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Universidade Federal Fluminense Teoria Sociológica I Professor: Augusto Maio/2011 RESUMO TEMÁTICO Impessoalidade: “Na Idade Média, o homem encontrava-se encadeado numa relação com a comunidade” (pág. 23), fosse através da propriedade feudal ou através das corporações profissionais, a personalidade individual estava inserida em círculos de interesse prático coletivos. A generalização do dinheiro criou condições pra desfazer os laços que uniam os homens à terra e às associações profissionais. Cada homem pode escolher livremente se ligar, através do dinheiro, a esta ou aquela propriedade (no caso, terra, mas também mercadorias em geral, e até mesmo, trabalho), sendo assim, a compra e a venda, seja lá do que for, pode ser feita de forma anônima e sem criar obrigações permanentes entre quem compra e quem vende. Contratos de compra e venda de terra, de mercadorias ou mesmo de trabalho podem se estabelecer sem que os contratantes estejam em relação ou contrato permanente ou mesmo que eles se conheçam. O mundo das relações monetárias é, liberta, de repente, a personalidade da cadeia específica imposta pela obrigação do trabalho, agora é mias a atividade concreta pessoal que o outro podia reivindicar mas sim somente o resultado impessoal dessa atividade. (pág. 29) Indiferenciação: “O dinheiro garante um solo do entendimento imediato, uma tal igualdade de diretrizes que contribui de forma decisiva para a representação de uma ideia, como a do humano universal” (pág. 28). Se as conquistas e metas fora do circuito financeiro são insubstituíveis e incomparáveis entre si, as conquistas e metas compras e vendidas por dinheiro (bens, mercadorias, estilos de vida e serviços de toda ordem) são “calculados” por sua equivalência em dinheiro e comprados e vendidos independentemente da “pessoa” de quem os vende ou compra. Sendo assim, tanto as coisas, como os próprios homens que compra e vendem se tornam equivalentes, e assim, relativamente indiferentes entre si. Virtualmente, tudo pode ser comparado, trocado, vendido e comprado.” Autonomia (liberdade de ação individual): O homem cujo trabalho é pago em dinheiro não está obrigado a relacionar-se com quem quer que seja, ele irá se mover dentro das condições econômicas que se impõe a ele. Sua trajetória se deve, portanto, ao somatório de suas ações individuais posto que cada uma de suas ações não o “prende” à ninguém nem limita de forma permanente suas ações futuras. O dinheiro é uma ferramenta universal de ação distribuída de forma universal e que libera os indivíduos para agir sem maiores “amarras” uns com os outros. Individualidade (liberdade de escolha individual): “O homem de épocas econômicas anteriores encontravam-se na dependência de poucos outros homens... Bem definidos e impermutáveis, enquanto hoje em dia dependemos muito mais de fornecedores mas podemos permuta-los ao nosso bel prazer. Precisamente uma tal relação tem de gerar um forte individualismo pois não é o isolamento em si que aliena e distancia os homens... pelo contrário, é uma forma específica de se relacionar com eles, de tal modo que implica anonimidade e desinteresse pela individualidade do outro, que provoca o modo que implica anonimidade e desinteresse pela individualidade do outro, que provoca o individualismo” (pág. 28) Como consequência disso, o homem precisa exercer com mais ênfase e tarefa de escolher o que fará com o dinheiro levando em conta apenas suas demandas, vontades e desejos.

Resumo Temático

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Universidade Federal Fluminense

Teoria Sociológica I Professor: Augusto Maio/2011

RESUMO TEMÁTICO

Impessoalidade: “Na Idade Média, o homem encontrava-se encadeado numa relação com a comunidade” (pág.

23), fosse através da propriedade feudal ou através das corporações profissionais, a personalidade individual

estava inserida em círculos de interesse prático coletivos. A generalização do dinheiro criou condições pra desfazer

os laços que uniam os homens à terra e às associações profissionais. Cada homem pode escolher livremente se

ligar, através do dinheiro, a esta ou aquela propriedade (no caso, terra, mas também mercadorias em geral, e até

mesmo, trabalho), sendo assim, a compra e a venda, seja lá do que for, pode ser feita de forma anônima e sem

criar obrigações permanentes entre quem compra e quem vende. Contratos de compra e venda de terra, de

mercadorias ou mesmo de trabalho podem se estabelecer sem que os contratantes estejam em relação ou

contrato permanente ou mesmo que eles se conheçam. O mundo das relações monetárias é, liberta, de repente, a

personalidade da cadeia específica imposta pela obrigação do trabalho, agora é mias a atividade concreta pessoal

que o outro podia reivindicar mas sim somente o resultado impessoal dessa atividade. (pág. 29)

Indiferenciação: “O dinheiro garante um solo do entendimento imediato, uma tal igualdade de diretrizes que

contribui de forma decisiva para a representação de uma ideia, como a do humano universal” (pág. 28). Se as

conquistas e metas fora do circuito financeiro são insubstituíveis e incomparáveis entre si, as conquistas e metas

compras e vendidas por dinheiro (bens, mercadorias, estilos de vida e serviços de toda ordem) são “calculados” por

sua equivalência em dinheiro e comprados e vendidos independentemente da “pessoa” de quem os vende ou

compra. Sendo assim, tanto as coisas, como os próprios homens que compra e vendem se tornam equivalentes, e

assim, relativamente indiferentes entre si. Virtualmente, tudo pode ser comparado, trocado, vendido e comprado.”

Autonomia (liberdade de ação individual): O homem cujo trabalho é pago em dinheiro não está obrigado a

relacionar-se com quem quer que seja, ele irá se mover dentro das condições econômicas que se impõe a ele. Sua

trajetória se deve, portanto, ao somatório de suas ações individuais posto que cada uma de suas ações não o

“prende” à ninguém nem limita de forma permanente suas ações futuras. O dinheiro é uma ferramenta universal

de ação distribuída de forma universal e que libera os indivíduos para agir sem maiores “amarras” uns com os

outros.

Individualidade (liberdade de escolha individual): “O homem de épocas econômicas anteriores encontravam-se na

dependência de poucos outros homens... Bem definidos e impermutáveis, enquanto hoje em dia dependemos

muito mais de fornecedores mas podemos permuta-los ao nosso bel prazer. Precisamente uma tal relação tem de

gerar um forte individualismo pois não é o isolamento em si que aliena e distancia os homens... pelo contrário, é

uma forma específica de se relacionar com eles, de tal modo que implica anonimidade e desinteresse pela

individualidade do outro, que provoca o modo que implica anonimidade e desinteresse pela individualidade do

outro, que provoca o individualismo” (pág. 28) Como consequência disso, o homem precisa exercer com mais

ênfase e tarefa de escolher o que fará com o dinheiro levando em conta apenas suas demandas, vontades e

desejos.