Qual a função do sociólogo, nas

palavras de Peter Berger em

“Perspectivas Sociológicas”?

“O sociólogo, então, é uma pessoa que se ocupa de compreender a sociedade de uma maneira disciplinada. Essa atividade tem uma natureza científica. Isto significa que aquilo que o sociólogo descobre e afirma a respeito dos fenômeno sociais que estuda ocorre dentro de um certo quadro de referência de limites rigorosos.

Uma das características desse quadro de referência científico está no fato de as operações obedecerem a certas regras de verificação. Como cientista, o sociólogo tenta ser objetivo, controlar suas preferências e preconceitos pessoais, perceber claramente ao invés de julgar normativamente.” (pág. 26)

Quem seria o sociólogo?

“Uma pessoa intensa, interminável, desavergonhadamente interessada nos atos dos homens. Seu habitat natural consiste em todos os lugares de reunião humana, todo lugar em que homens se juntem. O sociólogo poderá estar interessado em muitas outras coisas. Mas seu interesse dominante será o mundo dos homens, suas instituições, sua história, suas paixões.” (pág. 27)

A dificuldade de definir

“sociedade”, o objeto da

ciência...

Para o sociólogo, “sociedade” designa um grande complexo de relações humanas, ou para usar uma linguagem mais técnica, um sistema de interação.

Sociedade pode compreender milhões de seres humanos ou uma coletividade muito menor.

A dificuldade de definir o

adjetivo “social”...

Peter Berger nos chama a atenção para os diversos significados que o adjetivo “social” pode expressar:

- qualidade informal de um determinado encontro de pessoas;

- uma atitude altruísta por parte de alguém;

- ou mais genericamente, qualquer coisa derivada de contato com outras pessoas.

Mas o sociólogo, emprega o termo de maneira mais limitada e com maior precisão, para se referir à qualidade de relação, interação e reciprocidade.

Duas pessoas conversando aleatoriedades não chegam a formar uma sociedade...

... porém, bastariam três pessoas presas numa ilha para que se configurasse uma sociedade. Isso porque, neste caso, a interação seria muito mais complexa, abarcaria muitos mais valores, sentidos, simbolismos, etc.

Um objeto, ou um fato que seja sua própria causa situa-se fora do universo científico de discurso.

Em poucas palavras, o campo objetivo é o concernente ao empreendimento científico, não se pode perdê-lo de vista. Questões de ordem subjetivas não devem “embaçar” a visão científica.

Kant nos diz que a liberdade não é acessível racionalmente. Não pode ser demonstrada por métodos filosóficos baseados na razão pura.

A liberdade, por exemplo, não é acessível empiricamente. Ela não é passível de demonstração por qualquer método científico, muito embora seja por nós experimentada como uma certeza.

ALGUMAS IDEIAS PRA PENSAR...

“(...) Qualquer atividade

intelectual torna-se estimulante

a partir do instante em que se

transforma numa rota de

descoberta.”

Peter Berger