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CASO “ROMEO CLARK”
Intervenção pedagógica
Quando nos referimos a Orientação Sexual, em primeiro instante as pessoas se
assustam, mas ligam esse assunto à vida e saúde. Como ainda não é um assunto muito
abordado e estudado pelos adultos e até mesmo escolas e professores, a reação é de
espanto, reagem como se isso fosse errado.
É comum ouvirmos falar que a sexualidade se desenvolve desde que a criança
nasce e mama, ou quando um pouco maior a própria, começa a se tocar, como uma forma
de explorar e conhecer o próprio corpo. E a partir da observação de outros e da exploração
que a criança começa a se descobrir como um ser sexuado, sendo menino ou menina.
Acredita-se que a criança é um ser “puro” que não tem sexualidade a expressar, então
quando se deparam com tal ação da criança, é como uma espécie de “reprodução” de
alguma atitude vista ou sofrida, o que dá o ar de errado.
A escola como transmissora de conhecimento deve incluir em seu trabalho
pedagógico o assunto sobre orientação sexual, tendo coerência entre os princípios adotados
e a prática cotidiana da escola. É necessário que todos os professores tenham consciência
que precisam abrir espaços para reflexão de forma diferente, sem julgamento. E uma das
coisas mais importantes é que os mediadores desse conhecimento “coloquem de lado” o
seu preconceito, a sua cultura, sua religião, levando em consideração que as crianças
passam a maior parte do tempo com eles, e que por bem ou por mal, os professores têm
grande influencia na vida de um aluno, desde a maneira como ele anda até a maneira dele
pensar.
Infelizmente a escola é capaz de implantar a discriminação de várias maneiras,
mas também capaz de construir uma boa convivência e respeito.
Assim como no caso estudado em sala de aula sobre Romeo Clarke, 5 anos, que
foi vestido pra escola com a fantasia de Princesa, tendo uma grande repercussão causando
bastante alvoroço por ele ser “menino” e se vestir como uma “menina”.
No PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) em relação ao tema ORIENTAÇÃO
SEXUAL, outro objetivo e não menos importante é “Identificar e repensar tabus e
preconceitos referentes à sexualidade, evitando comportamentos discriminatórios e
intolerantes e analisando criticamente os estereótipos”. (PCN, objetivos gerais, pag 311).
O menino sofreu preconceitos, por questões de estereótipos de estar vestido em
uma fantasia “de mulher”, por ser “rosa” e por ser “princesa”. Sofreu tanto ele, como os
pais que o apoiaram, vários insultos e palavras de discriminação. A intolerância no mundo
é uma questão muito grande ainda, que deveria diminuir com a ajuda da escola, retratando
de assuntos tão importantes como esse na escola. Segundo o PCN, a inclusão da discussão
da sexualidade no projeto pedagógico estará habilitando a interagir com os jovens para a
construção de sua identidade.
Sobretudo a escola e os professores devem ser conscientes que abordar diversos
assuntos e pontos de vista é importante e que devido a baixa tensão e pressão, aumenta o
rendimento escolar, o respeito e a tolerância entre a diversificação no mundo.
Muitas vezes o que falta é conhecimento do assunto, do tema e do conhecimento.
É necessário que o professor tenha uma relação de confiança com o aluno, diante do
acontecido de Romeo Clarke, a atuação da escola e dos professores é de extrema
importância para que as brincadeiras de mau gosto não afetassem a autoestima dele, ou
fizesse com que ele se tornasse uma pessoa agressiva ou tímida demais. Pois, a escola é
fundamental para esse enfrentamento voltado para a melhoria da desigualdade. O papel
escola e tratar com profissionalismo, tratar o tema com naturalidade para que respeite a
diversidade.
As pessoas tem livre arbítrio, podem ser o que quiser, e devem... sem medo do
que farão com elas ou medo de serem elas mesmo. Precisa-se quebrar o estereótipo de que,
azul é de homem e rosa é de mulher. Cores são cores, cores são pra todos, brinquedos são
pra todos, super-heróis são pra todos, princesas são pra todos. Quando uma menina escolhe
o Huck pra sua festinha de 5 anos por exemplo, ela apenas se sente a vontade e o admira,
talvez o ache forte, e queira ser como ele, não está diretamente relacionado com o fato dela
querer ser do sexo masculino, e mesmo que tenha, é um direito dela.
Ser um mediador, abrir portas, e não fechá-las, esse é o papel do professor
consciente de um mundo melhor.
REFERENCIA
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro
e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: MECSEF, 1998.