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1 ESCOLA ESTADUAL TECNOLÓGICA DE PARAGOMINAS- PA CURSO TÉCNICO EM ZOOTECNIA ZOOTECNIA GERAL PARAGOMINAS-PA 2014

Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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Page 1: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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ESCOLA ESTADUAL TECNOLÓGICA DE PARAGOMINAS- PA

CURSO TÉCNICO EM ZOOTECNIA

ZOOTECNIA GERAL

PARAGOMINAS-PA

2014

Page 2: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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ESCOLA ESTADUAL TECNOLÓGICA DE PARAGOMINAS- PA

CURSO TECNICO EM ZOOTECNIA

SISTEMA DE CRIAÇÃO

Trabalho apresentado por Silvano Rodrigues à disciplina de Zootecnia Geral, do curso de Técnico em Zootecnia da Escola Estadual Tecnológica do Pará, campus Paragominas, como um dos pré-requisitos de avaliação para a quarta fase, sob a orientação da professora Andreza Sousa.

PARAGOMINAS-PA

2014

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SUMARIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................5

2. OBJETIVO...........................................................................................................7

3. DESENVOLVIMENTO......................................................................................8

3.1 Sistemas De Criação De Bovinos........................................................................8

3.1.1 Sistema Extensivo............................................................................................8

3.1.2 Sistema Semi-Intensivo...................................................................................9

3.1.3 Sistema Intensivo...........................................................................................10

3.2 Sistemas De Criação De Bubalinos ...............................................................11

3.2.1 Produção De Carne Em Pastagem Nativa........................................................11

3.2.1.1 Em terra firme................................................................................................11

3.2.1.2 Em terra inundável.........................................................................................12

3.2.2 Produção De Carne Em Pastagem Cultivada...................................................13

3.2.2.1 Em terra firme................................................................................................13

3.2.2.2 Em terra inundável.........................................................................................14

3.2.2.3 Produção de carne em sistema integrado.......................................................14

3.2.2.4 Produção de carne em sistema intensivo rotacionado...................................15

3.2.2.5 Produção de carne em confinamento.............................................................15

3.3 Sistemas De Criação De Ovinos e Caprinos .................................................16

3.3.1 Sistema extensivo.............................................................................................16

3.3.2 Sistema semi-intensivo.....................................................................................17

3.3.3 Sistema intensivo..............................................................................................17

3.3.4 Pastejo Contínuo...............................................................................................19

3.3.5 Pastejo Rotacionado.........................................................................................19

3.3.5.1 Adequação da taxa de lotação.......................................................................20

3.3.5.2 Capacidade de suporte...................................................................................20

3.3.5.3 Cálculo do número de piquetes.....................................................................20

4. CONCLUSÃO....................................................................................................22

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................23

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LISTA DE FIGURA

Figura 1: Sistema Extensivo de Bovino de corte ...........................................................8

Figura 2: Sistema Semi-Intensivo de bovino de corte..................................................9

Figura 3: Sistema Intensivo de Bovino de Corte........................................................10

Figura 4: Búfalos em pastagem nativa em terra firme ..............................................12

Figura 5: Búfalos em pastagem nativas em terra inundável...................................13

Figura 6: Búfalos em terra firme em pastagem cultivada.........................................14

Figura 7: Búfalos em terra inundável em pastejo cultivado......................................14

Figura 8: Sistema extensivo de ovinos e caprinos .......................................................17

Figura 9: Sistema semi-intensivo de ovinos e caprinos..............................................17

Figura 10: Sistema intensivo de ovinos e caprinos....................................................18

Figura 11: Exemplo de pastejo rotacionado................................................................21

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1. INTRODUÇÃO

A alimentação é considerada um dos principais componentes na produção de

bovinos de corte, além do uso de concentrado, destacam-se o uso de pastagens nativas e

cultivadas, as quais bem manejadas podem promover aumento da produção animal por

área. O objetivo desta revisão de literatura é pesquisar o assunto dentro da produção

brasileira atual, enfatizando benefícios e dificuldades da produção a pasto.

A criação de bovinos no Brasil depende das condições regionais. Três é o

sistema extensivo, semi-intesivo e intensivo os sistemas principais de exploração

capazes de conciliarem essas condições com as necessidades dos criadores (André

Voisin).

Dentre os principais fatores inibidores da produção de carne bovina no Brasil,

estão aqueles inerentes ao processo produtivo, ligados a alimentação, sanidade, manejo

e potencial genético. Os sistemas de criação, normalmente extensivos em regime de

pastagens, sujeitam os animais à escassez periódica de forragem, comprometendo seu

desenvolvimento e sua eficiência reprodutiva, e concentrando a oferta de carne em

determinada época do ano. A falta de adequação do potencial genético dos rebanhos ao

ambiente e ao manejo, ou vice-versa, também é um dos principais entraves do setor

produtivo. (Maurício Mello de Alencar e Edison Beno Pott).

Já a criação de bufalos é uma atividade apaixonante, não somente pela

originalidade da espécie e a sua grande docilidade, mas principalmente pela sua grande

importância economica.

O búfalo, redescoberto no mundo inteiro, tem a sua criação intensificada no

Brasil, onde cresce a uma taxa de 12% ao ano, contra a taxa de 3% do seu parâmetro

mais próximo, o bovino. Na América do Sul, América Central e América do Norte, e

alguns países da Europa, há um grande incremento no desenvolvimento da

bubalinocultura, incluindo-se a própria Itália, onde esse animal existe há cerca de 2000

anos (Wanderley Bernardes).

Esse animal é voltado para a produção de carne, leite e Trabalho utilizando

pastagens nativas com grande número de espécies de gramíneas e leguminosas,

localizadas, sobretudo em áreas alagadiças, pouco aptas para bovinos, e, em menor

escala, em pastagens cultivadas em terra firme. O búfalo também consome,

Page 6: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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principalmente na época de inundações, pastagens nativas de qualidade inferior,

localizadas nas partes mais altas (Pit Kennel).

Mesmo em pastagens de baixa qualidade ou em locais de difícil acesso às

forrageiras, os bubalinos possuem elevada capacidade para produzir carne, em função

da habilidade de seu organismo para digerir alimentos grosseiros ( com elevado teor de

fibras ) e da facilidade de locomoção em áreas alagadas ou atoladiças (Pit Kennel).

Já a criação de caprinos e ovinos tem sido uma alternativa de alimentação para

boa parte dos brasileiros, principalmente para os nordestinos. Além da carne e do leite,

o couro ou a lã têm permitido também a obtenção de uma renda extra para os pequenos

criadores.

O Brasil tem um grande potencial de crescimento em relação à criação de

caprinos e ovinos. Não se trata apenas de aumentar os rebanhos e sim, de melhorar a

qualidade genética de cabras e ovelhas, cuidar da saúde dos animais e zelar pela higiene

dos produtos.

Nesta publicação são apresentadas questões relativas à ovino caprinocultura,

com recomendações muitas vezes bem simples, possíveis de serem adotadas pelos

pequenos criadores que, com decisão e empenho, podem fazer da criação de cabras e

ovelhas uma possibilidade de obtenção de maior renda, um negócio lucrativo (Just

another WordPress).

Page 7: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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2. OBJETIVO

Pecuária, termo de origem latina que significa “criação de gado”, é uma

atividade de fundamental importância para a humanidade. Seu objetivo é a criação de

animais para fins econômicos e para o consumo (Wagner de Cerqueira e Francisco).

Os rebanhos podem ser bovino (bois e vacas), suíno (porcos), ovino (ovelhas e

carneiros), caprino (cabras e bodes), equino (cavalos), muar (mulas), asinino (jumentos)

e bufalino (búfalos). (Wagner de Cerqueira e Francisco).

A pecuária pode ser praticada de forma extensiva ou intensiva. A primeira é

caracterizada pela utilização de métodos tradicionais, com poucos recursos

tecnológicos. O gado é criado solto em grandes extensões de terra. Essa modalidade

apresenta baixa produtividade (Wagner de Cerqueira e Francisco).

Já a pecuária intensiva (moderna) utiliza recursos tecnológicos e métodos

avançados para aumentar a produtividade. Entre as características dessa modalidade

estão o confinamento do rebanho, inseminação artificial, acompanhamento com

veterinários, etc (Wagner de Cerqueira e Francisco).

Além do consumo da carne, o homem também se beneficia de outros alimentos

fornecidos por esses animais, como, por exemplo, o leite. Esse leite é utilizado na

fabricação de queijo, manteiga, iogurte, etc (Wagner de Cerqueira e Francisco).

Outro ponto importante é a obtenção de matérias-primas como o couro e o pelo.

Esses produtos são utilizados na fabricação de lã, sapatos, bolsas, carteiras, casacos,

cintos, chapéus, entre outros utensílios (Wagner de Cerqueira e Francisco).

A expansão da pecuária tem desencadeado vários problemas ambientais, pois a

vegetação original está sendo destruída para dar lugar às pastagens. Esse fato tem

intensificado os desmatamentos e as queimadas. Outro ponto negativo é a compactação

do solo causada pelo deslocamento de grandes rebanhos (Wagner de Cerqueira e

Francisco).

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3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Sistemas De Criação De Bovinos

Basicamente, existem três tipos de sistemas de produção de carne bovina:

extensivo, semi-intensivo e o intensivo. De acordo com Euclides Filho (2000) entende-

se por sistema de produção de gado de corte o conjunto de tecnologias e práticas de

manejo, bem como o tipo de animal, o propósito da criação, a raça ou grupamento

genético e a e com região onde a atividade é desenvolvida. Devem-se considerar, ainda,

ao se definir um sistema de produção, os aspectos sociais, econômicos e culturais, uma

vez que têm influência decisiva, nas modificações que poderão ser impostas por forças

externas e, especialmente, na forma como tais mudanças deverão ocorrer para que o

processo seja eficaz, e que as transformações alcancem os benefícios esperados. No

entremeio de todas essas considerações, devem estar a definição do mercado e a

demanda a ser atendida, ou seja, quais são e como devem ser atendidos os clientes ou

consumidores (Euclides Filho 2000). De maneira geral, no Brasil os diferentes sistemas

de produção de carne bovina caracterizam-se em:

3.1.1 Sistema Extensivo

O sistema extensivo caracteriza-se por: utilização maciça de recursos naturais

(algumas vezes de forma extrativista); a maioria das propriedades rurais situa-se longe

dos centros consumidores; gado a campo; animais mestiços (azebuados); produção e/ou

produtividade baixa; sem ou com diminutos planejamentos alimentar, profilático e ou

sanitário; controles de produção e reprodutivos inadequados ou inexistentes; instalações

inadequadas, muitas vezes somente o curral de manejo; pastos constituídos de plantas

nativas e/ou exóticas, mas com os manejos da pastagem e do pastejo inapropriados; a

utilização de suplementação alimentar quase inexistente (Ronaldo Lopes Oliveira 2008).

Figura 1: Sistema Extensivo de Bovino de corte.

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3.1.2 Sistema Semi-Intensivo

O sistema semi-intensivo caracteriza-se por: propriedades rurais especializadas,

ditas empresas rurais, podem ou não estar próximos a grandes centros; alimentação com

base em pastos, mas com utilização de suplementos minerais e concentrados; técnicas

de conservação de forragens (silagens) e ou capineiras; quando utilizado o sistema de

confinamento geralmente está vinculado à fase de engorda; controle zootécnico,

profilático e reprodutivo; processos modernos de criação, em que utiliza gerenciamento

agropecuário, de biotécnicas de reprodução; de maquinarias e de insumos; emprego de

maiores investimentos por unidade de terra, quando comparado com o extensivo;

contabilização do trabalho/ha; os funcionários são mais capacitados; as pastagens são

exóticas e, algumas vezes, com manejos apropriados do pastejo e da pastagem e em

alguns casos utiliza a integração lavoura pecuária; a suplementação alimentar

concentrada pode ocorrer ao longo do ano, ou em partes do ano (estacionalidade de

produção forrageira), no entanto a suplementação mineral ocorre ao longo do ano;

quanto ao material genético o zebu ainda permanece predominante, em especial no

rebanho de matrizes, utilizando técnicas de inseminação artificial e/ou no mínimo touros

puros de origem; não é rara a utilização de animais de origem europeia nos

cruzamentos, principalmente aqueles destinados ao abate; controle de outras

enfermidades e de parasitos; as instalações de maneira geral são mais apropriadas e não

se restringem ao curral de manejo (Ronaldo Lopes Oliveira 2008).

Figura 2: Sistema Semi-Intensivo de bovino de corte.

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3.1.3 Sistema Intensivo

O sistema intensivo caracteriza-se por: propriedades rurais altamente

especializadas, ditas empresas rurais, geralmente estão próximos a grandes centros,

onde o preço da terra é alto e os conhecimentos mercadológicos são a chave para a

manutenção; necessidade de planejamento dos recursos alimentares, sanitários,

produtivos e reprodutivos, administrativos, entre outros; os pastos são explorados

intensivamente, principalmente para rebanho de matrizes, quando utilizados para a fase

de engorda podem estar associados à irrigação e/ou suplementação (semiconfinamentos)

e/ou integração lavoura-pecuária; há adoção do sistema de confinamento, que pode

ocorrer logo após a desmama; devido ao alto grau de especialização dos animais, é

característica a alta produção animal e alta produtividade; há emprego de alimentos

concentrados e minerais; o manejo geral dos animais é mais detalhado e laborioso; o

manejo sanitário é mais complexo; de maneira geral os custos de produção são mais

elevados; ocorre exploração ao máximo do potencial genético dos animais; mão de obra

especializada, com a necessidade de especialistas nas áreas que circundam o sistema de

produção de carne; quanto às características genéticas dos bovinos, esta pode ter base

zebuína, mas também pode ocorrer maior utilização de animais de origem européia, essa

variação é dependente do objetivo da produção, que geralmente estão associados ao

mercado consumidor final (Ronaldo Lopes Oliveira 2008).

Figura 3: Sistema Intensivo de Bovino de Corte

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3.2 Sistemas De Criação De Bubalinos

3.2.1 Produção De Carne Em Pastagem Nativa

3.2.1.1 Em terra firme

É um sistema interessante para grande número de criadores, uma vez que reduz as

despesas com formação de pastagens, além da pequena infestação de invasoras,

considerando-se que este sistema está em equilíbrio ecológico, dispensando assim a

limpeza das pastagens, que normalmente implica em custos elevados. Além disso, a

pastagem nativa não é infestada pela cigarrinha das pastagens, principal praga das

forrageiras cultivadas (Wanderley Bernardes).

Entretanto, a baixa capacidade de suporte dessas áreas e a reduzida qualidade da

forragem constituem entraves ao melhor desempenho animal. Apesar desse fato, a

pastagem nativa deve ser preservada e, se possível, melhorada através da introdução de

novas gramíneas e leguminosas, que permitam aumentar a capacidade de suporte e

garantir a disponibilidade de forragem durante o ano inteiro, com suprimento alimentar

de melhor valor nutritivo (Wanderley Bernardes).

O manejo utilizado nesse sistema de criação é o extensivo, utilizando-se pastejo

contínuo, com taxa de lotação que varia de três a seis hectares por UA, podendo ser

melhorado por meio de cercas divisórias que facilitam o manejo. Para um regime mais

intensivo, as grandes áreas devem ser transformadas em vários piquetes, aplicando-se a

rotação de pastagens. Apenas com a adoção dessas tecnologias simples, observa-se um

incremento na taxa de lotação, que chega a um ou dois hectares por UA, em função do

melhor aproveitamento das forrageiras. A introdução de gramíneas com maior

produtividade e melhor qualidade, como o quicuio-da-Amazônia, branquearão e

andropogon, promovem taxa de ocupação que pode chegar até uma UA/ha/ano

(Wanderley Bernardes).

Quando criados no sistema tradicional de pastagem nativa de baixa qualidade em

solos pobres, os búfalos atingem apenas 370 kg de peso vivo, aos 30 meses de idade. No

sistema melhorado, isto é, em regime semi-extensivo com manejo rotacionado e

introdução de gramíneas mais produtivas e fornecimento de mistura mineral à vontade

(macro e microelementos misturados em função das deficiências locais), os animais

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chegam a atingir cerca de 450 kg de peso vivo, entre 24 e 30 meses de idade(Wanderley

Bernardes).

Figura 4: Búfalos em pastagem nativa em terra firme

3.2.1.2 Em terra inundável

Nos campos inundáveis é encontrada uma grande variedade de forrageiras. Essas

áreas possuem água e lama em abundância, ajudando os animais a se protegerem dos

insetos e outros parasitas, além de permitir o controle do calor corporal (Pit Kennel).

A pastagem nativa de terra inundável, embora seja utilizada eficientemente

apenas durante a estação de estiagem, deve ser preservada, pois se caracteriza como

sistema estável e muito econômico, proporcionando boa produtividade do búfalo neste

período. Alguns produtores apresentam também, áreas de terra firme cobertas de

forrageiras de baixo valor nutritivo para onde os animais são conduzidos no período

crítico. Nessas condições de manejo ultra-extensivo dominante, a capacidade de suporte

é de 6 ha por UA. Apesar disso, o desempenho produtivo dos bubalinos á satisfatório,

atingindo peso vivo de abate de cerca de 400 kg, aos dois anos de idade. Este sistema de

criação pode ser melhorado por meio do uso integrado de pastagens nativas de terra

inundável, no período seco do ano, e da pastagem cultivada de terra firme, na época

chuvosa (Pit Kennel).

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Figura 5: Búfalos em pastagem nativas em terra inundável

3.2.2 Produção De Carne Em Pastagem Cultivada

3.2.2.1 Em terra firme

Pode ser realizada com as gramíneas de cada região. Na região Norte, o quicuio-

da-amazônica, normalmente introduzida em solos de baixa fertilidade, constitui

excelente alternativa na formação de pastagem devido às suas características de

produtividade, agressividade e resistência a pragas e doenças. Os búfalos se adaptam

bem as mais diversas condições de ambiente. No entanto, o meio mais favorável é

aquele constituído de pastagem em terra firme e bem servido de água. Os cochos devem

possuir sal mineral à vontade de acordo com as deficiências da região. As instalações

zootécnicas devem ter dimensões adequadas ao atendimento do rebanho e construídas

em locais que facilitem o manejo (Nascimento e Carvalho 1993).

O sistema de pastejo mais adotado é o contínuo, com divisões de lotes por

categoria animal ( vaca com bezerro, vaca de recria e de engorda ). A taxa de lotação

deve ser adequada à disponibilidade de forragem durante o ano inteiro. A pressão de

pastejo gira em torno de 1UA/ha/ano (Nascimento e Carvalho 1993).

Em pastejo rotacionado, onde ocorre a divisão de piquetes, normalmente adota-

se um manejo flexível, que permite aumentar ou diminuir o número de cabeças por

unidade de área, de acordo com a disponibilidade de forragem no decorrer do ano. Em

condições de pastagem cultivada e de bom manejo, os búfalos podem atingir peso

médio de 450 kg de peso vivo, com aproximadamente 20 meses (Nascimento 1993).

Page 14: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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Figura 6: Búfalos em terra firme em pastagem cultivada

3.2.2.2 Em terra inundável

O plantio é realizado somente por mudas, pois as principais forrageiras,

canaranas e braquiárias, geralmente não produzem sementes viáveis. O êxito do

estabelecimento da pastagem depende das condições de umidade do solo. A gramínea

deve ser usada em pastejo contínuo ou rotacionado, com 1 a 3 UA/ha/ano, com roçagem

manual e adubação, quando necessária (Nascimento e Carvalho 1993).

O sal mineral deve ser fornecido à vontade no cocho. Após a recria e engorda, os

animais podem atingir até 450 kg de peso vivo aos 18 meses de idade (Nascimento e

Carvalho 1993).

Figura 7: Búfalos em terra inundável em pastejo cultivado

3.2.2.3 Produção de carne em sistema integrado

A formação de pastagem cultivada em terra firme, com o objetivo de viabilizar o

uso do sistema integrado, constitui alternativa importante no desenvolvimento da

pecuária, tendo em vista que no período das inundações as pastagens devem ser

preservadas para serem utilizadas no período seco, quando as gramíneas de terra firme

Page 15: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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apresentam reduzida disponibilidade de forragem, de menor valor nutritivo (Nascimento

1993).

Esse sistema pode ser implantado em algumas regiões do país, utilizando-se as

pastagens nativas de terra inundável, durante o período seco, e as áreas de terra firme,

com pastagem cultivada, durante a época chuvosa. Em terra firme deve ser

providenciado, se possível, locais para banho e consumo de água (Carvalho 1993).

O sistema de manejo pode ser contínuo ou de preferência rotacionado, com taxa

de lotação de até 3 UA/ha/período. Nesse sistema, os búfalos chegam a atingir 470 kg

de peso vivo aos 24 meses de idade. A utilização do sistema integrado permite a

obtenção de carcaças de melhor padrão, mais pesadas e precoces, além de possibilitar a

comercialização na entressafra (Carvalho 1993).

3.2.2.4 Produção de carne em sistema intensivo rotacionado

Nesse sistema devem ser utilizadas gramíneas de elevada produtividade e bom

valor nutritivo, dos gêneros Pennisetum (cameron, napier, roxo), Brachiaria (braquiarão

ou quicuio-da-amazônia), Panicum (tobiatã, tanzânia e mombaça), plantadas em terra

firme, ou Echynochloa (canarana-erecta-lisa e canarana de paramaribo), em terra

inundável. Essas gramíneas, quando bem manejadas, asseguram elevadas taxas de

lotação. É possível conseguir taxas de 3 a 4 UA/ha/ano) (Nascimento e Carvalho 1993).

O período de ocupação de cada piquete deve variar de 1 a 7 dias, com período de

descanso de 24 a 45 dias, de acordo com a disponibilidade de forragem avaliada a cada

ciclo de pastejo (Nascimento e Carvalho 1993).

Os piquetes devem ser arranjados preferencialmente de forma a darem acesso a

uma área central de manejo, contendo cocho para mineralização e bebedouros. Quando

existirem aguadas naturais, os piquetes podem ser direcionados para as mesmas. Nesse

sistema de criação, o ganho de peso pode alcançar até 1000 kg/ha/ano (Nascimento e

Carvalho 1993).

3.2.2.5 Produção de carne em confinamento

Nesse sistema, os animais permanecem em currais, divididos em grupos, com

acesso à mistura mineral e água para banho e consumo. A alimentação é fornecida

diariamente no cocho, sendo constituída de 60 % de volumoso e 40 % de concentrado.

Page 16: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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Devem ser implantados em pequenas propriedades próximas aos grandes centros

urbanos (Nascimento e Carvalho 1993).

A alimentação deve ser constituída de gramíneas de bom valor nutritivo,

cortadas manual ou mecanicamente, e de rações compostas por ingredientes produzidos

na própria fazenda ou provenientes da agroindústria, de acordo com a disponibilidade e

preços locais. Esse sistema é interessante pelo fato de permitir a produção em menor

tempo e em pequenas áreas, estando sua rentabilidade associada diretamente à

disponibilidade e ao preço dos componentes da ração concentrada (Nascimento e

Carvalho 1993).

3.3 Sistemas De Criação De Ovinos e Caprinos

O retorno econômico da criação de ovinos ou caprinos depende de quatro

elementos essenciais: as pessoas envolvidas, os animais, os recursos naturais

disponíveis na propriedade e os recursos tecnológicos empregados, que devem

funcionar em perfeito equilíbrio e voltados para o mesmo objetivo. A condução desses

elementos é chamada de sistema de produção ou sistema de criação. O que diferencia

um sistema do outro é a forma de exploração dos recursos disponíveis e o grau de

utilização de tecnologia (Izabel Maria de Araújo Aragã 2011). Desta forma, são

classificados em:

3.3.1 Sistema extensivo

O mais simples rústico e de menor custo. Normalmente são criados animais de

menor exigência nutricional. São mantidas as pastagens naturais, sendo que o

rendimento da atividade depende totalmente da fertilidade natural da terra, das

condições climáticas e da produção sazonal das pastagens. As instalações são mínimas,

as práticas de manejo sanitário são raramente utilizadas, o nível de adoção de tecnologia

é baixo, o que reflete em baixos índices reprodutivos, elevada taxa de mortalidade e por

consequência, menor produtividade (Izabel Maria de Araújo Aragã 2011).

Page 17: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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Figura 8: Sistema extensivo de ovinos e caprinos

3.3.2 Sistema semi-intensivo

Com certo grau de adoção de tecnologia, uma vez que envolve a base do sistema

extensivo com algumas melhorias dos índices produtivos por meio da adoção de

algumas ferramentas como a suplementação dos animais, práticas de manejo sanitário,

dentre outras (Izabel Maria de Araújo Aragã 2011).

Figura 9: Sistema semi-intensivo de ovinos e caprinos

3.3.3 Sistema intensivo

Tem como objetivo a maior produtividade por animal ou maior produção por

área, por meio da melhor utilização de recursos tecnológicos, como cultivo e adubação

de pastagens, divisão das pastagens em piquetes, fornecimento de ração balanceada, uso

da estação de monta, instalações adequadas e correto manejo sanitário dos animais.

Todas as ações devem ser muito bem planejadas, pois os custos de produção são

superiores aos demais (Izabel Maria de Araújo Aragã 2011).

Page 18: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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Figura 20: Sistema intensivo de ovinos e caprinos

A escolha do sistema é complexa e depende da adequação à realidade de

determinada propriedade ou região. O mais eficiente será aquele capaz de atender o

objetivo principal da criação, que é obter um produto de qualidade (que atenda a

necessidade do mercado consumidor) com custo relativo baixo, possibilitando ganho

adequado, com o mínimo prejuízo ao meio ambiente (Kênia Régia Anasenko Marcelino

2011).

Para a escolha do melhor sistema, o produtor deve:

1. Definir claramente os objetivos da criação (carne, pele, leite, reprodutores,

matrizes, etc), baseado principalmente no conhecimento do mercado consumidor e na

realidade da região (Kênia Régia Anasenko Marcelino 2011).

2. Calcular os valores iniciais de investimento e tempo de retorno do capital

investido (Kênia Régia Anasenko Marcelino 2011).

3. Considerar os componentes dos sistemas de criação, tais como: a

infraestrutura da propriedade, a mão de obra a ser utilizada, a genética do rebanho e os

manejos adotados (reprodutivo, sanitário, alimentar). (Kênia Régia Anasenko Marcelino

2011).

As espécies caprina e ovina apresentam o ciclo de produção mais curto quando

comparado com os bovinos, o que torna a atividade mais interessante ao pequeno

produtor rural, apesar de exigir maior cuidado, dedicação e mão de obra especializada,

independente do sistema de manejo adotado na propriedade (Kênia Régia Anasenko

Marcelino 2011).

Page 19: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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3.3.4 Pastejo Contínuo

É mais utilizado em sistemas extensivos. O rebanho tem acesso a toda a área da

pastagem durante toda a estação de crescimento. A utilização permanente do pasto

resulta em menor aproveitamento da forragem produzida (Leila Lopes da Mota Alves

Porto Zootecnista – Codevasf 2011). Dentre as vantagens desse pastejo tem-se:

1. Menor investimento em infraestrutura, como cercas, carreadores e bebedouros

(Leila Lopes da Mota Alves Porto Zootecnista – Codevasf 2011).

2. Exige mão de obra menos qualificada. Neste tipo de pastejo, em razão do

comportamento seletivo, os caprinos e ovinos tendem a deixar excessiva sobra de

alimento potencialmente aproveitável no período chuvoso (Leila Lopes da Mota Alves

Porto Zootecnista – Codevasf 2011).

3.3.5 Pastejo Rotacionado

É uma maneira mais racional de utilização das pastagens, que devem ser

subdivididas em extensões menores (piquetes). O rebanho tem acesso a uma subdivisão

a cada momento(Leila Lopes da Mota Alves Porto Zootecnista – Codevasf 2011).

Dentre as características deste método de pastejo podem-se destacar:

1. O controle da rebrota, que reduz as perdas de forragem;

2. O auxílio na redução da verminose, uma vez que o rebaixamento do pasto

tende a diminuir o nível de infestação pelas larvas devido à ação direta dos raios solares;

3. Maior uniformidade de pastejo;

4. Maior taxa de crescimento e produtividade do pasto;

5. Maior capacidade de suporte;

6. Maior produtividade animal por área.

Para o melhor entendimento do pastejo rotacionado alguns termos técnicos

necessitam ser abordados (Leila Lopes da Mota Alves Porto Zootecnista – Codevasf

2011).

Page 20: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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3.3.5.1 Adequação da taxa de lotação

A taxa de lotação de uma pastagem é dada em função do número de animais por

unidade de área. Um ovino ou caprino adulto equivale a 0,2 UA (Unidade Animal = 450

kg de peso vivo/ha). Na prática espera-se que 1 ha de pastagem possa suportar o

pastoreio de 5 ovinos ou caprinos adultos (Leila Lopes da Mota Alves Porto Zootecnista

– Codevasf 2011).

3.3.5.2 Capacidade de suporte

É conceituada como sendo a taxa de lotação em uma pressão de pastejo ótima,

durante um período de tempo definido, no qual se obtém o máximo de ganho por área,

sem causar a degradação da pastagem. Esta capacidade varia em função do solo, clima,

estação do ano, espécie forrageira, fase vegetativa da planta, fatores esses que irão

determinar a oferta de forragem ao longo do ano. Portanto, é importante salientar que é

praticamente impossível manter constante a oferta de forragem de alta qualidade

durante o ano todo, por causa da sazonalidade da produção e estádio fisiológico da

planta forrageira. Assim, é preciso ajustar a disponibilidade de forragem, por meio da

alteração do número de animais na área (taxa de lotação) ou por meio da oferta de

alimento suplementar (Roberta Freire D’Aguiar de Almeida Médica Veterinária –

Codevasf 2011).

3.3.5.3 Cálculo do número de piquetes

Levando em consideração todas as variáveis, para o cálculo do número de piquetes

utiliza- -se a seguinte fórmula:

Número de Piquetes = (Período de descanso/Período de ocupação) + 1

No exemplo prático, em uma propriedade foi implantada 20 ha de Tifton 85 para

o pastejo de ovelhas. Qual será o número e a área de cada piquete, adotando-se um

período de ocupação (PO) de 3 dias e o período de descanso (PD) de 28 dias?

Resposta:

a) Número de piquetes = (28/3) + 1 = 10,3 (Considera-se 10 piquetes)

b) 20 ha/10 piquetes = cada piquete deverá medir 2,0 ha.

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Apesar da praticidade da fórmula, deve-se levar em consideração as

características do solo, quantidade e qualidade da forragem, para realizar uma divisão

agronômica e zootécnica, e não meramente topográfica (Roberta Freire D’Aguiar de

Almeida Médica Veterinária – Codevasf 2011).

Figura 11: Exemplo de pastejo rotacionado

Page 22: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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4. CONCLUSÃO

Para se obter sucesso no sistema de produção de corte dos animais excitado

anterior, antes de qualquer coisa, deve-se evitar a conceituação de animal “milagroso”

que produz bem sejam quais forem às condições oferecidas, pois isto é um enorme

engano. Para o sucesso da criação deve-se estabelecer um planejamento gerencial com

objetivo de alcançar a relação ótima entre produção e rentabilidade, fatores ambientais

como: a disponibilidade de alimento, período de chuva, temperaturas médias,

características do solo e do relevo, luminosidade, entre outras; e ainda, fatores

econômicos como: o preço da carne, época de comercialização, os custos fixos e

variáveis devem orientar o produtor, para a utilização do manejo mais adequado.

Estudos mostram que os animais devem ser abatidos quando atingirem um peso

considerado ideal e lucrativo para cada espécie dita anteriormente, o mais cedo possível,

para assim, tornar a criação mais produtiva e rentável dentro de um contexto de pecuária

de ciclo curto. Animais têm sido abatidos bem jovens pela escolha do sistema de

criação, mas adequado.

Diante dos excelentes indicativos mostrados pelas espécies à produção de carne;

com seus rendimentos, índices, e principalmente com a inquestionável superioridade

nutricional de sua carne perante a bovina, verifica-se um amplo potencial para esta

atividade. Necessitando, contudo o uso mais adequado das técnicas de produção que

assim, poderão conduzir a um aumento expressivo da produção, assegurando uma

escala de abate ao longo de todo o ano, que garantirá a venda no varejo de um produto

padronizado de ótima qualidade, assegurando a fidelidade da clientela.

Page 23: Zootecnia Geral, Sistema De Criação

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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www.simcorte.com/index/Palestras/q_simcorte/simcorte12.pdf. Acesso em: 15 de

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Reprodução Animal Acesso em 15 de janeiro de 2014 às 16h:03min.

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www.members.tripod.com/amazonpitkennel/bubalinocultura.htm. Acesso em: 15 de

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Zootec.wordpress.com Disponível em: zootec.wordpress.com/2011/05/05/sistema-de-

criacao-de-ovinos/ Acesso em 15 de Janeiro de 2014 às 19h:04min.

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corte.UNEB.pdf Acesso em 15 de Janeiro de 2014 às 19h:07min.

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www.codevasf.gov.br/.../manual_ovinos_e_caprinos_versao_final_rev_j Acesso em 15

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da-qualidade Acesso em 15 de janeiro de 2014 às 20h:33min.

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de 2014 às 19h:25min.

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LOPES, M. A.; MAGALHÃES, G. P.. Análise da rentabilidade da terminação de

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23 min.

Fmvz.unesp.br Disponível em: /bufalos

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