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Revista Bem Estar "Em Busca da Verdade" 27/02/2011

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Entrevista Alexandre Caprio

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Editorial

A Bem-Estar deste domingo entrevista o astrólogo OscarQuiroga, um dos mais famosos do País. Interessado nasgrandes questões, como a busca, segundo suas própriaspalavras, da verdade que nos faz existir e da qual somosfeitos, Quiroga chama atenção para a importância deestarmos abertos aos indícios de que há algo além darealidade como a percebemos, aparente. “O fato dedesconhecermos essa ordem não a torna menos real,apenas complica nosso caminho”, diz. Outros assuntosdesta edição: tolerância, diálogo e amor-próprio para lidarcom os defeitos do parceiro; saber receber sem aautocobrança de devolver algo em troca; dicas paragerenciar o estresse; os benefícios da musculação para asmulheres; o uso da terapia craniossacral no tratamento delabirintite e outras doenças; e os avanços da medicina nocontrole e combate dos males que atacam a visão.

24Siena, na regiãodaToscana, recebemilharesde turistasnasegunda-feira,principalmenteosque estãohospedadosemFlorença. É quenessedia, osmuseusflorentinos ficamfechados, e a dica édar um pulo emSiena, paraapreciar obrasrenascentistas,bizantinase góticas

20Fernanda Paes Leme vê a chance de dar um novo rumo à suacarreira com sua personagem na novela ‘Insensato Coração’

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Professor deliteraturausaalegoria docavaloe o porcopara refletir sobrea falta dereconhecimentoespontâneoejustoa um méritoalcançado

Pensamentos

Poesia

“Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é aindaescura.” (Rabindranath Tagore)“A paciência torna mais leve o que a aflição não pode curar.” (Horácio)

“Sê humilde para evitar o orgulho, mas voa alto para alcançar asabedoria.” (Santo Agostinho)

“Muitas vezes, o silêncio da pura inocência persuade,quando as palavras malogram.” (William Shakespeare)

Ser poetaSer poeta é ser mais alto, é ser maiorDo que os homens! Morder como quem beija!É ser mendigo e dar como quem sejaRei do Reino de Aquém e de Além Dor!É ter de mil desejos o esplendorE não saber sequer que se deseja!É ter cá dentro um astro que flameja,É ter garras e asas de condor!É ter fome, é ter sede de Infinito!Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...É condensar o mundo num só grito!E é amar-te, assim, perdidamente...É seres alma, e sangue, e vida em mimE dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

Turismo

Turismo

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

Televisão

André Américo

Além da realidadeaparente

Ronaldo Marques

página 2 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

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‘GORDURA’NO FÍGADOSaúde

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Agência Estado

A esteatose hepática não al-coólica, popularmente conheci-da como ‘gordura no fígado’, éuma condição cada vez mais co-mum nos países ocidentais. Cal-cula-se que cerca de 20% dosbrasileiros sofram desse proble-ma muitas vezes assintomáticoque causa aumento do fígado emudança em sua coloração - po-dendo evoluir para hepatitegordurosa e cirrose hepática ca-so não seja diagnosticado e tra-tado a tempo.

“Sendo uma condição po-tencialmente reversível, é fun-damental se incentivar a pes-quisa por novos métodos de ras-treamento e avaliação de sua se-veridade. Por isso, a doença é

considerada um problema desaúde pública”, diz Márcio Sar-mento, médico radiologista doCentro de Diagnósticos Brasil(CDB), em São Paulo.

Em termos de diagnóstico eacompanhamento, o uso da res-sonância magnética como bio-marcador quantitativo da gor-dura presente nas células en-contradas no fígado é a mais re-cente novidade. Uma série deavanços técnicos fez com quehoje seja possível medir a fra-ção de sinal de gordura hepáti-ca com o auxílio da ressonân-cia magnética, criando mapasanatômicos com o auxílio desoftware.

“Pela primeira vez, então, épossível fazer um acompanha-mento quantitativo e muitomais objetivo da resposta do pa-

ciente ao tratamento”, afirma oradiologista.

Até recentemente, outrosmétodos de imagem vinhamsendo empregados no diagnós-tico e acompanhamento da es-teatose hepática não alcoólica,mas, segundo o médico, apre-sentavam inconvenientes. O pa-drão ouro na detecção equantificação do problema con-tinua sendo a biópsia hepática.Mas, por ser um método invasi-vo, não é o mais adequado pararastreamento e monitoramentoterapêutico dos pacientes. A ul-trassonografia apresenta exce-lente sensibilidade, mas não éum método quantitativo. Já atomografia tem o inconvenien-te de envolver radiação e termenor sensibilidade para casosleves e moderados.

Estudos divulgados pela Clí-nica Mayo, nos EUA, revelamque entre 25% e 35% dos norte-americanos têm fígado gorduro-so. “Como em sua fase inicial oproblema pode ser assintomáti-co, vale a pena consultar ummédico em casos de perda súbi-ta de peso, fadiga em excesso edor no lado direito, logo acimado abdome.”

Entre os fatores de riscoque predispõem ao acúmulo degordura no fígado estão: obesi-dade, má nutrição, taxa alta detriglicérides e colesterol no san-gue, síndrome metabólica, ci-rurgia de redução de estômago,diabetes tipo 2 e contato pro-longado com pesticidas. “O tra-tamento se concentra funda-mentalmente na redução dos fa-tores de risco.” �

Ressonância magnética da gordura presente nas células encontradas no órgão é a

mais recente novidade em termos de diagnóstico e acompanhamento do problema

DIÁRIO DA REGIÃO

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Matérias:

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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 3

Em entrevistaàRevista Bem-Estar, astrólogoOscarQuiroga

explicaquea felicidade é resultado do cumprimento

dospapéis quenos sãodesignados eo respeitoà ordem

que rege os fenômenos do Universo

Gisele [email protected]

Vivemos com a suspeita deque há uma ordem oculta portrás das coisas, uma espécie deengrenagem que faz as pessoasse encontrarem e se desencon-trarem no universo, e fazemosconstantemente o exercício detentar nos situar no tabuleirocomplexo da vida, mas nenhumde nós, certamente, é capaz deenunciar qual é essa ordem.

A fé é um impulso e provada existência desta força, a pro-va mais cabal que há algo maisalém da realidade concreta quepercebemos. Para o astrólogoOscar Quiroga, desconhecer aordem não nos exime da res-ponsabilidade de nos alinhar-mos a ela. O fato de desconhe-cermos a ordem, de sermos in-capazes de verbalizá-la, não atorna menos real, apenas com-plica nosso caminho, que é oque nos acontece atualmente.

O astrólogo ainda faz um aler-ta: nos preocupamos demais coma aparência e a forma dos aconte-cimentos e desdenhamos ainda

da verdade que nos faz existir eda qual somos feitos enquantonos movimentamos e experimen-tamos ser.

Sobre esse e outros assun-tos, Quiroga, um dos mais fa-mosos astrólogos do País e quenão alimenta superstições e fal-sos conceitos, mas preocupa-seem levantar questões funda-mentais a respeito da vida, paraque sejam refletidas e aprofun-dadas, falou com exclusividadecom a revista Bem-Estar.

Revista Bem-Estar- O se-nhor fala que existe uma or-dem oculta para a humanida-de que precisa ser cumpridade qualquer forma. Que ordemé essa e quais os planos delapara a humanidade?

Oscar Quiroga - No mundodivino, a verdade é exposta en-quanto sua beleza é oculta, porisso, temos dificuldade de en-tender a função da morte, doaparente caos e de todas as tra-gédias. No mundo humano, abeleza é exposta e a verdadeoculta. Nós nos preocupamosdemais com a aparência e coma forma dos acontecimentos,

enquanto que desdenhamosainda da verdade que nos fazexistir e da qual somos feitos,nos movimentamos e experi-mentamos ser. Nós suspeita-mos haver uma ordem secretapor trás da aparência dos fenô-menos, suspeitamos haver paracada um de nós um papel desig-nado nessa ordem e, dia mais,dia menos, acabamos buscandoisso e tornando essa busca oprincipal fator de nossas vidas.Além de nosso papel particu-lar, há um papel designado pa-ra nossa espécie, no conjuntode reinos da natureza, cada umdesses exerce um papel e fun-ção e conosco não é diferente.Essa ordem e o cumprimentodos papéis designados são oque promove a tal da felicida-de. Se desconhecemos a ordem,isso não nos exime da responsa-bilidade de nos alinhar a ela. Ofato de desconhecermos a or-dem, de sermos incapazes deverbalizá-la, não a torna menosreal, apenas complica nosso ca-minho, que é o que nos aconte-ce atualmente. O que chama-mos de busca espiritual é o es-

AstrologiaAstrologia

HÁ ALGO ALÉM DAHÁ ALGO ALÉM DAREALIDADE CONCRETAREALIDADE CONCRETAQUE PERCEBEMOSQUE PERCEBEMOS

forço de nos alinhar com essaordem desconhecida e sem esseesforço nossa civilização se de-grada e tudo perde sentido. Is-so vem acontecendo há algunsséculos, mas chegou a um mo-mento crítico, no qual uma in-tervenção mais firme se tornounecessária para que a ordemoculta não caia no esquecimen-to e nossa civilização degringo-le perigosamente na direção docrime institucionalizado.

Bem-Estar - Quais os si-nais de que esses planos fo-ram traçados e precisam sercumpridos?

Quiroga - Cada um de nósreconhece os sinais de acordocom sua capacidade intelec-tual, emocional e física, mas to-dos temos algo em comum: sus-peitamos haver essa ordemoculta por trás dos aconteci-mentos e fazemos constante-mente o exercício de tentarnos situar no tabuleiro comple-xo da vida. Por que buscaría-mos ordem se essa ordem fosseinexistente? Não há sinal maisverdadeiro do que a nossa pró-pria busca. Imaginamos quedesconhecemos o que busca-mos, mas se fosse assim, nemsequer nos daríamos o traba-lho de buscá-lo.

Bem-Estar - Estamos no ca-minho certo para o cumpri-mento desses planos?

Quiroga - No mundo huma-no, tudo é complexo e incerto,porque de todos os reinos danatureza o nosso segue as re-gras do livre-arbítrio e, por es-te, tudo pode ir muito bem atécerto ponto, mas degringolarperigosamente no dia seguin-te. Somos seres que decidimose para decidir passamos porlongos períodos de árduas in-certezas, dilemas e dúvidas.Qual é o caminho certo? Issonão está escrito. Só está escrito

o objetivo, que é o de partici-parmos consciente e ativamen-te da distribuição cósmica devida, que é a própria arquitetu-ra do Universo. O caminhonós escolhemos livremente erecriamos constantemente.

Bem-Estar - Mas o queacontece se os planos traça-dos por essa ordem não foremcumpridos pelo fato de o ho-mem ter se desviado dessedestino?

Quiroga - Se o processomundial for corrompido aoponto de ser impossível sua re-cuperação, antes disso aconte-cem as intervenções divinas eos seres que já superaram nossaetapa, de puro amor e compai-xão, enviam seus mensageirospara encarnar entre nós e nosensinar a fazer as coisas direito.Porém, nunca impõem absolu-tamente nada, porque eles eelas têm um profundo respeitopelo nosso processo, que se ba-seia no livre-arbítrio.

Bem-Estar- O senhor falaque cada pessoa deve cumprirseu papel para o cumprimentodosplanos traçadosporessaor-dem. Qual o caminho para quecada um de nós possa desco-brir sua vocação e auxiliar paraseu cumprimento?

Quiroga - Não há outra pos-sibilidade que a do árduo reco-nhecimento da própria vidaem nós mesmos, através da ex-periência e da análise conscien-te dos erros e acertos que va-mos desenvolvendo ao longoda existência. Nunca haverá re-velações nem atalhos, mas des-cobertas decorrentes do pró-prio esforço. Não poderia serdiferente, considerando quepor sermos livres temos de en-contrar o caminho por nósmesmos, já que esse caminhonão existe anteriormente, de-vemos criá-lo com nossas pró-

prias decisões.Bem-Estar - Quais os ru-

mos da humanidade nos próxi-mos cinco anos?

Quiroga - Como nossa civili-zação flerta perigosamentecom a decadência total, com ainstituição do crime e a imposi-ção do medo e do autoritaris-mo como instrumentos de do-minação e construção dos rela-cionamentos sociais e civiliza-dos, mais do que nunca precisa-mos erguer as mãos em precesalegres ao céu pedindo a bên-ção de um emissário celestialpara nos dar algumas dicas enos ensinar como administrardevidamente os recursos novosque inventamos, assim comotambém como nos organizar re-ligiosamente, financeiramentee institucionalmente.

Bem-Estar - O senhor diz queninguémétotalmentebomouto-talmente mal e que todos temosessesdois lados.Comodevemosagirparaqueoladodobempreva-leça sempre?

Quiroga - O bem é aquiloque nada impõe e que respeitaamorosamente as diferenças.O mal é aquele ditadorzinhobarato que existe no coraçãode todo mundo. O bem é a boavontade de sempre agir, pen-sar e sentir em relação ao bene-fício que se pode fazer ao mun-do e a todas as pessoas. O mal éo que dispensa o pensamentode cooperação e se resume a sa-tisfazer caprichos. Cada um denós deve inventar a própria eparticular maneira de associar-se a uma ou outra dessas duascorrentes.

Bem-Estar - O senhor acre-dita que o amor perdeu espa-ço no mundo atual?

Quiroga - É impossível oamor perder espaço, nossosistema solar é feito deamor. Parece estranha essa

afirmação, mas, do ponto devista cósmico, uma dimen-são amorosa se caracterizapor ser aquela na qual convi-vem diferenças tão marcan-tes que parece impossível co-locá-las em harmonia. O uni-verso é feito de necessidadese o amor só poderia ser neces-sário onde as diferenças mar-cantes existissem.

Bem-Estar - Quais os ru-mos da economia do Brasil edo mundo numa sociedadeem que o dinheiro foi coloca-do acima de todos os valorespessoais?

Quiroga - Sim, em nossa civili-zação atual o dinheiro é Deus e obanco é o templo no qual se pres-ta culto a esse Deus, tanto quantoos rituais religiosos se resumirama gastar, comprar e checar o saldoda conta bancária. O dinheiro énecessário, é um invento fabulo-so, mas também um instrumentode isolamento, faz as pessoas ima-ginarem que com bastante dinhei-ro não precisarão mais de nin-guém. Um engano terrível. Nospróximos anos, haverá oportuni-dade de isso ser ajustado e o di-nheiro retomar patamares maisrealistas. Como isso acontecerá?Não sei dizer.

Bem-Estar - O senhor diz

que nosso pensamento, tantopositivo quanto negativo, crianossa realidade. De que for-ma podemos trabalhar nossamente para criar a melhor rea-lidade possível?

Quiroga - Nosso desafio atualconsiste em aprender a dominara mente para sujeitá-la a nossavontade. Isso não se faz de umdia para o outro nem é fácil, re-quer treinamento e vontade fir-me para conquistar o domínioda mente. Todo dia e a todo mo-mento o pensador interno devese dedicar a dominar o instru-mento mental, porque de outraforma os pensamentos se pensa-rão sozinhos e o pensador inter-no continuará recluído em nossointerior. Dominar a mente é re-conhecer o pensador interno, re-conhecer a diferença sutil, masfundamental, entre o poder quepensa e o poder de pensar.

Bem-Estar - Como será oano de 2011?

Quiroga - Em 2008, aconteceuuma oportunidade incrível paranossa civilização fazer ajustes de-cisivos na forma com que mani-pula o dinheiro. Essa oportunida-de passou em brancas nuvens e apartir deste ano 2011 novas on-das deverão acontecer para quese faça esse ajuste. �

Parte do sucesso de

uma relação

amorosa passa pela

consciência de que

é preciso conviver

com pequenos

defeitos do parceiro

e valorizar suas

qualidades

Gisele [email protected]

Diz uma conhecida fábula que, du-rante a era glacial, muitos animais mor-riam por causa do frio. Os porcos-espi-nhos, percebendo a situação, resolve-ram se juntar em grupos, assim, agasa-lhavam-se e se protegiam mutuamente.Mas os espinhos de cada um feriam oscompanheiros mais próximos, justa-mente os que ofereciam mais calor. Porisso, decidiram se afastar uns dos outrose começaram de novo a morrer congela-dos. Precisaram então fazer uma esco-lha: ou desapareciam da Terra ou acei-tavam os espinhos dos companhei-ros. Com sabedoria, decidiram voltara ficar juntos. Aprenderam, assim, aconviver com as pequenas feridasque a relação com uma pessoa muitopróxima podia causar, já que o maisimportante era o calor do outro. Des-ta forma, sobreviveram.

A moral da história é que o melhorrelacionamento não é aquele que une aspessoas perfeitas, mas aquele onde cadaum aprende a conviver com os defeitosdo outro e admirar suas qualidades.

Casamentos e namoros, muitas ve-zes, são relacionamentos frágeis, e preci-samos aprender a agir exatamente dessaforma: conviver com os defeitos e admi-rar as qualidades ou, caso contrário, a re-lação pode estar com os dias contados.Para isso, precisamos urgentementenos reeducar emocionalmente.

Ninguém briga geralmente por gran-des causas, mas sim por banalidades co-mo uma toalha molhada sobre a cama,porque o outro só assiste a um determi-nado canal na televisão ou esqueceu decolocar o lixo para fora antes de sair,por exemplo.

O psicólogo Alexandre Caprio, tera-peuta cognitivo-comportamental, expli-ca que aprender a conviver com o defei-to do outro é um aprendizado que exigetempo, tolerância, diálogo e autoestima.Mas acredite, vale a pena, porque nin-guém entra em uma relação pensandoque o fim está próximo e sim que vaidar certo.

Um dos problemas nas relaçõesatuais, na avaliação de Caprio, é a ansie-dade. Uma pessoa ansiosa cria uma sé-rie de expectativas com relação ao par-ceiro antes mesmo de conhecê-lo. Passa-do um tempo, percebe que a pessoa nãoé exatamente aquilo que imaginava.

E essas diferenças aparecem justa-mente em pequenas coisas que são dife-rentes no desenvolvimento de cada um.Por exemplo, os banheiros geralmentedesencadeiam problemas em um rela-cionamento: o assento da privada nãofoi deixado no lugar ou o outro lavasuas roupas íntimas nele.

A real divergência ocorre porque, nodesenvolvimento do indivíduo, situa-ções como essas não ocorriam anterior-mente. “Ele acaba entrando em conflitoporque vê uma atitude que não era con-vencional”, diz Caprio.

A chave para resolver qualquer pe-queno conflito, segundo Caprio, está nodiálogo e respeito. Se não houver isso,não acontece mais uma troca de infor-mações, nem uma linha de solução deproblemas.

Um dos principais recursos empre-gados hoje na terapia de casal é fazercom que os dois aprendam a conversar.

Os grandes problemas parecem uniros parceiros, enquanto os corriqueirosparecem dividi-los.De acordo com a psicó-loga Tina Zampieri, nos-

so olhar para as diferenças costuma sercrítico. O que foge à nossa expectativagera frustração e nem sempre somos ca-pazes de superá-la.

Quando pequenas coisas estão entreos parceiros, eles passam a ver como es-sa nova imagem é diferente daquelaidealizada anteriormente, especialmen-te na contrariedade.

O que não suportamos ver no outroé o reflexo daquilo que menos aceita-mos em nós mesmos. É como se o outronos obrigasse a olhar para o que não que-remos enxergar e que, no fundo, sabe-mos que, querendo ou não, um dia tere-mos de enfrentar.

Nossa plasticidade cerebral permiteestabelecer novas sinapses (conexões en-tre os neurônios) por estimulação. É pre-ciso ainda, segundo Tina Zampieri, terforça de vontade e firme propósito desempre inventar saídas diferentes da-quelas já desgastadas.

“É possível conseguir e viver bem.Mesmo assim, corre-se o risco de, nummomento menos esperado, aquele com-portamento vicioso ocorrer, escapar aocontrole. Por isso é tão importante culti-var a tolerância, a paciência consigo ecom o outro”, afirma.

A psicanalista e escritora Beth Va-lentim, autora de livros como “EssaTal Felicidade” (ed. Elevação), afir-ma que a banalidade é o desconfor-to praticado entre casais. Isso por-que, com o passar do tempo, setornam amigos, irmãos e, co-mo todos nessa categoria,implicam entre si, fa-lam dos defeitos,desmere -

cem, enfim, trazem à tona todos os de-talhes que destroem a paixão, masnão percebem a magnitude dessascondutas. Os grandes problemas sãoevitados, porque levam a posicionamen-tos que podem direcionar a relação enão querem isso.

Da mesma forma que fechamos aboca para não engordar, a psicanalis-ta sugere que fechemos a boca paranão dizer palavras que possam fazercom que a relação “estoure”, porqueestar repleta de palavras duras, desa-bafos sem sentido, mágoas, olharesferinos, comentários indesejáveis.“Transformar esses ímpetos em si-lêncio já vai ser um bom negócio e,quando der, comece a praticar os elo-gios, as delicadezas e o clima vai es-tar favorecido para continuar”, diz.

Relacionamento

ENTRE ROSASE ESPINHOS

página 6 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Respeito e autoestimaMais uma vez, a autoestima apa-

rece como elemento fundamentalquando o assunto é conviver bemcom o outro. A psicóloga clínica Ma-ria Amélia Mussi explica que, pri-meiramente, para viver bem com ou-tra pessoa, temos de nos amar, gos-tar de fazer por nós, ir ao cinema so-zinhos para ver um bom filme, ou-vir uma boa música, preparar umarefeição e comê-la sozinhos, gostarda própria companhia.

“Tudo isso nos torna menos an-siosos, mais tolerantes, mais inteli-gentes, e diminui a expectativa emrelação ao outro”, explica. Muitasvezes, no início de um relaciona-mento, criamos uma grande expec-tativa e, na realidade, somentecom o tempo temos a possibilida-de de conhecer realmente a outrapessoa, aceitar e não ter a preten-são de moldar o outro de acordocom nosso desejo.

Importante verificar se estamosinvestindo numa relação que temafinidade intelectual, de caráter,projetos de vida, para que seja com-

pleta e duradoura. E aprender a con-viver com as diferenças do outro sãograndes valores para que uma rela-ção dê certo.

O que leva uma relação a não darcerto é algo que está dentro de nós.Geralmente, está relacionada às nos-sas primeiras experiências afetivas,Por isso, é muito importante o auto-conhecimento. “O diálogo, respeitoe a admiração são as principais fer-ramentas para um relacionamen-to, só assim a tolerância acontecee a relação é muito mais prazero-sa. O amor é uma sensação de paze aconchego, é um sentimentogostoso na presença de outra pes-soa”, diz Maria Amélia.

Muitas vezes, temos de arriscarsem medo de ser feliz, mas qualquerrelação tem de ser muito bem cons-truída. A individualidade é muitoimportante, diminui o medo e forta-lece a relação. Não ter medo deamar, mudar, falar, ouvir, persistir,se assumir ou pedir perdão é o pre-ço que se paga para ser feliz. “É fun-damental respeitar a diferença dooutro.” � (GB)

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 7

Práticadiária de

relaxamento,

atividade físicae

boaalimentação

ajudamno controle

doestado

emocional

Jéssica Reis

[email protected]

Muito se fala em combatero estresse, mas, segundo AnaMaria Rossi, presidente da In-ternational Stress Manage-ment Association no Brasil(Isma-BR) e autora de diver-sos livros, como “Autocontro-le: nova maneira de gerenciaro estresse” (editora Best Sel-ler), a expressão “controlar/eliminar o estresse” não émais utilizada; hoje, a expres-são correta é “gerenciar ou ad-ministrar o estresse”.

O estresse é dividido emdois tipos: o primeiro, deno-minado eustresse, que motivae estimula a pessoa a lidarcom as situações, é o estressepositivo; já o distresse é o es-tresse negativo, que pode aco-vardar a pessoa, fazendo comque fuja das situações.

O psiquiatra e psicoterapeu-ta Ururahy Barroso diz que apessoa com distresse se sentedesmotivada. “É aquela pessoaque afirma não ter tempo paranada, vive correndo contra otempo e acredita que o dia é cur-to demais para fazer todas assuas obrigações”, explica.

O psiquiatra afirma queo excesso de informações eos avanços tecnológicos pro-porcionam às pessoas a pos-sibilidade de executar diver-sas atividades ao mesmotempo, e isso pode ser um

dos fatores responsáveis por

deixar as pessoas cada vezmais estressadas.

Silvana Parreira de Jesus,psicóloga, afirma que fatorescomo mudanças na vida, di-ficuldades em lidar comperdas, pouco descanso,excesso de atividades,pouco tempo de la-zer, problemas derelacionamento,pensamentos,emoções, senti-mentos negativos,problemas no traba-lho e financeiros tam-bém são fatores que le-vam ao estresse negativo.“Os fatores variam de pessoapara pessoa. Precisamos consi-derar o modo como se leva avida, a personalidade e as si-tuações para analisar os fato-res que estão causando o es-tresse”, afirma.

Ana Maria diz que é neces-sário estar atento aos sinto-mas que identificam o estres-se, como respiração rápida ousuperficial, tensão muscular,alteração na temperatura comsudorese ou extremidadesfrias (mãos e pés muito gela-dos) e excesso de pensamento.

Para administrar o estres-se, Barroso afirma que precisa-mos aprender a priorizar oque é mais importante em de-terminado momento. Segun-do o especialista, devemos ava-liar o que é urgente (precisaser feito hoje); importante(pode ser feito um pouco pordia); e vital (“tenho de fazerporque é bom para a minha vi-da, por isso deve ser feito tododia um pouco”).

Uma das alternativas paragerenciar o estresse, segundoAna Maria, é a prática diáriade relaxamento. “É importan-te utilizar as técnicas de rela-xamento, que são muito efi-cientes. Atividades físicas, io-ga ou caminhada também po-dem ser boas opções para ali-viar o estresse. A ideia é que orelaxamento faça parte da vi-

da da pessoa”, aconselha.Outras opções, segundo

Silvana, são alimentação ba-lanceada, com mais verdurase legumes, saber administraro tempo para o lazer e ativi-dades físicas, acupuntura,massagens, exercícios, cami-nhadas, enfim, buscar ativi-dades que auxiliem a geren-ciar melhor o estresse.

Barroso afirma que as pes-soas, geralmente, procuramajuda profissional quando sur-ge uma doença ou um sinal demal-estar que prejudique otrabalho. “Mesmo com os sin-

tomas, muitas pessoas não pa-ram suas atividades”, afirma.Ana Maria diz que, quando o es-tresse começa a causar proble-mas na qualidade de vida daspessoas, é necessário a ajuda deum profissional. “Quando o ní-vel de estresse começa a causarangústias, fobias ou deixa a pes-soa muito nervosa, é hora deprocurar ajuda”, diz.

Para a psicóloga Silvana, épossível gerenciar o estressepor meio da terapia, em que oprofissional ajuda a encontraras melhores formas para admi-nistrar o estresse.

Uma destas formas, indicaBarroso, é saber aproveitar omomento. “A verdadeira feli-cidade está em vivenciar o ho-je de maneira natural e commais tranquilidade”, aconse-lha. O psiquiatra ainda reco-menda um recurso simples pa-ra amenizar o estresse. “A pes-soa deve falar dentro dela:‘calma’, prolongando o pri-meiro ‘a’. Costumo dizer queé com a alma. Quando ela dizessa palavra bem prolongada,acaba tirando o ar de dentro efica mais tranquila porque ex-pirou todo o ar”, explica. �

Corpo e mente

GERENCIE O ESTRESSE

Fique atendo aos sinaisde alerta do estresse

Tensão muscular

Respiração rápida ousuperficial

Muitos pensamentosao mesmo tempo

Alteração natemperatura com sudorese

Extremidades frias(pés e mãos gelados)

Alternativas paragerenciar o estresse

Prática diária derelaxamento

Atividades físicas,caminhadas

Alimentação saudável

Saber administrar otempo para o lazer

Sono reparador

Acupuntura

Massagens

Ioga

Saiba

A psicólogaSilvana Parreirade Jesusdiz que tanto ohomemcomoamulher andamestressados,mas amulher podeapresentarum nívelmaior deestressedevido àsua cargadetarefase responsabilidades coma família, como mãe, esposa, notrabalho, nabusca porconhecimento. “Pormais queoshomens façamsuas atividades, amulher émuito maisexigente noque faz”, explica

As mulheres podematé

sermais estressadasque os

homens,mas, segundo Ana

MariaRossi, isso nãoéum

problema, já que elas sabem

lidar melhor com o estresse.

“A mulher exterioriza os

problemas, desabafa quando

necessário, sabe quando

precisa buscar ajuda

profissional e isso ajuda a lidar

melhor com o estresse”, afirma

Mulher x estresse

ww

w.s

xc.h

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Divu

lgação

página 8 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Especialistas

ensinam como

aceitar presentes

ou elogios sem

pensar que o outro

quer algo em troca

Jéssica [email protected]

Ganhar presentes ou elo-gios são demonstrações de cari-nho e, em geral, as pessoas fi-cam felizes ao receber esses mi-mos, mas há aqueles que se sen-tem constrangidos com essa si-tuação. Essas pessoas podeminterpretar que, ao receber al-go, terão de devolver de algu-ma forma.

Especialistas dizem que pa-ra muitas pessoas dar pode sermais fácil do que receber. Se-gundo a psicóloga Beth Valen-tim, quando a pessoa dá algo pa-ra alguém, oferece dentro desuas possibilidades, seja emo-cional ou material, no entanto,quando recebe, gostaria de rece-ber de acordo com suas expecta-tivas, que podem ser altas e ooutro não consegue atendê-las.

Quando se trata de um elo-gio, a psicóloga explica que afalta de reciprocidade aconteceporque a pessoa não está prepa-rada. “Receber um elogio é es-tar preparado para se sentir fe-liz e nem sempre uma pessoaassim se sente”, afirma. E is-so pode acontecer tambémcom um gesto de carinho,uma carícia que vem do cora-ção do outro e o indivíduoreage negativamente porquenão está preparado para vivero sentimento em questão.

A psicóloga Kátia Ricardide Abreu diz que pessoas quese constrangem diante de umelogio, presente ou reconheci-

mento provavelmente recebe-ram mensagens parentais paraagir assim. É uma maneira demanifestarem sua modéstia ehumildade. “Diante de um pre-sente, a pessoa pode acionar noseu quadro de referência que al-go vai ser pedido em troca ou,ainda, que ela terá de retribuirpara não ficar em débito com apessoa”, afirma.

O sentimento de receber eter de dar algo em troca existe.De acordo com Beth Valentim,

as pessoas simplesmente dão enão doam. “Dar é diferente dedoar”, afirma. Quando se doaalgo, não há o desejo de ter na-da em troca, há uma satisfaçãopessoal em oferecer o presenteou qualquer outra coisa. “Se apessoa desconhece essa diferen-ça, sente medo de receber por-que vai ter de dar também. Infe-lizmente, a maioria das pessoassente esse desconforto quandodeveria curtir o momento emque estão sendo homenageadas

e não cobradas”, afirma.Segundo a psicóloga cogni-

tivo-comportamental IreneAraújo Corrêa, isso acontecepor uma questão cultural elembra que há casos em quequem está presenteando ou aju-dando tem interesses nessa re-ciprocidade e pode gerar situa-ções constrangedoras.

Kátia complementa dizen-do que algumas pessoas apren-dem que quando recebem temde dar algo em troca. “É o rela-cionamento da barganha, emque a retribuição é vista comoobrigação”, explica.

Irene ressalta que quando al-guém nos oferece ajuda, é por-que pode, ou seja, está ao alcan-ce dela ajudar e nem sempre háuma segunda intenção escondi-da. “É importante se questio-nar se sua resistência não está li-gada ao fato de você não se vercapaz de ajudar outras pessoassem interesses ou apego. Issopode bloquear sua aceitação”,explica a especialista.

Mas como então aceitar oque nos oferecem sem essa des-confiança? Segundo Kátia, énecessário abandonar a ideiade que o elogio deve ser recusa-do como prova de boa educa-ção e aceitar o presente semimaginar que outro quer algoem troca. Irene afirma que oprimeiro passo para se sentir li-vre para receber é a prática doautoamor.

Assim como há pessoas quese sentem bem ao dar algo, hátambém as que preferem rece-ber. De acordo com Kátia, es-sas pessoas são mais carentes,esperam do mundo e dos ou-tros atenção, elogio e presen-tes. Segundo Irene, algunstêm apego e ao ofereceremum presente, por exemplo, asensação que têm é de estarperdendo algo, mas podem sesentir valorizadas ao receber.Já Beth Valentim diz que es-sas pessoas sabem aproveitara vida como ela é. “Não ficamtentando justificar, compli-car o tempo todo”, afirma.

SAIBA RECEBERConvivência

Sem nadaem troca

Muitos, ao ofereceremum presente, uma ajuda, es-peram alguma coisa em tro-ca. Quando doamos, semprerecebemos algo em troca,mesmo sem pedirmos. É oque explica a psicóloga KátiaRicardi de Abreu. “MadreTerezadeCalcutá, quandosedoava, recebia o prazer deum sorriso, o prazer de ver aspessoasaliviadas de seu sofri-mento físico e moral.” Assimtambém acontece com ospais. Quando cuidam dosseus filhos, esperam que elessejamfelizes,umprofissionalespera o reconhecimento notrabalho, e assim por diante.

Kátiaafirmaquedarsemesperar nada em troca é oamor e amizade verdadeirose isso pode proporcionar feli-cidade às pessoas. “Somentepessoas dotadas de muitoamadurecimentonasuacapa-cidade de amar conseguemestenívelaprofundadodeex-pressão de afeto”, explica.

Para a psicóloga IreneAraújo Corrêa, é preciso sa-ber quais as reais expectati-vas ao ajudar alguém, e en-tender que a ajuda e a grati-dão são fatores de aprova-ção e reconhecimento,mas a reciprocidade deveser espontânea.

A psicóloga Beth Valen-tim ressalta novamente a ne-cessidade de entender quedoarédiferente de dar. “Fa-zer alguma coisa por al-guém é se satisfazer, secompletar por momentosúnicos. Se ainda sentir queo outro lhe deve algo, é me-lhor rever seus conceitos,porque ninguém conseguesatisfazer o outro completa-mente”, explica. � (JR)

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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 9

Terapia craniossacral restaura o movimento natural dos tecidos e fluidos do corpo e

auxilia no combate a males como labirintite, fibromialgia e déficit de atenção, entre outros

Gisele [email protected]

Toques suaves na cabeça e na colu-na vertebral prometem ser fortes alia-dos no tratamento de doenças crôni-cas que desafiam a ciência, como en-xaqueca, fadiga muscular, labirintite,fibromialgia, problemas relacionadosao estresse, ansiedade e até déficit deatenção. Para isso, basta o pacientedeitar em uma maca e relaxar (a baixaluminosidade e uma música suavecontribuem para que se sinta maisacolhido e confortável). A partir daí,a sensibilidade do profissional ajudaa restabelecer o bom funcionamentodo sistema nervoso.

Trata-se da terapia craniossacral(TCS), fundamentada na medicinaholística, que estuda o ser humano co-mo um todo e trabalha pela integraçãoentre corpo, mente e espírito.

Os pacientes recorrem a ela geral-mente após passar por vários outrosprofissionais e tratamentos sem obtermuito resultado prático. O profissio-nal detecta o ritmo craniossacral quese encontra em várias partes do corpoe a terapia ajuda o liquor (líquido en-contrado no cérebro que desce até amedula para sustentar, amortecerchoques e realizar trocas de limpezaou nutrição entre as células) a circu-lar melhor e, com isso, drenar toxi-nas e ordenar o ritmo orgânico.

O tratamento, segundo garantem osespecialistas, restaura o movimento na-tural dos tecidos e fluidos do corpo.

O sistema craniossacral é consti-tuído pelas membranas e o líquido cé-rebro-espinhais, que protegem o cére-bro e a medula. O sistema se estendedesde os ossos do crânio, face e bocaaté o sacro e cóccix.

De acordo com o fisioterapeutaFelipe Augusto da Silva, professor do

curso de pós-graduação da Faculdadede Medicina de Rio Preto (Famerp),como esse sistema vital influencia odesenvolvimento e o desempenho docérebro e da medula, um desequilí-brio ou restrição no sistema pode oca-sionar vários problemas sensoriais,motores ou neurológicos.

A explicação de como a terapiafunciona é relativamente simples.Ela é, na verdade, um método suavede diagnóstico e correção que encora-ja seus próprios mecanismos naturaisde cura a dissipar esses efeitos negati-vos do estresse sobre seu sistema ner-voso central. O paciente acaba sendobeneficiado com uma melhor saúdeglobal e resistência a doenças. “Se tu-do estiver em equilíbrio, nosso siste-ma imunológico vai estar forte o sufi-ciente para combater qualquer tipode vírus ou bactéria”, explica.

Devido ao seu efeito positivo so-bre muitas funções corporais, a te-rapia é praticada hoje em dia poruma grande variedade de profissio-nais de saúde: neurologistas, fisio-terapeutas, psicólogos, terapeutasocupacionais, massoterapeutas, es-pecialistas em medicina chinesa,quiropraxistas, entre outros.

Ainda pouco conhecida da maio-ria da população, já é aplicada em di-ferentes países do mundo, inclusiveno Brasil, e também já chegou emRio Preto. O preço de uma sessão cus-ta, em média, R$ 70, mas o especialis-ta garante que o custo ainda é menordo que muitos outros tratamentos uti-lizados pela medicina convencional.

O fisioterapeuta, que é especialis-ta em terapia manual e técnicas osteo-patas, tomou conhecimento da técni-ca em 2008, quando trabalhou emuma clínica no Canadá onde osteopa-das e quiropatas atendiam e um delesa aplicava.

“A princípio, fiquei um poucoassustado, porque eu vinha de umaterapia um pouco mais agressiva,não tão sutil como esta, mas perce-bi que os resultados eram ótimos”,explica o fisioterapeuta, que deci-diu fazer o módulo introdutório nosEstados Unidos.

A nutricionista Flávia Cesar Ra-duan decidiu se submeter à terapiacranissacral no fim de novembro doano passado em função de uma tendi-nite no braço direito provocada peloexcesso de trabalho e estresse. A dorirradiava para outras partes do corpoe já na segunda sessão diz ter sentidoos resultados. “Sempre busco comba-ter não só o efeito e soube que a cra-niossacral reestabelece esse eixo”,afirma. Ela tem recomendado a tera-pia para outras pessoas, principal-mente para as que sofrem algumadescompensação provocada pelo tra-balho, e garante que os resultados, as-sociados a uma nutrição correta, têmsido potencializados.

A dona de casa Aparecida Carlosde Souza, 66 anos, é uma das pessoasque garantem ter se beneficiado coma terapia desde que começou a ser sub-metida a ela, no fim de outubro doano passado. Ela sofria de fortes do-res nas pernas e formigamento nasmãos e braços e decidiu procurar aju-da profissional. Após uma conversa,tomou conhecimento de que existiaessa terapia. “Gosto e acredita em to-do tratamento natural e sem dor econcordei em ser tratada dessa for-ma”, disse.

Segundo ela, os resultados têm sidomuito bons. “Estou bem de um modogeral, não tenho tido dores oudormência, estou feliz, tranquila e obem-estar que sinto é muito grande”,disse. O equilíbrio que a terapia trou-xe, segundo ela, foi o principal ganho.

Saúde

Tratamento reequilibrao ‘ambiente interno’

página 10 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

O que a terapiacombate

Os efeitos positivos da tera-pia craniossacral contam emgrande parte com a atividade deautocorreção natural do corpodo paciente. A abordagem comtoque leve pelo terapeuta sim-plesmente induz as forças hi-dráulicas inerentes no sistemacraniossacral a melhorar o am-bienteinternodocorpodoclien-teeafortalecersuaprópriahabi-lidade de autocorreção.

Aterapia,deacordocomofi-sioterapeuta Felipe Augusto daSilva, pode ser utilizada junta-mente com qualquer outro mé-todo terapêutico.

A sessão pode durar de 50minutos auma hora,dependen-do do caso. Alguns deles, osmais agudos, podem exigir atésessão dupla.

Os resultados, segundo ga-

rante o fisioterapeuta, já come-çam a ser sentidos na primeirasessão. As pessoas vão com essasensação para casa. Após 24 ho-ras, os pacientes relatam queconseguem sentir essas libera-ções. É feito o reequilíbrio docorpo, que precisa de um tempoparase autocurare autorregular.

Onúmerodesessõesdepen-de do quadro do paciente. Al-guns casos exigem duas vezespor semana e, depois, uma vezpor semana. Dependendo daevolução, passa a ser quinzenale, posteriormente, com manu-tençãomensal.Quemvaiditarotempoéoprópriopaciente.“Fa-ço a avaliação, as respostas da te-rapia e o tempo de intervalo”,diz. Mas, em média, é uma vezporsemana,devidoaotempoderesposta do corpo. (GB)

Dores de cabeça e enxaqueca

Dores crônicas na nucae lombar

Problemas relacionadosao estresse e tensão

Dificuldade de coordenaçãomotora

Disfunções emrecém-nascidos e crianças

Lesões por traumatismocraniano e medulares

Fadiga crônica

Fibromialgia

Disfunções da articulaçãotemporomandibular (ATM)

Escoliose

Disfunções do sistemanervoso central

Dificuldades de aprendizagem

Déficit deatenção/hiperatividade

Estresse pós-traumático

Autismo

Dificuldades emocionais,

entre outras �

Fonte: Upledger Brasil

Efeito na1ª sessãoSegundo informações do

site Upledger Brasil, a tera-pia craniossacral começou noinício dos anos 1900, quandoo médico norte-americanoWilliam Garner Sutherland(1873-1954) observou que osossos do crânio têm uma es-trutura que permite movi-mento e desenvolveu um sis-tema de avaliação e tratamen-to conhecido como osteopa-tia craniana.

Anos depois, em 1971, ou-tro médico norte-americano,

John Upledger, observou omovimento rítmico do siste-ma craniossacral duranteuma cirurgia. Dois anos de-pois, foi a um seminário que

explicava as ideias de Suther-land, assim como algumas desuas técnicas de avaliação etratamento.

Em seguida, pôs-se a con-firmar a existência do siste-ma craniossacral cientifica-mente. Em 1975, foi convida-do pela Michigan State Uni-

versity para pesquisar e daraula no Departamento deBiomecânica e acabou fazen-do parte de uma equipe deanatomistas, fisiologistas,

biofísicos e bioengenheirospara testar e documentar a in-fluência de terapias no siste-ma craniossacral.

Pela primeira vez, foramcapazes de explicar, em ter-mos científicos e práticos, afunção do sistema, resultan-do na terapia. (GB)

FisioterapeutaFelipe Augusto daSilva, da Famerp,

aplica terapiacraniossacral em

paciente: restaurodos movimentos

naturais do corpo

Serg

ioIs

so

22/2/2011

Origem da técnica DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 11

Novidades da oftalmologia vão desde equipamentos como o Galilei, responsável por realizar

diagnósticos precoces de doenças, a aparelhos e tratamentos inspirados na natureza

Cecília [email protected]

Tratamentos e avanços na área deoftalmologia são constantes. Por issomesmo, não justifica ter uma criançavitimada por problemas da visão, eainda por cima, não tomar medidaspara que eles sejam sanados de formabreve. Em geral, os professores são osprimeiros a notar que algo na visãoda criança não vai bem, quando perce-bem que nem sempre elas correspon-dem ao que se espera delas em uma sa-la de aula. Evidente que não só na ida-de escolar, mas também nos primei-ros meses de vida, a criança podeapresentar males na visão. Há quemsofra com alterações visuais ainda noprimeiro ano de vida.

Por este motivo, a recomendaçãodos oftalmologistas é para que se le-ve a criança para fazer consultas pe-riódicas. “O ideal é fazer o primeiroexame no nascimento da criança eoutro antes de um ano de idade”,afirma o oftalmologista LeonardoPereira, do Hospital do Olho Reden-tora, de Rio Preto.

Ao se levar a criança para uma avalia-ção visual, maiores são as chances de seagir de forma precoce caso exista algumproblema, O médico lembra que algunsexames de rotina não avaliam apenas a ca-pacidade visual de cada paciente, mas tam-bém a medida da pressão ocular, o exameda córnea e da íris e outros, quando neces-sários. “Os exames previnem uma série decomplicações e limitações visuais futuras,como a ambliopia, ou olho preguiçoso,doença que leva a uma deficiência visual ir-recuperável se não tratada adequadamen-te”, diz o oftalmologista.

O especialista destaca que esses examesnão são somente pensando no uso dos ócu-los, mas também para diagnosticar infec-

ções, lesões congênitas ou tumores, em ca-sos mais graves, prevenir e diagnosticarainda em fase inicial doenças e eventuais ci-rurgias oftalmológicas.

E para isso, um novo equipamento, de-nominado de tomografia Galilei, tem sidousado com sucesso nos diagnósticos preco-ces tanto em crianças quanto em adultos.

O equipamento tomográfico é multi-

funcional e capaz de diagnosticar de formaprecisa doenças como glaucoma e catarata,além de determinar, com muito mais segu-rança, se a pessoa pode ou não fazer uma ci-rurgia de correção de miopia.

Bioinspiração

Cada vez mais os cientistas procuram

inspiração na natureza para desenvolvernovidades, e na área da oftalmologia não édiferente. Afinal, é preciso encontrar solu-ções para desafios tecnológicos. E assim co-mo as telas de LED foram inspiradas nasasas de uma borboleta da Amazônia e o vel-cro para o uso comercial teve como base aforma de aderir da bardana (carrapicho), aoftalmologia, na área médica, é quem saina frente para aplicar essa prática.

E quem está à frente do processo é a em-presa farmacêutica Bausch+Lomb, quetem foco na área oftalmológica, e já busca,na bioinspiração, avanços para seus produ-tos. E para tanto trouxe para o XIX Con-gresso Brasileiro de Prevenção da Ceguei-ra e Reabilitação Visual, ocorrido em Salva-dor, no ano passado, o físico Peter Vuku-sic, professor adjunto da Escola de Físicada Universidade de Exeter (Reino Unido)e um dos especialistas mais importantesnesse segmento.

De acordo com Gislaine Sachetti, ge-rente de marketing da área de Vision Careda multinacional, “o fato é que o conceitojá está aplicado no desenvolvimento de len-tes intraoculares, que substituem o cristali-no após cirurgia de catarata”, diz.

Ao trazer o cientista para o Brasil,a multinacional quer que os médicosbrasileiros se empenhem em conhe-cer melhor a proposta, uma vez queele a estuda desde 1998.

Peter começou seus estudos anali-sando as borboletas e besouros furta-cor, mas acabou englobando sistemasde cores em uma gama muito maiorde animais e plantas. Seu grupo depesquisa está envolvido no trabalhoque inclui a descoberta, caracteriza-ção e aplicação tecnológica da ópticae fotônica exclusiva dos sistemas ani-mais que evoluíram naturalmente.

Bioinspirada na lágrima humana, a em-presajáplanejaparaoanoquevemumasolu-ção de limpeza para lentes de contato. �

Saúde

Avanços da medicinaparamelhorar a visão

Galilei é o aparelho tomógrafo quepermite ao oftalmologista fazer umestudo da superfície da córnea e desuas várias camadas até a superfícieinterna, disponibilizando aosoftalmologistas informações precisas.Com isso, o Galilei é utilizado parainúmeras aplicações, tais como:

Indicar a melhor lente de contato,

de acordo com as características

individuais do paciente

Auxiliar no diagnóstico de

glaucoma, realizando o mapa

paquimétrico em toda extensão da

córnea, medição da gonioscopia digital

Identificar a densidade de

opacificação do cristalino

Fazer avaliação pré-operatória da

cirurgia refrativa (miopia/

hipermetropia/ astigmatismo)

O equipamento utiliza duas câmerasfotográficas que são ativadas quandoo paciente coloca seus olhos numorifício do equipamento. Estascâmeras captam imagens do olho emtrês dimensões - simultaneamente -,para retratar a córnea (estruturatransparente frente ao olho), o

cristalino (lente convexa que seencontra atrás da íris) e a íris,mostrando assim detalhes sobre aforma, dimensão, espessura e posiçãodeles. Ao mesmo tempo que uma dascâmeras faz uma tomada decomprimento e largura desta parte doolho, a fim de fazer a detecção deirregularidades na córnea. Todas asinformações são armazenadas por umsoftware, que gera um relatório delase de todas as imagens para ooftalmologista fazer o diagnóstico

Fonte: Hospital do Olho Redentora

Saiba maiswww.sxc.hu/ Divulgação

página 12 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Pesquisa pioneira no mundo usa células-tronco para combater a retinose

pigmentar, doença de origem genética que leva à perda progressiva da visão

Cecília [email protected]

Um estudo de retinose pig-mentar conduzido pelo oftalmolo-gista Rubens Siqueira, especialis-ta em retina e vítreo, de Rio Pre-to, pioneiro no mundo, que usacélulas-tronco no combate à doen-ça, acaba de ser publicado no Reti-na Journal (jornal mais conheci-do na área de retina nos EstadosUnidos). Trata-se da primeira pu-blicação no mundo sobre o assun-to com tratamento realizado emseres humanos (os estudos ante-riores foram feitos em animais).

A reposição celular estratégi-ca tem potencial para melhorar avisão em pacientes que foram an-teriormente considerados incurá-veis. A retinose pigmentar leva àperda da visão, progressivamen-te, e tem origem genética. Siquei-ra, que atua em conjunto com ou-tros especialistas da Universida-de de São Paulo, de Ribeirão Pre-to, explica que a pesquisa - deno-minada transplante autólogo decélulas-tronco derivadas da me-dula óssea para tratamento da reti-nose pigmentar - já se encontraem uma nova fase. Desta feita emhumanos.

Vinte pacientes estão sendoanalisados. A primeira fase dapesquisa consistiu na avaliaçãoda segurança do procedimento eterminou em 2010. A partir des-ta data, os resultados passaram aser publicados em jornais cientí-ficos especializados e apresenta-dos em congressos no Brasil eem outros países (inicialmentenos Estados Unidos).

Na segunda fase do estudo,

que teve início em fevereiro desteano, foram selecionados mais pa-cientes com o objetivo de avaliara eficácia do tratamento e tam-bém colher mais informações so-bre a segurança do procedimen-to. O estudo conta também com aparticipação dos pesquisadoresda USP Rodrigo Jorge, AndréMessias e Julio Voltarelli, de Ri-beirão Preto.

O National Institutes of Heal-th (NIH) tem disponibilizado pa-ra a comunidade mundial todosos dados dos estudos clínicos queestão sendo realizados no mun-do, mostrando desde os métodosutilizados até os resultados. Destaforma, Siqueira divulgará a nívelmundial sua pesquisa e por meiodeste registro poderá publicar seuestudo em jornais especializadosde alto impacto, e também apre-sentações em congressos especia-lizados em células-tronco, queocorrerão em diversos países aolongo dos próximos anos. O estu-do pode ser acessado na páginawww.clinicaltrial.gov (em in-glês), digitando o nome de Ru-bens Siqueira no campo de bus-ca. Acompanhe aqui a entrevistafeita com o oftalmologista.

Revista Bem-Estar - Quaisos critérios usados para a es-colha de novos candidatos, equal o próximo passo?

Rubens Siqueira - Já possuí-mos muitos pacientes cadastra-dos como voluntários para apesquisa. Dentre esses, escolhe-remos o próximo grupo para sesubmeter ao tratamento a par-tir de critérios clínicos que sãoavaliados por meio de examesespecializados como mapea-

mento da retina, eletrorretino-grafia e campo visual.

Bem-Estar - O que levauma pessoa a desenvolver aretinose pigmentar?

Siqueira - Consiste em umdefeito genético que pode sertransmitido de forma hereditá-ria ou em consequência de con-sanguinidade (casamento en-tre parentes, com primos, porexemplo, pode levar a ter um fi-lho com retinose). Esta doençaleva a uma perda progressivada visão ocasionada por morteprecoce das células da retina(apoptose) de forma progressi-va, ou seja, a visão vai piorandogradativamente de acordo coma diminuição da população dascélulas fotorreceptoras (respon-sáveis pela formação da visão).

Bem-Estar - Como sua pes-quisa está contribuindo paracombater o problema?

Siqueira - Nesta primeira fa-se da pesquisa, o objetivo foi ava-liar a viabilidade do tratamento,ou seja, se era possível usar célu-las-tronco dentro do olho semcomplicações. Observamos queao final do primeiro ano de trata-mento os pacientes não apresenta-ram quaisquer complicações,mostrando a segurança do proce-dimento. Observamos tambémque houve melhora na respostaelétrica da retina medida pelo ele-trorretinograma e campo visual,mas estes dados são preliminarese é o que confirmaremos na se-gunda fase do estudo.

Bem-Estar - Quanto tempoapós o fim da pesquisa paraque se converta em um trata-mento convencional?

Siqueira - Acreditamos que

dentro de 1 a 2 anos teremos da-dos mais concretos para estabele-cermos esta previsão.

Bem-Estar - Qual o resulta-do dos tratamentos realiza-dos até agora?

Siqueira - Notamos que hou-ve resposta positiva do campo vi-sual e no eletrorretinograma quemede o funcionamento das célu-las da retina. Outro achado queconfirmaremos em breve é o fatode que o olho que recebeu a inje-ção não piorou em relação ao ou-tro olho, que não foi tratado e con-tinuou piorando devido à doença(os pacientes fazem o tratamentoem um olho somente e o outroolho serve como comparativo,pois a doença compromete osdois olhos).

Bem-Estar - Como as célu-las-tronco têm sido obtidas?

Siqueira - São retiradas damedula óssea do próprio pacientesob anestesia local. Geralmente,utilizamos a região sacroilíaca (os-so da bacia), pois é mais fácil de seretirar e apresenta maior quanti-dade de medula óssea. Após a ex-tração, esse material é levado aolaboratório especializado e cre-denciado para terapia celular, on-de as células-tronco são separadase então colocadas em um aplica-dor especial que será utilizado pa-ra injetá-las no olho.

Bem-Estar - De que formaelas agem para recuperar oolho com a doença?

Siqueira - Estas células-tronco derivadas da medula ós-sea podem se diferenciar de al-gumas células da retina, masnão todas.Além disso, elas pro-duzem fatores angiogênicos(que ajudam na formação de va-sos sanguíneos) e neurotrófi-cos (ligados ao crescimentodos neurônios e outras célulasdo sistema nervoso). Assim, ascélulas-tronco da medula fun-cionariam como uma “equipede resgate” das células da reti-na, que estão perdendo a fun-ção e morrendo por causa da re-tinose pigmentar.

Bem-Estar - E nas demaisdoenças da retina, já tem apa-recido algum resultado?

Siqueira - Estamos aguardan-do autorização do Comitê Nacio-nal de Ética em Pesquisa para ini-ciarmos os testes para tratamentoda degeneração macular relacio-nada com a idade e retinopatiaisquêmica (como a retinopatiadiabética e oclusões vasculares daretina). �

Avanço

Esperança deluz na escuridão

“Para mim, é como setivesse nascido comretinose, pois tinha apenas10% de visão. Evidenteque já me ajudavabastante. Mas sabia queum dia iria perder toda avisao. Por um tempo,pensei que isso não iaacontecer, mas com 45anos perdi tudo. Foi muitoruim, porém, já estavapreparada. Hoje, estoureabilitada; mesmo sendosofrido, consigo viver bem.Claro que tenho esperançade enxergar um dia.”

Antonia Maria Vieira,portadora de retinose

pigmentar

Rubens Siqueiraé responsável pelo Centrode Pesquisa RubensSiqueira e doDepartamento de Retina doHospital Dia D’Olhos(Pirâmide) de Rio Preto ePesquisador doDepartamento de Retina daUSP de Ribeirão Preto.É autor de vários livrosmédicos na área de retina

Depoimento

Perfil

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 13

Especialistas da

área de medicina

esportiva

destacam a

importância da

academia da

adolescência à

Terceira Idade

Agência Estado

Ao longo dos anos, estudosligados à medicina do esportecomprovaram que exercícioscom peso são benéficos, espe-cialmente às mulheres. Ao lon-go da vida, o corpo feminino so-fre alterações com a idade, co-mo a perda de massa musculare a lentidão do metabolismo.Condições que abrem caminhopara o aumento de peso e o sur-gimento do famigerado “pneu-zinho”. Portanto, “puxar fer-ro” com regularidade e orienta-ção de um educador físico trazmuitas outras vantagens. Me-lhora a postura, ajuda na pre-venção da osteoporose, acelerao metabolismo e combate a gor-dura corporal. De quebra, põe aautoestima lá em cima! Conhe-ça a história de quatro pratican-tes e as dicas dos profissionais.

Na adolescência

Por indicação médica, a es-tudante Mayara Souza, de 16anos, matriculou-se na acade-mia para emagrecer. Com 1,70metro de altura, a garota pesa-va 74 quilos. No início, con-centrou-se nas atividadesaeróbicas. Quando perdeu pe-so , reso lveu encarar a

musculação para definir ocorpo, mesmo não gostandoda modalidade. Com o efeitoquase imediato, a adolescen-te pegou gosto e hoje não dei-xa de puxar ferro por nada.Faz quatro sessões de 45 mi-nutos por semana, sempreem conjunto com as outrasaulas de malhação. “Comocurto muito aeróbica, amusculação é também impor-tante para fortalecer a pernae evitar lesões nos joelhos”,diz Mayara.

Alunos iniciantes, especial-mente adolescentes, devem se-guir à risca o treino estipuladopelo instrutor para o desenvol-vimento muscular ser gradual.Portanto, afirma o treinadorMapson Douglas Medeiros Jr,para não se machucar, é funda-mental não pular etapas, muitomenos aumentar cargas. “É co-mum o jovem querer superarseus limites desrespeitando asorientações de um profissio-nal”, conta o treinador.

É preciso dosar as sessõesde musculação pois o supertrei-namento pode prejudicar o pro-cesso de crescimento. A práticasegura, contudo, pode otimizaro crescimento, além de ajudarno combate a doenças crônicas,como a obesidade.

De acordo com Medeiros, amusculação está voltada para areabilitação, a prevenção dedoenças e a qualidade de vida.Seus benefícios, ele explica,vão além do corpo delineado.Ao proteger as articulações, es-sa modalidade ajuda a evitar le-sões, eleva a resistência muscu-lar, melhora a postura e o condi-cionamento físico, aumenta adensidade óssea e, de quebra,ajuda na autoestima.

Mais afoitos, os adolescen-tes devem respeitar seus limi-tes para evitar lesões. Não é in-dicado fazer uma atividade físi-ca em jejum ou com pressa.Aquecimento leve e alonga-mento antes da musculaçãosão essenciais. Vale lembrarque descanso também faz par-te do treino.

Dos 20 aos 40 anos

Corpo mais torneado e semgordura localizada sempre foi oobjetivo da advogada mineiraMartha El Debs, de 29 anos.Por muito tempo, ela concen-trou seus esforços na nataçãoe na dança. Mas decidiu enca-rar os pesos para tonificarseus músculos. Apesar de tor-cer o nariz para musculação,aderiu de vez ao perceber os

resultados rápidos. “Achavamaçante”, confessa. “O segre-do para não

desanimar é renovar o trei-no a cada mês.” Três vezes porsemana, Martha reserva 50 mi-nutos nos equipamentos. Nosoutros dias, pratica a luta muaythai como atividade aeróbica.

O foco em aeróbico domi-nou o mercado fitness por mui-to tempo, mas agora está ultra-passado, segundo Saturno deSouza, especialista em treina-mento muscular. “Esse tipo deaula estava direcionado basica-mente às mulheres, enquanto amusculação ficara para os ho-mens”, lembra. Isso mudou.Pesquisas comprovaram a im-portância do trabalho de força,principalmente para elas. Otreinador explica que acredita-va-se, num primeiro momento,que o impacto das atividadesaeróbicas ajudava na prevençãode osteoporose. O problema éque, por outro lado, acabava ge-rando lesões.

Foi aí que a medicina espor-tiva descobriu que o trabalhode sobrecarga com peso tam-bém estimulava o acúmulode cálcio nos ossos, só quesem o impacto e, portanto,com menos chance de lesões.“ D a í e m d i a n t e , a

musculação deixou de ser umbicho-papão”, diz Souza. Arecomendação do AmericanCollege of Sports Medicine(ACSM) hoje é unir exercí-cios de força, aeróbicos e deflexibilidade, pois todos secompletam.

Entre 20 e 30 anos, o espe-cialista explica que o ganhomuscular é rápido. Mas nadaque transforme a mulher emuma versão do Incrível Hulk -a menos que esse seja o objeti-vo. Aí o treino é duro e há ne-cessidade de suplementaçãoalimentar. Acrescentar traba-lho de força nessa faixa etáriavai dar tonicidade e protelar,lá na frente, a famigerada leida gravidade. “Existe um con-ceito que diz que um corpo tra-balhado nunca volta a ser co-mo antes”, explica Souza. “Is-so significa que a mulher quepraticou uma atividade físicano passado vai ter mais facili-dade para obter resultados doque uma sedentária.”

Portanto, quanto antes secriar esse hábito, mais se ge-ra a “memória motora” corpo-ral. E o ideal é manter umafrequência mínima de ativida-de física. Para ele, é melhorfrequentar a academia umavez por semana do que não fa-zer nada.

Fitness

Benefício damusculaçãonãovê idade

página 14 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Considerando as diferentesfases femininas, para uma mu-lher na faixa dos 20 aos 30anos, bastam treinos demusculação duas vezes por se-mana para ganhar tonicidade.Bem diferente de quem está bei-rando os 40 e cujo metabolismocomeça a ficar mais lento. Nes-se caso, aconselha-se um treinode, no mínimo, três vezes porsemana, sempre intercalandocom atividades aeróbicas.

Dos 40 aos 60

A comerciante Claudia Car-valho, de 43 anos, admira mu-lher forte: músculos hipertro-

fiados e corpo durinho da cabe-ça aos pés. Mãe de quatro filhos- uma filha de 24, um garoto de13 e um casal de gêmeos de 7 -,ela encontrou nos pesos a fór-mula que precisava para recupe-rar suas formas após a últimagestação. “Por ser de risco, tivede tomar hormônios e ficar derepouso”, conta. “Com isso,passei de 56 quilos para 90.”Hoje, se mantém com 71 em1,70 m, manequim 38 e gordu-ra baixíssima. Depois que os gê-meos nasceram, Claudia ficoucom uma sobra de 15 centíme-tros na pele da barriga e preci-sou fazer uma plástica - únicacirurgia a que se submeteu. O

resto, conquistou na academia.De início, voltou-se à aeróbicae à alimentação regrada. Levouum ano para recuperar o pesoanterior à gravidez e então fo-cou na musculação para definirbem as curvas e combater a fla-cidez. O resultado foi rápido. Eaté as celulites sumiram.

Grande parte das frequenta-doras de academia, sobretudona faixa etária de Claudia, con-centra suas atividades físicasem aeróbicos para emagrecer.O que é um erro, observa Hum-berto Rodrigues, especialistaem fisiologia. “Não se preocu-pam em aumentar a massa mus-cular, essencial entre mulheres

de 40 a 60 anos”, avisa. “É nes-sa fase que há perda muscular eredução do metabolismo.”

Mais lento, o metabolismogasta menos energia, o que faci-lita o aumento de peso e, claro,de gordura corporal. Outro pro-blema é a alteração hormonalque ocorre com a menopausa -daí a importância das consultasperiódicas ao ginecologista pa-ra acompanhar as mudançasou, ainda, pensar em reposição.

“Calcula-se que uma pes-soa sedentária perca dois qui-los de músculo por ano”, dizo treinador. Razão pela quala musculação torna-se essen-cial: barra a perda muscular,reduz a flacidez e acelera ometabolismo.

Para garantir bons resulta-dos, Rodrigues aconselha trei-nos de três a quatro vezes porsemana e em dias alternados.“Não há necessidade de puxarferro por mais de uma hora”,observa. “Uma sequência bemdirecionada pode durar 30 mi-nutos ou pouco mais, e aindadá para acrescentar alguma ati-vidade aeróbica.”

Para quem é iniciante, o es-pecialista indica dois a trêstreinos semanais. Nos primei-ros 15 dias, a carga deve ser le-ve e as sequências são duas ve-zes de 20 repetições. Nas trêssemanas seguintes, mude paratrês séries de 15 repetições,com carga moderada, que de-ve ser aumentada à medidaque a execução do exercício fi-car fácil. Acrescente um traba-lho aeróbico entre 15 e 30 mi-nutos, alternando em cada diaa modalidade: bike, esteira oue l í p t i c o , s e m p r e c o mfrequência cardíaca entre 55%e 65% da máxima. Faça alonga-mentos antes e depois do trei-no, com permanência de 30 a40 segundos na posição.

Mais de 60

Salma Gebran tem uma vita-lidade invejável. Aos 74 anos, éo exemplo de como a atividadefísica influencia na qualidadede vida da terceira idade. Nasduas horas em que malha naacademia, dia sim, dia não, sedivide entre musculação - suamodalidade preferida -,aeróbica e alongamento. Hápouco tempo, incluiu aulas depilates para não ficar paradanem um dia. “Puxar ferro é pa-

ra o corpo e aeróbico, para o co-ração.” Como esperado, seusexames estão sempre zerados.

Ganhar massa muscular éprioridade para a aposentadaSalma, que tem 1,58 metro e 58quilos. O marido, que a acom-panha à academia, os três fi-lhos e os dois netos se orgu-lham dela. “Nessa fase, tende-se a ficar meio mole, cair facil-mente e ficar curvado”, diz.“Eu ando até de salto, que ado-ro, porque minha musculaturasegura bem meu corpo.”

A musculação, afirma Valé-ria Aprobato, especialista emfisiologia do exercício e saúdeda mulher e autora do livro “OSegredo do Corpo Perfeito -Em 220 Perguntas que VocêGostaria de Fazer”, constrói fi-bras musculares, recuperandoas perdidas ao longo dos anos,evita lesões e osteoporose.Além de estimular o acúmulode cálcio nos ossos, o músculofirme também os protege. “Émuito eficaz porque cada exer-cício trabalha isoladamente omúsculo desejado”, diz a trei-nadora e fisiculturista.

E tem mais: trabalhar osmúsculos ajuda a evitar de-pressão. É que, como respos-ta à atividade física, o orga-nismo libera endorfina, subs-tância química que traz sensa-ção de euforia e bem-estar. Amusculação também deixa ocorpo mais firme e dá mais se-gurança no caminhar. “Háexercícios específicos para a re-gião das costas. Eles evitam amá postura e dores lombares”,avisa Valéria.

Quem nunca praticou podeiniciar um trabalho de força.Com certeza haverá um ganho,desde que o treino tenha con-tinuidade e orientação ade-quada. Para os iniciantes, Va-léria aconselha frequência dedois a três dias semanais. “Épreciso muito trabalho parasair da fase básica e entrar notreino intenso.”

O ideal é fazer musculaçãotrês vezes por semana e em diasalternados. Nesse início, deve-sefazer duas séries de 12 repetiçõesde cada exercício. Após duas se-manas com pesos leves, aumen-tar a carga, sempre sob supervi-são de um instrutor, e fazer trêsséries de 12 repetições. Nos diassem treino, investir emaeróbicos (esteira ou bicicleta),sempre com alongamentos an-tes e depois. �

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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 15

Menos conhecida, endometriose intestinal atinge mulheres na fase pós-menopausa

Cecília [email protected]

A endometriose é um pro-blema desagradável que afeta avida de boa parte das mulheres.O que muita gente não sabe é,ao contrário da endometriosesimples, que atinge as mulhe-res antes da menopausa, há tam-bém a chamada endometrioseintestinal, um problema na vi-da de pelo menos 70% das mu-lheres no período da pós-meno-pausa.

A endometriose simples, ex-plica o ginecologista CarlosEduardo Ferreira, da Santa Ca-sa de Rio Preto, pode ser umadoença assintomática ou comsintomas leves quando manifes-ta em nível superficial; porém,quando em nível profundo(doença infiltrativa), está asso-ciada a dores importantes, inva-riavelmente, com repercussõesgraves na qualidade de vida damulher. Entende-se por endo-metriose profunda lesões desepto reto-vaginal, ligamentosde sustentação do útero, viasurinárias (bexiga, ureter e rim)e intestinal.

Já a endometriose intesti-nal, segundo Carlos EduardoFerreira, chega a ser responsá-vel por 20 a 25% das endome-trioses profundas. “O diagnósti-co deve ser feito antes da abor-dagem cirúrgica, pois a cirur-gia, nestes casos, é mais comple-xa, e deve ser realizada comequipe multidisciplinar (gine-cologista e cirurgião gastrointes-tinal)”, explica.

Em 70% dos casos de endome-triose intestinal o cólon sigmoideou reto estão envolvidos. E não ra-ro, alguns profissionais de saúdeainda confundem o problemacom câncer de cólon ou de reto.Para o proctologista especialista eautor de artigo sobre o assunto Jo-sé Joaquim Ribeiro da Rocha,professor do Departamento de Ci-rurgia e Anatomia da Faculdade

de Medicina de Ribeirão Preto,da Universidade de São Paulo(USP), o problema ocorre em fun-ção da presença de células do en-dométrio uterino na parede do in-testino, principalmente do reto,por isso os sintomas mais frequen-tes são de sangramento nas fezesdurante o período menstrual edor pélvica e perineal.

Inclusive, o médico alerta-que seja qual for o tipo de en-dometriose há risco sim de setornar um câncer. Por isso,quanto antes os sintomas fo-rem identificados e tratados,melhor.

O assunto é bastante com-plexo e intrigante, não por aca-so está presente em diversos tra-balhos. Estudos brasileiros so-bre tratamento da endometrio-se e de sangramentos provoca-dos por miomas foram apresen-tados no XIII World Congressof Gynecological Endocrinolo-gy, em Florença, na Itália, peloginecologista e especialista emreprodução humana HugoMaia Filho.

Nas pesquisas, que duraramaproximadamente quatro anos,cerca de 100 pacientes em idadereprodutiva, com quadros de en-dometriose e miomas, utilizaramde maneira contínua um contra-

ceptivo oral contendo gestodeno75 mcg e etinilestradiol 30 mcg,com a finalidade de controlar asdores e os sangramentos anor-mais associados a estas patolo-gias. Nesses estudos, procurou-seinvestigar os mecanismos de açãodo contraceptivo oral provandoassim sua eficácia terapêutica.

Segundo Maia, a pílula anti-concepcional de princípio ativogestodeno agiu bloqueando noendométrio a formação da aroma-tase. Enzima essa, que quando ati-va no útero estimula a formaçãodos estrogênios - hormônios quepodem favorecer o aparecimentoda endometriose e do sangramen-to aumentado dos miomas.

Ao inibir a enzima, os contra-ceptivos orais contendo gesto-deno impedem o aparecimentodessas patologias, além de con-trolarem sintomas como he-morragias e dores pélvicas. “Aoreceber os hormônios presen-tes na pílula, o organismo femi-nino para de fabricar osestrogênios tanto no ovário co-mo no útero, e como a quantida-de ingerida é bem inferior àproduzida pelo corpo da mu-lher, cria-se um ambiente debaixo teor hormonal menospropenso a essas doenças”, dizo ginecologista.

Os estudos foram publicadosna revista internacional Gyneco-logical Endocrinology.

Vítima da doença desde os 18anos, a dona de casa M.A.J, 55anos, conta que passou inúmerasnoites em claro, com dores atro-zes na região abdominal, mas sócomeçou a se tratar 10 anos de-pois, quando descobriu a doen-ça. “Quando quis engravidar,e não conseguia, fui orientadapelo médico de que não seria omomento devido ao fato de terendometriose. Mas não imagi-nava que o mal iria acarretaruma série de desconfortos emminha vida a ponto de tornar-me incapaz de ter filhos”, diz.

Carlos Eduardo Ferreira ex-plica que as mulheres, mesmo as-sintomáticas, necessitam realizarexames periódicos para adetecção do mal de maneira pre-coce. E, em especial, se houver ris-co de câncer, que hoje ocupa oquarto lugar entre os que maismatam mulheres. Entre os casosjá registrados, grande parte dasmulheres afetadas apresenta me-nopausa tardia (acima de 52anos), obesidade, reposição hor-mon a l s o m e n t e c o mestrógenos e dieta rica em gor-dura. Além desses fatores, dia-betes e histórico familiar decâncer também foram aponta-dos como determinantes.

O principal sintoma dessetipo de câncer é o sangramentouterino anormal, sobretudo,após a menopausa. Para com-provar o diagnóstico deve serrealizada uma biópsia do en-dométrio, especialmente, se eleestiver alterado. Após a meno-pausa é importante investigarqualquer sangramento uterino,mesmo que a suspeita do câncerseja descartada.

Os médicos explicam que otratamento de pacientes com cân-cer de endométrio é, majoritaria-mente, cirúrgico, incluindo a reti-rada do útero e ovários. Nos ca-sos onde a cirurgia não é indica-da, a quimioterapia e radiotera-pia são bem empregadas.

Saúde

ALÉM DO PERÍODO FÉRTIL

A endometrioseintestinal é marcada pelapresença de células doendométrio uterino na parededo intestino, principalmentedo reto, por isso, os sintomasmais frequentes são desangramento nas fezesdurante o período menstrual edor pélvica e perineal

O que causa a doença éalgo discutível. Algumasteorias dizem que ocorre umdesgarramento de células doútero no período menstrual,que caminhariam pelaconduta da trompa e seinstalariam na pelve e noperitônio

Os sintomas maisfrequentes são dor pélvicacrônica, cólica menstrualmoderada a grave,irregularidade menstrual, dorna relação, infertilidade,sintomas urinários egastrointestinais inespecíficos(constipação, aumento degazes, dor na evacuação, etc)

Pode ser diagnosticadacom exames ginecológicos eproctológicos, tais como:ultrasson, tomografia,ressonância magnética,colonoscopia,videolaparoscopia, que sãoos mais utilizados

O tratamento passa pelouso de anticoncepcionais,medicações análogas ahormônios que bloqueiam ocrescimento celular doendométrio. Em casocirúrgico, pode ser feita viaaberta ou videolaparoscópica.A escolha do método serábaseada no tipo deendometriose e o seu grau deinvasão no intestino e na

pelve �

Fontes: José Joaquim Ribeiro da

Rocha, professor da Faculdadede Medicina de Ribeirão Preto

(FMUSP), e Carlos Eduardo Fereira, ginecologista da Santa

Casa de Rio Preto

Entenda

página 16 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Cumprimentamosapenasos

vencedores, masnuncanos

lembramosdeolhar emvoltae

perceber quedeterminadas pessoas

têm grande responsabilidade para

que o sucesso seja alcançado

Ronaldo MarquesProfessor de literatura

Os meus amigos sabem que eu gosto deconhecer histórias que alegorizam algumasituação da vida humana. Já até postei algu-mas em artigos anteriores. Nesta semana,um amigo me enviou uma, que muitos jádevem ter lido ou escutado. Mas como eunão a conhecia - e achei ótima - resolvi re-produzi-la aqui.

“Um fazendeiro colecionava cavalos esó faltava uma determinada raça. Um dia,ele descobriu que seu vizinho tinha esse ca-valo, então o atazanou até conseguir com-prá-lo. Deixou-o dentro de um grande gal-pão, onde havia também um cachorro do-mesticado e um belo porco, além dos ou-tros cavalos.

Um mês depois, o cavalo adoeceu.Após chamar o veterinário, ouviu o seguin-te diagnóstico: - Seu cavalo está com umavirose, será preciso tomar este medicamen-to durante três dias. No 3º dia, eu retorna-rei. Caso ele não esteja melhor, vai ser pre-ciso sacrificá-lo.Então, deram o medica-mento e foram embora. O porco, que pres-tara atenção em toda a cena, se aproximoudo cavalo e disse: - Força, amigo, levantadaí, senão você vai ser sacrificado. No se-gundo dia, repetiram a cena, mas o cavalonão reagia. Depois que todos saíram, o por-co se aproximou novamente e disse: - Va-mos lá, amigão, levanta, senão você vaimorrer! Vamos lá, força, eu te ajudo a le-vantar. Estou com você nessa, vamos lá!

No terceiro dia, vendo o animal inerte,o veterinário deu o medicamento e disse: -Infelizmente, se ele não melhorar, vamoster que sacrificá-lo amanhã, pois a virosepode contaminar os outros animais. Quan-do foram embora, o porco se aproximou docavalo e disse: - Cara, é agora ou nunca!Não vou deixar você ser sacrificado, de jei-to nenhum! Levanta logo, upa! Coragem!Vamos, vamos! Upa! Upa! Isso, devagar!Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal,agora mais depressa, vai... fantástico! Isso!Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa! Isso, is-so! Você venceu, campeão, você venceu!Então, de repente, o dono chegou, abriu a

porta do galpão e se deparou com o cavaloem pé, todo saltitante, forte, até mais ani-mado do que os outros. Radiante de tantafelicidade, disse o homem: - Milagre!!! Ocavalo melhorou, o cavalo está salvo! Issomerece uma festa! Vamos dar uma grandefesta! Vamos matar o porco e comemorar!

Infelizmente, transpondo para cenasda vida real, é isso que acontece comfrequência. Seja no ambiente de trabalho,ou mesmo em situações simples do dia adia, quem já não passou pela experiênciade ter feito algo e não ter recebido o devidoreconhecimento? Quem nunca foi o por-quinho da história acima, ajudando al-guém em algo, mas sequer sendo lembradopor isso?

O leitor poderia dizer: “Mas o fazendei-ro não sabia que o porquinho tinha ajuda-do tanto na recuperação do cavalo.” Ora,não sabia porque não procurou saber, e éisso o que acontece no nosso cotidiano.Olhamos apenas o resultado, o sucesso,as conquistas. Cumprimentamos apenasos vencedores, mas nunca nos lembra-

mos de olhar em volta e perceber que de-terminadas pessoas - digamos, assim,mais anônimas - tiveram também granderesponsabilidade para que aquele sucessofosse alcançado.

Deixo aqui exposto que não estou de-fendendo a ideia do “fazer para ser lembra-do”. Não é isso. Aliás, pessoas que fazem ascoisas preocupadas com o elogio dos ou-tros são pessoas que se voltam para o suces-so, não para os seus valores pessoais, osquais devem existir naturalmente em cadaum de nós.

A ideia que defendo neste artigo é exa-tamente o contrário: não é a de fazer as coi-sas esperando o reconhecimento, mas a es-pontaneidade e justiça de se fazer esse mesmoreconhecimento a quem o merecer.

Viver sem ficar se preocupando com o elo-gio alheio é um verdadeiro ato de sabedoria.Mas para mim, amigo leitor, existe algo aindamais sábio: é a atitude de procurar, de desco-brir e, acima de tudo, de valorizar aqueles“anônimos porquinhos” que tornam possí-veis muitas de nossas conquistas. �

A arte doreconhecimentoanônimo

www.sxc.hu/ Divulgação

Arquivo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 17

Armando Babaioff explora os conflitos sexuais do mal resolvido surfista Thales, de ‘Ti-Ti-Ti’

TV Press

Armando Babaioff sabia desde o iní-cio que entraria em “Ti-Ti-Ti” depoisque a novela já estivesse no ar. Mas, so-bre o discreto surfista Thales, pouco sa-bia. Por isso mesmo, recebeu com sur-presa o fato do personagem se revelargay no decorrer dos capítulos. Um fatorque ele garante ter sido crucial para ga-rantir o equilíbrio ao compor o papel deum homem que tem dificuldades deaceitação e, principalmente, vivencia oamor com uma pessoa do mesmo sexopela primeira vez. “Isso contribuiu paraque não caíssemos no risco de estereoti-par nada. Construí tudo em cima do tex-to. As brechas foram dadas aos poucos,o que ajudou a evitar sustos em quem as-sistia”, avalia o ator de 29 anos.

Na história, Thales precisava se ca-sar para assumir a herança deixada pe-los pais, mas que estava em poder deuma tia. Se uniu à excêntrica Jaqueline,de Cláudia Raia, depois que a fashionis-ta foi abandonada pelo caricato JacquesLeclair, vivido por Alexandre Borges.Uma situação que, fora da ficção, favore-ceu - e muito - o trabalho de Armando.Contracenando com Cláudia, o ator “pe-gou carona” no carisma de Jaqueline eacabou agradando. Tanto que seu papelnão parou de crescer depois que apare-ceu na trama de Maria Adelaide Ama-ral. “A impressão que eu tenho é que aspessoas começaram a enxergar o Thalespelos olhos da Jaqueline. Como ela esta-va na pior e ele vinha para reerguê-la,foi muito bem aceito”, opina.

Armando confessa que já ouviu co-mentários preconceituosos em relaçãoao personagem. Mas garante que não sesurpreendeu. “Vivemos um preconcei-to velado no Brasil. E não só em relaçãoaos gays, mas a várias outras minorias.Que nem são tão minorias assim”, argu-menta. De qualquer forma, o ator acre-dita que a abordagem do público mos-tra que a intolerância está diminuindo.E que mesmo alguns preconceituososconseguem se emocionar com o dramade Thales. Isso porque o surfista, depoisde se casar com Jaqueline, se apaixonou

pelo cabeleireiro Julinho, de André Ar-teche. “Tem muita gente que diz que oThales é bonito e forte demais para sergay. O que acho mais legal é mostrarque o dentista, o médico, o bombeiro ouqualquer outra pessoa que eles conhe-çam também pode ser gay. Não é algoque venha escrito na testa das pessoas”,analisa.

Tranquilo em relação a interpretarum gay, o maior problema de Armandofoi mesmo ter de encarar um surfistamais uma vez. O ator não tem a menorafinidade com a prancha. “Quando eu lia sinopse, era um ex-surfista. E a primei-ra aparição do Thales no texto era elesaindo do mar, dourado. Fiquei apreen-sivo”, lembra ele, que estreou na tevê co-mo o “bad boy” Felipe, de “Páginas daVida”, que também gostava de pegar on-da. “Devo ter cara de quem vive no mar.Estou até pensando em fazer um cursode surfe quando a novela terminar paranão ser mais pego de surpresa”, brinca.

Às vésperas de terminar seu traba-lho em “Ti-Ti-Ti” – a novela acaba nodia 18 de março –, Armando ainda nãosabe qual será seu próximo trabalho natevê. O contrato com a Globo vence sóno final do ano, mas ele torce para seraproveitado pela emissora antes disso.De preferência, em algum projeto do di-retor Luiz Fernando Carvalho, dequem se declara fã. “Quero muito podertrabalhar com ele. É um cara que eu ad-miro demais”, derrete-se. Enquantonão realiza o desejo, Babaioff se preparapara estrear a peça “A Escola do Escân-dalo”, de Miguel Falabella. E tambémse ocupa com a produção do espetáculo“Na Solidão dos Campos de Algodão”,dirigido por Caco Ciocler, que deve rees-trear em São Paulo no segundo semes-tre. “Vim do teatro e faço questão demanter meu vínculo com os palcos”,atesta.

Ti-Ti-Ti - Globo - Segunda a sábado, às 19h30

Perfil

ONDAS INCERTAS

Armando pensa em passarum tempo morando em

Pernambuco no futuro. “É um

lugar incrível culturalmente.

E os jovens de lá são maispolitizados”, assegura

O ator garante que o

assédio não aumentou e nem

diminuiu depois que Thales se

revelou gay. Tanto masculinoquanto feminino

Nas ruas, segundo

Armando, existe uma torcida

por um beijo gay. “Mas, pelohorário, não deve

acontecer”, prevê

Curiosamente, Armando

estreou na tevê na pele do

“pitboy” praticante de jiu-jitsuFelipe, em “Viver a Vida”

ComeçoinvoluntárioInstantâneas

O pernambucano Armando Ba-baioff se mudou com a família pa-ra Rio com apenas nove anos. E co-meçou a se interessar pelos palcosdepois das aulas obrigatórias deTeatro na Escola Municipal PioX, em Jacarepaguá, na Zona Oesteda capital fluminense. Na época,foi aluno do ator Marco Miranda.“Aos 15, já estava trabalhando. Tu-do aconteceu naturalmente”, re-corda. Aos 17 anos, por influênciade um amigo, ingressou no GrupoBicho de Porco, em Niterói, ondepassou a ter contato com profissio-nais mais experientes. De lá, sósaiu para se especializar na Escolade Teatro Martins Pena. “É a esco-la de teatro mais antiga da Améri-ca Latina. Devo tudo que sou hojeao que aprendi lá, mas pouca gentedá valor. Ela é mais voltada parapessoas com menos recursos.Quem tem grana sempre vai pararna CAL e no Tablado, na ZonaSul do Rio”, valoriza.

O interesse por construir umabase sólida em seu currículo conti-nuou e Armando prestou vestibu-lar para Artes Cênicas na Unirio.Passou há oito anos, mas teve detrancar algumas vezes. Primeiro,para ensaiar “A Primeira Noite deum Homem”, espetáculo que pro-tagonizou ao lado de Vera Fischer.E foi a peça que o fez ser chamadopara cursar a Oficina de Atores daGlobo e, em seguida, a novela “Pá-ginas da Vida”. “Eu nunca tinhapisado em uma emissora de tevêpara tentar algo como ator. Fuichamado pelo meu trabalho noteatro”, gaba-se ele, que tambémintegrou o elenco de “Duas Ca-ras”, encarnando o batalhadorBenoliel. � (TP)

Contrato de ArmandoBabaioff com a Globovence no final do ano,

mas ele espera seraproveitado pela

emissora antes disso

Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação

TV - página 18 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Sem descansoBianca Bin afirma que não se incomoda ao emendarum trabalho no outro. Depois de “Malhação” e “Passio-ne” ela se prepara para protagonizar “Cordel Encanta-do”, trama da Globo que vai substituir “Araguaia”. “Es-tou super empolgada com a personagem. Gosto da Açu-cena porque ela é completamente diferente dos outrospapéis que fiz. Não fazer sempre a mesma coisa é umadelícia”, vibra a atriz, que viverá a heroína do folhetimde Duca Rachid e Thelma Guedes.

Do mesmo jeitoO seriado “Junto & Misturado” não ganhará mais doisatores no elenco, como a Globo pretendia. Lúcio MauroFilho e Fernanda Souza chegaram a ser cogitados, masambos estão reservados para outras produções da emis-sora. O humorístico volta ao ar em abril com o mesmoelenco da temporada anterior.

Agenda cheiaO ator Thiago Mendonça, que está em cartaz com oespetáculo “Adélia”, no Rio de Janeiro, ensaia a pe-ça baseada no livro “Todos os Cachorros SãoAzuis”, ainda sem título definido, com estreia mar-cada para junho, também no Rio. O ator tambémaguarda o lançamento do filme “Somos Tão Jo-vens”, que aborda a história de Renato Russo, comdireção de Antônio Carlos da Fontoura. Thiago pro-tagoniza o longa, onde interpreta o roqueiro.

OrçamentodesaprovadoO SBT define, esta semana, com Roberto Justus,

qual produção o apresentador comandará na emisso-ra em 2011. Foi descartada a hipótese de Justus apre-sentar a versão brasileira de “O Grande Desafio”,formato da Fox que mistura desafios profissionaiscom provas radicais, garantindo o prêmio de R$ 1milhão e emprego em uma das empresas de Rober-to. Isso porque a produção é cara e a emissora nãoaprovou o orçamento.

AgendadosOs músicos Branco Mello e Emerson Villani, produ-tores das trilhas sonoras de “Aline” e “Junto & Mis-turado” também vão ser responsáveis pela parte mu-sical da série “Tapas e Beijos”. A tarefa foi passadapelo diretor das produções, Maurício Farias, queaprovou o trabalho da dupla.

UrbanoEriberto Leão afirma que está adorando fazer umpersonagem urbano. O ator, que viveu os peões To-bias em “Cabocla”, e Zeca em “Paraíso”, comemorao papel do piloto catarinense. “O Pedro tem muitomais a ver comigo. Por eu ter feito ‘Cabocla’ e ‘Paraí-so’, algumas pessoas acham que eu sou de MatoGrosso ou de Goiás. Mas eu sou paulistano e meupersonagem em ‘Insensato Coração’ é bem mais pró-ximo de mim”, anima-se.

Sem formatoA Band e a produtora Fremantle ainda não decidi-ram o formato do novo programa do apresentadorEdgard Piccoli. A estreia da produção, que não temdata definida, deve entrar nas tardes de sábado daemissora.

EscaladaA novela “Vamp”, exibida na Globo em 1991, será re-prisada no canal Viva. A trama vai substituir “Qua-tro por Quatro”. “Vamp” foi escrita por Antonio Cal-mon e Tiago Santiago. O elenco do folhetim contacom nomes como Ney Latorraca, Claudia Ohana,Joana Fomm, Reginaldo Faria e tem direção de Jor-ge Fernando.

Troca de mãosO quadro mensal “O Cupido”, apresentado pela jor-nalista Patrícia Poeta no “Fantástico”, passa a ser es-crito por Maurício Arruda em abril. Maurício foi oresponsável pela dramatização da vida de RenatoAragão no especial de fim de ano da Globo, e tam-bém é ex-diretor do “Altas Horas”. O antigo roteiris-ta da produção, Péricles Barros, está na série “Tapase Beijos”.

De voltaO seriado “CSI” volta para o canal Sony, onde eraoriginalmente exibido, após três anos de apresenta-ção pelo AXN. A decisão da emissora foi para come-morar os 15 anos do canal Sony no Brasil. A 11ª tem-porada de “CSI” chega à Sony no dia 4 de abril, e se-rá transmito na faixa das 21h30.

Trabalho na foliaA série da Globo “O Canto da Sereia”, baseada naobra de Nelson Motta, terá suas primeiras gravaçõesfeitas no Carnaval da Bahia. A produção terá noveepisódios escritos por Patrícia Andrade e GeorgeMoura, com supervisão de Glória Perez. A direção éde José Luiz Villamarim.

Data marcadaA Record vai estrear a novela “Rebelde” no dia 21de março. O folhetim será exibido na faixa das18h45. A trama de Margareth Boury tem direção deIvan Zettel. Apesar das gravações já terem começa-do, a emissora não permitiu a divulgação de nenhu-ma imagem de bastidor.

Psicologia aplicadaVitor Facchinetti, o André de “Ribeirão do Tem-po”, cursa o quarto período de Psicologia. O ator,que vem de uma família de psicólogos, acredita quea especialização o ajuda a entender seu personagem.“O André é um menino de 18 anos. O gostoso deunir as duas profissões é que consigo compreenderos sentimentos complexos e as descobertas dele nanovela”, avalia o ator.

ZappingTV Press

Fotos: Luiza Dantas/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 19 - TV

Fernanda Paes Leme encara ‘Insensato Coração’ como uma virada em sua carreira

TV Press

Sorridente e extrovertida,Fernanda Paes Leme precisade poucas frases para seduzir.Talvez, por isso, a apimentadaIrene de “Insensato Coração”dê tanto prazer a ela. Na peleda antagonista feminina da no-vela de Gilberto Braga e Ricar-do Linhares, Fernanda abusada sensualidade fartamente de-monstrada em outros papéis.Uma característica que, apesarde constante em suas apariçõesna tevê, não incomoda. Pelocontrário. “Todas as atrizesquerem diferenciar suas atua-ções. Se me dão uma mulhermais sensual, valorizo outrostraços dela. E esses são papéisque dão uma abertura maiortambém. Tem de saber aprovei-tar”, atesta. Em sua segunda no-vela no horário nobre da Glo-bo, Fernanda acredita que esseé o seu melhor momento na car-reira. Primeiro, pela proximida-de com o núcleo principal. Mastambém por se tratar de umanovela assinada por GilbertoBraga. “Cresci assistindo aossucessos dele. Sei que vou expe-rimentar uma exposição dife-rente no ar dessa vez”, analisa.

Pergunta - Em “InsensatoCoração”, sua personagematrapalha o romance dos mo-cinhos Pedro e Marina. Existealgum traço de vilania na com-posição que você fez para aIrene?

Fernanda Paes Leme - Con-cretamente, não. Ainda não,até porque estou descobrindo apersonagem com os capítulosque chegam. Já li muitas coisasa respeito do futuro dela em no-tinhas de colunas. Mas comonão veio como informação ofi-cial, prefiro não me influen-ciar. Se eu me preocupar com

tudo isso, talvez me prejudiqueagora. O texto não me pede tra-ços de maldade. Mas ela é a pri-ma novinha, bonitinha, obceca-da, querendo o primo de qual-quer jeito. E já gravei cenas emque a Irene enfrenta a Marina(personagem da Paola Olivei-ra), então eu até acho que exis-te brecha para, no futuro, ela setornar uma vilã. Eu ia adorar,ainda mais se ela fizesse umadupla com o Léo, papel do Ga-briel Braga Nunes. Mas prefiroviver um dia após o outro. Casocontrário, já vou olhar de outramaneira, posso influenciaruma decisão que deve ser dosautores.

Pergunta - Como vocêentrou em “Insensato Cora-ção”?

Fernanda - O André Reis,produtor de elenco da novela,me ligou. Acredito que ele te-nha sugerido meu nome para aequipe. Havia uma dúvida so-bre lançar uma atriz nova nessepapel ou usar alguém mais co-nhecido. O Gilberto quis ver al-gumas cenas minhas de outrostrabalhos antes de bater o mar-telo. Separei esse material, colo-quei em um DVD, mandei en-tregar na casa dele e, é claro, fizuma rezinha forte (risos). Eleviu e aprovou.

Pergunta - E como foi oseu contato com o GilbertoBraga?

Fernanda - A primeira vezque nos vimos foi durante umaleitura que fizemos em um ho-tel. Isso antes de começarem asgravações em Florianópolis.Eu achei legal porque a ideiaera que o elenco lesse algumascenas e os autores iriam anali-sar se aquelas pessoas já ti-nham entendido o persona-gem. Até para que a gente pu-desse tirar dúvidas com o Gil-

Entrevista

O PULO DA GATA

‘Minha trajetória foi composta de vários pequenos passos, sempre para cima’, diz Fernanda Paes Leme

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

TV - página 20 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

berto e o Ricardo. Só que eledisse que a gente já estava no ca-minho certo, que era só seguiraquela linha. Óbvio que foi umalívio, mas a gente sempre querouvir algo de quem idealizouaquilo. Eu senti os dois segurose felizes.

Pergunta - A Irene, assimcomo quase todas as outraspersonagens que você fez natevê, tem traços fortes de sen-sualidade. Como você lidacom isso?

Fernanda - Olha, eu sei queé mais picante, até porque o ho-rário abre um pouco mais de es-paço para isso. Imagino que serolar essa sequência de umatransa entre o Pedro (papel doEriberto Leão) e a Irene, podeser mais apimentada. Mas a ex-posição não me preocupa. Jágravei de biquíni nessa novela.Quando tem sentido, não vejoqualquer problema em gravarcom pouca roupa. Ou sem rou-pa. Só não curtiria se fosse algogratuito. Mas a Irene é do tipoque abre a toalha para que o pri-mo a veja pelada...

Pergunta - Você se incomo-da por interpretar tantas mu-lheres sensuais?

Fernanda - Não. E eu já fizmulheres sem essa característi-ca. Em “América”, por exem-plo, a Rosário sofria muito! Foiquase um dramalhão mexica-no! Tudo bem, ela dançou nobar, mas tirando isso, não erauma menina atirada. Mas en-tendo que vejam assim. E euacho bom. Afinal, todas foramdiferentes. E são papéis quedão uma abertura maior tam-bém. Tem de saber aproveitar.Como atriz, quando chega umaproposta que parece ser igual,você tem de olhar o que há dediferente. Em “Desejo Proibi-do”, eu vivia uma beijoqueira,mas era uma novela de época.Em “Sandy & Júnior”, onde is-so começou, tinha uma sensua-lidade adolescente. A Maria Ro-sa, de “Paraíso”, era muito sé-ria, não carregava esse traço.Cada personagem veio em umaépoca diferente, com função eapelo distintos. Agora, porexemplo, eu sei que é o meumomento. A Irene, tenho certe-za, vai ser um divisor de águasna minha vida. Com ou semsensualidade.

Pergunta - Por que vocêacha que “Insensato Cora-ção” vai marcar sua carreira?

Fernanda - Primeiro por-

que a minha trajetória foi com-posta de vários pequenos pas-sos, sempre para cima. Não tiveum trabalho em que explodi e,depois, fiquei apagada. Maspor ser novela das oito, por serGilberto e Ricardo e por serum papel com o peso da Irene,acho que isso vai ser um dife-rencial para mim. Meu últimotrabalho, a Rosa de “Paraíso”,era um papel muito bom. Mui-to mesmo. Mas é óbvio que,por ser novela das seis, as pes-soas estavam trabalhando e aaudiência era menor. Às noveda noite, está todo mundo emcasa, a tevê está ligada. Por tu-do isso, acho que fui subindoum degrau por vez. Aprendiaos poucos, sem me deslum-brar. Por isso eu lido de manei-ra bem saudável com a minhacarreira.

Pergunta - Essa é sua se-gunda novela de horário no-bre. Notou essa diferençade exposição quando fez“América”?

Fernanda - Em “América”,minha personagem era umaparticipação. Eu entrava no iní-cio da trama e, a partir do mo-mento em que eu não chegava aMiami, a história mudava. De-pois, eu aparecia mais para o fi-nal da novela. Com todo aquelerolo de mudança de direção, co-meçaram a criar tópicos para fa-larem mal da novela e uma dascoisas que pegaram foi essa. Pa-

ra mim, foi maravilhoso! Mederam uma importância quenem eu sabia que tinha.

Pergunta - Mas você vol-tou bem antes do final...

Fernanda - A Glória Perez,que escrevia a novela, recebeumuitos emails. A gente come-çou a conversar, ver o que iaacontecer com o personagem.Então ela pediu que eu visse ofilme “Maria Cheia de Graça” edisse que a Rosário seria basea-da nessa história. Acabou sen-do fantástico para mim. Bemmelhor até do que se eu tivessechegado a Miami e nunca saís-se do ar.

Pergunta - Durante muitotempo, você assinou contra-to por obra com a emissora.Se sentia desprestigiadapor isso?

Fernanda - Não. O contratolongo é uma segurança, não hácomo negar. Mas hoje eu vejocomo uma prova da credibilida-de da empresa em mim. Um re-conhecimento mesmo. E eununca fiquei sem trabalhar naGlobo. Se olhar a minha trajetó-ria televisiva, vai ver que não fi-quei um ano sequer sem gravarna emissora antes de ter víncu-lo longo, o que aconteceu logodepois de “Desejo Proibido”.Eu até brincava que dava pre-juízo, porque era sempre con-tratada, encerrava, aí me cha-mavam e recontratavam.

Insensato Coração - Globo - Segunda

a sábado, às 21h

O interesse de FernandaPaes Leme pela carreira deatriz começou ainda pequena.Quando tinha apenas 9 anos,sua mãe a levou para fazer tes-tes de comerciais. “Mas escon-dida do meu pai, que não acha-va legal naquela época. Eu eramuito novinha”, lembra. A faci-lidade para os vídeos de publici-dade com texto fez com que aatriz fosse chamada para con-correr a uma vaga no piloto doseriado “Sandy & Júnior”.Mas, por pouco, Fernanda nãodesistiu. “Quando cheguei, pa-recia que São Paulo inteira esta-va tentando um papel. Tinhamuita gente na fila. Eu disseque ia embora e uma produtorame passou na frente, para ga-rantir que eu faria”, recorda.Não deu outra: Fernanda nãosó garantiu a vaga, como tam-bém foi a única menina do gru-po a só fazer as avaliações finaisquando o projeto foi vendidopara a Globo.

O seriado ficou no ar porquase quatro anos na Globo.Fernanda chegou a se mudarpara Campinas, onde gravava,por conta da falta de tempo pa-ra se dedicar à escola. Quandoo projeto chegou ao final, aatriz logo foi aproveitada noelenco de “Agora É Que SãoElas” e fez participações no in-fantil “Sítio do Pica-pau Ama-relo” e na novela “Da Cor do

Pecado”. Mas sua carreira co-meçou a ganhar mais solidezdepois de gravar a minissérie“Um Só Coração” e, principal-mente, participar de “Améri-ca”, em 2005. O trabalho foi tãobem visto pela autora Glória Pe-rez e pelo diretor Marcos Sche-chtman que Fernanda foi cha-mada para fazer com eles a mi-nissérie “Amazônia - De Gal-vez a Chico Mendes”. “Fui cres-cendo aos poucos, com cada tra-balho. Hoje eu olho para mi-nha história e fico feliz com oque conquistei”, valoriza.

Cheia de graça

Um dos desejos de Fernan-da para trabalhos futuros é fa-zer mais comédia. Recentemen-te, a atriz filmou com BrunoMazzeo o longa “Cilada.com” eacredita que tem condições defazer uma boa composição nes-se gênero, mesmo sem ter gran-de experiência na área. “Achoque a Globo está perdendo umacomediante. Minhas amigasme acham engraçada e mostroum pouco disso no Twitter”,opina a atriz, que tem quase700 mil seguidores na rede demicroblogs. Até hoje, os únicospersonagens que a atriz fez, natelevisão, que tinham algum to-que de humor foram em “San-dy & Júnior” e em “DesejoProibido”. (TP)

Como Rosário, em ‘América’, deGlória Perez, exibida em 2006

Trajetória televisiva“Sandy & Junior” (Globo, 1999/2003) - Patrícia (Patty)

“Agora É Que São Elas” (Globo, 2003) - Karina

“Sítio do Pica-pau Amarelo” (Globo, 2003) - Clarice

“Da Cor do Pecado” (Globo, 2004) - Nieta

“Um Só Coração” (Globo, 2004) - Elisa

“América” (Globo, 2005) - Rosário

“Dom” (Globo, 2006) - Cali

“Mandrake” (HBO, 2007) - Flora Green

“Amazônia -DeGalvez aChicoMendes” (Globo, 2007) - Belinha

“Desejo Proibido” (Globo, 2008) - Teresa

“Paraíso” (Globo, 2009) - Maria Rosa

“Insensato Coração” (Globo, 2011) - Irene �

Na minissérie ‘Um Só Coração’,atriz passou a ganhar solidez

Foto

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ação

Primeirospassos DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 21 - TV

MALHAÇÃO - 17H15

Segunda-feira - Max aprisiona

Amélia em seu quarto. Vitor en-

contra Yvete, Gabriel e Cebola na

estrada e os leva para Girassol.

Beatriz estranha a presença de

Estela na estância. Manuela en-

contra um relatório sobre a explo-

são da mina no escritório do pai e

o entrega para Padre Emílio. Aspá-

sia encontra uma caixa com car-

tas antigas de Antoninha. Nancy e

Lenita pedem para frequentar a

escola de circo. Mariquita flagra

Beatriz na cozinha com Aspásia.

Solano abraça Manuela enquanto

Estela sofre. Gabriel entra na igre-

ja e esbarra em Padre Emílio.

Terça-feira - Gabriel não entende

quando Padre Emílio o abraça co-

movido. Pimpinela conta que o

avô de Neca foi um grande palha-ço e Madalena tem uma visão. Vi-tor se lamenta com Terê por terde esperar para ficar com Amélia.Dora comenta o resultado positi-vo de seus exames com Glorinhae ela suspeita de que Geraldo se-ja estéril. Safira termina seu ro-mance com o delegado. Max liber-ta Amélia, mas ameaça a vida deVitor novamente. Geraldo confir-ma sua esterilidade para Dora.Amélia fala com Vitor pelo celularde Manuela. Padre Emílio leva Ga-briel à estância.Quarta-feira - Gabriel entra noquarto de Antoninha e Mariquitase emociona. Geraldo conta paraDora que está apaixonado por Sa-fira e ela sai de casa. Solano seemociona ao abraçar Gabriel. Es-

tela pergunta a Terê por que Sola-no e Manuela se separaram. Bea-triz torce para que Solano se apai-xone por Estela e se livre da maldi-ção. Solano pede para Genão le-var Gabriel para ver a colheita deGirassol. Manuela mostra a PadreEmílio a carta que Max escreveu aAntoninha. Estela pergunta a Ma-nuela por que ela se separou deSolano.Quinta-feira - Solano fala com Ri-cardo e pede sigilo sobre a esta-da de seu avô em Girassol. Maxvê Gabriel no carro com Genão.Cirso chega em casa e Ametista eEsmeralda tentam esconder a au-sência da irmã. Geraldo conta pa-ra Safira que se separou de suaesposa. Dora aparece na estala-gem e Terê, Glorinha, Neca e Pim-

pinela comemoram sua separa-ção. Terezinha conta para PadreEmílio sobre a visão de Madalenadurante a aula de circo. Gabriel pe-de para Solano e Estela deixaremo Araguaia ao saber que eles te-rão um filho.Sexta-feira - Solano e Estela es-tranham que Gabriel saiba falar alíngua karuê. Gabriel se encantacom Beatriz. Fred convida Solanopara ser seu padrinho de casa-mento. Safira conta para as irmãsque vai se casar com Geraldo.Fred agradece Solano pelo convi-te para jantar e elogia sua família.Dora conversa com Safira sobreGeraldo. Manuela e Amélia mos-tram a Pérola a carta de Max quecomprova sua ligação com a ex-plosão. Gabriel se dá conta de

que envelheceu e Solano fica co-movido. Max aparece na casa dePérola e simula preocupação comseu estado.Sábado - Pérola disfarça sua irri-tação com Max. Amélia se assus-ta ao encontrar Vitor em seu quar-to. Yvete conta sua história paraMariquita. Manuela e Padre Emí-lio procuram Gabriel. Mariquitaconsegue um emprego para Yve-te no posto médico. Cebola seaproxima de Aspásia e Yvete nãogosta. Vitor vai embora com a aju-da de Lurdinha, que distrai Velo-so. Manuela chega à estância ese incomoda ao ver Estela e Sola-no brincando com Cebola. PadreEmílio entrega para Gabriel a bol-sa que encontraram na fundaçãoda cidade.

TI-TI-TI - 19H30

Segunda-feira - Suzana exigeque Ariclenes conte sobre a re-lação de Valentim com Cecília.Thaísa é humilhada pelos ami-gos e Eduardo a defende. Rebe-ca visita Desirée e percebe o cli-ma de romance entre Gino e Ma-gali. Marcela responde aoe-mail de Edgar. Gino diz a Rebe-ca que não sabe se voltará a tra-balhar na fábrica. Clotilde diz aThales que Jaqueline o trai comJacques. Edgar convida Marce-la para sair. Ariclenes conta pa-ra Marta que Cecília é mãe deJacques. Jaqueline chega emcasa e encontra Thales inconso-lável. Edgar fica com ciúmes deMarcela com Renato.Terça-feira - Marcela revela aEdgar que dormiu com Renato.Jaqueline pede para Rosário es-

pionar os patrões. Jorgito pedeperdão por ter traído Desirée.Giancarlo usa sua influência pa-ra pedir a demissão do filho. Gi-no termina o namoro com Rebe-ca e sai da empresa. Clotildeprepara uma armadilha paraThales. Fátima revela para Re-nato que foi Giancarlo quem pe-diu sua demissão. Luísa apre-senta sinais de desequilíbrio.Jacques diz a Jaqueline que Tha-les a trai com Clotilde. Pedrovolta para casa. Ariclenes vê Ce-cília na vila.Quarta-feira - Luti avisa o paique Cecília e Valdete vão morarcom eles. Clotilde dopa Thales.Pedro inicia sua fisioterapiacom Teresa Batalha. Cecília vêAmanda e se reconhece nela.Edgar pressiona Marcela a se

decidir. Jaqueline flagra Jac-ques com Clotilde e descobreque ele tentou enganá-la. Clotil-de demite Rosário. Magali voltaa trabalhar na fábrica e recebeo apoio de Rebeca para se rela-cionar com Gino. Dona Mocinhaencontra Cecília na vila. Thalesprocura Julinho e pede maisuma chance. Jaqueline propõea Ariclenes que eles se unampara destruir Jacques.Quinta-feira - Jaqueline propõea Ariclenes sociedade. DonaMocinha chama Cecília pelo no-me. Thales tenta se entendercom Julinho. Renato começa agrafitar seu muro. Daguilene vêJorgito chegando à casa de Ni-cole e avisa a Stéfany. Jorgitopede a ajuda de Nicole para re-conquistar Desirée. Marcela diz

a Edgar que eles precisam con-versar. Ariclenes repreende Ce-cília por ter dado uma bonecapara Valquíria. Clotilde vê Val-quíria com a boneca e nota a se-melhança do vestidinho com osmodelos de Valentim.Sexta-feira - Ariclenes se apavo-ra com a possibilidade de Jac-ques e Clotilde encontrarem Ce-cília. Marcela não se entendecom Edgar. Armandinho des-mascara Stéfany e ajuda Desi-rée a perdoar Jorgito. Daguilenee Stéfany são escorraçadas davila. Gabriela liga para Pedro eele fica comovido. Cecília lem-bra que seu sobrenome é Spi-na. Clotilde arruma um jeito detirar Ariclenes de casa e conhe-cer Cecília. Dona Mocinha visitaCecília. Clotilde aparece na ca-

sa de Ariclenes, comenta que écasada com André Spina e Cecí-lia diz que ele é seu filho.Sábado - Cecília começa a recu-perar a memória e desmaia. Jú-lia reconhece o vestido da bone-ca de Valquíria e fica intrigada.Clotilde esconde Cecília noapartamento de Jacques. Cecí-lia volta a si e pede para ir em-bora. Eduardo incentiva Thalesa lutar por Julinho. Renato dáuma entrevista sobre seu traba-lho no muro e Marcela observacomovida. Valquíria comentacom Suzana que desconfia queCecília seja sua avó. Luti chegaao hotel fazenda e flagra Cami-la e Érico juntos. Clotilde impõeque Ariclenes desista da socie-dade com Jaqueline e se una aJacques.

Segunda-feira - Catarina, Fred eDuda estranham o jeito como Ra-quel fala com Rique. Rique pedepara Catarina observar Raquel.Tereza e João avisam sobre oconcurso para escolher a GarotaPrimeira Opção e Josiane ficaconfiante em sua vitória. Dudadecide se inscrever no concurso.Lurdes e Geraldo conversam comTheo sobre a possibilidade de Lo-relai estar grávida. Claudia dizque o resultado de Lorelai deu ne-gativo, já Babi descobre que estágrávida. Catarina conta para Pe-dro que Rique a pediu para obser-var Raquel.

Terça-feira - Pedro se irrita com

Catarina. Cláudia e Lorelai acal-

mam Babi. Josiane descobre que

Maicon vai ser pai. Babi não con-

segue contar para Dona Zica que

está grávida e aceita seu pedido

para se afastar de Maicon. Josia-

ne fica feliz com as fotos de

Dodói. Catarina chora ao pensar

em Pedro. Lurdes reclama de Lo-

relai para Geraldo. Theo pergunta

por Catarina para Pedro. Josiane

conta para Maicon sobre a gravi-

dez de Babi. Raquel afirma que

Catarina está armando com Rique

para afastá-la de Pedro.

Quarta-feira - Raquel é agressivacom Catarina que revela sabersobre o laudo médico que Riquepossui sobre ela. Babi diz a Mai-con que o filho não é dele. Babiaconselha Catarina a delatar Ra-quel para Rique. Raquel provocaTheo por ele ser adotado e Pedroa critica. Maicon conta para Mil-ton que Babi está grávida. Ra-quel se irrita pelo fato de Duda eFred a ignorarem e por Ângela tê-la destratado. Duda e Josiane sedesentendem. Milton pergunta aBabi se Maicon é o pai de seu fi-lho. Rique se insinua para Catari-na, que fica constrangida.

Quinta-feira - Catarina se irrita

com o assédio de Rique e cogita a

ideia de Raquel estar falando a

verdade. Babi diz a Milton que

Maicon não é o pai de seu filho.

Josiane e Duda apresentam seus

vídeos para o concurso. Catarina

fala com Raquel sobre Rique. Mai-

con confronta Babi sobre a pater-

nidade do filho que ela espera. Ca-

tarina pergunta a Raquel o que Ri-

que fez com ela e percebe que a ir-

mã fica abalada. Rique chega ao

colégio para uma reunião com Te-

reza. Catarina tenta proteger Ra-

quel do padrasto.

Sexta-feira - Pedro se aproximade Catarina e Raquel e enfrenta Ri-que. Maicon fala para Babi que épai de seu filho na frente de DonaZica. Josiane implora para queSeu Pintinho não a faça entregarfilipetas na porta do colégio. Cláu-dia e Catarina falam com Faustoque ele precisa proteger Raquelde Rique. Lorelai decide procuraros pais biológicos de Theo. DonaZica fala que Maicon precisa to-mar uma atitude de adulto e assu-mir o filho. Maicon pede Babi emcasamento. Rique diz a Raquelque ela foi interditada pela justiçae que ele é seu tutor.

Resumo das novelas

ARAGUAIA - 18H00

GLOBO

TV - página 22 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Segunda-feira - Virgílio troca as linhasdo paraquedas de Iara, sem que nin-guémperceba. Iaraarrumaoparaque-das sem saber que ele foi sabotado.Iara, Tito e um aluno saltam do avião.Tito e o aluno abrem seus paraque-das. Iara abre o seu, que começa a gi-rar alucinadamente. Tito assiste apa-vorado. Filomena salta e posiciona oseu corpo para pegar mais velocida-de. Ela a alcança, solta o paraquedasdefeituoso e aciona o reserva de Iara.Arminda vai ate à casa de Joca, mas

ele não está. Léia pede para que asduas tenham uma conversa e a puxapara dentro de sua casa pelo braço.Terça-feira - Léia pede que Armindadeixe seu filho em paz. Querêncio seprepara para um pronunciamento.Ari acha que Querêncio vai rebatersua denúncia. Ele explica a Lei Úmi-da na televisão. Nasinho conta a Ni-colau que Iara continua viva e ele ficairritado. Beatriz tenta descobrir comDália sobre ela e Nicolau e a meninamente. Nicolau manda Nasinho dar

um jeito em Iara e Virgílio, porque eleestá de saco cheio. Joca encontra Ia-ra e ficar chocado ao saber que ela éa mulher misteriosa. Iara perguntase Joca está disposto a encarar e elediz que sim.Quarta-feira - Nicolau diz a Lincon queo jornal apoiará a decisão deQuerêncio. Marisa diz a Querêncioque não apóia a Lei Úmida. Nicolauperguntasobreoplanodemataropre-sidentee Floresdiz que já temumpla-no.NicolaucomunicaaBeatrizeLaris-

saqueKarina irámorarna fazenda.Ni-colau promete uma joia a Dália se elaprovar ser uma boa menina. Ela pedepara ir embora, mas elediz que só de-pois que ele a transformar em prince-sa. Filomena eMateusconversam. Ti-to para e não gosta do que vê.Quinta-feira - Matilde, empregada deNicolaue mãe de Dália, fala com Bea-triz sobre a saúde da filha. Querênciose reúne com o secretariado para fa-lar sobre o novo monumento da pra-ça, uma forca.Querênciodiz queé pa-

ra quem pisar na bola. Dália vai até orioeentra naágua, deixandoacorren-teza a levar. Newton e Iara escutamgritos e conseguem puxar Dália paradentro do bote. Beatriz tenta falarcomNicolau, que a ignora.Nicolau vaià casa de Dália. Ela e sua mãe ficamassustadascomavisita. Elemandaamenina para dentro e fica a sós comMatilde.Sexta - Até o fechamento desta edi-ção, a emissora não divulgou o resu-mo do capítulo.

Segunda-feira - Raul diz a Pedro que

ele perdeu a licença para voar. Marina

sai abalada do encontro com Pedro e

Raul a apoia. Vitória convida Carol pa-

ra ser a gerente de marketing de sua

empresa. Wagner conversa com Cor-

tezsobreNatalie.AndréconheceJúlia.

Haidê ouve Carol afirmar que vai inter-

romper sua gravidez. Nelson fala de

Wagner para Natalie e ela se anima

com um possível romance. Quim che-

gacomRafaàbancadejornalondese-

rá o lançamento da revista de Natalie.

Carol afirma a Cláudia que decidiu in-

terrompera gravidez.

Terça-feira -Aliceconvenceairmãase-

guir com a gravidez. Wagner tenta se

aproximar de Natalie. Henrique con-

vence Cortez a receber Kléber. Eunice

se irrita ao chegar para o lançamento

da revista de Natalie e inicia uma con-

fusão. Daisy perde a paciência com

Kléber e Dolores percebe a alteração

desuafuncionária.MarinaconvidaCa-

rol para a inauguração de seu escritó-

rio. Álvaro não dá destaque no jornal

para a reportagem feita por Kléber so-

breCortez.RafafolheiaarevistadeNa-

talie e Cortez vê a publicação. Clarice

chegaem casa eCortez disfarça.

Quarta-feira -EunicediscutecomNata-

lie.Cortezapoiao filhoamudardecur-

so na faculdade. Natalie despreza as

floresdeCortez.Kléber reclamaaosa-

berque Álvaroquer publicar sua repor-tagemna internet.Carol resolvecome-morar sua promoção. Raul fica abala-do ao constatar que perdeu quase to-dos os seus bens. Cortez se irrita aoler a reportagemde Kléber.Marina co-memora com seus funcionários o pri-meiro dia de trabalho no novo escritó-rio. Carol sente uma tontura e acabasendoderrubadapelo carro deBeto.Quinta-feira - AndréeBeto levamCarolparaoambulatório.Carol eAlice ficamaliviadasaodescobrirqueobebêestábem. Natalie sugere que Douglas ten-teseronovomaridodeBibi.Kléberdis-cute com Álvaro. Natalie fica radianteao saber que voltou para a mídia. An-dré comenta com Beto que acredita

que Carol armou para se casar comele. Eunice pede para Júlio apresentá-laaVitória.AndrécumprimentaBetoeÚrsula e se surpreende ao ver que anoiva de seu amigo conhece Marina.Cortez vê Natalie na rua e vai ao seuencontro.Sexta-feira -NatalieaceitaacaronadeCortez. Teodoro viaja. Marina e Vitóriaevitam Eunice. Carol chega à festa deMarinacomHenrique.Eunice reclamacom Júlio que não foi bem tratada nafesta de Marina. Raul questiona Léosobre o dinheiro que ele recebeu deseu suposto negócio. Léo leva Wandaa um restaurante requintado. Raul pe-de para Borges ajudá-lo a investigar onegócio de Leo. Oscar, Gilda e Sergi-

nho vão à casa de Teodoro e desco-bremque está havendoum assalto.Sábado - Serginho consegue fugir dacasaeavisaapolícia.TiãoeLinopren-dem Oscar e Gilda. Kléber sente ciú-mes ao ver Daisy conversando comMilton. Beto conta para André queÚrsula está grávida. Fonseca e Salda-nha prendem Ismael. Sueli sofre comsaudades de Jonas e Eduardo a con-sola. André pede para conversarcom Alice sobre Carol. William diza Marina que recebeu uma propos-ta para trabalhar em outro escritó-rio. Raul diz a Léo que foi ao terre-no onde ele supostamente estariatrabalhando e afirma que não exis-te nenhuma incorporação lá.

Resumo das novelas

TV Press

Os assuntos preferidos dasdonas de casa costumam ser re-ceitas, saúde dos filhos, alimen-tação, doenças e dietas. Pensan-do nesse nicho tão decifrável dapopulação, quase todas as emis-soras preenchem a grade mati-nal com produções voltadas pa-ra a culinária, com quadros deconvidados preparando novasreceitas e falando sobre algumasdicas para facilitar o dia a dia.Mas nenhum programa aindahavia falado para a parcela mais

hipocondríaca da população. Te-mas como dietas, problemas car-díacos, combate ao sedentaris-mo, estímulo de serotonina ouprevenção de doenças coronaria-nas são recorrentes no “Bem Es-tar”, programa que estreou naúltima segunda, na Globo.

Apresentado pela simpáticaMariana Ferrão e pelo exagera-do Fernando Rocha, o progra-ma é uma espécie de filhote de“Globo Repórter” diário, mascom reportagens menores e me-nos elaboradas. Com uma lin-guagem bem coloquial e de fácilentendimento, é interessante e

informativo, mas muitas vezeschega a ser “tatibitate” ao discu-tir e debater assuntos já aborda-dos exaustivamente, como “fa-zer exercícios físicos para com-bater problemas cardíacos”.Sem inovações, a produção, queprometia originalidade na área,pautas interessantes e esclarece-doras que fugiam do lugar co-mum, até poderia ser um espaçode exploração de novidadescientíficas. Mas não passou deum já batido “déjà vu” de dicasantigas e lições primárias quepouco acrescentam.

Nestes ensinamentos, desta-

que para os médicos que partici-pam dos debates, principalmen-te pela forma didática e esclare-cedora que apresentam e eluci-dam as questões. No entanto, omaior empecilho da produçãoestá na apresentação. FernandoRocha está fora do tom comoapresentador. Com um excessode gracinhas durante a o progra-ma, ele interrompe e fala ao mes-mo tempo que os convidados,faz piadinhas e emposta a voz co-mo antigos - e piegas - locutoresdo SBT.

No amplo cenário do progra-ma, que permite o preparo de re-

ceitas em uma cozinha bem pla-nejada, ou um bate-papo descon-traído pelos sofás espaçosos, na-da é muito conceitual a pontode estabelecer uma personalida-de diferenciada ao programa. Ocenário poderia ser de qualquerprograma matinal ou vesperti-no que falasse de fofocas, porexemplo. Esse excesso de neu-tralidade esvazia a personalida-de da produção, que merece al-guns ajustes na apresentação enas pautas para manter a boamédia de 9 pontos registrada naestreia, que manteve a liderançacom 29 % de participação.

Ponto de vista

‘Bem Estar’ estreia sem inovações

RIBEIRÃO DO TEMPO - 22H15

INSENSATO CORAÇÃO - 21H00

RECORD

GLOBO

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 23 - TV

A cidade harmoniza artes bizantina e gótica

com o Renascimento, beleza pura. Um dia é

muito pouco para conhecê-la e amá-la

TurismoTurismo

ESTILO DE SIENAESTILO DE SIENA

Praça pertodo JardimBotânico

Agência

OG

lobo

Com um roteiro básico, os visitantes se surpreendem com a Pinacoteca, o Jardim Botânico

e com um tour instrutivo pelos canais escavados embaixo do Centro Histórico

Agência O Globo

Siena costuma ser guardadapara visitar às segundas-feiras.Neste dia, a cidade italiana seenche de turistas baseados emFlorença. Eles aproveitam o fa-to de a maioria dos museus doberço do Renascimento fecharno início da semana para conhe-cer as antigas ruas e prédios dolugar que já rivalizou com a ca-pital da Toscana.

Na terça-feira, as ruas se-nesas voltam a ficar esvazia-das. O que é um motivo parase permanecer na cidade: ela

merece mais dias.Siena não foi o berço do Re-

nascimento. Mas foi o play-ground onde o movimentobrincou com estilos que seuspais talvez considerassem másinfluências, como as artes bi-zantina e gótica.

As companhias fizerambem ao então jovem movimen-to, como se vê no Duomo da ci-dade, um dos locais para ondesempre vão os turistas de segun-da-feira. Os outros são a Piazzadel Campo e, logo em frente, oPalazzo Publico, onde fica aprefeitura.

Siena

MUITO ALÉM DASEGUNDA-FEIRA

Turistas sobemumaescadariarumoaoDuomo, quereúneobras deMichelangelo,Donatello,Pisano earquiteturagótica

Detalhedointerior do

Duomo, quemescla traçosrenascentistas

egóticos

Fotos: Agência O Globo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 25 - TURISMO

Só podem circular carros e motos de

moradores da área ou táxis; eles têm

de entrar pela porta mais próxima da

residência ou hotel

Agência O Globo

Respire fundo no CentroHistórico de Siena. O ar é a pri-meira diferença que se sente emrelação a outros destinos maisfrequentados na Itália, comoFlorença e principalmente Ro-ma, com seu tráfego caótico.

O ar é mais puro, porquepoucos carros circulam: somen-te os automóveis e motos dosmoradores da área ou os táxisque deixam os recém-chegados.

Mesmo assim, eles têm deentrar pela porta mais próximade suas residências ou do hotel.Caso contrário, são flagrados pe-lo discreto sistema de câmerasespalhados pelas ruas e multa-dos pesadamente.

Os seneses são obcecadoscom a arte de governar e ciososna punição em quem infringesuas leis.

Com o ar livre de monóxidode carbono e perfumado pelocheiro da argila usada na cons-trução da maior parte de seu ca-sario, aumenta a disposição pa-ra andar. Pelas ruas tortuosas ede largura variada cercadas deprédios baixos, da época da Re-nascença.

Ou em volta da Loggia dellaMercantia, um prédio erguidosobre arcadas do século 15 queajudou a fomentar a atividadebancária de Siena.

Ou ainda embaixo da esta-tueta de loba alimentando doisbebês (a estatueta está lá porqueo mito da origem de Siena é de

que ela foi fundada pelos filhosde Remo, depois de este ter sidomorto pelo irmão Rômulo nadisputa de poder). Caminhandoum pouco mais, chega-se à Pia-zza del Campo.

A praça é um espaço semi-circular com chão de paralele-pípedos vermelhos, separadospor raios de pedra cinzentaque saem do centro de sua li-nha horizontal, em direção àsbordas do arco - visto do altoda Torre del Mangia, pareceum leque aberto.

É um grande e prazeiroso va-zio no meio da aglomeração ur-bana tipicamente medieval deSiena.

Talvez por este contraste, éum nada que convida ao lazerdas formas mais simples: osadultos sentam-se no chão paraconversar; as crianças correm ejogam bola, vigiadas pelos pais.

Os turistas sentam-se nosrestaurantes em volta, pedem ta-ças de vinho e petiscos (comona Praça São Marcos, em Vene-za, o preço sai mais alto por cau-sa da localização). E olham o vai-vém de moradores, que por lácortam caminho.

Este espaço fica cheio de ca-valos e gente entre 2 de julho e16 de agosto, durante a festa doPalio, com suas corridas eques-tres e participantes vestidoscom as roupas à moda medieval,coloridas, calças colantes, cha-péus de penas, mangas bufantese grandes bandeiras (o nome dafesta vem do estandarte dado aovencedor).

Siena

Menos carro = ar purono Centro Histórico

Palazzo Pubblico: doalto da torre, Piazza

del Campo se parececom um leque aberto

no meio de Siena

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - página 26 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Palácios e museus

Figuras do púlpito de Nicola Pisano no Duomo: obradisputa a atenção com Bernini e Michelangelo

Nos meses sem Palio, amelhor maneira de se sentirno passado de Siena é emseus palácios e museus.

Comece pelo circuito bá-sico - aquele dos turistas dassegundas-feiras. Depois deadmirar a réplica dos relevosfeitos por Jacopo della Quer-cia para a Fonte Gaia, tam-bém na piazza, tome a dire-ção contrária e vá ao PalazzoPubblico, onde está o origi-nal da obra.

No Museo Civico, admi-re as pinturas de SimoneMartini e de Taddeo di Bar-tolo, dos séculos 14 e 15.Elas mostram como a escolade pintores de Siena se dife-renciou de seus vizinhos flo-rentinos no princípio do Re-nascimento.

Giotto já havia iniciado omovimento que deu maisrealismo à pintura, e asobras mostram que ambosnão eram alienados disso -têm sim figuras mais próxi-mas da realidade. Mas aindapreservam elementos da pin-tura gótica e bizantina commuito uso de cores douradase ornamentos nas roupas dospersonagens.

É no palácio também queestá a representação pictóri-ca da preocupação que os go-vernantes de Siena tinhamem manter a liberdade eprosperidade de sua cidade-Estado, em dois painéis nasparedes, as alegorias do bome do mau governo, pintadasentre 1388 e 1340.

A segunda, embora me-nos preservada, é mais im-pressionante, da mesma ma-neira que o ‘Inferno’ é maismovimentado do que o ‘Pa-raíso’ na ‘Divina comédia’,de Dante.

Principalmente se vocêleu e se espantou com o rela-to da selvageria da ditadurade Porfírio Díaz e de seus as-seclas na República Domini-cana, em “A festa do bode”,de Mario Vargas Llosa: odiabo da capa da edição bra-sileira é o mesmo que presi-de a cidade malgovernada,com seus dentinhos caninossaindo pelos cantos da boca.

Depois de subir os 505degraus para apreciar a vis-ta de Siena e dos campostoscanos próximos, do altoda Torre del Mangia (e de-pois de dar outra parada napiazza para descansar), do-bre à direita, na saída do pa-lácio, e siga para o segundocartão postal de Siena: oDuomo, construído entre1136 e 1382.

Seu tamanho e faixas pre-tas e brancas na parte exter-na e colunas já impressio-nam, assim como as está-tuas e bustos na fachada.Mas ao entrar olhe onde pi-sa: o chão de mármore temdesenhos cujos traços gros-sos delimitando as figurase sua movimentação dá aimpressão de andarmosem cima de uma históriaem quadrinhos.

Depois, caminhe em vol-ta do púlpito, uma das obras-primas de Nicola Pisano, fei-ta entre 1265 e 1268 com aajuda de Arnolfo di Cambio,cheia de detalhes, figuras depessoas e de animais em altorelevo: o efeito é tão podero-so que quase se esquecem asesculturas de Michelangelode santos na Ala Norte e a ca-pela Chiggi, desenhada porGianlorenzo Bernini - umaintromissão barroca.

Ou a biblioteca Piccolo-mini, que homenageia o pa-pa Pio 2º, nascido em Siena,com seu teto decorado compadrões geométricos e livrosde cantos religiosos medie-vais. Esse livros expõem osprimórdios da partitura co-mo nós a conhecemos hoje,quando os pontos pretos naslinhas serviam apenas paraindicar ênfase em trechos daprece (a música religiosa me-dieval era apenas base paraum discurso falado com algu-ma melodia - mais ou menoscomo no rap e no hip hop).

Quando a noite cai, é omomento de ir buscar umdos bons restaurantes deSiena, entre o Duomo e aPiazza del Campo. Ou se-guir um pouco mais adian-te e comer como um senêsdo século 16. (AG)

Moradorescortamcaminho pelapiazza ànoite: é omomento deprocurar osrestaurantes

Fonte Gaia,com relevos

de Jacopodella

Quercia, napiazza: água

teve umpapel crucial

na históriada cidade

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 27 - TURISMO

O restaurante San

Desiderio fica no

antigo templo

e serve

cardápio de

produtos frescos

da estação, com

trufas e

cogumelos

Agência O Globo

Por mais que a Piazza del Campo seduza,evite os restaurantes à sua volta, na hora de jan-tar. Não só por ser mais caros. Mas porque vocêcome melhor em lugares próximos.

Dois deles são quase vizinhos. O SanDesiderio fica onde era igreja do início doséculo 11. Serve um cardápio baseado emprodutos da estação que, por isso, pode ounão incluir trufas e cogumelos.

O que você encontra com certeza é uma su-culenta e grossa bisteca que é item obrigatóriodaculinária toscana. Achao prato muitopesadoequerevitarpesadelos?Apostenospescados,es-

tão sempre frescos.

A alguns passos do San Desiderio está a Ca-va dè Noveschi. Nela, o recomendável é pedirpratos leves, como uma de suas saladas ou umacombinação de queijos, e experimentar a cartadevinhose de80marcasde espumantes:operi-go é sair de lá tão torto quanto o trajeto das rue-las à frente.

As ruazinhas tortas e escuras (mas muito se-guras) e quase vazias, a não ser pelos estudantesda universidade local e outros turistas que resol-verampernoitarnacidade,dãoumclimadevol-ta ao passado na noite.

Mas se você quer sentir isso na boca, entrena Osteria Babazuf, um pouco mais afastada.Não se deixe enganar pela placa de entrada dorestaurante, um desenho modernoso de formasgeométricas básicas formando um rosto: a prin-cipal atração da casa é retornar ao século 16.

A osteria recupera receitas daquele século edoseguinte.Temsucessonaarqueologiaculiná-ria, a partir da sopa de cogumelos de caldo gros-so servida como primeiro prato, ou na carne deporco que leva 16 horas para ser preparada.

O bolinho com recheio de creme servido desobremesa merece ser considerado uma obra-prima do renascimento tanto quanto o ‘David’,de Michelangelo - foi criada na mesma época.

Termine-a com um copinho

de vin santo. Que é para comer, não para beber:ele vem acompanhado de biscoitos crocantes eduros que devem ser mergulhados no vinho desobremesa,quandoficammaismacios,mascon-tinuam crocantes e deliciosos. O preço fica porvolta de 60 euros para dois - nada caro, especial-mente com a cotação declinante da moeda.

Como sono garantido por alguma destas re-feições,nodiaseguintecontinueexplorandoSie-na para o alto e para baixo. Para o alto, volte àárea do Duomo: não para a igreja, novamente,mas para o Museo dell’Opera del Duomo, quetem obras como a ‘Maestá’, uma das principaisde Duccio. O pintor é para Siena o que Giottofoi para Florença em relação às artes - um heróilocal e uma ponte entre a arte bizantina e góticae os novos tempos do realismo e da adoção daperspectiva renascentista.

Omuseunãoésóparaconhecerobrasdear-te (mas se fosse, seria o suficiente). Suba poruma escada um pouco apertada até uma passa-gem no alto do que seria a fachada da expansãodaigreja, que foi planejada, masnunca concreti-zada: de lá, você tem outra vista do Duomo, dacidade e, mais ao longe, dos campos toscanosque nos dão tanto prazer de contemplar quantoas obras de Quercia, Pisano e Donatello na salade estátuas do prédio.

Siena

COMA EM UMA IGREJADO SÉCULO 11

Visitante admira aVisitante admira a

vista de Siena e davista de Siena e da

Toscana da fachadaToscana da fachada

construída para aconstruída para a

expansão do Duomo:expansão do Duomo:

obra foi planejada, masobra foi planejada, mas

nunca terminadanunca terminada

TURISMO - página 28 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Quase ao lado, está o comple-xo de museus de Santa Mariadella Scalla. Outras pinturas e es-tátuas o esperam. Mas o comple-xo tem a atração adicional do Mu-seu Arqueológico, com peças daépoca em que os etruscos habita-vam a região, e ao qual se chegaentrando pelos túneis subterrâ-neos escavados no monte ondefoi erigida Siena.

Descer e subir o morro nãoé tão exaustivo assim. Mas sevocê ficou em Siena, é porquenão está com pressa. E pode(ou não) deixar para mais tar-de, ou para o dia seguinte, parapassear pelos lugares mais dis-tantes do Duomo e da piazza.

Deixando para trás a praça,chega-se à Pinacoteca, onde en-contramos mais trabalhos da esco-la dos pintores de Siena, comoDuccio e Simone Marini.

Madonas e santos cercados dedourado, envolvidos por roupascom cores fortes e cenas que nãoseguem as regras da perspectiva.A preocupação não era competircom a natureza, mas fazer bonito.

E eles faziam.O contato com a natureza es-

tá um pouco mais adiante, noJardim Botânico, quase escon-dido nos domínios da Universi-tá degli Studi de Siena. É umpequeno e bem ornamentadojardim com flores, árvores e ar-bustos: um refúgio verde nomeio do casario ocre.

A noite chega, igrejas e mu-seus fecham - é hora de visitar aloja do Consorzio Agrario de Sie-na, que vende massas, embuti-dos, queijos e vinhos fabricadospelos agricultores da região.

Depois disso, você pode jan-tar ou esticar a noite em um dosbares que ficam dentro dos mu-ros da área histórica - o Porrionetem decoração e música moderni-nhas que fazem você esquecerque está quase ao lado da Piazzadel Campo.

O dia seguinte pode ser dedi-cado a uma atração um tanto ma-cabra, mesmo para quem é católi-co: na enorme igreja de San Do-menico, está a cabeça preservadade Santa Catarina de Siena.

Ela é a padroeira da cidade,onde também nasceu São Bernar-dino, uma peculiar exceção entreos sábios da igreja que condena-ram de tempos em tempos o lu-cro. Para o santo, a livre iniciativae o empresário eram instrumen-tos de Deus.

Com sua tradição bancária,Siena se orgulha dele, tanto quan-to de Sallustio Bandini, pensadorhumanista que, dizem os seneses,foi um defensor das virtudes dasleis do mercado muito antes deAdam Smith dar as caras na ciên-cia econômica.

Uma estátua o homenageiaem frente à sede do banco Montedei Paschi, e, pelo tamanho do pe-destal e iluminação noturna, cha-ma a atenção dos passantes.

Depois deste neoliberalismotodo, vá à praça Antonio Grams-ci. É do logradouro que homena-geia o pensador marxista que par-tem os ônibus para San Gimigna-no - uma cidade que pode ser per-corrida em um dia, e um bomprolongamento de sua estadaem Siena. (AG)

ConsorzioAgrario: vinhos,queijos eembutidosfeitos na região

Sallustio Bandini: o economista e pensador é um orgulho da cidade

Fotos: Agência O Globo

Obras da época dos etruscos DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 29 - TURISMO

Dentro de torres e igrejas, afrescos valiosos; lá fora, as casas mudam

de tom conforme a incidência da luz do sol e ganham beleza natural

Itália

San Gimignano:beleza única

Agência O Globo

A paisagem de San Gi-mignano, encravada emum monte, é caracterizadapor 13 torres, construídasnos séculos 12 e 13, paramostrar o poder das famí-lias ricas que as erigiram.Estão todas fechadas àvisitação, com exceção deuma, a Torre Grossa.

O acesso à Torre Gros-sa é pelo Museo Civico, naPiazza del Duomo, que con-centra as principais atra-ções de San Gimignanoque não sejam torres.

A exceção é a igreja deSant’Agostino, um prédiomais distante, cuja simpli-cidade exterior, de tijolosvermelhos, abriga obras-primas de Pollaiuolo e Be-nozzo Gozzoli no interior.

No museu, as paredessão decoradas com cenasde caça e uma ‘Maestá’ (deLippo Memmi, cunhadode Simone Martini).

A Sala di Dante lembraa visita do autor da ‘Divinacomédia’ à cidade em 1300,para negociar a resistênciados toscanos ao papa Boni-fácio 8º e seus aliados. Mis-são diplomática que foiuma das razões para DanteAlighieri morrer no exílio,quando seus adversários to-maram Florença.

Há pinturas de mestresdo Renascimento, comoFillipino Lippi, Pinturic-

chio e Benozzo Gozzoli.Sua beleza é o principalchamariz.

No caso dos afrescoscom duas cenas de um casa-mento de Memmo di Fili-pucci, feitos no início do sé-culo 12, o que atrai é a faltade cerimônia: o casal é mos-trado dividindo uma ba-nheira e uma cama, em queo pano que pende do dosselé levantado pelo criado, emuma intimidade expostaque surpreende.

Ainda na praça, conti-nue admirando afrescos,mas na Colegiatta, umaigreja do século 12, em es-tilo românico. Nas suasparedes internas, há uma‘Anunciação’, de Ghirlan-daio, cenas da vida deCristo por Lippo Memmi,e de histórias do AntigoTestamento, por Bartolode Fredi.

Lá fora, as casas mu-dam de tom de acordo coma incidência da luz do Sol eganham uma beleza quedispensam afrescos.

Passeando pelas ruelasde San Gimignano, evite aslojinhas de bugigangas naentrada da cidade. E façauma parada para admirar amovimentação dos morado-res e outros turistas em tor-no da Piazza della Cister-na, com seu poço cercadode degraus: é um bom lu-gar para se sentar, antes dese decidir onde comer.

TURISMO - página 30 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO

Para comer em San Gi-mignano, as opções são ba-ratas e saborosas.

Numa cidade cujo ta-manho diminuto (ape-sar das torres) inspira aproximidade com os mo-radores, experimente opequeno e informal Ta-verna Paradiso.

Lá uma refeição paradois sai barata (por voltade 40 euros, com dois pra-tos, sobremesa e vinho) etemperada com o sorrisoe um bate-papo com aatendente, se você fala ita-liano ou inglês.

Para passear, as dicassão o Museo Civico, aber-to diariamente das 9h30às 19h. Fica no Palazzodel Popolo, Piazza delDuomo. Tel . (057)799-0312; ou na Collegiat-ta, aberta diariamente das9h30 às 17h, na Piazza delDuomo. A entrada custa3,50 euros.

Depois, é hora de vol-tar para Siena - a essa altu-ra, uma cidade maior doque parece em apenasuma segunda-feira.

San Gimignano, muni-cípio da província de Sine-na, na região da Toscana,tem 7.105 habitantes. SeuCentro Histórico foi decla-rado Patrimônio da Huma-nidade, pela Unesco. (AG)

Torres de SanGimignano:erigidas paramostrar o poderdas famíliasnobres nosséculos 12 e 13

Pequenacom charme

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 / página 31 - TURISMO

Paulo Coelho

DIÁLOGOS COMO MESTRE (5)

Escritor

A tragédia vai destruir 9/10 daquilo que você é, mas o 1/10

que ficar lhe transformará numa pessoa infinitamente mais forte

(Continuo reproduzindo aqui al-guns trechos de conversas com meumestre, no período de 1982 a 1986)

- Por que existe tanta tragédia e tan-ta miséria no mundo?

- A tragédia e a miséria são coisas di-ferentes, e assuntos muito longos. So-bre qual dos dois prefere conversar?

- No momento, sobre a tragédia.Por que o homem sofre?

- Dê uma lida na Bíblia e verá o se-guinte trecho: “o que é bom, vem deTi, oh, meu Senhor. O que é mau, tam-bém vem de Ti, meu Senhor. Portanto,o que hei de temer?”

- Mesmo assim, sofremos.- Sem dúvida. Mas leve em conside-

ração o seguinte: de dez problemas quetemos, nove são criados por nós mes-mos – a t ravés da cu lpa , daautopunição, da autopiedade. Entretan-to, de vez em quando, aparece um gran-de obstáculo em nosso caminho, queali foi colocado por Deus, e que temuma única razão. Esta razão é: nos daruma oportunidade de mudar tudo, decaminhar adiante.

“O que é a tragédia? Uma mudançaradical em nossas vidas, sempre ligadoao mesmo princípio: a perda. O sofri-mento é sempre resultado de uma per-da, seja de alguém ou de algo – como asaúde, a beleza ou as condições finan-ceiras.

Quando você está diante de umaperda, não adianta tentar recuperar oque já se foi. Por outro lado, um gran-de espaço foi aberto em sua vida – aliestá, vazio, esperando ser preenchi-do com algo novo. No momento daperda, por mais contraditório que pa-reça, você está ganhando uma gran-de fatia de liberdade.

Mas a maioria dos homens, dianteda tragédia, preenche este espaço comdor e amargura. Não pensa jamais queexistem outras maneiras de encarar oinevitável.”

- Como, por exemplo?- Em primeiro lugar, aprendendo a

grande lição dos sábios: a paciência, acerteza de que tudo – bom ou mau – éprovisório nesta vida. Em segundo lu-gar, utilizando esta súbita mudança derumo para arriscar seus dias em novascoisas que sempre sonhou fazer.

- Isso está claro no que se refere acoisas materiais. Mas e a morte de al-guém?

- Quanto à morte, já conversamosmuito, e você sabe que ela não existe pa-ra aquele que se foi – esta pessoa estádesfrutando as delícias de uma transfor-mação radical. A sensação de morteexiste apenas para aquele que fica aqui.Todo ente querido, ao partir, se trans-forma em nosso protetor – depois depassado o período da saudade, deve-

mos nos alegrar, porque estamos maisprotegidos. Da mesma maneira, umdia estaremos do outro lado, protegen-do as pessoas que amamos aqui.

- E aqueles a quem odiamos...- Exatamente o que você imagina.

Ficam presos a nós pelo sentimento daamargura. Por isso Jesus disse: “antesde ir ao templo, volta e perdoa o teu ir-mão.” É preciso estar lavando constan-temente a alma com a água do perdão.

- Voltando à tragédia...- Existe algo que é impossível me-

dir: a intensidade da dor. Sabemos queuma pessoa está sofrendo porque elanos conta, mas não podemos avaliarexatamente o quanto. Muitas vezes ten-tamos comparar a atitude de uma pes-soa diante da tragédia e terminamospor julgá-la mais forte ou mais fraca doque realmente é. Não compare a doralheia com nada; só quem está sofren-do sabe pelo que está passando.

“Portanto, quando a tragédia inevi-tável aparece, é preciso lembrar estestrês pontos: aproveitar a liberdade daperda, não julgar a dor, e aprender a ar-te da paciência. Ela vai destruir 9/10 da-quilo que você é, mas o 1/10 que ficarlhe transformará numa pessoa infinita-mente mais forte.” �

(Termino aqui a série de cincocolunas relatando algumas

conversas com meu mestre).

página 32 / São José do Rio Preto, 27 de fevereiro de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO