Aborda aspectos dos 450 anos de história de São Paulo, bem como de seus principais bairros, avenidas e pontos turísticos principais.
2. A HISTRIA DOS MARCOS DA CIDADE
- Todas as cidades guardam vestgios do passado: estilo
arquitetnico, logradouros, prdios pblicos, religiosos, comerciais,
esportivos e de lazer, manifestaes artsticas ou, simplesmente,
alicerces de uma fundao, pedras gastas pelo tempo. Uma leitura dos
marcos histricos de uma cidade possibilita uma maior compreenso do
seu presente.So Paulo, apesar das vertiginosas transformaes urbanas
sofridas nas ltimas dcadas, preservou espaos que denotam formas de
organizao urbana diferenciadas: a cidade colonial com suas
construes de taipa, fortemente marcada pela arquitetura religiosa;
a cidade do tempo do Imprio, com sobrados e os primeiros sinais de
vida urbana; a cidade sob a influncia europia de vis aristocrtico;
a cidade modernista e a cidade-metrpole.
- Com uma populao estimada de 10.406.166 habitantes,em 2000, a
cidade mudou completamente a sua fisionomia ao longo dos anos num
acelerado processo de degradao. Mais um motivo para buscarmos, em
suas ruas e becos, indcios de uma histria, imagens de uma cidade
que, no passado, tinha propores humanas. este o desafio!
3. DE VILA A CIDADE DO TEMPO COLONIAL
- Quem passa pelo Ptio do Colgio no ritmo acelerado da metrpole
no imagina quanta histria se esconde na nica parede de taipa
remanescente do conjunto jesutico!O Colgio dos Jesutas foi um dos
primeiros edifcios de So Paulo de Piratininga, construdo no alto de
uma colina, de onde se avistava a vrzea do Rio Tamanduate. O local
escolhido ficava em territrio originalmente ocupado por grupos
indgenas que falavam tupi, especialmente os guaians, carijs e
tupinambs.A construo iniciou-se aps a celebrao da primeira missa
pelo sacerdote Manuel Paiva, em 25 de janeiro de 1554. O jovem Jos
de Anchieta, ento presente, deixou registrado em seu dirio: "Ns, os
irmos mandados para esta aldeia no ano do Senhor de 1554, chegamos
a 25 de janeiro e celebramos a primeira missa em uma casa
pobrezinha e muito pequena no dia da converso de So Paulo, a quem a
dedicamos". No ano seguinte, a construo feita pelos ndios, sob
orientao dos jesutas, finalmente ficou pronta. Tratava-se de "uma
pobre casinha feita de barro e paus, e coberta de palhas, tendo
quatorze passos de comprimento e apenas dez de largura, onde esto
ao mesmo tempo a escola, a enfermaria, o dormitrio, o refeitrio, a
cozinha e a dispensa", informa o padre Jos de Anchieta. Este foi o
local que serviu como o centro da catequizao dos ndios da Capitania
de So Vicente.
4.
- Em torno do ncleo dos jesutas ergueram-se palhoas e casas
baixas. Para proteo dos ataques indgenas, o povoado, desde a sua
fundao, foi cercado por muros de taipa de pilo e estacada.Em 1560,
So Paulo de Piratininga ganhou foros de vila e pelourinho; possua
uma populao estimada de 120 habitantes, sem contar os indgenas
escravizados.A baixa densidade populacional explica-se pelo fato de
muitos ndios terem deixado a vila para se estabelecer em aldeias
prximas: Conceio de Nossa Senhora dos Pinheiros e So Miguel.Em
ambas, estima o padre Anchieta, moravam cerca de mil pessoas no ano
de 1585.Quanto vila recm-fundada, nem a excelente localizao
geogrfica e tampouco os muros que a cercavam conseguiram evitar os
ataques indgenas. Em 10 e 11 de julho de 1562, os guaians, aliados
aos tamoios do Vale do Paraba e aos tupis do serto, investiram
contra o arraial.
5.
- Durante os primeiros sculos de colonizao, o colgio foi
praticamente o nico centro de instruo de So Paulo: "O colgio dos
jesutas, com aulas de gramtica, o nico a ministrar os rudimentos de
humanidades. Mas a sua influncia se vai enfraquecendo medida que se
agrava a pendncia dos republicanos de So Paulo com os padres da
Companhia".Quando os jesutas foram expulsos, em 1759, o edifcio do
colgio passou por inmeras reformas para servir de Palcio do
Governo. Em carta, o governador de So Paulo escreve no ano de
1769:
- Em 1932, a sede do governo foi transferida para o Palcio dos
Campos Elseos e o edifcio, ocupado pela Secretaria da Educao,
acabou por ser demolido em 1953.Quanto igreja, que desabou em 1896,
foi devolvida Companhia de Jesus para sua reconstruo no IV
Centenrio da Fundao de So Paulo, em 1954. O edifcio do colgio foi
finalmente reconstrudo em 1979.At hoje o marco da fundao da nossa
cidade, a memria do tempo em que So Paulo no passava de um arraial,
mais indgena do que portugus, voltado para a catequese
6. Ptio do Colgio, na poca Largo do Palcio, c. 1862.Crdito:
Milito Augusto de Azevedo 7. A CIDADE NO TEMPO DO IMPRIO
(1822-1889)
- No tempo do Imprio, enquanto a capital do Rio de Janeiro sofreu
muitas transformaes, de modo a adquirir fisionomia europia, So
Paulo permaneceu uma cidade feita de taipa, economicamente pobre e
com feies predominantemente coloniais.Nessa poca, a populao
paulistana era estimada em cerca de 23 mil habitantes. Esse aumento
demogrfico deve-se presena de estudantes que vieram estudar na
Academia de Direito, escravos de famlia que os acompanharam e
fazendeiros que passaram a viver na capital da provncia.Mas, apesar
do crescimento populacional, a vida urbana, na expresso do poeta
lvares de Azevedo - que, depois de alguns anos no Rio de Janeiro,
voltara a So Paulo para estudar na Faculdade de Direito -,
permanecia um "bocejar infinito".Na sua opinio, "no h passeios que
entretenham, nem bailes, nem sociedade".Alm da falta de
divertimento e de espaos de lazer, no havia abastecimento regular
de gua potvel, e as ruas, alm de muito escuras noite, tinham
pssimos calamentos, feitos com pedras mal aparelhadas e
irregulares.At o final do sculo XIX, portanto, So Paulo no passava
de uma vila provinciana, acanhada e sonolenta. Queixa-se, em 1870,
um presidente ao Inspetor de Obras: "a capital da Provncia no tem
iluminao que preste, no tem gua para satisfao dos habitantes, no
tem praas ornadas, chafarizes, monumentos ou edifcios
pblicos".Quanto ao transporte, as pessoas precisavam alugar tlburis
ou carros de boi para perfazer grandes distncias. Um pouco mais
tarde, ainda no tempo do Imprio, trafegaram os primeiros bondes de
trao animal na cidade. Eram carros pequenos, abertos, com
capacidade de trs bancos e nove assentos, importados dos Estados
Unidos."A primeira linha (1872) ligava a S Estao da Luz. Outra
(1877) ia para o Brs. Em 1887 havia sete linhas com 25 quilmetros
de trilhos, 319 animais e 43 carros que transportavam 1500000
passageiros por ano. Alm dessas linhas, uma pequena estrada de
ferro ligava Santo Amaro, na periferia, cidade."A cidade,
impulsionada pelo caf, acordava
8. A FISIONOMIA EUROPIA DA CIDADE (1889-1930)
- A expanso da produo cafeeira e a implantao de uma rede
ferroviria no estado de So Paulo provocaram um vertiginoso aumento
demogrfico na capital. A substituio da mo-de-obra escrava pela
assalariada atraiu para o Brasil grandes fluxos de imigrantes,
provenientes dos pases europeus e asiticos. Muitos deles foram
trabalhar na lavoura das fazendas de caf, enquanto outros se
instalaram nas grandes cidades.No final do sculo XIX, So Paulo
recebeu cerca de 900 mil imigrantes, na maioria italianos. Em 1910,
a populao chegou a 375.439 habitantes, sendo que mais de 100 mil
trabalharam como operrios nas nascentes fbricas paulistas, das
quais se destacaram as indstrias txteis e alimentcias. Depois,
vieram os srio-libaneses e, a partir de 1908, os japoneses. Em
1917, calcula-se que a populao da cidade tenha atingido 500 mil
habitantes, volume dobrado em 1933.No difcil imaginar o quanto a
presena desses imigrantes mudou a fisionomia de So Paulo! Lnguas
diferentes, novos hbitos, formas de sociabilidade inusitadas,
organizaes populares, movimentos polticos e culturais influenciados
pelas experincias europias coloriam as ruas da cidade e denunciavam
o seu carter cosmopolita
- Os imigrantes abriram diversos estabelecimentos comerciais e de
servios. Alm de operrios e vendedores ambulantes, exerciam vrias
profisses; eram alfaiates, barbeiros, confeiteiros, engraxates,
sapateiros, fotgrafos, donos de cantinas, engenheiros, empresrios,
banqueiros e industriais.
9.
- A expanso urbana, portanto, levou, de um lado, formao de
bairros operrios nas zonas industriais que acompanhavam as vias
frreas, como Mooca, Brs, Pari, Belm, Lapa, Bom Retiro, Ipiranga, e,
de outro, formao de bairros de elite, como Campos Elseos,
Higienpolis e Avenida Paulista.Nos bairros populares, as ruas
estreitas cortavam os estabelecimentos industriais e as moradias
densamente povoadas. "Geralmente h barro nas ruas, esgoto a cu
aberto e bonde na via principal", comenta Raquel Rolnik.A falta de
saneamento bsico no novo cenrio industrial propiciava a transmisso
de doenas.Em contraste, os bairros ricos gozavam de amplas e
elegantes avenidas pelas quais desfilavam palacetes cercados de
muros, abastecidos pelos servios pblicos: rede de gua, esgoto,
iluminao e calamento, alm de uma lei que regulamentava a construo e
a ocupao de "jardins e arvoredos".Todos os bairros foram vtimas de
intensa especulao imobiliria que resultou no elevado preo dos
terrenos e moradias. O crescimento urbano catico e acelerado foi
motivo de preocupao das autoridades, conforme atesta relatrio feito
ao governo do estado em 1891
10. Vista de So Paulo, Rua do Gasmetro, 1895.Crdito: Pedro
Hoenen 11.
- Passados dez anos, a companhia canadense The So Paulo Tramway
Light and Power Co. Ltda. a Light recebeu concesso por 40 anos para
a construo e utilizao de linhas de bondes eltricos, gerao e
fornecimento de energia eltrica, e prestao do servio de iluminao
pblica nas cidades de So Paulo, Rio de Janeiro e Santos. Para
tanto, construiu a primeira usina hidreltrica, a Usina de Parnaba,
depois chamada de Edgard de Sousa, situada a 35 quilmetros da
cidade. Em 1907, a Companhia Light fez a barragem do Rio
Guarapiranga, afluente do Rio Pinheiros, formando uma represa.A
iluminao eltrica deu um grande impulso industrializao. Quando a luz
eltrica chegou ao bairro do Brs, na dcada de 1930, os moradores da
Rua Caetano Pinto comemoraram: colocaram mesas na rua, a enfeitaram
com flores, danaram e comeram at a madrugadaA primeira linha de
bondes eltricos foi entre o Largo de So Bento e o bairro da Barra
Funda, inaugurada em 1900. Depois, outras linhas foram inauguradas:
Bom Retiro, Consolao, Vila Buarque, Higienpolis, Avenida Paulista,
Avenida Anglica, Brs, Augusta e Penha.
12. Os bairros operrios
- Os imigrantes que se tornaram operrios das indstrias da cidade
de So Paulo estabeleceram-se, no incio do sculo XX, em loteamentos
populares que se localizavam distantes do centro, em terrenos
acidentados ou vrzeas. Foi assim que nasceram os primeiros bairros
operrios, como Brs, Bexiga, Barra Funda, Belenzinho, Mooca, Lapa,
Luz, Bom Retiro,Vila Mariana e Ipiranga.
13. Cotonifcio Crespi, no bairro da Mooca, aps a revoluo.Crdito:
Gustavo Prugner 14. Rua do Comrcio, 1905.Crdito: Augusto Cesar de
Malta Campos 15. Bairros Nobres No final do sculo XIX, iniciou-se a
formao de bairros nobres residenciais na cidade de So Paulo,
destinados moradia da elite da poca: fazendeiros de caf e a alta
burguesia de comerciantes, industriais e profissionais liberais.O
primeiro loteamento exclusivamente residencial que surgiu na cidade
de So Paulo foi feito por Frederico Glete e Victor Nothmann em
1879. Tratava-se do bairro dos Campos Elseos, nome que evocava os
jardins de Paris.Pouco mais tarde, em 1890, Martinho Buchard e
Victor Nothman organizaram outro loteamento na avenida que passou a
ser conhecida como Higienpolis, ou "cidade da higiene". Nesse
bairro, concentraram-se os palacetes mais elegantes da cidade de So
Paulo. 16. Avenida Higienpolis, 1915. Crdito: Guilherme Gaensly 17.
Avenida Paulista, em 1902, a partir da torre da residncia Von
Bllow. Crdito: Guilherme Gaensly 18. Residncia Von Bllow, na
Paulista, 1902; durante muito tempo, a torre do palacete foi o
local mais alto da avenida. Crdito: Guilherme Gaensly 19. CIDADE
MODERNA(1930-1960)
- So Paulo a cidade que mais cresce no mundo, dizia o slogan das
comemoraes do IV Centenrio, em 1954. A transformao urbana se deu em
ritmo acelerado: a verticalizao do centro com novos edifcios, o
crescimento dos bairros e a expanso dos subrbios. Ao longo das
ferrovias apareceram novas cidades: Cidade Patriarca, Itaquera,
Itaquaquecetuba. Trens, bondes, eletricidade, telefone, automveis,
rodovias, avenidas, arranha-cus inseriram, definitivamente, a
cidade de So Paulo na era da modernidade. Tudo vai se
congestionando rapidamente, alerta matria de jornal.
20.
- Novas estradas construdas na dcada de 1940, como a Via Dutra e
a Via Anchieta, propiciaram a formao de ncleos urbanos e
industriais, densamente populosos, como Guarulhos e So Bernardo do
Campo.
- Na dcada de 1930, 1 milho de pessoas moravam na cidade; em
1950, esse nmero dobrou. Trs anos depois, So Paulo se tornaria a
primeira cidade do Brasil com 2,7 milhes de pessoas. Em 1960, esse
nmero atingiria 3,7 milhes, segundo a Emplasa (Empresa Paulista de
Planejamento Metropolitano S.A.).
21.
- VIA DUTRA A Via Dutra - maior eixo rodovirio do Brasil, que
liga os Estados de So Paulo e Rio de Janeiro completou 54 anos de
existncia. Inaugurada em 19 de janeiro de 1951, pelo ento
presidente da Repblica, Eurico Gaspar Dutra, a rodovia foi
construda com as mais modernas tcnicas de engenharia disponveis na
poca e utilizou de equipamentos especialmente importados para a sua
construo.Antes de ser construda, a principal ligao rodoviria entre
as duas capitais era feita pela antiga estrada Rio-So Paulo, com 11
quilmetros mais longa e tempo de viagem de 12 horas. A maior parte
da reduo de distncia foi obtida com a superao de obstculos
naturais. Do traado antigo, inaugurado em 1928, foram aproveitados
com alargamentos e correes da pista de rolamento, apenas oito
quilmetros, na Serra das Araras.
22. Via Anchieta
- ARodovia Anchieta( SP-150 ) faz a ligao entre a capital
paulista,So Pauloe aBaixada Santistaonde fica oPorto de Santos ,
passando peloABC Paulista . uma das vias de maior movimentao de
pessoas e de mercadorias de todo o Brasil, bem como aRodovia dos
Imigrantes , que constitui o mesmo sistema da Via Anchieta,
oSistema Anchieta-Imigrantes . Faz parte do sistemaBR-050 , que
liga Braslia a Santos. A rodovia o maior corredor de exportao da
Amrica Latina.
23.
- As construes acompanharam esse surto de crescimento
populacional. Em 1920 houve 1.875 novas construes, em 1930: 3.922,
em 1940: 12.490 e em 1950: 21.600, explica Richard Morse. Em 1940,
construam-se em mdia 5,6 edificaes por hora.Claude Lvi-Strauss
observou: Os paulistas se gabavam do ritmo da construo em sua
cidade, mdia de uma casa por hora. Tratava-se ento de palacetes. A
cidade desenvolve-se com tal rapidez que impossvel encontrar-lhe um
mapa: cada semana exigiria uma nova edio.
- Em 1954, a rea urbana da cidade tinha crescido muito: 6 mil
ruas e 170 mil automveis.
- Tornou-se, ainda, o maior parque industrial da Amrica Latina,
com 21 mil fbricas na capital, bastante diversificadas: indstrias
de bens de consumo durvel (automobilstica e eletrodomsticos), bens
intermedirios (siderurgia, papel, petroqumica, borracha) e bens de
capital (mquinas e equipamentos). Entre as dcadas de 1950 e 1960,
as indstrias paulistas empregavam 585 mil operrios.
24. Vista da Rua da Liberdade rumo ao centro, em ponto prximo
praa de mesmo nome, c. 1937 Crdito: Claude Lvi-Strauss 25.
- Tanto o desenvolvimento econmico quanto o mercado de trabalho
nas construes e fbricas motivaram a vinda de migrantes de muitas
regies do Brasil. Em 1950, So Paulo abrigava mais de 500 mil
mineiros e 400 mil nordestinos (dos quais cerca de 190 mil baianos,
63 mil pernambucanos, 57 mil alagoanos e 30 mil cearenses). Os
migrantes chegaram a compor quase a metade da populao, enquanto a
imigrao estrangeira foi contnua entre as dcadas de 1940 e 1960.
Calcula-se em torno de 300 mil os estrangeiros residentes na
cidade.
- Na dcada de 1940, na gesto do prefeito Prestes Maia, houve um
grande investimento no sistema virio para a implantao do seu Plano
de Avenidas, visando circulao dos veculos de quatro rodas. O Guia
pitoresco e turstico de So Paulo, de Jos B. Almeida Jnior, de 1948,
registra a transformao urbana para a irradiao de avenidas: Onde,
ainda no ano de 1900, existiam becos, vielas e casebres,
rasgaram-se grandes avenidas, surgindo, em meio ao espanto geral,
como obra de magia, suntuosos e magnificentes arranha-cus que
buscam o infinito.
26. Palacete Prates, no Vale do Anhangaba (acima), e outros
edifcios do centro da cidade, na dcada de 1950; os mais altos so,
em direo ao fundo: Martinelli, Sampaio Moreira e Altino Arantes
(Banespa), mais direita Crdito: Alice Brill 27.
- Segundo o urbanista Candido Malta Campos, enquanto a prefeitura
se dedicava de corpo e alma s realizaes previstas no Plano de
Avenidas, a Light desistia de qualquer investimento em transporte
coletivo. A instalao da indstria automobilstica em So Paulo no ano
de 1956 atraiu ainda mais a preocupao dos governantes com relao aos
interesses dessa indstria e circulao dos automveis pela
cidade.
- Com isso, os bondes foram progressivamente desativados,
considerados inadequados cidade moderna, substitudos por nibus
diesel e automveis particulares. O ltimo bonde Camaro 1543 que
fazia a ltima linha em operao na cidade, a BiolgicoSanto Amaro
(antiga Praa da SSanto Amaro), fez a sua ltima viagem em 27 de maro
de 1968. O fim da viagem aconteceu no Largo 13 de Maio, onde cerca
de 5 mil pessoas aplaudiram a chegada do bonde. Aps discursos, o
bonde fez a sua ltima viagem de volta para a Vila Mariana. Segundo
o pesquisador Waldemar Corra Stiel: As crianas alegravam o ambiente
cantando vrias msicas de carnaval e outra adaptada de cano de ano
novo: Adeus bonde velho.
28. Bonde, c. 1950 Crdito: Claude Lvi-Strauss 29. O MASP
- O primeiro museu brasileiro que se dedicou arte moderna foi o
Museu de Arte de So Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, inaugurado
em 2 de outubro de 1947. Foi fundado por Assis Chateaubriand,
jornalista paraibano e proprietrio dos Dirios e Emissoras
Associadas, e pelo crtico de arte italiano Pietro Maria Bardi,
recm-chegado no Brasil. Inicialmente, o Masp instalou-se em quatro
andares do edifcio dos Dirios Associados, na Rua 7 de Abril, 230.
Praticamente todo o acervo do museu (cerca de 5 mil obras) foi
adquirido de 1946 a 1957. O objetivo de Assis Chateaubriand era
reunir um acervo com vistas a uma casa de pintura e escultura, para
formar o interesse de nossa gente pelas artes plsticas.
30. 31. Edifcio Copan (1951-1966)
- Considerado um marco da arquitetura moderna da cidade de So
Paulo, o Edifcio Copan, localizado no centro de So Paulo, foi
projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na ocasio do IV Centenrio
da cidade. Foi encomendado pela Companhia Pan-Americana de Hotis e
Turismo para se tornar um grande complexo hoteleiro que
compreendia, alm de apartamentos de luxo, teatro, cinemas,
restaurantes, jardins, lojas e garagens subterrneas.
32.
- O Edifcio Copan a maior estrutura de concreto armado do pas,
com cerca de 400 quilos por metro cbico construdo. O prdio tem 115
metros de altura, 120 mil metros quadrados de rea construda, 1.160
apartamentos que variam de 26 a 350 metros quadrados e cerca de 5
mil moradores distribudos em seis blocos. No trreo distribuem-se
cerca de 70 lojas.
- Sua arquitetura em forma de S constituiu-se em um smbolo da
cidade moderna. No s pelas linhas arrojadas, mas tambm pelas outras
caractersticas do edifcio: concreto armado, altura, ocupao mista de
apartamentos e comrcio e alta densidade populacional.
33. Caracterstica do Copan
- A fachada do edifcio tem 45 mil metros quadrados.Os blocos tm
entradas separadas, e a partir da segunda metade dos anos 1980 todo
o prdio passou a ser cercado com portes de ferro aps as 23
horas.Como o prdio no conta com infraestrutura de lazer, as crianas
costumam improvisar em um ptio de cimento sombrio junto a uma das
paredes externas do edifcio. A grande vantagem estrutural das
chapas seria impedir que, em um incndio, as chamas se propagassem
para os andares superiores. O prdio conta com um gerador com
capacidade para operar por seis horas, que permitiu, por exemplo,
que o prdio tivesse luz durante apago que deixou s escuras boa
parte da regio Sudeste em novembro de 2009.Abaixo do primeiro andar
de apartamentos existe um andar livre, onde corre a infraestrutura
de gua e eletricidade, permitindo uma manuteno mais rpida e
simples.
34.
- Nos ltimos anos a Prefeitura do Municpio de So Paulo esfora-se
para recuperar a regio central e o COPAN busca ser modelo desta
recuperao. Desde os anos 90 o prdio vive um perodo de revitalizao
fsica e social. Em recente levantamento feito para pesquisa de
Avaliao Ps Ocupao (APO), ainda no concluda, verificamos dados
favorveis nesta busca de revitalizao. O nmero de moradores de 2038,
com mdias por apartamento de 1 morador ( kitchenettese apartamentos
de 1 dormitrio) e 2 moradores (apartamentos de 2 e 3
dormitrios).
- A maioria (36%) dos apartamentos kitchenettes e de 1 dormitrio
tem renda mensal entre 344,82 euros e 689,65 euros e 45,5% dos
apartamentos de 2 e 3 dormitrios tem renda acima de 1.034,48 euros1
(Galvo, 2004). Estes valores esto acima dos padres mdios de
rendimentos para So Paulo, visto que segundo o Instituto de Estudos
de Trabalho e Sociedade (IETS) a renda real domiciliar per capita
na cidade de 201,03 euros estudo baseado na Pesquisa Nacional por
Amostra de Domiclios do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatstica (IBGE) no ano de 2003 www.iets.org.br
35.
- Citado no Guiness Book como o maior edifcio de apartamentos da
Amrica Latina, este gigantesco prdio, que na dcada de 50 era cone
de uma grande metrpole que surgia, ainda tem foras para ser exemplo
de reestruturao de uma importante regio da cidade de So Paulo.
- (1) Foi adotado o seguinte valor para converso de reais (moeda
corrente no Brasil) para euros: 1,00 euro = 2,90 reais fonte: Banco
do Brasil ( www.bancodobrasil.com.br ). Valores para fechamento do
dia 17/06/2005.
36. 37. 38. 39. A metrpole contempornea
- So Paulo hoje o quarto maior centro urbano do mundo, depois de
Tquio, Cidade do Mxico e Bombaim. So Paulo, que cresceu de forma
desorganizada e catica, sem poltica urbana nem plano diretor. Suas
transformaes, quer estejam a cargo de iniciativas pblicas ou
particulares, no obedecem a critrios previamente estabelecidos. A
cidade se fragmentou. Segundo Raquel Rolnik, a cidade fractal e
fragmentada uma anticidade, que se debate para estabelecer bases de
novos padres de urbanidade, fundados na negao do contato com o
outro.As conseqncias desse processo de fragmentao so enfrentadas
diariamente pelos paulistanos: precariedade do transporte pblico,
difcil acesso educao e sade, racionamento de gua e de luz,
violncia, desemprego, excluso, degradao ambiental, falta de
moradia, confinamento, entre outros. A locomoo no interior da
cidade , talvez, um dos aspectos mais exaustivos da vida dos
moradores de So Paulo. Desde as primeiras dcadas do sculo XX, a
poltica do governo centrou-se no favorecimento dos interesses da
indstria automobilstica em detrimento do transporte pblico. Parte
significativa dos oramentos pblicos escoou para a rede viria, a
abertura de estradas e a construo de viadutos e tneis obras de
custo elevadssimoque no conseguiram banir da rotina paulistana seu
grande vilo: o congestionamento. Um carro quebrado em uma avenida
da cidade pode provocar um engarrafamento de 200 a 400
metros,situao facilmente explicvel pelos nmeros: em 2001, 7 milhes
de veculos circularam diariamente na cidade,alm de 375 mil
motocicletas.A cada dia entram 300 automveis novos em circulao na
cidade.
40.
- Hoje, a rede de metr soma 57,6 quilmetros de extenso, o que
ainda insuficiente para atender a todas as necessidades da populao,
mas possibilita a interligao de vrias regies da cidade. Calcula-se
que em 2003 circulou diariamente 1,8 milho de pessoas por suas
estaes
41. 42. 43. As favelas
- A favelizao um fenmeno crescente. Em 1973, 1% da populao de So
Paulo morava em favelas; em 1980 esse nmero salta para 4%, chegando
a 8% (1,15 milho) no incio dos anos 1990.Em 2000, de acordo com um
estudo feito pela Prefeitura e pelo Centro de Estudos da Metrpole,
existiam 2.018 favelas, com 378.863 domiclios para 1,16 milho de
pessoas.De 1991 a 2000 surgiram na metrpole 464 favelas: uma a cada
oito dias.O aumento explica-se pela crise econmica que se abateu
sobre os trabalhadores na dcada de 1990, gerando desemprego e
reduzindo ainda mais o rendimento da populao.A maioria dos
loteamentos populares clandestina. "No fundo, a urbanizao tem
acontecido quase que exclusivamente de forma ilegal, seja pelo
crescimento das favelas ou dos loteamentos irregulares", comenta
Suzana Pasternak, professora da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo (FAU), da USP.A Prefeitura de So Paulo est urbanizando e
regularizando os lotes irregulares da capital. No ano de 2002, j
foram regularizados 6.378 lotes.
44.
- A capital paulista tem hoje 1.565 favelas. Em nmero, elas
diminuram, mas esto muito mais populosas. Em 2003, uma pesquisa
realizada pelo Centro de Estudos da Metrpole mostrou que havia
414,29 habitantes por hectare de cada uma das 2.018 favelas - rea
equivalente a um quarteiro. Hoje, dados preliminares da Fundao
Seade mostram 652,15 habitantes por hectare - um aumento de
57,4%.
- - uma densidade bem elevada. A densidade demogrfica de alguns
bairros centrais de So Paulo no ultrapassa 300 habitantes por
hectare - observa Suzana Pasternak, professora da Faculdade de
Arquitetura de Urbanismo da USP. Na capital, a densidade demogrfica
62,13 habitantes por hectare, segundo dados do ltimo Censo, de
1991.
45. 46. 47. 48. Condomnios fechados e bairros nobres
- A partir da dcada de 1970, os ricos refugiaram-se em condomnios
fechados, tambm chamados de edge cities, cidades limtrofes
localizadas longe dos bairros centrais. Em muitos aspectos mais
semelhantes fico que realidade, esses espaos conferem status s
classes mdia e alta, que sonham viver entre privilegiados, em
unidades auto-suficientes livres dos problemas que afligem os
moradores da cidade sobretudo, livres das ameaas causadas pelas
diferenas sociais.Para garantir essa autonomia os condomnios
oferecem, alm de moradias luxuosas, sistema de segurana, clubes,
escolas, shopping centers e conjuntos de escritrio.
49.
- Bairros mais nobres em So Paulo:
- Jardins (Jardim Amrica, Jardim Europa, Jardim Paulista, Jardim
Paulistano) HigienpolisPacaembu Morumbi Vila Nova Conceio Itaim
Bibi Perdizes Pinheiros Panamby Mas existem mais algumas dezenas de
bairros nobres: Cidade Jardim Pompia Brooklyn Ibirapuera Moema
Planalto Paulista Jardim das Bandeiras Vila Madalena Vila Mariana
Chcara Klabin Cerqueira Csar Bela VistaLapa Consolao
50. 51. Pinheiros 52. Morumbi 53. 54. 55. Alphaville
- Alphaville umbairro nobredas cidades deBaruerieSantana de
Parnaba , pertencentes Regio Metropolitana de So Paulo ,Brasil
.
- Idealizado pelos engenheiros Yojiro Takaoka e Renato
Albuquerque, scios da empresa Albuquerque Takaoka, considerado como
a primeira tentativa de se criar artificialmente um bairro de
grandes propores no Brasil. formado por uma srie de condomnios
fechados, chamados Residenciais, alm de um centro industrial e
empresarial.
- Proveniente de um terreno de 500 hectares comprado em 1973, era
um empreendimento voltado inicialmente s indstrias no-poluentes.
Foi erguido no lugar da antiga fazenda Tambor, comprada pela
construtora dos herdeiros Almeida Prado, e o processo envolveu
papeladas sobre reservas indgenas e 105 posseiros, entre outros
problemas. Havia outros obstculos, como o nome, difcil e que
evocavaum filmedo cineasta francsJean-Luc Godard , e a falta de
vocao do lugar, que no se sabia se seria um loteamento de casas de
campo para finais de semana ou um lugar para se morar, mais
afastado da cidade
56.
- Alphaville abriga mais de 12 mil residncias, 42 edifcios
residenciais e 16 comerciais. Totalmenteurbanizadoe com segurana
prpria, sendo independente.
- Possui uma populao fixa estimada em 50 mil habitantes e uma
flutuante de 150 mil pessoas por dia, formada por quem ali trabalha
ou visita o bairro, a passeio ou a negcios. A regio conta com
cincohospitais24 horas e muitasclnicas , seis laboratrios, 16
agncias bancrias, oito hotis e flats, cinema (noShopping Tambor ,
onde h nove salas) e quatrosupermercados . Inicialmente previa-se
chegar ao Alphaville 15, mas o ltimo a ser lanado, ainda no sculo
XX, foi o Alphaville 12 no h condomnio com o nmero 7, embora haja
um com o nmero 0.
- Atualmente Alphaville conta com mais de 3 mil estabelecimentos
como bancos (16 agncias), escolas, universidades, shoppings,
hospitais ( 5 deles 24 hs) e muitas clnicas, 6 laboratrios, 8 hotis
e flats e cinemas (9 salas no shopping Tambor) e 4 supermercados.
Totalmente urbanizado e com segurana prpria, como uma cidade com
vida e recursos prprios. a regio de residncia de uma parcela
significativa da elite da cidade.
57. 58. 59. 60. Os elegantes Jardins - Jardim Amrica, Europa,
Paulista e Paulistano:
- Histria: Um dos primeiros bairros paulistanos implantados e
planejados de acordo com conceitos urbanos prprios e diferenciados
foi o Jardim Amrica. A Companhia City foi a responsvel pela criao
do Jardim Amrica, que tinha projeto do urbanista ingls Barry Parker
(que planejou o primeiro bairro-jardim em Londres), de ruas com
alamedas e um enorme jardim. A idia era que as casas deveriam ser
construdas afastadas umas das outras e serem utilizadas pela elite
paulistana. Na dcada de 50 j era possvel observar a forma que o
bairro tem at hoje: uma grande quantidade de rea verde, traados
sinuosos e construes de alto padro, assim conservadas at hoje,
graas s restries de uso impostas pela Cia. City. J um outro bairro
luxuoso, o Jardim Paulista era apenas um caminho para o Parque do
Ibirapuera. No incio do sculo 20, a rea pertencia s famlias
Pamplona e Paim, que decidiram lotear as terras e cham-las de
Jardim Paulista, colocando nas ruas nomes de cidades do interior do
estado. A chcara onde hoje fica o Jardim Paulistano pertencia, no
comeo dos anos 20, a duas famlias ricas e quatrocentonas: Matarazzo
e Melo. A regio chegou a abrigar tambm a famlia de Gabriel Monteiro
da Silva. A gleba ficava entre o Jardim Amrica e o Jardim Europa,
que tambm eram recm-inaugurados. Atualmente , talvez, o bairro mais
chic e elitista de SP. nele que se localiza a Rua Oscar Freire,
considerada a maior concentrao de lojas de grife do mundo e 8 rua
mais sofisticada do mesmo.
61. 62. 63. 64. 65. Bairro Brooklyn 66. Ponte Estaiada 67. 68.
Bela Vista ou Bixiga 69. 70. 71. 72. Bairro da Liberdade 73. 74.
75. 76. Quem procura culinria oriental no tem como fugir do bairro
Liberdade. l que se concentram os mais tradicionais restaurantes
japoneses. 77. Avenida Paulista
- A avenida Paulista, centro financeiro do Brasil, est no corao
de todos os paulistanos. Nesta avenida encontramos tambm muita
cultura disponvel para a populao em locais consagrados como o MASP,
Casa das Rosas, Ita Cultural e at o Conjunto Nacional. Destes a
Casa das Rosas nos remete para a arquitetura paulistana do incio do
sculo XX que ainda sobrevive. Eram grandes palacetes onde famlias
tradicionais residiam com o todo esplendor que esta avenida
proporcionava
- A partir da dcada de 1960, a avenida Paulista se transformou.
Casares e palacetes comearam a dar lugar a grandes empreendimentos
e assim, a selva de pedra paulistana se fortaleceu cada vez mais. A
especulao imobiliria da avenida fez crescer uma tendncia
arquitetnica que estava prontamente presente na cidade: o
brutalismo. Palacetes virando prdios, rvores dando lugar ao
concreto. A paisagem singular da avenida Paulista comeou a dar
espao a novas edificaes e, definitivamente, a mais paulistana das
avenidas morreu e renasceu como outra mais moderna, com novas
tendncias arquitetnicas que favoreciam a especulao imobiliria.
Daquela poca, poucos exemplares sobreviveram como a j citada Casa
das Rosas, ltimo projeto arquitetnico assinado por Ramos de Azevedo
e destinado para ser a moradia de uma das suas filhas, alem do
Palacete de Joaquim Franco de Mello. Em 2,8 km de avenida, a
Paulista possui apenas 5 imveis tombados.
78. 79. 80. 81. 82. 83. 84. Estao da Luz 85. Praa da S e Igreja
da S 86. Aeroporto Internacional de Guarulhos- Cumbica 87.
Aeroporto de Congonhas 88. Avenida Rebouas, frente ao HC e ao INCOR
89. Av. Washington Luis, altura do Aeroporto de Congonhas 90. Av.
23 de Maio 91. Parque do Ibirapuera 92. Parque da Independncia
Museu do Ipiranga 93. Monumento Independncia 94. Catedral da S 95.
Ptio do Colgio Anchieta 96. Edifcio dos Correios Vale do Anhangaba
97. Marginal Pinheiros Frente ao Jockey Clube (Pinheiros) 98.
- Outro grande exemplo o da Famlia Matarazzo que residiu na
Av.Paulista da dcada de 1920 at os anos 1970. A trajetria desta
famlia est ligada ao desenvolvimento econmico do Estado de So Paulo
remetendo a cidade de Sorocaba, a primeira residncia de Francisco
Matarazzo. L ele iniciou sua grande trajetria e chegou a ser o
maior empresrio do nosso pas. A decadncia das Indstrias Reunidas
Francisco Matarazzo (IRFM) comeou a ocorrer na dcada de 1970.
- Contudo, em 1996, mais um ataque brutal ao patrimnio histrico
ocorreu aos olhos das autoridades que nada puderam fazer. A clebre
manso da famlia Matarazzo foi dinamitada e sua demolio tornou-se
inevitvel, j que a estrutura ficou abalada. O pedido de tombamento
que tinha mais de 20 anos foi oficialmente cancelado este ms pelo
CONPRESP (Conselho Municipal de Preservao do Patrimnio
Histrico).
- O terreno foi transformado em um amplo estacionamento que esto
com os dias contados. Seu local abrigar uma torre comercial com
shopping center e estacionamento. Entretenimento, comrcio, cinemas
daro continuidade ao progresso da cidade que no dorme. Sem contar o
caos que ficar na regio
Famlia Matarazzo 99. 11/01/2007 - 00h00Famlia Matarazzo vende
terreno na av. Paulista por R$ 125 mi
- A CYRELA E UMA EMPRESA DO GRUPO CAMARGO CORRA CONFIRMARAM A
COMPRA DE UM EMBLEMTICO TERRENO DA FAMLIA MATARAZZO NA AVENIDA
PAULISTA POR R$ 125 MILHES.
- NO LOCAL QUE J ABRIGOU A MANSO DO CONDE FRANCISCO MATARAZZO, UM
DOS PRINCIPAIS INDUSTRIAIS LATINO-AMERICANOS DO COMEO DO SCULO 20,
HOJE FUNCIONA UM ESTACIONAMENTO.
- Dimang Kon Beu/Folha Imagem Vista area da manso Matarazzo na
Paulista
- O CASARO CHEGOU A SER TOMBADO EM 1989 PELA PREFEITURA DE SO
PAULO, DURANTE GESTO DA EX-PREFEITA LUIZA ERUNDINA (NA POCA NO PT).
APS UMA BATALHA JUDICIAL COM A FAMLIA MATARAZZO, QUE COBRAVA UMA
INDENIZAO MILIONRIA, O CASARO ACABOU DEMOLIDO.
- AS DUAS EMPRESAS PLANEJAM AGORA CONSTRUIR UM NOVO
EMPREENDIMENTO IMOBILIRIO NO TERRENO DE 12 MIL METROS QUADRADOS, UM
DOS MAIS VALORIZADOS DA CIDADE.
- PARTE DO PAGAMENTO FAMLIA MATARAZZO SER FEITO EM DINHEIRO E A
OUTRA PARTE EM PERMUTA DE UNIDADES DESSE NOVO EMPREENDIMENTO.
- A CAMARGO CORRA DESENVOLVIMENTO IMOBILIRIO, INCORPORADORA DO
GRUPO CAMARGO CORRA, E A CYRELA VO TER CADA UMA 50% DO NOVO
INVESTIMENTO.
- AS DUAS EMPRESAS J SO SCIAS EM UM OUTRO EMPREENDIMENTO
IMOBILIRIO NO BAIRRO DE INTERLAGOS (ZONA SUL DE SO PAULO).
- A CAMARGO CORRA DESENVOLVIMENTO IMOBILIRIO SE PREPARA PARA
ABRIR CAPITAL NESTE MS. CASO O CRONOGRAMA DA OFERTA INICIAL DE AES
SEJA CONFIRMADO, OS PAPIS DA EMPRESA COMEARO A SER NEGOCIADOS NA
BOVESPA EM 31 DE JANEIRO.
- Amansoestava situada num terreno de 12 mil metros quadrados e 3
mil metros de rea construda, naAvenida Paulista , n 1230, e possua
dezenove quartos e dezesseis salas. O terreno foi comprado
pelaCyrelae uma empresa dogrupo Camargo Corrapor 125 milhes dereais
. O imvel chegou a ser tombado em1989pelaPrefeitura de So Paulo ,
durante gesto daex-prefeita Luiza Erundina . Aps uma batalha
judicial com a famlia Matarazzo, que cobrava uma indenizao
milionria, o casaro acabou demolido
100. 101. Demolio da Manso Matarazzo em 1996. 102. A belssima
sauna da Manso Matarazzo ainda resiste. 103.
- O cidado em questo era o comerciante e industrial Francesco
Matarazzo, italiano chegado no pas em 1882. No, no havia vendido
bananas numa carrocinha pelas ruas da cidade como uma das lendas
criadas pelos paulistanos. Na verdade seu primeiro destino no
Brasil foi a cidade paulista de Sorocaba, onde manteve armazm na
rua da Penha, humilde endereo que seria a gnese do maior imprio
industrial da Amrica do Sul do sculo XX.
- Inaugurada em 8 de dezembro de 1891, a avenida Paulista atraiu
imigrantes enriquecidos, como Adam Von Bullow e Francesco
Matarazzo, que construiu sua residncia em 1896 num imenso terreno
de 12 mil metros quadrados. Quatro anos depois uma reforma
aumentava o nmero de dormitrios e salas, alm de criar uma fachada
simtrica no neoclssico em voga nesse tempo. J foi na nova residncia
que, em 1901, nascia Francisco, o penltimo filho do casal e que
seria o herdeiro e continuador da obra paterna.
104.
- Entre os anos 20 e 30 a casa sofre outra reforma, tornando-se
assobradada; A Villa Matarazzo, j emblemtica na cidade pelo morador
ilustre, agora ganhava ares grandiosos, com uma ares mais modernos
na fachada. Nesse perodo Chiquinho, casado com a prima Maringela, j
era o brao direito do pai na administrao dos negcios. Essa deciso
do Conde causou inmeras desavenas familiares, resultando at mesmo
em disputas na justia.
- Em 10 de fevereiro de 1937 a Paulista parou no enterro do
Conde. A multido seguiu o cortejo at o mausolu da famlia no
cemitrio da Consolao.
105.
- Nas semanas seguintes o que havia ficado em p foi demolido por
uma empresa, que certamente lucrou muito com todo o mrmore
travertino dos pisos e fachadas, com os encanamentos e calhas de
cobre, com as maanetas, dobradias, portas e janelas. Enfim, era a p
de entulho na histria de um imprio.
106. 107.
- Francesco Antonio Maria Matarazzo( Castellabate ,9 de
marode1854So Paulo ,10 de dezembrode1937 ), tambm chamado
deFrancisco Matarazzo , foi um conde eempresrio talo-brasileiro ,
criador do maior complexoindustrialdaAmrica Latinado incio dosculo
XX .
- Sua importncia para ocenrio econmico do Brasils comparvel que
teve ovisconde de MaunoSegundo Imprio , tendo sido um dos marcos da
modernizao do pas. opatriarcadoramo talo-brasileiro da famlia
Matarazzo . Ao completar 80 anos, era de longe o homem mais rico do
Brasil poca, sendo que a riqueza produzida por suas indstrias
ultrapassava oPIBde qualquerestado brasileiro , excetoSo Paulo
.
108.
- Francesco Matarazzomascate , e, posteriormente,empresrio , foi
o fundador dasIndstrias Reunidas Fbricas Matarazzo . Tendo
recebido, em reconhecimento s ajudas milionrias em dinheiro e
demais mercadorias que envia Itliadurante aPrimeira Guerra Mundial
( 1914 - 1917 ), ottulo nobilirquicodeconde , por decreto dorei
Vtor Emanuel III :Decreto Real de25 de junhode 1917, extensivo aos
filhos vares em2 de dezembrode1926 .Embora Francesco no pertencesse
nobreza italiana .
-
-
- Contraiu matrimnio com Filomena Sansivieri com quem teve 13
filhos: Giuseppe Matarazzo, Andrea Matarazzo,Ermelino Matarazzo ,
Teresa Matarazzo, Mariangela Matarazzo, Attilio Matarazzo, Carmela
Matarazzo, Lydia Matarazzo, Olga Matarazzo, Ida Matarazzo, Claudia
Matarazzo,Francisco Matarazzo Jniore Luigi Eduardo Matarazzo.
- Francisco Matarazzo Jnior filho e sucessor do fundador,
Francesco Matarazzo
-
-
- Teve cinco filhos, entre eles Maria Pia Matarazzo.
- ComendadorErmelino Matarazzo filho do fundador, morto antes de
suced-lo. Recebeu umacomendadogoverno brasileiro , tornando-se um
comendador.
- Francisco Matarazzo Sobrinho , mais conhecido comoCiccillo
Matarazzo
- Eduardo Matarazzo Suplicy
- Jayme Monjardim Matarazzo
-
-
- Casou-se trs vezes e tem quatro filhos:Jayme Monjardim
Matarazzo Filho , [1]Maria Fernanda Matarazzo, [2]Andr Escobar
Monjardim Matarazzo [1]e Maysa [3]
- Francisco Matarazzo Pignatari
109. Claudia Matarazzojornalistabrasileira especialista
emetiquetaecomportamento . Desdejaneirode2007 a chefe
docerimonialdo governo do estado deSo Paulo . Trabalhou durante
oito anos noGrupo Abril , recebendo o Prmio Abril de Jornalismo por
seus trabalhos naRevista Casa Claudia . Colaborou, por muito tempo,
como free-lancer para aIsto - em que assinou por um ano uma coluna
de gastronomia -VogueePlayboy , onde lanou o suplemento de moda
masculina. Senador Eduardo Suplicy Jayme Monjardim Matarazzo
cineasta 110. Indstrias Reunidas Fbricas Matarazzo
- AsIndstrias Reunidas Fbricas Matarazzo( IRFM ) foram o maior
complexoindustrialdaAmrica Latina , tendo como seu fundador
oimigrante italiano Francesco Matarazzo .
- Matarazzo comeou com uma pequena casa que vendiabanhana cidade
deSorocaba( So Paulo ) nos anos40durante seuapogeueram mais de
350empresasentre elasportos , estaleiros,metalrgicas , papeleiras,
etc. ao fim dos anos80foi concordatasob o comando da neta do
fundador,Maria Pia Matarazzo . Atualmente a nica fbrica em
atividade a que fabrica osaboneteda marca Francis. Detm tambm
diversos imveis e terrenos espalhados pelo pas e tambm fbricas
arrendadas de papis, usina de acar e lcool.
111. Fontes:
- http://www.sampaonline.com.br
- http://www.aprenda450anos.com.br
- Organizado por El Steffens