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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA Relatório Final Trabalho de Graduação Autor: Nome do autor Orientador: Nome do prof. orientador Sensores de Aceleração

modelo de trabalho para instrumentação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REIFACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

Relatório Final

Trabalho de Graduação

Autor: Nome do autor

Orientador: Nome do prof. orientador

São João del Rei, Clique aqui para inserir uma data

Sensores de Aceleração

Page 2: modelo de trabalho para instrumentação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REIFACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

Relatório Final

Trabalho de Graduação

Autor: Nome do autor

Orientador: Nome do prof. orientador

Curso: Engenharia Mecânica

Trabalho de Graduação apresentado à Comissão de Graduação da Faculdade

de Engenharia Mecânica, como requisito para aprovação na disciplina.

São João del Rei, Clique aqui para inserir uma data

M.G. – Brasil

Sensores de Aceleração

Page 3: modelo de trabalho para instrumentação

Sumário

Resumo........................................................................................................................... iii

Lista de Figuras............................................................................................................. iv

Lista de Equações......................................................................................................... iv

Nomenclatura..................................................................................................................v

Capítulo 1........................................................................................................................ 1

1. Introdução................................................................................................................1

Capítulo 2........................................................................................................................ 3

2. Sensores de Aceleração.........................................................................................3

2.1. Aceleração...........................................................................................................3

2.2. Princípio de funcionamento de um acelerômetro básico.....................................4

Capítulo 3........................................................................................................................ 7

3. Tipos de Acelerômetros..........................................................................................7

3.1. Capacitivos..........................................................................................................7

3.2. Piezoelétricos......................................................................................................8

3.3. Piezoresistivos...................................................................................................11

4. Especificações.......................................................................................................14

4.1. Especificações Físicas......................................................................................15

4.2. Especificações Elétricas....................................................................................15

4.3. Especificações do Ambiente..............................................................................15

5. Tipos de Fixação do Acelerômetro......................................................................16

5.1. Fixação Magnética.............................................................................................16

5.2. Fixação por parafuso.........................................................................................16

5.3. Fixação com cola...............................................................................................16

5.4. Fixação por hastes............................................................................................16

6. Sinais de Saída do Acelerômetro.........................................................................17

6.1. Sinal Analógico..................................................................................................17

6.2. Sinal Digital........................................................................................................17

7. Aplicações..............................................................................................................17

i

Page 4: modelo de trabalho para instrumentação

7.1. Engenharia........................................................................................................17

7.2. Biologia..............................................................................................................18

7.3. Indústria – Acompanhamento da vida de componentes....................................18

7.4. Construção e estruturais de acompanhamento.................................................18

7.5. Navegação.........................................................................................................19

7.6. Aparelhos eletrônicos........................................................................................20

7.7. Orientação de sensoriamento............................................................................20

7.8. A estabilização de imagem................................................................................21

7.9. Integridade do dispositivo..................................................................................21

Capítulo 4...................................................................................................................... 22

8. Resultados e Discussões.....................................................................................22

Capítulo 5...................................................................................................................... 23

9. Conclusões............................................................................................................23

Referências Bibliográficas...........................................................................................24

ii

Page 5: modelo de trabalho para instrumentação

Resumo

LACERDA, A. L. M.; OLIVEIRA, J. A.; RODRIGUES, H. A. Sensores de

Aceleração, Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de São João

del Rei, Trabalho de Graduação, (2013).

Em todas as áreas da Engenharia, a medição de propriedades e fenômenos

físicos é importante para solução de problemas e monitoramento de sistemas.

Quando esta medição não pode ser efetuada diretamente, são utilizados os

sensores para caracterizar os mensurandos. Sensores são dispositivos que

convertem um efeito físico em um sinal conveniente e compreensível tanto para

sistemas analógicos quanto para sistemas digitais. A aceleração se apresenta como

um dos mais importantes efeitos físicos dentre aqueles que não podem ser medidos

diretamente. Por isso, o sensor de aceleração configura-se como um dos sensores

de aplicabilidades mais extensas na Engenharia. Este trabalho busca estudar seus

princípios de funcionamento, os tipos de sensores que podem ser usados nas mais

diversas operações, a maneira como o sinal de saída é utilizado e suas aplicações

mais importantes na Engenharia, através de uma ampla revisão bibliográfica.

Palavras Chave: Sensores de Aceleração, Transdutores, Acelerômetros,

Aceleração, Vibração.

iii

Page 6: modelo de trabalho para instrumentação

Lista de Figuras

Figura 2.1. Transformação de sinais através do acelerômetro....................................3

Figura 2.2. Acelerômetro básico. Fonte: MEEHAN E MOLONEY, 2010.....................5

Figura 2.3. Obtenção do sinal de posição a partir do acelerômetro............................6

Figura 3.1. Forma construtiva de um acelerômetro capacitivo simples. Fonte:

KUCHMA, 2007...........................................................................................................8

Figura 3.2. Construções do acelerômetro piezoelétrico: (a) cisalhamento, (b)

compressão e (c) flexão. Fonte: WEBER, 2012........................................................10

Figura 3.3. Strain Gauge. Fonte: LIU, 2011...............................................................12

Figura 3.4. Ponte de Wheatstone. Fonte: LIU, 2011.................................................13

Figura 3.5. Exemplo de acelerômetro resistivo. Fonte: KUCHMA, 2007...................14

Lista de Equações

(2.1)............................................................................................................................. 3

(2.2)............................................................................................................................. 4

(2.3)............................................................................................................................. 4

(2.4)............................................................................................................................. 5

(3.1)............................................................................................................................. 7

(3.2)........................................................................................................................... 11

(3.3)........................................................................................................................... 13

iv

Page 7: modelo de trabalho para instrumentação

Nomenclatura

Letras Latinasv velocidade [m/s]

t tempo [s]

x posição [m]

F força [N]

m massa [kg]

k constante elástica da mola [N/m]

C capacitância [F]

A área [m²]

d distância [m]

R resistência elétrica [Ω]

l comprimento do condutor [m]

Letras Gregas∊ permissividade relativa

Superescritos+ tempo posterior

Subscritosin entrada

out saída

Abreviações

SiglasMEMS Sistemas Microeletromecânicos;

IEPE Piezoelétricos com Eletrônica Integrada;

v

Page 8: modelo de trabalho para instrumentação

vi

Page 9: modelo de trabalho para instrumentação

Capítulo 1

1. Introdução

Em todas as áreas da Engenharia, a medição de propriedades e fenômenos

físicos é importante para o entendimento e caracterização de problemas a serem

solucionados e para monitoramento e controle de sistemas em aplicações

específicas.

Na maioria dos casos, os mensurandos relacionados a estes fenômenos não

podem ser medidos diretamente, seja por inconveniência ou pela falta de equações

determinísticas que descrevam seus comportamentos. Nestes casos, é comum o

uso de sensores para obtenção das medições desejadas, ferramenta ideal para a

medição indireta dos efeitos físicos desejada. Os sensores são dispositivos que

convertem um efeito físico em um sinal conveniente e compreensível tanto para

sistemas analógicos quanto para sistemas digitais.

A aceleração se apresenta como um dos mais importantes efeitos físicos

dentre aqueles que não podem ser medidos diretamente, porque a partir desta

propriedade é possível obter várias outras, como vibração, choque, rotação,

inclinação e orientação. Por isso, o sensor de aceleração configura-se como um dos

sensores de aplicabilidades mais extensas na Engenharia.

Na indústria automobilística, os sensores de aceleração são responsáveis pela

ativação dos airbags (GOODENOUGH, 1991), além do monitoramento da condição

dos componentes de carros de competições automobilísticas. Sistemas inerciais de

navegação de alta precisão são baseados em sensores de aceleração (KRAFT,

1997). Uma das aplicações aeroespaciais destes sensores é a medição da

microgravidade em laboratórios espaciais (KULZER ET AL., 1992). Na Engenharia

de Manutenção, medir a aceleração é importante para a detecção de defeitos em

equipamentos de produção a partir de seus dados de vibração. Até mesmo os atuais

celulares e controles de consoles de jogos eletrônicos possuem acelerômetros

1

Page 10: modelo de trabalho para instrumentação

embutidos para a detecção de movimento e conversão deste sinal em um comando

para o utensílio.

Devido a esta importância dos sensores de aceleração, este trabalho busca

estudar seus princípios de funcionamento, os tipos de sensores que podem ser

usados nas mais diversas operações, a maneira como o sinal de saída é utilizado e

suas aplicações mais importantes na Engenharia, através de uma ampla revisão

bibliográfica.

2

Page 11: modelo de trabalho para instrumentação

Capítulo 2

2. Sensores de Aceleração

Os sensores de aceleração são comumente chamados de acelerômetros, que

são transdutores mecânicos ou eletromecânicos que transformam uma excitação

mecânica em um sinal elétrico. A Figura 2.1 mostra esta relação.

Figura 2.1. Transformação de sinais através do acelerômetro.

Este capítulo apresenta a definição de aceleração e o princípio de

funcionamento de um acelerômetro básico para o melhor entendimento da operação

de cada tipo de sensor de aceleração.

2.1. Aceleração

Como mostra a Equação 2.1, aceleração pode ser definida como a taxa de

variação de velocidade de um ponto material no tempo.

a=∂v∂ t

=∂2 xd t 2

(m/s2) (2.1)

Onde v é a velocidade (m/s), t é o tempo (s) e x é a posição (m).

Nota-se que a velocidade, por sua vez, é a taxa de variação de posição de um

ponto material no tempo. Por isso, velocidade é uma variável que possui módulo,

sentido e direção. De acordo com a Segunda Lei de Newton (Equação 2.2), para

haver aceleração e, consequentemente, variação da velocidade do ponto, é

necessária a ação de uma força resultante sobre ele.

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Page 12: modelo de trabalho para instrumentação

∑i=1

n

F⃗ i=m a⃗ (kg.m/s2) (2.2)

Onde F é a força (N) e m é a massa (kg).

Se a força resultante agindo sobre um corpo for zero, sua aceleração também

será zero e sua velocidade permanecerá constante. Mas a partir da aplicação de

uma força resultante diferente de zero sobre este corpo, ele passa a ter aceleração e

variação de velocidade.

2.2. Princípio de funcionamento de um acelerômetro básico

A medição de aceleração sempre tem como base a mecânica clássica de

Newton (KRAFT, 1997). Baseando nas definições de aceleração apresentadas

anteriormente, um único sensor pode medir a aceleração, a vibração, o choque, a

rotação, a orientação e a inclinação causada por forças resultantes sobre um corpo.

O dispositivo mais simples de medição de aceleração é o sistema massa-mola.

Assim, além de basear-se na Segunda Lei de Newton, este sensor básico é dirigido

também pela Lei de Hooke para molas, caracterizada pela Equação 2.3.

F=k ∙∆ x (kg.m/s2) (2.3)

Onde F é a força da mola (N), k é a constante elástica da mola (N/m) e ∆x é o

deslocamento da mola (m).

O dispositivo é mostrado na Figura 2.2.

4

Page 13: modelo de trabalho para instrumentação

Figura 2.2. Acelerômetro básico. Fonte: MEEHAN E MOLONEY, 2010.

Este medidor de velocidade é construído com uma massa livre pra se deslocar

conectada a uma base através de uma mola relaxada. A base é fixada a uma

estrutura formando um referencial inercial. O dispositivo também é dotado de uma

ferramenta capaz de medir o deslocamento linear sofrido pela massa a partir da

posição de mola relaxada x0, quando sobre o sistema age uma aceleração

(MEEHAN E MOLONEY, 2010).

Se, por exemplo, o sistema for acelerado para a esquerda, a massa sofrerá

uma força que a deslocará para a direita a uma distância ∆x a partir de x0 e a mola

se estenderá. A força causada pela aceleração será equilibrada pela força causada

pela mola estendida. Sob aceleração constante, as Equações 2.2 e 2.3 se igualam e

a aceleração sofrida pelo sistema é determinada por:

a= km∆ x (m/s2) (2.4)

Analogamente, os acelerômetros são capazes de medir aceleração em um,

dois e três eixos ortogonais, não se limitando apenas à aceleração linear, portanto.

Uma das características da medição de aceleração é a possibilidade de

determinação da velocidade e da posição a partir dos dados levantados pelo

medidor. Como mostra a Equação 2.1, aplicando-se uma integral ao sinal de

aceleração, obtêm-se as informações sobre velocidade do corpo. Aplicando-se uma

integral dupla, determina-se a posição do corpo. A Figura 2.3 mostra este processo.

5

Page 14: modelo de trabalho para instrumentação

Figura 2.3. Obtenção do sinal de posição a partir do acelerômetro.

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Page 15: modelo de trabalho para instrumentação

Capítulo 3

3. Tipos de Acelerômetros

A Segunda Lei de Newton permite o desenvolvimento de uma pletora de

sensores. O presente capítulo descreve as características e dos tipos de

acelerômetros mais utilizados na Engenharia dentre as dezenas de tipos existentes:

capacitivo, piezoelétrico e piezoresistivos. A diferença fundamental entre eles é o

método como o deslocamento da massa é medido.

3.1. Capacitivos

Os acelerômetros capacitivos são baseados na variação da capacitância

proporcional à aceleração da massa sísmica do acelerômetro.

Capacitores são componentes de circuitos elétricos destinados a armazenar

carga elétrica. Consegue-se este efeito basicamente através da disposição de duas

placas metálicas (eletrodos) paralelas separadas a uma pequena distância por um

meio dielétrico e ligadas a terminais. Quando se estabelece uma diferença de

potencial entre os dois eletrodos, é formado um campo eletrostático que armazena

energia. À propriedade de armazenamento de energia elétrica deste capacitor dá-se

o nome de capacitância C, como define a Equação 3.1.

C=ϵ 0 ϵAd

(F) (3.5)

Onde ϵ 0 é a constante de permissividade eletrostática do vácuo (~8,854 x 10-12

F/m), ϵ é a permissividade relativa do meio dielétrico, A é a área dos eletrodos (m2) e

d é a distância entre os eletrodos.

Observa-se que a capacitância varia quando a distância entre as placas

paralelas varia. Deste modo, é possível construir um acelerômetro onde uma placa é

fixada a um elemento elástico e outra placa é estática. Quando o acelerômetro for

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Page 16: modelo de trabalho para instrumentação

submetido a uma aceleração, a distância entre as placas aumentará ou diminuirá,

causando variação na capacitância do conjunto e dando origem a um sinal elétrico.

A Figura 3.1 esquematiza sua forma construtiva.

Figura 3.4. Forma construtiva de um acelerômetro capacitivo simples. Fonte:

KUCHMA, 2007.

Esta tecnologia é largamente aplicada em sensores de aceleração, devido ao

grande uso de Sistemas Microeletromecânicos (MEMS – Micro Eletro-Mechanical

Systems, em inglês) nos equipamentos modernos. Acelerômetros MEMS são

sensores microfabricados que exploram as propriedades mecânicas do silicone

policristalino para criar estruturas movíveis que detectam movimento em direções

distintas (FIGUEIREDO ET AL., 2007), tipicamente pelo princípio capacitivo ou pelo

resistivo. Isto permite a miniaturização de todo o transdutor, além de conferir a ele

alta precisão, cofiabilidade, flexibilidade e sensibilidade.

Como um todo, os acelerômetros capacitivos possuem banda de frequência

limitada a algumas centenas de Hertz e geralmente não conseguem detectar

acelerações acima de 100 g.

3.2. Piezoelétricos

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Alimentação

SinalTerra

Massa

Sensor Capacitor 1

~

Sensor Capacitor 2

Flexão

Isolante

Isolante

Page 17: modelo de trabalho para instrumentação

Acelerômetros piezoelétricos funcionam a partir do princípio do efeito

piezoelétrico de alguns cristais, que são capazes de gerar um potencial elétrico

quando submetidos a uma tensão mecânica.

O efeito piezoelétrico ocorre naturalmente no quartzo, na turmalina e no sal de

Rochelle, entre outros cristais. Neles, os íons positivos e negativos se realinham nas

faces opostas estabelecendo uma diferença de potencial entre elas. Para este

potencial tornar-se mensurável sob pequenas deformações, foram criadas

cerâmicas inorgânicas artificialmente polarizadas, como o titanato zirconato de

chumbo (PZT), que também é piroelétrico e ferroelétrico. Deste modo, este tipo de

cerâmica é integrada a massas sísmicas e circuitos eletrônicos para formar um

sensor de aceleração que não requer alimentação e é baseado na segunda lei de

Newton.

Este tipo de acelerômetro é limitado em banda de frequência pela frequência

de ressonância do sistema massa-mola. Como a massa sísmica é pequena, a

frequência de ressonância é geralmente alta, o que significa que estes sensores

possuem larga banda de frequência mensurável. Porém, quanto menor a massa

sísmica, menor a sensibilidade do sensor, fator que deve ser devidamente

equilibrado pelas especificações do acelerômetro.

Três são as formas construtivas mais comuns: cisalhamento, compressão e

flexão. Todas as três têm em comum uma pequena massa sísmica que se move em

relação a uma base fixa chamada de poste e deforma a cerâmica piezelétrica.

Porém, a forma como a cerâmica sofre deformação é o que difere estes subgêneros

de acelerômetros, como mostra a Figura 3.2.

No acelerômetro piezoelétrico de cisalhamento, a cerâmica é aprisionada entre

a massa sísmica e o poste central fixo. Sob aceleração, a massa causa o

cisalhamento da cerâmica, gerando o sinal de tensão elétrica. Este tipo de

acelerômetro é de ótimo desempenho, pois podem ser isolados dos efeitos de

transientes térmicos e flexão de base caso a cerâmica seja isolada da base e do

estojo.

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Page 18: modelo de trabalho para instrumentação

(a)

(b)

(c)

Figura 3.5. Construções do acelerômetro piezoelétrico: (a) cisalhamento, (b)

compressão e (c) flexão. Fonte: WEBER, 2012.

No acelerômetro de compressão, a cerâmica possui o formato de um disco de

compressão que se localiza abaixo da massa sísmica. Esta, por sua vez, é fixada ao

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Page 19: modelo de trabalho para instrumentação

poste central por uma mola que permite seu deslocamento. Sob aceleração, a

massa induz compressão ou tração do disco, induzindo a tensão elétrica

proporcional. São de estrutura simples e robustos, o que aumenta ainda mais a

frequência de ressonância do sistema, aumentando a banda de frequência

mensurável. A robustez também contribui com a resistência do acelerômetro de

compressão a choques mecânicos intensos. Como a cerâmica se encontra

diretamente em contato com a base, este tipo é sensível a transientes de

temperatura e à flexão da base.

No acelerômetro de flexão, a cerâmica é uma viga flexível em balanço, com a

massa sísmica fixada à sua extremidade livre. Sob aceleração, a massa causa a

flexão sob tensão mecânica do material piezoelétrico, gerando tensão elétrica. São

sensores compactos, leves e de baixo custo. No entanto, são mais frágeis e também

são sensíveis a transientes térmicos e flexões na base.

Sensores de aceleração piezoelétricos também podem ser classificados pela

maneira como o sinal é tratado. São chamados de acelerômetros IEPE (Integrated

Electronics Piezoelectric) ou Piezoelétricos com Eletrônica Integrada quando contêm

condicionadores de sinal integrados à eletrônica do próprio transdutor. Quando o

condicionamento de sinal deve ser feito externamente, são chamados de

acelerômetros tipo carga.

3.3. Piezoresistivos

Os acelerômetros piezoresistivos funcionam de acordo com o efeito

piezoresistivo de elementos condutores.

O efeito piezoresistivo consiste na variação da resistência de um condutor

elétrico quando este é submetido a tensões mecânicas. A variação da resistência R

do condutor é uma função de sua área A (m²), bem como de seu comprimento l (m)

e de sua resistividade elétrica ρ (Ωm), como mostra a Equação 3.2.

R=ρ lA

(Ω) (3.6)

11

Page 20: modelo de trabalho para instrumentação

Piezoresistores são, então, resistores que sofrem variação de resistência com

a aplicação de tensões mecânicas. Resistores metálicos variam sua resistência em

resposta a tensões mecânicas principalmente devido ao mecanismo de deformação.

Estes resistores são chamados de strain gauges. A resistência de um semicondutor

de silicone varia em função da tensão mecânica. Por isso, o silicone é um verdadeiro

piezoresistor (LIU, 2011).

A Figura 3.3 mostra um strain gauge. Estes sensores têm uma propriedade

chamada de fator gauge que exprime a relação entre a variação relativa da

resistência elétrica e a deformação mecânica. O fator gauge possui duas

componentes: fator gauge longitudinal para as variações de resistência sofridas a

partir das tensões aplicadas longitudinalmente e fator gauge transversal para as

variações de resistência sofridas a partir das tensões aplicadas transversalmente.

Sob tração longitudinal, a área do strain gauge diminui, levando a um aumento da

resistência do elemento. Sob compressão longitudinal, a área aumenta e a

resistência diminui. No sentido transversal, os efeitos são completamente reversos.

Figura 3.6. Strain Gauge. Fonte: LIU, 2011.

Normalmente as variações de resistência são medidas através de uma ponte

Wheatstone, uma configuração de circuito para medição por comparação. A Figura

3.4 mostra uma ponte de Wheatstone. O circuito consiste de quatro resistores

conectados num ciclo. A tensão de alimentação é aplicada entre duas junções

separadas por dois conjuntos de duas resistências em série, sendo os conjuntos

paralelos entre si. Entre as duas outras junções, existe uma diferença de potencial

que é chamada de tensão de saída. Uma ou mais resistências deste circuito podem

12

Page 21: modelo de trabalho para instrumentação

ser strain gauges enquanto as outras resistências são fixas. Assim, a tensão de

saída se torna uma função da variação de resistência nos strain gauges, como

mostra a Equação 3.3.

Figura 3.7. Ponte de Wheatstone. Fonte: LIU, 2011.

V out=( R2R1+R2

−R4

R3+R4 )V ¿ (V) (3.7)

Onde V out é a tensão de saída (V), V ¿ é a tensão de alimentação (V), R1 ,R2 , R3

e R4 são as resistências dos respectivos braços da ponte (Ω).

Surgindo a capacidade de medir uma variável elétrica em função indiretamente

de forças mecânicas, a tecnologia torna-se aplicável à medição de aceleração. A

Figura 3.5 mostra a forma construtiva de um acelerômetro. Neste caso, a massa

sísmica é fixada à extremidade livre de uma viga em balanço e duas resistências da

ponte de Wheatstone são strain gages presos à viga. Quando o transdutor é

submetido a uma aceleração, a massa se desloca provocando uma tensão

mecânica na viga. A mesma tensão é sofrida pelos strain gages, onde acontece

variação de resistência que é convertida em um sinal de tensão elétrica.

Os sensores piezoresistivos são sensíveis à variação de temperatura, por isso

é necessário adotar métodos de compensação desta variação, seja internamente

através do uso dos braços da ponte ou externamente por processamento ou pós-

processamento do sinal.

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Page 22: modelo de trabalho para instrumentação

Figura 3.8. Exemplo de acelerômetro resistivo. Fonte: KUCHMA, 2007.

Os acelerômetros piezoresistivos formam o conjunto de acelerômetros onde

mais se aplica a tecnologia MEMS, por isso são de grande aplicação tanto na

Engenharia quanto em equipamentos usados pelo público geral.

Liu (2011) descreve, diferencia e formula matematicamente os strain gauges

metálicos e de semicondutores de silicone monocristalino e policristalino.

Acelerômetros piezoresistivos são os mais versáteis. Possuem larga banda de

frequência mensurável, conseguindo medir desde 0 Hz até milhares de Hertz,

dependendo do sensor. Isto porque estes transdutores geralmente contém

amortecimento por fluido, o que evita frequências de ressonância nas bandas de

aplicação. Além disso, como sua saída é diferencial e puramente resistiva, o sensor

piezoresistivo tem bom desempenho em relação a ruídos. Algumas formas

construtivas suportam acelerações acima de 10.000 g. Sendo um dispositivo que

fornece resposta em DC, é possível obter sinais de velocidade e posição a partir do

sinal de aceleração sem erros de integração (CHU, 2012).

4. Especificações

Um acelerômetro qualquer tem diversas especificações básicas, que variam

de um para outro de acordo com a sua finalidade. As principais especificações

podem ser divididas em alguns grupos como:

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Page 23: modelo de trabalho para instrumentação

4.1. Especificações Físicas

As especificações físicas de um acelerômetro, referem-se ao corpo e

composição física do mesmo. As principais delas são:

Tamanho do Acelerômetro ( Largura x Comprimento )

Peso

Rosca de Moldagem ( Macho ou Fêmea )

Elementos de Sensoriamento

Material da Caixa

Conector elétrico

4.2. Especificações Elétricas

As especificações elétricas são referentes a parte eletrônica do acelerômetro,

As principais são:

Sensibilidade

Faixa de Medição

Tempo de Equilíbrio

Tensão de Polarização de Saida

Tensão de Excitação

4.3. Especificações do Ambiente

As especificações do ambiente referem-se ao ambiente de trabalho do

acelerômetro. As principais são:

Umidade Relativa

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Page 24: modelo de trabalho para instrumentação

Limite de choque

Temperatura do Ambiente

5. Tipos de Fixação do Acelerômetro

Os acelerômetros, podem ser fixados nos mais diversos tipos de objetos, e de

diversas formas, que variam de acordo com as especificações de cada acelerômetro

e cada projeto, Os tipos de fixação mais comuns são:

5.1. Fixação Magnética

O acelerômetro possuiu uma base magnética, é preso no objeto através de imã

que segura tal base.

5.2. Fixação por parafuso

O acelerômetro é parafusado no objeto

5.3. Fixação com cola

O acelerômetro é colado no objeto

5.4. Fixação por hastes

O acelerômetro possui algumas hastes, que encaixam no objeto deixando o

fixo a ele.

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Page 25: modelo de trabalho para instrumentação

6. Sinais de Saída do Acelerômetro

Um acelerômetro pode ter dois tipos de sinal de saída, de acordo com suas

características físicas, esses tipos de sinais são:

6.1. Sinal Analógico

O sinal analógico de saída é um valor de tensão proporcional à aceleração

sofrida pelo componente. Caso se mantenha constante, a tensão na saída do

acelerômetro também será constante.

6.2. Sinal Digital

Os acelerômetros digitais já fazem internamente a conversão do sinal

analógico para um sinal digital, ou seja, enviam um sinal digital de acordo com a

aceleração sofrida pelo componente

7. Aplicações

7.1. Engenharia

Acelerômetros podem ser usados para medir forças inerciais: podem ser

usados para medir velocidade, deslocamento ou força. Ele pode fazer isto porque a

aceleração integrada no tempo fornece a velocidade de um objeto. A velocidade

integrada no tempo fornece o deslocamento. Aplicações de medição de forças

inerciais incluem sensores de choque para airbags, sistemas de navegação para

carros e controle de elevadores.

Acelerômetros podem ser usados para medir choque, vibrações de máquinas

industriais ou de terremotos. Acelerômetros têm sido muito usados para monitorar as

condições de máquinas para prever falhas.

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Page 26: modelo de trabalho para instrumentação

7.2. Biologia

Os acelerômetros são também cada vez mais utilizado nas Ciências Biológicas.

Gravações de alta frequência de biaxial ou [aceleração tri axial 6] (> 10 Hz) permite

a discriminação de padrões de comportamento quando os animais estão fora de

vista. Além disso, as gravações de aceleração permitem aos pesquisadores

quantificar a taxa à qual um animal é gasto de energia na natureza, quer por

determinação da frequência ou de medidas como a dinâmica global do corpo de

Aceleração. Essas abordagens têm sido quase sempre aprovadas pelos cientistas

marinhos, devido à incapacidade de estudo os animais selvagens por meio de

observações visuais, no entanto, um número crescente de biólogos terrestres estão

adotando abordagens semelhantes. Este dispositivo pode ser conectado a um

amplificador para amplificar o sinal.

7.3. Indústria – Acompanhamento da vida de componentes

Os acelerômetros são também utilizados para monitoramento da vida de

componentes em máquinas rotativas tais como bombas, rolamentos, compressores,

e torres de resfriamento. Programas de monitoramento de vibrações são

comprovados para poupar dinheiro, reduzir o tempo de inatividade, e melhorar a

segurança em instalações de nível mundial através da detecção de condições, tais

como desvio do eixo, o desequilíbrio do rotor, insuficiência, que pode levar a reparos

com alto custo. Através de dados de vibração obtidos pelo acelerômetro permite ao

usuário controlar máquinas e detectar esses defeitos antes que o equipamento

rotativo falhar. Programas de monitoramento de vibrações são utilizados em

indústrias como a indústria automotiva, as aplicações máquina-ferramenta, produção

farmacêutica, a geração de energia, papel, produtos alimentares, bebidas, produção,

água e esgoto, hidrelétricas, petroquímica e siderurgia.

7.4. Construção e estruturais de acompanhamento

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Page 27: modelo de trabalho para instrumentação

Os acelerômetros são utilizados para medir o movimento e a vibração de uma

estrutura que está exposta a cargas dinâmicas. Cargas dinâmicas são originários de

uma variedade de fontes incluindo:

As atividades humanas - caminhar, correr, dançar ou pular

Máquinas de trabalho - dentro de um prédio ou nas redondezas

Construção - Estacas de condução, demolição, escavação e perfuração

Cargas móveis em pontes

Colisões entre veículos

Cargas de impacto - a queda de detritos

Cargas Concussão - internos e externos explosões

Recolher elementos estruturais

Wind cargas e rajadas de vento

A pressão da explosão do ar

A perda de apoio por falta de terreno

Os terremotos e tremores

Medição e registo como uma estrutura de resposta a esses insumos é

fundamental para avaliar a segurança e a viabilidade de uma estrutura. Este tipo de

acompanhamento é chamado de monitoração dinâmica.

7.5. Navegação

Um Sistema de Navegação Inercial (INS) é um recurso de navegação que usa

um computador e sensores de movimento (acelerômetros) para calcular

continuamente através da conta inoperante a posição, orientação e velocidade

(direção e velocidade do movimento) de um objeto em movimento sem a

necessidade de externa referências. Outros termos utilizados para se referir aos

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Page 28: modelo de trabalho para instrumentação

sistemas de navegação por inércia ou estreitamente relacionados com os

dispositivos incluem sistema de navegação inercial, a plataforma de referência

inercial, e muitas outras variações.

Um acelerômetro só é inadequada para determinar mudanças de altitude ao

longo de distâncias, onde a queda vertical da gravidade é significativa, como para

aviões e foguetes. Na presença de um gradiente gravitacional, o processo de

calibração e redução de dados é numericamente instável.

7.6. Aparelhos eletrônicos

Atualmente as principais aplicações dadas aos acelerômetros são em

dispositivos embarcados, como celulares e videogames. Utilizando esse sensor em

um celular é possível executar funções do aparelho apenas movimentando o

mesmo, por exemplo, ouvir música basta chacoalhar o aparelho para mudar para a

próxima música.

Há jogos para celulares que também usam o recurso do acelerômetro para

inovar na jogabilidade, como por exemplo, jogos de corrida onde o volante do

veículo é o próprio celular.

No seguimento dos videogames, temos o controle do console Nintendo Wii, o

Wii Remote que contém um acelerômetro de três eixos, e foi projetado

principalmente para a entrada de movimento, que torna muito mais realista jogos de

tiro, corrida entre outros.

A Sony PlayStation 3 usa o DualShock 3 remoto que utiliza um acelerômetro de

seis eixos que podem ser usados para fazer a direção mais realista em jogos de

corrida, como Motorstorm e Burnout Paradise.

7.7. Orientação de sensoriamento

Uma série de computadores portáteis modernos apresentam acelerômetros

para alinhar automaticamente a tela dependendo da direção do dispositivo é

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Page 29: modelo de trabalho para instrumentação

realizada, ou seja, alternar entre os modos retrato e paisagem. Esta característica é

relevante para Tablet PCs e alguns smartphones e câmeras digitais.

Por exemplo, a Apple usa um acelerômetro LIS302DL no iPhone, iPod Touch e

a geração 4 e 5 iPod Nano permite o dispositivo para saber quando ele se inclina

para um lado.

A partir de 2009, quase todos os novos telefones celulares e câmeras digitais,

como Canon e gama Ixus conter pelo menos um sensor de inclinação (às vezes um

acelerômetro) para efeitos de rotação automática de imagem, movimento-sensível

mini-jogos, e para corrigir shake quando tirar fotografias.

7.8. A estabilização de imagem

Câmaras fotográficas digitais utilizam acelerômetros para a estabilização de

imagem. A câmera armazena fotos tiradas com o CCD "quando a câmera está em

movimento. Quando a câmera utiliza (mesmo que apenas por um milésimo de

segundo, como poderia ser o caso de vibração), o CCD é "agarrado".

7.9. Integridade do dispositivo

Uma aplicação muito útil para o acelerômetro foi dada em computadores e

notebooks como Lenovo (ex-IBM) Active Protection System, e Sudden Motion

Sensor da Apple, nestes dispositivos um acelerômetro é instalado na máquina,

assim quando esta sofrer um movimento brusco ou uma queda uma ordem de

parada é enviada ao HD, evitando assim que dados sejam perdidos por colisão das

cabeças do HD.

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Page 30: modelo de trabalho para instrumentação

Capítulo 4

8. Resultados e Discussões

Este trabalho teve cunho de pesquisa quantitativa, analisando o funcionamento

de um dispositivo, uma vez que os dados serão reais, numéricos e verídicos, sem a

necessidade de interpretações ou opiniões.

Para a pesquisa de qualquer componente eletrônico, a principal fonte de

pesquisa é o manual do componente ou manuais de dispositivos que contenham o

componente alvo de pesquisa, livros ou até mesmo sites de eletrônica ou hardware

computacional, sites de revendedoras de componentes eletrônicos, uma vez que

geralmente é disponibilizada uma descrição de determinado produto, entre outras

fontes da área de eletrônica.

Para a realização desse trabalho foram colhidas informações do componente,

tais como funcionamento, tipos diferentes do dispositivo, principais aplicações,

características operacionais, entre outros, a fim de proporcionar uma base de dados

suficiente para este trabalho, tanto em quantidade de informações quanto em

veracidade e relevância.

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Page 31: modelo de trabalho para instrumentação

Capítulo 5

9. Conclusões

Com o advento de novas tecnologias, o acelerômetro terá cada vez mais

usabilidade, pela sua versatilidade e inovação, vemos a importância e presença que

este sensor representa em nossas vidas, seja em momentos de lazer ou em

operações críticas.

A partir deste trabalho compreendemos seu funcionamento e aplicabilidade, e

temos uma nova visão deste componente, o que antes era despercebido agora se

torna mais claro.

Suas aplicações foram apontadas e possíveis usabilidades foram sugeridas e

exemplificadas. Desta forma percebemos o universo ao qual este componente está

inserido e qual será o seu futuro.

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Page 32: modelo de trabalho para instrumentação

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