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PROBLEMAS DE MÉTODO E DE ENSINO UNESP: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Angélica Schreiber Ramos Palma Renato Luiz Romualdo Junior

ANTROPOLOGIA ESTRUTURAL - PROBLEMAS E METODOS DE ENSINO

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PROBLEMAS DE MÉTODO E DE ENSINO

UNESP: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

Angélica Schreiber Ramos PalmaRenato Luiz Romualdo Junior

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XV. A noção de estrutura em etnologia

Quando falamos de estrutura social, consideramos sobre tudo os aspectos formais dos fenômenos sociais, de modo que saímos do âmbito da descrição para considerar noções e categorias que não pertencem propriamente à etnologia, utilizando exemplos de outras disciplinas científicas.

A noção de estrutura não remete a uma definição indutiva, fundada na comparação e na abstração dos elementos comuns.

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I – Definição e problemas de métodos

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Condições para se ter uma estrutura

Pra se ter uma estrutura, é preciso apresentar algumas condições:

1. Apresentar um caráter de sistema

2. Pertencer a um grupo de transformações

3. Previsão de reação

4. Construção

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Um exemplo é o time de futebol, onde os jogadores foram construídos para: dar conta de fatos observados; a mudança de um modifica os outros; como eles reagirão com essa modificação; fazem parte da mesma família,

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a) - Observação e Experimentação

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Observação

Tudo que for estudado, deve ser observados e descritos sem alteração da natureza ou importância feita por teóricos. Essa regra implica em outra: Os fatos devem ser estudados individualmente e também em conjunto.

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Experimentação

Este procedimento capaz de permitir saber como um modelo reage a modificações, para isso é preciso comparar modelos de mesmo tipo ou de tipos diferentes.

Esse é um bom método para eliminar mal-entendido.

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b) – Consciente e Inconsciente

Qualquer modelo pode ser consciente ou inconsciente, isso não altera sua natureza. Pode ser que o etnólogo crie um modelo correspondente, caso não consiga perceber o caráter de sistema ao distinguir as duas relações em que se encontra.

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Consciente

Estão entre os mais pobres de todos. Suas funções são perpetuar crenças e costumes, ao invés de expor seus mecanismos.

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Exemplo de conscientes são as tribos indigenas.

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Inconscientes

Os Inconscientes são os que já trabalham com seus mecanismos. São aqueles que pensam em conjuntos.

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Exemplo de Inconscientes são os funcionários de empresas

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c) - Estrutura e Medida

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Estrutura MedidaPermite introduzir

Não existe necessariamente uma conexão entre a noção de medida e de estrutura. Essa questão de medida veio do desenvolvimento da matemática moderna, e que

vem dando cada vez mais, importância aos dados qualitativos do que da perspectiva quantitativa da matemática tradicional.

Áreas como: a lógica matemática, teoria dos conjuntos, teoria dos grupos e a topologia, percebeu-se que problemas que não permitiam uma solução métrica, podiam ser submetidas a um tratamento rigoroso.

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d) – Modelos mecânicos e Modelos estáticos

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Mecânicos Estáticos

Exemplo: lei do casamento

Os Modelos Mecânicos estão distribuídos em classe de parentesco ou em clãs, já os Modelos Estáticos: não possuem grau de parentesco e depende de fatores mais amplos, como: tamanho dos grupos primários e secundários do casal, fluidez social, quantidade de informações, etc.

Existem também formas intermediarias entre elas. Na nossa sociedade por exemplo, utiliza-se modelos mecânicos, para definir os graus proibidos pro casamento, e partem em busca de modelos estáticos.

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Exemplos de modelos mecânicos

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Exemplos de modelos estáticos

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Fenômenos sociais: fenômenos que decorrem da vida social e do comportamento humano, tais como os fenómenos econômicos (desemprego, crescimento económico, inflação, riqueza e sua distribuição,...), demográficos (crescimento populacional, emigração e imigração, distribuição por faixas etárias), sociológicos, políticos, históricos, etc. Todos estes fenómenos sociais constituem o objecto de estudo das Ciências Sociais que os estudam a partir de diferentes perspectivas.

Relações sociais: As relações sociais são necessárias para a vida em sociedade, pois motivam e orientam o homem no seu processo de desenvolvimento, na sua evolução. São as formas de convivência ou os lugares onde as pessoas se encontram. Para entendê-la são usados dois sistemas de referência, o espaço e o tempo.

O espaço e o tempo

II. Morfologia social ou estruturas de grupo

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RELAÇÕES SOCIAIS

Espaço Tempo

Espaço “social” é o espaço onde se organizam as diferenças sociais. É nele que se articula as posições sociais dos modelos tais como as disposições e as tomadas de decisões.

Tempo “social” se refere as influências sociais decorrentes do tempo no desenvolvimento e nas mudanças do comportamento de uma sociedade.

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Os etnólogos distinguem o tempo e o espaço social em “microtempo”, “macrotempo”, “micro-espaço” e “macro-espaço”.

Microtempo: está relacionado ao que acontece durante uma ação, atividade ou interação.

Macrotempo: é o processo de desenvolvimento que muda de acordo com os eventos históricos, de acordo com a idade do indivíduo.

Micro-espaço e Macro-espaço: são as escalas territoriais onde a sociedade desenvolve-se.

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Para dar início ao estudo estrutural, antes deve-se buscar auxílio em documentos arqueológicos, topológicos, sociológicos e sociometricos.

• ESTRUTURA SOCIAL: Diz respeito à forma como a sociedade se organiza – assim como certas funções são necessárias para aquele grupo – , e à forma como estão dispostos os status (posições sociais) e papéis sociais, conforme privilégios e deveres.

O autor explica que pesquisas sobre o fenômenos sincrônicos e os fenômenos diacrônicos, auxiliam no estudo da estrutura social.

Fenômeno sincrônico: acontece em determinada fase/época

Fenômeno diacrônico: acontece através do tempo.

A pesquisa estruturalista referem-se aos ambientes espaciais das manifestações coletivas de pequena ou grande escala de um determinado grupo.

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FENÔMENO SINCRÔNICO

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FENÔMENO DIACRÔNICO

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É importante estudar as relações que existe entre a configuração espacial dos grupos e outros aspectos de sua vida. (como é a instalação desse grupo, se existe influência da cultura).

• EXEMPLO:

Os índios das Planícies na América e a aldeia Jê no Brasil Central e Oriental, ambos se organizam de forma circular no espaço.

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Aldeia indígena das Planícies na América

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Aldeia indígena brasileira

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A demografia é a ciência geográfica que estuda a dinâmica populacional humana por meio de estatísticas. Ela auxilia no estudo dos fenômenos sociais (religião, educação, etnia e outros critérios que são influenciados por fatores como taxa de natalidade, fecundidade e migrações).

Para calcular o número de uma população os etnológos utilizam duas linhas de raciocínio:

Rank-size: permite estabelecer uma correlação entre o tamanho absoluto das cidades e a posição de cada uma delas num conjunto ordenado.

Casamentos consanguíneos: calcular as dimensões absolutas de um isolado a partir da frequência dos casamentos consanguíneos.

ISOLADOS: são comunidades as quais vivem ou viveram, por escolha (pessoas vivendo em isolamento voluntário) ou por circunstâncias, sem contato significante com a civilização globalizada.

• EXEMPLO:

• Através do cálculo por casamentos consanguíneos os etnólogos Sutter e Tabah (1951), calcularam o tamanho médio dos isolados para todas os departamentos da França. E chegaram a conclusão que o tamanho médio de um isolado francês varia em torno de menos de mil e pouco mais de 2.800 pessoas.

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III – Estética social ou estrutura de comunicação

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Comunicação Sistemas

De mulheres De bens de serviço De mensagem

Genes entre os fenótipos

parentesco econômico linguísticos

casamento

Esquema de estrutura de comunicação

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A) ORDEM DOS ELEMENTOS (INDIVÍDUOS E GRUPOS) NA ESTRUTURA SOCIAL

“MÁQUINA SOCIAL” : A “máquina social” extrai as mulheres de suas famílias consanguíneas para distribuí-las por outros grupos domésticos, que se transformam em famílias consanguíneas e assim sucessivamente.

Sistema de parentesco: Cada geração se encontra em relação de dominação ou subordinação para com que a segue (relação de pai/mãe com filho/filha).

IV. DINÂMICA SOCIAL E ESTRUTURA DE SUBORDINAÇÃO

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“Ordem social” : Na maioria das sociedades humanas, o que chamamos de “ordem social” pertence a um nível transitivo e não cíclico, onde “A” sempre vai ser maior que “C” e “C” sempre vai ser menor que “A“.

A B C

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b) - Ordem das ordens

A sociedade tem vários tipos de ordens. O sistema de parentesco ordena de um jeito, a organização social de outro, as estratificações sociais de uma outra. ao tentar formular modelos de ordens, que abrangem todos os modelos existentes, levam o etnólogo a um impasse, que é saber até que ponto o modo de conceber uma sociedade, suas diversa estrutura de ordem e as relações que as unem correspondem à realidade. Até agora só se conseguiu abordar ordens “vividas”, ou seja, ordens possíveis de abordar do exterior.

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XVII. Lugar da antropologia nas ciências sociais e problemas levantados por seu ensino.

Cadeias dispersas: É quando um país ou uma universidade decide organizar um estudo antropológico criando uma cadeira (disciplina/projeto) . Se não houver um desenvolvimento, os estudos param. Caso contrário, outras cadeiras são acrescentadas, desenvolvendo-se um instituto ou um departamento.

Departamentos (setor): Desenvolvem-se os estudos antropológicos. Porém, em países de estrutura acadêmica rígida e tradicional, o departamento de antropologia oferece duas opções de formação em antropologia, porém isso acontece em cursos diferentes:

Institutos ou escolas inter- ou extra faculdades: As escolas oferecem uma formação profissional e sintética que complementa estudos universitários anteriores. Os institutos completam os ensinos universitários já existentes.

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Objetos deste estudo

Na Grã-Bretanha se encontra o estudo da antropologia social. Já em outros países se falam apenas de antropologia, ou de antropologia cultural, ou etnologia, etnografia ou tradições populares.

Nos EUA, existem departamentos de antropologia e de ciências sociais. Perde-se a relação entre as duas. É como se a antropologia social e cultural, fosse repartidas e redistribuídas entre todas as ciências humanas.

Quis a historia q a antropologia começasse por sociedades selvagens ou primitivas. Porém todo esse interesse é compartilhado com outras disciplinas, como: demografia; psicologia social; ciência politica e o direito.

A antropologia se desenvolve a medida que as sociedades primitiva/selvagens tendem a desaparecer. Assim seus interesses se voltam para as sociedades “civilizadas”.

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Vista d’olhos sobre a situação atual

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Os departamentos

Desenvolve o estudo antropológico

Departamento de antropologia

Faculdade de ciências

Faculdade de letras ou humanidade

Antropologia física Antropologia social e cultural

Para isso, um antropólogo precisa ter um conhecimento básico em ambas as áreas

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As escolas ou institutos

Exemplo:O Institut d’Ethnologie depende de três faculdades:

DIREITO LETRAS Exame universitário CertificadoCIÊNCIAS

Apesar de satisfatório, esse método também tem problemas, já que a qualidade do ensino é inferior às dos métodos tradicionais.

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O caso da antropologia física

Ao adquirir a linguagem, o homem passou a diferenciar as modalidades de sua evolução biológica. Passando assim a modificar suas condições por meio de regras, ou normas morais, sociais, econômicas ou estéticas(proibição de incesto, endogamia, exogamia, casamento entre certos tipos de parentes, etc...

Fizeram a si mesmo, o que fizeram com seus animais domestico, interferindo na sua evolução natural.

De um modo geral, a antropologia física, consiste no estudo das transformações anatômicas e fisiológicas decorrentes da cultura.

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Etnografia, etnologia e antropologia

A etnografia é o estudo descritivo da cultura dos povos, sua língua, raça, religião, hábitos etc., como também das manifestações materiais de suas atividades. A etnografia estuda e revela os costumes, as crenças e as tradições de uma sociedade, que são transmitidas de geração em geração e que permitem a continuidade de uma determinada cultura ou de um sistema social.

A etnologia representa um primeiro passo em direção à síntese. Ela ajuda no desenvolvimento de um estudo, porém o assunto abordado deve ser aprofundado. Por isso o estudo em etnologia deve buscar auxílio nas seguintes áreas:

Geográfica: dinâmica do espaço produzido e transformado direta ou indiretamente pelo ser humano.Histórica: reconstitui passado de uma ou várias populações.Sistemática: preocupando-se em organizar, compreender e classificar o conteúdo a ser estudado.

A etnologia complementa a etnografia.

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A antropologia tem por base as conclusões da etnografia e da etnologia. A antropologia visa a um conhecimento global do homem, estudando sua extensão geográfica e histórica. A etnografia, a etnologia e a antropologia são três fazes ou momentos de uma pesquisa que se complementam.

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Antropologia social e cultural

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Antropologia cultural Antropologia social

Ambas antropologias cobrem exatamente o mesmo programa. Onde a antropologia social parte de técnicas e objetos para chegar a “supertécnica”, que é a atividade social e politica. E a antropologia cultural, que parte da vida social para chegar até as atividades das quais se manifesta.

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Antropologia e Folclore

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Antropologia e folclore

Folclore é o conjunto de tradições e manifestações populares constituído por lendas, mitos, provérbios, danças e costumes que são passados de geração em geração.

As pesquisas feitas à cerca do folclore, diz respeito à sociedade do observador mas que deixa de lado os métodos investigativos, usados para analisar sociedades muito afastadas. Independente da natureza antiquada dos fatos estudados ou das atividades sociais em qualquer sociedade, estudos folclóricos pertencem à antropologia.

•Exemplo:

Em alguns países, os escandinavos por exemplo, existe uma preferência pelo isolamento onde a população se preocupa com as questões tradicionais, pois tiveram contato com o a antropologia mais tarde.

Na França aconteceu o contrário, surgiu interesse em estudar a natureza humana, para fundamentar ou restringir os fatos.

Já na Alemanha e países anglo-saxões, essas questões evoluíram simultaneamente.

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Antropologia e ciências sociais

•Ciências sociais é o estudo das origens, do desenvolvimento e da organização das sociedades e culturas atuais.•As ciências sociais abrange a sociologia. A sociologia estuda as relações sociais em grupos contemporâneos, mas de uma forma superficial, já a antropologia realiza estudos mais aprofundados e complexos.•A sociologia trata de fazer a ciência social do observador: a compreender as formas de interação que temos uns com os outros, nossas organizações e os fenômenos sociais observados na realidade dos indivíduos.•A antropologia busca elaborar a ciência social do observado: preocupada em estudar o homem e a humanidade.

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Missões próprias à antropologia

A primeira ambição da antropologia é atingir a objetividade, ou seja, aumentar o gosto por ela e ensinar seus métodos. Não se trata apenas de abstrair suas próprias crenças, preferências e ideias preconcebidas, pois a tal objetividade caracteriza todas as ciências sociais.

A segunda ambição é a totalidade. Ela vê um sistema, na vida social, cujos aspectos estão organicamente ligados. Para aprofundar o conhecimento de certos tipos de fenômenos, é necessário desmembrar um sistema, como fazem os psicólogos sociais, juristas, economistas e cientistas políticos.Terceira ambição. É a mais difícil de definir e a mais importante. Diz-se que o principal foco do campo da antropologia são as sociedades não civilizadas, sem escritas, pré ou não, mecânicas.

Toda essa “negatividade” (teoricamente, por serem primitivas) encobre uma realidade positiva que as vezes possibilita tais relações, mesmo as sociedades sendo extensas ou dispersas, as relações entre os indivíduos, os mais afastados um do outro, são construídos com base nas relações mais diretas, cujo modelo é muitas vezes o parentesco.

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O critério da autenticidade

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O critério da autenticidade:

A relação social não é fundada na convivência.

Não temos contato vivido com as pessoas.

Nossa comunicação se dá através de documentos escritos ou mecanismos administrativos, que ampliam os nossos contatos , mas não existe uma relação pessoal.

Os meios de comunicação expandiram a forma de se comunicar com as outras pessoas.

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A antropologia e sua contribuição para as ciências sociais:

Sociedades autênticas: tem um modo de vida percebido originariamente como tradicional e arcaico (antiquada)

Grupos inautênticos: formas surgidas em tempos mais marcantes e que estão organizados no interior de um sistema mais vasto (internet, whatsapp).

Isso explica o interesse do antropólogo pelas relações autênticas que se subsistem ou aparecem na sociedade moderna.

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Ensino e pesquisa

Formação de Professores

Ninguém deveria pretender ensinar antropologia sem ter realizado ao menos uma pesquisa de campo. Não é possível ensinar antropologia com o auxílio de um livro ou referenciais teóricos.

Formação de Pesquisadores

O antropólogo precisa da pesquisa de campo, já que ela é essencial na formação, já ela complementa os conhecimentos que eles já possuem.

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Antropologia teórica e antropologia aplicada

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Antropologia teórica e antropologia aplicada

O papel do etnólogo é auxiliar os imigrantes nas dificuldades por duas razões:

I.Os etnólogos conhecem o meio de onde eles vêm e estudaram em campo suas línguas e culturas.

II.O método da antropologia se define por esse “distanciamento” que caracteriza os contatos entre representantes de culturas diferentes.

(os costumes, crenças, hábitos e aspectos físicos dos diferentes povos que habitaram e habitam o planeta. Portanto, os antropólogos estudam a diversidade cultural dos povos.)

Cabe ao antropólogo descobrir sentido nessas culturas muito diferentes, uma forma para que elas possam viver em harmonia.

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A organização dos estudos antropológicos

•Para analisar a estrutura de um grupo social, a antropologia se apoia à geografia humana, à história social e econômica e a sociologia para iniciar um estudo antropológico genuíno.

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O papel dos museus da antropologia

Para Strauss, não recomendável fazer estágios nos últimos instantes da formação do antropólogo. Tende a ser pretextos ou obrigações desagradáveis. Pouco tempo de estagio não é capaz de desencadear uma revolução psicológica na formação do aluno.

Para ele, fazer estágios longos que não sejam em lugares de caráter antropológico, funcionaria no mesmo nível das relações interpessoais encontradas no campo da antropologia.

Seria uma experiência vantajosa, porém inconveniente ao colocar alunos sob o controle e responsabilidades de chefes sem formação antropológica.

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A formação acadêmica do antropólogo

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A formação acadêmica do antropólogo:

Para se tornar um antropólogo é necessário uma formação muito técnica e aprofundada.

Não se pode formar antropólogos em um ano. Um ensino completo deve ser absorvido em tempo integral pelo período mínimo de três anos.

As matérias são complexas e exigem especialização no 2º ano:

•Antropologia física, acompanhada de anatomia comparada, biologia e física.

•Antropologia social, com história econômica e social, psicologia social e linguística.

•Antropologia cultural, com tecnologia, geografia e pré-história.

No 3º ano:

•Especialização regional, pré-história, arqueologia e geografia, além de ter conhecimento de uma ou várias línguas da parte do mundo.

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Procedimentos pedagógicos:

• Todo instituto ou escola de antropologia deve possuir uma biblioteca considerável, na qual haja pelo menos três exemplares de vária cópias.

• Todo estudante deve conhecer possuir conhecimento suficiente de pelo menos uma língua estrangeira.

• Os estabelecimentos de ensino devem utilizar projeções de imagens, documentários, gravações linguísticas e musicais.

Exigências do curso

Os três anos de formação técnica, seriam seguidos por um ou dois anos de estágio, pelo menos aos que se destinam a uma profissão antropológica (ensino ou pesquisa).