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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA FERNANDO NOGUEIRA QUAGLIARELLO ENXERTOS HOMÓGENOS PARA RECONSTRUÇÕES MAXILARES COM FINALIDADE DE IMPLANTES DENTÁRIOS CURITIBA 2015

UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE … · ao longo do curso. Prof. Dr. Hugo Eduardo de Miranda Peixoto e seus questionamentos, desenvolvendo nosso raciocínio

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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ

ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA

FERNANDO NOGUEIRA QUAGLIARELLO

ENXERTOS HOMÓGENOS PARA RECONSTRUÇÕES MAXILARES COM FINALIDADE DE IMPLANTES DENTÁRIOS

CURITIBA

2015

UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ

ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA

FERNANDO NOGUEIRA QUAGLIARELLO

ENXERTOS HOMÓGENOS PARA RECONSTRUÇÕES MAXILARES COM FINALIDADE DE IMPLANTES DENTÁRIOS

Monografia apresentada à Uningá – Unidade de Ensino Superior Ingá: regional Curitiba como um dos pré-requisitos para a obtenção do título Especialização em Implantodontia. Orientadora: Prof. Ms. Maria Cecília C. Lopes

CURITIBA 2015

FERNANDO NOGUEIRA QUAGLIARELLO

ENXERTOS HOMÓGENOS PARA RECONSTRUÇÕES MAXILARES COM FINALIDADE DE IMPLANTES DENTÁRIOS

Monografia apresentada como exigência

parcial para obtenção do título de

Fonoaudióloga à comissão julgadora da

UNINGÀ – Faculdade Ingá.

Aprovada em _____________/____________/____________

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________

Orientadora: Prof. Ms. Maria Cecília C. Lopes Faculdade Ingá – UNINGÁ

___________________________________

Prof. Dr.

Faculdade Ingá – UNINGÁ

___________________________________

Prof. Dr.

Faculdade Ingá – UNINGÁ

DEDICATÓRIA

À Deus, pela oportunidade de continuar no caminho da evolução. À minha esposa Karine, mãe do meu bem mais precioso, pela força, apoio, dedicação e paciência. A meus pais, Benedito (em memória) e Ana Maria, que na escola da vida foram meus grandes mestres. Aos meus sogros Wilmar e Claudete pelo incentivo e por preencherem com tanto carinho os dias em que não pude estar presente.

AGRADECIMENTOS

Prof. Ms. Maria Cecília Lopes Giacomel, minha orientadora, pelas informações fundamentais na revisão final da minha monografia e pelos preciosos ensinamentos ao longo do curso. Prof. Dr. Hugo Eduardo de Miranda Peixoto e seus questionamentos, desenvolvendo nosso raciocínio crítico com humildade e dedicação. Prof. Dr. Paulo Roberto Camati pelos grandes momentos de aprendizado clínico e valiosos conselhos de ética e organização. Aos meus colegas do curso de Especialização pelos momentos de alegria e cumplicidade. Thamiellen, Jean, Andressa, Miranda e Patricia.

RESUMO

Com o objetivo de reparar situações adversas relacionadas a áreas de ausência de tecido ósseo, causadas por perdas dentais precoces, o osso homógeno surge como uma alternativa viável para tal procedimento. Este trabalho consiste na apresentação de um relato de caso clinico, no qual foi utilizado o enxerto homógeno obtido do banco de tecidos músculo esqueléticos do hospital de Marília (UNIOSS). Essa modalidade terapêutica mostrou-se satisfatória por apresentar menor tempo clínico operatório, menor desconforto ao paciente e quantidade óssea necessária independente da extensão da área receptora. Palavra Chave: Tecido Ósseo, Enxerto, Reconstrução, Maxilar

ABSTRACT

In order to repair difficult situations related to the areas of absence of bone tissue caused by early tooth loss, the homogenous bone appears as a feasible alternative for this procedure. This study consists in presenting a report of clinical case, in which we used the homogenous graft obtained from skeletal muscle tissue bank's Hospital Marilia (UNIOSS). This therapeutic modality was satisfactory since it has faster clinical operative time, less discomfort to the patient and required bone density independent of the extent of the receiving area. Keyword: Bone Tissue , Graft , Reconstruction , Jaw

SÚMARIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 10

2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS ENXERTOS ÓSSEOS .................................................. 10

2.2. REPARAÇÃO DOS TECIDOS ÓSSEOS ENXERTADOS ................................... 11

2.3 ENXERTOS HOMÓGENOS ................................................................................ 12

2.3.1 Histórico dos Bancos de Tecidos Muscoloesqueléticos ................................... 12

2.3.2 Controle de Qualidade dos Tecidos Musculoesqueléticos nos Bancos de Ossos .................................................................................................................................. 13

2.3.3 Processamento Dos Ossos Homógenos .......................................................... 14

2.3.4 Estudos Relacionados aos Enxertos Ósseos Homógenos ............................... 15

3 RELATO DE CASO CLÍNICO ................................................................................ 27

3.1 EVOLUÇÃO DO RELATO CLÍNICO .................................................................... 29

4. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 32

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 37

1 INTRODUÇÃO

A partir do advento dos implantes ósseo integráveis, a Odontologia conquistou

a possibilidade de reposição dos dentes perdidos com alta taxa de sucesso (ADELL

et al., 1981).

Segundo Cosmo et al. (2007), com o sucesso das reabilitações de pacientes

desdentados totais com a utilização dos implantes, percebeu-se a necessidade de se

ampliar as indicações da terapia com implantes para os pacientes desdentados

parciais e desdentados unitários. No entanto, devido à perda óssea que ocorre após

a perda do elemento dental, aliado à pneumatização do seio maxilar, sabemos que

existe uma dificuldade em se planejar a utilização de implantes onde há pouca

quantidade e qualidade de rebordo ósseo residual que possibilite a ideal ancoragem

dos implantes. Surge então a necessidade de adequação do local com substitutos

ósseos para aumento de volume (CARVALHO et al., 2002).

Nos últimos anos tem-se observado um enorme esforço de pesquisa para

desenvolvimento de novos biomateriais e enxertos que sejam cada vez mais

eficientes. (BUGARIN JUNIOR, 2007)

Na Implantodontia, a escolha dos biomateriais sintéticos ou biológicos para

adequação do rebordo alveolar está relacionado com a altura, espessura e qualidade

óssea que se deseja ganhar para a instalação dos implantes, bem como o tipo da

prótese a ser instalada e suas exigências biomecânicas para a sua sobrevida em

longo prazo. (CARVALHO et al., 2002)

Quanto a origem, os materiais utilizados para enxerto podem ser

autógeno, homógeno (alógeno), xenógeno (heterógeno) ou aloplástico. O enxerto

é considerado autógeno quando obtido de áreas doadoras do próprio indivíduo;

Homógeno ou alógeno quando obtido de indivíduos diferentes porém da mesma

espécie do receptor; Xenógeno quando obtido de indivíduos de espécies diferentes

do receptor, como os materiais de origem bovina; e os aloplásticos são de origem

sintética cuja composição varia entre cerâmicas, vidros bioativos e polímeros (WEISS

C.M. & WEISS A., 2001; BENNER, 2001; GARBIN M. G. & GARBIN N.M., 1994)

Biagini et al. (2009) e Faverani et al. (2014) afirmam ser de consenso absoluto

que os enxertos autógenos são o melhor tipo de enxertia porém os enxertos ósseos

homógenos vêm sendo utilizados amplamente na prática clínica odontológica com

bons resultados. O seu emprego tornou as cirurgias mais rápidas e menos

9

traumáticas, pois não há a necessidade de acesso cirúrgico para remoção do enxerto

autógeno de uma área doadora, sendo a quantidade para utilização ilimitada (LESSA,

2012; FRANÇA, 2010).

Os enxertos homógenos usados em cirurgias são obtidos a partir de bancos

de tecidos musculoesqueléticos onde se aplicam técnicas adequadas para captação,

triagem clínica, laboratorial, sorológica, coleta, identificação, processamento e

estocagem (DEL VALLE et al., 2006). A eficácia e segurança dos enxertos homógenos

para ganho ósseo em espessura e altura ainda gera dúvida, entretanto o campo da

bioética e da vigilância sanitária epidemiológica está muito desenvolvido. Os Bancos

de ossos devidamente credenciados conferem segurança na utilização dos tecidos

desta procedência. (KOPP et al, 2014).

Portanto, construções baseadas em implantes inseridos no osso após

aumento com enxerto homógeno tornam-se uma alternativa viável se comparado com

o autoenxerto ou aloenxerto. No entanto, o melhor método disponível deve ser

escolhido individualmente após cuidadosa e abrangente avaliação de cada paciente

(SCHLEE et al., 2014).

Sendo assim esse trabalho tem por objetivo relatar vantagens, desvantagens

e aplicabilidade do osso homógeno em cirurgias de reconstruções ósseas da maxila

para instalação de implantes osteointegráveis através de revisão de literatura e

apresentação de um caso clínico de enxertia de osso homógeno para reconstrução

de maxila em duas formas diferentes: em bloco, para ganho em aumento de

espessura (onlay), e particulada para levantamento de seio maxilar (inlay).

10

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ENXERTOS ÓSSEOS

Morfologicamente os enxertos uti l izados como substi tutos ósseos

podem ser cortical, esponjoso ou córtico-esponjoso. O osso cortical é encontrado

no córtex dos ossos longos sendo que os enxertos realizados com este tipo de osso

mostram-se mesclados ao osso do hospedeiro após muito tempo devido a sua

densidade ser muito alta, dificultando a entrada de vasos e a difusão de nutrientes das

células, atrasando assim o processo de reabsorção e reossificação. O osso esponjoso

encontra-se na região metafisária dos ossos longos, ricos em trabéculas e separadas

por espaços preenchidos por células hematopoiéticas, facilitando a migração de vasos

sanguíneos, tecidos ósseos e células. Acredita-se que após a fase de absorção do

material enxertado ocorre a substituição deste tipo de material. O osso córtico-

esponjoso apresenta o osso cortical e esponjoso, tendo uma melhor capacidade

osteogênica que o osso cortical e também melhor resistência mecânica que o osso

puramente esponjoso (LEE, P. T. et al., 2011; BIZERRA, 2012; PELEG, 2010).

Misch (2001) relata a Classificação de Lekholm e Zarb de acordo com a

qualidade do osso da região anterior da maxila. Tipo I, quase todo o osso maxilar é

composto de osso compacto homogêneo. Tipo II, uma camada espessa do osso

compacto circunda um núcleo de osso trabecular denso, tipo III, uma fina camada de

osso cortical rodeia um núcleo de osso trabecular denso. Tipo IV, uma fina camada

de osso cortical rodeia um núcleo de osso trabecular de baixa densidade.

Os enxertos também podem ser classificados pela forma de sua utilização

como Onlay, Inlay e Interposicionais. Os enxertos Onlay são aposicionais

(permanecem sobre as paredes externas do rebordo alveolar) servindo para aumento

de altura e/ou espessura do rebordo alveolar apresentando como desvantagem uma

tendência a reabsorção. Os enxertos Inlay são utilizados em defeitos que tem

paredes, servindo para obliterá-los, podendo ser utilizados em defeitos estabelecidos,

como os enxertos nos alvéolos dentários, nos seios maxilares e cavidade nasal pois

são colocados em cavidades com paredes para contê-los (NARY FILHO & ILG, 2004;

MENDES, 2011). Os enxertos Interposicionais são colocados entre segmentos ósseos

osteotomizados para manter o contato entre o segmento mobilizado e o segmento fixo

11

com boa estabilidade dimensional quando estabilizados com fixação interna rígida

como placas e parafusos (NARY FILHO & ILG, 2004).

Com relação à apresentação os enxertos podem ser em bloco ou particulados.

Os enxertos em bloco servem para enxertos Onlay, Inlay e Interposicionais e são

divididos em cortical, esponjoso ou córtico-esponjoso. Os enxertos particulados

servem para preencher defeitos Inlay e pode ser utilizado como Onlay se contido por

uma tela de titânio ou uma membrana. (NARY FILHO & ILG, 2004).

2.2 REPARAÇÃO DOS TECIDOS ÓSSEOS ENXERTADOS

Os mecanismos de reparação tecidual dos enxertos são osteoindução,

osteocondução e osteogênese. A osteoindução ocorre quando o enxerto possui

capacidade de atrair células mesenquimais que mais tarde se diferenciarão em

osteoblastos, ocorrendo em virtude da presença de proteínas ósseas morfogenéticas

( BMPs) entre seus componentes, como exemplo de enxertos que possuem este

mecanismo de reparo, temos o osso autógeno e o homógeno.

A osteoindução pode ocorrer por indução elétrica, quando o enxerto possui

proteínas osteoindutivas (osteogenina) levando a indução de células mesenquimais

da área receptora à produzirem osso, e indução física quando os fatores relacionados

com a indução são representados pelo tamanho das partículas enxertadas e

principalmente pela distância existente entre elas.

A osteocondução ocorre mais frequentemente e caracteriza-se pelo

crescimento ósseo sobre o enxerto, formando um arcabouço para um novo

crescimento celular. A osteogênese é a formação ativa de osso, sendo o fenômeno

que ocorre quando o tecido enxertado permanece vivo no local, ocorrendo nos

enxertos autógenos que possuem osso cortical e medular (ROSSI JÚNIOR & GARG,

1996).

De acordo com Goldberg & Stwenson (1987) citado por Navarro Júnior (2002)

todos os enxertos passam por uma fase inflamatória, de revascularização, de

osteoindução, de osteocondução e finalmente de remodelação, para proporcionar

uma eficiente estrutura de suporte.

O início do reparo depende da revascularização seguida por acréscimo

mineral. As falhas do enxerto homógeno têm sido atribuídas pelo não cumprimento

destas funções, que podem ser imunologicamente mediadas.

12

Conforme Hardin (1994) citado por Navarro Júnior (2002) os vasos que

migram do leito receptor no final da primeira semana, são circundados por células

inflamatórias, que os bloqueiam, e provocam degeneração dos vasos; a medula é

invadida por granulação fibrosa e a remodelação óssea normaliza após o primeiro

ano.

Com a fixação rígida e ausência de carga pode ocorrer osteoindução e

osteocondução mesmo com a resposta imune. A imunossupressão pode diminuir a

rejeição, mas aumentar complicações cicatriciais.

2.3 ENXERTOS HOMÓGENOS

2.3.1 Histórico dos Bancos de Tecidos Muscoloesqueléticos

O Banco de tecidos da Marinha dos Estados Unidos, com sede no Centro

médico naval nacional em Bethesda, Maryland, foi criado em 1949 pelo Dr. George

Hyatt, cirurgião ortopédico, sendo mundialmente pioneiro no segmento de banco de

tecidos musculoesqueléticos, estabelecendo muitas das normas que são seguidas até

hoje (STRONG, 2000).

Com a criação da American Association of Tissue Banks (AATB) e a Fud Drug

Admnistration (FDA) padronizou-se um histórico médico para triagem dos doadores

com a finalidade de eliminar 90% dos doadores inapropriados e estabeleceram-se

normas para a seleção e testes em doadores de tecidos para transplantes. Em 2010

foi criado pela OMS o projeto AVISAR, encorajando todos os cirurgiões a relatar ao

seu banco de ossos e autoridades Sanitárias competentes casos de reações graves

relacionadas com a utilização de homoenxertos (HINSENKAMP, 2011).

No Brasil a política nacional de transplante de órgãos e tecidos está

fundamentada na Legislação (Lei nº 9.434/97 e Lei nº 10.211/01), tendo como

diretrizes a gratuidade da doação, a beneficência em relação aos receptores e não

maleficência em relação aos doadores vivos, criando o Sistema Nacional de

Transplantes do Ministério da Saúde – SNT. No ano de 2002 a partir da Portaria 1686

do Ministério da Saúde, foram estabelecidas as normas para autorização,

funcionamento e cadastramento dos bancos de tecidos musculoesqueléticos pelo

Sistema Único de Saúde – SUS. Em Dezembro de 2005 o SNT autorizou a utilização

13

de ossos de banco para odontólogos especialistas em Periodontia, Implantodontia e

Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (BUGARIN JUNIOR, 2007).

O Banco de Ossos do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

é o pioneiro no Brasil e foi fundado em 18 de novembro de 1996 e inaugurado em

novembro de 1998, seguindo as rigorosas normas internacionais de segurança, na

seleção, coleta, exames laboratoriais e no processamento do osso homógeno

(NAVARRO JÚNIOR, 2002).

No Brasil as normas de qualidade e segurança para a doação, recolhimento,

análise, processamento, preservação, armazenamento e distribuição dos ossos

provenientes dos bancos de tecidos musculoesqueléticos baseiam-se no cuidadoso

protocolo proposto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que deve

ser seguido por todos os bancos de tecidos muscoesqueléticos autorizados a

processarem estes tecidos (CASSA, 2012; FRANÇA, 2010). Não existe nenhum caso

de transmissão de doenças por transplante de ossos notificado em território nacional

(BUGARIN JUNIOR, 2007).

2.3.2 Controle de Qualidade dos Tecidos Musculoesqueléticos nos Bancos de Ossos

O controle de qualidade se dá basicamente pela seleção dos doadores,

técnicas de captação dos tecidos e testes laboratoriais aplicados. A seleção dos

doadores é realizada através de um criterioso processo de exclusão dentre eles:

tatuagens recentes, uso de substâncias tóxicas, idade inferior a 10 e superior a 55

anos, história pregressa de neoplasias malignas, HIV, doenças osteometabólicas, etc.

A captação de tecidos musculoesqueléticos de cadáveres deve ser realizada

em até 12 horas após a parada cardíaca ou em até 24 horas se o corpo permanecer

refrigerado por 6 horas sendo que o procedimento de remoção deve ser todo realizado

em ambiente hospitalar.

Exames laboratoriais são aplicados ao tecido, diminuindo a chance de

transmissão de doenças ao receptor. Dentre todos os exames realizados os principais

são: Sífilis (VDRL), AIDS (A-HTLV), hepatite C (a-HCV), doença de Chagas,

transaminase pirúvica (TGP), hepatite B(HbsAG), HIV (DA SILVA, 2011). Atualmente

os homoenxertos são uma ferramenta útil e segura para reparar defeitos ósseos

desde que obedecidas as normas pré-estabelecidas pelas agências reguladoras dos

bancos de tecidos musculoesqueléticos. (BIZERRA, 2012).

14

2.3.3 Processamento Dos Ossos Homógenos

Os tipos mais comuns de enxertos ósseos homógenos são: FDBA (osso

desidratado e congelado), DFDBA (osso desmineralizado, desidratado e congelado),

FFBA (osso fresco congelado) (DA SILVA, 2011).

O osso FDBA mantém as características morfológicas, a solubilidade e a

integridade clínica do osso. O osso é colhido do doador em um ambiente estéril e

triturado por um condensador pneumático. Após este processo, o osso é embalado e

congelado a 70 graus centigrados negativos por um período de 10 a 14 dias. Do

congelamento o material vai para uma câmara de secagem estéril onde é solubilizado

pelo calor e pressão, sendo triturado em partículas de 300 a 800 mícrons seguindo

novamente para a câmara de secagem. O material é finalmente re-esterilizado através

de radiação e óxido de etileno e embalado à vácuo. Em todas as fases o material é

testado em culturas diversas (ROSSI JÚNIOR & GARG, 1996).

O osso DFDBA tem como diferença do FDBA o processo de

desmineralização, removendo todo o mineral do osso, levando com isso as proteínas

que permanecem camufladas nos sais de cálcio. O processo consiste em remover o

osso do doador em ambiente estéril e mergulha-lo em uma solução de

etanol/clorofórmio por vários meses retirando toda a gordura do osso. Em seguida o

osso é desmineralizado em uma solução de ácido clorídrico 0,6% durante 14 dias. O

processo a partir desta fase segue a mesma sequência do FDBA (ROSSI JÚNIOR &

GARG, 1996).

No enxerto de osso homógeno fresco congelado (FFBA), não ocorre a

desmineralização e liofilização, processo que desidrata o osso tornando-o mais

seguro (menor risco de contaminação), mas também mecanicamente menos

resistente e biologicamente menos efetivo para a enxertia (ROSSI JÚNIOR & GARG,

1996; WEISS C.M. & WEISS A., 2001; BENNER, 2001).

Baptista et al. (2003), em estudo comparativo de ossos crio-preservados por

30 dias a -80c e 4c, concluiu que apenas a viabilidade celular apresentou mudanças

significativas após a criopreservação, demonstrando que os enxertos ósseos

homógenos não necessitam de células vivas para sua utilização, e sim da matriz

óssea onde estão localizadas as proteínas morfogenéticas, e que o arcabouço mineral

preservado dos enxertos será preenchido por novos osteoblastos vindos do leito

15

receptor após a integração. O estudo também avaliou nas peças anatômicas

características semelhantes ao tecido vivo, a vascularização, manutenção da matriz

óssea, presença de processo inflamatório, fibrose e remodelação óssea.

O tipo de osso mais utilizado para obtenção destes enxertos é o cortical devido

a maior quantidade de osteogenina (proteína morfogênica do osso) que se encontra

na matriz óssea, conhecida por BMP.

As BMPs são as responsáveis pela atração de células mesenquimais

diferentes por quimiotaxia, ligação de fibronectina do colágeno, mitose, proliferação,

formação e mineralização de cartilagens nos ossos longos, diferenciação direta dos

osteoblastos, deposição e mineralização da matriz óssea e formação da medula

(ROSSI JÚNIOR & GARG, 1996).

2.3.4 Estudos Relacionados aos Enxertos Ósseos Homógenos

Adell et al. (1981) confirmou a viabilidade dos implantes osteointegráveis,

acompanhando 2768 implantes instalados em um grupo de 372 pacientes

desdentados submetidos à técnica ao longo de 15 anos (1965 – 1980). Os resultados

deste trabalho também apontam para a estabilidade das próteses confeccionadas

sobre estes implantes, com capacidade de receber carga oclusal e estresse de várias

direções ao longo dos anos, devolvendo assim fonética, função e estética modificando

positivamente a condição psicossocial dos pacientes.

Navarro Júnior em 2002 realizou um estudo retrospectivo multicentro com

enxerto ósseo homógeno fresco congelado (FFBA) na reconstrução dos maxilares

com a finalidade de implantes dentais.

Para isso contou com a colaboração de 6 instituições de cursos de pós-

graduação (“lato-sensu”) das cidades de Curitiba e Ponta Grossa e com o Banco de

tecidos musculoesqueléticos do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do

Paraná.

Setenta e sete pacientes de ambos os sexos com idade entre 24 e 74 anos

participaram do estudo, sendo selecionados a partir da indicação expressa de

necessidade de enxerto prévio à colocação de implantes. Foram realizados 99

procedimentos de enxerto no seio maxilar e enxertos ósseos aposicionais, com 267

implantes colocados em 5 anos.

16

Os 77 pacientes foram divididos em 2 grupos GRUPO B – pacientes que se

submeteram a enxertos aposicionais em bloco para aumento de espessura e altura

dos rebordos alveolares edêntulo e GRUPO S- Pacientes que se submeteram a

enxerto ósseo no seio maxilar. A qualidade óssea mais observada no momento da

colocação dos implantes foi do TIPO II e III, encontrados em 65,7% das vezes em

bloco e 54,6% em seio. Não houve diferença entre TIPO II ou III quando feito em bloco,

porém quando feito em seio 75% das vezes foi TIPO III.

Os resultados obtidos mostraram que 90,9% dos enxertos e 93,6% dos

implantes obtiveram sucesso. Dos 64 enxertos no seio maxilar 92,2% remodelaram

sendo que 91,5% dos implantes ali instalados obtiveram sucesso. Em 35 enxertos

aposicionais o sucesso foi de 88,5%. Dos 114 implantes colocados em enxertos em

bloco o sucesso foi de 96,5%.

O acompanhamento após 10,3 meses da instalação dos implantes com

restaurações protéticas mostrou 98,6% de sobrevida. Duas únicas mulheres

apresentavam diagnóstico de osteoporose em tratamento, e mesmo assim

apresentaram falhas nos resultados, os dois em seio maxilar, as 2 tiveram perda

parcial no enxerto e uma delas perdeu 2 implantes, em 6 colocados, podendo observar

que os resultados negativos estavam associados a paciente de risco ou às

complicações transoperatórias.

Concluiu-se que o volume ósseo obtido no momento da colocação dos

implantes foi adequado para a sua instalação. O maior índice de sucesso foi obtido

com implantes colocados após 9 meses ao enxerto ósseo e o maior índice de fracasso

quando aguardado o período de 6 meses apenas. Insucessos também ocorreram em

maior proporção quando esperou-se menos de seis meses para a reabertura dos

implantes.

Navarro Júnior acredita que o tempo ideal de cicatrização e remodelação para

se colocar implantes seja de no mínimo 9 meses para blocos córtico-esponjosos e 12

meses para blocos corticais. Para enxertos no seio, prefere um tempo de 9 meses

para rebordos residuais acima de 5mm ou com a associação de PRP em rebordos

menores; e 12 meses para rebordos abaixo de 5mm sem PRP. Com um tempo de

osseointegração nunca menor do que 6 meses para todos os casos.

Del Valle et al. (2006) embasados em experiência de 12 anos com enxertos

de osso autógeno comparou através de seu levantamento bibliográfico e caso clínico

que comparativamente o osso homógeno tem textura mais “macia” ao toque e ao corte

17

que o osso autógeno, e que a reabsorção deste tipo de osso mostrou-se maior, se

comparado ao osso autógeno, indicando que na utilização de enxertos homógenos

deve-se utilizar fragmentos maiores e mais espessos para compensar esta maior

reabsorção.

Observou ainda que os enxertos servem como um arcabouço, com

propriedades osteocondutoras e osteoindutoras, onde ocorrerá formação óssea após

reabsorção parcial e remodelação do material enxertado. Concluiu em seu trabalho

que o osso autógeno é sem dúvida o osso mais indicado para enxertia sendo o osso

homógeno uma alternativa para este. Suas características a longo prazo tem

resultados semelhantes, embora apresente um índice de reabsorção maior.

Apesar de existir desvantagens no uso do osso homógeno, a portaria do

Ministério da Saúde proporciona segurança ao seu uso pelos rígidos critérios que

devem ser observados na captação desse tipo de osso. Os autores também atentam

para a necessidade de maiores estudos sobre este assunto voltados à Implantodontia,

pois ainda não se tem conhecimento sólido e confiável quanto as melhores áreas

doadoras a serem utilizadas para enxertia da maxila e mandíbula.

Cosmo et al.(2007) em seu estudo clínico envolvendo uma paciente de 47

anos com rebordo alveolar remanescente inferior a 6 mm na arcada superior posterior

esquerda indicaram a sua reabilitação oral através de implantes e levantamento de

seio maxilar com enxerto homógeno fresco congelado fragmentado.

Após 6 meses à enxertia, no momento da colocação dos implantes, foi

realizado radiografia e análise histológica através de biópsia. Radiograficamente foi

constatado formação óssea apresentando boa densidade e estabilidade primária.

Histologicamente foi visualizado um tecido altamente mineralizado, desenvolvido,

contendo osteócitos no interior da matriz, caracterizando um tecido vital com potencial

de remodelação.

Os autores concluíram que o osso homógeno proveniente do banco de ossos

humanos proporciona em casos de levantamento de seio, um adequado volume ósseo

para futuras instalações de implantes. (COSMO et al., 2007)

Dos Santos (2007) em sua vasta revisão de literatura sobre transplantes de

osso homógeno na odontologia concluiu que o processo, de incorporação dos

enxertos e a síntese de uma nova matriz óssea, varia de acordo com a escolha do

osso (cortical ou esponjoso), tipo, tamanho e forma do leito receptor bem como seu

potencial de revascularização.

18

Barone et al. (2009) avaliaram a evolução clínica de implantes dentários

instalados após enxerto homógeno de osso fresco congelado e antes da reabilitação

protética.

A proposta deste estudo foi avaliar a resposta deste tipo de enxerto para

procedimentos de aumento de maxilas severamente atróficas. 13 pacientes com idade

entre 36 e 65 anos foram selecionados (3 homens e 10 mulheres). Todos precisavam

de enxerto ósseo para rebordo alveolar de maxila. Foram planejados 24 enxertos

ósseos tipo Onlay em bloco (05 para aumento vertical e 19 para aumento horizontal)

com posterior colocação de 38 implantes de titânio (entre 10 e 15 mm) em um segundo

estágio. Cinco meses após o enxerto, os implantes foram colocados e após 6 meses

avaliados.

Em dois pacientes foram observados exposição precoce do enxerto e tiveram

que ser removidos por causa de infecções. Essas complicações estão associadas aos

enxertos para levantamento vertical de maxila. Todos os implantes tiveram

estabilidade primária satisfatória. Na avaliação dos implantes foram constatadas duas

perdas que foram recolocados com sucesso sem necessidade de enxerto ósseo

adicional. Os autores concluíram que os enxertos homógenos tiveram êxito.

Além disso, os implantes foram colocados 5 meses após a enxertia, portanto,

com base nesse estudo, enxertos homógenos frescos congelados podem ser

considerados uma alternativa de tratamento para severa atrofia da maxila sendo

necessário maiores estudos.

Biagini et al. (2009) estudaram um caso clínico de enxerto ósseo homógeno

fresco congelado com posterior instalação de implantes em paciente do sexo feminino,

46 anos, não fumante e sem doenças sistêmicas, com necessidade de enxerto ósseo

na região dos elementos 13 ao 16. Foi realizado o preenchimento do seio maxilar com

osso particulado e parafusado dois blocos ósseos para aumentar a espessura da área.

Seis meses depois se realizou a instalação de 4 implantes. Concluíram que dentro

dos limites do estudo realizado, o osso homógeno é uma alternativa viável para a

reconstrução de rebordos atróficos, diminuindo a morbidade e riscos inerentes ao

procedimento com enxerto autógeno, além de apresentar capacidade de

remodelação, incorporação e qualidades que permitem resistir à cargas funcionais.

Molon et al. (2009) relataram um caso de enxertia com osso homógeno fresco

congelado para reabilitação oral em paciente desdentado total com atrofia severa da

maxila. Foram utilizados blocos fixados com parafusos 1,5 mm. e nos espaços mortos

19

utilizado osso particulado. Após 6 meses, no momento da instalação dos implantes

observou-se a integração deste com o leito receptor. Após 6 meses da colocação dos

implantes novo exame radiográfico foi realizado evidenciando osseointegração dos

implantes.

Após 4 anos o paciente apresentou-se com a prótese definitiva e com uma

taxa de reabsorção mínima e esperada. Concluiu-se que o enxerto homógeno é uma

alternativa viável para a reconstrução dos rebordos alveolares severamente atróficos,

ao mesmo tempo que reduz a morbidade e os riscos inerentes aos procedimentos

com enxerto autógeno. Também apresenta capacidade de remodelação e possui

resistência à cargas funcionais.

Contar et al. (2009) avaliaram clínica e histologicamente o uso de osso fresco

congelado tibial em bloco para reconstrução de rebordo alveolar da maxila e posterior

instalação de implantes em 15 pacientes. 34 blocos foram colocados e cada paciente

recebeu de 1 a 4 blocos. 9 meses após a colocação do enxerto, foi removido um

fragmento ósseo para análise histológica e instalado os implantes. Todos os enxertos

se mostraram com consistência firme; bem incorporados e vascularizados.

Cinquenta e um implantes foram colocados nos locais enxertados com um

torque mínimo de 40 Ncm. Nenhum implante foi perdido. O período de

acompanhamento foi de 24 a 35 meses. “Osso vivo” foi encontrado na análise

histológica e mostrou características de estar maduro e um tecido ósseo compacto

estava cercado de espaço medular. Concluíram que os enxertos de osso homógeno

podem ser bem sucedidos para tratamento de defeitos no rebordo da maxila. Esse

tipo de enxerto pode ser utilizado de forma segura para instalação de implantes se

técnicas cirúrgicas corretas forem adotadas, sendo uma alternativa viável para a

substituição do enxerto autógeno. Mais estudos a longo prazo são necessários para

acompanhar a eficácia desse tipo de enxerto.

O objetivo do trabalho de Peleg et al. (2010), foi avaliar a eficácia do enxerto

ósseo homógeno fresco congelado em bloco córtico-esponjoso proveniente do ilíaco,

em rebordos alveolares para instalação de implantes em 41 pacientes. Após a rígida

fixação do enxerto, o local foi coberto com membrana de dura-máter seca congelada

e a ferida foi fechada com sutura livre de tensão.

Depois de 3 e 4 meses da cirurgia os implantes foram colocados. Radiografias

panorâmicas foram feitas de 3 a 6 meses após colocação dos implantes e a reabertura

realizada para restaurações protéticas. Dos 57 enxertos colocados, um mostrou

20

reabsorção de 2,5mm. Não houve nenhum outro tipo de problema. Clinicamente os

blocos enxertados apresentaram-se bem integrados e os aumentos ósseos

mantiveram-se estáveis em todos os procedimentos de instalação dos implantes.

Apenas um dos 84 implantes falhou. Conclui-se que o uso de osso ilíaco homógeno

associado a princípios de regeneração óssea guiada é uma alternativa viável para a

substituição dos enxertos autógenos.

Cury et al. (2010) descreveram o acompanhamento durante 5 anos de um

caso de reabilitação da região maxilar em que se utilizou enxerto homógeno fresco

congelado particulado. Paciente submeteu-se a cirurgia de enxerto veneer em toda

maxila e levantamento bilateral dos seios por apresentar pequena espessura óssea e

pneumatização bilateral dos seios maxilares.

Após oito meses de espera foram instalados implantes e sua reabilitação

completa foi concluída com 3 próteses fixas definitivas metalocerâmicas. Cinco anos

após enxertia e 4 anos de carga funcional, com base nos controles clínicos e

radiográficos, observaram-se ótimos resultados estéticos e funcionais. Concluiu-se

que os enxertos homógenos frescos e congelados possuem tanto qualidade suficiente

para resistir a forças mastigatórias, quanto capacidade de remodelação e

incorporação. Esse tipo de enxerto aliado a técnicas cirúrgicas avançadas deve ser

considerada uma alternativa viável na reabilitação de grandes áreas atróficas, por

reduzir a morbidade do paciente e por favorecer a obtenção de ótimos resultados

funcionais e estéticos, embora não esteja bem documentada na literatura que trata de

acompanhamento de longo prazo.

Da Silva (2011) em sua extensa revisão de literatura, mostrou que a diferença

de sucesso entre os implantes instalados em áreas de enxerto autógeno e implantes

instalados em áreas de enxerto homógeno não é significativa. Apesar da formação

óssea ocorrer de forma mais lenta, os enxertos homógenos apresentam

características que os permitem resistir a cargas funcionais quando da instalação dos

implantes. Frisou que maiores estudos devem ser realizados para obter evidências

científicas mais significativas.

D´Aloja et al. (2011) entre 2004 e 2008 trataram 14 pacientes com defeitos

ósseos na cavidade oral com osso homógeno fresco congelado. De 4 a 8 meses após

a cirurgia reconstrutiva, implantes foram colocados no osso recém formado. Não

foram observadas complicações pós operatórias. A taxa de sucesso dos implantes foi

de 100% em um período de 20 meses de acompanhamento. Foi possível concluir que

21

enxertos osseos homógenos frescos congelados são uma alternativa válida para

substituição dos enxertos ósseos autógenos, confirmando o que dizem estudos

anteriores.

Mallmann et al. (2012) em estudo com metodologia piloto realizaram um

comparativo entre enxerto homógeno fresco congelado e autógeno em um mesmo

paciente com 2 indicações de enxerto bilateral.

Os resultados foram avaliados por exames de imagens, estabilidade primária

dos implantes instalados e análise histológica. 8 meses após enxertia homógena e 6

meses após enxertia autógena foi realizada nova tomografia, instalado 3 implantes

posicionados bilateralmente e fragmentos ósseos foram retirados dos enxertos

através de broca trefina de 2mm de diâmetro, colocados em frascos de formol 10%, e

enviados ao laboratório para analise histológica.

Resultados do exame laboratorial mostraram quantidade de tecido ósseo

secundário caracterizado pela presença de sistema de Havers, com osteócitos

aprisionados na matriz mineralizada vital e pouca necrose em ambos os enxertos.

Relatou também não ser possível diferenciar os tecidos pelo aspecto histológico. Após

sessenta dias foi realizada a reabertura dos implantes e iniciada a fase protética. Os

implantes e a prótese foram acompanhados durante 23 e 19 meses respectivamente.

Concluiu que aguardando maior tempo de incorporação (dois meses a mais),

o enxerto ósseo proveniente de banco de tecidos apresentou resultados tanto

qualitativos quanto quantitativos, caracterizando osso vital e obtendo-se um ganho

volumétrico expressivo semelhante ao osso autógeno.

O tempo de oito meses de incorporação para o osso homógeno quando

comparado com os seis meses utilizados para o osso autógeno, demonstra ser

suficiente para o organismo reabsorver o arcabouço osseocondutor do osso

homógeno e produzir novo osso vital.

Nissan et al. (2012) avaliaram durante 22 e 48 meses a condição histológica

e histomorfométrica de 60 blocos de enxertos ósseos homógenos esponjosos

colocados para aumento anterior de maxila atrófica em 40 pacientes. Foram usados

como critério de seleção, casos com deficiência óssea de pelo menos 3mm na

horizontal e mais de 3mm vertical, analisados por tomografia. Após 6 meses, 83

implantes foram instalados e uma amostra do enxerto foi coletada para análise

histológica e histomorfométrica.

22

A taxa de sobrevivência dos implantes foi de 98,8%. O percentual médio de

novo osso formado foi de 18 a 33%, o bloco ósseo esponjoso residual foi de 17 a 26%

e a medula e tecido conjuntivo foi de 2 a 41%. Diferenças estatísticas significantes em

relação a formação de novo osso e residual do enxerto foram encontradas entre

pacientes jovens menores de 40 anos e mais velhos, acima dos 40 anos. A idade

parece não influenciar o percentual de medula e tecido conjuntivo. Concluiu-se que o

bloco de enxerto ósseo homógeno esponjoso é biocompatível e osteocondutor,

permitindo nova formação de osso porém dependente da idade do receptor.

Lima et al. (2012) em estudo para avaliar o ganho ósseo em espessura nas

reconstruções de pré-maxila com transplantes homógenos frescos congelados

provenientes de cortical de fêmur com medida em média de 20x10x6mm, relatou

100% de sucesso nos 8 pacientes tratados bilateralmente com este tipo de enxerto.

Dos 8 casos, 4 eram do sexo feminino e 4 do sexo masculino, com idades entre 33 e

66 anos e com remanescentes ósseos variando entre 1 mm e 4 mm de espessura.

Tomografias foram feitas 6 meses após a cirurgia para serem realizadas as medições

do ganho de espessura. Foi demonstrado um ganho médio de 5,8mm de espessura

possibilitando a instalação dos implantes em todos os casos.

Não houve diferença estatisticamente significante entre ganhos de espessura

obtidos entre homens e mulheres. Todos os enxertos apresentaram um aspecto

clinico de integração bastante satisfatório favorecendo uma estabilização primária dos

implantes com torque superior a 45 Ncm em média.

O autor concluiu que desde que utilizados sob protocolo adequado, os

enxertos homógenos são uma boa opção para o tratamento de maxilas atróficas.

(LIMA et al. 2012)

Discacciati et al. (2013) em seu relato de caso clínico sobre uso de enxerto

ósseo homógeno fresco congelado para aumento vertical e horizontal em um paciente

parcialmente edêntulo na maxila, concluiu que o uso de enxerto homógeno é uma

alternativa viável para a reconstrução de rebordos alveolares severamente

reabsorvidos, citando como principais vantagens a eliminação do segundo sítio

cirúrgico necessário para a realização de enxerto autógeno e a quantidade ilimitada

de material a ser utilizado.

Caso clínico procedeu-se da seguinte forma: Paciente de 54 anos do sexo

feminino, edêntulo parcial na região do 12 ao 26, com severa atrofia maxilar (grau 3),

apresentando espessura na região anterior variando entre 2,95 mm e 3,76 mm, e

23

altura entre 8,59mm e 12,98 mm, extensa pneumatização do seio maxilar esquerdo e

medidas com altura do rebordo alveolar na região posterior variando entre zero e 5,6

mm, e espessura entre 4,4 mm e 5,6 mm, classificados em Classe IV (anterior) e

Classe V (posterior) visualizadas em tomografia computadorizada de feixes cônicos

(TCFC).

A quantidade de osso necessário para a instalação dos implantes era grande

e a remoção de osso autógeno intra-oral foi descartada. Paciente não quis se

submeter a cirurgia extra-oral. Optou-se pela utilização de osso homógeno. 3 blocos

de cortical de fêmur (20mm x 10mm x 6mm) foram obtidas em banco de ossos. Um

dos blocos foi dividido em 2 partes para melhor adaptação, um bloco parafusado

inteiro na região posterior da maxila esquerda e o terceiro bloco triturado para

levantamento do seio maxilar.

Após dez meses nova tomografia foi solicitada e instalados 5 implantes na

região, foram também colhidos tecidos ósseos com broca trefina com 3mm de

diâmetro para análise histológica. Observou-se completa integração entre enxerto e

osso maxilar. A região do enxerto homógeno apareceu como um tecido ósseo

compacto, espaços medulares reduzidos e preenchidos por tecido conjuntivo fibroso,

celularizado e vascularizado com presença de osteócitos sugerindo vitalidade óssea.

Após 8 meses iniciou-se a fase protética. Oito meses após a finalização do caso e 2

anos após o procedimento de enxertia, em exames radiográficos, não observaram

sinais de perda óssea ao redor dos implantes.

Boniello et al. (2013) reabilitaram pacientes com severa atrofia da maxila

através de enxerto ósseo homógeno fresco congelado, com implantes

osseointegrados. Analisaram resultados clínicos, histológicos e histomorfométricos de

vinte pacientes, 14 do sexo feminino e 6 do sexo masculino.

O estudo consistiu no tratamento cirúrgico para ganho de volume transversal

e vertical da maxila e na segunda etapa remoção dos parafusos de enxerto, biópsia e

inserção dos implantes. Este tipo de enxerto mostrou-se como um substituto valioso

ao osso autógeno. Sua grande disponibilidade com um baixo custo, boa versatilidade,

sem morbidade no sítio doador, menor tempo cirúrgico e sem a necessidade de

internação hospitalar fazem deste material uma boa alternativa nesse tipo de

tratamento.

Buffoli et al. (2013) avaliaram a reconstrução do osso alveolar usando

enxertos da cabeça de fêmur e crista ilíaca FFB. Dez pacientes foram tratados com

24

enxertos FFB da crista ilíaca ou cabeça femoral antes da colocação dos implantes

dentários. A regeneração óssea foi avaliada seis meses após a cirurgia por análises

macroscópicas e microscópicas. Todos os pacientes eram portadores de severa

atrofia maxilar.

Os resultados mostraram boa capacidade de regeneração, tanto com a FFB

a partir da crista ilíaca e cabeça femoral. Foram observadas percentagens similares

de formação de novo osso e enxerto residual, enquanto que as diferenças entre a

percentagem de osso total (mais elevada para a crista ilíaca) e a percentagem de

tecido não mineralizado (mais elevada para a cabeça femoral) estavam presentes.

Observou-se uma percentagem significativamente maior de vasos CD34-positivas no

processo de rejeição FFB da cabeça femoral do que na crista ilíaca.

Pode se concluir que enxertos homógenos FFB poderia representar uma

opção confiável em cirurgia oral e máximo-facial. No entanto, as diferenças entre o

uso de enxertos da cabeça do fêmur ou da crista ilíaca ligados por suas diferentes

estruturas devem ser considerados para uma cirurgia mais eficaz.

Kopp et al. (2014) sugeriram uma nova técnica de enxertia homógena

utilizando osso fresco congelado particulado em micro e macro partículas sem

associação de membrana para a reconstrução de maxila atrófica em 1 paciente. Após

8 meses da colocação do enxerto, observou-se em tomografia ganho ósseo em altura

e espessura podendo ser realizado a instalação dos implantes planejados. Em suas

considerações observaram a maior facilidade e rapidez no emprego da técnica se

comparado aos enxertos em bloco. Concluíram informando que mais estudos e maior

tempo de acompanhamento são necessários para comprovar a efetividade da nova

técnica.

Lumetti et al. (2014) publicaram este estudo objetivando investigar por meio

de tomografia computadorizada feita em uma semana e 6 meses após enxerto, a

correlação existente entre densidade e reabsorção de enxertos em bloco de osso

autógeno (AB) e enxertos em bloco homógeno fresco congelado (FFB). 17 enxertos

de AB e 21 de FFB foram realizados, num total de 38 enxertos. Treze enxertos

autógenos e treze homógenos foram realizados na maxila, enquanto quatro blocos

autógenos e oito homógenos foram realizados em mandíbula. Em 4 enxertos houve

exposição óssea nos 7 primeiros dias após cirurgia. Dois enxertos expostos foram da

maxila (um AB e outro FFB) e dois da mandíbula (um AB e outro FFB). Um enxerto

de mandílula FFB falhou por ter sido completamente reabsorvido conforme tomografia

25

após 6 meses, sendo removido cirurgicamente. Concluiu-se que enxertos FFB com

densidade maior que 800 HU são preferíveis a enxertos menos densos devido ao

menor grau de reabsorção. Mais estudos para analisar o comportamento dos enxertos

AB com relação a densidade são recomendados.

Schlee et al. (2014), avaliaram 31 pessoas entre os anos de 2003 e 2009 em

um estudo que determina o resultado estético das reconstruções ósseas baseadas

em implantes após enxerto autógeno e homógeno. Os pacientes eram

predominantemente do sexo feminino com idades entre 18-69 anos (média: 49,3 ±

13,8 anos). Foram realizados 48 enxertos autólogos (AUBB) e 19 enxertos

homógenos (ABB). Os implantes foram inseridos 4-7 meses após enxerto nos casos

autógenos e após 5-6 meses nos casos homógenos.

O Índice de Estética Rosa (PES), bem como avaliações radiográficas e

clínicas foram utilizados para a análise dos resultados. No prazo de um mês, com

base em imagens fotográficas digitais que foram reorganizadas aleatoriamente entre

as avaliações por três experientes investigadores independentes, o PES foi avaliado

duas vezes.

Em todas as observações dos investigadores, a média do PES foi de 7,5 ±

2,6, sem diferenças entre os implantes inseridos no osso autógeno e homógeno. Os

pacientes avaliaram os procedimentos de homoenxerto como menos dolorosos e

teriam repetido isso mais vezes.

A conclusão é de que o PES é um método confiável, mas deve ser realizada

pelo mesmo indivíduo. Enxertos homógenos produzem resultados estéticos

equivalentes aos enxertos autógenos e pacientes preferem não ter um segundo sítio

cirúrgico.

Pereira et al. (2014) neste estudo avaliaram 22 pacientes que foram

submetidos a reconstrução de maxila severamente atrofiada com enxerto de osso

homógeno fresco congelado da crista ilíaca. O objetivo foi avaliar clinicamente a

quantidade de osso córticoesponjoso reabsorvido. Os implantes foram colocados 5

meses depois dos enxertos em pacientes desdentados total ou parcial e as próteses

4 meses após os implantes. A análise da largura do rebordo e as medições foram

realizadas com um compasso de calibre antes e após o enxerto e no momento da

inserção dos implantes. As biópsias ósseas foram realizadas em 16 pacientes.

Um total de 98 blocos onlay homógenos foram utilizados, com uma largura

alveolar inicial entre 3,41 e 1,36mm. 130 implantes dentários foram colocados com

26

boa estabilidade primária maior ou igual a 30 Ncm. Quatro implantes apresentaram

falhas precoces antes da entrega da prótese, totalizando 96,7% de sobrevivência.

Todos os pacientes foram reabilitados com sucesso. Foi encontrada uma correlação

positiva forte entre o tempo de cura e porcentagem de osso vital.

Concluiu-se que enxerto homógeno fresco congelado da crista ilíaca é uma

alternativa adequada para a reconstrução da maxila atrófica com baixa taxa de

reabsorção aos 5 meses, permitindo estabilidade adequada dos implantes dentários

seguido de reabilitação protética fixa.

Chiapasco et al. (2015) compararam a evolução clínica da reconstrução da

maxila atrófica desdentada com osso autógeno da crista ilíaca (AB) classificados

como grupo B e osso homógeno fresco congelado (FFB) classificados como grupo A.

Compararam ainda a taxa de sobrevivência e de reabsorção do osso peri-implante

nos dois grupos.

Durante 1 ano, oito pacientes foram tratados com FFB e sete com AB. Foram

instalados após 5 ou 7 meses 108 implantes, 59 no grupo A e 49 no grupo B. A

reabilitação com próteses implanto suportadas ocorreu 4 ou 5 meses depois. O tempo

médio de acompanhamento foi de 24 meses. Aconteceu exposição do enxerto em

dois pacientes do grupo A e em um do grupo B antes da colocação dos implantes. A

taxa de sobrevida dos implantes foi de 90,1% no grupo A e de 100% no grupo B.

Os valores médios de reabsorção peri-implante foram 1,64mm e 0,92mm no

grupo A e B, respectivamente. Pode-se concluir que FFB não representa uma

alternativa confiável se compararmos com enxertos AB, devido a uma maior

reabsorção peri-implantar, menor sobrevivência do implante e maior taxa de

exposição óssea.

27

3 RELATO DE CASO CLÍNICO

Paciente I.P.C, sexo feminino, 46 anos, leucoderma, apresentou-se na

Faculdade Futuro no curso de especialização em Implantodontia com ausência dos

dentes 14,15,16,24,25.

Durante a anamnese, a paciente declarou-se não fumante e foi constatado

boa condição geral de saúde. Foram realizados exames complementares de

hemograma, coagulograma e glicemia. Clinicamente através da palpação foi revelado

falta de espessura do rebordo alveolar na região edêntula.

Na radiografia panorâmica e tomografia computadorizada, foi evidenciado

pouca altura e espessura palato vestibular do rebordo ósseo na região dos dentes

ausentes, o que contraindicou a colocação de implantes dentários por risco de

fenestração da tábua óssea vestibular e perfuração do assoalho do seio maxilar.

O tratamento proposto foi o de enxertia óssea para levantamento de seio

maxilar (inlay) e aposição de blocos tipo (onlay) na região, com osso tipo homógeno

fresco congelado, obtido de banco de tecidos musculoesqueléticos do Hospital de

Marília (Unioss), autorizado pelo S.N.T. A característica morfo-histológica do bloco

ósseo é cortical, medindo 20x10x06 milímetros, processado em 10/12/2014 às 9 horas

sob número 0272/2014-1.Profilaticamente a paciente recebeu 2g de amoxicilina uma

hora antes do procedimento cirúrgico.

A paciente foi submetida a sedação com propofol endovenosa. Foram

utilizados 5 anestubes de articaína. A incisão no local foi realizada com lâmina 15c

palatinamente a crista gengival com intra sulcular nos elementos 13,16 e 17, 23,24,26

e 27. Para melhor divulsão dos tecidos, recebeu incisões relaxantes na mesial do 13,

distal do 17, mesial do 24 e distal do 27.

O retalho mucoperiostal foi rebatido superiormente e exposta a parede óssea

da maxila. Evidenciamos o seio maxilar direito onde foi feita abertura da loja cirúrgica

com broca esférica e no seio esquerdo foi realizado o mesmo procedimento. Um

indicativo de que a osteotomia deveria cessar em ambas regiões, foi o fato da

visualização por transparência das arteríolas da membrana. Foram feitos

deslocamento das membranas de Schneider com curetas especificas.

O tamanho e o formato da loja dependeram da área protética a ser reabilitada.

Bloco ósseo foi esculpido adaptando-o ao leito receptor de forma mais intima possível

de modo a propiciar o maior contato com o osso hospedeiro. Essa escultura foi feita

28

com micro serra e brocas esféricas e piriformes especiais para osso. Foram utilizados

2 blocos ósseos. Parte do primeiro bloco foi colocado do lado direito e parte do

segundo bloco do lado esquerdo.

O osso restante foi triturado e usado para preencher os seios maxilares e após

procedimentos de perfurações ósseas no leito receptor (descorticalização) com

brocas esféricas laminadas, imobilizamos os fragmentos através de osteosíntese com

2 parafusos (Neodent) de 1,5 x 11mm de cada lado, promovendo enxertos tipo onlay.

Todo enxerto foi recoberto com osso particulado triturado do mesmo bloco usado na

enxertia. Uma membrana de origem bovina (Gen Derm - Baumer), foi usada no seio

maxilar direito devido a uma perfuração próxima ao septo que dividia o seio.

As feridas cirúrgicas foram suturadas com fio mononylon 5.0. Bandagem com

micropore foi realizada logo após a cirurgia e prescritos os cuidados pós-operatório.

Os medicamentos pós operatórios receitados foram: Sigma-Clav BD 875mg, 3 vezes

ao dia, por 7 dias; Celestone 2 mg, 2 vezes ao dia, por 2 dias; Spidufem 600mg, 3

vezes ao dia, por 4dias e Paracetamol 750mg, 3 vezes ao dia, por 3 dias. O

planejamento cirúrgico e protético pós enxertia é para instalação de 5 implantes

hexágono externo nas regiões dos elementos 14,15,16,25,26 e próteses parafusadas

unidas com instalação de abutments (mini pilares). Após 30 dias a paciente retornou

para remoção de sutura e tomadas fotográficas.

Até o presente momento observou-se clinicamente boa cicatrização e

aumento do rebordo maxilar. Paciente seguiu corretamente as orientações pós-

operatórias e mesmo com a perfuração da membrana do seio, não relatou

sangramento nasal. Apenas pequeno edema, um pouco de sensibilidade e

desconforto foram relatados com relação aos primeiros 4 dias após a cirurgia.

29

3.1 EVOLUÇÃO DO RELATO CLÍNICO

FIGURA 1. ASPECTO INICIAL FIGURA 2. OCLUSAL

FIGURA 3. PERFIL ESQUERDO FIGURA 4. PERFIL DIREITO

FIGURA 5. SEIO MAXILAR FIGURA 6. DESCOLAMENTO DE LADO DIREITO MEMBRANA E DESCORTICALIZAÇÃO LADO DIREITO

30

FIGURA 7. ENXERTO ONLAY LADO DIREITO FIGURA 8. ENXERTO INLAY LADO DIREITO

FI FI FI

FIGURA 8. SEIO MAXILAR 9. DESCOLAMENTO DA MEMBRANA ESQUERDO FIGURA E DESCORTICALIZAÇÃO

FIGURA 10. FIXAÇÃO DO ENXERTO FIGURA 11. ENXERTO LADO ESQUERDO

LADO ESQUERDO

31

FIGURA 12. E 13. SUTURA12

FIGURA 14 E 15. PRIMEIRO MÊS DE ACOMPANHAMENTO. LADO DIREITO E ESQUEDO.

32

4. DISCUSSÃO

No intuito de analisar os resultados clínicos envolvendo a utilização dos

enxertos ósseos homógenos para reconstrução da maxila, vários estudos foram

comparados.

Em relação ao tempo de reparação óssea pós enxertia homógena sugerido

pelos autores houveram algumas divergências. Navarro Júnior em 2002, sugeriu que

o tempo ideal para colocação dos implantes deve ser de mínimo 9 meses para blocos

córtico-esponjosos e 12 meses para blocos corticais.

Contar et al. (2009) em seu estudo histológico e clínico de 15 pacientes após

enxertia tibial em bloco na maxila aguardou um período de 9 meses para analise

histológica sendo encontrado osso vivo, maduro e compacto cercado de espaços

medular e todos os implantes colocados neste período obtiveram sucesso em

acompanhamento de 24 e 35 meses.

Cury et al. (2010) em estudo de 1 caso clínico de enxerto em 1 paciente com

espera de 8 meses para instalação dos implantes também obteve sucesso com

acompanhamento de 5 anos.

Kopp et al. (2014) em seu estudo com osso homógeno particulado fresco

congelado também obteve êxito em 8 meses de espera para cirurgia de colocação

dos implantes.

Cosmo et al. (2007) em seu estudo com 1 paciente submetido a enxertia com

osso homógeno fresco congelado fragmentado e levantamento de seio maxilar, em

análise histológica após 6 meses, no momento da colocação dos implantes, foi

visualizado um tecido altamente mineralizado, desenvolvido, com osteócitos

caracterizando um tecido vital.

Molon et al. (2009), também obtiveram êxito aguardando apenas 6 meses

para instalação dos implantes. Dos trabalhos revisados que tiveram um tempo de

espera inferior a 6 meses pós enxertia para instalação dos implantes, Pereira et al.

(2014), após colocação de 98 blocos onlay e 130 implantes obtiveram êxito em 96,7%

deles.

Barone et al. (2009), concluiram que enxerto homógeno fresco congelado da

crista ilíaca é uma alternativa adequada para a reconstrução da maxila atrófica com

baixa taxa de reabsorção aos 5 meses pois dos 130 implantes instalados em 98 blocos

onlay homógenos, apenas 4 implantes apresentaram falhas.

33

Em comparativo entre área doadora de enxertos homógenos e sua

efetividade, Lima et al. (2012) em estudo para avaliar o ganho ósseo em espessura

nas reconstruções de pré-maxila com transplantes homógenos provenientes de

cortical de fêmur, relatou 100% de sucesso nos 8 pacientes tratados bilateralmente.

Peleg et al. (2010), com 57 enxertos colocados com osso homógeno de crista ilíaca

para reconstrução de maxilas atróficas, apenas um mostrou reabsorção de 2,5mm.

Contar et al. (2009) obteve êxito em seu estudo com enxertos homógenos

tibiais. Buffoli et al. (2013) avaliaram a reconstrução do osso alveolar da maxila usando

enxertos da cabeça de fêmur e crista ilíaca FFBA. Dez pacientes foram tratados com

enxertos FFBA da crista ilíaca ou cabeça femoral antes da colocação dos implantes

dentários. Após 6 meses, foram observadas percentagens similares de formação de

novo osso e enxerto residual, enquanto que as diferenças entre a percentagem de

osso total (mais elevada para a crista ilíaca) e a percentagem de tecido não

mineralizado (mais elevada para a cabeça femoral) estavam presentes.

Observou-se uma percentagem significativamente maior de vasos CD34-

positivas no processo de rejeição FFBA da cabeça femoral do que na crista ilíaca. Del

Valle et al. (2006) atentam para a necessidade de maiores estudos sobre este assunto

voltados à Implantodontia, pois ainda não se tem conhecimento sólido e confiável

quanto ás melhores áreas doadoras a serem utilizadas para enxertia da maxila e

mandíbula.

Ressalvo ainda o comparativo entre enxertos realizados com osso homógeno

e autógeno. Mallmann et al. (2012) confirmou em seu estudo que o enxerto homógeno

apresentou vitalidade tanto quanto o enxerto autógeno porém com a necessidade de

um maior tempo de espera de incorporação.

Schlee et al. (2014) em seu trabalho de análise aos resultados do PES em

estética rosa obteve resultados estéticos semelhantes com os 2 tipos de enxertos.

Da Silva (2011), mostrou que a diferença de sucesso entre os implantes

instalados em áreas de enxerto autógeno e implantes instalados em áreas de enxerto

homógeno não é significativa, apesar da formação óssea ocorrer de forma mais lenta

com osso homógeno. Frisou que maiores estudos devem ser realizados para obter

evidências cientificas mais significativas.

Chiapasco et al. (2015) encontrou maior reabsorção peri-implantar, menor

sobrevivência do implante e maior taxa de exposição óssea de FFBA quando

comparado ao enxerto autógeno da crista ilíaca em seu estudo com 15 pacientes.

34

Lumetti et al. (2014) publicaram um estudo com o objetivo de investigar por

meio de tomografia computadorizada feita em uma semana e 6 meses após enxerto,

a correlação existente entre densidade e reabsorção de enxerto em bloco de osso

autógeno (AB) e enxerto em bloco fresco congelado (FFBA). Os enxertos homógenos

perderam significativamente mais volume. Enxertos mais densos têm menor grau de

reabsorção.

Ainda existe dúvida sobre a segurança e eficácia do uso de enxertos

homógenos para ganho ósseo em espessura e altura, porém a probabilidade de

transmissão de doenças é de baixa magnitude devido ao rigoroso protocolo de

biossegurança propostas pela ANVISA, que deve ser seguido por todos os bancos de

tecidos musculoesqueléticos em território nacional (CASSA, 2012; BUGARIN

JUNIOR, 2007; COSMO et al., 2007; KOPP et al. 2014; DOS SANTOS, 2007).

Resultados deste estudo sugerem que o osso autógeno é o melhor material

para reconstruções de maxila por ter a capacidade de osteogênese, osteocondução,

osteoindução e não desencadear resposta imunológica especifica (BONIELLO et al.,

2013).

Porém faz-se a necessidade de um segundo sitio cirúrgico para obtenção

deste tipo de osso, o que provoca maior desconforto, aumento do tempo cirúrgico e

maior grau de morbidade dos pacientes, que em certos casos necessita de internação

hospitalar tornando a técnica mais onerosa (COSMO et al., 2007).

Os ossos homógenos, provenientes do banco de ossos surge como uma

alternativa ao osso autógeno, sendo muito bem indicado nos pacientes com áreas

doadoras deficientes, com comprometimento local ou sistêmico (CASSA, 2012;

BIZERRA, 2012; DEL VALLE et al., 2006).

Uma das vantagens do osso homógeno é que suas características a longo

prazo tornam-se muito parecidas com as do osso autógeno (MALLMANN et al., 2012;

DISCACCIATI et al. 2013; BONIELLO et al., 2013).

É praticamente uma fonte infinita de material para enxerto, exige um menor

tempo cirúrgico, sendo muito bem indicado nos pacientes com áreas doadoras

deficientes (CASSA, 2012; DISCACCIATI et al. 2013).

Os enxertos ósseos homógenos frescos congelados apresentam também

capacidade de remodelação, incorporação e qualidade suficiente para resistir a cargas

funcionais (BIAGINI et al., 2009; CURY et al., 2010).

35

Desvantagens em potencial podem ser observadas pelo mínimo, porém

presente, risco de transmissão de doenças e uma leve e persistente antigenicidade

que atrasa a remodelação, necessitando de um tempo maior para lhe atribuir cargas

mastigatórias (NAVARRO JÚNIOR, 2002; MALLMANN et al., 2012).

36

5 CONCLUSÃO

O osso homógeno é uma alternativa viável para reconstrução de rebordos

alveolares da maxila assim como levantamento de seio maxilar. Embora existam

desvantagens desse tipo de osso com relação ao enxerto autógeno, ele propicia

segurança quando seguidas as normas de biossegurança no seu processamento,

dispondo de quantidade ilimitada de material a ser utilizado, eliminando a necessidade

de um segundo sitio cirúrgico.

Mais estudos devem ser realizados a longo prazo para efetivar a qualidade

deste tipo de enxerto e melhor área doadora, bem como o seu real tempo de

incorporação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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