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Recebimento de Presentes, Vantagens ou Gratificação (parte 2) Leopoldo Pagotto São Paulo, 6 de julho de 2015

Tema 10b material apoio vamos conhecer mais sobre as viagens_parte 02

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Recebimento de Presentes, Vantagens ou Gratificação (parte 2)Leopoldo PagottoSão Paulo, 6 de julho de 2015

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Algo sobre viagens?

Resolução n. 2 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (24.12.2000)

Viagens: Caráter pessoal versus caráter institucional. Regra: viagem de caráter institucional deve ser paga pelo órgão. Exceção: transporte, estadia e inscrição pagas pelo patrocinador, se este for:a) organismo internacional do qual o Brasil faça parte;b) governo estrangeiro e suas instituições;c) instituição acadêmica, científica e cultural;d) empresa, entidade ou associação de classe que não esteja sob a jurisdição regulatória do órgão a que pertença a autoridade, nem que possa ser beneficiária de decisão da qual participe a referida autoridade, seja individualmente, seja em caráter coletivo.Possível aceitar descontos de transporte, hospedagem, refeição e inscrição,desde que não se refira a benefício pessoal.

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Algo sobre viagens?

Resolução n. 2 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (24.12.2000)

Interesse pessoal da autoridade: transporte, hospedagem, refeição e inscrição pode ser custeadas pelo patrocinador, desde que I - a autoridade torne públicas as condições aplicáveis à sua participação, inclusive o valor da remuneração, se for o caso; II - o promotor do evento não tenha interesse em decisão que possa ser tomada pela autoridade, seja individualmente, seja de caráter coletivo. Publicidade da remuneração e das despesas de transporte e estada: e registro do compromisso na respectiva agenda de trabalho da autoridade, com explicitação das condições de sua participação, a qual ficará disponível para consulta pelos interessados. A autoridade não poderá aceitar o pagamento ou reembolso de despesa de transporte e estada por pessoa física ou jurídica com a qual o órgão a que pertença mantenha relação de negócio. Exceção: o pagamento ou reembolso decorrer de obrigação contratual previamente assumida perante aquele órgão.

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O que a legislação estadual diz a respeito?

Decreto n. 60.428, de 8 de maio de 2014 (Código de Ética do Estado de São Paulo)

Artigo 8º - O agente público não poderá receber salário, remuneração, transporte, hospedagem ou favor de particular que possa caracterizar conflito de interesses ou violação de dever. Parágrafo único - O agente público pode participar de seminários, congressos e eventos, desde que a remuneração, vantagens ou despesas de viagem não sejam pagas por pessoa que, de forma direta ou indireta, possa ser beneficiada por ato ou decisão de sua competência funcional. Artigo 9º - O agente público não receberá presentes, salvo nos casos protocolares.Parágrafo único - Não se consideram presentes os brindes que não tenham valor comercial; ou não tenham valor elevado e sejam distribuídos a título de cortesia, divulgação, ou por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas.

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O que a legislação estadual diz a respeito?

Regras mais gerais. Sugestão: seguir o padrão federal!

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Perguntas frequentes

Os brindes são “permitidos” até R$ 100,00. Existe algum valor para refeição,entretenimento ou despesas de viagem que pode ser usado como referência?Não há valor estabelecido. Sugere-se os R$ 100,00 de teto do presente do Código de Conduta da Alta Administração como razoável para refeições. Na dúvida, ofereça-se para pagar a refeição ou sugira um restaurante mais barato.

Posso aceitar qualquer brinde com o valor de R$ 100,00?O valor de R$ 100,00 não é um “salvo-conduto”. As violações à legislação anticorrupção são determinadas pela intenção e propósito do brinde, não pelo valor monetário. Mesmo um baixo valor pode ser considerado uma violação da lei, dependendo da situação - acelerar a liberação de um pedido simples em troca de uma “mera” Cesta de Natal pode caracterizar uma conduta ilegítima.

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Perguntas frequentes

Quando permitidas as viagens, refeições e entretenimento, isso quer dizer que inexiste limite?Via de regra, viagens, refeições e entretenimento não podem ser esbanjadores, irracionais ouexcessivos para o evento específico ou circunstância. Viagens, refeições e entretenimento não devem ser tão extravagantes que possam ser percebidos como uma forma de influenciar indevidamente o servidor público responsável pela tomada de decisão, a fim de obter negócios ou a fim de obter benefícios comerciais ilegalmente.

Posso aceitar refeições ocasionais, brindes de pequeno valor e entradas para eventosesportivos e culturais pagas por uma pessoa física ou jurídica?Observe atentamente o que as regras a respeito de presentes da Resolução n. 3 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (23.11.2000). Na dúvida, deve-se questionar o superior hierárquico ou a Comissão Geral de Ética sobre a conveniência ou não de aceitar tais refeições, lembranças, entradas para eventos culturais e esportivos. Recomenda-se cautela na sua aceitação. Na dúvida, não aceite.

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Perguntas frequentes

Pode-se combinar as viagens e hospedagens, pagas por um patrocinadorexterno à Administração Pública, com as férias?Viagem e hospedagem devem ser para um propósito legítimo, tal como uma visita a uma fábrica de um fornecedor de um produto especializado para compreender melhor como o produto pode atender ao interesse público. O propósito de uma viagem ou reunião de negócios deve estar diretamente relacionado ao interesse público (por exemplo, demonstração ou explicação sobre produtos ou serviços ou para a execução de um contrato). Logo, não se recomenda combinar viagens e hospedagens, pois isso pode dar margem à confusões e mal-entendidos.

Que devo fazer se não for viável a recusa ou devolução imediata de presente, cuja aceitação é vedada?Se for bem de valor histórico, cultural ou artístico, a autoridade deverá destiná-lo ao acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN. A autoridade deverá doar o presente para entidade de caráter assistencial ou filantrópico de utilidade pública, desde que esta se comprometa a aplicar o bem ou o produto da sua alienação em suas atividades fim, tratando-se de bem não perecível, ou determinar a incorporação ao patrimônio da entidade ou do órgão público, em que exerce a função.

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Resumindo: Entretenimento

PARA ATENDER AO INTERESSE PÚBLICO

PARA FECHAR UM NEGÓCIO OU OBTER UM PEDIDO

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Resumindo: Viagens

PARA ATENDER AO INTERESSE PÚBLICO

PARA FECHAR UM NEGÓCIO OU OBTER UM PEDIDO

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Resumindo: Presentes e brindes

PARA ATENDER AO INTERESSE PÚBLICO

PARA FECHAR UM NEGÓCIO OU OBTER UM PEDIDO

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Obrigado!

PARA ATENDER AO INTERESSE PÚBLICO

PARA FECHAR UM NEGÓCIO OU OBTER UM PEDIDO

Leopoldo PagottoMSc in Regulation pela LSE.

Mestre e doutor em direito econômico-financeiro pela USP. Professor e advogado especializado em compliance em São Paulo (SP).