básica com padrão qualidade e um amplo acesso ao ensino superior, mas também para a necessidade de intensificar o controle social dos recursos públicos, de forma a obter a sua correta destinação e aplicação, potencializando os seus benefícios.

403 Neste sentido, a política de Fundos trouxe elemento importante no que diz respeito à transparência na gestão dos recursos, mediante participação da sociedade na fiscalização relacionada à distribuição e execução dos recursos dos Fundos no âmbito dos Conselhos de Acompanhamento e Controle Social (CACS). Os referidos Conselhos, embora representem um avanço no que diz respeito aos mecanismos de gestão democrática, ainda carecem de maior estruturação e de formação de seus membros para que executem, de forma satisfatória, seu relevante papel social.

404 No que diz respeito à formação de conselheiros do FUNDEB, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, por meio do Programa a distância Formação pela Escola, e o Tribunal de Contas do Estado do Piauí têm iniciativas de formação de Conselheiros, porém tais iniciativas não atingem a totalidade dos municípios do Estado. O Conselho Municipal de Educação de Teresina vem realizando, desde 2007, Encontros de Formação de Conselheiros, envolvendo a capital e municípios adjacentes, com participação dos órgãos de controle, iniciativa que contribui para a melhor fiscalização dos recursos do FUNDEB.

405 Se o FUNDEF/FUNDEB trouxe como elemento central a maior transparência dos recursos envolvidos, assim como mecanismos adicionais de fiscalização, ainda está por ser resolvida a participação social no monitoramento sobre a forma de uso dos recursos da educação, não vinculados ao referido Fundo, no âmbito do Estado e de seus municípios.

406 A LDB (Artigo 69, § 5º) determina que o repasse dos recursos da educação, “do

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caixa da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação”, no prazo máximo de 10 dias após a arrecadação. Este dispositivo pretende dar maior autonomia ao gestor da educação na administração dos recursos e a maior transparência sobre sua aplicação. No entanto, isto não tem sido cumprido pelo Estado do Piauí e seus Municípios, situação que intensifica a falta de autonomia e transparência na gestão. No caso da rede estadual, o quadro a seguir demonstra o total de recursos que são geridos sem nenhum instrumento de controle social.

Quadro 93 - Despesas com MDE, contribuição do Piauí ao FUNDEB, recursos líquido fora do FUNDEB, em valores nominais e percentuais, Piauí, 2005 – 2010

Anos MDE SEFAZ* CONTRIBUIÇÃO

PARA FUNDEB* FORA FUNDEB** %**

2005 610.073.949,00 297.116.523,00 312.957.426,00 51,30%

2006 588.133.232,99 336.462.410,33 251.670.822,66 42,79%

2007 738.681.330,05 424.062.068,06 314.619.261,99 42,59%

2008 864.906.525,17 574.065.342,78 290.841.182,39 33,63%

2009 869.761.672,04 641.203.372,18 228.558.299,86 26,28%

2010 1.007.651.962,79 711.876.771,72 295.775.191,07 29,35%

2011 1.120.822.857,79 836.457.806,52 284.365.051,27 25,37%

2012 1.219.152.159,09 899.044.417,99 320.107.741,10 26,26%

2013 1.337.732.144,51 992.082.223,36 345.649.921,15 25,84%

Fonte: Demonstrativo RREO/MDE/SEFAZ/PI. *O quadro tem como base os dados do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, RREO - Anexo 8 (Lei nº 9.394/1996, art. 72); Portaria STN nº 637/2012 e Resoluções do TCE-PI, referentes aos Demonstrativos de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino da Lei de Responsabilidade Fiscal disponibilizado no site da SEFAZ-PI. **Cálculos realizados a partir das informações no relatório acima citado.

407 O quadro demonstra que cerca de 1/3 dos recursos aplicados em manutenção

e desenvolvimento do ensino, de 2005 a 2013, ficou fora do FUNDEB, portanto sem nenhuma ação de controle social. Tudo indica que a melhor solução seria a fiscalização, pelos Conselhos do FUNDEB, sobre a totalidade dos recursos da educação, contribuindo para garantir a destinação e a correta aplicação dos recursos, naquilo que se constitui prioridade de cada esfera administrativa.

408 A articulação dos Conselhos com os órgãos de controle interno e externo é fundamental, isto porque o Tribunal de Contas, a Controladoria Geral da União e do Estado e o Ministério Público, demandam ação complementar dos colegiados, das organizações civis e da comunidade para a efetiva fiscalização dos recursos da educação.

409 No que diz respeito à transparência pública da gestão dos recursos aplicados em educação, o PNE prevê, dentre uma das ações, o aperfeiçoamento dos Portais de Transparência, garantindo melhor qualidade de acesso aos dados de execução financeira para municiar a sociedade de informações que contribuam para o exercício de sua cidadania.

410 No caso do Portal do Estado do Piauí, considerando os critérios: volume de informações, detalhamento dos dados, facilidade de navegação e linguagem, observa-se que, o referido Portal, simplesmente se preocupa em atender às exigências, de caráter obrigatório, das divulgações rotineiras, limitando-se a publicação de dados por determinações legais, com linguagem orçamentária

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de restrita compreensão, que apesar de rica em demonstrativos, carecem de informações mais cristalinas, detalhadas e objetivas sobre a gestão pública.

411 A situação é mais agravante em relação à transparência dos municípios piauienses, isto porque há dificuldades em se localizar os sites e, quando encontrados, percebe-se que os mesmos são precariamente alimentados, não promovendo a transparência necessária aos cidadãos em relação às receitas e despesas públicas, demandando, portanto, ações do Poder Público, Tribunal de Contas e Controladorias do Estado e da União para que os referidos portais eletrônicos de transparência cumpram a função a eles prevista na Lei de Acesso à Informação.

412 A Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, chamada Lei de Acesso à Informação (LAI), enquanto assegura excelente direito de acesso e grande cobertura (todo o setor público federal, estadual e municipal), deixa a desejar no que diz respeito aos procedimentos de solicitação de informações, na falta de clareza na delimitação das exceções, nas sanções pelo não cumprimento e, sobretudo, pela quase inexistência de sistema de recursos contra denegações injustificáveis das autoridades.

413 No âmbito do Estado do Piauí, a Lei Ordinária nº 6.020, de 15 de setembro de 2010, institui o Portal da Transparência do Estado, objetivando oferecer acesso a todos os cidadãos às contas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado do Piauí. Ademais, o Decreto nº 15.188, de 22 de maio de 2013, normatiza os procedimentos para garantir o acesso à informação, criando o Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) em todos os órgãos e entidades do Governo Estadual e competirá, ao SIC, o atendimento presencial ou eletrônico das solicitações de informações feitas pelo público, pessoalmente, por telefone ou por formulário padrão, disponibilizado na página do serviço na internet. No entanto, embora iniciativa importante para a democratização do acesso às informações, este sistema não é devidamente divulgado e conhecido pela sociedade. No que diz respeito aos municípios, para garantir informatização e acesso da população às informações da gestão municipal, é necessária a devida regulamentação.

414 As metas e estratégias para o financiamento da educação, no Plano Estadual de Educação do Piauí, pretendem definir caminhos para as políticas educacionais no próximo decênio, de forma a garantir fontes permanentes de financiamento da educação de qualidade e mecanismos eficientes de colaboração federativa e de controle estatal e social sobre os recursos da educação.

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3. METAS E ESTRATÉGIAS

META 1: Universalizar, até o 2º ano de vigência do PEE, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender progressivamente, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PEE.

Nº Estratégias do PEE

1.1 Participar do regime de colaboração entre os entes federados para a definição das metas de expansão das respectivas redes públicas de educação infantil segundo padrão nacional de qualidade, considerando as peculiaridades locais;

1.2 Atender 30% da demanda manifesta para creche, no prazo de 5 anos e 50% até o final de vigência do PEE, seguindo padrão nacional de qualidade, considerando as peculiaridades locais dos municípios;

1.3 Garantir que, ao final da vigência deste PEE, seja inferior a 10% (dez por cento) a diferença entre as taxas de frequência à educação infantil das crianças de até 3 (três) anos oriundas do quinto de renda familiar per capita mais elevado e as do quinto de renda familiar per capita mais baixo

1.4 Elaborar, no prazo de um ano, a partir da data do PEE, padrões mínimos de infra-estrutura para o funcionamento adequado das instituições de educação infantil (creches e pré-escolas) públicas da cidade e do campo;

1.5 Adequar os prédios de educação infantil existentes na cidade e no campo de modo que, em (5) cinco anos, todos estejam conforme os padrões de infra-estrutura estabelecidos;

1.6 Autorizar a construção e funcionamento de instituições de educação infantil, públicas ou privadas, somente, a partir da comprovação dos padrões mínimos de infraestrutura, que atendam aos requisitos definidos anteriormente;

1.7 Realizar, periodicamente, em regime de colaboração, levantamento da demanda por creche para a população de até 3 (três) anos, como forma de planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda manifesta;

1.8 Apoiar os municípios, por meio do regime de colaboração, para a busca ativa

de crianças em idade correspondente à educação infantil, preservando o direito de opção da família em relação às crianças de até 03 anos.

1.9 Estabelecer, até o segundo ano de vigência do PNE, normas, procedimentos e prazos para definição de mecanismos de consulta pública da demanda das famílias por creches;

1.10 Articular com os gestores municipais para equipar os centros de Educação Infantil com mobiliário, materiais pedagógicos e equipamentos suficientes e adequados para essa faixa etária;

1.11 Implantar até o segundo ano de vigência deste PNE sistema de avaliação nas escolas de educação infantil, a ser realizada a cada 2 (dois) anos, com base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as condições de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes;

1.12 Garantir progressivamente a formação inicial e continuada dos (as) profissionais da educação infantil;

1.13 Promover a formação continuada dos (das) demais profissionais/ trabalhadores da educação infantil;

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1.14 Promover, periodicamente a formação continuada dos técnicos de setores responsáveis pela educação infantil das secretarias municipais de educação;

1.15 Promover anualmente encontro estadual de dirigentes responsáveis por cuidar e educar crianças de zero a seis anos;

1.16 Promover a formação continuada dos profissionais da educação sobre os direitos da criança; o enfrentamento da violência contra as crianças; e as questões étnico raciais e geracionais;

1.17 Propiciar que, no prazo de (5) cinco anos, todas as instituições de educação infantil tenham, com a participação dos profissionais de educação nelas inseridos, formulado ou reformulado os projetos político e pedagógicos, observando os fundamentos e princípios éticos, políticos e estéticos de modo a promover a autonomia, a responsabilidade, a solidariedade o respeito ao bem comum, os direitos e deveres, o respeito à ordem democrática, a sensibilidade, a criatividade, a ludicidade e as manifestações artísticas e culturais das populações da cidade, do campo, indígena e comunidades quilombolas;

1.18 Estruturar rede física de escolas no campo, até o quinto ano de vigência deste PEE, que, respeitando as diversidades das populações do campo e observando os territórios de desenvolvimento, assegurem o atendimento das distintas faixas etárias e das necessidades do processo educativo da educação infantil e ensino fundamental (anos iniciais);

1.19 Realizar, em parceria com as IES públicas, a articulação entre pós-graduação, núcleos de pesquisa e cursos de formação para profissionais da educação, de modo a garantir a elaboração de currículos e propostas pedagógicas que incorporem os avanços de pesquisas ligadas ao processo de ensino-aprendizagem e às teorias educacionais no atendimento da população de 0 (zero) a 5 (cinco) anos;

1.20 Promover o atendimento das populações do campo e das comunidades indígenas e quilombolas na educação infantil nas respectivas comunidades, por meio do redimensionamento da distribuição territorial da oferta, limitando a nucleação de escolas e o deslocamento de crianças, de forma a atender às especificidades dessas comunidades, garantido consulta prévia e informada;

1.21 Garantir a alimentação escolar adequada, para as crianças da Educação Infantil do campo, nos estabelecimentos públicos e privados, com cardápio que respeite as diversidades locais e culturais;

1.22 Priorizar o acesso à educação infantil e fomentar a oferta do atendimento educacional especializado complementar e suplementar aos (às) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, assegurando a educação bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da educação básica em articulação com os municípios;

1.23 implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às famílias, por meio da articulação das áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no desenvolvimento integral das crianças de até 3 (três) anos de idade;

1.24 Atender as especificidades da educação infantil na organização das redes escolares, garantindo o atendimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em estabelecimentos que atendam a parâmetros nacionais de qualidade, e a articulação com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do (a) aluno(a) de 6 (seis) anos de idade no ensino fundamental;

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1.25 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência das crianças na educação infantil, em especial dos beneficiários de programas de transferência de renda, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância;

1.26 Promover a busca ativa de crianças em idade correspondente à educação infantil, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, preservando o direito de opção da família em relação às crianças de até 3 (três) anos;

1.27 Os Municípios, com a colaboração da União e dos Estados, realizarão e publicarão, a cada ano, levantamento da demanda manifesta por educação infantil em creches e pré-escolas, como forma de planejar e verificar o atendimento;

1.28 Ampliar progressivamente o acesso à educação infantil em tempo integral, para todas as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.

1,29 Reelaborar e implantar no prazo de dois anos de vigência deste PEE, as propostas pedagógicas da educação infantil;

1.30 Assegurar o cumprimento da resolução do Conselho Estadual de Educação que orienta a relação professor-aluno no que se refere à quantidade de crianças em salas de aula da educação infantil, junto aos municípios que ainda não instituíram os seus sistemas de ensino;

1.31 Prover de professores, progressivamente, as salas de Educação infantil, para o atendimento à criança, com carga horária mínima para o turno parcial e de sete horas para a jornada integral;

1.32 Garantir, progressivamente até 2018 que o atendimento na educação infantil seja realizado nos dois períodos (parcial e integral) com professores concursados;

META 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PEE.

Nº Estratégias do PEE

2.1 Consolidar as ações propostas pelas diretrizes curriculares da educação básica, pautadas nos objetivos do direito ao acesso, permanência e sucesso dos alunos no processo de escolarização.

2.2 O Estado em regime de colaboração com os municípios, deverá encaminhar até o final do segundo ano de vigência deste PEE, Propostas das diretrizes curriculares da educação básica consolidadas aos Conselhos correspondentes (municipal, estadual);

2.3 Pactuar entre União, Estado e Municípios, no âmbito da instância permanente de que trata o § 5º do art. 7º desta Lei, a implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do ensino fundamental;

2.4 Elaborar planejamento com ações visando o acesso e permanência ao Ensino Fundamental de nove anos no prazo de dois anos a partir da publicação dessa lei.

2.5 Implantar a base nacional comum curricular do ensino fundamental de forma a assegurar os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

2.6 Fortalecer, em regime de colaboração com as secretarias estadual e

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municipal, o acompanhamento e monitoramento individualizado dos estudantes com vistas na garantia do direito à permanência e aproveitamento escolar, em especial os beneficiários do programa de transferência de renda, a partir de projetos/ações de intervenção, no prazo de um ano de implantação do Plano Estadual de Educação.

2.7 Articular através de regime de colaboração, que o Ministério da Educação, pleiteie junto aos órgãos de pesquisa, demografia e estatística competentes, a obtenção de informações detalhadas sobre as comunidades rurais e região semiárida do Piauí;

2.8 Assegurar a implantação das novas Diretrizes Curriculares em 100% das escolas públicas estaduais, de forma a garantir os direitos efetivos à aprendizagem da Educação Básica de forma integrada.

2.9 Construir com as comunidades escolares proposta pedagógica e calendário escolar da realidade das populações do campo, indígena e quilombola, superando a fragmentação do currículo e respeitando e acolhendo as diferentes metodologias que consideram os sujeitos com suas histórias e vivências, e as legislações que regem estas modalidades da educação básica;

2.10 Garantir às escolas do campo organização flexível na formação de turmas, não determinando o número mínimo de alunos e estabelecendo efetivamente o serviço de acompanhamento e coordenação pedagógica;

2.11 Instituir nas redes estadual e municipais de educação calendário letivo diferenciado respeitando os períodos de plantio/colheita e fatores climáticos/geográficos e que dialogue com o modo de vida das populações do campo, indígena e comunidades quilombolas;

2.12 firmar, junto ao Ministério da Educação-MEC e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira-INEP condições e tempos distintos para informar/inserir dados no Censo Escolar;

2.13 Garantir aos alunos do Ensino Fundamental, em regime de colaboração com os municípios e o terceiro setor, acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, proporcionando meios inovadores e facilitadores do processo de ensino e aprendizagem no prazo de dois anos após a vigência do Plano estadual de Educação.

2.14 Fomentar estudos e pesquisas interdisciplinares com alunos e professores voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos, equipamentos e recursos de tecnologia assistiva com e sobre tecnologias apropriadas à convivência com o semiárido, considerando a diversidade, especificidade, contexto local e regional, com vistas à promoção do ensino aprendizagem contextualizado no semiárido.

2.15 Planejar ações de melhoria, após análise dos dados sobre distorção idade ano no Ensino Fundamental determinando o período para o alcance das metas estabelecidas no período correspondente a cada ação a partir da aprovação do Plano estadual de Educação, em regime de colaboração com os municípios.

2.16 Garantir em parceria com órgãos públicos e privados a melhoria da qualidade do ensino através de ações que objetivam o enfrentamento a evasão, possibilitando elevar para 95% o numero de concluintes na faixa etária de 16 anos no Ensino Fundamental até o ano de vigência deste PEE.

2.17 Implantar, até o final de vigência deste PEE, bibliotecas nas escolas do campo e ampliar o acervo das já existentes para aquisição de livros paradidáticos, materiais de pesquisa e recursos tecnológicos, tornando as mesmas um lugar de referência cultural para a comunidade local;

2.18 Estimular e promover projetos pedagógicos que ampliem a permanência do(a) aluno(a) na escola e na comunidade, com atividades educativas e culturais

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voltadas à realidade do campo, com participação de toda a comunidade;

2.19 Viabilizar que, até o (5º) quinto ano de vigência deste PEE, 100% dos alunos do ensino fundamental, que moram no campo, estudem em Escolas do e no Campo, organizando nas próprias comunidades a educação infantil e ensino fundamental (anos iniciais) e em escolas grandes e estruturadas, quando necessário nucleadas no campo, o ensino fundamental (anos finais), obedecendo a padrões mínimos de infraestrutura, disponibilizando transporte escolar, quando for necessário.

2.20 Ampliar o alcance da Escola Itinerante através da criação e aprovação de novas escolas-base para acolher populações que se dedicam a atividades de caráter itinerante;

2.21 Mapear anualmente, a demanda de crianças e adolescentes que está fora da escola, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude, informações, com vistas na garantia do acesso equitativo.

2.22 Garantir a institucionalização dos movimentos culturais em parceria com o setor público da União e do Estado no prazo de um ano após a vigência do PEE, com vista na criação e difusão do patrimônio cultural dos alunos.

2.33 Assegurar a realização anual do Festival de Identidade Cultural nos 224 municípios com os alunos do Ensino Fundamental, em parceria com o setor público e privado, com vista na criação e difusão do patrimônio cultural dos alunos.

2.24 Assegurar em regime de colaboração com os municípios espaços de discussão efetivos e sistematizados, para envolver os pais e familiares nas atividades escolares dos filhos.

2.25 Ofertar em regime de colaboração com a União, Estado e município, atividades extracurriculares que promovam o enriquecimento do currículo através de certames e concursos nacionais, estaduais e municipais, focados em uma formação ética, intelectual e cultural.

2.26 Ofertar anualmente, em regime de colaboração com as universidades, ações pedagógicas relacionadas ao desporto escolar para incentivo a prática esportiva nas escolas, alinhadas ao programa de desenvolvimento esportivo nacional e articulado ao plano Estadual do Piauí.

META 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste Plano Estadual de Educação, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio de 43,4% para 85% (oitenta e cinco por cento).

Nº Estratégias do PEE

3.1 Institucionalizar programa nacional de renovação do ensino médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática, por meio de currículos escolares que organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos obrigatórios e eletivos articulados em dimensões como ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisição de equipamentos e laboratórios, a produção de material didático específico, a formação continuada de professores e a articulação com instituições acadêmicas, esportivas e culturais;

3.2 Participar na institucionalização de programa nacional de renovação do ensino médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com abordagens

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interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática, por meio de currículos escolares que organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos obrigatórios e eletivos articulados em dimensões como ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisição de equipamentos e laboratórios, a produção de material didático específico, a formação continuada de professores e a articulação com instituições acadêmicas, esportivas e culturais;

3.3 Universalizar o Programa de Ensino Médio Inovador nas escolas de Ensino Médio regular diurno e noturno até 2016 para apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras, para garantir a formação integral com atividades que dinamizem o currículo e, assim, atender as expectativas do educando e às demandas sociais contemporâneas;

3.4 Acompanhar a aplicação dos recursos ProEMI e a prestação de contas das escolas, evitando inadimplência e a consequente retenção dos recursos e atraso da expansão do Programa;

3.5 Assegurar a implantação e a execução da Matriz Curricular do Ensino Médio Regular diurno/2013, que atende a Resolução MEC/CNE/CEB Nº 2, de 30 de janeiro 2012, bem como o monitoramento in loco;

3.6 Elaborar Matriz Curricular do Ensino Médio Regular noturno para atender Resolução MEC/CNE/CEB Nº 2, de 30 de janeiro 2012;

3.7 Assegurar formação continuada de professores;

3.8 Estabelecer articulação com instituições acadêmicas e culturais.

3.9 O Ministério da Educação, em articulação e colaboração com os entes federados e ouvida a sociedade mediante consulta pública nacional, elaborará e encaminhará ao Conselho Nacional de Educação - CNE, até o 2o (segundo) ano de vigência deste PNE, proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os (as) alunos (as) de ensino médio, a serem atingidos nos tempos e etapas de organização deste nível de ensino, com vistas a garantir formação básica comum;

3.10 O Governo do Estado, por meio da SEDUC-PI, em articulação e colaboração com a União e seus municípios, e ouvida a sociedade mediante consulta pública estadual, elaborará e encaminhará ao Conselho Estadual de Educação – CEE, em 2015, proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os(as) estudantes do Ensino Médio, a serem atingidas nos tempos e etapas de organização deste nível de ensino, com vistas a garantir formação básica comum;

3.11 Assegurar a implantação das *Diretrizes da Rede Pública Estadual de Ensino do Piauí de 2013, até junho de 2016;

3.12 Articular com os municípios o uso das Diretrizes da Rede Pública Estadual de Ensino do Piauí de 2013 como fundamentos para a Diretriz Municipal;

3.13 Instituir, em parceria com os municípios, sistema de monitoramento presencial da utilização das Diretrizes da Rede Pública Estadual de Ensino do Piauí de 2013;

3.14 Alinhar as Diretrizes da Rede Pública Estadual de Ensino do Piauí de 2013 ao PNE e ao Pacto Nacional Pelo Fortalecimento do Ensino Médio – PNFEM e Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa - PNAIC;

3.15 Promover a reformulação do Projeto Político Pedagógico das escolas de Ensino Médio da rede Pública Estadual inserindo metodologias que otimizem o desenvolvimento de habilidades e competências múltiplas do estudante preparando-o para o mundo do trabalho e as avaliações externas (ENEM, SAEB, Prova Brasil...) para contribuir com sucesso da estratégia 3.6 do PNE;

3.16 Pactuar com a União e seus municípios, no âmbito da instância permanente de que trata o§ 5º do Art. 7º da Lei Nº 13.005 de 25 de junho de 2014, a

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elaboração dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do Ensino Médio.

3.17 Assegurar cumprimento dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do Ensino Médio.

3.18 Pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito da instância permanente de que trata o § 5o do art. 7o desta Lei, a implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do ensino médio;

3.19 Pactuar com a União e seus municípios, no âmbito da instância permanente de que trata o§ 5º do Art, 7º da Lei Nº 13.005 de 25 de junho de 2014, a

implantação os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do Ensino Médio.

3.20 Garantir a fruição de bens e espaços culturais, de forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva, integrada ao currículo escolar;

3.21 Assegurar recursos junto ao Ministério da Educação, Ministério do Esporte e Ministério da Cultura para garantir a fruição de bens e espaços culturais, de forma regular, bem como a ampliação da prática do esporte educacional, integrada ao currículo e a Proposta Pedagógica da escola;

3.22 Assegurar a aplicação da Matriz Curricular do Ensino Médio Regular diurno 2013, garantindo assim a realização das oficinas relativas às disciplinas de Arte e Educação Física, além das outras oficinas contidas na matriz;

3.23 Assegurar a realização anual do Festival Estudantil de Identidade Cultural com estudantes das escolas de Ensino Médio, a partir de 2015, garantindo a participação de 03 escolas de cada GRE na Etapa Final em Teresina, e o aumento 03 (três) escolas, nessa etapa, em cada ano da vigência deste PEE;

3.24 Assegurar a oferta do Esporte Educacional, integrada ao currículo e a proposta pedagógica das escolas de ensino Médio, cumprindo a da Matriz Curricular do Ensino Médio Regular diurno/2013 e o disposto na Portaria GSE nº 019/2013 e na Portaria GSE nº 019/2013 de nº 020/2013;

3.25 Assegurar a realização dos Jogos das Escolas Públicas Estaduais Piauienses – JEPEP’s a partir de 2015 com escolas do Ensino Médio, nas 21 GRE’s, garantindo a participação de 06 (seis) escolas de cada GRE em modalidades coletivas e 10 (dez) em modalidades individuais na III – Etapa Final em

Teresina, e o aumento 01 (uma) escola de cada GRE em cada modalidade (individual e coletiva), nessa etapa, em cada ano da vigência deste PEE;

3.26 Universalizar o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, fundamentado em matriz de referência do conteúdo curricular do ensino médio e em técnicas estatísticas e psicométricas que permitam comparabilidade de resultados, articulando-o com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB, e promover sua utilização como instrumento de avaliação sistêmica, para subsidiar políticas públicas para a educação básica, de avaliação certificadora, possibilitando aferição de conhecimentos e habilidades adquiridos dentro e fora da escola,

3.27 Participar das discussões sobrea a universalização do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, fundamentado em matriz de referência do conteúdo curricular do Ensino Médio e em técnicas estatísticas e psicométricas que permitam comparabilidade de resultados, articulando-o com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB, e promover sua utilização como instrumento de avaliação sistêmica, para subsidiar políticas públicas para a educação básica, de avaliação certificadora, possibilitando aferição de conhecimentos e habilidades adquiridos dentro e fora da escola, e de avaliação classificatória, como critério de acesso à educação superior;

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3.28 Intensificar a mobilização das escolas de Ensino Médio da Rede Pública Estadual para ampliar a participação de seus estudantes no ENEM;

3.29 Instituir mecanismo de utilização do ENEM como instrumento de avaliação sistêmica, para subsidiar políticas públicas para a educação básica;

3.30 Ampliar a utilização do ENEM como instrumento de avaliação certificadora em conformidade com a legislação nacional vigente.

3.31 Fomentar a expansão das matrículas gratuitas de ensino médio integrado à educação profissional, observando-se as peculiaridades das populações do campo, das comunidades indígenas e quilombolas e das pessoas com deficiência;

3.32 Estruturar e fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência dos e das jovens beneficiários (as) de programas de transferência de renda, no ensino médio, quanto à frequência, ao aproveitamento escolar e à interação com o coletivo, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares de exploração do trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude;

3.33 Participar das discussões e decisões para estruturar e do fortalecer do acompanhamento e do monitoramento do acesso e da permanência dos e das jovens beneficiários (as) de programas de transferência de renda, no ensino médio, quanto à frequência, ao aproveitamento escolar e à interação com o coletivo, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares de exploração do trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude;

3.34 Assegurar pagamento de bolsa para os(as) jovens beneficiários(as) de programas de transferência de renda, estudantes do Ensino Médio;

3.35 Implantar mecanismo interinstitucional de prevenção e combate a falta às aulas, situações discriminatórias, preconceitos, violências, exploração do trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce entre outros problemas sociais;

3.36 Acompanhar e monitorar o aproveitamento escolar e o desenvolvimento social dos(as) jovens beneficiários(as) de programas de transferência de renda, de estudante do ensino médio;

3.37 Promover a busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação com os serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude;

3.38 Participar do processo da busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola em articulação com os serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude;

3.39 Instituir com a Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania, Secretaria de Estado da Saúde, o Ministério Público e órgãos de proteção à adolescência e à juventude mecanismo de planejamento, execução e acompanhamento da busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola com definição da origem dos recursos financeiros e humanos.

3.40 Fomentar programas de educação e de cultura para a população urbana e do campo de jovens, na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação social e profissional para aqueles que estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar;

3.41 Realizar programas de educação e de cultura para a população urbana e do campo de jovens, na faixa de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos,

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com qualificação social e profissional para aqueles que estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar;

3.42 Assegurar realização de festivas, campeonatos, feiras culturais...

3.43 Oferecer qualificação social e profissional por meio do PRONATEC para jovens e adultos que estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar.

3.44 Redimensionar a oferta de ensino médio nos turnos diurno e noturno, bem como a distribuição territorial das escolas de ensino médio, de forma a atender a toda a demanda, de acordo com as necessidades específicas dos (as) alunos (as);

3.45 Redimensionar a oferta de Ensino Médio nos turnos diurnos e noturnos, bem como a distribuição territorial das escolas de Ensino Médio, de forma a entender a toda a demandam de acordo com as necessidades específicas da comunidade;

3.46 Aumentar a matrícula para quantidade superior a 500 estudantes na escola de Ensino Médio de Tempo Integral localizada em 7 (sete) dos municípios piauienses com 15.000 habitantes ou mais em 2016; e em 8 (oito) municípios em 2017, 2018, 2019 e 2020;

3.47 Ofertar escola de Ensino médio de Tempo Integral em 13 municípios com população inferior a 15.000 habitantes em 2016; em 25 municípios em 2017 e 25 municípios a cada ano até o final da vigência deste PEE.

META 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

Nº Estratégias do PEE

4.1 Efetivar e contabilizar com registro no censo escolar, a dupla matrícula do aluno, público alvo da Educação Especial, na Sala Comum do ensino Regular e no contra turno em Atendimento Educacional Especializado-AEE, ofertado obrigatoriamente, de modo complementar ou suplementar de modo não substitutivo à escolarização, no espaço da Sala de Recursos Multifuncionais ou em Centros de Atendimento Educacional Especializado, em instituições públicas ou conveniadas com o poder público, observado o art. 1º da nota técnica Nº 04 de 2009/MEC.

4.2 Garantir que, no ensino regular comum, as salas de aula tenham no máximo 20 alunos, onde houver a inclusão de crianças, adolescentes e jovens com deficiência e necessidades educacionais especiais. Ressaltando-se, também a necessidade de um profissional de apoio ou monitor capacitado na área educacional junto ao professor regente nos casos de deficiências múltiplas e TGDS.

4.3 Ampliar a oferta de matrículas gratuitas de educação profissional técnica de nível médio pelas entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade;

4.4 implantar nas escolas do campo, indígenas e comunidades quilombolas, salas de recursos multifuncionais;

4.5 Fomentar a formação continuada de professores e professoras que atuam em escolas do campo, indígenas e comunidades quilombolas, respeitando

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a diversidade e especificidades locais e regionais da população, para atendimento educacional especializado; atendendo 50% da demanda até o 5 ano do PNE, priorizando as escolas com estruturas adequadas, chegando a 100% até o final do PEE.

4.6 Realizar busca ativa de crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, beneficiárias do Programa de Benefício de Prestação continuada-BPC escola , em articulação com setores da saúde e assistência social,visando encaminhamento ao atendimento educacional especializado ou serviços especializados,em todos os municípios com adesão ao referido Programa.

4.7 Expandir o atendimento escolar para todas as crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, garantindo o atendimento educacional especializado ou serviços especializados,conforme demandas identificadas,em áreas urbanas e rurais, até o final da vigência deste PEE;

4.8 Expandir e implementar, durante a vigência deste PEE, o Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos Multifuncionais-SRMs em todo o Sistema Estadual de Ensino, incluindo escolas urbanas, do campo, indígenas e de comunidades quilombolas;

4.9 Promover a formação continuada em Atendimento Educacional Especializado para professores (as) nas escolas urbanas, do campo, indígenas e de comunidades quilombolas;

4.10 Garantir atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, públicos ou conveniados, nas formas complementar e suplementar, a todos (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de educação básica, conforme necessidade identificada por meio de avaliação ou estudo de caso, ouvidos a família e o aluno, nos termos da nota técnica Nº 04 de 2009 e nota técnica Nº 04 de 2014.

4.11 Garantir atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados, nas formas complementar e suplementar, a todos (as) alunos (as) com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento matriculados na rede pública de educação básica, conforme necessidade identificada por meio de avaliação ou estudo de caso, ouvidos a família e o aluno, nos termos da nota técnica nº 04 de 2014.

4.12 Garantir, efetivar e fortalecer políticas e programas para cumprir os dispositivos legais no atendimento de pessoas com deficiência incluindo-os no processo educativo, através de medidas educacionais, de saúde, assistência social (com atendimento escolar domiciliar e hospitalar) e judicial, extensivos às famílias e escolas.

4.13 Garantir a parceria e prioridade de atendimento de alunos, público alvo da educação especial da escola pública, nas unidades de referência em saúde pública da pessoa com deficiência.

4.14 Implantar, em regime de colaboração União, Estado e Municípios, durante a vigência deste PNE, 24 (vinte e quatro) centros multidisciplinares de apoio, pesquisa e assessoria, articulados com instituições acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de saúde, assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o trabalho dos (as) professores da educação básica com os (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, sendo 04 (quatro) na capital/Teresina, distribuídos em cidades pólos do Piauí,

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conforme densidade populacional, sendo 05 no prazo de 04 anos, e 19 até o final da vigência deste PEE;

4.15 Ampliar e/ou monitorar, através de ações articuladas intersetoriais, programas que promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos (as) com deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos (as) com altas habilidades ou superdotação, especificamente o Programa de Expansão de Salas de Recursos Multifuncionais; Programa Escola Acessível; Programa do Livro Didático Acessível; Programa de Formação Continuada; Programa de Educação Bilíngüe para Surdos e Programa de Enriquecimento Curricular para alunos (as) com altas habilidades ou superdotação, inclusive nas escolas do campo, indígenas e comunidades quilombolas;

4.16 Manter e ampliar parcerias e convênios com Instituições de Ensino Superior e outras instituições com atuação na área de esportes, arte e cultura, linguagens e tecnologias nos diversos campos do conhecimento para encaminhamentos de alunos com altas Habilidades/Superdotação, possibilitando atendimento suplementar conforme talentos ou habilidades identificadas;

4.17 Aumentar a frota de transporte adaptado gratuito para atender as pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção;

4.18 Garantir o desenvolvimento das atividades físicas e esportes adaptados para alunos com deficiência, acompanhado de respectiva formação de professores;

4.19 Desenvolver, garantir e ampliar políticas de produção e disseminação de materiais pedagógicos para as bibliotecas e espaços de leitura da educação básica (com a colaboração de instituições de educação especial e centros especializados nas esferas públicas e privadas, adequados a cada faixa etária), que promovam a igualdade e a inclusão das pessoas com deficiência, em especial das pessoas cegas e da comunidade surda brasileira, cujas questões linguísticas e culturais são específicas e outros extratos sociais e, garantindo a acessibilidade;

4.20 Ampliar a qualidade do atendimento educacional especializado em todos as etapas e modalidades da educação básica, em contextos educacionais inclusivos, garantindo com dotação orçamentária para acessibilidade arquitetônica, das comunicações, informações, dos materiais didáticos e do transporte.

4.21 Garantir transporte escolar gratuito para estudantes, cadeirantes ou com mobilidade reduzida, com especial atenção as/aos estudantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos);

4.22 Promover, garantir, implementar e fiscalizar leis que atendam de maneira eficaz a acessibilidade da pessoa com deficiência intelectual, assegurando a qualidade no atendimento pedagógico, na comunicação, na informação e no uso do transporte assim como a oferta de atendimento educacional especializado e educação profissional.

4.23 Prover equipamentos e recursos tecnológicos digitais acessíveis para a utilização pedagógica no ambiente escolar em todas as escolas públicas da educação básica, criando, mecanismos para implementação das condições necessárias para a universalização do uso das bibliotecas nas instituições educacionais;

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4.24 Expandir e implementar, no prazo de 04(quatro) anos, o Programa de Educação Bilíngue para alunos(as) surdos(as) e com Deficiência auditiva, garantindo o ensino em LIBRAS, como primeira língua e LP-Língua Portuguesa, na modalidade escrita, como segunda língua, conforme demandas de matrículas confirmadas em todos os níveis e modalidades de educação, no espaço de salas inclusivas, escolas ou classes bilíngües, definidos no âmbito do projeto político pedagógico de cada escola, com matricula deste público alvo,

4.25 Garantir, em todos os níveis e modalidades de ensino, a produção de material didático específico para educação escolar bilíngue para surdos, preservando o currículo nacional;

4.26 Garantir escolas e classes bilíngues para surdos, nas quais a libras seja a primeira língua de instrução e comunicação e a língua portuguesa, na modalidade escrita, seja a segunda língua, com professores e outros profissionais bilíngues, em todos os níveis de educação, respeitando o decreto 5.626/05, Lei Nº 10.436/2002 e os artigos 22, 24 e 30 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, contemplando a presença de professores que tenham formação bilíngue.

4.27 Estabelecer um sistema de informações completas e fidedignas sobre 100% do número de alunos cegos, com baixa visão ou surdo-cegueira, tendo como base o CENSO Educacional anualmente para viabilizar a usabilidade do Livro acessível a todos os alunos com deficiência visual ou surdo-cegueira matriculado em escola pública no Estado do Piauí,em todos os níveis e modalidades de ensino;

4.28 Garantir aos alunos cegos, com baixa visão ou surdo-cegueira matriculados em escola pública, o acesso aos recursos específicos necessários ao seu atendimento educacional, produzindo textos e livros no formato ampliado, Braille e Mecdaisy, além de adaptar materiais didático-pedagógico, conforme demandas reais, através dos Centros Especializados e Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II;nos termos da lei 10.753/2003, que institui a Política Nacional do Livro, no Art. 1º, XII assegura às pessoas com deficiência Visual o acesso à leitura. E do Decreto 5.296/2004, no art. 58 indica que o poder público adotará mecanismos de incentivo para tornar disponíveis por meio magnético, em formato de texto as obras publicadas no país.

4.29 Garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado, realizando monitoramento presencial e online do atendimento das demandas, no cumprimento de dispositivos legais e da movimentação de matrículas do aluno público alvo da educação especial;

4.30 Garantir, acompanhar, monitorar, avaliar e implementar, políticas públicas de inclusão social e escolar dos/das estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude;

4.31 Realizar o acompanhamento e monitoramento anual do acesso e da permanência na escola das pessoas com Deficiência, na faixa etária de 0 a 18 anos beneficiárias do Programa do Benefício de Prestação Continuada na escola-BPC/Escola, por meio da articulação das políticas de Educação, saúde, assistência social e direitos humanos, promovendo encontros regionais com gestores para elaboração de estratégias intersetoriais que possibilitem identificação e superação das barreiras que impedem a efetivação da matrícula na sala comum e no Atendimento

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Educacional Especializado;

4.32 Realizar e manter atualizado o levantamento da demanda por creche da população de até 3 (três) anos,com deficiência transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação para planejamento da oferta de atendimento educacional especializado ou serviços especializados e verificação do atendimento da demanda manifesta;

4.33 Estimular e apoiar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos, equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das condições de acessibilidade dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, em parceria com os Centros de Atendimento Educacional Especializados instituídos no Estado e/ou Instituições de Ensino Superiores-IES, públicas ou particulares;

4.34 Pesquisar demandas e elaborar plano de ação, em parceria com os sistemas de ensino, nas instituições de educação tecnológica, nas instituições de educação superior e demais entidades defensoras dos direitos educacionais e linguísticos dos surdos, com reconhecida oferta de educação para este público, direcionado:

para a formação inicial continuada de educadores e gestores bilíngues (libras e português como segunda língua);

para produção e disponibilização de material pedagógico bilíngue, com libras e língua portuguesa na modalidade escrita como segunda língua;

para a elaboração e disponibilização de materiais de apoio à implantação da infraestrutura física e tecnológica nas turmas e escolas bilíngues, em que a libras e a língua portuguesa escrita sejam línguas de instrução

4.35 Promover o desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares para subsidiar a formulação de políticas públicas intersetoriais que atendam as especificidades educacionais de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação que requeiram medidas de atendimento especializado, em parceria com os Centros de Atendimento Educacional Especializados instituídos no Estado e/ou Instituições de Ensino Superiores-IES, públicas ou particulares;

4.36 Promover a articulação intersetorial entre órgãos e políticas públicas de saúde, assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias, com o fim de desenvolver modelos de atendimento voltados à continuidade do atendimento escolar, na educação de jovens e adultos, das pessoas com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento com idade superior à faixa etária de escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção integral ao longo da vida, à partir de 2016;

4.37 Ampliar o número de profissionais da educação capacitados para o atendimento de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, garantindo a oferta de professores (as) do atendimento educacional especializado, profissionais de apoio ou auxiliares, tradutores (as) e intérpretes de Libras, guias-intérpretes para surdos-cegos, professores de Libras, prioritariamente surdos, e professores bilíngues, conforme demanda identificada;

4.38 Garantir a formação e contratação de profissionais de apoio, nos termos da Nota Técnica Nº 19, MEC/SECADI, cuidadores ou auxiliares, para apoiar a higiene e alimentação dos alunos que não têm independência para tal; tradutores (as) intérpretes de língua de sinais (TILS) para alunos

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surdos, guias-intérpretes para alunos com surdo-cegueira e instrutores mediadores para alunos com deficiência múltipla nas escolas, para atuar dentro de sala de aula, em todo o sistema estadual de ensino;

4.39 Garantir a oferta de cursos de capacitação para servidores públicos, para receber pessoas com deficiência nas escolas e capacitação em libras;

4.40 Definir, no segundo ano de vigência deste PNE, indicadores de qualidade e política de avaliação e supervisão para o funcionamento de instituições públicas e privadas que prestam atendimento a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

4.41 Desenvolver, garantir e executar anualmente nos sistemas de ensino ações conjuntas e articuladas pelo diálogo e fortalecimento do Fórum de Educação Especial e Inclusiva, Fórum de Educação de Surdos, Fórum em Defesa da Escola Bilíngue para surdos, Fórum da pessoa com deficiência, Fórum de Educação em Direitos Humanos, Comissão Técnica Nacional de Diversidade para Assuntos Relacionados à Educação, dentre outros.

4.42 Obter o perfil das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, afim de planejamento da expansão e operacionalização do Atendimento Educacional Especializado e ou serviços especializados, em todo o sistema de ensino;

4.43 Incentivar a inclusão nos cursos de licenciatura e nos demais cursos de formação para profissionais da educação, inclusive em nível de pós-graduação, observado o disposto no caput do art. 207 da Constituição Federal, dos referenciais teóricos, das teorias de aprendizagem e dos processos de ensino-aprendizagem relacionados ao atendimento educacional de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

4.44 Garantir formação de gestores públicos e profissionais da educação, em parceria com o Ministério Público, sobre o acesso e condições para a permanência e aprendizagem de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, em todos os níveis, etapas e modalidades da educação básica e superior;

4.45 Disponibilizar, implementar e garantir programas de formação continuada dos profissionais da educação (em nível de pós-graduação lato sensu e stricto sensu) articulados à equipe multidisciplinar, multiprofissional e núcleos de tecnologia, para o atendimento educacional especializado complementar e suplementar para formação de educadores bilíngues proficientes em libras e língua portuguesa (como segunda língua) nas

escolas urbanas e do campo, indígenas e quilombolas, assegurando condição de infraestrutura, em 100% dos municípios.

4.46 Disponibilizar no âmbito do sistema de ensino, um portal eletrônico para subsidiar a atuação dos professores e das professoras da educação básica, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e pedagógicos suplementares, inclusive aqueles com formato acessível, para melhoria do atendimento do público alvo da educação Especial, instituindo pacto de colaboração /parceria entre as redes de ensino e IES;

4.47 Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar as condições de apoio ao atendimento escolar inclusiva das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculadas nas redes públicas de ensino;

4.48 Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou

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filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar a oferta de formação continuada e a produção de material didático acessível, assim como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de ensino;

4.50 Implantar e implementar em polos regionais cursos de formação de instrutores e intérpretes de libras, ledores para pessoas cegas e baixa visão (CAPCBV) e deficientes intelectuais, surdos (CAS), através de parcerias com universidades e centros de apoio,públicos ou conveniados ;

4.51 Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo, á partir do primeiro ano de vigência deste PEE;

META 5 - Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o ano do Ensino Fundamental.

Nº Estratégias do PEE

5.1 Estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores e com apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças;

5.2 Garantir o processo da trajetória escolar no âmbito das praticas pedagógicas focadas na alfabetização dos alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental, alinhadas às estratégias de qualificação dos professores alfabetizadores e com o apoio pedagógico específico com vistas à consolidação da alfabetização de todas as crianças.

5.3 Assegurar em regime de colaboração com os municípios uma melhoria de 90% nos níveis de alfabetização de crianças até 08(oito) anos de idade até 2020.

5.4 Assegurar junto com o setor público e privado o processo de avaliação institucional das unidades escolares, realizada anualmente, objetivando subsidiar políticas públicas direcionadas a melhoria do processo ensino aprendizagem.

5.5 Monitorar a aplicação mediante instrumentos de avaliação nacional periódicos e específicos para aferir a alfabetização das crianças, aplicados a cada ano.

5.6 Estimular os sistemas de ensino e as escolas a criarem os respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano do ensino fundamental.

5.7 Assegurar, em regime de colaboração com os municípios, espaços educativos adequados a novas tecnologias educacionais;

5.8 Fomentar junto aos educadores o desenvolvimento e a utilização de propostas pedagógicas que tenham como recursos ferramentas tecnológicas inovadoras e acessíveis. (5.4.) PNE fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do

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fluxo escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade;

5.9 Incentivar e custear a elaboração e reprodução de livros didáticos e materiais didáticos-pedagógicos com conteúdos regionalizados e contextualizados aos diferentes ambientes/biomas piauienses, propiciando aos alunos intensificar os conhecimentos da sua região e Estado, para as populações do semiárido, campo, indígena e quilombolas

5.10 Assegurar a continuidade aos estudos no 1º ano do ensino fundamental a todos os egressos da educação infantil, garantindo suporte com material técnico e didático contextualizado, para as populações do campo, indígena e comunidades quilombolas;

5.11 Apoiar a alfabetização de crianças do campo, indígenas, quilombolas e de populações itinerantes, com a produção de materiais didáticos específicos, e desenvolver instrumentos de acompanhamento que considerem o uso da língua materna pelas comunidades indígenas e a identidade cultural das comunidades quilombolas;

5.12 Assegurar aos professores que atuam nas escolas do campo, cursos de formação inicial e continuada em parceria com as Instituições de Ensino Superior - IES, União, Estado e municípios, com vistas a atender às necessidades da alfabetização de crianças com metodologias e materiais adequados;

5.13 Assegurar a regularização do fluxo escolar através do monitoramento das ações pedagógicas planejadas a partir de concepção focadas na aprendizagem do aluno.

META 6.1: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 60% (sessenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 30% (trinta por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica.

Nº Estratégias do PEE-Piauí

6.1.1 Promover, com o apoio da União, a oferta de educação básica pública em tempo integral, incluindo atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esporte educacional, de forma que o tempo de permanência dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 8 (oito) horas diárias durante todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de professores em uma única escola;

6.1.2 instituir, em regime de colaboração, programa de construção de escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em tempo integral, prioritariamente em comunidades pobres ou com crianças em situação de vulnerabilidade social;

6.1.3 institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros equipamentos, bem como da produção de material didático e da formação de recursos humanos para a educação em tempo integral;

6.1.4 fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários;

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6.1.5 Estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação da jornada escolar de alunos (as) matriculados nas escolas da rede pública de educação básica por parte das entidades privadas de serviço social, de forma concomitante e em articulação com a rede pública de ensino;

6.1.6 Fomentar a aplicação da gratuidade de que trata o art. 13 da Lei no 12.101, de 27 de novembro de 2009, em atividades de ampliação da jornada escolar de alunos (as) das escolas da rede pública de educação básica, de forma concomitante e em articulação com a rede pública de ensino;

6.1.7 atender às escolas do campo e de comunidades indígenas e quilombolas na oferta de educação em tempo integral, com base em consulta prévia e informada, considerando-se as peculiaridades locais;

6.1.8 Garantir a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, transtorno globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, na faixa etária de 04(quatro) anos aos 10(dez) anos, sob responsabilidade dos municípios; dos 11(onze) anos aos 18 (dezoito) anos, sob responsabilidade do estado, assegurando atendimento educacional especializado complementar ou suplementar ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em escola próxima à sua residência, bem como em instituições especializadas.

6.1.9 Adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola, direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreativas, esportivas e culturais.

META 6.2 - Elevar a oferta de educação em tempo integral no Ensino Médio, de 5% (cinco por cento) para 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas estaduais, de forma a atender, pelo menos, 35% (trinta e cinco por cento) dos (as) alunos (as) do Ensino Médio da rede estadual de ensino.

Nº Estratégias do PEE-Piauí

6.2.1 Promover, com o apoio da União, a oferta de ensino médio público estadual em tempo integral, incluindo atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esporte educacional, de forma que o tempo de permanência dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 8 (oito) horas diárias durante todo o ano letivo, com igual jornada dos profissionais da educação;

6.2.2 Ofertar escola de Ensino médio de Tempo Integral em 13 municípios com população inferior a 15.000 habitantes em 2016; em 25 municípios em 2017 e 25 municípios a cada ano até o final da vigência deste PEE.

6.2.3 Instituir, em regime de colaboração com a União, programa de construção de escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em tempo integral;

6.2.4 Institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas, por meio da instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros equipamentos, bem como da produção de material didático e da formação de recursos humanos para a educação em tempo integral, para atender as estratégias de implantação 6.2.2 e 6.2.3;

6.2.5 Fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários;

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6.2.6 Estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação da jornada escolar de alunos (as) matriculados nas escolas da rede pública estadual de ensino médio por parte das entidades privadas de serviço social, de forma concomitante e em articulação com a rede pública de ensino;

6.2.7 Orientar a aplicação da gratuidade de que trata o art. 13 da Lei no 12.101, de 27 de novembro de 2009, em atividades de ampliação da jornada escolar de alunos (as) das escolas da rede pública de educação básica, de forma concomitante e em articulação com a rede pública de ensino;

6.2.8 Atender às escolas do campo e de comunidades indígenas e quilombolas na oferta de educação em tempo integral, com base em consulta prévia e informada, considerando-se as peculiaridades locais;

6.2.9 Garantir a educação em tempo integral inclusiva para pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, assegurando atendimento educacional especializado complementar e suplementar ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas;

6.2.10 Implantar salas de recepção da mediação tecnológica nas escolas de tempo integral para o desenvolvimento de atividades multidisciplinares e formação continuada dos profissionais de educação.

META 7: Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb:

IDEB 2015 2017 2019 2021

Anos iniciais do ensino fundamental 5,2 5,5 5,7 6,0

Anos finais do ensino fundamental 4,7 5,0 5,2 5,5 Ensino médio 4,3 4,7 5,0 5,2

IDEB PIAUÍ

IDEB

2013 METAS PROJETADAS

2015 2017 2019 2021

Estado 4,5 4,2 4,5 4,8 5,1

Anos iniciais do ensino fundamental

4,5 4,2 4,5 4,8 5,1

Anos finais do ensino fundamental

4,0 4,3 4,6 4,8 5,1

Ensino médio 3,3 3,8 4,3 4,5 4,8

Nº Estratégias do PEE

7.1 Implantar, mediante pactuação com os municípios, diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano do ensino fundamental e médio;

7.2 Assegurar que: a) no quinto ano de vigência deste PNE, pelo menos 60% (setenta por

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cento) dos (as) alunos (as) do ensino fundamental e do ensino médio tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 40% (cinquenta por cento), pelo menos, o nível desejável; b) no último ano de vigência deste PNE, 80% dos (as) estudantes do ensino fundamental e do ensino médio tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 60% (oitenta por cento), pelo menos, o nível desejável;

7.3 Constituir, em colaboração com os Municípios, um conjunto estadual de indicadores de avaliação institucional com base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino;

7.4 Induzir processo contínuo de autoavaliação das escolas de educação básica, por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a elaboração de planejamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade educacional, a formação continuada dos (as) profissionais da educação e o aprimoramento da gestão democrática;

7.5 Formalizar e executar os planos de ações articuladas dando cumprimento às metas de qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação de professores e professoras e profissionais de serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da rede escolar;

7.6 Associar a prestação de assistência técnica financeira aos municípios à fixação de metas intermediárias, nos termos estabelecidos conforme pactuação voluntária entre os entes, priorizando sistemas e redes de ensino com Ideb abaixo da média nacional;

7.7 Implantar, mediante pactuação com os municípios, o Sistema Estadual de Avaliação da Educação Básica, contemplando 100% das escolas públicas do estado;

7.8 Adotar estratégias de incentivo e apoio ao uso dos resultados das avaliações estadual e nacionais pelas escolas e redes de ensino para a melhoria de seus processos e práticas pedagógicas;

7.9 Definir indicadores específicos de avaliação da qualidade da educação especial no estado, bem como da qualidade da educação bilíngue para surdos;

7.10 Implantar políticas visando atingir as metas do Ideb, diminuindo a diferença entre as escolas com os menores índices e a média da sua rede de ensino, garantindo equidade da aprendizagem e reduzindo pela metade, até o último ano de vigência deste PNE, as diferenças entre as médias dos índices dos Municípios;

7.11 Fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os resultados pedagógicos dos indicadores do sistema nacional de avaliação da educação básica e do Ideb, relativos às escolas, às redes públicas de educação básica e aos sistemas de ensino do Estado e dos Municípios, assegurando a contextualização desses resultados, com relação a indicadores sociais relevantes, como os de nível socioeconômico das famílias dos (as) alunos (as), e a transparência e o acesso público às informações técnicas de concepção e operação do sistema de avaliação;

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7,12 Melhorar o desempenho dos alunos da educação básica nas avaliações da aprendizagem no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA, tomado como instrumento externo de referência, internacionalmente reconhecido, de acordo com as seguintes projeções:

7.13 Universalizar, até o quinto ano de vigência deste PNE, o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e triplicar, até o final da década, a relação computador/aluno (a) nas escolas da rede pública de educação básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação;

7.14 Assegurar a todas as escolas públicas de educação básica o acesso a energia elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada edifício escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência;

7.15 Institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos para escolas públicas, visando à equalização das oportunidades educacionais;

7.16 Prover equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar a todas as escolas públicas da educação básica, criando, inclusive, mecanismos para implementação das condições necessárias para a universalização das bibliotecas nas instituições educacionais, com acesso a redes digitais de computadores, inclusive a internet;

7.17 O Estado, em regime de colaboração com os municípios, estabelecerá, no prazo de 2 (dois) anos contados da publicação desta Lei, parâmetros mínimos de qualidade dos serviços da educação básica, a serem utilizados como referência para infraestrutura das escolas, recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem como instrumento para adoção de medidas para a melhoria da qualidade do ensino;

7.18 Informatizar integralmente a gestão das escolas públicas e das secretarias de educação do Estado e dos Municípios, bem como manter, por meio de pactuação com os municípios, programa estadual de formação inicial e continuada para o pessoal técnico das secretarias de educação;

7.19 Garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade;

7.20 Implementar políticas de inclusão e permanência na escola para adolescentes e jovens que se encontram em regime de liberdade assistida e em situação de rua, assegurando os princípios da Lei no8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente;

7.21 Mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, articulando a educação formal com experiências de educação popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento das políticas públicas educacionais;

7.22 Promover a articulação dos programas da área da educação, de âmbito local, com os de outras áreas, como saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte e cultura, possibilitando a criação de rede de apoio integral às famílias, como condição para a melhoria da qualidade educacional;

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7.23 Universalizar, mediante articulação entre os órgãos responsáveis pelas áreas da saúde e da educação, o atendimento aos (às) estudantes da rede escolar pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde;

7.24 Estabelecer ações efetivas especificamente voltadas para a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e à integridade física, mental e emocional dos (das) profissionais da educação, como condição para a melhoria da qualidade educacional;

7.25 promover, com especial ênfase, em consonância com as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura, a formação de leitores e leitoras e a capacitação de professores e professoras, bibliotecários e bibliotecárias e agentes da comunidade para atuar como mediadores e mediadoras da leitura, de acordo com a especificidade das diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem;

7.26 Instituir, em articulação com os Municípios, programa estadual de formação de professores e professoras e de alunos e alunas para promover e consolidar política de preservação da memória nacional;

7.27 Promover a regulação da oferta da educação básica pela iniciativa privada, de forma a garantir a qualidade e o cumprimento da função social da educação; DÚVIDA

7.28 Estabelecer políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar.

7.29 Implantar ou revitalizar uma biblioteca em todas as escolas públicas de educação básica, até o final da vigência desta Lei.

META 8: Elevar a escolaridade média da população de jovens e adultos de modo a alcançar, no mínimo, 07 anos de estudo, no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no estado e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

Nº Estratégias do PEE-Piauí

8.1 Assegurar, em regime de colaboração, recursos necessários para implementação de políticas de valorização e inclusão escolar.

8.2

Implementar e fortalecer por meio de programas a Educação Básica na modalidade EJA , visando garantir a elevação da escolarização aos segmentos populacionais considerados fora da escola e com defasagem idade-série, associados a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a alfabetização inicial.

8.3

Assegurar a continuidade aos estudos no 1º segmento da EJA a todos os egressos de projetos/ações de alfabetização, garantindo suporte com material técnico e didático e transporte escolar para as populações do campo, indígena e comunidades quilombolas;

8.4 Proporcionar aos professores e alunos da educação de jovens e adultos materiais didático-pedagógicos adequados e que considerem a cultura e o modo de vida das populações do campo, indígenas e comunidades quilombolas;

8.5 Garantir acesso gratuito a exames de certificação de conclusão do Ensino Fundamental e Médio.

8.6 Mobilizar a sociedade para que jovens e adultos possam participar dos exames de certificação do Ensino Fundamental e Médio (ENCCEJA e ENEM) respectivamente.

Page 159: Plano estadual-de-educacao-do piaui versao-preliminar-20abr2015

159

8.7 Mobilizar a população carcerária para que possam participar dos exames de certificação do Ensino Fundamental e Médio (ENCCEJA e ENEM PRISIONAL) respectivamente.

8.8

Implementar uma política de educação para jovens e adultos que reconheça as especificidades deste público e seja desenvolvida com metodologia e organização curricular específica com oferta de educação que alterne tempos na escola e tempos na comunidade para as populações do campo, povos Indígenas, comunidades quilombolas;

8.9

estabelecer parcerias com as instituições de educação superior para oferta de cursos de extensão de modo a prover as necessidades de educação continuada de alunos jovens e adultos no campo restabelecendo parceria com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária-PRONERA;

8.10 Potencializar o uso das escolas de ensino regular no campo com organização de turmas noturnas de educação de jovens e adultos

8.11 Assegurar o acompanhamento e monitoramento da implantação da política de educação de jovens e adultos nas redes estadual e municipais, de forma a garantir sua avaliação e aperfeiçoamento continuo.

8.12

Articular e firmar parcerias entre os setores responsáveis pela Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional pública e privada para expansão da oferta de educação profissional e tecnológica concomitante ao ensino ofertado para os jovens e adultos.

8.13

Estabelecer parcerias com as áreas da saúde e assistência social para garantia da frequência e apoio à aprendizagem dos jovens e adultos no processo de escolarização, estimulando os estudantes a permanecerem na rede pública de ensino por meio do acompanhamento, monitoramento e avaliação do processo de aprendizagem.

8.14 Mobilizar setores da sociedade civil organizada em parceria com as áreas de saúde, assistência social e proteção à juventude para busca ativa de jovens e adultos que estão fora da escola.

8.15 Mapear jovens e adultos que estão fora da escola para inclusão desses sujeitos em programas educacionais e sociais, incluindo jovens em cumprimento às medidas socioeducativas

8.16 Mapear jovens e adultos do sistema prisional com distorção idade serie para inclusão desses sujeitos em programas educacionais e sociais.

8.17

promover, em regime de colaboração com órgãos estaduais, municipais e entidades sindicais, o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola das populações do campo, indígena e comunidades quilombolas para identificar motivos de absenteísmo, a fim de garantir a frequência e apoio a aprendizagem de forma a estimular e ampliar o atendimento desses estudantes na rede pública de ensino.

META 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 95% e erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional até o último ano de vigência deste plano.

Estratégias do PEE-Piauí

9.1 Assegurar a oferta gratuita da educação de jovens e adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica na idade própria.

9.2 Mapear, por domicílio nos municípios, os jovens e adultos com ensino fundamental e médio incompletos para assegurar a complementação da escolarização.

9.3 Implementar ações de alfabetização para jovens e adultos com garantia de continuidade da escolarização básica, preferencialmente, as pessoas na faixa etária de 15 a 50 anos.

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160

9.4 Aderir ao programa nacional de transferência de renda para jovens e adultos que frequentarem cursos de alfabetização.

9.5

Realizar chamadas públicas regulares para a educação de jovens e adultos, promovendo busca ativa dos alunos que estão fora da escola, em regime de colaboração entre entes federados e em parcerias com organizações da sociedade civil.

9.6 Realizar avaliação, por meio de exames específicos que permita aferir o grau de alfabetização (absoluto e funcional) de jovens e adultos com mais de 15 anos de idade.

9.7

Executar ações de atendimento ao estudante da educação de jovens e adultos (alfabetização) por meio de programas suplementares de transporte, alimentação e saúde, inclusive atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, em articulação com área da saúde.

9.8

Garantir a oferta nas etapas do Ensino Fundamental e Médio para os jovens e adultos privados de liberdade em todos os estabelecimentos penais jovens em cumprimento de medidas sócio-educativas, assegurando-se formação especifica de professores e implementação de Diretrizes Nacionais em regime de colaboração.

9.9 Desenvolver projetos inovadores voltados para a EJA com apoio do Ministério da Educação e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

9.10

Articular e firmar parceria com os segmentos empregadores, públicos e privados, e os sistemas de ensino, para promover a compatibilização da jornada de trabalho dos empregados com a oferta das ações de alfabetização e de educação de jovens e adultos.

9.11

Articular com o Setor da Educação Especial (SEDUC), SEID, SASC/Direitos Humanos, E-TEC, PRONATEC, PRONATEC-EJA e UAB na implementação de programas de capacitação tecnológica da população jovem e adulta, direcionados para os segmentos com baixos níveis de escolarização formal e para os (as) alunos (as) com deficiência, articulando os sistemas de ensino, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, as universidades, as cooperativas e as associações, por meio de ações de extensão desenvolvidas em centros vocacionais tecnológicos, com tecnologias assistivas que favoreçam a efetiva inclusão social e produtiva dessa população.

9.12

Contemplar, nas políticas públicas de jovens e adultos, as necessidades dos idosos, com vistas à promoção de políticas de erradicação do analfabetismo, ao acesso a tecnologias educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas, à implementação de programas de valorização e compartilhamento dos conhecimentos e experiência dos idosos e à inclusão dos temas do envelhecimento e da velhice nas escolas, considerando a concepção andragógica.

META 10: Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de Educação de Jovens e Adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

Nº Estratégias do PEE

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161

10.1 Manter programa nacional de educação de jovens e adultos voltado à conclusão do ensino fundamental e à formação profissional inicial, de forma a estimular a conclusão da educação básica;

10.2 Expandir as matrículas na educação de jovens e adultos, de modo a articular a formação inicial e continuada de trabalhadores com a educação profissional, objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora;

10.3 Fomentar a integração da educação de jovens e adultos com a educação profissional, em cursos planejados, de acordo com as características do público da educação de jovens e adultos e considerando as especificidades das populações itinerantes e do campo e das comunidades indígenas e quilombolas, inclusive na modalidade de educação a distância;

10.4 Ampliar as oportunidades profissionais dos jovens e adultos com deficiência, por meio do acesso à educação de jovens e adultos articulada à educação profissional com a participação da Educação Especial (SEDUC), SEID, SASC/Direitos Humanos, E-TEC, PRONATEC-EJA, PRONATEC e UAB

10.5 Aderir ao programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos assegurando a expansão e a melhoria da rede física de escolas públicas que atuam na educação de jovens e adultos integrada à educação profissional, garantindo acessibilidade à pessoa com deficiência.

10.6 Promover a diversificação curricular da educação de jovens e adultos, articulando a formação básica e a preparação para o mundo do trabalho, estabelecendo inter-relação entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia, da cultura e da cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses alunos e alunas.

10.7 Estimular a produção de material didático, o desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, os instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e laboratórios.

10.8 Concluir o processo de elaboração do Plano Estadual das Prisões, visando a sua implantação.

10.9 Promover a oferta pública para trabalhadores e trabalhadoras articulada à educação de jovens e adultos, em regime de colaboração e com o apoio de entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e de entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência

10.10 Promover a oferta pública de formação inicial e continuada para as equipes envolvidas com a educação nas prisões

10.11 Promover a oferta pública de formação inicial e continuada para as equipes envolvidas nas medidas socioeducativas.

10.12 Institucionalizar programa nacional de assistência ao estudante, compreendendo ações de assistência social, financeira e de apoio psicopedagógico que contribuam para garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a conclusão com êxito da educação de jovens e adultos articulada à educação profissional.

10.13 Ampliar a oferta de educação de jovens e adultos articulada à educação profissional, de modo a atender às pessoas privadas de liberdade nos estabelecimentos penais, assegurando-se formação específica dos professores e das professoras e implementação de Diretrizes Nacionais em regime de colaboração.

10.14 Implementar mecanismos de reconhecimento de saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem considerados na articulação curricular dos cursos de formação inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio

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162

META 11: Duplicar as matrículas da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, assegurando a qualidade da oferta com, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da expansão na rede pública.

Nº Estratégias do PEE

11.1 Implantar/sugerir cursos de EPTNM baseados no estudo dos Cenários Regionais/Territórios de Desenvolvimento definidos pela CEPRO/SEPLAN em consonância com os cursos do CNCT/MEC.

11.2 Divulgar a oferta de EPTNM nas escolas de Ensino Fundamental, públicas e privadas, mediante a apresentação das potencialidades dos Arranjos Produtivos Locais (APL’s), destacando os cursos sugeridos no CNCT/MEC com os seus respectivos perfis.

11.3 Fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio nas redes públicas estaduais de ensino;

11.4 Planejar programas de Educação Profissional Técnica visando a expansão da oferta na rede pública.

11.5 fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio na modalidade de educação a distância, com a finalidade de ampliar a oferta e democratizar o acesso à educação profissional pública e gratuita, assegurado padrão de qualidade;

11.6 Manterconvênios/parcerias com o Programa Rede E-Tec-Brasil, com a finalidade de ampliar a oferta de EPTNM a distância.

11.7 Estimular a expansão do estágio na educação profissional técnica de nível médio e do ensino médio regular, preservando-se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo do aluno, visando à formação de qualificações próprias da atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento da juventude; Discutir os gargalos para efetivação dos estágios (professor articular/professor orientador/parcerias/seguro – aparatos legais).

11.8 Estabelecer parcerias com Centro de Integração visando a ampliação de campos de estágio.

11.9 Desenvolver na própria escola de EP em todas as redes, núcleos de assessoramento e encaminhamento de egressos para o mercado de trabalho, em articulação com os centros de integração.

11.10 Desenvolver e implantar programa de reconhecimento de saberes (Avaliação de Competências), para fins de Certificação Profissional;

11.11 Ampliar a oferta de matrículas gratuitas de educação profissional técnica de nível médio pelas entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade.

11.12 Expandir a oferta de financiamento estudantil à educação profissional técnica de nível médio oferecida em instituições privadas de educação superior;

11.13 Discutir as estratégias de avaliação existentes para verificar a validação/eficiência para posterior institucionalização e extensão às demais redes.

11.14 Institucionalizar sistema de avaliação da qualidade da educação profissional técnica de nível médio das redes escolares públicas e privadas;

11.15 Expandir o atendimento do ensino médio gratuito integrado à formação profissional para as populações do campo e para as comunidades indígenas e quilombolas, de acordo com os seus interesses e necessidades;

11.16 Expandir a oferta do Ensino Médio Integrado (EMI) para as populações do campo (EFA’s / CEEPRU’s / Projovem Campo).

11.17 Expandir a oferta de educação profissional técnica para as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

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163

superdotação;

11.18 Equipar/estruturar as escolas de EP com vistas ao atendimento de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

11.19 Buscar parcerias (institucionais) visando atender às demandas de materiais didáticos e recursos humanos para atendimento de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

11.20 Elevar gradativamente a taxa de conclusão média dos cursos técnicos de nível médio na rede estadual de EPTNM para 90% (noventa por cento) e elevar, nos cursos presenciais, a relação de alun@s e professores para 20% (vinte por cento)

11.21 Discutir sobre o investimento em programas de assistência estudantil para os estudantes de cursos técnicos subsequentes em instituições públicas e privadas para garantir a permanência dos estudantes e a conclusão dos cursos técnicos de nível médio.

11.22 Desenvolver ações estratégicas que assegurem a redução das desigualdades étnico-raciais e promovam o acesso e permanência em cursos de EPT, garantindo a qualidade da oferta.

11.23 Organizar Comitê Técnico Setorial Estadual buscando a aproximação e o diálogo com as entidades patronais e laborais, órgãos representativos e mantenedores de informações do cadastro de empregados e desempregados, CBO e sistema de emprego para assertividade da oferta

11.24 Realizar pesquisa para criação de sistema oficial estadual de registro de dados da Educação Profissional, contemplando as diferentesmodalidades (Formação Inicial e Continuada, Técnica de Nível Médio e Tecnológica) em todas as redes (federal, estadual, municipal e privada), de modo a garantir que tais dados sejam registrados e disponibilizados à consulta pública,servindo de fonte de informação para subsidiar novas estratégias de expansão da Educação Profissional

META 12 - Elevar a taxa bruta da matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e sete por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público.

Nº Estratégias do PEE

12.1 Constituir, no primeiro ano de vigência do Plano, fórum que congregue IES, SEDUC-PI e a UNDIME-PI, visando à discussão de estratégias de implementação da meta e de avaliação sistemática, com a responsabilização de chamamento da Universidade Estadual do Piauí;

12.2 Fomentar, por meio de ações do fórum citado na estratégia anterior, ações que aproximem as condições de oferta do setor público e privado;

12.3 Elaborar, sob responsabilidade das IES e em parceria com SEDUC-PI e UNDIME-PI, até o segundo ano de vigência do PEE-PI, plano de expansão de matrículas, de modo a alcançar 30% até 2020 e 60% até 2024, em relação à taxa bruta, e 25% até 2020 e 50% até 2024, em relação à taxa líquida;

12.4 Elaborar, sob responsabilidade das IES públicas, plano progressivo de expansão de matrículas, visando ao alcance de 50% de expansão previsto na meta no setor público, otimizando a capacidade instalada da estrutura física e de recursos humanos das instituições públicas de educação superior, mediante ações planejadas e coordenadas, de forma a ampliar e interiorizar o

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164

acesso à graduação; 12.5 Considerar, no plano de expansão de matrículas referido na estratégia

anterior, a densidade populacional, a oferta de vagas públicas em relação à população na idade de referência, observadas as características regionais da Lei dos Territórios, reduzindo as desigualdades da oferta no Estado.

12.6 Elevar gradualmente, sob responsabilidade das IES públicas, a taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais nas instituições públicas para 90%;

12.7 Ofertar, a partir de ações das IES públicas, no mínimo um terço das vagas em cursos noturnos, mediante estratégias de aproveitamento de créditos e inovações acadêmicas que valorizem a aquisição de competências de nível superior.

12.8 Garantir a oferta, por meio de ações das IES públicas e em parceria com SEDUC-PI e UNDIME-PI, de educação superior pública e gratuita prioritariamente às licenciaturas, para a formação de professores e professoras para a educação básica, sobretudo nas áreas com déficit de profissionais;

12.9 Ampliar, sob responsabilidade das IES que atuam no PI, as políticas de inclusão e de assistência estudantil dirigidas aos(às) estudantes de instituições públicas, bolsistas de instituições privadas de educação superior e beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), de que trata a Lei 10.260, de 12 de julho de 2001, na educação superior, de modo a reduzir as desigualdades étnico raciais, e ampliar as taxas de acesso e permanência na educação superior de estudantes egressos da escola pública, afrodescendentes e indígenas e de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, de forma a apoiar seu sucesso acadêmico;

12.10 Expandir o financiamento estudantil por meio do Fundo de Financiamento Estudantil - FIES, de que trata a Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001, com a constituição de fundo garantidor do financiamento, de forma a dispensar progressivamente a exigência de fiador, atendendo a equidade entre os estados da federação

12.11 Assegurar, por meio de ações das IES, no mínimo 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária, orientando sua ação, prioritariamente, para áreas de grande pertinência social.

12.12 Ampliar, por meio de ações das IES, em parceria com o Estado e Municípios, a oferta de estágios como parte da formação na educação superior;

12.13 Ampliar a participação proporcional de grupos historicamente desfavorecidos na educação superior, por meio de políticas das IES em parceria com os movimentos sociais, inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma da lei.

12.14 Assegurar, por meio de planejamento de ações elaborado por cada IES, no primeiro ano de vigência deste PEE-PI, condições de acessibilidade nas instituições de educação superior, na forma da legislação, de forma a tornar acessíveis todos os prédios que ofertam Ensino Superior até o final da vigência deste Plano.

12.15 Fomentar, a partir de ações do fórum de IES, estudos e pesquisas que analisem a necessidade de articulação entre formação, currículo, pesquisa e mundo do trabalho, considerando as necessidades econômicas, sociais e culturais do Estado, de seus Territórios e de seus municípios.

12.16 Consolidar e ampliar, por meio de ações das IES, programas e ações de incentivo à mobilidade estudantil e docente em cursos de graduação e pós-

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165

graduação, em âmbito nacional e internacional, tendo em vista o enriquecimento da formação de nível superior.

12.17 Expandir, por meio de planejamento e ações das IES, atendimento específico a populações do campo e comunidades indígenas e quilombolas, em relação ao acesso e à permanência, conclusão e formação de profissionais para atuação junto a estas populações.

12.18 Mapear a demanda e fomentar a oferta de formação de pessoal de nível superior, por meio de ações articuladas das IES, do Estado e dos municípios, considerando as necessidades do desenvolvimento do Estado, do País, da inovação tecnológica e da melhoria na qualidade da educação básica.

12.19 Institucionalizar, por meio de ações articuladas das IES, programa de composição de acervo digital de referências bibliográficas e audiovisuais para os cursos de graduação, assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência.

12.20 Consolidar, a partir de ações articuladas das IES, processos seletivos regionais, em consonância com os nacionais, para acesso à educação superior como forma de superar exames vestibulares isolados.

12.21 Garantir estratégias, sob responsabilidade das IES públicas, para ocupar as vagas ociosas em cada período letivo na educação superior pública.

12.22 Estimular a expansão e reestruturação das IES públicas no Estado cujo ensino seja gratuito, por meio de apoio técnico e financeiro do Governo Federal, mediante termo de adesão a programa de reestruturação, na forma de regulamento, que considere a sua contribuição para a ampliação de vagas, a capacidade fiscal e as necessidades dos sistemas de ensino dos entes mantenedores na oferta e qualidade da educação básica.

12.23 Reestruturar com ênfase na melhoria de prazos e qualidade da decisão, no prazo de 2 (dois) anos, os procedimentos adotados na área de avaliação, regulação e supervisão, em relação aos processos de autorização de cursos e instituições, de reconhecimento ou renovação de reconhecimento de cursos superiores e de credenciamento ou recredenciamento de instituições, no âmbito do sistema federal de ensino em parceria com os sistemas estaduais de ensino.

12.24 Ampliar, no âmbito do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior - FIES, de que trata a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, e do Programa Universidade para Todos - PROUNI, de que trata a Lei no 11.096, de 13 de janeiro de 2005, os benefícios destinados à concessão de financiamento a estudantes regularmente matriculados em cursos superiores presenciais ou a distância, com avaliação positiva, de acordo com regulamentação própria, nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação, atendendo a equidade entre os estados da federação.

12.25 Fortalecer as redes físicas de laboratórios multifuncionais das IES e nas áreas estratégicas definidas pela política e estratégias estaduais de ciência, tecnologia e inovação.

12.26 Fomentar, a partir de ações do fórum de IES, estudos e pesquisas no âmbito da formação de professores para a educação básica visando a proposição de novos cursos de licenciaturas que inovem em termos de desenhos curriculares e que sejam projetados em consonância aos reclames dos avanços contemporâneos do conhecimento, da ciência, e das artes

META 13: Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 40%, sendo, do total, no mínimo, 20% doutores.

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Nº Estratégias do PEE

13.1 Aperfeiçoar o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, de que trata a Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004, fortalecendo as ações de avaliação, regulação e supervisão, da CONAES com os demais sistemas de ensino, respeitando suas equidades.

13.2 Constituir, no primeiro ano de vigência deste Plano, um fórum que congregue as IES, visando à discussão de estratégias de implementação da meta e de avaliação sistemática, com a responsabilização de chamamento da Universidade Estadual do Piauí.

13.3 Elaborar, sob responsabilidade das IES, até o segundo ano de vigência deste PEE-PI, plano de ampliação da proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de Ensino Superior, de modo a ampliar progressivamente, para 40% até 2020 e 70% até 2024, em relação aos mestres, e 20% até 2020 e 50% até 2024, em relação aos doutores;

13.4 Garantir, por meio de ações discutidas no fórum referido na estratégia anterior, aproximação progressiva dos percentuais entre instituições públicas e privadas do Ensino Superior

13.5 Estimular processo contínuo de auto-avaliação das instituições de educação superior, através de ações do Fórum de IES, fortalecendo a participação das comissões próprias de avaliação, bem como a elaboração e aplicação de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a qualificação e a dedicação do corpo docente;

13.6 Promover, sob responsabilidade articulada das IES e em parceria com a SEDUC-PI e secretarias municipais de educação, a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e licenciaturas, integrando-os às demandas e necessidades das redes de educação básica, de modo a permitir aos graduandos a aquisição das qualificações necessárias a conduzir o processo pedagógico de seus futuros alunos(as), combinando formação geral e específica com a prática didática, além da educação para as relações étnicorraciais, a diversidade e as necessidades das pessoas com deficiência.

13.7 Elevar, por meio de planejamento articulado das IES, o padrão de qualidade das instituições de Ensino Superior, direcionando sua atividade, de modo que realizem, efetivamente, pesquisa institucionalizada, articulada a programas de pós-graduação stricto sensu.

13.8 Substituir o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE aplicado ao final do primeiro ano do curso de graduação pelo Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, a fim de apurar o valor agregado dos cursos de graduação.

13.9 Fomentar a formação de consórcios entre instituições públicas de educação superior, com vistas a potencializar a atuação regional, inclusive por meio de plano de desenvolvimento institucional integrado, assegurando maior visibilidade nacional e internacional às atividades de ensino, pesquisa e extensão.

13.10 Elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais nas universidades públicas, de modo a atingir 90% (noventa por cento) e, nas instituições privadas, 75% (setenta e cinco por cento), em 2020, e fomentar a melhoria dos resultados de aprendizagem, de modo que, em 5 (cinco) anos, pelo menos 60% (sessenta por cento) dos estudantes apresentem desempenho positivo igual ou superior a 60% (sessenta por cento) no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE e, no último ano de vigência, pelo menos 75% (setenta e cinco por cento) dos estudantes obtenham desempenho positivo igual ou superior a 75% (setenta e

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167

cinco por cento) nesse exame, em cada área de formação profissional 13.11 Promover a formação inicial e continuada dos(as) profissionais técnico-

administrativos da educação superior

META 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 30% mestres e 20% doutores.

Nº Estratégias do PEE

14.1. Expandir o financiamento da pós-graduação stricto sensu por meio das agências oficiais de fomento.

14.2. Constituir, no primeiro ano de vigência deste Plano, um fórum que congregue as IES, visando à discussão de estratégias de implementação da meta e de avaliação sistemática, com a responsabilização de chamamento da Universidade Estadual do Piauí.

14.3. Expandir o financiamento estudantil por meio do Fies à pós-graduação stricto sensu.

14.4. Elaborar, sob responsabilidade das IES, até o segundo ano de vigência do PEE-PI, plano de ampliação de matrículas na pós-graduação stricto censo, de modo a atingir a titulação anual de mestres de 30% até 2020 e 60% até 2024, e atingir a titulação anual de doutores de 20% até 2020 e 40% até 2024.

14.5. Implementar ações para reduzir as desigualdades étnico-raciais e regionais e para favorecer o acesso das populações do campo e das comunidades indígenas e quilombolas a programas de mestrado e doutorado.

14.6. Ampliar, sob responsabilidade compartilhada das IES públicas, a oferta de programas de pós-graduação stricto sensu, especialmente os de doutorado, nos campi novos abertos em decorrência dos programas de expansão e interiorização das instituições superiores públicas;

14.7. Estimular, por meio de ações articuladas das IES, a integração e a atuação entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e as agências estaduais de fomento à pesquisa

14.8. Manter e expandir, por meio de planejamento articulado das IES, programa de acervo digital de referências bibliográficas para os cursos de pós-graduação, assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência.

14.9. Estimular, a partir de ações do fórum das IES, a participação das mulheres nos cursos de pós-graduação stricto sensu, em particular aqueles ligados às áreas de Engenharia, Matemática, Física, Química, Informática e outros no campo das ciências.

14.10. Elaborar, no primeiro ano de vigência deste Plano, planejamento visando consolidar, por meio de ações articuladas das IES, programas, projetos e ações que objetivem a internacionalização da pesquisa e da pós-graduação brasileiras, incentivando a atuação em rede e o fortalecimento de grupos de pesquisa

14.11. Elaborar, no primeiro ano de vigência deste Plano, planejamento visando promover, por meio de ações articuladas das IES, o intercâmbio científico e tecnológico, nacional e internacional, entre as instituições de ensino, pesquisa e extensão.

14.12. Ampliar o investimento em pesquisas com foco em desenvolvimento e estímulo à inovação, bem como incrementar a formação de recursos humanos para a inovação, de modo a buscar o aumento da competitividade das empresas de base tecnológica no estado, incentivando principalmente a criação de incubadoras tecnológicas.

14.13. Ampliar o investimento na formação de doutores de modo a atingir a proporção de 4 (quatro) doutores por 1.000 (mil) habitantes.

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168

14.14. Elaborar, no primeiro ano de vigência deste Plano, planejamento visando aumentar qualitativa e quantitativamente o desempenho científico e tecnológico do Estado, por meio de ações articuladas das IES, e o compromisso social da pesquisa estadual, visando à melhoria das condições de vida da população.

14.15. Estimular a pesquisa científica e de inovação e promover a formação de recursos humanos que valorize a diversidade regional e a biodiversidade dos onze territórios de desenvolvimento do estado, bem como a gestão de recursos hídricos no semiárido para mitigação dos efeitos da seca e geração de emprego e renda nas regiões.

14.16. Estimular a pesquisa aplicada, no âmbito das IES e das ICTs, de modo a incrementar a inovação e a produção e registro de patentes no estado.

META 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PEE, política estadual de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

Nº Estratégias do PEE

15.1. Atuar, conjuntamente, com base em plano estratégico que apresente diagnóstico das necessidades de formação de profissionais da educação e da capacidade de atendimento, por parte de instituições públicas e comunitárias de educação superior existentes no Estado e Municípios, e defina obrigações recíprocas entre os partícipes;

15.2. Manter articulação (convênios e outros) com as instituições formadoras dos sistemas federal e estadual para formação inicial e continuada dos profissionais da educação

15.3. Ampliar programa permanente de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, a fim de aprimorar a formação de profissionais para atuar no magistério da educação básica;

15.4. Consolidar e ampliar plataforma eletrônica para organizar a oferta e as matrículas em cursos de formação inicial e continuada de profissionais da educação, bem como para divulgar e atualizar seus currículos eletrônicos;

15.5. Implementar num prazo de 2 (dois) anos, a partir da aprovação desse PEE, programas específicos para formação de profissionais da educação para atender a demanda das escolas: do campo, de comunidades indígenas, de quilombolas e de educação especial

15.6. Promover a reforma curricular dos cursos de licenciatura, estimulando a renovação pedagógica com foco na aprendizagem do (a) aluno (a), por meio da divisão da carga horária em formação geral, formação na área do saber e didática específica com incorporação das modernas tecnologias de informação e comunicação, em articulação com a base nacional comum dos currículos da educação básica, de que tratam as estratégias 2.1, 2.2, 3.2 e 3.3 deste PEE;

15.7. Garantir a regulação e supervisão da educação superior, por meio de avaliação da implementação das diretrizes curriculares propostas ou a serem alteradas.

15.8. Manter nos cursos de formação de professores para a educação básica estágios com práticas de ensino, visando ao trabalho sistemático de articulação entre a formação acadêmica e as demandas necessárias da educação básica.

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15.9. Manter cursos e programas especiais para assegurar formação específica na educação superior à docentes com formação de nível médio, conforme áreas de ensino em que atuam quer estejam licenciados ou não-licenciados e, em efetivo exercício no magistério;

15.10. Realizar anualmente o Censo específico para todos os segmentos dos profissionais da educação.

15.11. Fomentar a oferta de cursos técnicos de nível médio e tecnológicos em nível superior específicos para a formação dos profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério;

15.12. Implantar, no prazo de 1 (um) ano de vigência desta Lei, política estadual de formação continuada para os (as) profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério, construída em regime de colaboração entre os entes federados;

15.13. Instituir programa de concessão de bolsas de estudos para os professores de Língua estrangeira das escolas públicas de educação básica para que realizem estudos de imersão e aperfeiçoamento nos países que tenham como idioma nativo as línguas que lecionem;

15.14. Desenvolver modelos de formação docente para a educação profissional, valorizando a experiência prática em redes federal e estaduais de educação profissional bem como em cursos voltados à complementação e certificação didático-pedagógica de profissionais com experiências comprovadas.

META 16: Formar 100% (cem por cento) dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato sensu e no mínimo 30% (trinta por cento) stricto sensu, até o último ano de vigência deste PEE, considerando as necessidades, demandas e contextualização de cada sistema de ensino até o último ano de vigência deste PEE, assim como garantir formação continuada dos demais trabalhadores da educação.

Nº Estratégias do PEE

16.1 Realizar, em regime de colaboração, o planejamento estratégico para dimensionamento da demanda por formação continuada e fomentar a respectiva oferta por parte das instituições públicas de educação superior, de forma orgânica e articulada às políticas de formação do Estado e dos Municípios;

16.2 Consolidar política estadual de formação de professores e professoras da educação básica, definindo diretrizes estaduais, áreas prioritárias, instituições formadoras e processos de certificação das atividades formativas;

16.3 Garantir a continuidade do programa de composição de acervos com: obras didáticas, paradidáticas, literárias, dicionários e programa específico de acesso a bens culturais, incluindo obras e materiais produzidos em Libras e em Braille, sem prejuízo de outros, a serem disponibilizados para os professores e as professoras da rede pública de educação básica de modo a favorecer a construção do conhecimento e a valorização da cultura da investigação;

16.4 Garantir e consolidar portal eletrônico para subsidiar a atuação dos professores e das professoras da educação básica, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e pedagógicos suplementares, inclusive aqueles com formato acessível;

16.5 Garantir a oferta de bolsas de estudo para professores que desejam estudar pós-graduação stricto sensu e demais profissionais da educação básica;

16.6 Fortalecer a formação dos professores e das professoras das escolas públicas de educação básica, por meio da implementação das ações do

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Plano Nacional do Livro e Leitura e da instituição de programa nacional de disponibilização de recursos para acesso a bens culturais pelo magistério público.

16.7 Garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica de outros segmentos formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino específico para todos os segmentos dos profissionais da educação.

META 17: Valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais que atuam em outros mercados de trabalho, com escolaridade equivalente até o final do quinto ano de vigência deste PEE.

Nº Estratégias do PEE

17.1 Constituir, por iniciativa da secretaria estadual da Educação, até o final do primeiro ano de vigência deste PEE, fórum permanente, com representação da União, do Estado, dos Municípios e dos trabalhadores da educação, representação do movimento sindical eleito por seus pares em assembleia para acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica;

17.2 Constituir como tarefa do fórum permanente o acompanhamento da evolução salarial por meio de indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, periodicamente divulgados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

17.3 Implementar no âmbito do estado e municípios planos de carreira para os/as profissionais do magistério,trabalhadores da educação das redes públicas e privada de educação básica e superior, garantindo no mínimo 50% (cinquenta por cento) da carga horária docente contratada à atividade extraclasse e implantação do cumprimento da jornada de trabalho em um único estabelecimento escolar, até o final de vigência desse PEE.

17.4 Ampliar a assistência financeira específica da União aos entes federados, utilizando o fundo social do petróleo conforme a lei 12.858/2013 para implementação de políticas de valorização dos (as) profissionais do magistério, em particular o piso salarial nacional profissional;

17.5 Garantir, até o final do segundo ano de vigência desse PEE que nos planos de carreira dos/as profissionais da educação do estado e municípios, constem licenças remuneradas para qualificação profissional, inclusive em nível de pós-graduação stricto sensu sem prejuízos a contagem do seu tempo de serviço para aposentadoria.

17.6 Valorizar os/as profissionais da educação das redes públicas da educação básica, a fim de equiparar a 80% (oitenta por cento), ao final do segundo ano, e a igualar, no quinto ano de vigência do PEE, o seu rendimento médio ao rendimento médio dos/as demais profissionais com escolaridade equivalente que atuam em outros mercados de trabalho.

17.7 Retirar os/as profissionais da educação básica do limite de gastos da Lei de Responsabilidade Fiscal, de modo a garantir piso e carreira.

META 18: Assegurar, no prazo de 1 (um) ano, a existência de Planos de Carreira para

os (as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.

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Nº Estratégias do PEE

18.1 Estruturar as redes públicas de educação básica de modo que, até o início do terceiro ano de vigência deste PEE 100% (Cem por cento), dos respectivos profissionais do magistério e 100% (cem por cento), dos respectivos profissionais da educação não docentes sejam ocupantes de cargos de provimento efetivo e estejam em exercício nas redes escolares a que se encontrem vinculados;

18.2 Implantar, nas redes públicas de educação básica e superior, acompanhamento dos profissionais iniciantes, supervisionados por equipe de profissionais experientes, a fim de fundamentar, com base em avaliação documentada, a decisão pela efetivação após o estágio probatório e oferecer, durante esse período, curso de aprofundamento de estudos na área de atuação do (a) professor (a), com destaque para os conteúdos a serem ensinados e as metodologias de ensino de cada disciplina

18.3 Oferecer, durante o período de estágio probatório, curso de aprofundamento de estudos na área de atuação do (a) professor (a), com destaque para os conteúdos das diretrizes curriculares das redes de ensino e as metodologias de ensino de cada disciplina;

18.4 Prever, nos planos de Carreira dos profissionais da educação do Estado e dos Municípios, licenças remuneradas e incentivos para qualificação profissional, inclusive em nível de pós-graduação stricto sensu;

18.5 Contribuir com o Ministério da Educação na realização do censo dos (as) profissionais da educação básica dos outros segmentos que não os do magistério;

18.6 Considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo e das comunidades indígenas e quilombolas no provimento de cargos efetivos para essas escolas

18.7 Condicionar o repasse de transferências estaduais voluntárias, na área de educação, para os Municípios que tenham aprovado lei específica estabelecendo planos de Carreira para os (as) profissionais da educação;

18.8 Manter comissões permanentes de profissionais da educação de todos os sistemas de ensino, estadual e municipais e estimular sua efetiva participação junto aos órgãos competentes na elaboração, reestruturação e implementação dos planos de Carreira

META 19: Assegurar, no prazo de 01 (um) ano, condições para a efetivação da gestão democrática da educação associada à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União, Estado e Municípios

Nº Estratégias do PEE

19.1 Priorizar o repasse de transferências voluntárias da União/Estado na área da educação para os entes federados que tenham aprovado legislação específica que regulamente a matéria na área de sua abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que considere, para a nomeação dos diretores e diretoras de escola, participação da comunidade escolar;

19.2 Promover eleição direta para diretores em 100% das escolas da rede pública estadual e municipal, assegurando a participação da comunidade escolar e local;

19.3 Criar normativa que regulamente a implantação/implementação dos Conselhos Escolares em todos os municípios;

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19.4 Elaborar um contrato de gestão que conste as atribuições do Núcleo Gestor (diretor, coordenador pedagógico e secretário), no intuito de acompanhar o desempenho da gestão nos aspectos administrativo, financeiro e pedagógico;

19.5 Realizar avaliação do Núcleo Gestor (diretores, coordenadores e secretários) das escolas públicas, com a finalidade de garantir a execução do contrato de gestão como instrumento indicador de desempenho da gestão escolar

19.6 Ampliar os programas de apoio e formação aos (às) conselheiros (as) dos Conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos Conselhos de Alimentação Escolar, dos conselhos regionais e demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas;

19.7 Garantir aos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, aos Conselhos de Alimentação Escolar, aos conselhos regionais e demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, recursos financeiros, espaço físico adequado e equipamentos;

19.8 Garantir aos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, aos Conselhos de Alimentação Escolar, aos conselhos regionais e demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas, acesso aos documentos necessários e meios de transporte para visitas à rede escolar (monitoramento) com vistas à autonomia e ao exercício pleno de suas funções.

19.9 Fortalecer no Estado o Fórum Estadual de educação, garantindo sua permanência a fim de efetuar o acompanhamento da execução deste PEE

19.10 Garantir a criação e o fortalecimento dos Fóruns Permanentes de Educação nos Municípios, com o intuito de coordenar as conferências municipais, bem como efetuar o acompanhamento da execução dos seus planos de educação;

19.11 Estimular na rede de educação básica, estadual e municipal , a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando, inclusive, espaços adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas representações;

19.12 Garantir formação aos alunos que compõem o Grêmio Estudantil para o fortalecimento de sua participação nas instituições de ensino.

19.13 Constituir, regulamentar e fortalecer os conselhos escolares em 100% das escolas, estaduais e municipais, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo

19.14 Assegurar recurso financeiro do tesouro estadual/municipal para monitoramento sistemático dos conselhos escolares;

19.15 Garantir, em regime de colaboração, Formação Continuada de Conselhos Escolares.

19.16 Constituir e fortalecer os conselhos de educação, estadual e municipais, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento autônomo;

19.17 Assegurar a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares, garantindo a participação dos pais na avaliação de docentes e gestores escolares;

19.18 Favorecer processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de ensino;

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19.19 Implantar um sistema contínuo de acompanhamento, visando a transparência quanto ao recebimento, execução e prestação de contas, de todos os recursos dos programas recebidos nas escolas públicas;

19.20 Promover formação continuada com o Núcleo Gestor da escola (diretores, coordenadores e secretários) e comunidade escolar, no tocante ao recebimento, operacionalização e prestação de contas de todos os recursos recebidos, bem como das ações pedagógicas da escola;

19.21 Assegurar a aquisição de gêneros alimentícios contemplados na lei n° 11.947 de 16 de junho de 2009 e resolução n° 26 de 17 de junho de 2013, que trata da Agricultura Familiar.

19.22 Favorecer, em regime de colaboração com as Secretarias de Agricultura e órgãos parceiros (Emater, ADAPI, Vigilância Sanitária, Sindicatos e outros), Formação para Agricultores Familiares a fim de esclarecer todos os critérios de participação na compra dos gêneros alimentícios.

19.23 Estimular os Agricultores Familiares a buscar junto às Secretarias de Agricultura, incentivos para a melhoria da produção agrícola. .

19.24 Assegurar que o Estado e os municípios adéqüem a legislação de forma a permitir que os agricultores familiares possuam condições mínimas de produzir gêneros alimentícios que atendam ao Programa Nacional de Alimentação Escolar

19.25 Desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como aplicar prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão.

19.26 Assegurar a criação de uma equipe de formadores para, em regime de colaboração com a rede municipal, realizar formação inicial e continuada do Núcleo Gestor das escolas públicas.

19.27 Ampliar as funções dos Conselhos de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB ou as Câmaras de Financiamento dos Conselhos Municipais de Educação para que assumam as funções fiscalizadoras de todas as verbas da educação.

META 20: Contribuir com o esforço nacional de ampliação do investimento público em educação pública, referente aos percentuais do PIB previstos na meta 20 do Plano Nacional de Educação, mediante o aumento dos percentuais vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino, de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 30% (trinta por cento) no Estado do Piauí e em todos seus municípios no 5o (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 35% (trinta e cinco por cento) ao final do decênio.

Nº Estratégias do PEE

20.1 Garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para todos os níveis, etapas e modalidades da educação básica, observando-se as políticas de colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do § 1o do art. 75 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que tratam da capacidade de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional;

20.2 Garantir o cumprimento imediato, por parte do governo estadual, do disposto no artigo 223 da Constituição do Estado do Piauí referente à aplicação mínima de 30% dos recursos provenientes de impostos e transferências na manutenção e desenvolvimento do ensino;

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20.3 Garantir o cumprimento imediato, por parte dos municípios, do disposto previsto nas Leis Orgânicas Municipais acerca da aplicação mínima de 30% dos recursos provenientes de impostos e transferências na manutenção e desenvolvimento do ensino.

20.4 Reformular as leis orgânicas dos municípios que não contemplem a aplicação mínima de 30% dos recursos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino, até o quarto ano de vigência Plano Estadual de Educação, de forma a atingir este patamar no quinto ano de vigência do PEE;

20.5 Assegurar que o Estado do Piauí e seus municípios aprovem mudanças na Constituição Estadual e Leis Orgânicas Municipais de ampliação dos percentuais vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino, para 35%, até o penúltimo ano de vigência do Plano Estadual de Educação.

20.6 Assegurar a aprovação de leis, vedando a contabilização dos gastos com aposentadoria e pensões como sendo de manutenção e desenvolvimento do ensino.

20.7 Assegurar fontes estáveis de recursos para o pagamento das aposentadorias e pensões dos trabalhadores da educação, com vistas a garantir a paridade entre trabalhadores da ativa e aposentados.

20.8 Garantir o ressarcimento de eventuais perdas de recursos da educação, decorrentes de políticas de renúncia e guerra fiscal, mediante do reestabelecimento proporcional para as despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino.

20.9 Garantir que o Estado e seus municípios cumpram o disposto no caput do Artigo 69 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no que diz respeito ao uso exclusivo dos recursos de Manutenção e Desenvolvimento de Ensino para o financiamento da educação pública.

20.10 Assegurar mecanismos de transparência sobre a execução dos recursos da contribuição social salário-educação.

20.11 Assegurar a aprovação de leis, no âmbito do Estado e de seus municípios, para garantir a aplicação em manutenção e desenvolvimento da educação pública, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 212 da Constituição Federal, os repasses da parcela da participação de resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural e outros recursos, com a finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI do caput do art. 214 da Constituição Federal, em conformidade com a Lei Federal Lei n° 12.858, de 09 de setembro de 2013.

20.12 Fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem, nos termos do parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente os relacionados à realização de audiências públicas, à criação de portais eletrônicos de transparência e à capacitação dos membros de conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, com a colaboração entre o Ministério da Educação, as Secretarias de Educação do Estado e dos Municípios, bem como dos Tribunais de Contas da União e do Estado do Piauí.

20.13 Assegurar a aprovação de leis, no âmbito do Estado e de seus municípios, para garantir a aplicação em manutenção e desenvolvimento da educação pública, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 212 da Constituição Federal, os repasses da parcela da participação de resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural e outros recursos, com a finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI do caput do art. 214 da Constituição Federal, em conformidade com a Lei Federal Lei n° 12.858, de 09 de setembro de 2013.

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20.14 Fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem, nos termos do parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente os relacionados à realização de audiências públicas, à criação de portais eletrônicos de transparência e à capacitação dos membros de conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, com a colaboração entre o Ministério da Educação, as Secretarias de Educação do Estado e dos Municípios, bem como dos Tribunais de Contas da União e do Estado do Piauí.;

20.15 Assegurar o cumprimento, por parte do Estado e dos municípios piauienses, do disposto no artigo 69, parágrafo 5°, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, referente à constituição das secretarias municipais e estaduais de educação como unidades orçamentárias, com a garantia de que o dirigente da educação seja o ordenador de despesas e gestor pleno dos recursos educacionais, com o devido acompanhamento, controle e fiscalização de suas ações pelos respectivos conselhos de educação, tribunais de contas e demais órgãos fiscalizadores.

20.16 Assegurar a instituição de Comissões Permanentes de Educação no âmbito da Assembleia Legislativa do Piauí e Câmaras Municipais das cidades piauienses, as quais atuarão como instância de monitoramento dos Planos Estadual e Municipais de Educação.

20.17 Assegurar que o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei de Orçamento Anual e os Balanços e balancetes de execução orçamentária tenham suas informações rigorosamente alimentadas nos sistemas que são fonte de sistematização de informações públicas, em conformidade com a classificação orçamentária, de forma fidedigna, permitindo a transparência da execução

20.18 Assegurar condições para a gestão democrática da educação, por meio da participação da comunidade escolar e local, no âmbito das instituições públicas de ensino e escolas de educação básica, prevendo recursos e apoio técnico do poder público.

20.19 Democratizar, descentralizar e desburocratizar a elaboração e a execução do orçamento, planejamento e acompanhamento das políticas educacionais, por meio de lei específica em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino de forma a promover o acesso de toda a comunidade local e escolar aos dados orçamentários e a transparência na utilização dos recursos públicos da educação, garantindo mecanismos de participação direta no orçamento, tomando como exemplo a metodologia do orçamento participativo

20.20 Garantir que os Conselhos de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB ou as Câmaras de Financiamento dos Conselhos Municipais de Educação assumam as funções fiscalizadoras de todas as verbas e programas referentes a recursos da educação.

20.21 Definir e aperfeiçoar os mecanismos de acompanhamento, fiscalização e avaliação da sociedade sobre o uso dos recursos da educação, articulando adequadamente os órgãos fiscalizadores (conselhos de educação, Ministério Público, Tribunal de Contas), para que seja assegurada a aplicação dos recursos, de forma eficiente, com vistas a assegurar a qualidade do gasto, pelo Poder Executivo estadual e municipal, referentes aos percentuais mínimos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino.

20.22 Definir políticas, programas e processos de gestão, acompanhamento, controle e fiscalização dos recursos educacionais, aprimorando os mecanismos de acompanhamento, fiscalização e avaliação da qualidade dos gastos com educação pela sociedade, especialmente na forma de uma ampla

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divulgação do orçamento público, efetiva transparência nas rubricas orçamentárias e estabelecimento de ações de controle e articulação entre os órgãos responsáveis (conselhos de educação, Ministério Público e Tribunal de Contas).

20.23 Instituir um Fórum permanente das instâncias de fiscalização e controle sobre os recursos da educação (conselhos, Ministério Público, Tribunal de Contas, Controladora Geral da União e dos Estados e outras), de forma a articular as ações e fortalecer o controle sobre a gestão pública.

20.23 Criar leis e programas para tornar públicas e transparentes as receitas e despesas do total de recursos destinados à educação em cada sistema público de ensino estadual e municipal e assegurar a efetiva fiscalização da aplicação desses recursos, por meio dos conselhos de educação, do Ministério Público, tribunais de contas e dos diversos segmentos e setores da sociedade, considerando os diferentes níveis, etapas e modalidades de educação.

20.25 Instituir, no âmbito do Estado do Piauí, mecanismo de estudo e acompanhamento regular dos investimentos e custos por aluno da educação básica e superior pública, em todas as suas etapas e modalidades.

20.26 Assegurar a implantação do Custo Aluno-Qualidade inicial – CAQi, no primeiro ano de vigência do PEE, referenciado no conjunto de padrões mínimos estabelecidos na legislação educacional e cujo financiamento será calculado com base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem e será progressivamente reajustado até a implementação plena do Custo Aluno Qualidade – CAQ.

20.27 Implementar o Custo Aluno Qualidade - CAQ como parâmetro para o financiamento da educação de todas etapas e modalidades da educação básica, a partir do cálculo e do acompanhamento regular dos indicadores de gastos educacionais com investimentos em qualificação e remuneração do pessoal docente e dos demais profissionais da educação pública, em aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino e em aquisição de material didático-escolar, alimentação e transporte escolar.

20.28 Contribuir com Ministério da Educação – MEC na definição da metodologia para o cálculo do CAQ mediante a realização, no prazo de dois anos, de estudo sobre o CAQ demandado no Estado do Piauí, atividade sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Educação, acompanhada pelo Fórum Estadual de Educação - FEE, pelo Conselho Estadual de Educação - CEE e pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa;

20.29 Participar das discussões sobre a regulamentação do parágrafo único do art. 23 e o art. 211 da Constituição Federal, de forma a estabelecer as normas de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, em matéria educacional, e a articulação do sistema nacional de educação em regime de colaboração, com equilíbrio na repartição das responsabilidades e dos recursos e efetivo cumprimento das funções redistributiva e supletiva da União no combate às desigualdades educacionais regionais, a partir da publicação desta lei.

20.30 Estabelecer, no âmbito do Estado do Piauí e seus Municípios, por iniciativa da SEDUC e UNDIME, processo de discussão sobre a regulamentação do regime de colaboração, com vistas a criação de instância permanente de planejamento e pactuação federativa, em matéria educacional, buscando estabelecer efetiva cooperação e equilíbrio na repartição das responsabilidades e dos recursos com vistas ao combate às desigualdades educacionais, assegurando efetivo atendimento ao estudante da rede pública, seja estadual ou municipal, sem distinção.

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20.31 Definir o financiamento, em regime de colaboração entre Estado e Municípios, para políticas e estratégias de solução de problemas do transporte escolar, considerando critérios técnicos objetivos, de forma que o estudante demandante do transporte seja adequadamente atendido, visando reduzir a evasão escolar e o tempo médio de deslocamento a partir de cada situação local.

20.32 Garantir que a União complemente de recursos financeiros a todos os Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não conseguirem atingir o valor do CAQi e, posteriormente, do CAQ;

20.33 Definir prioridades de aplicação dos recursos de manutenção e desenvolvimento do ensino e dos recursos adicionais dirigidos à educação ao longo do decênio, considerando a necessidade de equalização das oportunidades educacionais, a vulnerabilidade socioeconômica e o compromisso técnico e de gestão, a serem pactuados na instância prevista no § 5o do art. 7o desta Lei.

20.34 Estabelecer e garantir diretrizes e políticas de financiamento, no âmbito do Estado e seus municípios, no prazo máximo de um ano, para a real valorização dos trabalhadores da educação pública, abrangendo formação, condições de trabalho, plano de carreira e política salarial, por meio de leis que garantam a efetivação de seus direitos.

20.35 Fazer gestão junto ao Parlamento Federal para que seja modificada a Lei Complementar n°101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, de modo que as despesas com folha de pagamento da educação seja desvinculada dos limites prudenciais de gastos com pessoal de estados e municípios.

20.36 Garantir a autonomia financeira das instituições de ensino superior públicas, como determina o artigo 207 da Constituição Federal, ao tratar da autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, bem como da garantia do princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

20.37 Garantir o imediato cumprimento do inciso II, artigo 224, da Constituição Estadual do Piauí referente à aplicação de 5% das receitas de manutenção e desenvolvimento do ensino, previstas no artigo 223 da referida Lei, nas Instituições de Ensino Superior do Estado, ampliando este patamar para 7% no quinto ano de vigência deste Plano Estadual de Educação, intensificando a fiscalização sobre a execução orçamentária.

20.38 Garantir recursos orçamentários para que as universidades públicas possam definir e executar seus próprios projetos de ensino, pesquisa e extensão, propiciando uma efetiva autonomia.

20.39 Instituir mecanismos eficientes de controle e fiscalização sobre a aplicação dos recursos da educação, de forma que haja maior rigor do Tribunal de Contas no que diz respeito à avaliação e punição dos gestores em caso de ilegalidades.

20.40 Ampliar os recursos públicos destinados à expansão, melhoria e reestruturação das instituições públicas de ensino profissional, fortalecendo seu caráter público, gratuito e com qualidade socialmente referenciada.

20.41 Assegurar recursos que deem suporte para a oferta da EJA nas áreas rurais, devido às condições geográficas e socioeconômicas da realidade na qual a comunidade esteja inserida.

20.42 Garantir financiamentos públicos à criação e expansão de unidades escolares públicas, no campo, para atendimento aos povos das águas, das florestas, do campo, quilombolas e indígenas, utilizando a metodologia adequadas (alternância, dentre outras) e oferecendo cursos que atendam às necessidades locais.

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5. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO

1 O Plano Estadual de Educação do Estado do Piauí, fruto de uma construção coletiva, vem responder a uma demanda social quanto a necessidade de que sejam estabelecidas Metas e Estratégias que visem elevar a qualidade da educação no estado, e a uma exigência legal definida na Lei 13.005/14, que estabelece o prazo de um ano, contados de sua publicação, para que Estados, Municípios e o Distrito Federal elaborem seus Planos Decenais de Educação.

2 O Plano Estadual de Educação se configura como um Plano de Estado, com duração de dez anos, o que contribui para a redução na descontinuidade das políticas educacionais quando do processo natural de transição dos governos em cada ente federado.

3 Considerando sua função precípua de definição de políticas educacionais, sua elaboração contou com a participação de diferentes setores sociais e governamentais, interessados ou envolvidos com a área da educação formal, o que lhe trouxe legitimidade.

4 Entretanto, para além desse processo coletivo de construção, o estabelecido no texto não se concretizará pelo simples fato de sua transformação em Lei, e sim pela contínua vigilância dos que definem e implantam as políticas educacionais no estado, assim como dos que por elas são beneficiados.

5 A execução do PEE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas, realizadas pelas seguintes instâncias: I – Secretaria Estadual de Educação; II – Comissão de Educação da Assembléia Legislativa do Piauí; III – Conselho Estadual de Educação – CEE; IV – Fórum Estadual de Educação

6 Partindo desse pressuposto e visando garantir a efetivação das intenções transcritas no texto deste instrumento legal é que se estabelece como de fundamental importância a implantação de uma sistemática de acompanhamento e avaliação do Plano Estadual de Educação, como atribuição do Fórum Estadual de Educação, contando com os diversos segmentos da sociedade civil.

7 Para tanto, algumas estratégias deverão ser implementadas: 1 – Distribuição do documento para todos os estabelecimentos públicos de ensino; 2 – Disponibilização do documento nos Sites Oficiais das Secretarias de Educação Estadual e Municipais para acesso por todos os setores da sociedade interessados; 3 – Instituição de uma Comissão de Acompanhamento e Avaliação do Plano, com membros do FEE, com a garantia de que pelo menos um terço das entidades integrantes do Fórum estejam representadas; 4 – Implantação de um sistema informatizado de monitoramento e avaliação do PEE pela Secretaria de Estado da Educação e Cultura, o qual será alimentado pela Comissão com a análise dos dados disponibilizados por fontes oficiais como INEP, IBGE e outros, os quais revelem a situação da educação no estado e do alcance das metas estabelecidas; 5 – Divulgação semestral da situação de realização e/ou execução das Estratégias do PEE; 6 – Realização, a cada dois anos, de um Fórum para avaliação do Plano; 7 – Divulgação de relatório anual que a apresente a evolução do estado no alcance das Metas do PEE;

8 Cumpre ressaltar o papel do Fórum Estadual de Educação no processo de

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Acompanhamento e Avaliação do PEE, não apenas como responsável por este processo, como também de articulador dos diversos setores sociais do estado.