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Rbcm 2000 flexibilidade c_gil

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Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília v.8 n. 2 p. março 2000 25

Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Físicada UGFDiretor Médico da Clínica de Medicina do Exercício (Clinimex) -Rio de Janeiro, RJ

Endereço: Clínica de Medicina do Exercício – Rua SiqueiraCampos, 93/101 – 22031-070 – Rio de Janeiro – RJ – BrasilE-mail: [email protected]

Correlação entre diferentes métodos lineares eadimensionais de avaliação da mobilidade articularCorrelation among different linear and dimensionless methods of joint motionevaluation

Resumo[1] Araujo, C.G.S. Correlação entre diferentes métodos li-neares e adimensionais de avaliação da mobilidade articu-lar. Rev. Bras. Ciên. e Mov. 8 (2): 27-34, 2000.A flexibilidade é um dos componentes da aptidão física,podendo ser definida como a amplitude máxima fisiológi-ca passiva de um dado movimento articular. Embora umcerto nível de flexibilidade pareça ser relevante para a saú-de, desconhecem-se quais são os níveis ótimos para um dadoindivíduo. A flexibilidade tende a ser específica para umdado movimento e para uma dada articulação, de modo queos procedimentos de teste devem levar esses aspectos emconsideração. Nos últimos 20 anos, temos trabalhado como Flexiteste, que é um método de avaliação da flexibilidadepassiva de 20 movimentos articulares, utilizando uma es-cala crescente de números inteiros, entre 0 e 4, para cadamovimento. Contudo, desconhecemos a correlação entreos seus resultados, com aqueles obtidos em outros testes deflexibilidade, assim como os níveis de flexíndice [soma dosresultados dos 20 movimentos articulares] que melhor ca-racterizam hipo e hipermobilidade clínica. Visando a res-ponder a essas questões, 30 indivíduos não-atletas, dos doissexos e com idades variando entre 2 e 54 anos, foram sub-metidos aos seguintes testes de flexibilidade: a) sentar-e-alcançar (TSA), b) toe-touch (TT), c) Beighton-Horan (BH),d) Rosenbloom e e) Flexiteste. Todos os testes foram reali-zados por um único avaliador experiente em sequência pa-dronizada, para todos os indivíduos. Como todos os indiví-duos tiveram sinal de Rosenbloom negativo (um critériode hipomobilidade), não foi possível avaliar, comparativa-mente, os resultados deste procedimento. Os resultados doFlexiteste (pontos) - mediana de 49, mínimo de 35 e máxi-mo de 68 - correlacionaram-se com os dos demais testes(p<0,05), sendo os valores de r: 0,81 para o BH, 0,60, parao TT e de 0,40, para o TSA. Os resultados de TT e TSAforam também fortemente associados entre si [r = 0,91;

Claudio Gil Soares de Araújo

p<0,01], indicando que os dois procedimentos tendem amedir os mesmos atributos da flexibilidade. Já os valoresde r, entre estes dois testes e o BH, foram muito baixos[entre 0,1 e 0,4], sugerindo que atributos distintos estariamsendo avaliados. Apesar da associação significativa entreTSA e Flexiteste [r = 0,40; p=0,04], a dispersão dos resul-tados, ao longo da linha de regressão, inviabiliza a conver-são prática dos resultados entre os dois procedimentos, jáque, por exemplo, um valor de +10 cm, no TSA, ocorriaem sete dos indivíduos, cujos flexíndices variavam entre37 e 65 pontos. A análise dos dados individuais permitiupropor os pontos de corte de 6, para o BH e igual ou maiordo que 60 pontos, no Flexiteste, para caracterizar hipermo-bilidade. Como a amostra possuía níveis médios relativa-mente altos de flexibilidade global, não foi possível sugerirpontos de corte para hipomobilidade no Flexiteste. Consi-derando as associações significativas com os outros testes,aqui estudados, conclui-se que o Flexiteste é um métodoválido para a avaliação da flexibilidade. Em adendo, a na-tureza da distribuição dos resultados do Flexiteste, atravésdo flexíndice, sugere que este método mantém o seu poten-cial de discriminação nas mais diversas populações, alémde permitir a avaliação e a comparabilidade direta da mo-bilidade dos 20 movimentos articulares testados.

UNITERMOS: Flexiteste, flexibilidade, lassitudeligamentar, atividade física, hipermobilidade, qualidade devida relacionada à saúde.

Abstract[2] Araujo, C.G.S. Correlation among different linear anddimensionless methods of joint motion evaluation. Rev.Bras. Ciên. e Mov. 8 (2): 27-34, 2000.Flexibility is one the components of physical fitness, beingdefined as the maximal passive physiological range in a

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given joint movement. Despite the fact that a given level offlexibility is needed for good health, it is unknown whatare the optimal levels for a given subject. Flexibility tendsto be specific for a given movement and for a given joint,in order that, the testing procedures should take this inaccount. In the last 20 years, we have worked with theFlexitest, which consists in an evaluation method of thepassive flexibility of 20 joint movements, in which eachmovement is graded in a progressive scale of integernumbers varying from 0 to 4. However, we still do not knowhow Flexitest scores correlate with the results obtained inanother flexibility tests, as well as what are the the flexindexscores [sum of the results in the 20 joint movements] thatbetter characterize clinical hypo and hypermobility. In anattempt to answer these questions, 30 male and female non-athletes subjects with age varying between 2 and 54 years,were submitted to the following flexibility tests: a) sit-and-reach (SR), b) toe-touch (TT), c) Beighton-Horan (BH), d)Rosenbloom and e) Flexitest. All the tests were performedby a single trained evaluator using a standardized sequencefor all subjects. Since all the subjects had negative Rosen-bloom sign (a hypomobility criteria), it was not possible toevaluate comparatively the results of this procedure. TheFlexitest results (points) - median of 49, minimum of 35and maximum of 68 - were significantly related with theother tests’ results (p<.05), being the r values: .81 for theBH, .60 for the TT and .37 for the SR. The TT and SRresults were also strongly related [r = .91; p<.01], indicatingthat the two tests tend to measure the same flexibilityattributes. Notwithstanding, the r values between these testsand the BH were quite low [between .1 and .4], suggestingthat distinct attributes were being evaluated. Despite of thesignificant relationship between SR and Flexitest [r = .40;p=.04], the wide dispersion around the regression lineprecludes the results’ convertibility between the two testingprocedures, since, for example, a value of +10 cm in theSR occurred in seven of the subjects, who presentedflexindex scores ranging from 37 to 65 points. The analysisof the individual data allows to propose hypermobility cut-off points of 6 in the BH and equal or higher than 60 pointsin the Flexitest. Since our sample had somewhat higher thanexpected levels of global flexibility, it was not possible tosuggest hypomobility cut-off points. Considering thesignificant relationships among the Flexitest and the othertests’s results, we conclude that the Flexitest is a validmethod for the flexibility assessment. In addition, the natureof data distribution in the Flexitest, in terms of flexindex,suggests that this method keeps a discriminatory potentialin the most varied populations, while permits the evaluationand direct comparisons of the results of the 20 joint motionsassessed.

KEYWORDS: Flexitest, flexibility, joint laxity, physicalactivity, hypermobility, health-related quality of life

Introdução

A flexibilidade é um dos componentes da aptidãofísica (14), sendo considerada relevante para a execução demovimentos simples ou complexos, para o desempenhodesportivo, para a manutenção da saúde e para a preserva-ção da qualidade de vida (4). A flexibilidade é, portanto,uma das variáveis do desempenho físico, podendo ser defi-nida operacionalmente como a amplitude máxima fisioló-gica passiva de um dado movimento articular (3-4). Nestaconceituação, ficam caracterizados os seguintes aspectos:a obtenção de um máximo (“amplitude máxima”), a inde-pendência do componente força e o correspondente isola-mento da variável mobilidade (“passiva”), a inexistênciade lesões, na realização da medida (“fisiológica”) e a espe-cificidade da mobilidade da articulação e do movimento(um dado movimento articular”). A flexibilidade tende aser específica para um dado movimento e para uma dadaarticulação (21), de modo que o indivíduo pode, por exem-plo, possuir grande amplitude de movimento na extensãodo quadril e ser bastante restrito, na mobilidade da flexãodo punho. Outros termos freqüentemente relacionados aotema são mobilidade articular e alongamento. Entendemosque a expressão mobilidade pode, na grande maioria dasvezes, ser utilizada como sinônimo de flexibilidade, semqualquer prejuízo da compreensão. Já a expressão alonga-mento aplica-se, provavelmente melhor, a uma forma deexercícios físicos, de modo que, consideramos sinônimosos termos exercícios de flexibilidade e exercícios de alon-gamento (4).

Um certo grau de flexibilidade parece ser funda-mental para a saúde (28). Todavia, estão muito pouco cla-ramente estabelecidos quais são os níveis ótimos de flexi-bilidade, para a saúde de um indivíduo, e como esses níveisvariam em função de idade, gênero, raça e padrão de ativi-dade física regular. Os termos hipomobilidade e hipermo-bilidade têm sido empregados com relativa freqüência naliteratura médica e correspondem a níveis de flexibilidadecorporal, provavelmente associados a padrões inapropria-dos de saúde. Nesse sentido, é interessante observar que,ao contrário da potência aeróbica máxima, outra importan-te variável da aptidão física, relacionada à saúde, níveis ex-tremamente altos de flexibilidade nem sempre são associa-dos a padrões ótimos de saúde, podendo, inclusive, ser maiscomuns em indivíduos acometidos de certas anormalida-des e/ou enfermidades (3, 15, 25, 27). Dados recentes deAraújo (6) apontam, inclusive, para o fato de que a grandemaioria dos atletas de alto nível possui uma flexibilidadeglobal apenas mediana, contrariando uma crença bastantecomum e, provavelmente, viesada de que todos os atletastendem a ser indivíduos bastante flexíveis.

A flexibilidade pode ainda ser decomposta em doiscomponentes: estático e dinâmico (28). O componente es-tático refere-se à amplitude máxima de um movimento,como enunciado acima. Já o componente dinâmico refere-se à resistência ou rigidez oferecida ao movimento, dentrode uma determinada amplitude, sendo quantificada em si-tuações tipicamente de pesquisa, através do torque. Ainda

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que o componente dinâmico seja bastante relevante, a mai-or discussão do tema flexibilidade é primariamente centra-da sobre o componente estático, devido a maiores facilida-des de mensuração, análise e treinamento.

As mais recentes diretrizes sobre exercício físico,preconizadas pelo Colégio Americano de Medicina Des-portiva, incluem os exercícios de flexibilidade como ele-mentos fundamentais (1) e dados, também recentes, têmidentificado uma associação positiva entre ganhos de flexi-bilidade e melhoria de qualidade de vida, relacionada à saúde(12). Todavia, ainda que consensualmente consideradacomo relevante, a prescrição objetiva e efetiva dos exercí-cios de flexibilidade demanda uma mensuração prévia euma avaliação precisa, fidedigna e válida. Os principaismétodos de testagem da flexibilidade datam de, pelo me-nos, algumas décadas (8, 10, 23, 30, 35) e, apesar de inú-meras limitações já identificadas (3, 13, 22, 34), continuama ser utilizados ao longo dos anos (7, 13, 15, 18, 24, 31,33).

Instrumentos de testagem cientificamente consis-tentes podem permitir uma caracterização mais precisa dodiagnóstico, do significado e do prognóstico desses valo-res extremos, com óbvias vantagens do ponto de vista clí-nico e, até mesmo, desportivo. Esses instrumentos deveri-am, idealmente, possuir alta sensibilidade e especificidadee, de acordo com a população testada, os resultados obti-dos deveriam representar elevados valores preditivos, po-sitivos e negativos (20).

Recentemente, Araújo (4) apresentou um sistemade classificação dos testes de flexibilidade. De forma su-cinta, temos que os métodos de avaliação da mobilidadearticular estática podem ser classificados, em função dasunidades de mensuração dos resultados, em três categoriasprincipais: lineares, angulares e adimensionais. Os méto-dos lineares caracterizam-se por utilizar a escala métricapara avaliar, indiretamente, a mobilidade articular, normal-mente através de movimentos compostos, isto é, movimen-tos que envolvem mais de uma articulação. Os métodosangulares avaliam a amplitude de movimento de diversasarticulações, com o auxílio de goniômetros, inclinômetrosou flexômetros. Os métodos adimensionais são aqueles quenão possuem unidades convencionais de quantificação, talcomo ângulos ou centímetros, para expressarem o resulta-do obtido e podem ser subdivididos em dois tipos: os queatribuem valores numéricos ou pontos a determinados grausde amplitude de movimentos articulares e os que apenasdicotomizam uma resposta em sim ou não ou, ainda, empositiva ou negativa. Tipicamente, eles não dependem deequipamentos, utilizando-se unicamente de critérios oumapas de referência preestabelecidos para comparação (3,4).

Nos últimos 20 anos, temos trabalhado em situa-ções clínicas ou desportivas com um procedimento de me-dida e avaliação da flexibilidade, denominado Flexiteste,tendo acumulado uma experiência de quase três mil avalia-ções (3, 5, 6). Uma das formas de estudar a validade de uminstrumento de medida e avaliação é através de sua compa-ração com outros métodos convencionalmente utilizadospara avaliar a mesma variável ou aspecto. Sendo assim, oobjetivo deste estudo foi determinar a correlação entre os

resultados do Flexiteste e aqueles obtidos em outros méto-dos lineares e adimensionais de avaliação da mobilidadearticular. Adicionalmente, procurou-se obter subsídios quepermitam melhor definir os valores que caracterizariam osquadros clínicos de hipo e hipermobilidade, a partir dosresultados do Flexiteste.

Metodologia

Um total de 30 indivíduos, sendo 16 do sexo mas-culino e 14 do sexo feminino, assintomáticos para o siste-ma locomotor, participaram voluntariamente deste estudo.Propositadamente, a amostra possuía uma grande hetero-geneidade, quanto à idade. Os indivíduos tinham 27 ± 16anos (média ± desvio-padrão), variando entre 2 e 54 anos.Seis crianças tinham menos do que sete anos de idade, en-quanto os quatro mais velhos possuíam mais do que 50 anosde idade. Alguns dos indivíduos testados faziam exercíciosfísicos regularmente, enquanto outros poderiam ser classi-ficados como sedentários.

Cinco procedimentos de testagem da flexibilidadeforam aplicados neste estudo, sendo um deles do tipo li-near e os quatro outros de natureza adimensional, na suanatureza de mensuração.

O método linear utilizado foi o teste de sentar-e-alcançar, proposto originalmente por Wells e Dillon, em1952 (35). Nesse método, o indivíduo é sentado com aspernas completamente estendidas e os pés ligeiramente afas-tados e completamente apoiados contra um anteparo demadeira de, aproximadamente, 25 cm de altura. Sobre oanteparo, em ângulo reto, coloca-se uma régua graduadaem centímetros. Muito embora não conste da descrição ori-ginal do método, optamos por manter os pés descalços, paramelhor padronização. Pede-se, então, ao indivíduo para re-alizar quatro tentativas de flexão do tronco, mantendo osjoelhos, cotovelos e punhos em extensão. Na quarta tenta-tiva, o indivíduo deverá manter, por alguns instantes, a po-sição máxima alcançada com a ponta dos seus quirodácti-los, para que possa ser feita a leitura na régua. Para tal,considera-se como zero o ponto de contato dos pés com oanteparo, sendo então possível obter valores negativos epositivos, quando, respectivamente, as pontas dos dedosnão chegam a alcançar ou ultrapassam o anteparo.

Quatro outros testes, caracterizados como adimen-sionais, foram aplicados nos indivíduos deste estudo. Oprimeiro a ser descrito é o sinal de Rosenbloom (30, 32).Este método avalia, inicialmente, a superposição das su-perfícies plantares das articulações interfalângicas proximaise distais dos quirodáctilos, o que corresponde à posição deprece (PP). Quando essa superposição não é completa, existeuma importante limitação da mobilidade articular e prosse-gue-se o exame da mobilidade passiva destas e de outrasarticulações. Para o presente estudo, optamos por conside-rar o resultado do teste na forma dicotômica de sinal deRosenbloom, negativo ou positivo, correspondendo, res-pectivamente, à possibilidade de superpor, completamentee por seus próprios meios as mãos ou a sua impossibilidadede fazê-lo.

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Outro método adimensional usado (ainda que suadescrição original tenha sido feita como método linear) foio desenvolvido por Kraus e Hirschland (23), que ficou co-nhecido em inglês como toe-touch (TT). O teste consisteem, na posição ereta e com os joelhos completamente es-tendidos, flexionar lentamente o tronco, tentando tocar comas pontas dos quirodáctilos as pontas dos pododáctilos. Nãofoi permitida a insistência ou o balanceio do corpo para aexecução do teste. Novamente, empregou-se a dicotomiasim ou não, para indicar o resultado do teste.

O terceiro método adimensional utilizado neste estu-do foi o proposto, inicialmente, por Carter e Wilkinson (10),com a modificação preconizada por Beighton e Horan (8, 9).Este método (BH) avalia a mobilidade articular através de umescore crescente de números inteiros, variável de 0 a 9 pontos,atribuindo-se um ponto para a habilidade de realizar cada umdos seguintes movimentos: a) extensão passiva dosquirodáctilos mínimos além de 90 graus; b) aposição passivados polegares à face “flexora” dos antebraços; c) hiperextensãodos cotovelos, além de 10 graus; d) hiperextensão dos joe-lhos, além de 10 graus e e) flexão do tronco, partindo da posi-ção ereta, com os joelhos completamente estendidos, de modoque as palmas das mãos repousem, facilmente, no solo.

Finalmente, o quarto e último método adimensio-nal foi o Flexiteste, desenvolvido originalmente por Pável eAraújo, em 1980 (26). O método foi aplicado com as ver-sões dos mapas de avaliação redesenhados e publicados porAraújo (2, 3) e que, desde então, têm sido utilizados em vá-rios estudos científicos (5, 6, 11, 12, 16, 17). Descrições maisdetalhadas do método podem ser encontradas em outras pu-blicações e não serão repetidas, no presente artigo (2, 3, 4,11, 17). Em síntese, o método consiste na avaliação da mo-bilidade articular passiva máxima de 20 movimentos articu-lares, envolvendo articulações no tronco, membros superio-res e inferiores. Cada movimento tem sua mobilidade avali-ada em uma escala crescente de números inteiros, que variaentre 0 e 4 pontos, a partir da comparação entre a amplitudeefetivamente obtida e os mapas de referência (Figura 1).Considera-se que os valores extremos refletem, respectiva-mente, hipo e hipermobilidade naquele movimento específi-co. Além de permitir a análise da mobilidade específica decada movimento articular, o Flexiteste permite que o avalia-dor adicione os valores alcançados em cada movimento eobtenha, assim, um índice ou escore da flexibilidade global,que varia, portanto, entre 0 e 80 pontos e é denominado deflexíndice. Até o momento, não existem critérios clinicamenteconsubstanciados ou validados para definir os valores deflexíndice que corresponderiam a quadros de hipo e hiper-mobilidade clínica.

Para efeito de testagem, a ordem dos testes foi pa-dronizada: BH, TT, TSA, Flexiteste e PP. O tempo médiodispendido para a testagem completa de cada indivíduo foiao redor de 10 minutos, não tendo sido permitida a execu-ção prévia de exercícios, com a finalidade de aquecimento.Os indivíduos testados sabiam apenas que teriam sua flexi-bilidade testada sem, contudo, conhecer a exata naturezados objetivos da pesquisa. Todos os testes foram realizadospor um único avaliador, devidamente treinado em todos osprocedimentos.

Para quantificação do grau de associação entre osdiversos testes de flexibilidade, os resultados dos testes deTSA, BH e TT foram correlacionados – produto-momentode Pearson e Sperman-Rank – com os resultados das medi-das dos movimentos individuais e do somatório de pontospara cinco conjuntos articulares - tornozelo e joelho, qua-dril, tronco, punho, cotovelo e ombro e ainda para osomatório total de pontos (flexíndice). Para efeito designificância estatística, arbitrou-se um nível de probabili-dade de 5%.

Resultados e Discussão

Interessantemente, a área de avaliação da flexibili-dade parece ter tido poucos avanços, nos últimos anos.Métodos de teste, desenvolvidos há várias décadas, conti-nuam sendo utilizados rotineiramente, apesar das conheci-das limitações dos mesmos. Parece haver ainda uma certapreferência na escolha do procedimento de teste, de acordocom a área de conhecimento ou de interesse. Quando o casoé a hipomobilidade do adolescente diabético, o teste deRosenbloom é bastante empregado, enquanto para o estu-do da síndrome de hipermobilidade, o procedimento pa-dronizado por Beighton e Horan é o mais comumente utili-zado. Para grupos ou populações nas quais a distribuiçãode resultados da flexibilidade tende a ser gaussiana, isto é,com raros casos de hipo e de hipermobilidade, testes linea-res e angulares tendem a ser mais freqüentemente aplica-dos e parecem proporcionar resultados mais apropriados.Isto é o caso de ambientes desportivos ou na Educação Fí-sica escolar, onde o TSA, por exemplo, tem sido ampla-mente empregado.

Os valores de tendência central e de variabilida-de para os diversos testes foram os seguintes: Flexiteste(pontos) - mediana de 49, mínimo de 35 e máximo de68; BH (pontos) - mediana de 3, mínimo de 0 e máximode 9; TSA (cm) - média de 7, desvio-padrão de 9,6, mí-nimo de -15 e máximo de +25. Nos procedimentos deteste dicotômicos, verificamos que no TT, 23 dos indiví-duos obtiveram êxito, enquanto nenhum dos indivíduosfalhou no PP, portanto, todos foram considerados comosinal de Rosenbloom negativos. As distribuições dos re-sultados no Flexiteste e no TSA se assemelhavam à dacurva gaussiana, enquanto a do BH apresenta uma nítidaassimetria à direita.

A tabela I mostra a matriz de correlações entre osdiversos métodos de teste da mobilidade articular, tendo oscoeficientes de correlação produto-momento de Pearsonvariado entre 0,26 e 0,91. Resultados bastante semelhantesforam obtidos com o coeficiente de correlação por postosna análise não-paramétrica (ex. BH e Flexíndice igual a0,804). Todas as correlações dos resultados entre pares detestes foram significativas, exceto a obtida entre o BH e oTSA, o que seria de esperar, já que todos se propõem amedir a mesma variável. A figura 3 apresenta os diagramasde dispersão para os resultados obtidos no Flexiteste, emrelação ao TSA [r = 0,40; p=0,04] e ao BH [r = 0,81;p<0,01].

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TABELA I. Coeficientes de correlação entre os resultados dosdiferentes métodos de avaliação da mobilidade articular (n =30)

ETSET naroH-nothgieB-e-ratneSraçnacla

hcuot-eoT

etsetixelF *18,0 *04,0 *06,0

-nothgieBnaroH

- 62,0 *04,0

-e-ratneSraçnacla

- - *19,0

50,0<p*

manifestação clínica. Em atletas, Krivickas e Feinberg (24)demonstraram que, por outro lado, para cada ponto adicio-nado ao escore do BH, havia uma redução de 16% no riscode lesões desportivas nos membros inferiores em jovens.

O coeficiente de correlação de 0,91 (p<0,05) entreo TT e o TSA apenas confirma a óbvia semelhança entreesses dois procedimentos de teste, sugerindo que ambosmedem basicamente o mesmo aspecto da flexibilidade. Osnossos resultados mostram que apenas quatro indivíduosobtiveram resultados negativos no TSA, enquanto sete nãoconseguiram tocar a ponta dos pés. Estes resultados, apa-rentemente contraditórios, podem ser explicados quandose analisa, mais detalhadamente, a metodologia de execu-ção desses dois testes. Na prática, existem algumas dife-renças metodológicas entre os dois procedimentos de teste,e a maneira de quantificar o resultado é bastante distinta.No TT não é permitida a insistência, enquanto na metodo-logia clássica do TSA o indivíduo deve exatamente insistire permanecer na posição em sua quarta tentativa, para queseja feita a leitura. Isto foi o que provavelmente ocorreuem três dos nossos indivíduos, que conseguiram resultadosligeiramente positivos no TSA - entre 0 e +1 cm - e que nãolograram alcançar as pontas dos pés, quando a insistênciaou o balanceio do corpo eram proibidos. Por outro lado, naposição ereta de execução do TT, a força da gravidade ten-de a contribuir para que o indivíduo alcance a ponta dospés, o que não acontece no TSA, que é feito na posiçãosentada. Outra provável distinção é que se torna mais fácilser rigoroso com a extensão completa dos joelhos no TSAdo que no TT, de forma que o denominado ângulo poplíteo,provocado pela incapacidade de alongamento completo dosmúsculos posteriores da coxa, pode interferir distintamen-te nos dois procedimentos de teste. Em adendo, em um es-tudo relativamente recente, Tilly e Stillman (34) quantifi-caram precisamente a contribuição da mobilidade torácica,lombar e do quadril na execução do TT, tendo encontradoque graus distintos de contribuição de flexão destas articu-lações ocorrem em diferentes indivíduos que conseguemtocar a ponta dos pés, concluindo, então, que este teste nãoé um indicador confiável da mobilidade vertebral ou doquadril. Várias modificações têm sido propostas para o TSA,objetivando melhorar primariamente sua validade ou am-pliar os tipos de populações que poderiam ser testadas poreste procedimento (13, 22), todavia, os coeficientes de cor-relação obtidos, nas associações com variáveis da aptidãofísica ou de saúde, deixam ainda muito a desejar.

Por outro lado, não se evidenciou correlação entreo TT e o TSA com o BH (p>0,05), indicando que diferen-tes aspectos da mobilidade articular estão sendo considera-dos nestes testes. Poderíamos especular, como uma das cau-sas, o fato de que o BH avalia movimentos nos quais oprincipal fator limitante da mobilidade é o tecido conectivoou, mais especificamente, os ligamentos, enquanto nos ou-tros dois instrumentos de medida a principal limitação damobilidade máxima é observada na estrutura muscular pos-terior da coxa (13).

É interessante observar que o Flexiteste é o únicométodo que se correlaciona significativamente com os de-

A grande variabilidade nos dados de mobilidadearticular reflete o uso proposital de uma amostra bastanteheterogênea em idade, gênero e padrão de atividade físicahabitual. Apesar disto, não encontramos nenhum indivíduoque não tivesse conseguido superpor as palmas das mãos,impedindo, assim, o estudo comparativo entre o PP e osdemais métodos. Como esse método se destina primaria-mente a identificar crianças e adolescentes diabéticos, comcontrole glicêmico menos eficaz (33) e que, conseqüente-mente, teriam uma maior predisposição a futuras microan-giopatias (29, 31, 32), seria razoável supor, tal como efeti-vamente ocorreu, que todos os nossos indivíduos obtives-sem resultados normais. Estes dados sugerem que o PP éum teste de pouca utilidade, para discriminar indivíduoscuja flexibilidade possa ser classificada entre pequena emuito grande, como representado pelos escores entre 35 e69 pontos, no Flexiteste, estando sua sensibilidade diag-nóstica mais provavelmente situada no extremo inferior dadistribuição dos resultados da flexibilidade (19, 20). Nãopode ser testada, neste estudo, a hipótese de que indivíduoscom escores de flexíndice extremamente baixos como, porexemplo, menores do que 25 pontos, possam apresentar osinal de Rosenbloom positivo. Dessa forma, não foi tam-bém possível caracterizar quais seriam os escores de flexín-dice eventualmente associados a um padrão estabelecidode hipomobilidade.

O BH foi originalmente desenvolvido para avaliar eidentificar clinicamente casos de hipermobilidade, não seconsiderando como hipomóveis os indivíduos que alcançamescores 0 (8, 9), sendo melhor considerado como um teste derastreamento preliminar e de elevada sensibilidade (19).Várias condições clínicas têm sido associadas àhipermobilidade (15, 25, 27). Por exemplo, Perrini et al. (27),considerando um escore igual ou superior a 4 no BH, comoindicativo de lassitude ligamentar generalizada, verificaramque o risco relativo de distúrbios da articulaçãotemporomandibular era quatro vezes maior em indivíduoscom lassitude generalizada, comparada com aqueles que nãopossuíam sinais de hipermobilidade. Um grupo de Barcelo-na (25) identificou que pacientes com síndrome de pânicofreqüentemente - cerca de dois terços dos casos - apresenta-vam hipermobilidade articular, enquanto a prevalência dehipermobilidade era de apenas 12% em indivíduos sem essa

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mais (p<0,05), sugerindo que ele incorpora aspectos rele-vantes de cada um deles. A melhor associação foi observa-da entre o flexíndice e o BH, indicando uma maior simila-ridade entre os atributos avaliados pelos instrumentos.

Quando analisamos a matriz dos coeficientes decorrelação, por movimento do Flexiteste e pelos somatóriosdos resultados dos movimentos por articulação no grupo dearticulações próximas, em relação ao BH, observamos quequase todas as correlações são estatisticamente significati-vas sem, contudo, em nenhuma delas, alcançar valor obtidocom o flexíndice. Isso se manteve, mesmo quando se tentouassociar o somatório dos movimentos de extensão do joelho,extensão do cotovelo e flexão do tronco, movimentos testa-dos especificamente no BH, quando se obteve um r de 0,70.

Algumas considerações podem ser feitas, a partirdo estudo dos diagramas de dispersão (Figura 2) dos resul-tados individuais obtidos no Flexiteste e no BH pelos inte-grantes da amostra. Enquanto os limites inferior e superiordo Flexiteste, isto é, 0 e 80 pontos, no flexíndice, não fo-ram alcançados, isto ocorreu no BH, no qual seis indiví-duos ou 20% da amostra alcançaram o menor escore possí-vel e a criança mais jovem - com apenas dois anos de idade- alcançou a nota máxima de 9 pontos. Estes dados indicamum maior potencial de discriminação na avaliação da mo-bilidade articular no Flexiteste do que no BH. Em realida-de, a variabilidade interindividual alcançou apenas 40% detoda a escala disponível - 32 pontos - no Flexiteste, con-trastando com os 100% do método de BH.

Os nossos dados mostram que, para os indivíduoscom escores entre 0 e 2 no BH, o flexíndice variou entre 35e 47 pontos. Já para os escores 0 e 3 no BH temos flexíndicesque variaram entre 35 e 58 pontos. Os valores de 3, 4 e 5 noBH foram obtidos por 13 indivíduos (43% da amostra),correspondendo a resultados de Flexiteste, entre 45 e 60pontos, com uma mediana exatamente idêntica de 52 pon-tos no flexíndice, para cada um desses escores no BH. In-teressantemente, houve uma tendência para que os indiví-duos mais flexíveis da amostra fossem os que obtiveram osmaiores escores nos dois testes, entre 6 e 9, no BH e igualou maior do que 60 pontos, no Flexíndice. Se um significa-do estatístico é para ser dado às expressões de hipo e hiper-mobilidade, idealmente, apenas 5% da população, metadepara cada lado, seriam classificados desta forma (19). Con-tudo, é possível que, do ponto de vista epidemiológico, istoé, o aparecimento de riscos relativos aumentados para mor-bidade, outros pontos de corte menos arbitrários sejam con-venientes (19, 20). Escores iguais ou superiores a 4, no tes-te de BH, critério clássico de hiperlassitude ligamentar ge-neralizada, foram obtidos por 43% da nossa amostra. Osvalores do Flexiteste também foram acima dos tipicamenteesperados para a idade e o gênero, na maioria dos indiví-duos (5), o que permite caracterizar a nossa amostra comomais flexível do que uma população convencional de não-atletas. Ainda que considerando a relativa assimetria da dis-tribuição da mobilidade articular global, em nossa amos-tra, se o escore de 4 é definido como ponto de corte parahipermobilidade, um quantitativo muito grande de indiví-duos seriam classificados como hipermóveis. Esse achadonão parece ser um fato isolado, pois outros autores têm en-contrado que um, a cada oito adultos, possui escores iguais

ou superiores a 4 no BH (25). Parece, portanto, oportuno,em uma primeira tentativa, considerar como portadores dehipermobilidade generalizada os indivíduos que alcança-rem escores iguais ou superiores a 6, no BH e igual ou mai-ores do que 60 pontos, no Flexiteste. Outros estudos denatureza clínica são necessários, para melhor validar os ín-dices ora propostos.

O Flexiteste permite, ainda, que as questões de hi-pomobilidade e hipermobilidade possam ser avaliadas paraum dado movimento articular específico. Em apenas trêscasos isolados do sexo masculino foram detectados valoreszero, para algum movimento do Flexiteste, sempre na arti-culação do ombro, dois deles na rotação lateral, tendo o flexín-dice deles variado entre 35 e 42 pontos, portanto, na extre-midade inferior da distribuição da amostra. Já o valor 4, empelo menos um dos movimentos, foi encontrado em 15 indi-víduos, sendo sete do sexo masculino e oito do sexo femini-no. Apenas em cinco dos 20 movimentos do Flexiteste nãofoi obtido, pelo menos, um escore 4, nessa amostra. As po-tenciais implicações clínicas e desportivas desses achadossomente poderão ser esclarecidas com estudos prospectivos.

As correlações obtidas entre os resultados do flexín-dice com o TT e com o TSA são relativamente baixas, ape-sar de significativas. Uma análise mais detalhada do dia-grama de dispersão entre os resultados do Flexiteste e doTSA permitem algumas considerações. Muito embora existauma discreta tendência de relação direta entre os escores, adispersão ao longo da linha de regressão é extremamenteelevada, inviabilizando que os escores de um teste sirvampara predizer os resultados no outro teste. Por exemplo, oresultado de +10 cm, no TSA, foi alcançado por sete indi-víduos que tiveram flexíndices entre 37 e 67 pontos, prati-camente englobando os menores e os maiores resultadosdo Flexiteste. Dessa forma, conforme já havia sido aponta-do no passado (3), a medida e a avaliação da flexibilidadepelo Flexiteste e pelo TSA são dois procedimentos bastan-te distintos e incomparáveis. Estes resultados eram, até certoponto, esperados, considerando-se as inerentes limitaçõesmetodológicas, antropométricas, cinesiológicas e fisioló-gicas do TSA, que não existem ou são consideravelmenteminimizadas no Flexiteste.

O Flexiteste parece reunir algumas característicase propriedades interessantes que podem permitir sua apli-cação nas mais variadas situações. Inicialmente, por ser ummétodo de avaliação da flexibilidade passiva, há pouca de-pendência de colaboração do avaliado, o que permite que ométodo seja aplicado em pessoas debilitadas física e/oumentalmente ou ainda nos extremos da faixa etária, comoem crianças muito jovens ou idosos com idade muito avan-çada. O tempo relativamente longo de obtenção dos dadosde mobilidade, nos 20 movimentos - cerca de 2 a 3 minutospara um avaliador experiente -, quando comparado à maio-ria dos métodos aqui discutidos, é recompensado pela mai-or abrangência da informação obtida, preservando o con-ceito de especificidade da flexibilidade e auferindo subsí-dios úteis para a prescrição mais detalhada de um progra-ma de exercícios de flexibilidade. Ao contrário dos outrosmétodos adimensionais como, por exemplo, o BH, o Flexi-teste não privilegia um dos extremos da distribuição, comseus resultados possuindo uma distribuição gaussiana e com

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grande amplitude na escala. Apenas a título de ilustração,dentro do banco de dados do nosso laboratório, com quasetrês mil resultados de Flexiteste, os valores extremos deflexíndice são de 8 e 78 pontos, portanto, sem atingir oslimites inferior e superior da escala. Dessa forma, oFlexiteste possui um elevado potencial discriminativo. Porúltimo, mas não menos importante, o Flexiteste permite umacomparabilidade direta da mobilidade de diversos movi-mentos articulares.

Os resultados deste estudo indicam que o Flexites-te, através do flexíndice, constitui um método válido para aavaliação da flexibilidade global, conforme mostram as cor-relações significativas com os outros métodos usados paraessa finalidade. Este estudo sugere, ainda, que o Flexitestepossui um maior poder discriminativo do que os outros mé-todos adimensionais, considerados no presente trabalho, eque um escore igual ou superior a 60 pontos pode ser pro-posto como critério de hipermobilidade generalizada.

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Agradecimentos

O autor agradece ao Dr. Paulo de Tarso VerasFarinati pelas críticas e sugestões a este artigo.

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