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Reprodução Artificial de Peixes (Visita Técnica a Estação de Piscicultura da CODEVASF) Bruno Djvan Henrique Bernar Norislania Lope Rodrigo Moura

Reprodução Artificial de Peixes

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Reprodução Artificial de Peixes(Visita Técnica a Estação de Piscicultura da CODEVASF)

Bruno DjvanHenrique Bernardino Norislania LopesRodrigo Moura

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Peixes

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• Todos os peixes são animais dependentes do meio aquático, locomovem-se batendo a cauda e respiram por meio de brânquia (órgão através do qual respira).

• São classificados em três grandes grupos:

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Peixes sem mandíbula (lampréias)

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Peixes cartilaginosos (tubarões e raias)

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Peixes ósseos (lambari, tilápia, dourado, salmão, enguia, pescada, peixe-palhaço, kingyo, etc).

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Várias espécies são de interesse da:

• Aquacultura (que visa a produção de carne)

• Aquariofilia (criação ornamental).

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Reprodução de Peixes

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Do ponto de vista da reprodução, por causa da variação na forma de nascimento dos filhotes os peixes são classificados em:

• Ovíparos

• Vivíparos

• ovovivíparos

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• Ovíparos: os filhotes se desenvolvem fora do corpo da mãe, dentro do ovo que contem os nutrientes necessários. Mais de 90% dos peixes pertencem a essa categoria.

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• Vivíparos: os filhotes se desenvolvem dentro do corpo da mãe recebendo diretamente dela os nutrientes necessários. por exemplo, os Platis, Lebistes, molinésias entre outros.

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• Ovovivíparos: ocorre uma combinação das duas formas, isto é, os filhotes se desenvolvem dentro do ovo e dentro do corpo da mãe. Na hora do nascimento, os filhotes saem do ovo já aptos para comer pequenos alimentos, peixes desta categoria: Caracídeos, alguns Ciclideos, Acarás, etc.

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A fertilização do óvulo pode ser externa ou interna

• A maioria dos peixes ósseos apresenta fecundação externa: a fêmea e o macho liberam seus gametas na água. Após a fecundação do óvulo por um espermatozóide, forma-se o zigoto. Em muitas espécies de peixes ósseos, o desenvolvimento é indireto, com larvas chamadas alevinos.

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• Nos peixes cartilaginosos, a fecundação é geralmente interna: o macho introduz seus espermatozóides no corpo da fêmea, onde os óvulos são fecundados.

• O desenvolvimento é direto: os ovos dão origem a filhotes que já nascem com o aspecto geral de um adulto, apenas menores.

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Como ocorre a transformação de ovo em outro peixe?

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• Com a fertilização, temos uma nova célula chamada ovo ou zigoto possuindo a metade das informações vindas do pai e outra metade, da mãe.

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• O zigoto começa, então a se dividir e dividir até formar o embrião que continuará o seu desenvolvimento até o nascimento. O desenvolvimento embrionário requer muita energia o que é providenciado pelo vitelo, alimento previamente armazenado dentro do óvulo.

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• Nos peixes, o embrião transforma-se em larva e, finalmente, nasce.

• A fase de desenvolvimento do ovo até a forma de larva (peixe jovem que nada e procura de comida) chama-se incubação. Esse período é muito delicado e arriscado para a sobrevivência das larvas.

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As fotos mostram a seqüencia de desenvolvimento embrionário de uma tainha

(Mugil cephalus).

A) Um ovo, 4 horas após a fertilização; B) 24 horas depois; C) Antes do nascimento; D) larva recém-nascida com o saco vitelínico

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Afinal, quem são os machos e fêmeas de uma espécie?

• Os cientistas chamam de fêmeas os indivíduos que possuem ovários (produtores de óvulos) e de machos os que possuem testículos (produtores de espermatozóides).

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• Quando o espermatozóide encontra o óvulo, ambos se juntam ocorrendo a fertilização, momento muito especial da atividade reprodutiva.

• Numa espécie em que machos e fêmeas são indivíduos distintos, ambos precisam se encontrar para que a fertilização ocorra.

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O peixe que muda de sexo. Hã?

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• É isso mesmo! • Entre os peixes há várias espécies que mudam

de sexo. Entre eles está o peixe-palhaço(Amphiprion ocellaris) que se tornou uma celebridade por causa do desenho animado "A procura de Nemo".

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• O peixe-palhaço vive associado à anêmona-do-mar, um animal que é invertebrado mas lembra uma flor.

• As anêmonas capturam as suas presas usando um potente veneno para atordoá-las mas os peixes-palhaços são imunes a ele. Quando chega a época de acasalamento, o casal de peixe-palhaço reproduz-se na lua cheia.

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• A desova ocorre sobre uma rocha, bem pertinho de uma anêmona e, quem cuida dos ovos e dos peixinhos que nascerem, é o pai.

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Acontece que toda prole é masculina!

Hã? Não nascem fêmeas?

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• Calma, os machos transformam-se em fêmeas mais tarde.

• O peixe palhaço nasce macho e, se não houver fêmeas por perto, um deles transforma-se em numa fêmea para que a reprodução possa continuar!

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• Os indivíduos que possuem os dois sexos são chamados de hermafroditas. Isso pode acontecer ao mesmo tempo (como nas minhocas) ou um depois do outro, como no peixe-palhaço.

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Reprodução Artificial de Peixes“Piscicultura”

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Piscicultura

• A piscicultura trata do cultivo de peixes .O cultivo envolve instalações naturais ou artificiais, alimentação e manejo com vistas a aumentar a produção de peixes.

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• As primeiras informações sobre criação de peixes ocorreram na China cerca de 2000 aC.

• No final do século XX aumentaram muito as informações sobre a criação de peixes, particularmente no que se refere à reprodução e alimentação para se obter crescimento eficiente.

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• Nos sistemas de cultivo atuais, em várias partes do mundo, tem-se o domínio em nível genético e controle total do ambiente de confinamento dos peixes.

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• No Brasil ainda estar iniciando o processo de melhoramento genético para algumas espécies, mas ainda vai demorar um pouco para atingirmos o controle desejado

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• Para que uma espécie possa ser utilizada em cultivo, elas devem apresentar algumas características básicas, como por exemplo:

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• Adaptação ao clima dos locais de cultivo; • Crescimento rápido; • Hábitos alimentares de preferência onívoros

(se alimentam de tudo);• Resistência a elevadas densidades de cultivo; • Aceitação pelo mercado consumidor.

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FASES DA PISCICULTURA

• As fases de vida dos peixes podem ser divididas basicamente assim: ovo, larva, pós-larva, alevino, juvenil, matriz ou reprodutor.

• Como a diferença de tamanho e comportamento entre tais fases é bastante grande, torna-se necessário adequar o trato, bem como as unidades de produção, instrumentos e utensílios, naquilo que chamamos fases da piscicultura.

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Por exemplo, podemos separar as fases da piscicultura em quatro:

• 1 - Fase de reprodução: manejo de matrizes e reprodutores nos viveiros externos, em tanques-redes temporários no rio ou nos tanques de reprodução do laboratório;

• 2 - Fase de incubação: manejo de ovos e larvas em incubadoras especiais;

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• 3 - Fase de alevinagem: formação de alevinos (até cerca de 5 cm) em tanques internos, viveiros-berçários externos ou viveiros-barragens;

• 4- Fase de engorda: produção de peixes juvenis para o abate (até cerca de 25 cm) em viveiros-barragens familiares.

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Ciclo de produção de alimentos naturais

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• Um viveiro de piscicultura é um ambiente que serve de habitat para vários organismos aquáticos. Dependendo da parte (superfície, meio, fundo) da massa líquida onde esses organismos habitam, são classificados como:

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• Macrófitas: são os vegetais superiores, que vivem submersos ou flutuando na água, como por exemplo, os aguapés e as aeloidias;

• Neustons: refere-se a organismos, como pequenos insetos, que se movimentam sobre a superfície da água;

• Bentos: é a denominação dada aos vermes e a formas jovens de insetos que habitam o fundo dos viveiros e que se alimentam principalmente de matéria orgânica;

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• Néctons: são aqueles organismos que nadam ativamente na massa d’água;

• Plânctons: são organismos muito pequenos, que habitam a parte superior da massa d’água, vivendo à deriva.

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Sistemas de produção

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Sistema extensivo

Consiste em colocar os peixes juvenis em lagos ou represas,onde permanecerão até o momento de serem capturados. Apresenta as principais características:

• Não há fornecimento de ração aos peixes;

• Não há adoção de um manejo adequado;

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• Apresenta baixa produtividade, geralmente, em torno de dois a três mil quilos por hectare de área alagada por ano;

• Utiliza a técnica do policultivo, geralmente, permitindo que várias espécies sejam cultivadas ao mesmo tempo, como por exemplo:

• Tilápias; surubim; carpas; pacu ; tambaqui; tambacu; matrinchã; curimbatá; e piau.

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Sistema semi-intensivo

• É um sistema praticado em lagos ou represas e apresenta as seguintes características:

• Há fornecimento de alimento para os peixes, sendo parte desse alimento constituído por rações e parte por restos de alimentos ou dejetos de animais, como de suínos, desde a fase juvenil até alcançarem o ponto de comercialização;

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• É um sistema utilizado como atividade secundária da fazenda;

• Apresenta produtividade em torno de cinco mil quilos por hectare de área alagada por ano;

• É um sistema adequado para o produtor que pretende fazer o policultivo, com o objetivo de fornecer peixes aos pesque-pagues ou para o comércio de peixes abatidos em menor escala.

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Sistema intensivo

• A finalidade desse sistema é obter alta produtividade e, por isso, deve ser feito em viveiros, podendo ser adotado como uma das principais atividades da propriedade.

• Aqui, as fases de recria e de engorda são bem definidas, as quais poderão ser realizadas em conjunto na própria piscicultura.

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• As pisciculturas que adotam esse sistema têm como principal objetivo atender a mercados consumidores de peixes abatidos.

• Por essa razão, o sistema intensivo é recomendado para o monocultivo, ou seja, o cultivo de uma só espécie em cada viveiro.

• Nesse sistema, utilizam-se espécies que permitem ser cultivadas com maiores densidades de peixes, sendo as tilápias, vermelhas ou tailandesas.

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Sistema superintensivo• Trata-se de um sistema que possui as mesmas

características do intensivo, porém permite que se utilize densidade de povoamento ainda maiores.

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• Viveiros circulares;• Tanques-rede;• Raceway’s (se baseia no princípio da alta troca de

água dos tanques);• Canais de concreto, construídos para conduzir

água de irrigação.

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• Comparado com os demais sistemas de produção, o superintensivo apresenta maior custo de implantação, porém permite obter produtividades bem maiores.

• Aqui, a exemplo do que é feito no sistema intensivo, é muito importante fazer um acompanhamento adequado da alimentação dos peixes e da qualidade da água para evitar queda de produtividade.

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Reprodução Induzida em Peixes - Hipofisação

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• A técnica da reprodução induzida, conhecida como hipofisação, que consiste na injeção de extrato de hipófise para induzir a desova, foi elaborada em 1934, por Rodolpho Von Ihering.

• Aplicando extrato de hipófise de outros peixes no curimatã (Prochilodus argenteus) (SALLUN, 2002), este zoólogo e biólogo brasileiro é considerado o pai da piscicultura no Brasil.

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• É denominada uma técnica usada na reprodução artificial de peixes que visa a otimização da produção de peixes em escala comercial.

• Além disso, a técnica garante uma maior taxa de sobrevivência, quando comparadas com as condições naturais na qual os peixes se reproduzem.

• A técnica é baseada na desova por indução em peixes migradores, a partir da aplicação de hormônios naturais presentes na hipófise de peixes maduros.

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• Fatores ambientais estimulam o hipotálamo a secretar hormônio liberador de gonadotrofina, o qual estimula a hipófise a secretar hormônios gonadotrópicos que atuarão nas gônadas, de modo a secretarem os hormônios sexuais e, assim, provocarem a maturação final e a liberação dos gametas.

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• Na fase final da gametogênese masculina, o espermatozoide flagelado é liberado no ducto espermático e ocorre a hidratação dos testículos e consequente espermiação no período reprodutivo por ação dos hormônios sexuais.

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• Quando esses animais estão em condições de cativeiro, não ocorre a migração e, muitas vezes, as condições ambientais não são favoráveis à reprodução.

• Portanto, a ação da indução hormonal da reprodução ocorre na fase final da gametogênese nos machos e nas fêmeas, quando os animais já têm formado os gametas, sem, entretanto, haver estímulos naturais para a liberação.

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Hormônios utilizados na reprodução artificial de peixes no Brasil

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• Atualmente, na maioria dos laboratórios de reprodução de espécies migradoras, utiliza-se como protocolo padrão a aplicação de EBHC.

• O EBHC atua diretamente nas gônadas por meio das gonadotropinas, induzindo a maturação final de ovócitos e a liberação dos espermatozoides, sem qualquer influência na produção inicial desses gametas.

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• Nas fêmeas, o EBHC induz a maturação final dos ovócitos, fazendo com que a vesícula germinativa ou núcleo migre para a periferia do ovócito até a desintegração total (Vazzoler, 1996).

• Nos machos, o EBHC aumenta o plasma seminal mediante a hidratação testicular, facilitando a extrusão dos espermatozoides.

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• Tratar de um produto que atua diretamente e de forma eficiente nas gônadas, suprindo a quantidade de gonadotropina ausente pelas condições de cativeiro, é ainda o mais indicado para a reprodução de peixes migradores.

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Vantagens

• Fatores ambientais externos não influenciam na criação;

• Possibilidade de padronização do estro• Aumenta a capacidade fertilização de um

ejaculato;• Aumento da taxa de sobrevivência dos

alevinos;• Possibilita a reprodução o ano inteiro.

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Limitações

• Necessita pessoas capacitadas;• Maior investimento, maior custo operacional e

risco econômico.