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UNINGÁ UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENDODONTIA KARINE FONINI OS LOCALIZADORES ELETRÔNICOS FORAMINAIS E SUA PRECISÃO NA DETERMINAÇÃO DO CRT: REVISÃO DE LITERATURA PASSO FUNDO 2008

Uningá metodologia

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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENDODONTIA

KARINE FONINI

OS LOCALIZADORES ELETRÔNICOS FORAMINAIS

E SUA PRECISÃO NA DETERMINAÇÃO DO CRT: REVISÃO DE LITERATURA

PASSO FUNDO

2008

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KARINE FONINI

OS LOCALIZADORES ELETRÔNICOS FORAMINAIS

E SUA PRECISÃO NA DETERMINAÇÃO DO CRT: REVISÃO DE LITERATURA

PASSO FUNDO

2008

Monografia apresentada à unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Endodontia.

Orientador: Prof. Ms. Mateus Silveira Martins Hartmann

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KARINE FONINI

OS LOCALIZADORES ELETRÔNICOS FORAMINAIS

E SUA PRECISÃO NA DETERMINAÇÃO DO CRT: REVISÃO DE LITERATURA

Aprovada em ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________

Prof. Ms. Mateus Silveira Martins Hartmann

________________________________________________ Prof. Ms. Volmir João Fornari

________________________________________________

Prof. Dr. José Roberto Vanni

Monografia apresentada à comissão julgadora da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Endodontia.

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DEDICATÓRIA

“Não existirá um cenário se não houver quem o construa. Não existirá som se não

houver quem o projete. Por trás dos bastidores, estão os grandes responsáveis pela

realização e andamento da peça. Da nossa grande peça...A vida!”

Mariele Berton

Os minutos pareciam segundos e os dias foram se tornando cada vez mais valiosos.

Parecia tão difícil no início, algo tão distante, mas conseguimos! Digo nós, porque se

não fossem vocês, eu simplesmente não estaria aqui, não saberia o quanto é

especial este momento.

Dedico este trabalho a vocês, PAI e MÃE, que me deram a vida, que me ensinaram

a viver com dignidade. Recebam o meu mais simples e sincero OBRIGADO!

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao Orientador, Prof. Ms. Mateus Silveira Martins Hartmann, meu carinho e

agradecimento, pela sua disponibilidade e lealdade em todos os momentos de

dúvidas e dificuldades apresentadas no decorrer desta especialização. A

serenidade, nas situações difíceis, foi o principal ensinamento.

Minha eterna gratidão!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me acompanhado e protegido sempre.

Ao meu irmão Cemar, cunhada Luciane, irmã Karen e cunhado Juliano pelo

carinho, apoio e atenção, enfim, por fazerem parte da minha vida em todos os

momentos.

Ao meu namorado Daniel, ofereço minha vitória, meu amor e minha admiração. Foi

nele que encontrei forças para continuar, principalmente nos momentos mais

difíceis.

Aos meus amigos, pela compreensão, amizade e afeto recebidos durante toda esta

fase. Muito obrigada.

Professor Vanni, ficará em minha mente e coração uma imensa gratidão por seus

ensinamentos e um grande carinho pela sua admirável pessoa que, humildemente,

em tão pouco tempo, deixou-nos exemplo de respeito, empenho e capacidade.

Muito obrigada.

Ao professor Volmir, que nos momentos de mestre, foi o mais sincero dos amigos; e

nos momentos de amigo, foi o mais leal dos mestres. Se pudéssemos compreender

o sentido de seu trabalho, o quanto nos tem dado em dedicação, saberíamos o

quanto é pequena a minha homenagem. Eterna gratidão.

A professora Lilian por ter feito parte deste projeto, pelo incentivo em todos os

momentos difíceis, e por todos seus ensinamentos nas aulas de metodologia. Te

admiro. Muito obrigada!

Aos meus colegas de especialização, Leandro, Simone, Iara, Raquel, Rodrigo,

Débora, Marina, Ângela Z. e Elza pelo convívio, pelos momentos alegres, pelo

crescimento e conhecimento que juntos adquirimos. Sentirei saudade!

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Ângela V. e Jean, desde o início nos sentimos especiais, nos unimos e, juntos,

seguimos em uma estrada florida de união, estudos, cervejadas, festas, enfim uma

estrada cheia de vida. Nos tornamos uma “grande” família, fizemos história e, com

certeza, deixamos nossa marca por onde passamos. É chegado, porém, o fim da

desta jornada. Cada um terá que seguir o seu caminho e não sabemos o que será

de nossos destinos. Mas, independente do que acontecer, teremos sempre uma

história para contar. Mesmo se nossos caminhos estiverem distantes ou difíceis de

se reencontrar, levarei sempre comigo a certeza de que a nossa amizade será

eterna; a esperança de que possamos nos cruzar a qualquer momento e a saudade

dos momentos felizes juntos e do sonho realizado.

Aos funcionários que estavam sempre prontos para nos ajudar, meu carinho e

eterna gratidão.

A todos que, de algum modo, me incentivaram e me acompanharam, o mais sincero

agradecimento.

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“As grandes coisas são feitas por pessoas que tem grandes idéias e saem pelo

mundo para fazer com que seus sonhos se tornem realidade”

Ernest Holmes

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RESUMO

O tratamento endodôntico em suas diversas fases operacionais tem se desenvolvido muito. Observa-se isso nos materiais, nos equipamentos, nas técnicas de preparo e obturação dos canais radiculares. Durante o tratamento endodôntico, a odontometria é de importância fundamental para se saber o real comprimento de trabalho do elemento dental e, desta forma, fazer uma adequada limpeza, instrumentação e obturação do canal radicular. O objetivo desta revisão de literatura foi analisar a precisão dos localizadores eletrônicos foraminais na determinação do Comprimento Real de Trabalho (CRT), verificando a sua aplicabilidade clínica e as vantagens da sua utilização. Com base neste trabalho concluiu-se que os localizadores eletrônicos foraminais constituem-se em um bom recurso na determinação do CRT, tendo uma excelente aplicabilidade clínica. A sua utilização tem como vantagens a menor quantidade de radiografias durante o tratamento endodôntico e a diminuição do tempo dispendido na determinação do CRT.

Palavras-chave: Endodontia. Tratamento do canal radicular. Odontometria.

Eficácia.

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ABSTRACT

The endodontic treatment in its diverse operational phases has developed too much. We observe this in the materials, in the equipments, in preparation techniques and in root canals obturation. During the endodontic treatment, the odontometry is basic to know the real working length (RWL) of dental element and, in such in a way, to make an adequate cleanness, instrumentation and obturation of the root canal. The objective of this literature revision was to analyze the precision of the electronic apex locator in the determination of the RWL, verifying its clinic applicability and the advantages of its utilization. On the bases of this work, it concluded that the electronic apex locator consist in an excellent clinic applicability. Its utilization has as advantages, during the endodontic treatment, the lesser quantity of X-rays and the least time spent in determination of the RWL.

Key-words: Endodontics. Root canal Therapy. Odontometry. Efficacy.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................11

2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................13

3 CONCLUSÃO..........................................................................................27

REFERÊNCIAS .......................................................................................28

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1 INTRODUÇÃO

A Endodontia, enquanto ciência, graças à evolução técnico-científica e ao

pleno entendimento dos princípios biológicos e mecânicos que a alicerçam, permite

índices satisfatórios de sucesso nos tratamentos endodônticos, porém dificuldades

técnicas e fatores microbiológicos, inevitavelmente fazem parte da rotina diária

daqueles que se dedicam à especialidade. A constante preocupação de melhora na

qualidade dos tratamentos endodônticos, objetivada pelos cirurgiões-dentistas, bem

como o interesse da população em manter seus dentes saudáveis, elevou a

demanda de casos a serem tratados endodonticamente (BUENO et al., 2003).

O tratamento endodôntico, em suas diversas fases operacionais, tem se

desenvolvido muito. Observamos isso nos materiais, nos equipamentos, nas

técnicas de preparo e obturação dos canais radiculares. Esta fase operatória

necessita de uma seqüência de procedimentos que devem ser realizados dentro de

padrões de eficiência (BERGER et al., 2001).

Segundo Ramos e Bramante (2005) odontometria é a determinação do

comprimento real de trabalho (CRT) na execução de um tratamento endodôntico. O

CRT por sua vez é a distância entre um ponto de referência, situado na coroa dental,

e outro situado na junção cemento-dentinária que é o ponto onde dentina e cemento

se encontram com o canal radicular.

De acordo com Valera et al. (1998), para a realização do tratamento

endodôntico, é necessária a correta determinação do comprimento dos canais

radiculares. A união canal-dentina-cemento (CDC) deveria ser o campo de ação dos

endodontistas. Assim, os procedimentos devem ser executados até as proximidades

do final do canal dentinário, sendo necessário o estabelecimento do comprimento

real de trabalho próximo deste limite.

A odontometria constitui-se na etapa do tratamento endodôntico que

objetiva mensurar o canal radicular. Conceitos relacionados ao referencial apical,

que se deve adotar para obter a medida ideal, sempre foram motivos de dúvidas no

momento da sua escolha (RENNER, 2005).

Sabe-se, atualmente, que um dos métodos de determinação do CRT,

durante o tratamento endodôntico, é o método eletrônico que utiliza os aparelhos

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denominados de localizadores eletrônicos foraminais e, segundo Renner (2005), é

um método mais objetivo para a determinação do CRT do que a análise radiográfica.

O funcionamento dos localizadores eletrônicos foraminais fundamenta-se

na detecção da diferença entre dois valores de impedância, calculados a partir de

duas ou mais freqüências diferentes. A leitura da diferença de potencial elétrico dos

tecidos propicia a execução das medições eletrônicas. A parede dentinária do canal

radicular exibe uma baixa condutividade elétrica, sendo que a medida que se

aproxima do terço apical, a camada de tecido dentinário torna-se menos espessa,

diminuindo a sua capacidade de isolamento elétrico. Esta diminuição gradativa é

interpretada eletricamente como uma diminuição da impedância da dentina, assim é

possível a localização do instrumento a aproximadamente 1 mm do forame apical,

posição sugerida da constrição apical (LEONARDO, 2005).

Assim, o objetivo desta revisão de literatura foi analisar a precisão dos

localizadores eletrônicos foraminais na determinação do CRT, verificando a sua

aplicabilidade clínica e as vantagens da sua utilização.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

O avanço técnico e científico da Odontologia trouxe consigo o

desenvolvimento e o surgimento de novos instrumentos e técnicas. Desta forma,

uma melhora significativa acompanhou todos os procedimentos odontológicos. A

Endodontia, como especialidade, também evoluiu e, em alguns aspectos, de uma

maneira bastante significativa, trazendo mudanças conceituais profundas e uma

notável evolução na técnica endodôntica. Um exemplo são os estudos na área da

Microbiologia. Outro aspecto foi o surgimento e a melhora de alguns equipamentos e

instrumentos endodônticos.

Além disso, merece destaque a forma de se obter a odontometria durante

o tratamento dos canais radiculares, com a invenção dos aparelhos denominados

localizadores eletrônicos foraminais. Os estudos realizados geraram o surgimento de

vários desses tipos de aparelhos para a medição eletrônica do CRT, baseados em

métodos de diferentes características de mensuração, variando o tipo de corrente

elétrica, valores de amperagem e de freqüência.

Grove (1932) estudou que é importante levar a instrumentação e a

obturação até o limite CDC, pois dificulta a permanência de espaços vazios no

interior do canal radicular, evitando proliferação bacteriana. Destaca ainda a

manutenção da vitalidade do tecido na área do canal cementário, pois representa a

união com o ligamento periodontal.

Suzuki (1942) determinou alguns princípios, relacionando que entre o

ligamento periodontal e a mucosa oral havia uma constância de resistência elétrica.

Com isto, houve a criação dos primeiros dispositivos de localização eletrônica

foraminal, que operavam com corrente contínua e tinham como pré-requisitos a

remoção do tecido pulpar e da umidade do interior do canal radicular, antes da

mensuração eletrônica. Também eram regidos pelo princípio biológico e

necessitavam da presença do periodonto para o correto funcionamento, o que

tornava inviável o uso destes dispositivos em casos onde houvesse reabsorção da

cortical do osso alveolar.

Kuttler (1955) apontou que a porção radicular na cavidade pulpar é como

se fossem dois cones sobrepostos por seus vértices, onde um dos cones é o canal

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dentinário e o outro é o canal cementário. Define o ponto ideal de instrumentação e

obturação, o ponto de união desses dois vértices, que identifica como o fim do canal

dentinário, pois o tecido periodontal penetra no forame apical e continua com o

tecido pulpar na constrição apical. Ele também sugere que essa região seja utilizada

como referência, pois oportuniza melhores possibilidades de vedamento, sendo que

as paredes do canal cementário são divergentes e não servem como bom anteparo

para o material obturador.

Sunada (1962) observou que, em 124 dentes, havia um valor constante de

resistência elétrica de 6,5KΩ (40ΩA) entre o periodonto e a mucosa oral. O aparelho

do autor trabalhava com o princípio de corrente contínua e o valor de 40ΩA se

observava constante, a despeito de perfurações radiculares acidentais em todas as

áreas do periodonto, independente de sexo, idade ou tipo de dente. Outro achado

deste estudo é de que o valor de 37ΩA foi observado quando o instrumento atingia

de 0,5 a 1 mm aquém do vértice radicular. O principal defeito deste aparelho era

que, como usava corrente contínua, havia uma geração de instabilidade e

polarização da ponta da lima endodôntica, alterando as medidas na presença de

umidade.

Os principais representantes da primeira geração de localizadores apicais

que surgiram em função de Sunada (1962) foram o Exact-A-Pex®, Endometer®,

Neosono D®, Neosono M®, Foramatron® (O'NEIL, 1974).

Os localizadores eletrônicos foraminais de segunda geração foram

baseados no princípio físico de impedância. Para contrariar essa vantagem, estes

aparelhos empregavam uma corrente elétrica maior, gerando desconforto ao

paciente. Ainda existia a necessidade de um isolamento especial da lima

endodôntica e um preparo prévio do conduto, que exigia um aprendizado mais

complexo. Também tinham índices baixos de confiabilidade e o principal

representante deste grupo foi o Endocater® (KELLER et al., 1991).

Segundo Mayeda et al. (1993), a escolha de um instrumento que se ajuste

à região apical é um fator muito importante, pois o uso de tal instrumento permite o

contato com a parede do canal radicular favorecendo a leitura da impedância. A

escolha do instrumento adaptado à região apical foi variada, pois o estudo foi

composto por canais radiculares de todos os grupos dentários. Instrumentos de 25

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ou de 31 mm foram escolhidos, conforme o comprimento do dente em questão, a fim

de obter espaço para a colocação do conector do aparelho na lima.

Kobayashi e Suda (1994) definiram um novo conceito de localizador (Root

ZX®) que trabalha com medidas simultâneas de duas impedâncias, através de dois

sinais diferentes de freqüência. Através desse estudo, foi denominado o método

“ratio method”, que vem a ser o método da razão entre as impedâncias, realizado

por avaliações in vivo e in vitro. Os resultados provenientes do estudo in vitro

mostraram que a razão entre as impedâncias, utilizando sinais de freqüência de

10Khs e 1Khs é constante, e apresenta o valor de 0,72 na corrente alternada a 0,5

mm do forame apical. Juntando o resultado dos estudos os autores verificaram

diferentes eletrólitos no interior do canal radicular, ficando definido que este método

é confiável para a localização da área de máxima constrição e elimina a influência

da solução irrigadora na medição eletrônica.

Desta maneira, surgiu a terceira geração de localizadores foraminais,

representada pelos aparelhos do tipo impedância freqüência-dependente, que

trabalham unicamente com os princípios físicos e não mais com os biológicos,

verificando a diferença de impedância da dentina no interior do conduto, calculada

por dois ou mais sinais de freqüências. Assim, pode-se operar independentemente

do tipo de líquido no interior do canal radical. São representados pelo Apit® e

Endex®, Bingo 1020®, Root ZX® e Novapex®. Como são capazes de operar sem

necessidade de preparo prévio do canal radicular, na presença de qualquer

umidade, e com todos os tipos de instrumentos, são considerados os mais precisos

e fáceis de operar de todas as gerações de localizadores (KOBAYASHI e SUDA,

1994).

Arora e Gulabivala (1995) empregaram a influência de substâncias

eletrocondutivas no funcionamento de localizadores apicais e compararam a eficácia

dos dispositivos eletrônicos Endex® e RCM MARK II® em dentes com polpa viva e

necrótica, contendo os mais diversos fluidos e também o hipoclorito de sódio. Foi

unida a este modelo experimental a radiografia periapical antes da exodontia. O

sucesso foi de 91,3% para o primeiro localizador e 84,8% para o segundo,

independente da substância no interior do canal radicular. Na maioria dos casos, a

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lima endodôntica estava no vértice radiográfico e, na visualização direta, havia

instrumento fora do canal radicular.

De acordo com Kobayashi (1995) a utilização do método eletrônico tem

como vantagens a redução de radiação, a confiabilidade e a rapidez. Este método é

capaz de fazer a localização na constrição apical. Como limitação, existe a

dificuldade em estabelecer medições em dentes com ápice aberto, ou também em

dentes muito longos e amplos na região apical e preenchidos com muita solução

irrigadora, onde pode haver medidas curtas em relação ao vértice apical. Estes

aparelhos eletrônicos informam a distância da ponta da lima ao forame apical, o que

os diferencia das observações e obtenções de medidas pela radiografia (CZERW et

al., 1996).

Kobayashi et al. (1997) apresentaram um estudo associando o mesmo

localizador, mas com rotação contínua, utilizando limas endodônticas de níquel-

titânio. O Tri Auto ZX® funciona com bateria recarregável com duração de,

aproximadamente, 40 minutos, com mecanismo de auto-reverso quando o aparelho

atinge a constrição máxima ou quando a rotação excede 280 rpm.

Pilot e Pitts (1997) fizeram uma avaliação in vivo para detectar mudanças

de impedância elétrica de um localizador, em pontos situados entre 0,5 e 3 mm do

forame apical, usando 5 sinais de freqüências diferentes. Utilizaram também

diferentes soluções irrigadoras. Os autores aconselham manter a câmara pulpar livre

do meio eletrocondutivo para evitar conduções elétricas entre o dente e a lima

endodôntica, ou entre o dente e a gengiva. A maior impedância ocorreu em uma

região situada a 0,25 mm aquém da abertura foraminal.

Pagavino et al. (1998) avaliaram a influência da excentricidade foraminal

na confiabilidade do Root ZX® e encontraram eficiência de 82,75%, com grau de

tolerância de 0,5 mm. Quando esta tolerância foi para 1 mm, o percentual subiu para

100%. Em quase todos os casos, o instrumento estava além do forame apical e

medidas mais precisas foram observadas em dentes onde este coincidia com o

vértice apical. Se a coincidência não existia, a dificuldade de o aparelho fazer a

localização era maior. Por sugestão dos autores, para os dentes em que a abertura

foraminal coincide com o vértice dentário, deve-se recuar 0,5 mm, e quando está

situada lateralmente o recuo deve ser de 1 mm.

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Weiger et al. (1999) avaliaram a influência dos aparelhos Root ZX® e

Apit®, para determinar a melhor maneira de irrigação na detecção da constrição

apical. O resultado aponta melhor desempenho do Root ZX®, pois no Apit®. O

hipoclorito de sódio é a solução de escolha, para os dois aparelhos testados.

Como proposta de um estudo para verificar se havia diminuição na

quantidade de tomadas radiográficas, utilizando ou não o Root ZX®, Fouad e Reid

(2000) observaram que, nas radiografias finais, que mostraram o número de casos

aceitáveis, o grupo com o uso do localizador foi o que teve melhor resultado e o

número de radiografias para realização dos tratamentos endodônticos foi menor

para o tratamento de dentes anteriores e pré-molares, mas não houve diferença

para os molares.

Estudos comprovaram o efeito de diferentes substâncias irrigadoras sobre

a capacidade de medição dos localizadores eletrônicos apicais. A terceira geração é

independente da eletrocondutividade da solução irrigadora. Antes da aferição de um

método eletrônico, teve-se o cuidado em manter o interior do canal radicular úmido,

com hipoclorito de sódio a 1%, mas a câmara pulpar seca. Esse cuidado deve ser

mantido para que não haja meio eletrocondutivo entre o dente e a lima endodôntica,

ou entre o dente e a gengiva (JENKINS et al., 2001).

Para Kaufman et al. (2002) o Bingo 1020® pode ser considerado um

localizador de quarta geração, pois utiliza dois sinais de freqüência. O primeiro usa

uma freqüência de cada vez, assim não existe a necessidade de filtros que separem

as diferentes freqüências de um sinal complexo.

Conforme Meraes et al. (2002), o hipoclorito de sódio tem sido a solução

irrigadora mais freqüente na terapia endodôntica, por isso utilizaram concentrações

diferentes desta substância no interior dos canais radiculares cujos ápices se

encontravam imersos em soro fisiológico. Em 83% dos casos, foram utilizadas

concentrações de 2,125% e de 5,25%, com margem de mais ou menos 0,5 mm do

forame apical. O Root ZX® foi eficaz, sem influência das concentrações de

hipoclorito de sódio.

Tinaz et al. (2002) utilizaram três diferentes localizadores apicais de

terceira geração (Root ZX®, Bingo 1020® e Apex Finder®), que foram manipulados

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por operadores com diferentes graus de experiência. Estes aparelhos não requerem

experiência prévia para sua utilização, e embora não havendo diferença estatística

entre o preparo prévio ou não do terço cervical, este deve ser realizado, pois facilita

a adaptação dos instrumentos no terço apical.

Goldberg et al. (2002) avaliaram o Root ZX® na detecção da constrição

apical obtendo, nos resultados, aferições de 0,5, 1 e 1,5 mm, em relação à

visualização direta da lima no forame, e o aparelho foi eficaz em 62,7%, 94% e

100%, respectivamente.

Analisando a literatura, observa-se que a radiografia tem como limitação

oferecer uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional. Devido a este

fato, nos deparamos com situações de dificuldades de interpretação das

radiografias, devido a sobreposições de estruturas anatômicas e da excentricidade

do forame apical, principalmente quando está desviado para vestibular ou para

palatino (NASS, FERREIRA, 2002).

Grinberg et al. (2002), em estudo clínico com o Tri auto ZX®, buscaram

avaliar o desempenho deste sistema em 25 dentes humanos extraídos. Medição

eletrônica com o sistema rotatório, verificação do funcionamento do reverso do

aparelho na medida de 0,5 mm, foram as verificações clínicas. Em uma medida do

comprimento real do dente (CRD) subtraída, de 0,5 mm, as medidas eletrônicas

coincidiram em 40% dos casos; os outros 60% ficaram 0,23 mm aquém desta

medida. Como conclusão, os autores afirmaram que este sistema representa um

excelente recurso para evitar a sobreinstrumentação do canal radicular.

Pommer et al. (2002) avaliaram o estudo dos localizadores eletrônicos

com uma amostra de 171 canais radiculares, onde 105 continham polpa viva, 47

necrose pulpar e 19 eram retratamentos. Definiram-se os seguintes resultados:

93,9% para dentes com polpa viva e 76,6% em casos de necrose pulpar, em

observações entre 0,5 e 1 mm aquém do vértice radiográfico. Nos retratamentos, o

percentual de acerto foi de 68,4%. Contudo, o número de casos foi pequeno.

Renner et al. (2003) utilizaram o Novapex® e obtiveram, como resultado,

de 75% a 80,9% de acerto para polpa viva e polpa morta, respectivamente. A

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amostra foi composta por 37 dentes monorradiculares e a medição eletrônica foi

considerada confiável em medidas de 0,5 e 1,5 mm aquém do vértice radiográfico.

Versiani et al. (2004) avaliaram clinicamente o Justy II® em 56 dentes,

sendo 19 anteriores, com percentual de 94,74%, 4 pré-molares, com 75%, e 33

molares, com 51,52%. Foram coincidentes com o parâmetro de 1 mm do vértice

radiográfico. Os autores sugerem a confirmação radiográfica após as aferições

eletrônicas.

Segundo Gordon e Chandler (2004), nenhuma técnica é satisfatória na

busca pelo conhecimento do comprimento de trabalho endodôntico. Mesmo os

aparelhos modernos apresentam limitações. Por isso, apenas o conhecimento da

anatomia apical, o uso coerente de radiografias e o uso correto destes dispositivos é

que irão nos levar a resultados desejados.

Renner (2005) estudou, in vivo, a confiabilidade do localizador eletrônico

Novapex® na determinação do comprimento real de trabalho de 220 canais

radiculares, de 156 dentes. Destes, 126 canais radiculares com polpa necrosada e

94 com polpa viva. O método de comparação foi a radiografia periapical, obtida com

a técnica da bissetriz. Medidas entre 0,5 a 2,0 mm do vértice apical radiográfico

foram consideradas confiáveis. Os resultados mostraram índice de acerto de 96%

em canais radiculares com polpa vital e 90% em polpa mortificada. Do total de

casos, 203 ofereceram medidas radiográficas dentro do parâmetro estabelecido. O

autor concluiu que o Novapex® é um bom recurso na determinação do CRT.

Elayouti e Löst (2006) desenvolveram um modelo de montagem (MM)

preciso e simples para avaliarem a localização apical, comparado ao método de

localização visual convencional (MV) e analisaram a reprodutibilidade deste método.

Ambos os métodos utilizaram o aparelho Root ZX® para a determinação do forame

apical, porém o MM utilizou-se de um micrômetro para determinar a medida, o MV

dos „stops‟ de silicone e a visualização direta com magnificação da imagem. Foram

utilizados para este estudo 32 incisivos centrais, usando os 2 métodos: o método

utilizando o modelo de montagem MM e o método visual VM. O modelo de

montagem utiliza um micrômetro para determinar a distância medida pelo

instrumento endodôntico de medição durante a determinação do comprimento de

trabalho. No VM, o comprimento da lima endodôntica de medição (que representa o

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comprimento de trabalho) foi determinado visualmente, utilizando um paquímetro e

um microscópio com seis vezes de ampliação. Cada medida foi repetida uma vez. A

reprodutibilidade de cada método foi avaliada calculando o coeficiente de resultados

de reprodutibilidade. Os resultados do estudo apontam que o coeficiente de

reprodutibilidade foi de 0,4 mm para o MM, comparado com os 0,9 mm para o VM. O

erro de medida do MM foi significativamente mais baixo do que VM (0,02 e 0,4 mm,

respectivamente). Os autores concluíram que o MM teve a reprodutibilidade superior

em comparação com o método convencional, onde a interpretação visual é uma

fonte de medida imprecisa.

Nekoofar et al. (2006) estudaram os princípios fundamentais de operação

dos dispositivos eletrônicos de medida do comprimento do canal radicular e afirmam

que, supostamente, todos os dispositivos funcionam porque os tecidos humanos têm

determinadas características que podem ser modeladas por uma combinação de

componentes elétricos. Conseqüentemente, medindo-se as propriedades elétricas

do modelo, tais como a resistência e a impedância, deve ser possível detectar o

término do canal radicular. O sistema do canal radicular é cercado pela dentina e

pelo cemento, que são isolantes da corrente elétrica. No forame apical, há uma

comunicação com o meio externo, onde os materiais condutores dentro do espaço

do canal radicular (tecidos e fluidos) são conectados eletricamente ao ligamento

periodontal, que é um condutor de corrente elétrica. Assim, a dentina, junto com os

tecidos e o líquido dentro do canal radicular, formam uma resistência, cujo valor

depende de suas dimensões e da sua resistência inerente. Quando uma lima

endodôntica penetra no canal radicular e se aproxima do forame apical, a resistência

entre a lima endodôntica e o forame diminui, porque o efetivo comprimento do

material resistente (dentina, tecido, líquido) diminui. Bem como as propriedades

resistentes, a estrutura da raiz do dente tem características capacitantes. Assim, os

vários métodos eletrônicos foram desenvolvidos usando uma variedade de outros

princípios de detectar o término do canal radicular. Enquanto os dispositivos mais

simples medem a resistência, outros dispositivos medem a impedância, usando alta

freqüência, duas freqüências ou freqüências múltiplas. Ainda, alguns sistemas usam

o ponto baixo de oscilação da freqüência e/ou um método de gradiente de voltagem

para detectar o término do canal radicular.

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Ebrahim et al. (2006) avaliaram o efeito do tamanho da lima na precisão

do localizador eletrônico apical Root ZX® usando um modelo de Agar quando a

solução de hipoclorito de sódio ou sangue estavam presentes durante as medidas

eletrônicas em canais radiculares amplos. Um total de 36 pré-molares inferiores

extraídos foi usado. No estágio 1, os canais radiculares foram instrumentados

usando limas tipo K #10-40 sendo que o instrumento apical final foi uma lima tipo K

#40. Os dentes então foram divididos aleatoriamente em dois grupos de 18 dentes

cada. No grupo A, os dentes foram montados em Agar 1% e irrigados com solução

de hipoclorito de sódio a 6% enquanto no grupo B os dentes foram montados no

Agar e irrigados com sangue humano. No estágio 2, os canais radiculares foram

ampliados usando lima tipo K #60 com instrumento apical final. Nos estágios 1 e 2,

as porções apicais foram preparadas usando a sequência Step Back (até lima tipo K

#80). No estágio 3, os canais radiculares foram ampliados usando lima tipo K #80,

como instrumento apical final. Em cada estágio, o comprimento foi medido com o

Root ZX® até que o valor do medido alcançava o sinal “Apex®” no visor do aparelho

usando limas de tamanhos pequenos e grandes. Como resultados o teste 3 Way

ANOVA e de Bonferroni mostraram o tamanho da lima endodôntica, o estágio de

preparação e o tipo de irrigante tiveram uma influência significativa no erro da

medida (p<0,0001), com todas as interações entre estes três fatores sendo

significativas (p<0,0001). Os autores concluíram que, como o diâmetro do canal

radicular aumentou, o comprimento medido com as limas endodônticas menores se

tornou mais curta. Uma lima endodôntica de tamanho próximo ao diâmetro

preparado do canal radicular deve ser usada para a execução da medida do

comprimento na presença do sangue. Na presença de hipoclorito de sódio, o Root

ZX® foi altamente preciso, mesmo quando a lima era muito menor do que o

diâmetro do canal radicular.

Venturi e Breschi (2007) compararam ex vivo o desempenho dos

localizadores apicais Apex Finder® e Root ZX®, com e sem o irrigante, em canais

radiculares de diâmetros diferentes. Sessenta dentes foram preparados usando

limas manuais de aço inoxidável e instrumentos rotatórios de Níquel-Titânio

conicidade 0,04. Durante o preparo, o diâmetro mais estreito do canal radicular foi

transportado à superfície apical da raiz. Os canais radiculares foram irrigados com

RC-Prep® e solução de NaOCI a 5%. Os dentes foram distribuídos em 6 grupos,

22

cada um com 10 canais radiculares, tendo o mesmo diâmetro do forame, com 0,15,

0,20, 0,25, 0,40, 0,60 e 0,80 mm. Cada localizador eletrônico apical foi testado

quando a lima tipo K estava no forame, a 0,5, 1,0 e 2,0 mm aquém deste, com o

ápice radicular imerso na solução, com o canal radicular seco ou irrigado com NaCI.

Nenhuma diferença em termos de precisão foi encontrada entre os dois

localizadores eletrônicos apicais quando a ponta da lima endodôntica estava no

forame. Fazendo um comparativo em todas as medidas executadas com a ponta da

lima endodôntica dentro de 2 mm do forame, e em todas as diferentes condições

testadas, a precisão foi afetada pelo diâmetro do forame, tipo de localizador

eletrônico apical, distância ao ápice e por diversas interações. Os autores

concluíram que ambos os localizadores eletrônicos apicais forneceram medidas

precisas quando a ponta da lima endodôntica estava no forame.

Herrera et al. (2007) estudaram a influência do diâmetro da constrição

apical na precisão do localizador apical Root ZX®, usando limas endodônticas de

variados diâmetros, nos dentes com 3 graus diferentes de diâmetros apicais: 0,37,

0,67 e 1,02 mm. Foram utilizados 10 dentes unirradiculares extraídos, armazenados

em solução salina a 37 ºC, seccionados na junção esmalte-cemento e embebidos

em um molde de alginato. O comprimento de trabalho inicial (LO) foi determinado

com uma lima endodôntica tipo K #10 e os canais radiculares foram irrigados com

ácido cítrico a 50% ou hipoclorito de sódio a 5,25%. Para verificar a capacidade do

localizador e identificar a área mais estreita do canal radicular, enquanto o diâmetro

de constrição aumentou, o canal radicular foi alargado progressivamente pela

inserção de limas endodônticas para o aumento do diâmetro (10-100) até um ponto

LO + 1 mm. Após cada ampliação, o comprimento de trabalho (L) foi redeterminado

com as limas tipo K #10, até o alargamento da lima endodôntica correspondente. A

comparação dos resultados estatísticos foi fundamentada na diferença entre o

comprimento de trabalho final e o comprimento inicial (L10) para cada largura apical.

A análise estatística foi feita com o teste ANOVA, com a comparação das médias.

Os resultados apontaram que, em canais radiculares com constrições apicais de

0,37 e 0,62 mm, não houve diferença entre os comprimentos de trabalho iniciais,

determinados por uma lima tipo K #10, e comprimentos de trabalho finais, após

instrumentados até #60. Nos dentes cujo diâmetro apical tinha sido aumentado a

1,02 mm não houve diferença expressiva entre comprimentos de trabalho inicial e

23

final, quando medidos por limas de #10 - #25; contudo, as diferenças foram notadas

entre #10 e #30, #35, ou #40 (p<0,05), e o grau de significância aumentou

consideravelmente (p<0,001) para as limas #45 ou maiores. Estes resultados

sugerem que a precisão do localizador apical Root ZX® varia em função do diâmetro

da constrição apical.

Ebrahim et al. (2007) verificaram os efeitos dos irrigantes do canal

radicular na precisão do localizador eletrônico apical Dentaport ZX®, em canais

radiculares amplos. Para isso, um total de 45 dentes humanos extraídos foi usado.

No estágio 1, os canais radiculares foram instrumentados usando limas K #10-40

com uma lima K #40 como instrumento apical final de preparo. Os dentes foram

divididos aleatoriamente em 5 grupos e colocados em um dispositivo experimental.

Os seguintes irrigantes foram usados durante as medidas eletrônicas do canal

radicular: Grupo A= NaOCI a 0,5%; Grupo B= NaOCI a 2,5%; Grupo C= EDTA a

15%; Grupo D= clorexidina a 0,8% (CHX) e grupo E= RC-Prep®. No estágio 2, os

canais radiculares foram ampliados usando uma lima tipo K #60 como instrumento

apical no final de preparo. Nos estágios 1 e 2, a porção apical dos canais radiculares

foi instrumentada usando uma seqüência Step Back (até lima tipo K #80). No

estágio 3, os canais radiculares foram ampliados outra vez, usando uma lima tipo K

#80 como instrumento apical final de preparo. Em cada estágio, o comprimento do

canal radicular foi medido com o localizador apical Dentaport ZX®, usando as limas

tipo K #10 e #40, #10 e #60 e #10 e #80 para os estágios 1, 2 e 3, respectivamente.

Os autores concluíram que o Dentaport ZX® foi preciso e não afetado adversamente

pela presença de NaOCI a 0,5 ou a 2,5% e EDTA nos canais radiculares amplos, e

os comprimentos medidos obtidos com as limas endodônticas de diâmetros menor e

foram comparáveis. Entretanto, o Dentaport ZX® foi preciso na presença de CHX e

RC-Prep® somente quando as limas endodônticas de maior diâmetro foram

utilizadas, e o comprimento medido com as limas de diâmetro menor foi então maior

do que o comprimento real.

Brito-Júnior et al. (2007) avaliaram, in vitro, a precisão e a confiabilidade

de um modelo de localizador apical eletrônico na obtenção do comprimento de

trabalho (CT) em molares inferiores. O estudo foi realizado em 20 dentes extraídos e

mediram com uma lima tipo K #10 o comprimento dos canais radiculares mésio-

vestibular e distal até o forame apical, subtraindo-se 1 mm (CT1), tendo como

24

referências externas as cúspides mésio-vestibular e disto-vestibular,

respectivamente. Os dentes analisados foram fixados em recipientes plásticos

contendo alginato, procedendo-se as medidas eletrônicas com o localizador

eletrônico apical Novapex®. Limas tipo K #10 foram inseridas nos canais mésio-

vestibular e distal até que os instrumentos atingissem a marca 0 no visor do

aparelho, e posteriormente, realizava-se o recuo até a marca 1, ajustando-se os

cursores nas mesmas referências externas do CT1. O coeficiente de correlação

linear de Pearson revelou alta concordância entre interoperadores e intraoperadores.

Portanto, o localizador eletrônico apical testado mostrou-se preciso e confiável na

determinação da odontometria de molares inferiores.

Wrbas et al. (2007) estudaram in vivo 20 dentes unirradiculares e

determinaram a precisão do comprimento real de trabalho dos localizadores

eletrônicos apicais Root ZX® e Raypex 5® antes da extração. Quando o Root ZX®

foi usado, as limas endodônticas foram introduzidas até que o visor do aparelho

indicou a „constrição apical‟. As limas endodônticas foram então fixadas em

dispositivos de resina composta removíveis e que permitiam a recolocação na

mesma posição. O procedimento foi repetido no mesmo dente com o Raypex 5®

com uma lima endodôntica diferente. Os dentes foram então extraídos e os 4

milímetros finais do canal radicular foram expostos. Depois disso, as partes apicais

com as limas endodônticas reposicionadas nos canais radiculares foram

fotografadas com máquina digital sob a luz de um microscópio. Nas imagens, o

menor diâmetro e o forame principal de cada amostra foram marcados e as

distâncias respectivas das pontas da lima endodôntica nestas posições foram

medidas com um programa de computador. Subseqüentemente, os valores dos dois

grupos de localizadores eletrônicos apicais foram comparados usando o Teste t de

Student com amostras pareadas. Os resultados do estudo mostraram que o menor

forame foi localizado dentro dos limites de +/- 0,5 mm em 75 % dos casos com o

Root ZX® e em 80% dos casos com o Raypex 5®. O Teste t de Student não

mostrou nenhuma diferença significativa entre os localizadores eletrônicos apicais a

respeito da determinação do forame menor. Os autores concluíram que os uso

destes aparelhos são confiáveis para determinar o comprimento de trabalho e as

diferenças entre eles não foram significativas.

25

Briseño-Marroquín et al. (2008) estudaram, in vitro, a determinação e a

precisão de quatro localizadores eletrônicos apicais com três tamanhos diferentes de

instrumento. Para isto, 46 raízes radiculares foram embebidas em solução de Agar.

As medidas eletrônicas foram feitas no forame fisiológico (constrição apical), com os

localizadores eletrônicos apicais Elements Apex Locator®, Justy II®, Raypex 5®,

Propex II® e limas tipo K de tamanhos 08, 10 e 15. As medidas do forame fisiológico

foram feitas com os localizadores eletrônicos apicais: Elements Apex Locator®,

36.99%, 39.04% e 44.93%; Justy II®, 38.62%, 32.41% e 43.41%; Raypex 5®,

42.76%, 39.31% e 39.06%; e Propex II®, 38.62%, 43.45% e 40.63% com

instrumentos de tamanhos 08, 10 e 15, respectivamente. Não foi encontrada

nenhuma diferença entre o atual comprimento de trabalho e o diâmetro do

instrumento/ localizador eletrônico apical. Um alto número, porém insignificante, de

medidas instáveis, foi observado com todos os localizadores eletrônicos apicais

quando o instrumento endodôntico #15 foi utilizado. As conclusões definem que sob

as condições ex vivo, ambos os localizadores eletrônicos apicais ofereceram

medidas exatas quando a ponta da lima estava no forame.

Kim et al. (2008) compararam, in vivo, a precisão da determinação do

comprimento de trabalho, usando o localizador eletrônico apical Root ZX® versus a

utilização do Root ZX®, após ter-se obtido uma radiografia do CRT. Neste estudo, o

comprimento de trabalho foi determinado em 25 canais de raízes de pré-molares

usando o Root ZX®, e limas tipo K foram fixadas nestas posições. As radiografias

foram processadas e interpretadas, e a medida apresentada do CRT das amostras

foi ajustada, se necessário, para uma medida combinada. Os dentes foram então

extraídos, para determinar a posição da ponta da lima na constrição apical do canal

radicular. Com base nesta posição, as impressões do ápice da raiz foram feitas com

polivinilsiloxano ou a raiz embebida em resina acrílica, a fim de medir a posição da

ponta da lima endodôntica na constrição apical. Os resultados do estudo mostraram

que o Root ZX®, sozinho, detectou a constrição apical dentro +/- 0.5 mm em 84%

das amostras (21 de 25 canais radiculares). Entretanto, 96% (24 de 25 canais

radiculares) estavam dentro desta variabilidade quando a combinação do Root ZX®

e das radiografias foi utilizada. De acordo com eles, o localizador eletrônico apical

Root ZX®, combinado com as radiografias, é recomendado para a determinação do

comprimento de trabalho, embora não havendo diferença estatística entre os dois

grupos.

26

Leonardo et al. (2008) avaliaram, ex vivo, a precisão de dois localizadores

eletrônicos apicais durante a determinação do comprimento do canal radicular, em

incisivos e molares decíduos, em diferentes estágios de reabsorção fisiológica da

raiz. Para isto, um examinador treinado determinou o comprimento do canal

radicular de 17 incisivos decíduos e de 16 primeiros molares decíduos (total de 57

canais radiculares), com diferentes estágios de reabsorção da raiz, baseado no

comprimento real do canal radicular e utilizando 2 localizadores eletrônicos apicais.

O comprimento do canal radicular foi medido visualmente, com a colocação de uma

lima tipo K 1 mm mais curto do forame apical ou da reabsorção apical, e

eletronicamente usando dois localizadores eletrônicos apicais (Root ZX II® e o Mini

Apex Locator®) de acordo com as instruções dos fabricantes. Os dados foram

analisados estatisticamente, usando o teste da correlação intra-classe (ICC). A

comparação do comprimento real do canal radicular e as medidas eletrônicas do

comprimento do canal radicular revelaram a alta correlação (ICC = 0,99),

independente do tipo de dente (uma raiz ou várias raízes) ou a presença/ ausência

da reabsorção fisiológica radicular. Os autores concluíram que tanto o Root ZX II®

quanto o Mini Apex Locator® provaram a sua utilidade e precisão na determinação

do comprimento do canal radicular, em incisivos e molares decíduos.

27

3 CONCLUSÃO

Com base nesta revisão de literatura pôde-se concluir que os localizadores

eletrônicos foraminais:

- Constituem-se em um recurso preciso na determinação do CRT;

- Têm aplicabilidade clínica;

- A sua utilização tem como vantagens a menor quantidade de radiografias

durante o tratamento endodôntico e a diminuição do tempo despendido na

determinação do CRT.

28

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