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31º NÚCLEO CPERS/SINDICATO IJUÍ e-mail: [email protected] Fone/fax: (55) 3332-9711 SUGESTÕES PARA AULA CIDADÃ DO DIA 29 DE FEVEREIRO DE 2016 Dia de Mobilização Nacional em Defesa da Educação A) Textos para leitura e análise: O texto a seguir está disponível em formato Power Point em e-mail enviado às escolas: 1) O que é Sindicalismo? O Sindicalismo surgiu paralelamente ao capitalismo, pouco tempo depois se espalhou pelo mundo. O objetivo principal do sindicalismo é a melhora das condições de vida da classe operária. Porém, o papel dos sindicalistas difere do dos operários, já que eles não trabalham nas fábricas e nem são ameaçados pelo desemprego. Eles são como um advogado, pois estão ali para defender os interesses dos trabalhadores. Essa condição de mediadores fez com que eles conhecessem tanto o lado capitalista quanto o lado operário. No Brasil o sindicalismo surgiu no final do século XIX. Os operários imigrantes que trabalhavam em diversas fábricas estavam insatisfeitos com suas condições de trabalho e então começaram a se unir para questionar e lutar pelos seus direitos, formando os primeiros sindicatos no país. No final da década de 70 e no decorrer da década seguinte, o sindicalismo viveu seu auge, pois o Brasil estava num momento importante: saindo do regime militar para o democrático. O “novo sindicalismo” – como foi denominado tinha como uma de suas características principais uma atuação reivindicatória, ao invés de apenas prestar assistência. Com a chegada da década de 90 vieram muitas mudanças (políticas, sociais, econômicas e até mesmo tecnológicas) todas estas mudanças incluindo os avanços da Globalização levaram o sindicato a enfrentar uma crise, pois estava ficando difícil lidar com todas as inovações. Como consequência houve uma redução das greves e uma queda da taxa de sindicalização. Hoje, mesmo com todos estes avanços e inovações, o sindicalismo continua na luta por melhores condições de trabalho para tentar proporcionar ao trabalhador uma vida mais digna. GOMES, Cristiana. Sindicalismo. Disponível em: http://www.infoescola.com/sociologia/sindicalismo/. Acesso em 20 de fevereiro de 2016. 2) A história do Sindicalismo no Brasil O Sindicalismo nasce com a industrialização crescente na Europa, a partir do século XVIII. Nesta época, as pessoas que abandonam o campo para trabalhar nas fábricas das cidades quase não possuem direitos. As jornadas de trabalho chegavam a 16 horas diárias, as condições eram precárias e não havia incentivo algum, algo bastante semelhante à escravidão. A primeira forma de resistência dos trabalhadores ocorreu na Inglaterra. No Brasil, tendo a indústria se desenvolvido tardiamente, o movimento sindical surge no Rio de Janeiro, com a greve de tipógrafos, em 1858, contra as injustiças patronais e por melhores salários. Neste período, os imigrantes europeus que desembarcaram no Brasil trouxeram experiências de lutas mais organizadas dos que já haviam por aqui. Em 1906 ocorreu, no Rio de Janeiro, o 1º Congresso Operário Brasileiro, com a presença de vários sindicatos, federações, ligas e uniões operárias. A reação dos patrões e do governo ao movimento dos trabalhadores não demorou a acontecer. No ano seguinte, 132 sindicalistas foram expulsos do Brasil. Em 1930, com o integralismo de Getúlio Vargas instaurado e a indústria nacional consolidada, leis trabalhistas foram criadas e, ao mesmo tempo, o movimento sindical se fortaleceu. Em 1945, no Rio Grande do Sul, um grupo de professores, em sua maioria mulheres, cria o Centro de Professores Primários do Estado do Rio Grande do Sul, lançando as bases para a criação do CPERS Sindicato.

Sugestões para aula cidadã - CPERS Sindicato - 31º Núcleo

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31º NÚCLEO CPERS/SINDICATO – IJUÍ

e-mail: [email protected]

Fone/fax: (55) 3332-9711

SUGESTÕES PARA AULA CIDADÃ DO DIA 29 DE FEVEREIRO DE 2016

Dia de Mobilização Nacional em Defesa da Educação

A) Textos para leitura e análise:

O texto a seguir está disponível em formato Power Point em e-mail enviado às escolas:

1) O que é Sindicalismo?

O Sindicalismo surgiu paralelamente ao capitalismo, pouco tempo depois se espalhou pelo mundo.

O objetivo principal do sindicalismo é a melhora das condições de vida da classe operária. Porém, o papel

dos sindicalistas difere do dos operários, já que eles não trabalham nas fábricas e nem são ameaçados pelo

desemprego. Eles são como um advogado, pois estão ali para defender os interesses dos trabalhadores. Essa

condição de mediadores fez com que eles conhecessem tanto o lado capitalista quanto o lado operário.

No Brasil o sindicalismo surgiu no final do século XIX. Os operários imigrantes que trabalhavam em

diversas fábricas estavam insatisfeitos com suas condições de trabalho e então começaram a se unir para

questionar e lutar pelos seus direitos, formando os primeiros sindicatos no país.

No final da década de 70 e no decorrer da década seguinte, o sindicalismo viveu seu auge, pois o Brasil

estava num momento importante: saindo do regime militar para o democrático.

O “novo sindicalismo” – como foi denominado – tinha como uma de suas características principais uma

atuação reivindicatória, ao invés de apenas prestar assistência.

Com a chegada da década de 90 vieram muitas mudanças (políticas, sociais, econômicas e até mesmo

tecnológicas) todas estas mudanças – incluindo os avanços da Globalização – levaram o sindicato a enfrentar

uma crise, pois estava ficando difícil lidar com todas as inovações.

Como consequência houve uma redução das greves e uma queda da taxa de sindicalização.

Hoje, mesmo com todos estes avanços e inovações, o sindicalismo continua na luta por melhores

condições de trabalho para tentar proporcionar ao trabalhador uma vida mais digna.

GOMES, Cristiana. Sindicalismo. Disponível em: http://www.infoescola.com/sociologia/sindicalismo/.

Acesso em 20 de fevereiro de 2016.

2) A história do Sindicalismo no Brasil

O Sindicalismo nasce com a industrialização crescente na Europa, a partir do século XVIII. Nesta

época, as pessoas que abandonam o campo para trabalhar nas fábricas das cidades quase não possuem direitos.

As jornadas de trabalho chegavam a 16 horas diárias, as condições eram precárias e não havia incentivo

algum, algo bastante semelhante à escravidão.

A primeira forma de resistência dos trabalhadores ocorreu na Inglaterra. No Brasil, tendo a indústria

se desenvolvido tardiamente, o movimento sindical surge no Rio de Janeiro, com a greve de tipógrafos, em

1858, contra as injustiças patronais e por melhores salários. Neste período, os imigrantes europeus que

desembarcaram no Brasil trouxeram experiências de lutas mais organizadas dos que já haviam por aqui.

Em 1906 ocorreu, no Rio de Janeiro, o 1º Congresso Operário Brasileiro, com a presença de vários

sindicatos, federações, ligas e uniões operárias. A reação dos patrões e do governo ao movimento dos

trabalhadores não demorou a acontecer. No ano seguinte, 132 sindicalistas foram expulsos do Brasil.

Em 1930, com o integralismo de Getúlio Vargas instaurado e a indústria nacional consolidada, leis

trabalhistas foram criadas e, ao mesmo tempo, o movimento sindical se fortaleceu.

Em 1945, no Rio Grande do Sul, um grupo de professores, em sua maioria mulheres, cria o Centro de

Professores Primários do Estado do Rio Grande do Sul, lançando as bases para a criação do CPERS Sindicato.

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Em 1966, o CPERS conquista o direito às eleições para a escolha de diretores de escola. Em 1979, o

CPERS é o primeiro sindicato do RS e o segundo do Brasil a entrar em greve durante o período da ditadura

militar, desencadeada em 1964. A mobilização garantiu a nomeação de 20 mil professores aprovados em

concurso público e foi fundamental para a reabertura política no país.

Em 1987, os professores estaduais permaneceram em greve durante 97 dias, o que garantiu a permanência do

plano de carreira. Em 1991, 74 dias de greve foram necessários para conquistar o histórico reajuste salarial de

191%.

A luta do CPERS vai além da busca com melhores salários e condições de trabalho. O Sindicato

esteve presente nos protestos pelo fim da Ditadura Militar, nos debates pela Constituinte de 1988, na luta pela

legitimidade dos movimentos sociais, contra a violência à mulher, sempre em defesa da educação pública de

qualidade, que é a sua bandeira permanente.

Referências:

CPERS Sindicato. Jornal Sineta – edição de janeiro de 2016. Disponível em: http://cpers.com.br/sineta-

janeiro-de-2016/. Acesso em 20 de fevereiro de 2016.

Sintet-UFU. Disponível em: http://www.sintet.ufu.br/sindicalismo.htm. Acesso em 20 de fevereiro de 2016.

3) Mês dos trabalhadores relembra importância do movimento sindical para a democracia brasileira

No mês em que se comemora o Dia Mundial do Trabalho, conheça um pouco da história da organização dos

trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e seu papel fundamental para as conquistas sociais do país

As organizações de trabalhadores/as têm sido desde o século XIX uma poderosa ferramenta de

transformação social no Brasil. Lutando por novos direitos para cada categoria ou debatendo questões mais

amplas da sociedade pelo viés de quem trabalha, os sindicatos marcaram a história do país com conquistas que

vão da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) até a recente política de valorização do salário mínimo.

Este processo de luta continua neste mês de maio, quando as centrais sindicais buscarão diálogo com os

poderes Executivo e Legislativo na tentativa de viabilizar uma pauta de reivindicações que inclui, entre outros

pontos, a redução da jornada de trabalho para 40 horas, o fim do Fator Previdenciário e o repúdio ao projeto

de lei 4330, que aumenta as possibilidades de terceirização de serviços e é visto como um risco aos direitos

trabalhistas.

Marcos Verlaine, assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar

(DIAP), destaca a importância desta agenda “estrutural” construída pelo movimento sindical, que “não perde a

visão e compreensão geral da classe trabalhadora”. “Só porque temos dificuldade em aprovar esta pauta, não

podemos abandoná-la. Em algum momento da conjuntura alcançaremos a aprovação de alguns pontos”,

afirma.

Para ele , o movimento sindical é crucial para a organização dos trabalhadores e a construção de um

processo democrático. “Quanto mais organização, mais democracia política, pois assim os trabalhadores têm

mais capacidade de mobilização e influência”, afirma.

História A luta dos trabalhadores no Brasil foi iniciada por imigrantes que já possuíam certa consciência de

luta e histórico de resistência organizada em seus países de origem. O primeiro partido operário brasileiro foi

fundado por socialistas em 1890, adotando o 1º de maio como dia internacional da classe trabalhadora.

Em 1906, com a realização do 1º Congresso Operário Brasileiro no Rio de Janeiro, surgia a primeira entidade

operária nacional, a Confederação Operária Brasileira (COB). No ano seguinte, já como uma reação dos

patrões e do governo, cerca de 130 sindicalistas foram expulsos do país.

Alguns anos depois, a crise gerada pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918) desencadeou uma série

de greves entre 1917 e 1920. A movimentação foi novamente acompanhada de repressão governamental. Em

1917, uma greve que reuniu 45 mil pessoas em São Paulo enfrentou choques com a polícia, tropas militares e

navios de guerra enviados para conter os trabalhadores.

Este cenário do movimento sindical sofreu uma grande mudança com a Revolução de 1930 e a

chegada de Getúlio Vargas ao poder, com consequências contraditórias. O projeto de Vargas impulsionou a

industrialização do país, ampliando a classe operária e sua importância política, e levou a conquistas

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importantes, como a criação do Ministério do Trabalho, da Justiça do Trabalho e da Consolidação das Leia

Trabalhistas (CLT).

Por outro lado, porém, criou leis que levaram a um atrelamento da estrutura sindical ao Estado e

perseguiu lideranças antigas que se opuseram a seu governo. No entanto, sindicatos combativos ainda

resistiam e representavam a classe trabalhadora, conquistando, por exemplo, a jornada de oito horas, a

regulamentação do trabalho da mulher e a Lei de Férias. Cresciam também as mobilizações das massas. Na

década de 50, elas reivindicavam liberdade sindical, a criação da Petrobras e a defesa das riquezas.

Com o golpe de 1964, a classe trabalhadora sofreu intensa repressão. A ditadura vetou a organização e

manifestação política, criando uma nova política de arrocho salarial e a Lei antigreve nº 4.330. Cerca de duas

mil entidades sindicais foram ocupadas e derrubadas pelos militares. Suas direções foram presas, exiladas ou

assassinadas como parte da população resistente ao golpe e submetida à tortura e à censura. O movimento

sindical foi cassado como outras organizações e manifestações políticas e culturais que atuavam pela

democracia brasileira. Segundo Verlaine, “o golpe tinha em si um projeto econômico concentrador de renda e,

para isso, precisava atingir o movimento sindical, que luta por distribuição de renda e melhores condições de

vida”.

Novo sindicalismo Uma nova resistência sindicalista ao regime militar começa a surgir na década de 70, com destaque

aos movimentos no ABCD paulista (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema).

A proposta retomava as comissões de fábrica e ia contra o atrelamento ao Estado.

Em 1978, uma greve em São Bernardo do Campo enfrentou o regime militar e abriu caminho para

esse novo sindicalismo. As lutas novamente se estenderam por todo país em defesa da democracia, entre elas a

luta pela Anistia e pelas Diretas Já. Em 1984, os princípios da nova estrutura sindical foram apresentados no

1º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), criada um ano antes.

A partir da regulamentação das centrais sindicais, em 2008, o movimento ganha força e passa a

construir agendas sólidas, além da organização de marchas pelas cidades. A última ocorreu no dia 9 de abril,

reunindo cerca de 40 mil trabalhadores em São Paulo. “Não é um trabalho com demandas avulsas dessa ou

daquela categoria. São pautas de todas as centrais reconhecidas pelo governo”, afirma Verlaine.

Hoje, as dificuldades do movimento sindical, para Verlaine, mudaram. Segundo ele, muitos

trabalhadores deixam de se organizar por não serem estimulados devido à pressão patronal, questões culturais

e alienação. “Num mundo tão individualista não é simples mobilizar as pessoas. No entanto, a importância do

movimento está exatamente nisso. Sem ele as dificuldades sociais seriam bem maiores”. Disponível em: https://observatoriosc.wordpress.com/2014/05/05/mes-dos-trabalhadores-relembra-importancia-do-

movimento-sindical-para-a-democracia-brasileira/. Acesso em 20 de fevereiro de 2016.

B) Sugestões de filmes

1) Amazônia em chamas: Narra a história de Chico Mendes e sua luta junto aos povos da floresta no Brasil, durante as décadas de

70 e 80. Quando os empresários olharam para a Amazônia, eles viram dinheiro, oportunidade e o futuro. Nada

poderia impedi-los de realizar seus objetivos. A não ser Chico Mendes. Desde sua infância, Chico Mendes

(Raul Julia, de Acima de Qualquer Suspeita) foi testemunha das brutalidades cometidas contra os

seringueiros, explorados por seus patrões. Ainda jovem, decidiu dedicar-se a uma luta em favor de justiça para

o povo de sua região. De pequenas discussões com criadores de gado, passando pela liderança de seu

sindicato, a uma campanha internacional contra a devastação da floresta amazônica, Chico Mendes acreditava

no diálogo e em soluções sem violência. Acabou transformando-se em uma figura de importância nacional,

um herói local, e um peso ainda maior para seus inimigos... até que uma emboscada marcou o fim de sua vida

de dedicação e esperança. Filme completo disponível em: https://youtu.be/DI6mhtMgr_o

2) Eles não usam black-tie

Na São Paulo de 1980, o jovem operário Tião e sua namorada Maria decidem casar-se ao saber que a

moça está grávida. Ao mesmo tempo, eclode um movimento grevista que divide a categoria

metalúrgica. Preocupado com o casamento e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em

conflito com o pai, Otávio, um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante o regime

militar. Filme completo disponível em: https://youtu.be/lUHnIit6mpE