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CASO “ROMEO CLARK” Intervenção pedagógica Quando nos referimos a Orientação Sexual, em primeiro instante as pessoas se assustam, mas ligam esse assunto à vida e saúde. Como ainda não é um assunto muito abordado e estudado pelos adultos e até mesmo escolas e professores, a reação é de espanto, reagem como se isso fosse errado. É comum ouvirmos falar que a sexualidade se desenvolve desde que a criança nasce e mama, ou quando um pouco maior a própria, começa a se tocar, como uma forma de explorar e conhecer o próprio corpo. E a partir da observação de outros e da exploração que a criança começa a se descobrir como um ser sexuado, sendo menino ou menina. Acredita-se que a criança é um ser “puro” que não tem sexualidade a expressar, então quando se deparam com tal ação da criança, é como uma espécie de “reprodução” de alguma atitude vista ou sofrida, o que dá o ar de errado. A escola como transmissora de conhecimento deve incluir em seu trabalho pedagógico o assunto sobre orientação sexual, tendo coerência entre os princípios adotados e a prática cotidiana da escola. É necessário que todos os professores tenham consciência que precisam abrir espaços para reflexão de forma diferente, sem julgamento. E uma das coisas mais importantes é que os mediadores desse conhecimento “coloquem de lado” o seu preconceito, a sua cultura, sua religião, levando em consideração que as crianças passam a maior parte

Trabalho orientação sexual

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Page 1: Trabalho orientação sexual

CASO “ROMEO CLARK”

Intervenção pedagógica

Quando nos referimos a Orientação Sexual, em primeiro instante as pessoas se

assustam, mas ligam esse assunto à vida e saúde. Como ainda não é um assunto muito

abordado e estudado pelos adultos e até mesmo escolas e professores, a reação é de

espanto, reagem como se isso fosse errado.

É comum ouvirmos falar que a sexualidade se desenvolve desde que a criança

nasce e mama, ou quando um pouco maior a própria, começa a se tocar, como uma forma

de explorar e conhecer o próprio corpo. E a partir da observação de outros e da exploração

que a criança começa a se descobrir como um ser sexuado, sendo menino ou menina.

Acredita-se que a criança é um ser “puro” que não tem sexualidade a expressar, então

quando se deparam com tal ação da criança, é como uma espécie de “reprodução” de

alguma atitude vista ou sofrida, o que dá o ar de errado.

A escola como transmissora de conhecimento deve incluir em seu trabalho

pedagógico o assunto sobre orientação sexual, tendo coerência entre os princípios adotados

e a prática cotidiana da escola. É necessário que todos os professores tenham consciência

que precisam abrir espaços para reflexão de forma diferente, sem julgamento. E uma das

coisas mais importantes é que os mediadores desse conhecimento “coloquem de lado” o

seu preconceito, a sua cultura, sua religião, levando em consideração que as crianças

passam a maior parte do tempo com eles, e que por bem ou por mal, os professores têm

grande influencia na vida de um aluno, desde a maneira como ele anda até a maneira dele

pensar.

Infelizmente a escola é capaz de implantar a discriminação de várias maneiras,

mas também capaz de construir uma boa convivência e respeito.

Assim como no caso estudado em sala de aula sobre Romeo Clarke, 5 anos, que

foi vestido pra escola com a fantasia de Princesa, tendo uma grande repercussão causando

bastante alvoroço por ele ser “menino” e se vestir como uma “menina”.

No PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) em relação ao tema ORIENTAÇÃO

SEXUAL, outro objetivo e não menos importante é “Identificar e repensar tabus e

preconceitos referentes à sexualidade, evitando comportamentos discriminatórios e

intolerantes e analisando criticamente os estereótipos”. (PCN, objetivos gerais, pag 311).

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O menino sofreu preconceitos, por questões de estereótipos de estar vestido em

uma fantasia “de mulher”, por ser “rosa” e por ser “princesa”. Sofreu tanto ele, como os

pais que o apoiaram, vários insultos e palavras de discriminação. A intolerância no mundo

é uma questão muito grande ainda, que deveria diminuir com a ajuda da escola, retratando

de assuntos tão importantes como esse na escola. Segundo o PCN, a inclusão da discussão

da sexualidade no projeto pedagógico estará habilitando a interagir com os jovens para a

construção de sua identidade.

Sobretudo a escola e os professores devem ser conscientes que abordar diversos

assuntos e pontos de vista é importante e que devido a baixa tensão e pressão, aumenta o

rendimento escolar, o respeito e a tolerância entre a diversificação no mundo.

Muitas vezes o que falta é conhecimento do assunto, do tema e do conhecimento.

É necessário que o professor tenha uma relação de confiança com o aluno, diante do

acontecido de Romeo Clarke, a atuação da escola e dos professores é de extrema

importância para que as brincadeiras de mau gosto não afetassem a autoestima dele, ou

fizesse com que ele se tornasse uma pessoa agressiva ou tímida demais. Pois, a escola é

fundamental para esse enfrentamento voltado para a melhoria da desigualdade. O papel

escola e tratar com profissionalismo, tratar o tema com naturalidade para que respeite a

diversidade.

As pessoas tem livre arbítrio, podem ser o que quiser, e devem... sem medo do

que farão com elas ou medo de serem elas mesmo. Precisa-se quebrar o estereótipo de que,

azul é de homem e rosa é de mulher. Cores são cores, cores são pra todos, brinquedos são

pra todos, super-heróis são pra todos, princesas são pra todos. Quando uma menina escolhe

o Huck pra sua festinha de 5 anos por exemplo, ela apenas se sente a vontade e o admira,

talvez o ache forte, e queira ser como ele, não está diretamente relacionado com o fato dela

querer ser do sexo masculino, e mesmo que tenha, é um direito dela.

Ser um mediador, abrir portas, e não fechá-las, esse é o papel do professor

consciente de um mundo melhor.

REFERENCIA

Page 3: Trabalho orientação sexual

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro

e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: MECSEF, 1998.