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Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais Tópicos especiais em gestão de riscos e desastres naturais II - A Cidade Vulnerável: Fragilidades e Resiliência Gestão Urbana e Desatres Naturais - Casos em Santa Catarina UFSC - Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais Tópicos Especiais em Gestão de Riscos e Desastres Naturais II - A Cidade Vulnerável: Fragilidades e Resiliência Gestão Urbana e Desatres Naturais Casos em Santa Catarina Prof. Dr. Sérgio Torres Moraes Profa. Dra Claudia Siebert Florianópolis, Novembro 2016

2016 Gestão Urbana e Desastres Naturais - SC

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UFSC - Programa de Pós-Graduação em Desastres NaturaisTópicos Especiais em Gestão de Riscos e Desastres Naturais II - A Cidade Vulnerável: Fragilidades e Resiliência

Gestão Urbana e Desatres NaturaisCasos em Santa Catarina

Prof. Dr. Sérgio Torres MoraesProfa. Dra Claudia Siebert

Florianópolis, Novembro 2016

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1. Introdução

2. Desastres Naturais em Santa Catarina

3. Estudo de Caso: Blumenau

4. Gestão Urbana x Desastres Naturais

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1. Introdução

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O aumento da temperatura leva a mudanças climáticas como o derretimento do gelo

nos pólos, alterações das correntes marítimas e o aumento do nível dos oceanos.

Estas mudanças climáticas gerais, causam, por sua vez, mudanças nos

ecosistemas, e fenômenos climáticos extremos localizados como ciclones, chuvas

de grande intensidade, secas e ondas de calor intenso (UN-HABITAT, 2011).

www.ecy.wa.gov/climatechange/whatis.htm www.ipcc.ch/

Cenário Global

DESMATAMENTO+ CO2

EFEITOESTUFA

MUDANÇASCLIMÁTICAS

AQUECIMENTOGLOBAL

EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS

NÍVEL DOS OCEANOS

SOBEMUDANÇAS

NOS ECOSISTEMAS

DESASTRES NATURAIS

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Contexto Histórico do Pensamento Urbanístico-Ambiental

• 1969 - Teoria de Gaia• 1972 - Limites do Crescimento / Conferência de Estocolmo• 1976 - UN-HABITAT• 1987 - Relatório Bruntland• 1990 - Primeiro Relatório do IPCC / Livro Verde sobre o Meio Ambiente Urbano - União Européia• 1992 - Rio 92 - desenvolvimento sustentável – Agenda 21 Global• 1994 - Carta das cidades europeias para a sustentabilidade• 1996 - Conferência Habitat II – Agenda Habitat• 2000 - Objetivos do Milênio• 2001 - Estatuto da Cidade• 2002 - Agenda 21 Brasileira / Conferência de Joanesburgo – Rio+10 / I World Urban Forum• 2003 - A Nova Carta de Atenas / Ministério das Cidades• 2004 - Agenda 21 – SC• 2005 - Protocolo de Quioto redução das emissões de GEE / Carta Mundial do Direito à Cidade• 2005 - Marco de Ação de Hyogo• 2007 - Relatórios do IPCC - Aquecimento Global - Prêmio Nobel• 2012 - Rio + 20• 2015 - COP 21 - Acordo de Paris - redução das emissões de GEE• 2015 - Marco de Sendai para a Redução de Risco de Desastres• 2016 - ratificação do Acordo de Paris: EUA, China, Brasil...

séc.

XX

séc.

XX

I

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Brasil - Marco Regulatório - Desastres, Mudança Climática e Planejamento• 1979 - Lei Federal 6.766 - Parcelamento da Terra• 1994 - Resolução 02 CNDC - PNDC - Política Nacional de Defesa Civil• 2001 - Lei Federal 10.257 - Estatuto da Cidade• 2003 - Ministério das Cidades - Campanha PDP• 2005 - Decreto Federal 5.376 SINDEC e CNDC• 2007 - Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima• 2008 - PNMC – Plano Nacional sobre Mudança do Clima• 2009 - Lei Federal 12.187 - Política Nacional sobre Mudança do Clima (redução 36% emisões até 2020)

• 2009 - Lei Federal 11.977 - MCMV e Regularização Fundiária• 2011 - Decreto 7.513 - CEMADEN - Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais• 2012 - Lei Federal 12.608 - PNPDEC - Política Nacional de Proteção e Defesa Civil• 2012 - Instrução Normativa 01 MIN - COBRADE - Codificação Brasileira de Desastres• 2012 - Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais• 2015 - Lei Federal 13.089 - Estatuto da Metrópole• 2015 - PNA - Plano Nacional de Adaptação à Mudança de Clima

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• o que aconteceu?

• por que aconteceu?

• de quem é a culpa?

• isso é normal?

• poderia ter sido evitado?

• vai acontecer de novo?

• quando?

Perguntas Inevitáveis

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TOPOGRAFIA ACIDENTADA

+

GEOLOGIA FRÁGIL

+

OCUPAÇÃO DESORDENADA DE ÁREAS DE RISCO

+

CHUVA

suporte

físico

açãoantrópica bo

mba

rel

ógio

arm

ada

gatilho(catalizador)

o desastre é socialmente construido

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Classificação dos Desastres

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1. NATURAIS

1.1. geológicos (terremoto, vulcão, deslizamento, erosão)

1.2. hidrológicos (inundações, enxurradas, alagamentos)

1.3. meteorológicos (ciclones, tornados)

1.4. climatológicos (seca)

1.5. biológicos

2. TECNOLÓGICOS

2.1. produtos radiativos

2.2. produtos perigosos

2.3. incêndios

2.4. obras civis

2.5. transporte

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pré-desastregestão de risco

csiebert, 2016

pós-desastregestão de crise

resposta

recuperação

reconstrução

avaliação

alerta

preparação

mitigação

prevenção

desastre

Ciclo de Gestão de Desastres

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retomada dascondiçõesprévias aodesastre

socorro: assistênciaemergencial durante ou

logo após o desastre

evitar a instalação desituações de risco

convivênciacom osriscos

(adaptação)

redução dospossíveisimpactos

(frequência eintensidade)

aviso prévio daocorrência do

desastre

entender o queaconteceu: como,

quanto, onde, por que.

refazerinfraestruturae edificações

atingidas

Ciclo de Gestão de Desastres

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2. Desastresem Santa Catarina

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http://arte.folha.uol.com.br/ambiente/2014/09/15/crise-da-agua/index.html

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estiagem

enxurrada + deslizamento

inundação

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Maiores Desastres de Santa Catarina

elaboração: C. Siebert, fonte: Defesa Civil de Santa Catarina

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font

e: A

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urai

s -

SC

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3. Estudo de Caso:Blumenau

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população 338.876

Estudo de Caso: Blumenau

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A relação de Blumenau com o meioambiente tem sido conflituosa.

Na colonização, a selva era o inimigo aser vencido para impor a civilização à

natureza.

O “progresso” era:

derrubar a mata;

vencer a floresta;

cortar os morros para abrir ruas;

ocupar as margens de rios;

fazer pastagens nas encostas;

canalizar córregos;

retificar ribeirões.

fonte: Arquivo Histórico de Blumenau

Estudo de Caso: Blumenau

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Estudo de Caso: Blumenau

Historicamente, a ocupação das áreas inundáveis e de risco de deslizamento tem resultadoem catástrofes periódicas em períodos de maior precipitação.

Blumenau já registrou 69 enchentes em 162 anos.

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Estudo de Caso: Blumenau

1973

1983 2011

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3. Planos Diretores1983 e 1984 - As Grandes Enchentes (+ 15 m)

Estudo de Caso: Blumenau

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cota 6 metros

BIG

Galegão

Prefeitura

R. J. Pessoa

Av. Martin Luther

fonte: Prefeitura Municipal de Blumenau

Estudo de Caso: Blumenau

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cota 9 metros

BIG

Galegão

PrefeituraAv. Martin Luther

R. J. Pessoa

fonte: Prefeitura Municipal de Blumenau

Estudo de Caso: Blumenau

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cota 15 metros

BIG

Galegão

PrefeituraAv. Martin Luther

R. J. Pessoa

fonte: Prefeitura Municipal de Blumenau

Estudo de Caso: Blumenau

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Estudo de Caso: Blumenau

• 14 de Outubro - 65 mm / 4 horas

• 21 mortes, 67 desabamentos

1990 - Enxurrada no Bairro Garcia

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1983

fonte: JSCBairro Garcia, enxurrada de 1990 Morro Germano Gross, R. Coripós, 2001 II

fonte: Economia Urbana / Curso de Arquitetura e Urbanismo - FURB

Estudo de Caso: Blumenau

1990 - Enxurrada no Bairro Garcia

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Estudo de Caso: Blumenau

http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2015/11/sete-anos-apos-a-tragedia-de-2008-blumenau-ainda-convive-com-cenario-de-deslizamentos-4911837.html

2008 - O Maior Desastre de Blumenau

após três meses de chuvas quase diárias,que saturaram o solo,

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Na tragédia de Novembro 2008,

foram 24 mortes.

E na próxima?

A tragédia de 11/2008 foi atípica pela

intensidade sem precedentes da

precipitação, pela conjugação de enchente

com enxurrada, e pela interrupção dos

sistemas públicos de abastecimento de

água e energia.

Mas ela foi, sim, uma tragédia anunciada,

em função da ocupação das áreas de risco

de deslizamento.

O fenômeno da enxurrada é natural,

mas o desastre é socialmente construído.

fonte: JSC

Estudo de Caso: Blumenau

2008 - O Maior Desastre de Blumenau

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1983fonte: JSCBairro Garcia, enxurrada de 2008

como implantamos nossas ruas?

relação antagônica com o meio ambiente.

Estudo de Caso: Blumenau

2008 - O Maior Desastre de Blumenau

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Estudo de Caso: Blumenau

1983fonte: JSCBairro Garcia, enxurrada de 2008

como implantamos nossas ruas?

o desastreé socialmente

construído.

2008 - O Maior Desastre de Blumenau

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Bairro Garcia, enxurrada de 2008, fonte: JSC

como implantamos nossas casas?

relação antagônica com o meio ambiente.

fonte: Prefeitura Municipal, 2003.

Estudo de Caso: Blumenau

2008 - O Maior Desastre de Blumenau

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Estudo de Caso: Blumenau

2008 - O Maior Desastre de Blumenau Rua Coripós, enxurrada de 2008, fonte: Defesa Civil

2 padrõesde

ocupação

encosta,edificações precárias,sem infraestrutura,ocupação irregular

plano,edificações sólidas,com infraestrutura,ocupação legal

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foto: Juares Aumond

Estudo de Caso: Blumenau

2008 - O Maior Desastre de Blumenau

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R. Hermann Husher, Blumenau, 2008

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A tragédia de 11/2008 conjugou 5 causas:

topografia acidentada + geologia frágil + ocupação desordenada + solo encharcado + precipitação intensa

1983fonte: RBS, 2008.

Estudo de Caso: Blumenau

2008 - O Maior Desastre de Blumenau

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No entanto, a questão maior é:

por que as áreas de risco são ocupadas?

Temos uma longa cadeia causal, mas as causas principais são:

• por que são as mais baratas no mercado imobiliário informal;

• por que não há uma política habitacional para a população de baixa renda.

1983

Estudo de Caso: Blumenau

2008 - O Maior Desastre de Blumenau

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Pós-desastre:

• aterro áreas inundáveis;

• corte de árvores;

• estrangulamento dos cursos d’água;

• contenção de encostas mal feita;

• drenagem subdimensionada;

• remoção de barreiras = desestabilização encostas + acesso a áreas de risco;

• dinheiro público e privado mal aplicado, sem licitações e sem licenças ambientais, aproveitandoo estado de calamidade pública.

Mais uma vez, insistimos na ilusão de dominar a natureza; de inventar impossíveis terrenos planosescavando encostas; de reconstruir edificações que foram destruídas pelas águas; em vez deaceitarmos que há locais inadequados à urbanização nos quais em vez de reconstruir devemosliberar a passagem das águas.

Conjuntos habitacionais foram edificados nas periferias, disperdiçando a oportunidade de inclusãosocial oferecida pelos vazios urbanos e edificações sub-utilizadas em áreas centrais.

Precisamos aproveitar as oportunidades de aprendizado social propiciadas pelos desastressocioambientais e interromper o eterno ciclo vicioso de ”desastre - reconstrução em área derisco – novo desastre”.

Estudo de Caso: Blumenau

2008 - O Maior Desastre de Blumenau

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Estudo de Caso: Blumenau

1977 - Primeiro Plano Diretor1984 - CEOPS - FURB1989 - Revisão do Plano Diretor1996 - Revisão do Plano Diretor2006 - Revisão do Plano Diretor2008 - Plano Municipal de Redução de Riscos2008 - Alerta Blu2009 - Diretoria de Geologia2009 - Livro Desastre de 20082012 - Decreto 9853 - Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização2014 - Carta Municipal de Susceptibilidade a movimentos gravitacionais demassa e inundações2015 - Carta de Susceptibilidade a Movimentos de Massa2016 - Decreto 11.025 - Áreas com Potencial de Risco

http://biologiafurb.blogspot.com.br/2011/03/download-livro-desastre-de-2008.html

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Estudo de Caso: Blumenau

http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/bitstream/handle/doc/15115/CS-Blumenau.pdf?sequence=1

2014 - Carta Municipal de Susceptibilidadea movimentos gravitacionais de massa e inundações

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Estudo de Caso: Blumenau

Zoneamento do Plano Diretorrestrições de uso

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5. Má-Adaptação: Quando a Adaptação Aumenta o Risco

1950 1970 2000

20142011

Blumenau, Rio Itajaí-Açu

Estudo de Caso: Blumenau

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3. Gestão Urbana eDesastres Naturais

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retomada dascondiçõesprévias aodesastre

socorro: assistênciaemergencial durante ou

logo após o desastre

evitar a instalação desituações de risco

convivênciacom osriscos

(adaptação)

redução dospossíveisimpactos

(frequência eintensidade)

aviso prévio daocorrência do

desastre

entender o queaconteceu: como,

quanto, onde, por que.

refazerinfraestruturae edificações

atingidas

Ciclo de Gestão de Desastres

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Resposta

• declaração de estado de calamidade pública

• resgate das vítimas

• abrigo provisório

socorro: assistência emergencial durante ou logo após o desastre

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Recuperação

• desobstrução das vias públicas

• reestabelecer o abastecimento de água

• reestabelecer o abastecimento de energia elétrica

• limpeza

• retorno aos imóveis

retomada das condições prévias ao desastre

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Reconstrução

• ONU - build back better• muitas vezes NÃO reconstruir é a melhor opção• risco: reconstruir em áreas de risco• risco: obras mal feitas• risco: reconstruir igual era antes, sem adaptação• risco: falsa sensação de segurança

refazer infraestrutura e edificações atingidas

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Reconstrução

refazer infraestrutura e edificações atingidas

dinheiro público e privado mal aplicado,

sem licitações e sem licenças ambientais,

aproveitando o estado de calamidade pública.• risco: obras mal feitas• risco: falsa sensação de segurança

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Reconstrução

• ONU - build back better

refazer infraestrutura e edificações atingidas

www.waitabu.org/2016/03/28/tips-to-build-back-safer/

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Avaliação

• diagnóstico do que aconteceu: causas, vítimas, danos

• diagnóstico das respostas

• atribuição de responsabilidades

• revisão dos processos

• recálculo período de recorrência

entender o que aconteceu: como, quanto, onde, por que

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Prevenção

• mapeamento áreas de risco• relocação moradores de áreas de risco• Plano Diretor: zoneamento com restrições à ocupação• monitoramento (pluviômetros, radares, prismas/sensores geotécnicos)• criação de parques em áreas inundáveis

evitar a instalação de situações de risco

Estação Total Robotizada

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Mitigação

• represas / barragens

• reflorestamento com espécies nativas

• redução das emissões de GEE

• aumentar as superfícies permeáveis

• renaturalizar os rios

• telhados verdes, jardins verticais

• infraestrutura verde

redução dos possíveis impactos (frequência e intensidade)

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Preparação

• Plano de Contingência

• campanhas educativas

• treinamento e capacitação

• pilotis em áreas inundáveis

• reservatórios de água

• revestimentos resistentes à água

convivência com os riscos (adaptação)

Flood Proof Hind House in Berkshire United Kingdom

http://portoalegreresiliente.org/

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Alerta

• sirenes

• mensagens de texto, aplicativos

• rádio, TV, internet - redes sociais

• prontidão (abrigos, defesa civil)

aviso prévio da ocorrência do desastre

Programa de Pós-Graduação em Desastres NaturaisTópicos especiais em gestão de riscos e desastres naturais II - A Cidade Vulnerável: Fragilidades e ResiliênciaGestão Urbana e Desatres Naturais - Casos em Santa Catarina

Resumindo

nossa relação com o meio natural é antagônica;

o desastre é socialmente construido;

os limites naturais devem ser respeitados;

desastres VÃO acontecer: preparar para ser resiliente;

a reconstrução pode preparar o próximo desastre;

evoluímos no mapeamento das áreas de risco;

evoluímos no monitoramento;

NÃO avançamos na desocupação das áreas de risco.

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Obrigado.

Profa. Dra. Claudia Siebert

www.csiebert-arq.wix.com/csiebert

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