PROGRAMA ESCOLA ATIVA: um instrumento inovador no ensino multisseriado da educação no campo

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Trabalho de Intervenção Socioescolar apresentado a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.

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  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARACURSO DE GRADUAO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENAJOAQUIM MARQUES DE OLIVEIRA NETOPROGRAMA ESCOLA ATIVA: um instrumento inovador no ensinomultisseriado da educao no campo MOSSOR, RN2012

2. JOAQUIM MARQUES DE OLIVEIRA NETOPROGRAMA ESCOLA ATIVA: um instrumento inovador no ensinomultisseriado da educao no campo Trabalho deInterveno Socioescolar apresentado a Universidade Estadual Vale do Acara (UVA), como requisito parcial para obteno do ttulo de Licenciado em Pedagogia. Orientador: Prof. Esp. Jose Aldo de Melo MOSSOR, RN2012 3. O48p Oliveira Neto, Joaquim Marques de. Programa escola ativa: um instrumento inovador no ensino multisseriado da educao no campo. / Joaquim Marques de Oliveira Neto. Mossor/RN: ed. do autor, 2012. 57f. Orientador: Prof. Esp. Jos Aldo de Melo Trabalho de Interveno Socioescolar apresentado Universidade Estadual Vale do Acara UVA, como requisito parcial para a obteno do ttulo de Licenciado em Pedagogia.1. Escola Ativa - Interveno. 2. Planejamento Adequado - Interveno. 3. Qualidade - Interveno. I. Ttulo.IBRAPES/UVA/RNCDU 37.014. 4. JOAQUIM MARQUES DE OLIVEIRA NETOPROGRAMA ESCOLA ATIVA: um instrumento inovador no ensinomultisseriado da educao no campoTrabalho deInterveno Socioescolarapresentado Universidade Estadual Vale doAcara (UVA), como requisito parcial paraobteno do ttulo de Licenciado emPedagogia.Aprovado em __________ de 2012. BANCA EXAMINADORAProf. Esp. Jose Aldo de Melo - Orientador Universidade Estadual Vale do Acara - Natal/RN Prof. Ms. Maria Jos Arajo Melo Sousa - ConvidadaUniversidade - /RNProf. Esp. Geiza Maria Batista Carlos de Almeida - ConvidadaUniversidade Estadual Vale do Acara - Natal/RN MOSSOR, RN2012 5. A meus avs paternos Otvio e Maria doPatrocnio e ao meu saudoso tio Junior Nolasco,ambos durante suas passagens na Terra,acreditavam em meu potencial. A todos os meusalunos, em especial os das Escolas Maria HelenaMarques e Idelzuite Fernandes que lecionoatualmente e que ambas sero campos deinterveno. 6. AGRADECIMENTOSA Deus, pai celestial a quem devo a vida;A minha me Edneide Nolasco, pelo incentivo dado durante o meu processo deaperfeioamento pessoal e acadmico;A minha av materna Edinete Cunha pelos conselhos dados, visando incentivar-mena busca pelo saber;Aos meus familiares que contribuem para o desenvolvimento de prticas e princpiosmorais e justos;As professoras Lourdes Fernandes, Luzinete Cabral, Geiza Carlos, e em especialaos professores Jlio Thalles Andrade, Franceliza Monteiro e Lindalva Batista, quede forma significativa, contriburam na fundamentao terica e principal pedaggicaadquirindo no decorrer de suas disciplinas, servindo de referncia na busca de umaperfeioamento acadmico e de bom desenvolvimento profissional;A professora Maria de Ftima de Lima das Chagas que orientou os estgios comsabedoria o que facilitou meu desenvolvimento neste trabalho;Ao orientador Jos Aldo de Melo que com sua sabedoria faz com que os momentosde tenso tornem-se espaos de aprendizagem mtua. 7. Tinha chovido muito toda noite. Havia enormes poasde gua nas partes baixas do terreno. Em certos lugares,a terra, de to molhada, tinha virado lama. s vezes, osps apenas escorregavam nela, s vezes, mais do queescorregar, os p se atolavam na lama at acima dostornozelos. Era to difcil andar. Pedro e Antnioestavam a transportar numa caminhada, cestos cheiosde cacau, para o sitio onde deveriam secar.Em certa altura perceberam que a camioneta noatravessaria o atoleiro que tinham pela frente. Pararam,desceram da caminhoneta, olharam o atoleiro que eraum problema para eles. Atravessaram a p uns doismetros de lama, defendido pelas suas botas de canolongo. Sentiram a espessura do lamaal. Pensaram.Discutiram como resolver o problema. Depois, com ajudade algumas pedras e de galhos secos de arvores, deramao terreno a consistncia mnima para que as rodas dacamioneta passassem sem atolar.Pedro e Antonio estudaram. Procuraram compreender oproblema que tinham de resolver e, em seguida,encontraram uma resposta precisa. No se estudaapenas na escola. Pedro e Antonio estudaram enquantotrabalharam. Estudar assumir uma atitude sria ecuriosa diante de um problema.Paulo Freire 8. RESUMOO desenvolvimento das estratgias do programa Escolar Ativa primordial para queo ensino a partir de classes multisseriadas se d com mais qualidade, valendo aressalva de que este considerado um ensino de baixa qualidade. Esta intervenotem como objetivo debater as contribuies do programa em estudo para com asclasses multisserie na zona rural e observar se os planejamentos estocoerentemente elaborados de acordo com as necessidades dos nveis deaprendizagem que compe a turma. A metodologia utilizada foi de carterbibliogrfico e de campo, onde foi diagnosticada a necessidade de se adequar osplanejamentos para cada ano escolar a fim de atender as necessidades viajantes e,dessa forma melhorar as qualidades debatidas passam ser supridas ou amenizadas.Vale ainda ressaltar que o desenvolvimento deste se baseia atravs dos estudos deCastedo (2012), Freire (1979), Nolasco (2003), Piletti (1989), Vygostsky (2006),Wallon (1995), Perrenoud (1997), entre outros.Palavras Chave: Escola Ativa. Estratgias. Planejamento adequado. Qualidade.Classes multisseriadas. 9. RESUMENEl desarollo de ls estratgias del programa Escuela Activa es primordial para que laenseanza a partir de clases de varias series se produzca com ms calidad,valiendo la resalta de que este es considerado uma enseanza de baja calidad. Estaintervencin tiene como objetivo discutir las contribuiones del programa, em estdiopara las zona rural y observar se las planejamientos estn coherentementeelaborado de acuerdo com las necesidades de los niveles de aprendizaje quecompone la clase. La metodologia utilizada fue de carcter bibliogrfico y de campo,donde fue diagnosticado la necesidades vigentes y, as mejurar la calidad de laenseanza, estudiando donde ls dificuldades discutidas puedan ser suplidas odisminuidas.Tambin vale la pena mencionar que el desarollo d este trabajo sebasa em ls estdios de Castedo (2012), Freire (1979), Nolasco (2003), Piletti(1989), Vygostsky (2006), Wallon (1995), Perrenoud (1997), entre otros.Palabras Claves: Escuela Activa. Estrategias. Planeanientos adecuados. Clases devrias series. 10. SUMRIO1 INTRODUO........................................................................................... 102 CONTEXTO HISTRICO DA EDUCAO DO CAMPO.........................132.1 ESCOLA ATIVA: ESTRATGIA DE ENSINO EM UMA REALIDADEESPECIFICA.............................................................................................. 152.2 A FORMAO DOCENTE E SUA PRTICA PEDAGGICA................... 172.3 TEORIA E PRATICA: METODOLOGIAS ADEQUADAS ASREALIDADES DOS DISCENTES.............................................................. 193 PLANEJAMENTOS DE ENSINO XREALIDADESDEAPRENDIZAGEM...................................................................................... 233.1 UM NOVO OLHAR SOBRE OS NVEIS DE APRENDIZAGEM................ 243.2 RESULTADOS DE APRENDIZAGEM, UMA REALIDADE COERENTEDOS ALUNOS PROVENIENTES DA ESCOLA ATIVA............................. 264 INTERVENO SOCIOESCOLAR........................................................... 294.1 CARACTERSTICAS REAIS DA INSTITUIO........................................294.2 PROBLEMATIZANDO O OBJETO DE ESTUDO..................................... 324.3 INTERVENO E AES INOVADORAS............................................... 375 CONSIDERAES FINAIS......................................................................41 REFERNCIAS........................................................................................44 ANEXOS.................................................................................................. 46 11. 101 INTRODUOA Escola Ativa um programa de Ministrio da Educao proposto escolado campo, onde predominam as classes multisseriadas, com a tarefa de levar aaprendizagem, a socializao e o saber as crianas e jovens do campo.Quando se observa dados da educao do campo de um modo geral,identificam-se desigualdades histricas no que se refere educao com direito detodos, especialmente no tocante a distoro idade/ano escolar e a formao dasturmas que em sua maioria composta por mais de um nvel de ensino, ou seja, somultisseriadas, valendo a ressalva de que 71,5% destes alunos encontram-sematriculados nos anos inicias do ensino fundamental.Historicamente, a educao do campo ocorre em grande parte, de maneiraprecria, deixando de cumprir os objetivos que so estabelecidos para odesenvolvimento de competncias e habilidades das crianas por etapa de ensino.Diante disso, os sistemas de ensino comearam a olhar o campo com umaviso diferenciada, tendo como misso elaborar propostas metodolgicas que visemcombater a reprovao e a evaso escolar nas turmas multisseriadas do ambientedo campo, da surge o projeto (atualmente programa) Escola Ativa.A escolha da temtica parte da experincia vivenciada pelo pesquisador, estepor sue vez associou o tema com o campo de atuao pedaggica que desenvolvedesde o ano de 2009.A educao do campo e as classes multisseriadas eram consideradas comoum ensino precrio e condenado a evaso, fator esse que decorrente do forteprocesso de urbanizao. A partir da, surge a estratgia metodolgica escola ativaque vem melhorar a qualidade do ensino oferecido aos estudantes do campo.Nessa linha de pensamento, cabe a ressalva de que este trabalho servircomo um suporte terico e prtico, pois ser atravs de seu desenvolvimento, queos princpios e mtodos estudados tero sua veracidade questionada e avaliada,sendo uma importante contribuio para que a relao entre teoria e a prticadesenvolvida sejam revistas, promovendo o bem comum de uma maneira eficaz eprazerosa.Nesse sentido, a interveno tem o intuito de debater as estratgias deprograma escola ativa para que o processo de ensino em classes multisseriadas docampo seja melhorado, observando se as propostas esto adequadas ao 12. 11multisseriado, como as estratgias esto sendo aplicadas e ainda, se a mesma estfavorecendo o cumprimento dos objetivos traados.A interveno se d em dois momentos de pesquisa, sendo que o primeiro foide carter bibliogrfico, abrangendo pensamentos, citaes e discusses sobre atemtica at ento questionada. J o segundo momento refere-se pesquisa decampo, atravs das atividades vivenciadas nas Escolas Municipais Prof MariaHelena Rebouas Marques e Idelzuite Fernandes, sendo que a primeira est situadana comunidade praia de Gado Bravo e a ultima localiza-se no Sitio Gangorra, estaslocalidades so zonas rurais do municpio de Tibau, RN. As escolas citadas somultisseriadas e trabalham de acordo com o programa Escola Ativa. Ambas asunidades de ensino esto vinculadas ao Centro Municipal de Ensino RuralProfessora Aldenora Barbosa Rebouas que tem a funo de administr-las eacompanhar o andamento da metodologia e da aprendizagem do alunado. Apesquisa est fundamentada nos estudos de Castedo, Freire, Nolasco, Piletti,Vygostsky, Wallon, entre outros, servindo de alicerce para a ao interventiva paraas escolas do campo de Tibau, esta visa aprimorar a qualidade do ensino oferecidonessa instituio.O atual momento desafia-nos a reconhecer o campo enquanto fonte de suasreflexes e superar toda essa viso retrgrada do campo, sendo ainda que o maiorproblema dentro da educao vigente a forma de se trabalhar com a multisseriadoa medida que nenhuma das sries envolvidas sejam prejudicadas, tendo apenasque seguir os elementos que o programa prope, e a sem, o professor poderobservar a veracidade dos resultados obtidos com o desenvolvimento dametodologia.Sendo assim, o trabalho de interveno socioescolar est dividido emcaptulos que contemplam informaes sequenciadas a respeito da que se vemdebatendo.O segundo captulo faz um cotextualizao histrica da educao no campode modo geral e do programa escola ativa, onde ressalva a metodologia comoestratgia em uma realidade especfica, o que de fato se pode afirmar, pois suasatividades so dirigidas de acordo com a realidade dos alunos do campo. Aindaneste capitulo so discutidas questes referentes formao docente e sua praticade ensino e sobre a teoria e pratica, onde questiona se a metodologia adequada arealidade dos discentes. 13. 12 O terceiro captulo traz uma abordagem sobre o planejamento de ensino e arealidade de aprendizagem, enfocando novos olhares sobre os nveis deaprendizagem e fazendo uma breve explanao a respeito dos resultados deaprendizagem, pois so realidades coerentes dos alunos provenientes da EscolaAtiva. J quarto captulo refere-se a ao interventiva, traz um respaldo dascaractersticas gerais das instituies campo de observao e ao. O resultado dacoleta dos dados que serviram para que a problemtica fosse diagnosticada, comotambm o relato crtico reflexivo do microcentro realizado com os profissionais doCentro Municipal do Ensino Rural. Vale considerar ainda que se referindo a educao no campo, o ensino deveest voltado para com a realidade vivenciada, ou seja, a educao escolar devetrabalhar com contedos que enriqueam os seres humanos para que a partir da,os mesmos, possam fazer parte e interagir por meio das discusses de convviosocial do individuo. Da observao realizada, se diagnostica que a dificuldade que permeia otrabalho do professor de classes multisseriadas trabalhar de forma adequada comos nveis de aprendizagem que compe a turma, fazendo com que os alunos noconstruam os conhecimentos de cada etapa do ciclo de aprendizagem e desta formao ensino passa a ser desacreditado, ento a entra a escola ativa com forma deinovar e facilitando processo de ensino atravs de mtodos construtivistas ematrias que venham fortalecer a aprendizagem. Em relao interveno espera-se que os professores observados estejamabertos a mudanas, fato esse que j permitir obter bons resultados com esta,ao, alm do enriquecimento terico e pratico que esta vem proporcionar aopesquisador, as unidades escolares observadas e por fim, para a prpria pedagogia,trazendo medidas que solucionem aquilo que dificulta o trabalho educativo e si. 14. 132 CONTEXTO HISTRICO DA EDUCAO NO CAMPONo decorrer dos tempos a educao no campo era to esquecida por portadas gestes ou poltica pblicas educacionais sendo que a mesma sequer foimencionada nos textos constitucionais at 1891, fatos esses fizeram com que aeducao em questo fosse considerada como uma herana de precariedade noque se refere a educao que era oferecida aos povos do meio rural, destacando oselementos humanos para o funcionamento do trabalho pedaggico, a infraestruturae os aspectos fsicos que apresentavam ou at se apresentam ainda, de uma formano adaptada realidade pertinente as escolas e a formao inicial e continuadados profissionais envolvidos no processo que seja adequada com prtica docenteque se faz necessrio no campo de estudo.De inicio, o ensino campo foi proporcionado de uma maneira excludente queainda reflete em alguns aspectos nos dias atuais, pois ao ser implantado, o mesmo,tinha o intuito de atender as elites, sendo que era inacessvel para boa parte dapopulao, ou seja, mulheres, agricultores, negros, indgenas no deveriamaprender a ler, pois o pensamento era que os mesmos no necessitavamdesenvolver as habilidades de leitura, escrita e matemtica devido trabalharem noque se refere ao pesado.Em meados dos anos de 1950 surge um discurso urbanizado onde asociedade rural estava devidamente propicia ao desaparecimento por acreditaremque o processo de industrializao em andamento no Brasil faria com que o espaocampons deixasse de ser habitado com relacionou Moreira apud, Abro (1989). Ocampo uma diviso scio cultural a ser superada e no mantida. Desde a, com ogolpe de 1964, onde a educao e os movimentos sindicais passaram a sercensurados e quem se manifestasse terminaria preso ou tendo que ficar exilado, aelite brasileira almejava que o pais se tornasse uma potncia no cenrio nacional e,ao mesmo tempo existia algo que a desafiava e impedia que o Brasil se destacasseno cenrio j citado, o analfabetismo, da foram elaborados projetos e campanhaspara que a demanda fosse amenizada e que com isso a nao entrasse no rumo dodesenvolvimento.A partir da dcada de 1990 o processo de educao na zona rural passa adar sinais de mudanas pois os movimentos sociais pressionavam o governo com oobjetivo de universalizar o ensino no que diz respeito a elaborao de propostas 15. 14didtico pedaggicas que fossem de encontro coma realidade vivenciada no campo,porm foram mudanas que passaram a ser contnuas num processo no to rpidomas que j se entrava no caminho adequado.O forte processo de urbanizao das cidades onde a maior parte das famliasmigrou para a zona urbana em buscar de melhores condies de vida proporcionouuma drstica reduo do nmero de criana a ser matriculadas na escola do campo,o que implicou em mais um fato to criticado e vtima de preconceito chamado deturmas multisseriadas ou unidocentes onde mais de um nvel escolar encontra-seestudando na mesma sala com um nico professor, sendo que a precariedade daeducao oferecida aos povos dos campo se acentuam nestas turmas.De acordo com o Censo Escolar de 2006 existem cerca de 50 milestabelecimentos educacionais onde predominam esta organizao das turmas,antes desta estatstica pde se notar com eficcia, porm no se realizou necessriopois acreditavam que com o passar dos tempos, as mesmas viriam a desaparecercomo um fato natural, como o que se esperava no ocorreu, muito antes se deraminicio estudos que construssem uma proposta que visasse a melhoria daqualidade do ensino no campo em especial aquele que se desenvolve a partir declasses multisseriadas onde o principal objetivo foi de acabar com a reprovao eevaso escolar nas turmas aqui debatidas e estudadas, da surgiu a ento propostametodolgica escola ativa que viera reconstruir o ensino em questo.Diante disso, o campo deixaria de ser observado como espao de excluso esim campo de reflexo quanto ao espao regional e os demais aspectos a serexplorado no meio convvio rural.Nesse sentido, as Diretrizes Operacionais para educao do campo (2004, p.32) afirma que, O campo hoje no sinnimo de agricultura ou de pecuria. H traos do mundo urbano que passam a ser incorporados no modo de vida rural (assim como h traos do mundo campons que resgatam valores sufocados pelo tipo de urbanizao vigente). Assim pendo, a inteligncia sobre o campo e tambm a inteligncia sobre o modo de produzir as condies de existncia em nosso pas.Desta forma, fica ntido que mesmo com realidades e costumes diferenciados,ambas as culturas sofrem influencias recproca uma da outra. 16. 152.1 ESCOLA ATIVA: Estratgia de ensino em uma realidade especificaDiante do que foi relatado, as classes multisseriadas foram durante muitotempo alvo de crticas perante as dificuldades existentes na realizao de umtrabalho pedaggico eficaz que se aplique a esta realidade de ensino de um modoque nenhum dos nveis que formam a turma venha a ser prejudicada.Durante anos essa problemtica foi pauta de estudos aqui no Brasil ondeforam sucessivas tentativas sem sucesso at que em meados do ms de maio doano de 1996, um grupo de tcnicos da Direo/Coordenao de Projeto Nordeste(Projeto Educao Bsica para o Nordeste) este vinculado ao Ministrio daEducao, e tcnicos dos estados do Maranho e Minas Gerais foram convidadospelo Banco Mundial participarem na Colmbia de um encontro de capacitaosobre a estratgia Escuela Nueva Escuela Activa, esta elaborada a discutida poruma equipe de profissionais colombianos que h muito tempo desenvolviam suadocncia a partir de turmas multisseriadas daquela nao.A partir desse momento surge a ideia de implantar a estratgia a fim deauxiliar o trabalho docente nas classes multisseriadas brasileiras. J em agosto domesmo ano Direo Nacional do Projeto Nordeste reuniu em Braslia todos ossecretrios de educao e diretores de ensino dos estados do nordeste, a fim departiciparem de um seminrio ministrado por um representante da FUNDACIONVOLVAMOS A LA GENTE, que foi responsvel pela implantao e consolidao daestratgia na Colmbia, invento esse que tinha como propsito apresentar as ideiasda proposta e decidirem sobre a adoo, logo aps o seminrio, os estados daBahia, Pernambuco, Paraba, Rio Grande do Norte, Cear, Maranho, Piau foramde encontro com o que tinha sido proposto e diante mo decidiram pela adoo,sendo que em Outubro do corrente ano, tcnicos destes estados passaram porformaes na Colmbia, desde ento, a estratgia passou a se chamar Escola Ativa,porm sua implantao ocorreu no ano de 1997 com orientaes e auxilio financeirodo projeto Nordeste, onde seu principal objetivo aumentar ou qualificar o nvel deaprendizagem dos discentes, diminuir a reprovao e evaso e escolar no que sediz respeito as classes multisseriadas e elevar o nmero de concluintes de parte doEnsino Fundamental, isto , o ensino fundamental anos iniciais do 1 ao 5 ano. Em1998, com a rpida repercusso dos bons resultados da estratgia nos estados quej haviam implantado e Sergipe e Alagoas tambm decidiram pela adoo. 17. 16O programa Escola Ativa alm de promover recursos e meios que facilitem odesenvolvimento educacional das escolas do campo, tem a funo de desenvolvermomentos de reflexo ao acerca da prtica que os educadores realizam servindode momentos que propiciam troca de experincias vivenciadas e estas podem edever ser fundamentadas de acordo com princpios tericos que a pedagogia debatecotidianamente. Sobre essa passagem, as Orientaes Pedaggicas para Formaode Profissionais do Programa Escola Ativa (p.24) observam que , Importante destacar a necessidade da formao continuada do professor para atuar nas classes multisseriadas. Esta deve contar, ainda, com a participao da comunidade, para um melhor desenvolvimento do ensino aprendizagem. Estas contribuies devem ser frequentes, auxiliando a ao pedaggica do professor com estratgias e vivencias que favoream a aprendizagem, as atividades e decises escolares. Nesse sentido, a adequao do ambiente escolar deve ser feita de forma propicia ao desenvolvimento das atividades, melhoria da autoestima do aluno e a participao da comunidade na preservao da escola, no perdendo a identidade do campo, sua cultura, mas compreendendo-a e valorizando-a.Diante disso, pode-se resaltar que trabalhar com uma classe multisseriadaexige do profissional uma atuao coerente que v de encontro com uma formaoinicial e continua que vise qualificar a docncia desenvolvida neste meio que trata-sede um realidade especifica.Voltando ao percurso histrico do programa, no ano de 1999, o projetoNordeste encerrou suas atividades dando lugar a um novo momento, a criao doprograma FUNDESCOLA (Programa Fundo de Fortalecimento da Escola), o que noimplicou nas aes de implementao da estratgia, uma vez que esta j seconsolidava nos estados, em especial, nos da regio Nordeste, a Escola Ativa,ento, passou a fazer das aes do novo programa de fortalecimento da escola.Partindo disso, para melhor entendimento, o processo de implantao daEscola Ativa se d que em quatro (4) fases que representam o processo percorridodesde sua implantao. A primeira corresponde ao momento da implantao etestagem, que alm de servir de momento de implantao foi neste que houveacompanhamento para que a efetividade da estratgia fosse avaliada. O ProjetoNordeste planejou aes que nesta estavam induzas a elaborao dos guias deaprendizagem e a contratao de coordenadores/supervisores pedaggicos pararealizar os monitoramentos nas escolas. 18. 17J em sua segunda fase, foi onde ocorreu a elevao do numero de escolas aadotarem a metodologia, mas sem que qualidade sasse do foco. Na terceira fasehouve o reconhecimento da eficcia da estratgia pelos estados e municpios o queresultou na criao de redes de formadores da estratgia dando aos municpios odireito de participarem das aes de formao e monitoramento de modo quefavorea a aes de monitoramentos que so desenvolvidas nas escolas do campo,dando mais autonomia aos estados e cidades nas aes e formaes dosprofissionais de sua competncia.A quarta fase encontra-se em dois momentos, onde o primeiro foi a fase deexpanso II onde que foram incorporados aos municpios autnomos asresponsabilidades de capacitar os docentes o profissionais e equipar a escola deestrutura e de kit pedaggicos (globo, mapas, etc.) cabendo ao FUNDESCOLA adistribuio dos recursos instrucionais para formao de educadores, e de Guias deAprendizagem (livros didticos elaborados de acordo com a realidade das classesmultisseriadas) que so necessrios a implantao. O segundo momento marcadocomo a fase de disseminao e monitoramento onde se refletiu a grande rede deresponsveis pela sua implementao junto a gestores, tcnicos, educadores,alunos e pais que se apoiam e buscam a preservao do campo e a melhoria daqualidade do ensino em questo. Esse momento foi distinto e em 2007 o ProgramaEscola Ativa novamente passou por adaptaes com sua transferncia para aSecretaria de Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade, sendo gerida pelacoordenao geral de educao do campo como parte das aes dos MEC, o quedesafiou o programa o reconhecer o campo enquanto espao de suas reflexes.Contudo, os povos camponeses almejam boas escolas para seus filhos, ondeno sejam ensinados apenas contedos e sim, princpios que norteiem o respeito eo reconhecimento das vrias das formas de existncias, de manifestaes erelaes sociais e com o ambiente natural.2.2 A FORMAO DOCENTE DE SUA PRTICA DE ENSINOA formao de professores s tem hipteses de ser tornar uma fora demudana da escola se adquirir maior autonomia em relao ao sistema(PERRENOUD, 1997, p. 97). Nesse sentido, a formao de um educador se faznecessrio est adaptada realidade que se vivencia no campo, proporcionando 19. 18oportunidade de mudanas perante a prtica de ensino a ser desenvolvido nestemeio.Como j foi relatado, no campo predominam as classes multisseriadas e,estas por sua vez so consideradas um ensino precrio assim como a formao deboa parte de seus professores, diante disso, o programa escola ativa prope emseuspressupostos que este profissional deva estar aperfeioando seusconhecimentos, o que consequentemente implicar numa melhor pratica de ensino,fazendo com que o educador tenha autonomia para mediar o processo deaprendizagem mediante a realidade do aluno e do ambiente em que esteja inserido.As reflexes acerca da autonomia a ser adquiridas pelo professor atravs desua formao contribuem para que se analise o papel que os sistemas de ensinotem desempenhado na relao com os professores das escolas do campo que seapresentam, em muitos casos, fechados a novas ideias e estratgias a seremdesenvolvidas, salientando que essa formao vai alm da escola, possibilitando acompreenso das peculiaridades e necessidades.Partindo deste pensamento, fica bvio que o trabalho acerca de turmasmultisseriadas requer do professor uma formao e um perfil diferenciado, poisatender um grupo de 15 ou 20 alunos com idades, interesses, nveis de maturidadee conhecimento diferentes no tarefa simples, pelo contrrio exige do professor,alm de uma grande dose de boa vontade e dedicao, o conhecimento tcnicopedaggico necessrio execuo do seu trabalho, a adaptao e o entrosamentocom a comunidade onde a escola est inserida e muita criatividade para desenvolverum plano de ensino de qualidade.No entanto segundo Piaget, numa classe multisseriada o conhecimento se datravs de aes de interaes entre os educandos e professor. Este ltimo deveconter uma formao e um perfil onde deve ter habilidade suficiente para criar umambiente e uma atmosfera de trabalho, no qual as crianas sejam ativas, quetenham capacidade de iniciar e finalizar suas atividades num clima de interao eajude mtua e com materiais ao seu alcance; entender que aprendizagem umprocesso caracterizado pelas aes de uns sobre os outros, pelas diferenteslinguagens utilizadas pelos valores e regras de grupo.Desta maneira, alm de uma formao inicial, fazem-se necessrios estudoscontnuos especialmente que sejam relacionados com o campo de estudo ou devivncia para que o professor possa realizar um trabalho multi e interdisciplinar, de 20. 19acordo com as possibilidades e capacidades de carncias de toda ordem,destacando que o campo atualmente situa-se como espao de reflexo, fator esteque deve este incluso no currculo do profissional da educao vigente.Aformaocontinuada dosprofessoresde Escola Ativa deresponsabilidade das trs camadas governamentais, ou seja, cabe a UnioFederativa, aos Estados e aos municpios, o desenvolvimento e avaliao doprograma e da formao proporcionada aos professores. O projeto base (2008, p.35) afirma que:A formao continua dos educadores ser de responsabilidadescompartilhadas entre os sistemas pblicos de ensino, com as atribuiesdefinidas da forma como se segue. Caber a Unio articular atravs daRede de Diversidade o conjunto Universidades que desenvolvemprogramas de formao de educadores para as escolas do campo,financiando cursos de aperfeioamento de no mnimo 180 horas para nomnimo dois tcnicos municipais e coordenadores das secretariasestaduais. ainda de responsabilidade da Unio construir um sistemanacional de monitoramento do Programa Escola Ativa com o objetivo deobter dados para avaliao de resultados redimensionamento das metas erealizao das mudanas necessrias na estrutura e na propostaspedaggica. Aos estados cabe coordenar a articulao entre asuniversidades e municpios para o planejamento conjunto e monitorar aformao realizada pelas universidades designadas pelo Governo Federal.O municpio, por sua vez dever organizar e manter os microcentros,garantindo a formao continuada dos educadores, garantir o deslocamentoe presena dos formadores nas atividades de formao e criar formas deacompanhamento, monitoramento e avaliao do Programa no mbito local.Nesse contexto, a unio designar universidades para que capacitem oscoordenadores estaduais e municipais, aos estados cabem articular aes entreuniversidades e municpios e este ltimo, em como responsabilidade promover arealizao de microcentros que fazem parte das estratgias da Escola Ativa que visaproporcionar trocas de experincias, oportunidades para que os educadores possamse organizar e construir novos conhecimentos, bem como refletirem sobre asdificuldades existentes no tocante ao ensino aprendizagem, sendo um espao parateorizao, avaliao do que se est desenvolvendo e a autoavaliao por parte dodocente.2.3 TEORIA E PRTICA: Metodologias adequadas realidade dos discentesO trabalho com ensino multisseriado, em especial na zona rural deve sertrabalhado de uma maneira diferenciada da dita educao seriada ou regular. 21. 20Exigem-se prticas que venham a atender toda a demanda e que estas sejamdesenvolvidas de acordo com a realidade dos educandos. Nesse sentido, o Programa Escola Ativa, ao procurar resposta para essasquestes, elaborou uma proposta voltada para o trabalho em classe multisserie, poiscombina uma srie de elementos e instrumentos de carter pedaggico, social e quetambm cabe gesto escolar. De acordo com o caderno Orientaes Pedaggicaspara Formao de Profissionais do Programa Escola Ativa (2008, p.33), a estratgiareflete que para se obter mudanas no ensino, auxiliar a pratica dos professores eacompanhar a aprendizagem dos alunos, faz-se necessrio levar em consideraoque:O estudante sujeito histricoO professor e o estudante so protagonistas do processo de ensino eaprendizagem, sendo que o papel do professor o d planejar e coordenar omesmo, introduzir novos conhecimentos, diversificar os possibilidades deacesso;A realidade do estudante o ponto de partido e o ponto de chegadado processo de ensino aprendizagem;A aprendizagem supe o estudo da realidade e de conceitos, paramelhor analis-la, e a proposio de aes para transform-la. Esteprocesso, proposto para entender e tornar viva a relao com oconhecimento, a parti da problematizao da vida social, passa por suainterpretao segundo os conhecimentos tericos e posterior interveno;A aprendizagem deve estar relacionada com a vida social em todosos seus nveis de organizao, atravs do trabalho cooperativo, dentro efora do espao escolar;A escola o espao de encontro entre os concito ligado ao sensocomum, aos saberes individuais e comunitrios e os conceitos cientficos(saber sistematizado, conhecimento socialmente produzido pelahumanidade.)A escola est inserida em um contexto social, poltico, econmico ecultural e faz parte de sua tarefa pensar sua importncia na preparaopara o trabalho e na forma do ser humano;O professor no deve atuar solitariamente. Nesse contexto, primeiro deve-se diagnosticar a necessidade do aluno e,buscar forma de atuao conjunta, seja por intermdio de recursos, participao dafamlia ou da comunidade, ou seja, seu objetivo propor condies para odesenvolvimento de uma aprendizagem voltada para compreenso da realidadesocial na qual a criana esteja inserida, sempre buscando incentivar vivncias quepropiciam alm da aprendizagem, sentimentos de companheirismo, colaborao,solidariedade e participao nas atividades do meio social, especialmente aparticipao constante na gesto escolar pelos alunos, pais, professores ecomunidade. 22. 21A escola ativa busca auxiliar o trabalho do professor em sala de aula e paraisto, desenvolvem-se estratgias que sendo relacionadas, tendem a enriquecer aproposta curricular.As estratgias so:I Caderno de Ensino AprendizagemEstes so livros especficos por reas de estudo (lngua portuguesa,matemtica, histria, geografia, cincias e alfabetizao e letramento), elaboradospara a utilizao em classes multisseriadas, o mesmo, introduz o conhecimento apartir dos conhecimentos prvios dos alunos e dos assuntos que foram trabalhadosnas unidades anteriores, por isso devem seguir a sequncia.O recurso aqui discutido no implica na substituio do livro didtico, pelocontrrio, o mesmo deixa espao aberto para que o educador amplie o contedo afim de atender as necessidades de seu alunado.II Espao Interdisciplinar de PesquisaNesta estratgia, so criados espaos que disponham de livros para pesquisae recursos ldicos que o programa disponibiliza para tornar a aula mais rica. Sugere-se que estes espaos sejam interdisciplinares, mas em sua maioria so divididos emcantinhos por rea de estudo o que no justifica afirmar que no seja interdisciplinar,pois ao fazer uma pesquisa ou desenvolver um jogo de histria e geografia, almdos conhecimentos dessas reas, so desenvolvidas prticas de leitura e oraciocnio lgico que compete a outras reas de trabalho.O docente pode atravs dessa estratgia, buscar conexes entre a histrialocal e geral, percorrendo espaos tericos e vivenciais, valendo a ressalva que nocampo em que a criana poder vivenciar e situar-se como ser agente transformadordo ambiente em que vive.III Colegiado EstudantilO colegiado estudantil o coletivo de representantes dos comits, propostopela Escola Ativa, a fim de favorecer a gesto democrtica no campo, estimulando aauto-organizao dos alunos frente as tomadas de decises, o comando deexecuo das tarefas, bem como a coordenao das assembleias.O desenvolvimento desta estratgia, alm de proporcionar uma maiororganicidade, contribui para que os educandos observem e compreendam oscompromissos da escola e do indivduo para com a sociedade.IV Escola e Comunidade 23. 22As instituies, como parte do ambiente em que se insere, deve reforar suainsero na medida em que se desenvolvam atividades relacionadas ao dia-a-dia dacomunidade, fazendo estudo de seus problemas buscando formas de solucion-los,trabalhando obviamente, com base na interdisciplinaridade a ser praticada nocotidiano escolar, onde promovam a participao da localidade para debatersugestes acerca das dificuldades, sejam elas econmicas, educacionais, entreoutros.O desenvolvimento das estratgias aqui descritas leva-nos a observar que seabrindo cominhos para construo de uma concepo do ensino aprendizagemcapaz de superar a classificao em sries, onde os anos iniciais do EnsinoFundamental tornam-se uma etapa menos fragmentada favorecendo uma atuaointegral e multidisciplinar, onde a infncia passa a ser compreendida como diferentesestgios de desenvolvimento e no como sries.O programa no vai solucionar imediatamente todos os desafios nas classesmultisseriadas no campo, sobre isto, recorre-se novamente ao Caderno OrientaesPedaggicas para Formao dos Profissionais do Programa Escola Ativa (2008,p.36) onde se esclarece de forma ntida que, As classes multisseriadas precisam ser consideradas como uma alternativa para oferecer uma educao de qualidade no e do campo. O programa no pretende esgotar ou solucionar todos os desafios colocados para o professor de classes multisseriadas, mas abrir possibilidades de atuao e desafi-lo a seguir formulando com seus pares e com os sujeitos do campo.Ou seja, a estratgia apresenta formas adequadas para que o professor, apartir de sua prtica venha a superar os desafios existentes no caminho.Dessa forma, a metodologia proposta pelo programa em estudo baseia-se narealidade dos alunos e da comunidade a qual faz parte. 24. 233 PLANEJAMENTO DE ENSINO X REALIDADES DE APREDIZAGEMA necessidade de planejar se faz necessrio em todos os setores da atividadehumana, pois transformar sonhos em realidade concreta uma preocupao dequalquer pessoa.Segundo Freire (1979) estudar assumir uma atitude seria e curiosa de umproblema, isto , estudar planejar e, diante de um problema procurar refletir paraquais alternativas de ao possam vir a ser realizadas.O ato de planejar no surgiu de agora, porm atualmente tomou uma maiordimenso por causa da complexidade, dos problemas, pois quanto mais complexosse tornarem os problemas mais necessria se faz a prtica de planejamento.No planejamento espera-se responder s seguintes questes: O que pretendo alcanar? Em quanto tempo pretendo alcanar? Como alcanar o que pretendo? O que fazer e como fazer? Quais os recursos necessrios? Como verificar se o que se objetivo foi alcanado?Acerca do planejamento de ensino, importante ressaltar que, O planejamento de ensino a especificao do planejamento de currculo. Consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor far na sala de aula, para conduzir os alunos a alcanar os objetivos educacionais propostos (PILETTI, 1989, p.62).Nesse sentido, atravs do ato de planejar que o professor vai especificarsua docncia de acordo com a necessidade de sua classe, o que nos remete arealidade do educador de classes multisseriadas, este por sua vez, alm de adequarseu trabalho ao nvel de aprendizagem da turma, tem a tarefa de estabelecerobjetivos diferentes a fim de atender a todos os anos escolares que a compe, tendoainda, que promover momentos de interao entre os diferentes nveis, para queambas troquem conversas e prticas que favoream uma aprendizagem cada vezmais slida.Para se realizar um planejamento de forma adequada preciso saber, antesde tudo, com quem se ir trabalhar, s desta maneira, que se poder elaborarobjetivos que atendam a necessidade dos alunos. Neste caso, a escola se aproxima 25. 24do saber cotidiano, ou seja, da realidade vivenciada pela criana, relacionada aotrabalho e educao familiar de campo e de cidade. Valendo a ressalva de queestes saberes implicam na forma de comportamento das pessoas, no entanto, ameta que esse saber popular se torne situaes de estudo e problematizao,tecendo ligaes entre a realidade e o conhecimento cientfico, da surge aressignificao da criana. Introduzir novos conceitos far com que o aluno possapensar e transformar sua realidade.Diagnostica-se que o planejamento de acordo com a vivncia do alunorelacionado com as estratgias da escola ativa, entre elas, o colegiado e escola ecomunidade fazem com que as crianas desenvolvam noes ou conhecimentosdiferenciados dos que se trabalham nas escolas ditas, regulares, promovendosentimentos e atitudes de companheirismo, aprendizagem coletiva, democracia eigualdade.3.1 UM NOVO OLHAR SOBRE OS NVEIS DE APRENDIZAGEMA aprendizagem do aluno com o passar dos tempos deixou de estar ligadainteiramente a uma viso reducionista em que ensino aprendizagem centrava-seapenas na absoro de conhecimentos tericos ou didticos.A aprendizagem e o desenvolvimento da criana parte sempre deobservaes ou fatos prticos, acerca disso, pode-se afirmar que,A aprendizagem parte sempre de uma situao completa, inicialmente aviso do problema ou da situao e sincrtica, ou seja, geral, difusa,indefinida. Em seguida, atravs da anlise, das consideraes dos diversoselementos integrantes, chega-se a uma viso total do problema ou dasituao. O terceiro passo a sntese. Atravs da sntese integram-se oselementos mais significativos e essenciais (PILETTI, 1989, p.34).Dessa forma, o conhecimento passa a ser construdo medida que a crianaatribui um significado, mesmo que seja simples, mas isso implicar numaaprendizagem da qual no passar despercebida pela mesma.O processo de ensino aprendizagem deve ser desenvolvido de uma maneiraque os alunos possam por em prtica suas habilidades de compreenso, aplicao emodos de solucionar problemas, buscando um pleno desenvolvimento no que serefere aos nveis cognitivos, afetivos e psquicos. 26. 25Na escola ativa, alm de se trabalhar as questes cognitivas e psquicas, oprograma prope uma prtica diferenciada que envolve o aspecto afetivo da criana medida, que, so desenvolvidas atividades em grupos de estudos em que o alunoauxilia o colega em dificuldade. Valendo a ressalva de que so em momentos decompanheirismo e amizade, fazendo com que ocorra maior aceitao, identificaoe sensibilizao das crianas para com a proposta de se trabalhar com omultisseriado.Com base nisso, a proposta metodolgica escola ativa destaca que o ensinodireto de conceitos no tem bom aproveitamento, sendo que sua tarefa defavorecer processo de humanizao, os conceitos cientficos devem ser adaptadosao nvel da criana atravs de atividades adequadas. Vale destacar que, A aprendizagem pedaggica mostra que o ensino direto de conceitos impossvel e pedagogicamente improdutivo. O professor que tenta usar essa abordagem no alcana mais do que um aprendizado estpido de palavras, um verbalismo vazio que estimula ou imita a presena de conceitos na criana. Nessas condies, a criana aprende no o conceito, mas a palavra, que ela capta pela memria, no pelo pensamento. Esse conhecimento revela inadequado em qualquer aplicao significativa (VYGOTSKY, 2006, p.120).Nesse contexto, faz-se necessrio a elaborao de atividades que estejam deacordo com a demanda dos nveis de aprendizagem, respeitando suas etapas paraque se alcance o objetivo.Diante de qualquer classe, seja multisseriada ou no, os nveis deaprendizado so bastante variados e perante uma turma multisseriada o professorsente a necessidade de um planejamento voltado para cada nvel, observando o seudesenvolvimento e se necessrio, replanej-lo, pois nem sempre os alunos do 1ano, por exemplo, acompanharo com xito, as atividades que tambm so dirigidasao 2 ou 3 ano. Nesse pensamento, importante frisar que, O professor deve organizar vrios planejamentos ao mesmo tempo, por mais que eles tenham partes semelhantes. Se a sala tem alunos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental, preciso ter dois planos: um para os menores e para os intermedirios e outro especifico para os maiores. Deve-se pensar que a atividade que um grupo est fazendo tem de durar exatamente o tempo necessrio para ensinar e atender o outro. Para dar conta de necessidade de aprendizagem to diferente, o apoio de um coordenador pedaggico fundamental (CASTEDO, 2012, p.52).E afirmar ainda que, 27. 26 preciso intercalar momentos em conjuntos com atividades em pequenos grupos. O contedo determina as formas de trabalho. O importante dar ateno aos conceitos importantes de cada srie, que precisam ser ensinadas (idem ibidem, p. 52).Dessa forma, reflete-se que os nveis e contedos devem ser respeitados,porm faz-se preciso atividades a serem desenvolvidas em grupos para que hajaaprendizagem por intermdio da convivncia com os colegas e, como a prpriaautora afirmou, o contedo quem vai definir a forma de se trabalhar, observandoas fases e nveis de desenvolvimento da aprendizagem do educandos.3.2 RESULTADOS DE APRENDIZAGEM, UMA REALIDADE COERENTE DOSALUNOS PROVENIENTES DA ESCOLA ATIVADurante a vivncia, os professores de escola ativa tem se deparado com umaquesto prazerosa, onde se diagnostica que os alunos provenientes de escala ativaao chegarem a outras escolas para dar continuidade aos anos finais do ensinofundamental ou mdio se destacam pela qualidade de produo, aes e viso demundo que desenvolveram a partir de um ensino que a maioria dos indivduoscondena o que deixa ainda mais claro que a forma de trabalho que se desenvolveest alcanando os objetivos com xitos.No entanto, percebe-se ainda que o desenvolvimento cultural do aluno umprocesso singular, pois se d em ritmos diferentes, sendo que a sua visoconstruda a partir da vivncia em famlia passa a ser transformada e superada pelarealidade scio cultural do individuo, ou seja, o seu desenvolvimento biolgico,proporciona o desenvolvimento social, porm o meio no qual se desenvolve acriana que implicar no grau de evoluo conquistado pela mesma. Acerca disso,Wallon (1995 apud Orientaes pedaggicas para formao de profissionais doprograma escola ativa, 2008, p.42), afirma que, O planejamento das atividades escolares no deve se restringir somente a seleo de seus temas, isto , do contedo de ensino [...] Deve incluir uma reflexo acerca do espao em que ser realizada, decidindo sobre aspectos como rea ocupada, os materiais utilizados, os objetos colocados ao alcance das crianas a disposio dos mobilirios, etc. 28. 27Nesse sentido, se faz necessrio resalvar que o plano a ser desenvolvidopara as classes multisserie no deve preocupar-se apenas com seleo eorganizao de contedos didticos, mas desenvolver aulas que estimule alm doscontedos curriculares abrangendo a transversalidade que o ensino requer, levandoo pensamento dos alunos alm da sala de aula, fazendo com que os mesmosatribuam sentido aquele tema que esto estudando, seja por intermdio de recursosldicos, aulas de campo, etc.Os alunos que estudam em escola que pe a estratgia em prtica,constroem umarelaona sala de aula baseada em sentimentos deresponsabilidade, cooperao, sociabilidade, julgamento, autonomia, expresso,criatividade, comunicao, reflexo individual e coletiva e afetividade, assim comodefendeu Freinet durante a sua pedagogia.Dentre os elementos estruturantes do programa escola ativa, para odesenvolvimento de atitudes democrticas, colaborativas e responsveis, destacam-se os comits, estes vinculados ao colegiado estudantil que tem como funoplanejar atividades em diferentes aspectos da escola. Os comits devem serdefinidos pelo educador em parceria com alunos e comunidades atravs deassembleia feral para formao destes, os mesmo so formados acordo com arealidade de cada escola, por exemplo, pode haver comit de leitura, deorganizao, recepo, de meio ambiente, etc.Aps a formao, os comits se renem para escolha de lderes e monitoresonde sero designados alunos que serviro de relatores para registro de atos dasreunies destes. Portanto, ao finalizar as escolhas, o coletivo dos lideres de cadacomit formaro o colegiado estudantil, onde a opinio dos alunos influencia natomada de decises dos professores e da gesto escolar, dando a esta um cartermais dinmico e por fim, democrtico.A atuao do colegiado implicar na elaborao de projetos com temticassociais que estimule a ampliao do currculo e favorea contribuies para odesenvolvimento local. Em seu desenvolvimento, o colegiado estudantil utilizainstrumentos de carter social, pedaggico e administrativo, que so: I) Livro Ata do Colegiado Estudantil: este servir para registro das assembleiasa serem realizadas e compromissos registrados na caixa de sugesto ecompromisso. 29. 28 II) Cartaz dos Combinados: este elaborado sob orientao do professor, ondeem conjunto com os estudantes, definem normas para convivnciademocrtica, propiciando a prtica de direitos e deveres. III) Ficha de Controle da Presena: a chamada dos alunos feita pelo mesmoatravs de um cartaz mensal, propiciando ao aluno responsabilidadequanto a sua permanncia em sala de aula. IV) Caixa de Sugesto: onde os alunos escrevem sugestes de cunho social,administrativo e pedaggico para o desenvolvimento da gesto escolardemocrtica. V) Caixa de Compromisso: confeccionadas para firmar os compromissosassumidos nas atividades do colegiado estudantil. VI) Cadernos de Auto - Avaliao do Estudante: so instrumentos de registropessoal do estudante sobre suas interaes na escola e deu processo deaprendizagem (construo do saber)Dessa maneira, o colegiado estudantil estabelece interaes entre todos oselementos da escola ativa fazendo com que os alunos articulem-se no ambientescio cultural no processo de ao reflexo ao.As Diretrizes Operacionais para Educao Bsica nas Escolas do Campoafirma que, A identidade da escola do campo definida pela sua vinculao s questes inerentes sua realidade. Ancorando-se na temporalidade e saberes prprios dos estudantes, na memria coletiva que sinaliza futuros, na rede de cincia e tecnologia disponvel na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as solues exigidas por essas questes qualidade de vida coletiva do pas.Contudo, pode-se afirmar que a proposta orienta que seja desenvolvido umtrabalho a partir da realidade vivenciada do aluno, onde o saber prvio do estudantepassa a ser problematizado e refletido, fazendo com que o individuo situe-se comoser crtico e ativo do processo social. Sendo assim, o conhecimento construdo nestamodalidade de ensino vai alm daqueles que se encontra em livros ou dentro doprdio escolar. A aprendizagem passa a ser para o mundo, para sociedade da qualest inserido, alando assim um dos mais importantes objetivos da escola que ode formar cidados capazes de refletir sobre seus atos e responder seus anseiosperante o meio. 30. 294 INTERVENO SOCIOESCOLARA interveno socioescolar deve focalizar um tema/problema pertinente aocampo de observao e, a partir da criatividade e do interesse do orientando vempropiciar, ao mesmo, a relao entre a teoria que se questiona e a prtica que desenvolvida, de acordo com a realidade que vem sendo debatida desde o iniciodeste trabalho.4.1 CARACTERSTICAS REAIS DA INSTITUIOA proposta de interveno segue tratando sobre a demanda do ensinomulotisseriado no campo e da escola ativa como instrumento que vem a inovar oensino em questo a partir da realidade vivenciada pelas escolas de zona ruralvinculadas ao Centro Municipal de Ensino Rural Professora Aldenora BarbosaRebouas em Tibau, Rio Grande do Norte.A criao do Centro Rural, assim como mais conhecido, se deu em 07 deMaio de 2001, atravs do ato de ordem 004/2001, sendo que o seu nome foi umahomenagem merecedoraa professora Aldenora Barbosa Rebouas, hojeaposentada, que por toda sua vida profissional prestou servios nas zonas ruraislocais. De inicio o centro rural compreendia trs escolas: a Unidade I IdelzuiteFernandes, a Unidade II So Joo Batista, ambas localizadas na comunidade deGangorra e a Unidade III Professora Maria Helena Rebouas Marques, estalocalizada na comunidade Praia de Gado Bravo, tambm pertencente a Tibau.Posteriormente, devido a reduo do numero de crianas em todas as localidadesrurais, fato esse ainda decorrente do forte processo de urbanizao das cidades, aUnidade II So Joo Batista foi desativada, sendo que seus alunos restantes foramdeslocados para Unidade I Idelzuite Fernandes e tomando a sua ordem, passa a serconstituda de Unidade II, a Escola Municipal Professora Maria Helena RebouasMarques que antes era a III unidade.Desde sua fundao, a gesto da instituio se da atravs de portariasexpedidas para nomeao de cargos comissionados, ou seja, o poder executivonomeia que melhor preferir, sem que sejam observados os ritmos de trabalho e as 31. 30necessidades que a instituio requer. Acerca da realidade local importantedestacar que, Deve haver prioridade, ateno e respeito com a educao. O que vemos atualmente que a prefeitura se d por satisfeita to somente pelo fato de ter completado seu quadro de professores. Isso quer dizer que tendo o professor na escola, ela j cumpriu com seu papel. Na verdade, o mais coerente seria acompanhar o trabalho desse profissional, porque o aluno e a pea primordial desse relacionamento. preciso ver o estmulo de ambas as partes e verificar se a mensagem est sendo decodificada pelo aluno. Precisamos de eleio direta para escolha de diretores. No custaria nada a prefeitura doar uma bolsa para o melhor aluno, uma promoo ao professor de melhor desempenho em sala de aula. Isso geraria mais interesse entre as partes citadas. preciso, ainda, verificar se h material didtico disponvel para que o professor possa desempenhar seu trabalho pelo menos de forma mais bsica possvel (NOLASCO, 2003, p.51). Dessa maneira, revela-se a necessidade de se observar quem est sendodesignado para gerir o centro rural e, consequentemente as escolas do campo destemunicpio. Apesar desses descontentamentos perspicazes na educao pblica deTibau, as gestes que at a presente data passaram pela zona rural foramcompostas por pedagogas e que antes disso, j atuavam na rea educacional,sendo que at o momento se passaram cinco dirigentes: de 2001 a 2004, a senhoraEdilene Elvira de Medeiros Duarte (atualmente exerce funo de coordenadorapedaggica efetiva na instituio); de 2005 a 2007, a senhora Kelle Jaciani da SilvaFernandes; na sequncia (2008 a 2010), a senhora Maria de Ftima Silva deMedeiros, no perodo do ms de julho de 2009, atuou interinamente a senhora GilvaMaria da Silva em virtude da cassao do mandato do gestor, e atualmente quemresponde pela direo a pedagoga Maria da Piedade Lopes. Ainda de acordo com a citao de Nolasco (2003), preciso verificar aquesto do material didtico, pois se observa que as escolas vinculadas ao CentroRural dispem de um rico acervo literrio e recursos metodolgicos que sodistribudos pelo MEC via Escola Ativa, porm o que de responsabilidade domunicpio, no momento, deixa bastante a desejar, pois falta o essencial como papelofcio, cartolinas, lpis, cola e etc. A instituio campo de interveno de pequeno porte, no dispondo desede prpria, tendo como misso/funo administrar e promover acompanhamento eincentivos pedaggicos nas escolas municipais da zona rural do municpio, tendo oindivduo ciente de seus direitos e deveres como ser social na sua viso de futuro. 32. 31 O Centro de Ensino Rural tem como objetivo proporcionar o ensino dequalidade no campo, visando a formao do indivduo como cidado pertencente aum meio social, sendo que sua meta promover a construo de conhecimentos demaneira construtivista, proporcionando dessa forma, uma aprendizagemsignificativa. Seu quadro de funcionamento composto por uma diretora e umacoordenadora pedaggica que fazem o acompanhamento das duas unidades deensino, onde as mesmas, em consonncia desenvolvem aes de monitoramento eavaliaes dos professores e acompanhamento da aprendizagem do aluno, alm deatuarem nas tomadas de decises em comum acordo com o colegiado estudantil.Dispe de seis professores atuantes em sala de aula, sendo que um destes oautor deste trabalho que atua nas duas unidades de ensino em horrios diferentes,vale a ressalva de que so trs turmas na Escola Idelzuite Fernandes e trsnaEscola Professora Maria Helena Rebouas Marques, ambas com a mesma ordem:uma turma de educao infantil que atende alunos de trs a cinco anos e duasturmas de ensino fundamental, sendo uma composta pelos 1 e 2 anos e a outrapelos 3, 4 e 5 anos. Dos docentes, apenas um encontra-se em fase formaosuperior, os demais j so graduados em pedagogia atravs do Programa Especialde Formao Profissional para Educao Bsica PROFORMAO pelaUniversidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN, sendo que trs soespecialistas em Educao Especial, oferecido pela Faculdade Krios (FAK) e osoutros dois encontram-se em ps-graduao em gesto escolar e psicopedagogia. Vale destaca que a coordenadora pedaggica quem responsvel pelorepasse dos mdulos do programa escola ativa, a mesma capacitada em Natal erepassa para os docentes atravs dos microcentros. Em relao ao seu funcionamento, quem planeja as aes a coordenadorapedaggica em conjunto com a gestora, professores e colegiado estudantil. Ainstituio possui um Projeto Poltico Pedaggico que o que determina os objetivosde comum acordo com as necessidades vigentes. A atual gestora a senhora Maria da Piedade Lopes que pedagoga etrabalha na educao h mais de quinze anos, porm est com apenas dois anos afrente da instituio, a mesma em entrevista, relata que a responsabilidade peloplanejamento de competncia da coordenao pedaggica, porm como seclassifica como uma gestora democrtica, articula atividades junto a coordenadora e 33. 32aos membros do colegiado estudantil para que se tracem metas a serem alcanadasem determinados perodos. O ingresso na instituio se d atravs de concursopblico ou portarias de nomeao provisria em regime emergencial. Seguem abaixo, algumas informaes sobre as escolas vinculadas ao CentroRural: ESCOLA MUNICIPAL IDELZUITE FERNANDES: Localizada na comunidade de Gangorra, atualmente atende a uma clientela de cinquenta e dois alunos e tendo quatro funcionrios efetivos e trs contratados (sem a devida necessidade) e quatro professores, a mesma, desenvolve a escola ativa desde o ano de 2001. ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORAMARIA HELENA REBOUAS MARQUES: Localizada na comunidade praia de Gado Bravo, atualmente atende a uma clientela de quarenta e trs alunos e tendo trs funcionrios efetivos e trs contratados, alm dos trs professores lotados em cada turma, a mesma j chegou a ser modelo no tocante ao desenvolvimento da estratgia Escola Ativa que pe em prtica desde o ano de 2001.4.2 PROBLEMATIZANDO O AMBIENTE DE ESTUDO Dando continuidade ao processo de interveno, o que requer o diagnsticode um problema que impea de alguma forma o processo de ensino desenvolvido nocampo, fez-se necessria uma aplicao de instrumentos (questionrios) a seremtrabalhado com um aluno do 5 ano, com os professores, coordenador pedaggico egestora, lembrando que os instrumentos foram aplicados nas duas unidades deensino vinculadas ao Centro Rural, o que resultou em dois alunos e quatroprofessores atuantes em sala de aula. Aos alunos foram dirigidos questionamentos de acordo com sua faixa etria envel de aprendizagem. Ao ser questionado como eram realizadas as atividades emclasse, o aluno 01 afirmou que eram feitas pelo quadro e pelos cadernos de ensino eaprendizagem, j o aluno 02 destacou a mesma forma de trabalho, acrescentandoapenas que seu professor tambm utilizava atividades complementares. Aoresponder se existiam atividades diferenciadas para os outros anos escolares quefazem parte da turma, a criana 01 falou que na maioria das vezes sim, onde aturma dividida em grupos e o educador presta assistncia a todos, j a criana 02 34. 33relatou que existem sim atividades diferenciadas, mas enquanto o seu grupo realizaatividades pelo caderno de ensino, o restante da turma desenvolve atividade escritano quadro. Em relao ao colegiado estudantil, ambos so lderes do comit derecepo onde tem a funo de orientar as visitas que chegam escola. J o aluno02 destaca apenas a utilizao dos cadernos.At o momento, de acordo com os alunos entrevistados, percebe-se que osprofessores da turma 3, 4 e 5 anos de ambas unidades pem em prtica algunselementos da escola ativa, mas que ainda existe uma certa inflexibilidade no tocantea aceitao da estratgia por completo.J com os professores foram desenvolvidas questes bem tpicas de umasala multisseriada do campo. Ao ser questionado quanto ao seu trabalho em classesmultisseriadas, o professor 01 relata que busca realizar um trabalho de acordo coma proposta em estudo, atravs da realizao de atividades em grupo. No entanto, oprofessor 02 diz utilizar a dinmica do apoio, onde o aluno que entende primeirosocializa com os colegas e refora que esse procedimento facilita o seu trabalho,pois os alunos tm a mesma linguagem. A professora 03 afirma que seu trabalho de acordo com as necessidades dos alunos, onde se pretende respeitar as etapasde aprendizagem de cada srie escolar; e por fim, o professor 04 realiza conformeos nveis de aprendizagem da turma, utilizando os cadernos de aprendizagem eatividades de acompanhamento.Em relao ao desenvolvimento das estratgias da Escola Ativa e como osmesmos a avaliam, a professora 01 classifica como positiva, tendo em vista que asestratgias da mesma so relevantes para realizar um bom trabalho e,consequentemente alcanar bons resultados, j o educador 02 afirma que buscadesenvolver o que acha mais coerente e que as estratgias seriam melhordesenvolvidas acerca de turmas seriadas, o que transparece a sua inflexibilidade noque se refere a adequao da proposta. O professor 03 diz utilizar a estratgia que aclassifica como importante, pois por meio de seus elementos que se pode realizarum trabalho que venha atender as necessidades de cada ano escolar de sua turma.J o educador 04 diz que os resultados so timos, visto que desenvolvendo ametodologia ajuda tanto na questo da disciplina como tambm no processo deensino, que de acordo com a realidade do aluno.Em seguida, os docentes foram questionados sobre o planejamento de suasaulas e se existiam planejamentos diferenciados para todos os nveis escolares da 35. 34turma, o educador 01 afirma que sim, pois na medida que so utilizados os cadernosde ensino e aprendizagem no h como no se planejar de forma diferente. J oprofessor 02 ressalva que o planejamento precisa ser diferenciado, porm commuitos contedos, procura adapt-los para outras sries sempre que possvel, oprofessor 03 relata que ao planejar suas aulas, constri objetivos para cada ano e seexistir contedos diferentes, elabora uma meta para cada, sempre observando onvel de aceitao de seu alunado. O professor 04 foi muito breve e relatou apenasque dirige os planejamentos conforme o nvel de aprendizagem do alunado.Ao questionar sobre as dificuldades, a maior parte dos docentes entrevistadosfocalizou na questo do planejamento adequado para todos os anos escolares, poisrequer muito do professor no tocante ao tempo e a criatividade do mesmo. Osprofessores foram questionados se enquanto profissionais de educao acreditamnuma educao de qualidade a partir de classes multisseriadas, os mesmos,relataram que sim, pois triste do educador que no acredita em seu trabalho. Aindasobre as dificuldades, o educador 01 refora a falta de um auxlio ao professorquanto este se depara com uma turma em que a maioria no so alfabetizados,exigindo uma constante ateno do educador frente as atividades desenvolvidascom estes.Ao destacar os elementos, os educadores relataram os que de acordo comsuas prticas favorecem uma aprendizagem mais centralizada no aluno e nas aesque este passa a desenvolver. O educador 01 destacou o colegiado estudantil comoo principal elemento, pois este leva o aluno a desenvolver aes democrticas, almdos combinados que os leva a cumprir com sua palavra, o professor 02 destacou oscombinados e a folha de frequncia, j 03 e 04 destacam alm do colegiado, oscadernos de ensino e aprendizagem que so subsdios para prtica educativanestas classes, pois os mesmos so elaborados de acordo com a realidade docampo.Finalizando os questionamentos com os educadores, os mesmos, foraminstigados a darem sugestes proposta. O professor 01 sugeriu que os rgosintensificassem as aes de fiscalizao para observar como o trabalho vem sendodesenvolvido em conjunto, pois a estratgia requer uma continuidade e que deconhecimento a nvel geral o que h de professores relapsos. O professor 02sugeriu uma modificao no material didtico, o que reflete o quanto os mesmo equivocado quanto ao desenvolvimento da estratgia e o que a mesma oferece. J o 36. 35educador 03 sugere ainda mais acompanhamento e suporte para os professores,pois estes devem dispor de uma prtica diferenciada da educao dita regular e porfim, o educador 04 sugere que a mesma tambm sirva de metodologia para asclasses seriadas, pois em sua concepo, ver que fazendo isso vai melhorar tanto oprocesso de ensino como a sua aceitabilidade junto a comunidade.J com a coordenadora pedaggica foram dirigidas outras questes, pormtodas com a finalidade de destacar um possvel problema. A mesma, em suaoportunidade frisou que o trabalho a partir de classes multisseriadas muito difcil,pois requer muito estudo, planejamento, preparao e que tudo isso preciso detempo, o que muitas vezes o professor no tem. Contudo, a coordenadora relata quea Escola Ativa colabora para melhorar a qualidade do ensino desenvolvido nestasclasses a partir do momento que desenvolve uma metodologia especfica, levandoem conta a realidade local e atravs dos seus instrumentos, permite que o alunoconstrua seus prprios conhecimentos.Ao ser questionada sobre quais tarefas a mesma desenvolve enquantocoordenadora pedaggico para melhorar o desenvolvimento da estratgia nasescolas, a pedagoga diz estar sempre em sintonia com os professores, apoiando-osno que for possvel, promovendo formaocontinuada, planejamentos,microcentros, oficinas de estudo, alm de acompanhar o ensino-aprendizagem doalunado.Segundo a profissional, a dificuldade de parte dos professores das escolas docampo em Tibau, desenvolver um trabalho que atenda todos os nveis deaprendizagem que compe uma turma indo de encontro com o que este trabalhovem questionando desde o inicio, que a falta de preparao, visto que precisodesenvolver o trabalho atravs de atividades diferenciadas, o que requer segurana,planejamento e domnio de conhecimentos, a mesma, sugere ainda que alm dasformaes que so promovidas pela instituio, os professores devem estudar,serem mais assduos as formaes e principalmente planejar adequadamente.Acerca dessa afirmao, o livro Orientaes Pedaggicas para Formao deProfissionais da Escola Ativa destaca que, Dentro desse contexto, o professor encontra-se muitas vezes sem orientao, uma vez que, em seu processo de formao, os cursos no deram enfoque as especificidades da multissrie. O professor tampouco recebeu subsdio pedaggico suficiente para o exerccio da funo docente nessa especificidade de ensino (BRASIL, 2008, p.32). 37. 36Nesse sentido, vale a ressalva de que o professor enquanto universitrio norecebe uma formao que tambm venha debater as caractersticas domultisseriado, porm esse fato no implica numa continuidade de prticaspermanentes, o professor deve ser flexvel no tocante a aceitao de propostas cujoobjetivo avaliar o trabalho que vem sendo desenvolvido.Ainda sobre a realidade das escolas do campo em Tibau, foram aplicadosinstrumentos para coleta de dados com a responsvel pela direo das mesmas,que de inicio avalia o trabalho desenvolvido nestas classes diante sua realidadecomo positivo, pois segundo a dirigente, tem-se alcanado com xito aquilo que vemsendo proposto.Ao ser questionada sobre como a Escola Ativa contribui no tocante aodesenvolvimento da aprendizagem dos alunos, a mesma afirma que contribui demaneira eficaz pois o que proposto e desenvolvido leva o alunado a desenvolveraprendizagens extracurriculares, levando o conhecimento para a vida.Quanto questionada sobre o monitoramento e avaliao dos professores, agestora relata que so feitos de forma sistemtica atravs dos microcentros mensaispara a discusso da proposta.Se tratando do planejamento diferenciado para cada ano escolar que compea turma a diretora destaca que as necessidades do 4 ano, por exemplo, no serosempre as mesmas do 3 ou do 5 ano e considera ainda que esta demanda o queassola em alguns casos da instituio, o que necessita de ser estudado, debatido esolucionado.Contudo, atravs da coleta de dados realizada com agentes do processo e daobservao feita diariamente nas unidades de ensino no campo, em conjunto,diagnosticou-se a deficincia frente ao planejamento adequado que venha arespeitar as etapas de desenvolvimento de cada criana em seu determinadoperodo escolar, o que servir de ponto de partida na tomada de decises para quea interveno socioescolar possa ser posta em prtica e solucionar o que permeiade maneira negativa o ensino campo de estudo e, que atravs desta, osprofessores, alunos, coordenador pedaggico, gestor escolar e comunidade possamreconhecer as importantes contribuies que a Escola Ativa favorece aodesenvolvimento do ensino-aprendizagem a partir de turmas multisseriadas, o quevem a desconstruir qualquer pensamento negativo relacionado para com estas. 38. 374.3 INTERVENO E AES INOVADORASA ao interventiva se deu em 20 (vinte) de Agosto de 2012 nasdependncias da Unidade de Ensino Idelzuite Fernandes, esta contou com apresena de quase todo corpo docente das duas escolas do campo da cidade deTibau, da coordenadora pedaggica do Centro de Ensino Rural e de umarepresentante da comunidade.De incio, a coordenadora pedaggica fez a abertura do microcentro ondedemonstrou total satisfao em relao a temtica abordada, pois segundo amesma, o autor deste trabalho cresceu na comunidade e desde 2009 que vivencia otrabalho pedaggico que realizado pela instituio notocante a umdesenvolvimento das estratgias da escola ativa que venha a proporcionar cada vezmais um ensino de qualidade a partir das classes multisseriadas.Aps a abertura do evento feita pela coordenadora pedaggica, foi que ainterveno socioescolar entrou em prtica, iniciando com uma justificativa onde seesclareceu o motivo do evento e da escolha da temtica, focalizando o que a opiniopblica e a prpria comunidade tem a dizer sobre a forma de organizao dasturmas e que os conceitosno qualitativos devemser desconstrudoscotidianamente, pois o que relata-se que essa modalidade no favorece um bomdesempenho na aprendizagem do aluno, a partir da foi que se pode destacar aimportncia e as contribuies que a metodologia traz consigo e a necessidade deser desenvolvida como se deve, valendo a ressalva de que a mesma requer umacontinuidade e s dessa maneira se alcana os objetivos que so propostos.Seguindo a linha de pensamento, foi lanada a problemtica relacionada aquesto do planejamento e logo foi realizado um debate denominado A importnciado ato de planejar voltando o olhar para as especificidades do multissrie e que deupara avaliar como positivo, pois alguns educadores fizeram colocaes relacionadasas dificuldades de se por em prtica um plano de trabalho simultneo, isto , de sedirigir atividades adequadas a cada ano escolar que compe a turma, pois para quese desenvolva um plano para cada atividade e para cada ano escolar requer muitotempo, o que geralmente o professor no dispe, e mesmo que se faa o planodessa forma, no decorrer da aula vai ficar tudo to corrido que vai criar umaconfuso na cabea do professor e, consequentemente do aluno. Diante disso, foi 39. 38relatado novamente o que a Escola Ativa prope ao trabalho simultneo com srieescolares que o de realizar um planejamento mais amplo, articulando as atividadesdo cadernos de ensino e aprendizagem com outras fontes de pesquisas.Acerca dessa afirmao, o caderno Orientaes Pedaggicas para Formaode Profissionais do Programa Escola Ativa (2008, p.51) ressalva que, Na metodologia da Escola Ativa, o professor organiza e sistematiza as atividades encontradas nos Cadernos, fazendo sempre esta ligao. Devemos, porm ter o cuidado de ressaltar que o planejamento do professor deve ser articulado com outras fontes de pesquisas para ampliar o tema a ser abordado em sala de aula.Nesse sentido, se as atividades de ambas as sries requer auxlio doprofessor, cabe ao mesmo recorrer a outras fontes ou procedimentos diferentes, porexemplo: se uma srie realiza atividades do caderno de ensino, a outra pode realizaruma atividade de pesquisa cujo tema seja o de seu caderno de ensino, ou seja, ocontedo deve est adequado a cada nvel mesmo que se utilizem procedimentosdiferentes, porm estes devero sempre estar acompanhados de objetivos ou metasa serem cumpridas.Diante dessascolocaes,foram esclarecidas dvidas quanto aoplanejamento simultneo onde foi destacada a importncia de se trabalhar oscontedos de cada srie, pois esta problemtica o que torna as classesmultisseriadas mal vistas, uma vez que essa resistncia se estende para alm dospais, mas tambm para uma boa parcela de professores que antes de mais nadacondenam essa forma de trabalho, pois no acreditam numa aprendizagem eficaz apartir destas classes utilizando a metodologia, simplesmente pelo fato de noconhecer e no dispor interesse em conhecer e avaliar os resultados que soobtidos, s por no acreditarem, por isso que muito se refora a questo doprofissional de educao estar aberto a mudanas, pois assim como a sociedade, aescola e a educao perpassam por constantes e significativas transformaes.Vale a ressalva de que o debate cumpriu com os objetivos propostos uma vezque favoreceu aos professores uma reflexo crtica acerca de sua prtica, alm defazer com que os demais participantes desconstrussem os maus conceitosperspicazes a educao do campo e as classes multisseriadas.Dando continuidade a programao do microcentro, foi desenvolvida umaatividade prtica, onde o grupo foi dividido em dois com a tarefa de elaborar uma 40. 39pauta diria, sendo que o primeiro grupo ficou responsvel pela simulao de umplanto voltado para uma turma composta pelos 1 e 2 anos e o outro ficouresponsvel pela turma de 3, 4 e 5 ano do ensino fundamental, aps os trabalhosfoi realizada a socializao, onde o primeiro grupo trabalhou com lngua portuguesae matemtica, utilizando o folclore como xito temtico tendo como objetivo levar oalunado a compreender o significado das lendas e de seus personagens, sendo queseriam dirigidas atividades diferenciadas onde o primeiro ano realizaria atividade depintura dos personagens e o segundo iria desenvolver atividade escrita de pesquisae de identificao, j em um segundo momento foram propostas atividades dematemtica relacionadas cujo objetivo seria adquirir noes de subtrao.J o grupo responsvel pelo 3, 4 e 5 anos elaborou uma pautainterdisciplinar, tambm utilizando o folclore como eixo temtico, objetivandoresgatar a cultura, despertar nos alunos o interesse pelas tradies e compreendermelhor o folclore, desenvolvendo a percepo visual e auditiva, trabalhandosequncia lgica, orientao espao-corporal, quantidade, formas geomtricas,cores e lateralidade par ao 3 ano, recitao de poesias, musicas, trava lnguas,parlenda e cantiga de roda para o 4 ano e por fim, para o 5 ano, trabalhou-seleitura e interpretao coletiva de diversos gneros textuais dispostos nos cadernosde ensino e produo de textos e pesquisas.Diante do que foi exposto na apresentao das pautas, diagnosticou-se que oque foi discutido durante o debate surtiu efeitos positivos, pois os professoresrealizaram a atividade com bastante eficcia o que demonstrou o quanto a aointerventiva vem contribuindo para instituio antes mesmo de ser finalizada.Num segundo momento, como sugeriu a coordenao pedaggica, realizou-se uma oficina de recursos pedaggicos sendo que a temtica e o recurso a serconstrudo ficaram a cargo dos professores para que confeccionassem de acordocom que se vem trabalhando no cotidiano de sala de aula. Dessa maneira, a turmafoi dividida em trs grupos.O primeiro grupo confeccionou uma maquete dos personagens e lendas dofolclore que teve como objetivo realizar uma atividade prtica e de exposio, onde aaprendizagem ocorresse de maneira ldica e que torna-se satisfatria. J o segundogrupo confeccionou um jogo da memria dos personagens folclricos tendo comometa desenvolver o raciocnio lgico e, levar o aluno a desenvolver conceitos no quediz respeito ao conhecimento das culturas regionais. O terceiro grupo construiu uma 41. 40trilha das operaes onde se almejava desenvolver o raciocnio matemtico e osconceitos relacionados s quatro operaes fundamentais.Aps a confeco, houve a apresentao dos recursos e diante disso pode-seobservar o quanto as oficinas foram bem aceitas, pois levou os profissionais aprtica, saindo do discurso da teoria, porm sempre relacionando-se com o quevinha sendo desenvolvido.Por intermdio da utilizao dos slides foram expostas fotos das aesdesenvolvidas pela escola ativa no ano de 2011 e 2012 nas escolas do campo emTibau, mostrando a veracidade dos resultados conquistados, uma realidadecoerente dos alunos, professores e comunidades provenientes do programa emestudo.Para finalizar o evento, debateu-se em que sentido, o mesmo contribuiu paraque a prtica desenvolvida e o andamento da metodologia da escola ativa nomunicpio fossem revistas e o que surpreendeu foi o fato da maioria dos docentesafirmar que h muito tempo no ocorria um microcentro to proveitoso e que asuniversidades deveriam trabalhar no currculo do curso de pedagogia, asespecificidades da escola multisseriada e as contribuies que o programa escolaativa favorece para que o processo de ensino desta modalidade torne-se um ensinode qualidade. Aps a socializao, os docentes avaliaram o evento de forma escritaapresentando os pontos que veio a contribuir, as crticas cabveis e sugestes epara encerrar foi utilizada a palavra para demonstrar o orgulho que foi de trabalharuma questo muito complexa, porm vivenciada e que existe meios para superar osproblemas pertinentes, deixando assim traos positivos tanto para quem promoveu adiscusso quanto para quem participou o que propiciou um momento de ao-reflexo-ao. 42. 415 CONSIDERAES FINAISA prtica de interveno socioescolar alcanou com xito a finalidade dedebater as estratgias que metodologia da Escola Ativa tem a oferecer para que oensino a partir de classes multisseriadas do campo seja um processo que se d demaneira qualitativa, fazendo com que os professores do campo revissem a suaprtica e se a mesma est favorecendo a conquista de bons resultados.Atravs das atividades realizadas com esta ao foi possvel promover adiscusso e a elaborao de planos de trabalho que contemplem as necessidadesde cada ano escolar, observando a forma que o professor utilizar para que atendaa todos de maneira satisfatria, o que se verificou que possvel e necessrio, poispor intermdio dos procedimentos que so desenvolvidos por meio da proposta, osresultados so os melhores e o prprio corpo docente admitiu essa ideia, o que j foium avano significativo.Com a ao interventiva foi possvel avaliar os resultados locais obtidos porintermdio da utilizao adequada da metodologia que muito contribui para aformaodo individuo campons, observandoque sodesenvolvidosconhecimentos alm dos cognitivos, abrangendo os aspectos crticos e sociais.A prtica de interveno socioescolar deixou princpios que com certeza,jamais passaro despercebidos para aqueles que participaram com eficcia doevento promovido pela ao j citada, voltando o olhar do professor para com osresultados obtidos e tornando-os mais flexveis e crticos em relao a sua prtica.J em relao ao interventor, a ao teve uma passagem muito importante,deixando uma aprendizagem cada vez mais slida, propiciando a oportunidade derelacionar a teoria que vem sendo estudada nos ltimos tempos com a prtica quevem sendo desenvolvida no decorrer do dia a dia das salas de aulas multisseriadas.Observando tambm os desafios e os procedimentos para super-los, utilizando ametodologia como norte de um trabalho enriquecedor de formao do carterhumano.Pedagogicamente falando, o processo de interveno deixou pontospositivos, pois proporcionou uma socializao prazerosa para os agentes envolvidosna educao vigente, sendo que esta veio a favorecer meios de melhorar ainda maisa prtica, tendo a escola ativa como suporte necessrio. 43. 42De acordo com o que se props a realizao do ato interventivo tambm setorna positivo medida que propiciou aos profissionais agentes da educao docampo uma relao entre o que a metodologia interpe e o que se alcana napratica, onde os resultados positivos so sem sombra de dvidas, notrios.O que se pode avaliar como ponto negativo foi a questo do compromissodos que no compareceram ao evento e perderam uma rica discusso voltada aprtica que os mesmos desenvolvem, onde s vinha a contribuir para que oprocesso de ensino aprendizagem, desenvolvidos em suas classes, fossemelhorado.O estudo realizado proporcionou uma rica aprendizagem, o que deixa abertoum norte para novas pesquisas que busquem estratgias que tenham a finalidadede suprir a demanda do ensino em classes unidocentes, inclusive novasmetodologias, se houverem. Vale destacar que o que desenvolvido nestas classesno deixa de ser um trabalho rduo, mais prazeroso, pois proporciona resultadoscoerentes.Quando se refere educao do campo, em especial, as classesmultisseriadas, imediatamente remete uma educao pautada pela precariedade,com um ensino de m qualidade, onde os objetivos no so alcanados, deixandoaqueles que fazem parte da mesma, sem direito algum a escolaridade e a educaocomo um todo.Vale a ressalva de que as classes unidocentes ou multisseriadas representamum bom nmero de estudantes em todo o pas, e estes por sua vez, assim como osdemais dever ter acesso a uma educao de qualidade, onde sejam construdos ocarter da criana, tornando-a um ser participativo e agente transformador do meioem que vive. Pautada nesses objetivos, o programa Escola Ativa vem proporcionarsubsdios para que os professores desta realidade possam desenvolver um ensinoque venha a superar todas essas concepes a respeito da educao do campo,mostrando resultados reais e coerentes, caractersticas essas que fazem parte dosalunos provenientes de escola que adotam a metodologia.Serie interessante que os sistemas de ensino intensificassem ainda mais asaes de monitoramento e avaliao da proposta, levando essa metodologia para asescolas seriadas, o que viria a favorecer um melhor processo de ensino aprendizagem e a sua aceitao junto comunidade em que as escolas estejaminseridas. 44. 43As contradies detectadas serviram como incentivo para que os conflitosconceituais fossem superados, pois com base no que foi desenvolvido atravs daspesquisas realizadas e da interveno posta em prtica, foi possvel avaliar que aeducao do campo tem condies de proporcionar um ensino de qualidade, tendoainda mais espaos para reflexes acerca das aes do ser humano perante asociedade e o meio ambiente. Tendo apenas que intensificar a questo do trabalhoadequado s necessidades do alunado desta modalidade.Por fim, cabem as instituies de ensino superior avaliar a importncia que aeducao representa e trabalharem mais as particularidades do ensinomultisseriado, abrangendo a escola ativa como instrumento facilitador do processode aprendizagem a ser desenvolvido nestas, tornando a estratgia mais conhecida edinamizada no setor educativo de modo geral. 45. 44 REFERNCIASBRASIL, Ministrio da Educao. Diretrizes operacionais para a educao bsicanas escolas do campo. Braslia/DF: MEC, 2004._______. Ministrio da Educao. FUNDESCOLA Fundo de Fortalecimentos doEscola. Escola Ativa: Capacitao de professores. Braslia/DF: MEC, 1999._______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Continuada.Alfabetizao e Diversidade. Orientaes Pedaggicas para Formao deProfissionais do Programa Escola Ativa. Braslia/DF: MEC, 2008._______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Continuada,Alfabetizao e Diversidade. Projeto Base Escola Ativa. Braslia/DF: MEC, 2008._______. Ministrio da Educao. Referncias para uma poltica nacional deeducao do campo. Braslia/DF: MEC, 2004.CASTEDO, Mirta. Diversidade a favor das aprendizagens. Revista Nova Escola,editora Abril, n. 249, p. 48 53, Jan. 2012.FREIRE, Paulo. Educao e Mudana, 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991._______. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessrios a prtica docente, 38.ed. So Paulo: Paz e Terra, 2008.GUEDES - PINTO, Ana Lcia, et. Al. A Organizao do Tempo Pedaggico e oPlanejamento do Ensino. Brasilia/DF: MEC. Secretaria da Educao a distancia,2006. (Coleo Pr letramento. Fascculo 02).LEITE, L. C. L. Encontro com Paulo Freire: Educao e Sociedade. So Paulo:Cortez e Moraes, 1979.LIBNEO, Jos Carlos. Didtica. 15. ed. So Paulo: Cortez, 1999.MOLLINARI, Claudia. A diversidade ajuda no avano de classes multisseriadas.Disponvel em: http://planetasustentavel. abril.com.br/noticias/educacao/contrudo_425087.shtml.htm. 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Rio de Janeiro: Vozes, 1995. 47. 46ANEXOS 48. 47ANEXO A QUESTIONRIOS PARA COLETA DE DADOSQUESTIONRIO PARA O ALUNO1 Como o seu professor realiza as atividades em classe?2 Existem atividades diferenciadas para os outros que estudam em sua turma?3Como o professor faz para ensinar voc e as outras sries?4 Os alunos de sua turma participam de colegiado estudantil? Em qual comit vocest inserido e qual a sua funo?5 O que seu professor utiliza para trabalhar contedos? (Livros, matrias, etc.) 49. 48QUESTIORIO PARA O PROFESSOR1 Como voc realiza seu trabalho a partir de classes multisseriadas?2 Voc desenvolve a estratgia de Programa Escola Ativa? Como voc a avalia emrelao aos resoltados obtidos com esta?3 Como voc planeja suas aulas? Existem planejamentos diferenciados?4 Quais as dificuldades que diagnostica-se para realizar um trabalho eficaz a partirde classes multisseriadas?5 Voc enquanto educador, acredita que ocorre a educao de qualidade e partir declasses multisseriadas?6 Quais os elementos da Escola Ativa voc desta para um bom desenvolvimento daeducao no campo?7 Voc acha que o Colegiado Estudantil favorece o desenvolvimento de umaaprendizagem voltada a aspectos democrticos e solidrios?8 O que voc enquanto professor sugere a proposta? 50. 49QUESTIONRIO PARA O COORDENADOR PEDAGGICO1 Como voc considera o trabalho a partir de classes multisseriadas?2 Como a proposta da Escola Ativa colabora para melhorar a qualidade do ensinodesenvolvido nesta classes?3 Quais as tarefas que voc enquanto coordenador pedaggico realiza paramelhorar o desenvolvimento da estratgia nas escolas?4 Qual a principal dificuldade dos professores desta instituio em desenvolver umtrabalho que atenda todos os nveis de aprendizagem que compe a turma? Qual asua sugesto? 51. 50QUESTIONRIO DIRIGIDO AO GESTOR1 Como voc avalia o desenvolvimentos das classes multisseriadas no municpio deTibau?2 As estratgias da Escola Ativa contribui no tocante ao desenvolvimento daaprendizagem do alunos de sua instituio?3 Como desenvolvida a questo do monitoramento e avaliao dos professores?Voc enquanto gestora desenvolve esta ao com a coordenao pedaggica?4 Em sua opinio, a questo do planejamento diferenciado para cada nvel deaprendizagem que compe a turma, importante? Ser que atualmente essaproblemtica a principal dificuldade em relao ao desenvolvimento dosprofessores em sala de aula? 52. 51ANEXO B - PLANO DE INTERVENO SOCIOESCOLAR UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARACURSO DE GRADUAO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENAJOAQUIM MARQUES DE OLIVEIRA NETOPROGRAMA ESCOLA ATIVA: um instrumento inovador no ensinomultisseriado da educao no campo MOSSOR, RN2012 53. 152 IDENTIFICAO DA INSTITUIOCENTRO MUNICIPAL DE ENSINO RURAL PROFESSORA ALDENORA BARBOSAREBOUASEducao Infantil e Ensino Fundamental 1 ao 5 ano.Comunidade Gangorra, s/n - Zona Rural, CEP 59.678-000 Tibau-RN. Ao Interventiva: Microcentro Pedaggico Nmero de encontros: 01 Data: 20/08/2012 Durao: 2hs/a Local: Escola Municipal Idelzuite Fernandes Gangorra, municpio de Tibau. Pblico alvo: Professores e Coordenao Pedaggica envolvida com o ensino multisseriado e com o desenvolvimento da estratgia metodolgica da Escola Ativa na cidade de Tibau-RN.1 JUSTIFICATIVA A educao do campo e o ensino das escolas multisseriadaseram considerados como um resqucio decorrente do forte processo de urbanizaoe condenado a evaso. A partir disto, surge a estratgia metodolgica Escola Ativaque objetiva melhorar a qualidade de ensino no campo e acabar com a evaso nestamodalidade de ensino.2 SITUAO PROBLEMA: Em que medida o programa escola ativa pode colaborarpara que seja construdo um plano de ensino que contemple a necessidade deaprendizagem de cada ano escolar, haja vista que este dever ser desenvolvido porum s professor diante de toda classe?3 OBJETIVOS3.1GERAL: Realizar um microcentro didtico pedaggicono tocante aodesenvolvimento da estratgia metodolgica no mbito local.3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS Debater com a coordenao pedaggica formas de monitoramento didtico pedaggico; Organizar o ambiente escolar para a realizao do microcentro; Promover a discusso e a elaborao plano de trabalhos que contemple as necessidades de cada ano escolar, observando a formas que o professor utilizar para que atenda a todos de maneira satisfatria; 54. 253 Avaliar os resultados locais e os que a interveno proporcionou para que aprtica seja revista o que vai propiciar uma socializao das experincias daprtica docente voltada ao multisseriado.METODOLOGIA1 Momento 13/08/2012 - Entrevista com o gestor; apresentao e avaliao daproposta; alteraes ou adaptaes (se necessrio);2 Momento 15/08/2012 - Motivar e envolver o pblico alvo por intermdio de:cartazes; convites; conversas informais.3 Momento 16/08/2012: aquisio dos recursos;4 Momento 20/082012: organizao do espao; carteiras em crculos; culminncia5 Momento 22/05/2012 25/08/2012: produo e entrega do relatrio;RECURSOS: Papel Ofcio, Data Show, Caixa de som, Blocos de papel, Cartolina,Folhas de papel madeira, Lpis esferogrfico, Lpis grafite, Lanche.7 CRONOGRAMAAGOSTOATIVIDADES 11 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25Orientaes em X X XsalaEntrevista comXo gestorMotiva