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GRUPO APRENDIZES DA ARTE REAL Comentando a função do Venerável Mestre Autor: Ir Alidor Lueders A.R.L.S. Acácia Joinvillense – nº 1937 Grau Aprendiz Lembramo-nos bem da nossa Iniciação na Maçonaria. De lá para cá tentamos entender – “O Segredo da Maçonaria”. Com tudo que lemos e que nos foi dado a conhecer não existe “O Segredo”. Mas, sim, um segredo que está ao alcance de qualquer um. Um segredo que não é revelado, mas que é descoberto. Descoberto, participando de eventos, de reuniões na loja, de estudos sobre diversos

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GRUPO APRENDIZES DA ARTE REAL

Comentando a função do Venerável Mestre

Autor: Ir Alidor LuedersA.R.L.S. Acácia Joinvillense – nº 1937

Grau Aprendiz

Lembramo-nos bem da nossa Iniciação na Maçonaria.

De lá para cá tentamos entender – “O Segredo da Maçonaria”.Com tudo que lemos e que nos foi dado a conhecer não existe “O Segredo”. Mas, sim, um segredo que está ao alcance de qualquer um. Um segredo que não é revelado, mas que é descoberto.

Descoberto, participando de eventos, de reuniões na loja, de estudos sobre diversos temas, etc. Enfim, é colocar paixão no que nos é dado a conhecer, a estudar e a fazer. Executar as tarefas que nos são atribuídas e exercendo os cargos para os quais fomos eleitos ou nomeados.

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Começamos a ler a Constituição do Grande Oriente do Brasil (Ed. 2001), e analisar os cargos, funções, e características que a estrutura maçônica nos oferece.

A estrutura envolve o órgão máximo “O Grande Oriente do Brasil”, com jurisdição nacional, ao qual se subordinam filosoficamente as centenas de Lojas da Federação, cada qual com autonomia jurídica e financeira. Cada Loja por ter autonomia jurídica, tem estatuto próprio e definidos os cargos e atribuições, sempre dentro do previsto na Constituição e no Regulamento Geral da Federação.

Participando nas reuniões da Loja Acácia Joinvillense, procuramos identificar na Constituição os princípios que devem nortear a Loja, e é o próprio art. 22 que nos diz em seu § 2º: “O Venerável é a primeira dignidade da Loja...”Logo, pensamos, dentro da nossa trajetória de estudos, devemos compreender o cargo e as funções do Venerável Mestre, que tem a autoridade de disciplinar os obreiros, orientando e programando os seus trabalhos.

Os deveres e direitos da Loja estão perfeitamente delineados nos art. 26 a 28 da Constituição, assim como os deveres e direitos do Maçom estão previstos nos artigos 32 e 33 desse mesmo ordenamento jurídico. Conhecendo os direitos e deveres do Maçom e a estrutura da Loja, podemos aquilatar os aspectos culturais, de conhecimento e de reputação ilibada, a que

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cada Maçom e, principalmente o Venerável Mestre, se submete para o exercício do cargo.

Configurando e especificando ainda mais a Estrutura Maçônica, encontramos no Regulamento Geral da Federação (Ed. 2003), o Capítulo X que trata da Administração da Loja Maçônica e nas Seções de I a IX desse capítulo, definem as atribuições e competências dos diversos cargos – Venerável, Vigilantes, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler e dos Oficiais.

No presente estudo preocupa-nos basicamente compreender o cargo do Venerável Mestre, que juntamente com o 1º e 2º Vigilante, são as Luzes da Loja.

No art. 90 do Regulamento se define o que compete ao Venerável, deixando claro o poder de comando e liderança que exercerá durante o seu mandato, na difícil missão de presidir as reuniões e os destinos da Loja.

No livro Cadernos de Estudos Maçônicos – Cargos em Loja (Ed. 3ª), de Assis Carvalho, encontramos um breviário das administrações das lojas, sugerindo um roteiro para todos os portadores de cargos e enriquecendo e facilitando o Maçom, a melhor entender as suas responsabilidades para o desempenho

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administrativo e ritualístico de suas funções.

Nas p. 23 a 54, o autor, comenta aspectos objetivos e subjetivos da pessoa que exerce o cargo de Venerável Mestre, comparando simbolicamente:

● o esquadro como símbolo da retidão e justiça que o cargo requer.

● o avental, como adorno que simboliza o mundo da matéria e o invisível.

● o colar, indicando a função● o malhete, como símbolo da vontade

ativa, da energia posta a serviço da inteligência

Abaixo transcrevemos algumas das atribuições do Venerável, extraídas do art. 90 do Regulamento Geral da Federação, a saber:

I) presidir os trabalhos da Loja, encaminhando o expediente, mantendo a ordem e não influindo nas discussões;

II) nomear os Oficiais da Loja;III) nomear os Membros das Comissões da

Loja;IV) representar a Loja ativa e

passivamente, em Juízo e fora dele, podendo, para tanto, contratar procuradores;

V) convocar reuniões da Loja e das comissões instituídas;

VI) exercer fiscalização e supervisão sobre todas as atividades da Loja, podendo avocar e examinar quaisquer livros e documentos para consulta, em qualquer ocasião;

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VII) conferir os graus simbólicos, depois de deliberação da Loja e satisfeito o seu tesouro;

VIII) proceder à apuração dos votos, proclamando os resultados das deliberações;

IX) ler todas as peças recolhidas pelo Saco de Propostas e Informações, dando-lhes o destino devido;

X) deixar sob malhete, quando julgar conveniente, pelo prazo de até trinta dias, os expedientes recebidos pela Loja, exceto os originários do Grande Oriente do Brasil, Estadual ou do Distrito Federal;

XI) conceder a palavra aos Obreiros ou retirá-la, segundo o Rito adotado;

XII) decidir questões de ordem que forem suscitadas, ouvindo o Orador, quando julgar necessário;

XIII) exercer autoridade disciplinar sobre todos os Maçons presentes às sessões;

XIV) assinar, juntamente com o Tesoureiro, os documentos e papéis relacionados com a administração financeira, contábil, econômica e patrimonial da Loja;

XV) admitir, dispensar e aplicar penalidades aos empregados da Loja;

XVI) apresentar até 31 de março de cada ano, o Quadro de Obreiros, o relatório geral das atividades do ano anterior.

Todas as competências e atribuições conferidas ao cargo são importantes. Mas é

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na postura de liderança, no seu conhecimento, na sua motivação e na formação de sua equipe, é que o Venerável deve procurar suas forças para bem desempenhar o seu papel de gestor, administrador, e principalmente, IRMÃO, tratando todos com amor e fraternidade.

Deve agir pelo exemplo, de tal forma que seus atos sirvam de regra para todos.

Não temos dúvidas que, para ter chegado ao cargo de Venerável, o Maçom deve ter estudado com afinco a Ciência Maçônica e ter desempenhado os cargos inferiores com dignidade.

Acreditamos que, todos nós almejamos ser Venerável Mestre, pois além de nos enriquecer a alma e nos envaidecer, proporciona-nos conhecimentos e aptidões que serão utilizados em nosso dia-a-dia, quer profissional, quer na comunidade, assim como no seio familiar. Mas ser Venerável exige colocar amor e paixão a serviço de uma causa justa, sem esperar recompensa. É ter auto-confiança e auto-estima, para transmitir conhecimentos e energizar os Irmãos que o cercam. Enfim, é lutar para se engrandecer, pois sabe que assim engrandecerá a todos que com ele se relacionam.

O Venerável sabe que com responsabilidade e muito trabalho, e no desafio de luta permanente pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade, será capaz, junto com os

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Irmãos, legar um mundo melhor do que o que lhe foi legado.

Cumprimentamos o Venerável Mestre e a todos que já ocuparam esse cargo, pois temos certeza que conseguiram, durante todos os anos desde a fundação da Loja, ajudar a perpetuar os ensinamentos Maçônicos.

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