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GEOGRAFIA REGIONAL DO MUNDO I Uma das principais diferenças conceituais entre a região natural, criada no determinismo, e a região geográfica, criada no possibilismo, decorre das principais divergências entre esses dois paradigmas. A concepção determinista de que as relações humanas são determinadas segundo as variações naturais são bastante criticadas na geografia possibilista, que, por sua vez, afirmava apenas influências naturais no homem que, principalmente pelo uso da cultura e da técnica, produziriam o espaço geográfico. Roberto Lobato Corrêa, assume uma postura peculiar sobre o atual uso dos diferentes conceitos de região oriundos da História do Pensamento Geográfico. Apesar da existência dos diferentes conceitos de região que foram elaborados na história do pensamento geográfico e de, muitas vezes, esses mesmos conceitos criticarem ou negarem um ao outro, Roberto Lobato defende que “todos os conceitos de região podem ser utilizados pelos geógrafos. Afinal, todos eles são meios para se conhecer a realidade, quer num aspecto espacial específico, quer numa dimensão totalizante: no entanto,é necessário que explicitemos o que estamos querendo e tenhamos um quadro territorial adequado aos nossos propósitos”. A Divisão Internacional do Trabalho, além de ser uma espécie de padronização do comércio internacional,é, sobretudo, uma forma de explicar a dominação política e

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GEOGRAFIA REGIONAL DO MUNDO I

Uma das principais diferenças conceituais entre a região natural, criada no

determinismo, e a região geográfica, criada no possibilismo, decorre das principais

divergências entre esses dois paradigmas. A concepção determinista de que as relações

humanas são determinadas segundo as variações naturais são bastante criticadas na

geografia possibilista, que, por sua vez, afirmava apenas influências naturais no homem

que, principalmente pelo uso da cultura e da técnica, produziriam o espaço geográfico.

Roberto Lobato Corrêa, assume uma postura peculiar sobre o atual uso dos diferentes

conceitos de região oriundos da História do Pensamento Geográfico. Apesar da

existência dos diferentes conceitos de região que foram elaborados na história do

pensamento geográfico e de, muitas vezes, esses mesmos conceitos criticarem ou

negarem um ao outro, Roberto Lobato defende que “todos os conceitos de região podem

ser utilizados pelos geógrafos. Afinal, todos eles são meios para se conhecer a realidade,

quer num aspecto espacial específico, quer numa dimensão totalizante: no entanto,é

necessário que explicitemos o que estamos querendo e tenhamos um quadro territorial

adequado aos nossos propósitos”.

A Divisão Internacional do Trabalho, além de ser uma espécie de padronização do

comércio internacional,é, sobretudo, uma forma de explicar a dominação política e

econômica de um pequeno grupo de países privilegiados e um grande grupo de países

explorados. Diga os grupos dominantes nessas regionalizações – do Pacto Colonial, da

DIT Clássica e da DIT atual –

Durante o Pacto Colonial os países que dominavam outras partes do mundo eram as

Metrópoles que estabeleceram colônias pelo mundo exercendo seu poder por meio da

força, pela supremacia bélica. Na DIT Clássica a grande diferença entre os países se

dava pela presença ou ausência de indústrias. Portanto, os países industrializados,

considerados desenvolvidos, adquiriam vantagens econômicas com outras partes do

mundo que não tinham indústrias. Atualmente, o grande diferencial que faz os países

centrais obterem vantagens sobre o mundo periférico se dá pela disparidade tecnológica.

Obviamente que em alguns casos o uso da força e do poder econômico ainda são

utilizados pelas grandes potências.

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Falar em primeiro, segundo ou terceiro mundo não pode ser considerado errado, pois,

tendo em vista que essa nomenclatura acabou mudando de sentido – apresentando um

cunho desenvolvimentista –, no senso comum observa-se até “quinto” mundo e para

mais além. Entretanto, essas terminologias atualmente apresentam um certo grau de

limitação tendo em vista que a Guerra Fria não existe mais e, além disso, o poder do que

era o Segundo Mundo praticamente está extinto.

Os Estados Unidos tiveram uma colonização diferenciada de toda América. As

colônias de povoamento proporcionaram um bom desenvolvimento do seu mercado

interno e de um precoce progresso fabril. O grande fluxo migratório para esse país

também foi um fator importante pois, além de contribuir no fomento desse mercado e da

mão de obra, foi fundamental na conquista do oeste americano e também trouxe vários

ideais diferentes da Europa, propiciando um desenvolvimento político, filosófico,

científico e tecnológico nos Estados Unidos semelhantes ao europeu. Foram as

condições na formação do território dos Estados Unidos que favoreceram sua rápida

ascensão como uma potência internacional.

Desde o início da história estadunidense Foi estabeleciso uma relação entre o caráter

belicoso do Estados Unidos com o sucesso na produção de seu espaço geográfico, tanto

no período de sua formação quanto no período contemporâneo, o poder bélico geral e o

uso de armas de fogo em particular foram uma grande marca na produção de seu espaço

geográfi co. A Marcha para o Oeste americana, que proporcionou a aquisição de terras

férteis, solos ricos em recursos minerais e uma estratégica saída para o Pacífi co,

ocorreu baseada no massacre de vários povos denominados de indígenas, considerados

como obstáculos ao desenvolvimento capitalista. Várias culturas, línguas e

conhecimentos foram exterminados da Terra. Da mesma forma ocorre atualmente, com

o Estados Unidos exercendo seu poder militar – mesmo que unilateralmente – para

conseguir seus anseios estratégicos internacionais. As invasões a países como Vietnã,

Afeganistão e Iraque,bem como as “ajudas” a Israel e Colômbia são alguns exemplos da

manutenção da Pax Americana.

Para Nye Jr. Enquanto que o poder duro norte-americano está representado pela

supremacia bélica e econômica, o poder brando, que não é nem um pouco menos efi

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ciente que o anterior, é representado pela força cultural e ideológica do Estados Unidos,

veiculada pelos diferentes tipos de mídia, cinema e música.

O isolamento japonês no período de Tokugawa foi decorrente de dois fatores:

primeiramente havia a intenção do próprio governo do Japão em evitar o contato com

outros povos para manter a integridade cultural japonesa; mas, na verdade, o que foi

possivelmente o principal fator foi o desinteresse político e econômico das potências

imperialistas europeias pelo Japão.

Japão, Alemanha e Itália, que já haviam saído da Liga das Nações no período entre

as duas guerras mundiais, perderam espaço no cenário internacional pelas potências

vencedoras da Primeira Guerra Mundial.Assim, carentes de mercados consumidores

externos e de mão de obra, formaram uma aliança – o Eixo – que estimulava o

expansionismo territorial, resultando na Segunda Guerra Mundial.Assim que o Japão

entrou como aliado da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial

Enquanto que na Era Meiji os esforços estavam voltados para a eliminação do

xogunato e na construção do imperialismo japonês, durante o Milagre o objetivo era

reconstruir o Japão dos pesares da Segunda Guerra Mundial. Assim, enquanto que na

era Meiji houve o estabelecimento de zaibatsus, o investimento no setor bélico e a

unificação do Japão, entre outras coisas, no período do Milagre Japonês a falta de

investimentos no setor bélico proporcionou o crescimento tecnológico e industrial do

Japão, apoiados numa mão de obra numerosa,qualificada e disciplinada e na ajuda

econômica do Estados Unidos.

Toyotismo e fordismo foram duas formas de estruturação industrial que surgiram no

século XX. Enquantoo fordismo baseava-se na produção em série e em massa, na

estocagem da produção, na utilização de uma mão de obra numerosa e especializada e

na centralização industrial, a toyotismo defendia a produção em lotes (escopo) e

personalizada, a não estocagem da produção, na utilização de mão de obra reduzida e

qualificada e na descentralização industrial.

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A relação é que o início do capitalismo, durante o capitalismo comercial, ocorreu

em grande parte pela Expansão Marítima e Comercial Europeia, com Portugal, Espanha,

Inglaterra, França e Holanda levando para o mundo o seu sistema produtivo. Assim,

esses países puderam levar seus ideais e sua influência para outras partes do mundo

além da Europa.

Após a Segunda Guerra Mundial as potências da Europa sofreram dois pesares: o

primeiro foram as destruições decorrentes da própria guerra: o arraso de parte de sua

infraestrutura, a morte de várias pessoas, etc. O segundo foi a perda de suas colônias na

África e na Ásia que reduziram suas ofertas de mercados, mão de obra e matéria-prima.

Os Estados Unidos e a União Soviética, por outro lado, assumiram a posição de

potências líderes do cenário internacional.

A União Europeia como um bloco econômico vem assumindo vários papéis

estratégicos no cenário internacional. Indo muito mais além de critérios econômicos, a

União Europeia vê juntando políticas e leis semelhantes entre os seus países membros,

havendo uma forte repercussão no demais países fora do bloco. Leis comerciais e

ambientais, medidas contra o crime organizado, políticas de imigração etc.

Inglaterra e França, percebendo que o metalismo não era a melhor forma de enriquecer,

passaram a investir seus recursos em tecnologia e na produção fabril, aumentando seus

conhecimentos e seu mercado consumidor. Além disso, a riqueza em matéria-prima, a

facilidade nos transportes e suas revoluções burguesas proporcionaram o domínio

industrial que durou do século XVIII ao XX.