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Reflexão Crítica acerca do Programa de Filosofia 10º e 11º anos
A presente reflexão prende-se com o Programa de Filosofia do 10º e 11º Anos dos
cursos Científico-Humanísticos e Cursos Tecnológicos. Na minha conceção o Programa
encontra-se bem descriminado, no que concerne à seleção e organização do conteúdo. No
entanto, se atendermos ao índice, o qual se discrimina da seguinte forma: divide-se em 4
partes, uma primeira que enquadra a introdução; a segunda e mais importante contem
apresentação do programa (onde se inserem: as finalidades, os objetivos gerais, a visão geral
dos conteúdos/temas, a metodologia e avaliação); a terceira trata o desenvolvimento do
programa; e, por fim a quarta parte onde é descriminada a bibliografia fundamental a recorrer
nos variados conteúdos presentes no ponto três “[v]isão geral dos conteúdos/temas”1.
Neste sentido e, num momento posterior à utilização recorrente do presente Programa,
adianto algumas conclusões, que seguramente não mais são, do que o meu ponto de vista,
fundamentado unicamente na minha experiência de estágio. Assim sendo, no que se refere ao
programa do 10º ano, considero tomar como destaque os conteúdos essenciais, bem como os
respetivos autores no tratamento dos mesmos, apenas o considero um pouco limitativo, no
sentido em que se debruça essencialmente em duas áreas desta disciplina, sendo estas: a
reflexão sobra a ação humana e os valores (estes encarados no âmbito das diversas culturas –
com vista a um diálogo intercultural mais sustentado) e a discussão sobre temas como a
globalização, direitos humanos, racismo, comunicação de massas, etc. Esta opção parece-me
fundamental, na medida em que vivemos num mundo globalizado e cabe, também, à filosofia
esta reflexão e este “olhar atento” aos problemas atuais, o que vem mostrar a pertinência
filosófica de algumas medidas governamentais.
Ainda mais, se nos debruçarmos sobre a segunda parte do nosso Programa, nas
finalidades (a saber, página 8, encontramos precisamente uma enumeração destas que se
baseia, na minha conceção, essencialmente a uma orientação que nos chega pela filosofia e
que visa, em grosso modo, um desenvolvimento do raciocínio e da reflexão com vista a um
“projecto de vida próprio”2 que nos ajudará nos diversos campos das nossas vidas.
Já na parte respeitante ao 11º ano, denota-se uma atenção particular à retórica e, de
certo modo, e mais para o fim do programa, à racionalidade científica e tecnológica. É de
ressaltar, na minha perspetiva, que os cortes em algumas temas, que derivam do tempo
1 Henriques, F., Vicente, J., Barros, M. (2001). Programa de Filosofia 10 e 11º Anos. p. 1.2 Idem, p. 8.
escasso que os professores também têm para trabalhar certos conteúdos, os leva a uma perda
de profundidade. Considero temas como a lógica e a ontologia essenciais, mesmo para quem,
no futuro, envergar pela filosofia e é claro que estes são lecionados sem a dedicação que lhes
era merecedora, ao invés disso, os temas que têm uma maior atenção no nosso Programa
passam pela argumentação e pelas tecnologias, como acima foi enunciado. O que pode
incorrer numa descriminação de temas e problemas que, em simultâneo, pode produzir a
perda de um aprofundamento dos conceitos inerentes aos vários pontos do nosso Programa.
No entanto e, como em tudo, é necessário ter uma perspetivação crítica num sentido
de progresso e nunca de desdém. Trabalhando sempre da melhor forma, com os recursos
presentes, sem perder a sede da busca de resultados ainda melhores no futuro, o que deve ter
como ponto de partida e como objetivo último o sucesso dos nossos estudantes.