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INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES DA AMAZÔNIA - IESAM CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL LEGISLAÇÃO AMBIENTAL, CEMITÉRIO COLOCA EM RISCO ÁGUA DE POÇOS NO TAPANÃ Alan Ribeiro Engenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM). Rafael Carvalho Paes Engenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM). Kelly Ernesto Engenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM). Luciane Assunção Engenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM). Rodrigo Torres Engenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM). Endereço (1) : Vila Celia, 47 – Umarizal – Belém –PA – CEP: 66055- 110 Brasil Tel: (94) 81829697 e-mail: [email protected]. RESUMO De acordo com a análise, poços têm sido implantados em condições geológicas inadequadas e acabam gerando alterações físicas, químicas e biológicas do local onde está o cemitério. Subsolos e aqüíferos estão sendo contaminados por necrochorume, uma substância formada por água, sais minerais e substâncias orgânicas, algumas altamente tóxicas, que são as formadas por líquido derivado da putrefação dos cadáveres. Se o necrochorume atinge o aqüífero, o manancial fica comprometido, pois os vírus mais resistentes contaminam a água e esta fica imprópria para consumo. PALAVRAS-CHAVE: legislação ambiental, tapanã, cemitério. 1

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CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL,CEMITÉRIO COLOCA EM RISCO ÁGUA DE POÇOS NO

TAPANÃ

Alan RibeiroEngenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM).Rafael Carvalho PaesEngenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM).Kelly ErnestoEngenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM).Luciane AssunçãoEngenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM).Rodrigo TorresEngenharia Ambiental, no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia(IESAM).

Endereço(1): Vila Celia, 47 – Umarizal – Belém –PA – CEP: 66055-110 – Brasil – Tel: (94) 81829697 – e-mail: [email protected].

RESUMO

De acordo com a análise, poços têm sido implantados em condições geológicas inadequadas e acabam gerando alterações físicas, químicas e biológicas do local onde está o cemitério. Subsolos e aqüíferos estão sendo contaminados por necrochorume, uma substância formada por água, sais minerais e substâncias orgânicas, algumas altamente tóxicas, que são as formadas por líquido derivado da putrefação dos cadáveres. Se o necrochorume atinge o aqüífero, o manancial fica comprometido, pois os vírus mais resistentes contaminam a água e esta fica imprópria para consumo.

PALAVRAS-CHAVE: legislação ambiental, tapanã, cemitério.

INTRODUÇÃO

As fontes de poluição de águas subterrâneas podem ser provenientes de lançamento de

efluentes líquido industriais, domésticos, agricultura, e mais recentemente, cemitérios.

Nesse último caso, fatores com características como profundidade de covas, tipo de

solo, drenagem e perímetro urbano, influenciam o nível de contaminação e tem

despertado interesse científico para mitigação do impacto ambiental (Almeida, 2006).

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Durante a decomposição de cadáveres, é liberado um líquido, o necrochorume, ri coem

sais minerais e substâncias orgânicas degradáveis, de tonalidade castanho-acinzentada,

viscosa, de cheiro forte e com grau variado de patogenicidade, constituído de 60% de

água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, duas delas altamente

tóxicas, cadavérica e putrescina, que produzem como resíduo final de seus processos de

composição o íon amônio e também pode conter microrganismos patogênicos, sendo o

necrochorume o principal poluidor nos cemitérios, onde o mesmo infiltra e contamina

os lençóis freáticos; conseqüência da falta de fiscalização dos órgãos de

regulamentação e de autoridades municipais, seguindo a Resolução n° 335/ 2003 do

CONAMA, a qual dispõe que as sepulturas devem estar a uma distância de pelo menos

um metro e meio acima do mais alto nível do lençol freático.

No Brasil, os padrões de qualidade para as águas subterrâneas estão estabelecidos pelo

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), do Ministério do Meio Ambiente,

especificamente pela Resolução CONAMA no 396/2005, que considera os níveis de

qualidade, avaliados por parâmetros e indicadores específicos, de modo assegurar seus

usos preponderantes (Brasil, 2005).

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a execução da pesquisa, foi iniciado um levantamento bibliográfico em bibliotecas

públicas e particulares para os levantamentos de informações preliminares que serviram

de suporte teórico necessário para as análises e conclusões.

TRATAMENTO LEGAL

A Constituição Federal de 1988 define o domínio das águas doces e marítimas no Brasil. O artigo 20, inciso III, declara que são de propriedade da União o lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirva de limite com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham. Assim, exemplificando, pertencem à União os rios Uruguai (limite Brasil/Argentina), Araguaia (banha mais de um estado) ou o Amazonas (provém de outro país, Peru). Já o inciso VI do artigo 20

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inscreve como bem da União o mar territorial. Este, atualmente, atinge o limite de 12 milhas marítimas, a partir da linha de baixa-mar do litoral brasileiro (Lei n. 8.617, de 4/1/93).

A Resolução n° 335/ 2003 do CONAMA, a qual dispõe que as sepulturas devem estar a uma distância de pelo menos um metro e meio acima do mais alto nível do lençol freático, devendo as necrópoles seguir para uma melhor administração das mesmas, buscando soluções através das autoridades municipais e órgãos de regulamentação para a diminuição e mitigação da contaminação, restringindo o uso do solo, promovendo um sistema de drenagem adequado, controle sanitário nos sepultamentos, gerando um benefício para a saúde pública.

PENALIDADES ADMINISTRATIVAS

Presidência da República / Casa CivilLei n o 9.605, de 12 de fevereiro de 1998Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

CAPÍTULO VI: DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA:

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:

        I - advertência;

        II - multa simples;

        III - multa diária;

        IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;

        V - destruição ou inutilização do produto;

        VI - suspensão de venda e fabricação do produto;

        VII - embargo de obra ou atividade;

        VIII - demolição de obra;

        IX - suspensão parcial ou total de atividades;

        X – (VETADO)

        XI - restritiva de direitos.

        § 8º As sanções restritivas de direito são:

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        I - suspensão de registro, licença ou autorização;

        II - cancelamento de registro, licença ou autorização;

        III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;

        IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;

        V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.

       Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.

Seção III

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

        Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

        § 1º Se o crime é culposo:

        Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

        § 2º Se o crime:

        I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

        II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

        III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;

        IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;

        V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:

        Pena - reclusão, de um a cinco anos.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL, RESPONSABILIDADE CIVIL

Os cemitérios públicos podem apresentar problemas de contaminação nos lençóis

freáticos através do necrochorume, líquido eliminado pelos corpos no primeiro ano do

sepultamento, considerando que durante anos nas construções da maioria das necrópoles

não eram levados em conta a adequação das instalações exigidas dentro da legislação

hoje especificada.(CONAMA nº 396 \ 2005).

Os cemitérios nunca foram incluídos nas listas de fontes tradicionais de contaminação

ambiental, porém a prática de sepultar os mortos, ao longo dos anos, vem aumentando

significativamente a incidência da contaminação dos aqüíferos freáticos e nascentes,

pondo em risco o meio ambiente e a saúde pública.

Tratando-se de responsabilidade civil, segundo (Paulo Affonso Leme Machado) “a

responsabilidade objetiva ambiental significa que quem danificar o meio ambiente tem

o dever jurídico de repará-lo. Presente, pois, o binômio dano-reparação. Não se pergunta

a razão da degradação para que haja o dever de reparar”.

Portanto quando houver dano ao meio ambiente, surge a responsabilidade civil

objetiva, aquela que vige, independentemente da existência de culpa, sob a modalidade

do risco integral, que não admite qualquer excludente de responsabilidade.

De acordo com as análises e perícias feitas nos arredores do cemitério constatou-se a

contaminação do lençol freático e conseqüentemente dos poços nos arredores do

cemitério do Tapanã que é público e de responsabilidade pública.

Os riscos de contaminação eram previstos e mesmo assim o cemitério permaneceu em

atividade durante mais de dez anos causando um impacto ambiental vultoso e prejuízos

a população do bairro do Tapanã.

CONCLUSÃO

O cemitério público do Tapanã fica muito próximo a uma área urbana e é possível que a

água dos poços nesta área esteja alterada, a contaminação da água destrói os

ecossistemas naturais ou, no mínimo, os enfraquece.

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REFERÊNCIAS

http://daleth.cjf.jus.br/revista/numero3/artigo02.htm

http://www.ambiente.sp.gov.br/consema/files/2012/09/Minuta_de_Decreto_que_regulamenta_a_Lei_13577-2009_sobre_protecao_da_qualidade_do_solo_e_gerenciamento_de_areas_contaminadas.pdf

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