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REALISMO E NATURALISMO A crise da ideologia romântica

Realismo

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REALISMO E NATURALISMO

A crise da ideologia romântica

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Momento histórico• Segunda metade do século XIX• Segunda Revolução Industrial• Transformações econômicas, com

modificações estruturais• Crescimento desordenado das cidades• Falta de condições de higiene e conforto

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• Avanço tecnológico e progresso científico• Grande desenvolvimento do pensamento

humano e das ciências• Acirramento das relações entre burguesia e

proletariado• Revolta de trabalhadores, com greves e

conflitos

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POSITIVISMO• Racionalidade científica e lógica• A ciência é sinônimo da verdade• Amor como princípio, a ordem como base e o

progresso como meta• O progresso da humanidade vem dos avanços da ciência• Conhecimento é a experiência sensível dos dados materiais e concretos• A imaginação subordina-se à observação na busca pelo observável• Hierarquia, organização, obediência, desprezo ao imaterial, crença no

governo da elite intelectual

AUGUSTO COMTE

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DETERMINISMO• Teoria da Raça, Meio e Momento• O comportamento humano é determinado pelos três fatores• Raça é o conjunto das características hereditárias imprimidas pela

família às gerações seguintes• O homem forçado a adaptar-se às circunstâncias adquire um temperamento e

um caráter que lhes são correspondentes• O meio corresponde às tradições, as crenças, os hábitos mentais e as

instituições que modelam os indivíduos• O momento é o conjunto de circunstâncias que desencadeia as ações de cada

indivíduo, a “ocasião” ou “oportunidade”

HIPPOLYTE TAINE

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EVOLUCIONISMO• Modificação das espécies por meio de transformações

progressivas ao longo do tempo de acordo com o ambiente em que habitam

• Explicação da origem do homem• Influência no pensamento e na forma de entender a

realidade• Nietzche: deus está morto

CHARLES DARWIN

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SOCIALISMO• Crítica do modelo liberal burguês• Denúncia da exploração burguesa• Protagonismo do trabalhador• Luta de classes – conflito entre exploradores e

explorados• Os acontecimentos históricos são determinados

pelas condições materiais da sociedade

KARL MARX

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• O automóvel, a eletricidade, o telégrafo e a fotografia são demonstrações do progresso representado pela fábrica.

• Os tempos da euforia burguesa e do capitalismo desumano põem em crise os antigos valores românticos.

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A ARTE EM ESTADO DE MÍMESEestética realista-naturalista

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CARACTERÍSTICAS BÁSICAS• Abandono da visão subjetiva• Cientificismo• Artista como cientista: representação da realidade como um estudo de

fenômeno• Visita aos lugares que retratavam, convívio com pessoas a quem descreviam• Arte minuciosa, documental• Aspectos descritivos• Valorização do objeto• Sobriedade• A beleza está na realidade como ela é, não cabendo ao artista melhorar a

natureza

HEJENBROCK, Herman. A fundição de ferro em blocos (1890)

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• Politização da arte• Denúncia social• Protesto em favor dos oprimidos• Contrastes entre burguesia e trabalhadores• Rudeza, fealdade e vulgaridade dos retratados,

elevados à categoria de heróis• Tipificação social dos personagens• Retratros do cotidiano

MAKOVSKY, Vladimir. Visita ao pobre (1874)

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COUBERT, Gustave. Os quebradores de pedra (1849)

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MILLET, Jean-François. Os plantadores de batata (1862)

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DUPRÉ, Julién. Jovem camponesa com ovelhas (1895)

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Raspadores de assoalho, Gustave Caillebotte

CAILLEBOTTE, Gustave. Os raspadores de assoalho (1875)

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CAILLEBOTTE, Gustave. Rua de Paris em dia chuvoso (1877)

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A LITERATURA REALISTA-NATURALISTARevelando hipocrisias sociais

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Valores realistas• Reprodução do ambiente social da época• Sentimento desagradável da realidade• Neutralidade• Predomínio das narrativas em terceira pessoa• Investigação objetiva dos indivíduos• Análise psicológica• Crise dos valores burgueses

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Sinopse

Madame Bovary, Gustave Flaubert• Considerado um

escândalo• Flaubert foi julgado pelo

livro• Tema do adultério• Crítica ao clero e à

burguesia• Mediocridade da vida

burguesa

Emma é uma mulher criada no campo, mas pequeno-burguesa e sonhadora, leitora de livros sentimentais. Bonita e requintada, casa-se com Charles, médico apaixonado pela esposa, mas uma pessoa entediante. Emma sente-se presa ao casamento. Nem mesmo o nascimento da filha traz alegria. Cada vez mais angustiada e frustrada, encontra a liberdade e a felicidade no adultério. Apesar disso, envolta em dívidas e mentiras, Emma suicida-se.

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Sinopse

O crime do padre Amaro, Eça de Queiroz

• Crítica à hipocrisia clerical• Religião como força

política• Crítica ao culto das

aparências• Contraposição da vida

abastada do clero à pobreza da sociedade

Amaro Vieira é um jovem padre jovem, sem vocação, transferido para Leiria. Lá, havia reuniões entre o clero e pessoas da sociedade na casa de uma beata. Maledicências, futilidade e superficialidade marcam a vida dos personagens. Amaro conhece Amélia e eles se apaixonam. Ela engravida, mas ele – sem escrúpulos – quer manter sua vida sacerdotal. Amélia morre no parto e Amaro entrega o filho para uma família conhecida por matar as crianças que lhe são entregues.

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Valores naturalistas• Prolongamento do Realismo• Visão cientificista da existência• Hereditariedade biológica• Positivismo• Leis científicas regem a vida dos personagens• Crítica direta a aspectos da realidade social• Descritivismo

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SinopseGerminal, Émile Zola

• Zola trabalhou dois meses como mineiro

• Acompanhou a greve dos mineiros

• Descrição da organização social, política e sindical

• Denúncia das condições de vida e trabalho

Um conjunto de trabalhadores explorados de uma mina de carvão recebem a chegada de um jovem idealista que os incita a revoltarem-se contra a situação em que viviam. Más condições de trabalho, redução salarial e dívidas exorbitantes com o dono do comércio local, que se aproveitava sexualmente das mulheres por conta disso. A greve é realizada, mas diante das ameças dos patrões, os trabalhadores voltam aos trabalhos e o jovem é culpado pela situação. Um “acidente” mata todos os trabalhadores dentro da mina.

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REALISMO

CARACTERÍSTICASOBJETIVIDADE E NEUTRALIDADE

DENÚNCIA DA HIPOCRISIA SOCIALMEDIOCRIDADE DA VIDA BURGUESA

CRISE DOS VALORES E DAS INSTITUIÇÕESPERSONAGENS REDONDOS

AUTORESGUSTAVE FLAUBERT

EÇA DE QUEIROZHONORÉ DE BALZACCHARLES DICKENS

MACHADO DE ASSIS

DURAÇÃO 29 ANOS

ESTÉTICA

INFLUÊNCIA

FORMALIDADE

RELEVÂNCIA

1857 - 1886

L’hermitte, L. O pagamento dos ceifeiros

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NATURALISMO

CARACTERÍSTICASCIENTIFICISMOANIMALIZAÇÃO

LITERATURA SENSORIALCRÍTICA DIRETA À ORGANIZAÇÃO SOCIAL

TIPOS MARGINALIZADOS

AUTORESÉMILE ZOLA

ALUÍSIO DE AZEVEDORAUL POMPEIA

DURAÇÃO 10 ANOS

ESTÉTICA

INFLUÊNCIA

FORMALIDADE

RELEVÂNCIA

1876 - 1886

Blake, W. Monarcas caídos

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Para responder à questão, leia o trecho seguinte, extraído de O Primo Basilio, de Eça de Queirós:Bom Deus, Luiza começava a estar menos comovida ao pé do seu amante, do que ao pé do seu marido! Um beijo de Jorge perturbava-a mais, e viviam juntos havia três anos! Nunca se secara ao pé de Jorge, nunca! E secava-se positivamente ao pé de Basilio! Basilio, no fim, o que se tornara para ela? Era como um marido pouco amado, que ia amar fora de casa! Mas então valia a pena?Onde estava o defeito? No amor mesmo talvez! Porque enfim, ela e Basilio estavam nas condições melhores para obterem uma felicidade excepcional: eram novos, cercava-os o mistério, excitava-os a dificuldade... Por que era então que quase bocejavam? É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há então um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois! ... Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir? E, pela lógica tortuosa dos amores ilegítimos. o seu primeiro amante fazia-a vagamente pensar no segundo!

No trecho, o amor é visto, predominantemente, como um sentimento

a) eterno, pois Luiza não deixa de amar seu marido, Jorge, apesar da distância que os separa.b) passageiro e frágil, pois, para Luzia, Só os começos são bons. c) intenso, pois Luiza se mostra profundamente divida entre o amor de Basilio e Jorge. d) terno e carinhoso, como se pode notar na boa lembrança que Luiza tem do beijo de Jorge.e) sofrido, pois Luiza e Jorge sofrem por se amar demais e por não poderem ficar juntos.

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Eça de Queirós afirmava:"O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade."Para realizar essa proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso realista? Selecione-os na relação abaixo e depois assinale a alternativa que os contém:

1. Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate;2. imaginação criadora;3. personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos;4. linguagem natural, sem rebuscamentos;5. preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem;6. senso de mistério;7. retorno ao passado;8. determinismo biológico ou social.

a) 1, 2, 3, 5, 7, 8.b) 1, 3, 4, 5, 8.c) 2, 3, 4, 6, 7.d) 3, 4, 5, 6, 8.e) 2, 3, 4, 5, 8.