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Separação dos Poderes e as Funções do Estado

Separação dos poderes

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Separação dos Poderese as Funções do Estado

A teoria da separação dos poderes, que através da obra de Montesquieu se incorporou ao constitucionalismo, foi concebida para assegurar a liberdade dos indivíduos.

Na obra “O espírito das Leis”, Montesquieu afirma que quando na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o Poder Legislativo está reunido ao Poder Executivo, não há liberdade, pois o que se pode esperar é que esse monarca ou esse senado façam leis tirânicas para executá-las tiranicamente.

Frisa-se que esta teoria foi acolhida e consagrada em uma época em que se buscavam meios para enfraquecer o Estado, uma vez que não se admitia sua interferência na vida social, a não ser como vigilante e conservador das situações estabelecidas pelos indivíduos.

  Tripartição de poderesEssa teoria da separação de poderes em corrente tripartite, foi esboçado

primeiramente por Aristóteles em sua obra “A Política”, em que admitia

existir três órgãos separados a quem cabiam as decisões do Estado.

Eram eles o poder Deliberativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário.

Posteriormente, Locke em sua obra “Segundo Tratado sobre o Governo

Civil”, concebendo o Poder Legislativo como sendo superior aos demais,

que inclusive estariam subordinados a ele, quais sejam, o Executivo com

a incumbência de aplicar as leis e o Federativo que, muito embora,

tivesse legitimidade não poderia ser desvinculado do Executivo, cabendo

a este cuidar das relações internacionais do governo.

No século XVII surge a primeira sistematização doutrinária da separação de poderes, com a obra de Locke baseada no Estado Inglês. O filósofo aponta a existência de quatro funções fundamentais, exercidas por dois órgãos do poder. A função legislativa caberia ao Parlamento. A função Executiva, exercida pelo rei, comportava um desdobramento, chamando-se função federativa quando se tratasse do poder de guerra e paz, de ligas e alianças, e de todas as questões que devessem ser tratadas fora do Estado. A quarta função, também exercida pelo rei, era a prerrogativa, conceituada como o “poder de fazer o bem público sem se subordinar a regras”.

Montesquieu cria a teoria da separação de poderes concebendo um sistema em que se conjugam um legislativo, um executivo e um judiciário, harmônicos e independentes entre si, tomando, praticamente, a configuração que iria aparecer na maioria das Constituições.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Teoria do peso e contrapesoMontesquieu acreditava que para afastar

governos absolutistas e evitar a produção de normas tirânicas, seria fundamental estabelecer autonomia e limites de cada poder. Com isto, cria-se a ideia de que só o poder controla o poder, por isso, o sistema de freios e contrapesos, onde cada poder é autônomo e deve exercer determinada função, porém, este poder deve ser controlado pelos outros poderes, sendo então independentes e harmônicos entre si.

Neste sistema, fez-se a seguinte divisão dos poderes do Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário. O poder Legislativo tem a função típica de legislar e fiscalizar; o Executivo, administrar a coisa pública; já o Judiciário, julgar, aplicando a lei a um caso concreto que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses. Aplicar o sistema de freios e contrapesos significa conter os abusos dos outros poderes para manter certo equilíbrio.

Ler página 217, Dallari.