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PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Segurança pública: uma questão social ou policial?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e faots para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I O presidente Michel Temer decidiu decretar intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. Com isso, as Forças Armadas assumirão as atividades de segurança do Estado. A ideia do governo é que a ação dure até dezembro deste ano, mas os últimos detalhes do texto do decreto serão definidos nesta sexta (16). Governo decide fazer intervenção na segurança pública do Rio. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 17 fev. 2018. TEXTO II Letalidade violenta no estado do Rio de Janeiro. Fonte: Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2018. TEXTO III Para o criminoso, o custo-benefício em seu favor aumentou consideravelmente nas últimas décadas, quando o investimento nas forças de segurança foi negligenciado. Em nosso sistema educacional, o delinquente passou a ser visto não como algoz, mas como vítima da sociedade. Cadeia não resolve é o novo bordão. A questão da redução da maioridade penal arrasta-se sem solução no Congresso. Temos um Código de Processo Penal cada vez mais abolicionista, no qual o criminoso não fica muito tempo atrás das grades. O usuário de drogas, principal fonte de renda do tráfico, passou a ser diferenciado do traficante e ficou livre da pena de prisão. Há um enorme deficit de novas unidades prisionais, nas quais os bandidos geralmente usufruem de regalias: visitas íntimas, assistência financeira do Estado, uso de drogas e telefones celulares, transformando as celas em escritórios do crime. A complexa questão da violência no Rio de Janeiro arrasta-se por décadas, tendo sido jogada para baixo do tapete por sucessivos governos de viés populista, envolvidos em escândalos de corrupção. DURVAL, Lourenço Pereira (Tenente Coronel do Exército). Intervenção federal na segurança do Rio é medida adequada para combater a violência? Sim. In.: Folha de S. Paulo. 17 fev. 2018. Opinião. TEXTO IV A decisão de apostar mais uma vez no uso da força e o poder policial conferido às Forças Armadas, ainda mais em um contexto em que os militares não serão submetidos a um julgamento civil, aumenta o temor de que abusos contra os direitos humanos sejam cometidos. "Nós, jovens e moradores de favela, vivemos os reflexos das mesmas 'táticas' quando diversas casas foram invadidas pelos militares, durante a invasão em 2010, no Complexo do Alemão e Penha. Já vimos o mesmo acontecer na Maré e, mais recentemente, no Jacaré, Rocinha e Cidade de Deus, Acari e arredores. Vemos as Forças Armadas serem empregadas para fins de segurança pública na cidade do Rio de Janeiro há pelos menos três décadas", disse em nota o grupo Movimentos, um coletivo de 15 jovens de favelas e periferias do Brasil que questiona e se opõe à política de guerra contra as drogas. "Nenhuma dessas intervenções trouxe paz e segurança para os moradores das favelas e periferias. Ao

Proposta de redação: Segurança pública: uma questão social ou policial?

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PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Segurança pública: uma questão social ou policial?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e faots para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

O presidente Michel Temer decidiu decretar intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. Com isso, as Forças Armadas assumirão as atividades de segurança do Estado. A ideia do governo é que a ação dure até dezembro deste ano, mas os últimos detalhes do texto do decreto serão definidos nesta sexta (16).

Governo decide fazer intervenção na segurança pública do Rio. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 17 fev. 2018.

TEXTO II

Letalidade violenta no estado do Rio de Janeiro. Fonte: Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2018.

TEXTO III

Para o criminoso, o custo-benefício em seu favor aumentou consideravelmente nas últimas décadas, quando o investimento nas forças de segurança foi negligenciado. Em nosso sistema educacional, o delinquente passou a ser visto não como algoz, mas como vítima da sociedade. Cadeia não resolve é o novo bordão. A questão da redução da maioridade penal arrasta-se sem solução no Congresso. Temos um Código de Processo Penal cada vez mais abolicionista, no qual o criminoso não fica muito tempo atrás das grades. O usuário de drogas, principal fonte de renda do tráfico, passou a ser diferenciado do traficante e ficou livre da pena de prisão. Há um enorme deficit de novas unidades prisionais, nas quais os bandidos geralmente usufruem de regalias: visitas íntimas, assistência financeira do Estado, uso de drogas e telefones celulares, transformando as celas em escritórios do crime. A complexa questão da violência no Rio de Janeiro arrasta-se por décadas, tendo sido jogada para baixo do tapete por sucessivos governos de viés populista, envolvidos em escândalos de corrupção.

DURVAL, Lourenço Pereira (Tenente Coronel do Exército). Intervenção federal na segurança do Rio é medida adequada para combater a violência? Sim. In.: Folha de S. Paulo. 17 fev. 2018. Opinião.

TEXTO IV

A decisão de apostar mais uma vez no uso da força e o poder policial conferido às Forças Armadas, ainda mais em um contexto em que os militares não serão submetidos a um julgamento civil, aumenta o temor de que abusos contra os direitos humanos sejam cometidos. "Nós, jovens e moradores de favela, vivemos os reflexos das mesmas 'táticas' quando diversas casas foram invadidas pelos militares, durante a invasão em 2010, no Complexo do Alemão e Penha. Já vimos o mesmo acontecer na Maré e, mais recentemente, no Jacaré, Rocinha e Cidade de Deus, Acari e arredores. Vemos as Forças Armadas serem empregadas para fins de segurança pública na cidade do Rio de Janeiro há pelos menos três décadas", disse em nota o grupo Movimentos, um coletivo de 15 jovens de favelas e periferias do Brasil que questiona e se opõe à política de guerra contra as drogas. "Nenhuma dessas intervenções trouxe paz e segurança para os moradores das favelas e periferias. Ao

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contrário, trouxe invasões de casas, violência, tortura, roubos e estupros. Intervenções militares custam caro, não são sustentáveis ao longo do tempo e, quanto mais tempo duram, mais violações de direitos trazem", acrescenta. O grupo ainda diz que a intervenção "está do lado oposto ao nosso no debate sobre a guerra às drogas, que tantas vítimas vem fazendo ao longo destes anos".

Intervenção federal no Rio decretada por Temer abre inédito e incerto capítulo. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil. Acesso em: 17 fev. 2018.

TEXTO V

Capa do jornal carioca Meia hora. 18 fev. 2018.

TEXTO VI

De acordo com dados do 11° Primeiro anuário de Segurança Pública, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, existem apenas SEIS capital brasileiras com números de homicídios (para cada 100 mil habitantes) inferiores aos do Rio de Janeiro. Ou seja, dos 27 estados da federação, o Rio de Janeiro apresenta uma das menores taxas de homicídios do Brasil.

11° Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em: http://www.forumseguranca.org.br/publicacoes/11o-anuario-brasileiro-de-seguranca-publica/. Acesso em: 17 fev. 2018.