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Quadro resumo conhecimentos pedagógicos excelente

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Resumos de conhecimentos pedagógicos

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Page 1: Quadro resumo conhecimentos pedagógicos excelente

SEDUC-RS 2013 | Magistério | Professor Estadual | CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS | Prof. Omar Martins | http://profomar.wordpress.com/

QUADRO-RESUMO | MÓDULO I | CONTEXTUALISTA• Cidadania no mundo globalizado.• Finalidades da educação.

Paulo FREIRE | Edgar MORIN | Antoni ZABALA | Isabel ALARCÃO | Milton SANTOS | José Carlos LIBÂNEO | Guacira Lopes LOURO

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA | Paulo FREIRE

A formação docente ao lado da reflexão sobre a prática educativa em favor da AUTONOMIA doeducando é o ponto central desta obra. É necessário que o formando, desde o início de sua experiênciaformadora, assuma-se como SUJEITO também da produção do saber, criando possibilidades paraa sua construção.

1. NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA:Ensinar exige rigorosidade metódicaEnsinar exige pesquisaEnsinar exige respeito aos saberes dos educandosEnsinar exige criticidadeEnsinar exige estética e éticaEnsinar exige a corporeificação das palavras pelo exemploEnsinar exige risco, aceitação do novo, e rejeição a qualquer forma de discriminaçãoEnsinar exige reflexão crítica sobre a práticaEnsinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural

2. ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO:Ensinar exige consciência do inacabamentoEnsinar exige o reconhecimento de ser condicionadoEnsinar exige respeito da autonomia do ser do educandoEnsinar exige bom sensoEnsinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos educadoresEnsinar exige apreensão da realidadeEnsinar exige alegria e esperançaEnsinar exige a convicção de que a mudança é possívelEnsinar exige curiosidade

3. ENSINAR É UMA ESPECIFICIDADE HUMANA:Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidadeEnsinar exige comprometimentoEnsinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundoEnsinar exige liberdade e autoridadeEnsinar exige tomada consciente de decisõesEnsinar exige saber escutarEnsinar exige reconhecer que a educação é ideológicaEnsinar exige disponibilidade para o diálogoEnsinar exige querer bem os educando

CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃOA educação parte de uma concepção PROBLEMATIZADORA, na qual o conhecimento resultante éCRÍTICO e REFLEXIVO. Nesta perspectiva, a educação é um ato político; sendo o ensino muitomais que uma profissão, que exige comprovados saberes em seu processo.

CONCEPÇÃO DE CIDADANIAEducar é um ato que visa à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência política.A educação escolar, além de ensinar o conhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoaspara o exercício da cidadania. A cidadania é entendida como o acesso aos bens materiais e culturais produzidospela sociedade, e ainda significa o exercício pleno dos direitos e deveres previstos pela Constituição da República.A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. Isso exige umareflexão que possibilite compreender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão em que vive boa parteda população.

A cidadania é a condição social que confere a uma pessoa o usufruto de direitos que lhe permitem participar davida política e social da comunidade no interior da qual está inserida. A esse indivíduo que pode vivenciar taisdireitos chamamos de cidadão. Ser cidadão, nessa perspectiva, é respeitar e participar das decisões coletivas afim de melhorar sua vida e a da sua comunidade. O desrespeito a tais direitos por parte do Estado, de Instituiçõesou pessoas, gera exclusão, marginalização e violência.

Somente quando cada homem tiver seus direitos efetivados e sua DIGNIDADE reconhecida e protegida quepoderemos dizer que vivemos numa sociedade justa. Até porque sem o princípio de justiça não pode haver sociedade,pois nela deixariam de existir a confiança e o respeito mútuo entre os indivíduos. A justiça é a maneira de sereconhecer que todos são iguais perante a lei (IGUALDADE) e que todos devem receber de acordo com seusméritos, qualidades e realizações (EQUIDADE). A justiça é, desse modo, representada pelos princípios de igualdadee equidade.

DIGNIDADEUma educação que objetiva a formação integral da pessoa em sua dignidade deve ser construída com princípiose valores de uma vida cidadão com respeito às diferenças e singularidades de: raça/etnia, gênero, geração,regionalidade e formação ética/religiosa, lutando contra toda espécie de preconceito e discriminação que geraexclusão.

DIALOGICIDADENão é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. O diálogo assumidonuma perspectiva freiriana, vai muito além da conversa entre duas pessoas, onde uma ouve e escuta e depois falaenquanto a outra espera sua vez para ter a palavra. Para Freire não há conhecimento sem dialogicidade. Dialogarfazse necessário para que a sala de aula constitua-se num cenário próprio para a produção do conhecimento.Freire vai além, ao afirmar que a dialogicidade não é uma possibilidade é uma necessidade sem a qual não podehaver conhecimento. Nessa perspectiva ensinar através do diálogo é um ato que deve fazer parte da construçãoda práxis do professor. A dialogicidade faz parte de todo processo de aprendizagem, não apenas no âmbitoprofessor e aluno, como o caso de professores e professores e entre áreas do conhecimento.

AUTONOMIAPara Freire, é uma contradição um ser consciente de seu inacabamento não buscar o futuro com esperança, nãosonhar com a transformação, enfim, não buscar a construção de um mundo onde todos possam realizar-se comautonomia. Dizer que a educação vai suprimir todas as injustiças, opressões, e assim mudar completamente asociedade suprimindo todas heteronomias, é ingenuidade, da mesma forma que dizer que a educação não poderealizar mudança alguma. Temos que estar conscientes do nosso condicionamento, mas não somos determinados, hápossibilidade da transformação. Uma educação que vise formar para a autonomia deve encarar o futuro comoproblema e não como inexorabilidade, a História como possibilidade e não como determinação. O mundo nãoapenas é, ele está sendo, o papel dos homens no mundo é de quem constata e intervém. A constatação só fazsentido se eu não apenas me adaptar, mas tentar mudar, intervir na realidade. A conquista do poder de serautônomo exige a transformação das condições heterônomas que o limitam. Por isso, é preciso que a compreensãodo futuro como problema, que a vocação para ser mais em processo de estar sendo, sejam fundamentos para arebeldia de quem não aceita as injustiças do mundo. A autonomia encerra em si certa rebeldia, na medida queimplica a não aceitação passiva e acrítica do mundo. Para que as condições concretas que limitam a autonomiasejam transformadas, é preciso reinventar o mundo de hoje e a educação é indispensável nessa reinvenção. Essareinvenção do mundo exige comprometimento.

Crítica à “EDUCAÇÃO BANCÁRIA”Freire, ao longo de sua vida, mostrou-se crítico em relação à educação que não transforma, que nãobusca interagir com os problemas da sociedade, ou seja, a chamada educação bancária, na qual oprofessor só “deposita” conhecimento e o aluno arquiva-os.

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO I | CONTEXTUALISTA• Cidadania no mundo globalizado.• Finalidades da educação.

Paulo FREIRE | Edgar MORIN | Antoni ZABALA | Isabel ALARCÃO | Milton SANTOS | José Carlos LIBÂNEO | Guacira Lopes LOURO

FINALIDADES DA EDUCAÇÃOSegundo Antoni ZABALA, se “a finalidade do sistema educativo é o desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa para dar respostasaos problemas que a vida em sociedade coloca, os conteúdos escolares devem ser selecionados com critérios que respondam a tais exigências,o que comporta uma organização que depende mais da potencialidade explicativa de contextos globais do que a que vem determinada pormodelos parcializados em disciplinas. Ao mesmo tempo, o conhecimento científico sobre as características dos processos de aprendizagemreforça a necessidade de utilizar formas de organização dos conteúdos que promovam o maior grau de significação nas aprendizagens, o queimplica em modelos integradores nos quais os diferentes conteúdos possam ser situados e relacionados em estruturas complexas de pensamento.E, do próprio âmbito das ciências, vimos a necessidade de potencializar modelos explicativos que superem a extrema subdivisão do saber”.

Finalidades da EDUCAÇÃO Desenvolvimento de todas ascapacidades necessárias parauma vida digna e cidadã

• Cognitivas• Afetivas/Emocionais• Interacionais• Operativas

Uma cabeça bem-feita / crítica / responsável / autônoma

CONHECIMENTO PERTINENTEA escola, todos os nossos saberes, dos nossos alunos e da comunidadeeducativa, precisa ser pensado em busca de um conhecimento quevise à autonomia e que aponte os desafios de interpretar nossarealidade. O mundo, prenhe de tanta riqueza informativa, precisaurgentemente do poder clarificador do conhecimento: só pensamentopode organizar o conhecimento. Para conhecer, é preciso pensar: sóuma cabeça bem-feita é a que é capaz de transformar a informaçãoem um conhecimento pertinente.

[...] o Conhecimento pertinente é o que é capaz de situar qualquerinformação em seu contexto e, se possível, no conjunto em que estáinscrita. Podemos dizer até que o conhecimento progride não tantopor sofisticação, formalização e abstração, mas, principalmente,pela capacidade de contextualizar e englobar. (Edgar MORIN)

Assumimos, como fundamental, a compreensão entendida comoconhecimento pertinente, como a capacidade de perceber os objetos,as pessoas, os acontecimentos e as relações que entre todos seestabelecem. (Isabel ALARCÃO)“Uma cabeça bem-feita” significa que, em vez de acumular o saber, é mais

importante dispor ao mesmo tempo de:- uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas;- princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido”.

Edgar MORIN Necessidade de superar:• Reducionismos;• Extrema subdivisão do conhecimento;• Informação tratada como “conhecimento”.

Reforma do PENSAMENTOCOMPLEXIDADEEnfoque GLOBALIZADOR

Como Antoni ZABALA define complexidade e enfoque globalizador?Da determinação das finalidades educativas, do conhecimento dos processos de aprendizagem e da própria evolução da ciência, podemos chegar à conclusão de que a organização dos conteúdos devepermitir o estudo de uma realidade que sempre é complexa e em cuja aprendizagem é preciso estabelecer o máximo de relações possíveis entre os diferentes conteúdos que são aprendidos para potencializarsua capacidade explicativa. Se nos fixamos nessas condições, podemos concluir que a melhor forma de ensinar consiste em utilizar metodologias globalizadas. (...) Ser capazes de compreender e intervir narealidade comporta dispor de instrumentos cognoscitivos que permitam lidar com a complexidade: modelos de conhecimento e de atuação desde um pensamento para a complexidade e desde a complexidade.O enfoque globalizador oferecer aos alunos os meios para compreender e atuar na complexidade. Parte da ideia de que somente é possível dar resposta aos problemas complexos com um pensamento globalcapaz de construir formas de aproximação com a realidade que superem as limitações procedentes de algumas disciplinas extremamente compartimentadas. Somente é possível atuar na complexidadequando se é capaz de utilizar os diferentes instrumentos de conhecimento existentes de maneira inter-relacionada. O enfoque globalizador pretende desenvolver no aluno e na aluna um pensamento complexoque lhe permita identificar o alcance de cada um dos problemas que lhe coloca a intervenção na realidade e escolher os diferentes campos do saber que, independentemente de sua procedência,relacionando-os ou integrando-os, ajudem-no a resolvê-los.

CONHECIMENTO• Senso científico: teoria x prática;• Conhecimentos pré-apropriados;

- COGNIÇÃO -~ Espaço escolar ~

Espaço público = coletivo.

CONHECIMENTO PERTINENTE• Mobilização das teorias e práticas;• Apropriação;• Conhecimento como agente de emancipação social;• Atuação no contexto e na realidade;• Entendimento, clarificação, inter-relação;• Globalização dos saberes.

- Mobilização de capacidades e competências -

INFORMAÇÃO• Senso comum;• Pré-conceitos;

- CURIOSIDADE -~ Informação não é conhecimento. ~

Dados não mobilizados. Trabalhados como“conhecimento”, “verdade” pelos grupos dominantes.

Processo DIALÉTICO

SUPERAÇÃO - DESENVOLVIMENTO - CLARIFICAÇÃO - PROBLEMATIZAÇÃO - DIÁLOGO - ESCLARECIMENTO - EMANCIPAÇÃO - APRENDIZAGEM

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO II | EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE• Desenvolvimento e crise ambiental: O dilema da sociedade moderna. • Questão ambiental e política internacional: Posicionamentos e divergências.• Desenvolvimento e Sustentabilidade: caminho possível? Os Problemas Ambientais de dimensão global.• A biodiversidade brasileira: as diferenças culturais, econômicas, miscigenação e a diversidade territorial. • A linguagem e os códigos cartográficos.

Milton SANTOS | Paulo FREIRE | Jose Carlos LIBÂNEO

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Segundo Milton Santos, a globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista.

Falar em capitalismo contemporâneo é aceitar que o mundo atual presencia um novo tipo de visão de desenvolvimento, diferente do que foi verificado nos processos históricos precedentes. E o que diferencia omomento atual dos anteriores são as profundas transformações que ocorreram no processo, ou padrão, de valorização do capital nas últimas décadas.

Estas mudanças são verificadas nos mais diversos âmbitos da sociedade, e são consequências de uma série de fenômenos altamente inter-relacionados, tais como a reestruturação produtiva, a globalização e amundialização das economias, o fim da experiência histórica dos países antes socialistas e os diversos elementos específicos de cada país, que têm suas próprias dinâmicas, que filtram tais variáveis a dependerde seus ambientes políticos, econômicos e sociais diversos, e que, sem dúvida alguma, impactam sobre suas relações sociais de várias maneiras.

“Globalização”: processo de integração econômica sob a égide do neoliberalismo, caraterizado pelo predomínio dos interesses financeiros, pela desregulamentação dos mercados, pelas privatizações das empresasestatais, e pelo abandono do Estado de bem-estar social.

Antes de ser uma ‘fatalidade’, a insustentabilidade é uma realidade historicamente constituída, criando uma cultura dos desperdícios e da aceitação de desigualdades de toda a ordem. Entretanto, para entendermoscomo chegamos aos problemas atuais, devemos entender os conceitos de desenvolvimento que estão por trás e dá fundamento a lógica produtiva que sustenta a globalização.

A globalização, pensada a partir de uma lógica de controle onde os aspectos econômicos submetem todos os demais, logrou construir um pretenso modelo técnico único, sobrepondo tudo e todos aoimaginário de um desenvolvimento predatório, a fim de criar condições de um desenvolvimento insustentável. Agora, quando os problemas se avolumam e não podem ser mais negados, o mesmo sistemaideológico que justifica o processo de globalização, ajudando a considerá-lo como o único caminho histórico, acaba, também, por impor uma certa visão da crise e a aceitação dos remédios sugeridos. Emvirtude disso, todos os países, lugares e pessoas passam a se comportar, isto é, a organizar sua ação, como se tal “crise” fosse a mesma para todos e como se a receita para afastá-la devesse ser geralmentea mesma. Mas a única crise que se deseja afastar é a crise financeira, não qualquer outra. Aí está, na verdade, uma causa para maior aprofundamento da crise real - econômica, social, política, moral - quecaracteriza o nosso tempo.

CAPITALISMOSistema econômico baseado namaximiza dos lucros eseparação das pessoas emclasses sociais bem distintas.Gera uma cultura liberal ouneoliberal baseada nadiferença “natural” dos humanosa partir de aspectos econômicos.

DESENVOLVIMENTO e INSUSTENTABILIDADEBaseada em contexto eminentemente econômico, baseadoem um consumismo desenfreado, ‘regado’ com abundantesenergias não renováveis como, por exemplo, os combustíveisfósseis, a globalização acirrou uma cultura deinsustentabilidade, ampliando, consideravelmente, osproblemas ambientais que vivenciamos nos dias atuais.

GLOBALIZAÇÃOProcesso atual do Capitalismo internacional que visa implantar ideologicamente umavisão de desenvolvimento econômico, social, político, cultural e ambiental voltado parao uso dos recursos naturais para a ampliação dos lucros de uma parte da sociedade.

Características:• Predominância dos aspectos econômicos sobre todos os demais;• Consumismo;• Desejo de instantaneidade;• Concentração de grupos e interesses econômicos e financeiros;• Ampliação do poder dos meios de comunicação que explorar informações como se

fossem conhecimentos;• Menosprezo por princípios, valores e diversidade cultural. CRISE AMBIENTAL

- Esgotamento de recursos naturais;- Problemas ambientais: aquecimento global, poluição,

contaminação das águas, doenças, epidemias etc;- Concentração de uso dos recursos para uma parte da população.

CRISE DE VALORES• O centro de interesse da sociedade passa a ser a obtenção de

mais recursos financeiros para a sensação de realização deconsumo. Princípios e valores baseados na formação dadignidade e caráter humanos passam a considerados secundários,“fora de moda”. A educação perde seu sentido de clarificadorde informações que são recebidas passivamente como “verdades”induscutíveis e aceitas como se “conhecimento” fosse.

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO II | EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE• Desenvolvimento e crise ambiental: O dilema da sociedade moderna. • Questão ambiental e política internacional: Posicionamentos e divergências.• Desenvolvimento e Sustentabilidade: caminho possível? Os Problemas Ambientais de dimensão global.• A biodiversidade brasileira: as diferenças culturais, econômicas, miscigenação e a diversidade territorial. • A linguagem e os códigos cartográficos.

Milton SANTOS | Paulo FREIRE | Jose Carlos LIBÂNEO

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POR UMA OUTRA “GLOBALIZAÇÃO”Milton Santos fala da necessidade de construirmos uma outra cultura de munializaçãoda diversidade econômica, social. política e cultural baseados na aceitação dadiversidade e na ampliação de conhecimento de trocas.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELA definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capazde suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atenderas necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursospara o futuro; que busca inclusão e não exclusão.

CULTURA DE RESPEITO À DIVERSIDADENeste sentido, a diversidade não é entendida como um “problema” que exige ahomogeinização (tornar todos e tudo igual, “neutro”, branco) mas é o centro de umnovo desenvimento radicado na evolução humana base na educação e construção doconhecimento.

BIODIVERSIDADE AMBIENTAL E CULTURALA biodiversidade e a diversidade territorial formada pela miscigenação de diversospovos no Brasil formou uma cultura singular no nosso País. Apesar das desigualdadesde toda ordem, a riqueza cultural e natural legou um nação com condições materiaise imateriais para desenvolver uma outra globalização, resultado da integraçãode povos e etnias sob a dimensão de sustentabilidade e vida digna para todos.

POR UMA EDUCAÇÃO AMBIENTALA educação ambiental contribui na formação humana:

• levando os alunos a refletirem sobre as questões do ambiente no sentidode que as relações do ser humano com a natureza e com as pessoasassegurem uma qualidade de vida no futuro, diferente do atual modeloeconomicista de progresso;

• educando as crianças e jovens para proteger, conservar e preservarespécies, o ecossistema e o planeta como um todo;

• ensinando a promover o autoconhecimento, o conhecimento do universo,a integração com a natureza;

• introduzindo a ética da valorização e do respeito à diversidade dasculturas, às diferenças entre as pessoas, pois os seres humanos estãoincluídos no conceito de natureza;

• empenhando os alunos no fortalecimento da democracia, da cidadania,das formas comunitárias de discutir e resolver problemas, da educaçãopopular;

• levando a tomadas de posições sobre a conservação da biodiversidade,contra o modelo capitalista de economia que gera sociedadesindividualistas, exploradoras e depredadoras da natureza biofísica eda natureza humana.

A educação ambiental não pode ser apenas uma tarefa da escola, elaenvolve ações práticas que dizem respeito ao nosso comportamento nosvários ambientes (na família, na escola, na cidade, na empresa etc.). Aomesmo tempo em que se precisa conhecer mais a respeito da natureza emudar nossa relação com ela, é preciso articular ações individuais commedidas mais gerais. As pessoas precisam ser convencidas ase engajarem campanhas para a coleta seletiva do lixo, a adquirir o hábito de nãojogar coisas na roa, a não mutilar a natureza, a lutar contra a poluiçãoambiental etc. Um outro sentido da atitude ecológica é o de recusar umconceito de progresso baseado na capacidade de possuir mais objetos ebens de consumo, assumindo uma visão de vida baseada mais na relaçãocom a natureza e as pessoas do que com os objetos. (LIBÂNEO)

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO III | ESCOLA INCLUSIVA E MULTICULTURAL• Educação e diversidade sociocultural.• A inclusão da pessoa com deficiência.

Rosita Endler CARVALHO| Luiz GONÇALVES e Pedronilha SILVA | Paulo FREIRE | Milton SANTOS | Guacira Lopes LOURO | Kabengele MUNANGA e Nilma GOMES

POR UMA EDUCAÇÃO MULTI E INTERCULTURALA educação multicultural vem em auxílio do professor para melhor desempenhar sua tarefa de falar ao aluno concreto Ela valoriza a perspectiva do aluno, abrindo o sistema escolar e construindo um currículomais próximo da sua realidade cultural (GADOTTI). As ideias multiculturalistas discutem como podemos entender e até resolver os problemas gerados pela heterogeneidade cultural, política, religiosa, étnica,racial, comportamental, econômica, já que teremos que conviver de alguma maneira. A política do reconhecimento e as várias concepções de multiculturalismo nos ensinam que é necessário que seja admitidaa diferença na relação com o outro. Isto quer dizer tolerar e conviver com aquele que não é como eu sou e não vive como eu vivo, e o seu modo de ser não pode significar que o outro deva ter menosoportunidades, menos atenção e recursos. O entendimento é que a escola como espaço público deve exercitar e ser sinal da diferença e construção da cidadania e da democracia.

LIBÂNEO vai além:

Para o Professor, a idéia de educação intercultural, que se projeta num currículo intercultural, está assentada no princípio pedagógico mais amplo: o acolhimento da diversidade, isto é, o reconhecimento dosoutros como sujeitos de sua individualidade, portadores de uma identidade cultural própria. Acolher a diversidade é a primeira referência para a luta pelos direitos humanos. A presença da diversidadehumana na sociedade resulta na transversalidade de culturas, no sentido de que toda cultura é plural. Uma prática, um comportamento intercultural, significa reconhecer o pluralismo cultural, aceitar a presençade várias culturas e desenvolver hábitos mentais e atitude de abertura e diálogo com essas culturas.

MULTICULTURALISMOConsciência que a sociedade é diversa.

EDUCAÇÃO INTERCULTURALBaseada no acolhimento da diversidade e reconhecimentos das pessoascomo sujeitos de sua individualidade, portadores de uma identidadecultural própria.

DIREITOS HUMANOS

TRANSVERSALIDADEDE CULTURAS

PLURALISMOCULTURAL

DIÁLOGO

INTERAÇÃO

RESPEITO

De fato, professores e alunos convivem com uma pluralidade crescente de pessoas e grupos sociais. Vem aumentando a interação entre pessoas de diferenteslugares, em boa parte por causa da intensificação da migração decorrente do aumento das desigualdades, da pobreza, da falta de terra. Com isso, as criançasnas escolas convivem com pessoas diferentes, às vezes com culturas e costumes diferentes, diferentes etnias e diferentes linguagens. Uma educação interculturalrequer que as decisões da equipe escolar sobre objetivos escolares e organização curricular reflitam os interesses e necessidades formativas dos diversos grupossociais existentes na escola (a cultura popular, o urbano e o rural, a cultura dos jovens, a cultura de homens e mulheres, de brancos e negros, das minoriasétnicas, dos alunos com necessidades especiais).

Assumir o objetivo da educação intercultural não significa reduzir o currículo aos interesses dos vários grupos culturais que freqüentam a escola. O que sepropõe é que, com base em uma atitude coletiva definida pela escola no sentido de um pluralismo cultural - uma visão aberta e plural em relação às culturasexistentes na sociedade e na comunidade-, seja formulada uma proposta curricular que incorpore essa visão intercultural.

EQUIDADE

ATITUDE COLETIVA

CONHECIMENTOPERTINENTE

“Ensinar exige rejeição a qualquer forma de discriminação e o reconhecimento e a assunção da identidade cultural” (FREIRE)

• RACIAL/ÉTNICA

• GERACIONAL

• ORIENTAÇÃO SEXUAL

• SITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIA

• GÊNEROAs desigualdades se estabelecem não na diferença biológica mas sim nos arranjos sociais, na história, nas condições de acesso aos recursos dasociedade, nas formas de representação. É no âmbito das relações sociais que se constroem os gêneros. Transformações são inerentes à históriae à cultura, mas, nos últimos tempos, elas parecem ter se tornado mais visíveis ou ter se acelerado. Proliferaram vozes e verdades. Novos saberes,novas técnicas, novos comportamentos, novas formas de relacionamento e novos estilos de vida foram postos em ação e tornaram evidente umadiversidade cultural que não parecia existir. Cada vez mais perturbadoras, essas transformações passaram a intervir em setores que haviamsido, por muito tempo, considerados imutáveis, trans-históricos e universais. (Guacira Lopes LOURO)

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO III | ESCOLA INCLUSIVA E MULTICULTURAL• Educação e diversidade sociocultural.• A inclusão da pessoa com deficiência.

Rosita Endler CARVALHO| Luiz GONÇALVES e Pedronilha SILVA | Paulo FREIRE | Milton SANTOS | Guacira Lopes LOURO | Kabengele MUNANGA e Nilma GOMES

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POR UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVAA inclusão educacional tem ocupado significativo espaço de reflexões em todo o mundo, particularmente a partir da década de 1990. Deve ser entendida comoprincípio (um valor) e como processo contínuo e permanente. Não deve ser concebida como um preceito administrativo, dado a priori, que leva a estabelecerdatas, a partir das quais as escolas passam a ter o status de inclusivas, em obediência à hierarquia do poder ou a pressões ideológicas.

O princípio geral é o da igualdade de direitos a oportunidades isto é, ao direito igual de cada um de ingressar na escola e, nela, exercitar sua cidadania,aprendendo e participando. Na medida em que, atendendo a todos e a cada um, buscamos aprimorar as respostas educativas de nossas escolas, de modo queo direito de todos à educação não fique, apenas, como retórica e se efetive na prática, agimos em consonância com o princípio da igualdade de oportunidades.Mas, será que devemos entender ‘igualdade de oportunidades’ como sinônimo de ‘oportunidades iguais’ (as mesmas), para todos?

Sujeitos da inclusão devem ser identificados dentre aqueles que não têm acesso aos bens e serviços histórica e socialmente disponíveis. Infelizmente estamos nosreferindo a uma considerável parcela de nossa população. Inúmeros alunos com dificuldades de aprendizagem podem ser considerados em situação de deficiênciadecorrente de condições sociais e econômicas adversas, bloqueadoras de seu pleno desenvolvimento, mesmo sem apresentarem perturbações no nível biológicocomo cegueira, surdez, retardo mental, paralisia cerebral, por exemplo.

A discussão sobre educação inclusiva impõe reflexões acerca dos seguintes temas:

• o futuro da educação especial, em consonância com a política mundial de educação para todos;• os desafios enfrentados pelas escolas regulares para que assumam e pratiquem a orientação inclusiva em suas culturas, políticas e práticas;• as estratégias de alavancagem para mover um sistema educacional numa direção inclusiva.

As estratégias de alavancagem para mover um sistema educacional numa direção inclusiva leva-nos a pensar nos princípios que embasam a política educacionaladotada e nas formas de administração consideradas como eficazes.

INCLUSÃOPrincípio e processo contínuo e permanente

ESCOLA INCLUSIVAIgualdade de direitos a oportunidades para todos, em especial paraaqueles que estão em processos de exclusão social, de “desigualação”.

SUJEITOS DA INCLUSÃO• Alunos com dificuldades de aprendizagem;• Alunos em situação de deficiênciac, om transtornos

globais do desenvolvimento e com altas habilidadesou superdotação.;

• Alunos excluídos do sistema educativo por questõesétnico/raciais, econômicas, religiosas, culturais,sexuais.

MARCOS LEGAIS• Declaração de Salamanca ONU (1994); CF (1988); LDB (1996); PCNs, DCNs; Decreto Federal n.º 7.611, de 17 de novembro de 2011.

PRINCÍPIOS E VALORES

DIRETRIZES LEGAIS• garantia de um sistema educacional inclusivo

em todos os níveis, sem discriminação e combase na igualdade de oportunidades;

• aprendizado ao longo de toda a vida;• não exclusão do sistema educacional geral

sob alegação de deficiência;• garantia de ensino fundamental gratuito e

compulsório, asseguradas adaptaçõesrazoáveis de acordo com as necessidadesindividuais;

• oferta de apoio necessário, no âmbito dosistema educacional geral, com vistas afacilitar sua efetiva educação;

• adoção de medidas de apoioindividualizadas e efetivas, em ambientesque maximizem o desenvolvimentoacadêmico e social, de acordo com a metade inclusão plena;

• oferta de educação especial prefe-rencialmente na rede regular de ensino; e

• apoio técnico e financeiro pelo Poder Públicoàs instituições privadas sem fins lucrativos,especializadas e com atuação exclusiva emeducação especial.

ESTRATÉGICAS DE ALAVANCAGEM

APRENDIZAGEM

Os princípios e valores que embasam as políticas educacionais constituem a base axiológica que move os formuladores de política. Se democráticos e centrados na aprendizagem em vez do ensino, os princípios serãoverdadeiras alavancas que fazem sair da retórica para a prática, na medida em que o que está previsto nos objetivos, passa a acontecer, de fato.

Uma verdadeira escola inclusiva não pode cair no risco do moralismo abstrato e nem da retórica política. O processo é complexo, lento e sofrido, mas é possível melhorar as escolas que temos. É possível reverter osquadros do fracasso escolar evidentes nas estatísticas educacionais brasileiras. É possível remover barreiras para a aprendizagem e para a participação de todos os alunos (inclusive dos que estão em situação dedeficiência), desde que haja vontade política, gerenciamento e lideranças competentes e convencidas, além de professores qualificados em sua formação inicial e continuada. (Rosita CARVALHO)

Foco e centro:

Desafios:

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO IV | FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA E O COTIDIANO ESCOLAR• A experiência social dos alunos e o cotidiano.• O cotidiano escolar: A construção de valores de uma vida cidadã que possibilita aprender e socializar saberes, desenvolver atitudes cooperativas, solidárias e responsáveis.• A ação coletiva e o diálogo com a comunidade educativa como fator de fortalecimento institucional para a promoção da cidadania.• A construção coletiva da proposta pedagógica da escola: demandas sociais, das características multiculturais e das expectativas dos alunos e dos pais, como fator de aperfeiçoamento

da prática docente e da gestão escolar.• A prática docente e a gestão escolar como fator de aperfeiçoamento do trabalho coletivo.• Gestão Escolar para o sucesso do ensino e da aprendizagem.

SACRISTÁN e GOMEZ| Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Lino MACEDO | Telma WEISZ | Paulo FREIRE |

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A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: a experiência dos alunos e o cotidianoA espécie humana, constituída biologicamente como tal, elabora instrumentos, artefatos, costumes, normas, códigos de comunicação e convivência como mecanismos imprescindíveis para a sobrevivência dosgrupos e da espécie. Paralelamente, e posto que as aquisições adaptativas da espécie às peculiaridades do meio não se fixam biologicamente nem se transmitem através da herança genética, os gruposhumanos põem em andamento mecanismos e sistemas externos de transmissão para garantir a sobrevivência nas novas gerações de suas conquistas históricas. Este processo de aquisição por parte das novasgerações das conquistas sociais — processo de socialização — costuma denominar-se genericamente como processo de educação. (SACRISTÁN)

Como experiência especificamente humana, a educação é uma forma de intervenção no mundo, o que implica além do conhecimento dos conteúdos, um esforço de reprodução ou desmascaramento daideologia dominante. Neutra em relação à ideologia dominante a educação não pode ser (FREIRE)

REPRODUÇÃO TRANSFORMAÇÃOXCONTRADIÇÃO

MétodoDIALÉTICO

• Ideologia dominante;• Manutenção do status quo;

• Professor como transmissor de“verdades” absolutas, prescindindo docotidiano escolar como contexto para

sua prática educativa;• Papel da escola: exclusivamente

seletiva e propedêutica, separando os“melhores” para a continuidade escolar.

Classificação = Exclusão

• Pensamento crítico;• Presença do professor no cotidiano escolarcomo mobilizador, construindo competências

de comparar, analisar, avaliar, decidir,escolher e romper;

• Papel da escola: partindo de umaeducação problematizado que vise

autonomia e emancipação, a partir darealidade para compreendê-la, intervir e

transformar, mobilizando todas ascapacidades necessárias.

MEDIAÇÃO | Emancipação = INCLUSÃO

[...] o objetivo da escola será o de conseguir que o conhecimento cotidiano seja o mais eficazpossível para dar resposta aos problemas que a vida em sociedade coloca para as pessoas.A função da escola será a de melhorar, aprofundar e ampliar esse conhecimento, a partirde um processo de construção de um conhecimento cada vez mais elaborado, em que oconhecimento científico será mais ou menos relevante, em função de sua capacidade namelhora do conhecimento “cotidiano”.

Por esse motivo, o papel da escola deverá consistir na reconstrução, na reelaboração e naampliação dessas estruturas ou do conhecimento cotidiano, por meio de um currículo ouconhecimento escolar, formado por todos os conteúdos da aprendizagem que se relacionamcom a visão que temos do que é um conhecimento apropriado para as finalidades educativasa que nos propusemos e, por conseguinte, com a visão ou ideal de cidadão ou cidadã.(Antoni ZABALA)

COTIDIANO ESCOLAROs valores e princípios de umavida cidadã são construídos nocotidiano escolar, considerandoas experiências sociaisacumuladas de cada aluno eseu contexto social. Criando umambiente escolar acolhedor eao mesmo tempo crítico dosproblemas da realidade,estamos preparando nossosalunos para uma vivência eprática cidadão e aberto anovas aprendizagens epráticas solidárias.

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO IV | FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA E O COTIDIANO ESCOLAR• A experiência social dos alunos e o cotidiano.• O cotidiano escolar: A construção de valores de uma vida cidadã que possibilita aprender e socializar saberes, desenvolver atitudes cooperativas, solidárias e responsáveis.• A ação coletiva e o diálogo com a comunidade educativa como fator de fortalecimento institucional para a promoção da cidadania.• A construção coletiva da proposta pedagógica da escola: demandas sociais, das características multiculturais e das expectativas dos alunos e dos pais, como fator de aperfeiçoamento

da prática docente e da gestão escolar.• A prática docente e a gestão escolar como fator de aperfeiçoamento do trabalho coletivo.• Gestão Escolar para o sucesso do ensino e da aprendizagem.

SACRISTÁN e GOMEZ| Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Lino MACEDO | Telma WEISZ | Paulo FREIRE |

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A AÇÃO COLETIVA E O DIÁLOGO: centro de nossas atuações e prática no ensino-aprendizagem

Ensinar exige disponibilidade para o diálogo[...] Me sinto seguro porque não há razão para me envergonhar por desconhecer algo. Testemunhar a abertura aos outros, a disponibilidade curiosa à vida, a seus desafios, são saberesnecessários à prática educativa. Viver a abertura respeitosa aos outros e, de quando em vez, de acordo com o momento, tomar a própria prática de abertura ao outro como objetivo dareflexão crítica deveria fazer parte da aventura docente. A razão ética da abertura, seu fundamento político sua referência pedagógica; a boniteza que há nela como viabilidade dodiálogo. A experiência da abertura como experiência fundante do ser inacabado que terminou por se saber inacabado. Seria impossível saber-se inacabado e não se abrir ao mundoe aos outros à procura de explicação, de respostas a múltiplas perguntas. O fechamento ao mundo e aos outros se torna transgressão ao impulso natural da incompletude [...](Paulo FREIRE)

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLACabe à escola suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se, num processoativo de construção e reconstrução do objeto, numa interação entre estruturas cognitivasdo indivíduo e estrutura do ambiente. (LIBÂNEO)

A LDB buscou preservar, no seu art. 26, a autonomia da proposta pedagógica dos sistemas e das unidades escolarespara contextualizar os conteúdos curriculares de acordo com as características regionais, locais e da vida dos seus alunos;assim entendida, a parte diversificada é uma dimensão do currículo, e a contextualização pode ser a forma de organizá-la sem criar divórcio ou dualidade com a Base Nacional Comum.

A proposta pedagógica deve refletir o melhor equacionamento possível entre recursos humanos, financeiros, técnicos,didáticos e físicos, para garantir tempos, espaços, situações de interação, formas de organização da aprendizagem ede inserção da escola no seu ambiente social, que promovam a aquisição dos conhecimentos, competências e valoresprevistos na lei, apresentados nestas diretrizes, e constantes da sua proposta pedagógica. (PCNs)

A PRÁTICA DOCENTE REFLEXIVA COMO FATOR DEAPERFEIÇOAMENTO DO TRABALHO COLETIVO

Criar, estruturar e dinamizar situações de aprendizagem e estimular a aprendizagem e aautoconfiança nas capacidades individuais para apreender são competências que o profes-sor de hoje tem de desenvolver. [...] Na mesma lógica das capacidades e das atitudes quepretende ajudar a desenvolver nos seus alunos, o professor tem, também ele, de se considerarnum constante processo de autoformação e identificação profissional. Costumo dizer que temde ser um professor reflexivo numa comunidade profissional reflexiva. (ALARCÃO)

GESTÃO E PLANEJAMENTO ESCOLARA gestão escolar [...] constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover aorganização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessáriaspara garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino orientadaspara a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentaradequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento.

O sistema educativo é uma complexa rede social com uma estrutura, uma vidaou cultura interna, e algumas relações peculiaridades com o contexto externo.[...] Os programas políticos não se instalam materialmente na prática senãoatravés de um processo de negociação com os atores sociais, de acordo comas peculiaridades do contexto e das condições do mesmo. Propostas e realidademantêm uma relação dialética interessante: ambas se codeterminam.As propostas políticas incidem na realidade e esta acaba condicionando o quede real vão ter aquelas propostas. (SACRISTÁN)

Repensar a escola como um espaço democrático e participativo de troca e produçãode conhecimento que é o grande desafio que os profissionais da educação,especificamente o Gestor Escolar, deverão enfrentar neste novo contexto educacional,pois o Gestor Escolar é o maior articulador deste processo e possui um papel funda-mental na organização do processo de democratização escolar

GERIR UMA ESCOLA REFLEXIVA É GERIR UMA ESCOLA COM PROJETOIsabel ALARCÃO apresentará a necessidade de uma gestão reflexiva num contexto de escola reflexiva:Só um modelo democrático de gestão se coaduna com o conceito de escola reflexiva. Por modelo democráticode gestão entendo um modelo organizacional em que todos e cada um se sente pessoa. E ser pessoa é terpapel, ter voz e ser responsável. Um modelo em que cada um se considera efetivamente presente ourepresentado nos órgãos de decisão. E em que há capacidade real de negociação e de diálogo capaz deultrapassar as dicotomias entre o eu e o nós, entre os administradores e os professores, entre os professores eos alunos, entre os pais e os professores, entre os diferentes órgãos dentro da escola, entre a decisão casuísticae a decisão determinada por princípios gerais [...] e a dicotomia entre a lógica e a lógica da ação.

Postulados para a gestão de uma escola reflexiva:- ser capaz de liderar e mobilizar as pessoas; - saber agir em situação;- nortear-se pelo projeto de escola; - assegurar uma atuação sistêmica;- assegurar a participação democrática; - pensar e escutar antes de decidir;- saber avaliar e deixar-se avaliar; - ser consequente;- ser capaz de ultrapassar dicotomias paralisantes; - decidir;- acreditar que todos e a própria escola se encontram num processo de desenvolvimento e aprendizagem.

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO V | A PRÁTICA EDUCATIVA• Prática profissional e projeto educativo: os professores, suas concepções e opções didático-pedagógicas.• A formação do profissional da educação: conceitos e dimensões.• A escola como espaço de formação continuada e de aperfeiçoamento profissional.• Organização dos tempos e espaços escolares.

Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ

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PROJETO EDUCATIVO: guia para o trabalho do professorO projeto pedagógico envolve a estrutura organizacional e a estrutura pedagógica. A primeira se refere a recursos humanos, físicose financeiros, aí incluindo a forma material da escola. A estrutura pedagógica diz respeito as interações políticas, às questões deensino-aprendizagem e às de currículo, organização de conteúdos e avaliação. Na verdade essas estruturas se imbricam na dinâmicainterna da escola.

Entende-se por projeto educativo a expressão da identidade de cada escola em um processo dinâmico de discussão, reflexão eelaboração contínua. Esse processo deve contar com a participação de toda equipe pedagógica, buscando um comprometimento detodos com o trabalho realizado, com os propósitos discutidos e com a adequação de tal projeto às características sociais e culturaisda realidade em que a escola está inserida. É no âmbito do projeto educativo que professores e equipe pedagógica discutem eorganizam os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação para cada ciclo. (PCNs)

Segundo o educador Antoni Zabala, “um dos objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez maiscompetente em seu ofício” . Esta competência é construída mediante o conhecimento e a experiência, e só é plenamenterealizada mediante a reflexão do trabalho e o conhecimento das concepções e opções didático-pedagógicas.

APRENDER E ENSINAR, CONSTRUIR E INTERAGIRPor muito tempo a pedagogia focou o processo de ensino no professor, supondo que, como decorrência, estaria valorizando oconhecimento. O ensino, então, ganhou autonomia em relação à aprendizagem, criou seus próprios métodos e o processo deaprendizagem ficou relegado a segundo plano. Hoje sabe-se que é necessário ressignificar a unidade entre aprendizagem e ensino,uma vez que, em última instância, sem aprendizagem o ensino não se realiza.

CONSTRUTIVISMOA perspectiva construtivista na educação é configurada por uma série de princípios explicativos do desenvolvimento e da aprendizagemhumana que se complementam, integrando um conjunto orientado a analisar, compreender e explicar os processos escolares deensino e aprendizagem.

A configuração do marco explicativo construtivista para os processos de educação escolar deu-se, entre outras influências, a partirda psicologia genética, da teoria sociointeracionista e das explicações da atividade significativa. Vários autores partiram dessasideias para desenvolver e conceitualizar as várias dimensões envolvidas na educação escolar, trazendo inegáveis contribuições àteoria e à prática educativa.

O núcleo central da integração de todas essas contribuições refere-se ao reconhecimento da importância da atividade mentalconstrutiva nos processos de aquisição de conhecimento. Daí o termo construtivismo, denominando essa convergência.

RESSIGNIFICAÇÃOCabe ao educador, por meio da intervenção pedagógica, promover a realização de aprendizagens com o maior grau de significadopossível, uma vez que esta nunca é absoluta — sempre é possível estabelecer alguma relação entre o que se pretende conhecer e aspossibilidades de observação, reflexão e informação que o sujeito já possui.

A aprendizagem significativa implica sempre alguma ousadia: diante do problema posto, o aluno precisa elaborar hipóteses eexperimentá-las. Fatores e processos afetivos, motivacionais e relacionais são importantes nesse momento. Os conhecimentos geradosna história pessoal e educativa têm um papel determinante na expectativa que o aluno tem da escola, do professor e de si mesmo,nas suas motivações e interesses, em seu autoconceito e em sua autoestima.

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA

APRENDIZAGEM

PROJETO EDUCATIVO

CONSTRUTIVISMO

RESSIGNIFICAÇÃO

Reflexão do trabalho e oconhecimento das concepções e

opções didático-pedagógicas

Organização CURRICULAROrganização dos CONTEÚDOS

Organização da AVALIAÇÃO do processo

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO V | A PRÁTICA EDUCATIVA• Prática profissional e projeto educativo: os professores, suas concepções e opções didático-pedagógicas.• A formação do profissional da educação: conceitos e dimensões.• A escola como espaço de formação continuada e de aperfeiçoamento profissional.• Organização dos tempos e espaços escolares.

Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZ

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Do conjunto de relações necessárias para facilitar a aprendizagem se deduz uma série de FUNÇÕES DOS PROFESSORES, que Zabala caracteriza da seguinte maneira:

• Planejar a atuação docente de uma maneira suficientemente flexível para permitir adaptação às necessidades dos alunos em todo o processo de ensino/aprendizagem. Por um lado, umaproposta de intervenção suficientemente elaborada; e por outro, com uma aplicação extremamente plástica e livre de rigidez, mas que nunca pode ser o resultado da improvisação.

• Contar com as contribuições e os conhecimentos dos alunos, tanto no início das atividades como durante sua realização.• Ajudá-los a encontrar sentido no que estão fazendo para que conheçam o que têm que fazer, sintam que podem fazê-lo e que é interessante fazê-lo.• Estabelecer metas ao alcance dos alunos para que possam ser superadas com o esforço e a ajuda necessários.• Oferecer ajudas adequadas, no processo de construção do aluno, para os progressos que experimenta e para enfrentar os obstáculos com os quais se depara.• Promover atividade mental autoestruturante que permita estabelecer o máximo de relações com novo conteúdo, atribuindo-lhe significado no maior grau possível e fomentando os processos

de meta-cognição que lhe permitam assegurar o controle pessoal sobre os próprios conhecimentos e processos durante a aprendizagem.• Estabelecer um ambiente e determinadas relações presididos pelo respeito mútuo e pelo sentimento de confiança, que promovam a autoestima e o autoconceito.• Promover canais de comunicação que regulem os processos de negociação, participação e construção.• Potencializar progressivamente a autonomia dos alunos na definição de objetivos, no planejamento das ações que os conduzirão aos objetivos e em sua realização e controle, possibilitando

que aprendam a aprender.• Avaliar os alunos conforme suas capacidades e seus esforços, levando em conta o ponto pessoal de partida e o processo através do qual adquirem conhecimentos e incentivando a

autoavaliação das competências como meio para favorecer as estratégias de controle e regulação da própria atividade.

FORMAÇÃO PERMANENTE E CONTINUADAAs transformações das práticas docentes só se efetivam na medida em que o professor amplia sua consciência sobre aprópria prática, a da sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupões conhecimentos teóricos e críticos sobrea realidade.

Em síntese, dizemos que o professor é um profissional do humano que: ajuda o desenvolvimento pessoal / intersubjetivodo aluno; um facilitador do acesso do aluno ao conhecimento (informador informado); um ser de cultura que domina deforma profunda sua área de especialidade (científica e pedagógica/educacional) e seus aportes para compreender omundo; um analista crítico da sociedade, portanto, que nela intervém com sua atividade profissional; um membro de umacomunidade de profissionais, portanto, científica (que produz conhecimento sobre sua área) e social.

ORGANIZAÇÃO DOS TEMPOS ESCOLARESA consideração do tempo como variável que interfere na construção da autonomia permite ao professor criar situações em que o aluno possa progressivamente controlar a realização de suasatividades. Por meio de erros e acertos, o aluno toma consciência de suas possibilidades e constrói mecanismos de autorregulação que possibilitam decidir como alocar seu tempo. Por essa razão,são importantes as atividades em que o professor seja somente um orientador do trabalho, cabendo aos alunos o planejamento e a execução, o que os levará a decidir e a vivenciar o resultadode suas decisões sobre o uso do tempo. (PCNs)

ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS ESCOLARESUma sala de aula com carteiras fixas dificulta o trabalho em grupo, o diálogo e a cooperação; armários trancados não ajudam a desenvolver a autonomia do aluno, como também nãofavorecem o aprendizado da preservação do bem coletivo. A organização do espaço reflete a concepção metodológica adotada pelo professor e pela escola.

Em um espaço que expresse o trabalho proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais é preciso que as carteiras sejam móveis, que as crianças tenham acesso aos materiais de uso frequente,as paredes sejam utilizadas para exposição de trabalhos individuais ou coletivos, desenhos, murais.Nessa organização é preciso considerar a possibilidade de os alunos assumirem a responsabilidade pela decoração, ordem e limpeza da classe. Quando o espaço é tratado dessa maneira,passa a ser objeto de aprendizagem e respeito, o que somente ocorrerá por meio de investimentos sistemáticos ao longo da escolaridade. (PCNs)

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO VI | COMPETÊNCIAS PARA COMPREENDER E TRANSFORMAR O ENSINO• Saberes e práticas voltadas para o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas, sociais e culturais.• A infância como tempo de formação.• A adolescência como tempo de formação.• A Educação e as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação: Ensinar na era da Informação.• Concepção sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem.

Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO SACRISTÁN e GOMEZ | José CASTORINA (org) | Jean PIAGET | Lev VYGOTSKY

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10 NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR

1. organizar e dirigir situações de aprendizagem; 2. administrar a progressão das aprendizagens; 3. conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação; 4. envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho; 5. trabalhar em equipe; 6. participar da administração escolar; 7. informar e envolver os pais; 8. utilizar novas tecnologias; 9. enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;10. administrar a própria formação.

O QUE É COMPETÊNCIA?Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes,capacidades, informações etc) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações.

Professor como

MOBILIZADOR

PROBLEMATIZADOR

Solução de situações-problemas naAPRENDIZAGEM com

PERTINÊNCIA

EFICÁCIA

10 NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR E MAIS UMA

Mais tarde, Perrenoud afirma a necessidade de se desenvolver uma décima primeira competêncialigada ao trabalho docente, que está relacionada à ação do professor enquanto um atorcoletivo no sistema de ensino e enquanto um direcionador do movimento dos educadoresno sentido da profissionalização e da prática reflexiva sobre seu próprio fazer.Diante de tais competências profissionais, devemos, também, favorecer de forma organizada odesenvolvimento das habilidades requeridas no âmbito escolar.

Para tanto, devemos rever os currículos escolares de forma a permitir que os conteúdos sejam,de fato, compreendidos pelos alunos, tanto pela via intelectual, quanto pela via prática.

LEV VYGOTSKY (1896-1934)

SOCIOCONSTRUTIVISMO OU SOCIOINTERACIONISMO.As características do indivíduo, o conhecimento que ele tem do mundo estão em contínua mudançae se constroem na relação sujeito-mundo, especialmente nas relações interpessoais em que elese envolve. É, portanto, na interação que se dá a gênese das estruturas de pensamento, aconstrução do conhecimento e a constituição de si mesmo como SUJEITO pelos indivíduos.

A perspectiva apontada considera, pois, que não há essência humana a priori. É na ação práticaque se forma o homem, na interação com pessoas e com objetos nas diferentes situações e,depois, na interação também com representações construídas a partir daquelas interações. Talperspectiva destaca o papel do Outro, da exploração de objetos, da emoção, da linguagem edo jogo no desenvolvimento infantil.

ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMALA aprendizagem, criando a zona de desenvolvimento proximal, desperta vários processoscapazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente, e quandoem cooperação com seus companheiros. Uma vez internalizados, estes processos tornam-se partedas aquisições de desenvolvimento independentes da criança. Mais uma vez, portanto, suaconcepção destaca o valor do interlocutor, daquele que dialoga com a criança no desenvolvimentodesta.

JEAN PIAGET (1896-1980)PSICOLOGIA GENÉTICA - EPISTEMOLOGIA COGNITIVA

Reconhece o papel construtivo do desenvolvimento, que depende da interação entre organismoe meio, regida pela autorregulação ou equilibração. Durante os primeiros períodos dodesenvolvimento humano, a equilibração manifesta-se através de ações efetivas que vão sendoobjeto de coordenações pelo sujeito e, posteriormente, através de ações interiorizadas, reversíveise dinâmicas, as chamadas operações lógico-matemáticas. Essa evolução se processa por etapasque assistem a construção de estruturas mentais sucessivas, integradas umas às outras.Progressivamente, a inteligência denominada prática vai sendo substituída pela inteligênciarepresentativa.

Aprendizagem e conhecimento, nesta perspectiva, relacionam-se. Se, para aprender, o Sujeitodeve dispor de possibilidades, que são os esquemas assimiladores, é na ação sobre o mundoque o Sujeito constrói conhecimentos e a si mesmo, aperfeiçoando suas estruturas mentais.

O ambiente social deve propiciar à criança oportunidades de interagir com outros indivíduosque levem à cooperação e à colaboração. Ele seria um dos quatro fatores de desenvolvimentomental propostos por PIAGET, juntamente com a maturação do sistema nervoso, o ambientefísico e a equilibração progressiva. As ações, a motivação e a cooperação social estãointimamente ligadas às funções intelectuais. O progresso intelectual provoca modificações aonível da afetividade e das relações sociais. Todavia, esta influência é recíproca. Através dainteração social, a criança é levada a sair de uma perspectiva centrada em si (egocêntrica)para ter uma visão mais objetiva dos acontecimentos.

Revise os estágios de desenvolvimento segundo PIAGET na página 506 da apostila.

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO VI | COMPETÊNCIAS PARA COMPREENDER E TRANSFORMAR O ENSINO• Saberes e práticas voltadas para o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas, sociais e culturais.• A infância como tempo de formação.• A adolescência como tempo de formação.• A Educação e as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação: Ensinar na era da Informação.• Concepção sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem.

Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO |Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO SACRISTÁN e GOMEZ | José CASTORINA (org) | Jean PIAGET | Lev VYGOTSKY

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A informação é um fator intrínseco a qualquer atividade, ela deve ser conhecida, processada, compreendida e utilizada pela consolidação de serviços, produtos e sistemas deinformações. Segundo a professora Isabel ALARCÃO, a sociedade da informação, como sociedade aberta e global, exige competências de acesso, avaliação e gestão da informaçãooferecida. De imediato se coloca uma questão: a das diferenças ao acesso à informação e da necessidade de providenciar igualdade de oportunidades sob pena de desenvolvermosmais um fator de exclusão social: a infoexclusão. A pergunta válida que fazemos é: como discernir sobre a informação válida e inválida, correta ou incorreta, pertinente ou supérflua?Como organizar o pensamento e a ação em função da informação, recebida ou procurada?

O mundo, marcado por tanta riqueza informativa, precisa urgentemente do poder clarificador do pensamento.Edgar MORIN afirma que só o pensamento pode organizar o conhecimento. Para conhecer, é preciso pensar. E uma cabeça bem feita - ao invés de bem cheia – é a que é capaz detransformar a informação em conhecimento pertinente. Para o autor, o conhecimento pertinente é o conhecimento que é capaz de situar qualquer informação em seu contexto e, sepossível, no conjunto em que está inscrita. Inerente a esta concepção, emerge a relevância do sentido que se atribui às “coisas”. Assume-se como fundamental, a compreensão entendidacomo a capacidade de perceber os objetos, as pessoas, os acontecimentos e as relações que entre todos se estabelecem.

As novas competências exigidas pela sociedade da informação e da comunicação, do conhecimento e da aprendizagemUm dos autores que mais tem trabalhado a questão das competências é Philippe PERRENOUD que vimos anteriormente. Segundo o pensador suíço, ter competência é saber mobilizaros saberes. A competência não existe, portanto, sem os conhecimentos. Como consequência lógica não se pode afirmar que as competências estão contra os conhecimentos, mas sim comos conhecimentos. Elas reorganizam-nos e explicitam a sua dinâmica e valor fundamental.

Uma escola reflexiva é uma comunidade de aprendizagem e é um local onde se produz conhecimento sobre educação.

INFORMAÇÕES

CONHECIMENTOCientífico/Técnico/Informacional

Teória e Prática“Só o pensamento pode organizar o conhecimento” (MORIN)

CONHECIMENTO PERTINENTE/APROPRIADO

Cotidiano escolar(REALIDADE) Cotidiano escolar

ELABORADO

ESCOLA REFLEXIVA

RESSIGNIFICAÇÃOEnfoque Globalizador

Potencialidade explicativa de contextos globais.PROBLEMATIZAÇÃO + CLARIFICAÇÃO

APRENDIZAGEM APRENDIZAGEM

Cotidiano não

elaborado

Cotidiano não

elaborado

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO VII | ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS | CURRÍCULO | AVALIAÇÃO• Organização dos conteúdos de aprendizagem.• O currículo e a globalização do conhecimento: impasses e polêmicas entre conteúdo e metodologia na sala de aula• O desenvolvimento curricular: Planejamento da ação didática e o Projeto Pedagógico.• A avaliação e o processo de ensino e aprendizagem: em busca de uma coerência e integração.• O processo de avaliação do desenvolvimento e do desempenho escolar como instrumento de análise e de acompanhamento, intervenção e reorientação da ação

pedagógica e dos avanços da aprendizagem dos alunos.

Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZJosé CASTORINA (org) | Jussara HOFFMANN | Charles HADJI | Celso VASCONCELLOS

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Organização daAVALIAÇÃO

Organização doCURRÍCULO

Organização dosCONTEÚDOS

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APRENDIZAGEM

PROCESSO

PARTICIPAÇÃO

DINAMICIDADE

DIALOGICIDADE

DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO:Tomada de decisões coletivas =

Superação da visão reducionista, apenaspropedêutica, seletiva, classificatória e

excludente do ensino-aprendizagem

APRENDIZAGEM

APRENDIZAGEM

INTERDISCIPLINARIDADE

INTERDISCIPLINARIDADE

MÉTODOS GLOBALIZADOSCom esse nome designam-se todos aqueles métodos completos de ensino que,de uma maneira explícita, organizam os conteúdos de aprendizagem a partirde situações, temas ou ações, independentemente da existência ou não dealgumas matérias ou disciplinas que precisam ser lecionadas. Nos métodosglobalizados, os alunos mobilizam-se para chegar ao conhecimento de um temaque lhes interessa, para resolver alguns problemas do meio social ou naturalque lhes são questionados, ou para realizar algum tipo de construção. (ZABALA)

ENFOQUE GLOBALIZADOR e COMPLEXIDADEManeira de organizar os conteúdos a partir de uma concepção de ensino na qual oobjeto fundamental de estudo para os alunos seja o conhecimento e a intervençãona realidade. Aceitar essa finalidade significa entender que a função básica doensino é a de potencializar nas crianças as capacidades que lhes permitamresponder aos problemas reais em todos os âmbitos de desenvolvimento pessoal,sejam sociais, emocionais ou profissionais, os quais sabemos que, por sua natureza,jamais serão simples. Ser capazes de compreender e intervir na realidade comportadispor de instrumentos cognoscitivos que permitam lidar com a complexidade: modelosde conhecimento e de atuação desde um pensamento para a complexidade e desdea complexidade. (ZABALA)

O CURRÍCULO é, em outras palavras, o coração da escola, o espaço central em que todos atuamos, o que nos torna, nos diferentes níveis do processo educacional, responsáveis por sua elaboração. Podemos resumirsintetizar a investigação, caracterizando o processo de desenvolvimento curricular da seguinte forma:• é um processo interpessoal que reúne vários atores com diferentes pontos de vista sobre o ensino e aprendizagem e com poderes, explícitos ou implícitos, de decisão curricular;• é um processo político que se traduz na tomada de decisões a nível nacional, regional e local e que conta com a influência de vários grupos que dispõem de poder de negociação curricular;• é um empreendimento social que envolve pessoas no desempenho de papéis — com as potencialidades, disponibilidades e obstáculos inerentes — de acordo com diferentes interesses, valores e ideologias;• é um processo de colaboração e cooperação entre os diversos intervenientes que tomam decisões curriculares;• é um sistema desarticulado da prática de tomada de decisões: não é um processo puramente racional e cientificamente objetivo nem um processo nitidamente sequenciado e sistemático; depende de um método prático e simples, pois as decisões curriculares são frequentemente tomadas através de movimentos pequenos e progressivos ou sobre problemas específicos e não propriamente através de reformas globais.

Sacristán desenvolve bastante o tema do desenvolvimento curricular, esclarecendo à partida que considera o currículo uma confluência de práticas.

PPPE

PPPE

“A avaliação é a reflexão transformada em ação, não podendo serestática nem ter caráter sensitivo e classificatório”.

Jussara HOFFMANN

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QUADRO-RESUMO | MÓDULO VII | ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS | CURRÍCULO | AVALIAÇÃO• Organização dos conteúdos de aprendizagem.• O currículo e a globalização do conhecimento: impasses e polêmicas entre conteúdo e metodologia na sala de aula• O desenvolvimento curricular: Planejamento da ação didática e o Projeto Pedagógico.• A avaliação e o processo de ensino e aprendizagem: em busca de uma coerência e integração.• O processo de avaliação do desenvolvimento e do desempenho escolar como instrumento de análise e de acompanhamento, intervenção e reorientação da ação

pedagógica e dos avanços da aprendizagem dos alunos.

Philippe PERRENOUD | Antoni ZABALA | José Carlos LIBÂNEO | Paulo FREIRE | Isabel ALARCÃO | SACRISTÁN e GOMEZJosé CASTORINA (org) | Jussara HOFFMANN | Charles HADJI | Celso VASCONCELLOS

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Organização daAVALIAÇÃO

HOFFMANN propõe para a realização da avaliação, naperspectiva de construção, duas premissas fundamentais:confiança na possibilidade do aluno construir as suas própriasverdades; valorização de suas manifestações e interesses. Oaparecimento de erros e dúvidas dos alunos, numa extensãoeducativa é um componente altamente significativo aodesenvolvimento da ação educacional, pois permitirá ao docentea observação e investigação de como o aluno se coloca dianteda realidade ao construir suas verdades. Ela distingue o diálogoentre professor e aluno como indicador de aprendizagem,necessário, à reformulação de alternativas de solução para quea construção do saber aconteça. A reflexão do professor sobreseus próprios posicionamentos metodológicos, na elaboração dequestões e na análise de respostas dos alunos deve ter sempreum caráter dinâmico.

Avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Avaliação é, fundamentalmente, acompanhamento do desenvolvimento do aluno no processo de construção do conhecimento. O professor precisacaminhar junto com o educando, passo a passo, durante todo o caminho da aprendizagem.

Na AVALIAÇÃO MEDIADORA o professor deve interpretar a prova não para saber o que o aluno não sabe, mas para pensar nas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para interagircom esse discente. Para que isso aconteça, o desenvolvimento dessa prática avaliativa deverá decodificar a trajetória de vida do aluno durante a qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões,e isso é muito mais que conhecer o educando.

Em um processo de aprendizagem toda resposta do aluno é ponto de partida para novas interrogações ou desafios do professor. Devem-se ofertar aos alunos muitas oportunidades de emitiridéias sobre um assunto, para ressaltar as hipóteses em construção, ou as que já foram elaboradas Sem tais atitudes, não se idealiza, de fato, um processo de avaliação contínua e mediadora.

Avaliar significa ação provocativa do professor desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-o a um saber enriquecido,acompanhando o “vir a ser”, favorecendo ações educativas para novas descobertas. A avaliação apresenta uma importância social e política fundamental no fazer educativo vinculando-a aidéia de qualidade. Não há como evitar a necessidade de avaliação de conhecimentos, muito embora se possa torná-la eficaz naquilo que se propõe: a melhora de todo o processo educativo.Avaliar qualitativamente significa um julgamento mais global e intenso, no qual o aluno é observado como um ser integral, colocado em determinada situação relacionada às expectativas doprofessor e também deles mesmos. Nesse momento, o professor deixa de ser um simples colecionador de elementos quantificáveis e utiliza sua experiência e competência analisando os fatosdentro de um contexto de valores, que legitimam sua atitude como educador.

AVALIAÇÃO MEDIADORAO que pretendo introduzir (...) é a perspectiva da ação avaliativa comouma das mediações pela qual se encorajaria a reorganização do sa-ber. Ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidadeintelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e alunobuscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as. (HOFFMANN)

Tal paradigma pretende opor-se ao modelo do "transmitir-verificar-reg-istrar" e evoluir no sentido de uma ação avaliativa reflexiva edesafiadora do educador em termos de contribuir, elucidar, favorecer atroca de ideias entre e com seus alunos, num movimento de superaçãodo saber transmitido a uma produção de saber enriquecido, construídoa partir da compreensão dos fenômenos estudados.

AVALIAÇÃO MEDIADORAFormativa, significativa, emancipatória,

reflexiva e integradora.

Na escola tradicional, a avaliação era fundamentalmente somativa e, portanto, classificatória(vide os tipos de concepção sobre avaliação na pág. 541 da apostila).

Na educação moderna, predominam a avaliação diagnóstica e a FORMATIVA.