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CRÔNICA Formar uma roda com os alunos e escutar as músicas “Gentileza”, de Marisa Monte, “Cidadão”, de Zé Ramalho e, “Construção”, de Chico Buarque. Instigar/questionar a letra da música (sobre o que se trata?, em que tempo passa?, o que você sentiu quando escutou-a?, quem são as personagens da música?, etc). Tomar conhecimento do cotidiano do aluno: o que eles fazem no dia-a-dia?, com quem?, com que freqüência?, como ele é na comunidade? (esta parte deve ser primeira de forma oral e depois, por escrito). Conceituar o gênero estudado: Leitura oral pelo professor de uma crônica: “A última crônica”, de Fernando Sabino; “Pelada”, de ....; “A arte de ser avó”, de Raquel de Queiroz. Leitura silenciosa individual pelo aluno da mesma crônica contada pelo professor. Professor e aluno devem verificar as marcas do gênero estudado: foco narrativo, tempo verbal, linguagem, tom da narrativa, etc. Pesquisar buscando informações sobre o tema “o lugar onde vivo” por meio de entrevistas na comunidade referindo-se sobre o cotidiano do entrevistado. Expor o que foi pesquisado. Escrever coletivamente o que foi pesquisado e exposto.

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Page 1: Slide sequencia didática crônica memória poesia

Sequência Didática - Profª Jociane Araujo Peres da Luz.

CRÔNICA

•Formar uma roda com os alunos e escutar as músicas “Gentileza”, de Marisa Monte, “Cidadão”, de Zé Ramalho e, “Construção”, de Chico Buarque. •Instigar/questionar a letra da música (sobre o que se trata?, em que tempo passa?, o que você sentiu quando escutou-a?, quem são as personagens da música?, etc).•Tomar conhecimento do cotidiano do aluno: o que eles fazem no dia-a-dia?, com quem?, com que freqüência?, como ele é na comunidade? (esta parte deve ser primeira de forma oral e depois, por escrito).•Conceituar o gênero estudado: Leitura oral pelo professor de uma crônica: “A última crônica”, de Fernando Sabino; “Pelada”, de ....; “A arte de ser avó”, de Raquel de Queiroz.Leitura silenciosa individual pelo aluno da mesma crônica contada pelo professor.Professor e aluno devem verificar as marcas do gênero estudado: foco narrativo, tempo verbal, linguagem, tom da narrativa, etc.•Pesquisar buscando informações sobre o tema “o lugar onde vivo” por meio de entrevistas na comunidade referindo-se sobre o cotidiano do entrevistado.•Expor o que foi pesquisado.•Escrever coletivamente o que foi pesquisado e exposto.•Produzir individualmente o que foi exposto conforme o gênero estudado.•Reescrever o texto.

Page 2: Slide sequencia didática crônica memória poesia

Gentileza

Marisa Monte

Apagaram tudoPintaram tudo de cinzaA palavra no muroFicou coberta de tintaApagaram tudoPintaram tudo de cinzaSó ficou no muroTristeza e tinta frescaNós que passamos apressadosPelas ruas da cidadeMerecemos ler as letrasE as palavras de GentilezaPor isso eu perguntoÀ você no mundoSe é mais inteligenteO livro ou a sabedoriaO mundo é uma escolaA vida é o circoAmor palavra que libertaJá dizia o Profeta

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Cidadão

Zé RamalhoComposição: Lucio Barbosa

Tá vendo aquele edifício moçoAjudei a levantarFoi um tempo de afliçãoEram quatro conduçãoDuas prá ir, duas prá voltarHoje depois dele prontoOlho prá cima e fico tontoMas me vem um cidadãoE me diz desconfiado"Tu tá aí admirado?Ou tá querendo roubar?"Meu domingo tá perdidoVou prá casa entristecidoDá vontade de beberE prá aumentar meu tédioEu nem posso olhar pro prédioQue eu ajudei a fazer...Tá vendo aquele colégio moçoEu também trabalhei lá

Lá eu quase me arrebentoFiz a massa, pus cimentoAjudei a rebocarMinha filha inocenteVem prá mim toda contente"Pai vou me matricular"Mas me diz um cidadão:"Criança de pé no chãoAqui não pode estudar"Essa dor doeu mais fortePor que é que eu deixei o norteEu me pus a me dizerLá a seca castigavaMas o pouco que eu plantavaTinha direito a comer...Tá vendo aquela igreja moçoOnde o padre diz amémPus o sino e o badaloEnchi minha mão de caloLá eu trabalhei tambémLá foi que valeu a penaTem quermesse, tem novenaE o padre me deixa entrarFoi lá que Cristo me disse:"Rapaz deixe de toliceNão se deixe amedrontar

Fui eu quem criou a terraEnchi o rio, fiz a serraNão deixei nada faltarHoje o homem criou asaE na maioria das casasEu também não posso entrarFui eu quem criou a terraEnchi o rio, fiz a serraNão deixei nada faltarHoje o homem criou asasE na maioria das casasEu também não posso entrar"Hié! Hié! Hié! Hié!Hié! Oh! Oh! Oh!

Page 4: Slide sequencia didática crônica memória poesia

Construção

Chico BuarqueComposição: Chico Buarque

Amou daquela vez como se fosse a últimaBeijou sua mulher como se fosse a últimaE cada filho seu como se fosse o únicoE atravessou a rua com seu passo tímidoSubiu a construção como se fosse máquinaErgueu no patamar quatro paredes sólidasTijolo com tijolo num desenho mágicoSeus olhos embotados de cimento e lágrimaSentou pra descansar como se fosse sábadoComeu feijão com arroz como se fosse um príncipeBebeu e soluçou como se fosse um náufragoDançou e gargalhou como se ouvisse músicaE tropeçou no céu como se fosse um bêbadoE flutuou no ar como se fosse um pássaroE se acabou no chão feito um pacote flácidoAgonizou no meio do passeio públicoMorreu na contramão atrapalhando o tráfegoAmou daquela vez como se fosse o últimoBeijou sua mulher como se fosse a únicaE cada filho seu como se fosse o pródigoE atravessou a rua com seu passo bêbadoSubiu a construção como se fosse sólidoErgueu no patamar quatro paredes mágicasTijolo com tijolo num desenho lógicoSeus olhos embotados de cimento e tráfegoSentou pra descansar como se fosse um príncipeComeu feijão com arroz como se fosse o máximoBebeu e soluçou como se fosse máquinaDançou e gargalhou como se fosse o próximoE tropeçou no céu como se ouvisse músicaE flutuou no ar como se fosse sábadoE se acabou no chão feito um pacote tímidoAgonizou no meio do passeio náufragoMorreu na contramão atrapalhando o públicoAmou daquela vez como se fosse máquinaBeijou sua mulher como se fosse lógicoErgueu no patamar quatro paredes flácidasSentou pra descansar como se fosse um pássaroE flutuou no ar como se fosse um príncipeE se acabou no chão feito um pacote bêbadoMorreu na contra-mão atrapalhando o sábadoPor esse pão pra comer, por esse chão prá dormirA certidão pra nascer e a concessão pra sorrirPor me deixar respirar, por me deixar existir,Deus lhe paguePela cachaça de graça que a gente tem que engolirPela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossirPelos andaimes pingentes que a gente tem que

cair,Deus lhe paguePela mulher carpideira pra nos louvar e cuspirE pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrirE pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,Deus lhe pague

Page 5: Slide sequencia didática crônica memória poesia

MEMÓRIAS

•Formar uma roda com os alunos e escutar as músicas “ Meus tempos de Criança”, de Ataulfo Alves, “Tempo de Criança”, de Zeca Pagodinho e, “Aquela Casa Simples”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

•Instigar/questionar a letra da música (sobre o que se trata?, em que tempo passa?, o que você sentiu quando escutou-a?, quem são as personagens da música?, etc.).•Tomar conhecimento do cotidiano do aluno: o que eles fazem no dia-a-dia?, com quem?, com que freqüência?, como ele é na comunidade? (esta parte deve ser primeira de forma oral e depois, por escrito).•Conceituar o gênero estudado: a) Leitura oral pelo professor de um texto sobre o gênero Memórias: “Anarquistas graças a Deus”, de Zélia Gattai; “Meus tempos de criança”, de Rostand Paraíso; “Como num filme”, de Antonio Gil Neto; “O valetão que engolia meninos e outras histórias de Pagé’, de Kelli Carolina Bassani.b) Leitura silenciosa individual pelo aluno da mesmo texto contada pelo professor.c) Perguntar para o aluno que fato o autor resgata no texto lido?, que palavras no texto não teve compreensão e informá-los o significado, o que mais lhe chamou a atenção do texto lido?, o que o título sugere?, qual o trecho que desejariam destacar e por quê? d) Professor e aluno devem verificar as marcas do gênero estudado: foco narrativo, tempo verbal, linguagem, tom da narrativa, sinais de pontuação, etc.•Pesquisar buscando informações sobre o tema “o lugar onde vivo” por meio de entrevistas na comunidade referindo-se sobre o cotidiano do entrevistado.•Expor o que foi pesquisado.•Escrever coletivamente o que foi pesquisado e exposto.•Produzir individualmente o que foi exposto conforme o gênero estudado.•Reescrever o texto.•Expor o trabalho realizado.

Page 6: Slide sequencia didática crônica memória poesia

Meus Tempos de Criança

Clara Nunes

Composição: Ataulfo Alves

Eu daria tudo que tivessePra voltar aos tempos de criança

Eu não sei pra que que a gente cresceSe não sai da gente essa lembrança

Aos domingos missa na matrizDa cidadezinha onde nasci

Ah!meu Deus ,eu era tão felizNo meu pequenino Miraí

Que saudade da professorinhaQue me ensinou o be-a-báOnde andará Mariazinha

Meu primeiro amor,onde andaráEu igual a toda meninada

Quantas travessuras eu faziaJogos de botões pela calçada

Eu era feliz e não sabia

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Tempo de Criança

Zeca Pagodinho

Iaiá, sente saudade de quemDo cheiro, do cravo, da rosa, da moça

formosaE de mais ninguém

Passarás, não passarásQuem me deixará passarDo meu tempo de meninoAgora eu vou me lembrarDo tempo da bola de gude

Do qual eu não pude jamais esquecer Só valia o teco paradoCom o palmo contado

Para não perderO corte da linha no dedo

E a gente com medoDa pipa voar

Faz uma bola de meiaA pelada na rua já vai começarE quando mamãe me chamava

Vem tomar seu banho pra poder jantarO trabalho da escola ainda está por fazer

Tua professora vai te castigar

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Aquela casa simples

Roberto CarlosComposição: Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Naquela casa simplesVocê falou pra mimQue eu tivesse cuidadoE não sofresse com as coisas desse mundoQue eu fosse um bom meninoQue eu trabalhasse muitoQue o nome do meu pai soubesse honrarE nunca fosse um vagabundo

Ainda não era dia e você me dizia:Deus te abençoe, te guarde,Se mantenha sempre em sua companhia.E eu te olhei nos olhos, eu te beijei a mãoEu disse amémE o meu abraço fez você ouvir meu coração

Vida minha, vida minha

E andando pela ruaMeu pai bem junto a mimOlhava com ternuraA lágrima molhar meu paletó de brim

Toda a minha bagagemNum banco da estaçãoEra de amor, coragemAs bênçãos do meu pai, a fé e um violão

E na cidade grandeTristeza e alegriaUma saudade imensaE a solidão que eu ainda não conhecia

E o tempo foi passandoE então eu compreendiCada palavra sua

Naquela manhã do dia em que eu parti

Vida minha, vida minhaVida minha, vida minha

E veio a primaveraE as flores do jardimEnchiam de perfumeAs cartas que chegavam de você pra mim

Mas hoje com sorrisosPodemos recordarMas sempre que me lembroA emoção e dá vontade de chorar

Vida minha, vida minha

Vida minha, vida minha

Recordações

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POESIA

•Trazer algum convidado para a escola que possa declamar poesias ou poeta. Convidados Prof. Jackson e Profª Sol, da Prefeitura Municipal de Florianópolis. Ouvir a apresentação: música composta pelo Professor: “Gentileza”, recitação pelos convidados dos poemas: Convite, A lua no cinema, Motivo e Estrela, estrela.•Formar uma roda com o grupo de alunos. Conversar sobre o que entendem por poema e por poesia, quais as poesias que conhecem, quem a contou e quando a aprendeu.• Apresentar a situação de comunicação aos alunos. O professor deve, de preferência, levar para sala de aula poemas que falem sobre lugares, cidades. Leituras apresentadas: “Tem tudo a ver”, de Elias José; “Emigração e as consequências”, de Patativa do Assaré; “Cidadezinha”, de Mário Quintana; “Infância”, de Carlos Drummond de Andrade e, ‘Pátria minha”, de Vinícius de Moraes.•Propor que escrevam um primeiro texto no gênero a ser estudado.• Elaborar um conjunto de atividades de leitura, para aproximar os alunos do gênero estudado. As atividades estão propostas no caderno do Professor Orientação para produção de textos – Poetas da escola. •Apresentar de forma oral, a releitura de um dos poemas apresentados.•Identificar as características e expressões próprias do gênero estudado/autor. Professor e aluno devem verificar as marcas do gênero estudado: conceito de poema e poesia, tempo verbal, linguagem, tom/sonoridade da poesia, rima, sinais de pontuação, etc.•Estudar com os alunos o tema a ser abordado, dominar o conteúdo e a forma para que saibam o que e como dizerem, ou seja, produzir texto coletivo sobre o lugar onde vivem (em forma de prosa mesmo) e passarem-na em forma de poesia.•Incentivar a participação de todos: organizar as falas, selecionar as idéias que podem ser postas no texto escrito.•Mobilizar os alunos para a escrita individual: cada aluno deve produzir o seu poema com o tema “o lugar onde vivo”.•Orientar os alunos a lerem, relerem, identificar aspectos do texto que devem ser melhorados.•Organizar os textos e publicizá-los.

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Hino de Florianópolis

Hinos de CidadesComposição: Cláudio Alvim Barbosa ( Zininho )

"Um pedacinho de terra,perdido no mar!...

Num pedacinho de terra,beleza sem par...Jamais a natureza

reuniu tanta belezajamais algum poeta

teve tanto pra cantar!Num pedacinho de terra

belezas sem par!Ilha da moça faceira,

da velha rendeira tradicionalIlha da velha figueira

onde em tarde fagueiravou ler meu jornal.Tua lagoa formosa

ternura de rosapoema ao luar,

cristal onde a lua vaidosasestrosa, dengosavem se espelhar..."

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Estrela, Estrela

Vitor Ramil

Estrela, estrelaComo ser assimTão só, tão sóE nunca sofrerBrilhar, brilharQuase sem quererDeixar, deixarSer o que se éNo corpo nuDa constelaçãoEstás, estásSobre uma das mãosE vais e vensComo um lampiãoAo vento frioDe um lugar qualquerÉ bom saberQue és parte de mimAssim como ésParte das manhãsMelhor, melhorÉ poder gozarDa paz, da pazQue trazes aquiEu canto, eu cantoPor poder te verNo céu, no céuComo um balãoEu canto e seiQue também me vêsAqui, aquiCom essa canção

Profª Jociane Araujo Peres da Luz – Língua Portuguesa/2010.Línguasblogspot.com.br