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De Correção do Mercado a Fazimento de Mercado:
implicações para crescimento inclusivo inteligente
Mariana Mazzucato Professora R.M. Phillips em Economia da Inovação
Unidade de Pesquisa sobre Política Científica (SPRU),
Universidade de Sussex, Reino Unido
www.marianamazzucato.com @MazzucatoM
Direitos autorais dos slides © Mariana Mazzucato
• Crescimento inteligente (mais inovação)
• Crescimento sustentável (mais verde)
• Crescimento inclusivo (menos desigualdade)
“Homens pragmáticos, que acreditam serem eles próprios
isentos de qualquer influência intelectual, são usualmente os
escravos de algum economista morto. …Eu estou certo de que
o poder de interesses escusos é vastamente exagerado
comparado à gradual intrusão das ideias”
John M. Keynes, A Teoria Geral, 1936
“A coisa importante para o Governo não é fazer coisas que
indivíduos já estão fazendo, e as fazer um pouco melhor ou
um pouco pior; mas fazer aquelas coisas que no presente não
são feitas de forma alguma.”
John M. Keynes, O Fim do Laissez Faire, 1926
O que o Estado deve fazer?
Falhas de coordenação
ex. investimento pró-cíclico
Bens públicos
ex. conhecimento, ar limpo
Externalidades negativas
ex. poluição Falhas de informação
ex. financiamento
de PME
Concorrência imperfeita
ex. monopólios
Políticas como correção de falhas de mercado
“A estrada para o livre mercado foi aberta e mantida aberta por um enorme aumento de intervencionismo contínuo, centralmente organizado e controlado… Administradores tiveram que estar constantemente de guarda para assegurar o livre funcionamento do sistema.” Karl Polanyi, 1944 A Grande Transformação
Uma visão radicalmente diferente:
moldagem & criação de mercado
• Crescimento inteligente (mais inovação)
• Crescimento sustentável (mais verde)
• Crescimento inclusivo (menos desigualdade)
Políticas de falhas de mercado não explicam
Tecnologias de Propósito Geral
• sistema de ‘produção em massa’
• tecnologias de aviação
• tecnologias espaciais
• TI
• internet
• energia nuclear
• nanotecnologia
• tecnologia verde
Financiamento orientado a missão
através de toda a cadeia de inovação
1. pesquisa 2. conceito/
invenção
3. desenvol-
vimento de
tecnologia em
estágio inicial
4. Desenvol-
vimento de
produto
5. produção/
marketing
Investidores anjos,
corporações,
laboratórios de
tecnologia,
SBIR, NASA
NSF, NIH,
DARPA
Pesquisa
corporativa
Fundos de risco
corporativo, títulos,
débito comercial
Capital de Risco,
capital de risco
público, NIH,
laboratórios,
ARPA-E
Fonte frequentemente financia esse estágio tecnológico
Fonte ocasionalmente financia esse estágio tecnológico
Patente Invenção: protótipo funcional Validação de Negócio Nova firma ou programa de inovação Nogócio viável
Fonte: Auerswald/Branscomb , 2003
Capital de Risco Privado e Público (SBIR)
Fonte: Block and Keller, 2012
CR Estágio Inicial
CR Semente
SBIR Fase II
SBIR Fase I
STTR
Gastos totais dos INS, 1936-2011 em dólares de 2011 = $792 bilhões
Orçamento dos INS para 2012 = $30.9 bilhões
Fonte: http://officeofbudget.od.nih.gov/approp_hist.html
Orçamentos dos Institutos Nacionais de Saúde 1936-2011
Orçamento dos INS, bi US$ de 2011
bi U
S$
de 2
011
[Financiamento
orientado-a-
missão para
inovação
Novas ideias para
crescimento puxado por
investimento
EDITADO POR
Mariana Mazzucato
E Caetano C.R. Penna]
Fonte: OECD 2012 http://www.oecd.org/sti/sti-outlook-2012-financing-business-rd.pdf
Financiamento governamental direto a P&D de empresas e incentivos fiscais p/ P&D, 2010
Como percentual do PIB
• Crescimento inteligente (mais inovação)
• Crescimento sustentável (mais verde)
• Crescimento inclusivo (menos desigualdade)
Investimentos públicos e privados
em tecnologia verde (2011)
Source: Climate Finance Initiative
Instituições
de financia-
mento ao
desenvol-
vimento
Desenvol-
vedores de
projetos
(incluindo
utilidades
públicas)
Atores
corporativos
Domicílios
Instituições
Financeiras
Comerciais
Governos
(orçamentos)
Títulos
Privados,
Capital de
Risco e
Fundos de
Infra-
estrutura
Investidores
Institucionais
Bilh
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s
Bilh
õe
s
Financiamento do KfW a projetos industriais de proteção
ambiental e climática na Alemanha
2001-2012
Programa de Energias Renováveis do KfW
Outros programas de energia renovável
Banco de Desenvolvimento da China (CDB)
Meta chinesa para 2020 de produzir 20% de energia a partir de
fontes renováveis. Plano quinquenal inclui US$ 1 trilhão em 5 novos
setores (verdes).
CDB fundou o CDB Capital, um fundo de ‘títulos públicos’ com US$
5,76 bi para financiar start-ups inovadoras dos setores de energia e
telecom.
Yingli Green Energy recebeu $ 1,7 bi de 2008 a 2012 com uma linha
de crédito de $5,3 bi aberta para ela. LDK Solar ($9,1 bi); Sinovel
Wind ($6,5 bi); Suntech Power ($7,6 bn); e Trina Solar ($4,6 bi),
Financiamento paciente comprometido tem “permitido companhias
chinesas a darem um salto de produção e reduzir custos” de
tecnologias de energia renovável.
Fonte: Sanderson and Forsythe, 2013
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BR
L M
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Desenbolsos do BNDES para Inovação (Em milhões de R$ de 2010 constantes)
Non-refundable
Refundable
Fonte: Bastos (2012)
Não-renovável
Renovável
R$
mil
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• Crescimento inteligente (mais inovação)
• Crescimento sustentável (mais verde)
• Crescimento inclusivo (menos desigualdade)
Onde estão as Xerox Parcs & Bell Labs
da energia?
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US
$ m
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ões d
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002
Investimentos em P&D em energia renovável nos EUA em milhões de dólares de 2002
Public sector
Private sector
Fonte: Nemet and Kammen (2007), “U.S. energy research and development: Declining investment,
increasing need, and the feasibility of expansion”, Energy Policy, 35 (1), 746-755
Setor público
Setor privado
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2002
2003
2004
2005
2006
rati
o
TD/NI RP/NI (TD+RP)/NI RP/R&D
Recompras, dividendos, renda líquida, P&D 1980-2006 (293 corporações na S&P500 em outubro de 2007 em operação em 1980)
Source: Lazonick & Mazzucato, 2013; Lazonick, 2014
As 500 maiores companhias (“Furtune 500”) gastaram
US$3 trilhões em recompras ao longo da última
década…
Criação de valor vs. Extração de valor!
pro
po
rçã
o
Fonte: Piketty, 2013
DESIGUALDADE DE RENDA NOS ESTADOS UNIDOS, 1920-2010
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“Eu trabalho com investidores há 60 anos e eu ainda estou
para ver alguém – nem mesmo quando taxas de ganhos de
capital eram 39,9% em 1976-77 – se inibir e desistir de um
investimento sensato por causa da taxa de tributos sobre o
ganho potencial. As pessoas investem para ganhar dinheiro, e
tributos potenciais nunca as amedrontaram. E para aqueles
que argumentam que taxas mais altas prejudicariam a criação
de empregos, eu observaria que um total líquido de quase 40
milhões de empregos foram adicionados entre 1980 e 2000.
Você sabre o que aconteceu desde então: menores taxas
tributárias e ainda uma menor criação de empregos.
E… por que os ganhos de capital caem em 1976?
Warren Buffet
reformar o sistema tributário
limitar as recompras de ações
reter as “golden shares” de DPI
estabelecer teto de preços (lei Bayh Dole permite isso)
empréstimos condicionados à renda
reter alguma equidade (lição de Tesla & Solyndra)
re-pagamento de % em um ‘fundo de inovação’
Bancos de investimentos estatais
E mais…(mais onde está a conversa?)
(discutido em Mazzucato, 2013; 2015)
Melhor ‘negócio’ entre público e privado
DIREÇÕES. Política pública como estabelecimento ativo de direção
da mudança. Como fomentar um debate mais democrático sobre
possíveis direções (e parar com preocupações inúteis sobre "escolher
vencedores").
AVALIAÇÃO. Como avaliar as investimentos públicos criadores de
mercado (empurrando fronteiras de mercado)?
ORANIZAÇÕES EXPLORADORAS. Como construir organizações
exploradoras do setor público que deem boas vindas a tentativa e erro?
RISCOS E RECOMPENSAS. Como socializar ambos os riscos e
recompensas, com fundo rotativo para a inovação futura e bem-estar.
(discutido em Mazzucato, 2015)
Novas questões para política econômica
Referências de fundo
The Entrepreneurial State: debunking private vs. public sector myths Anthem Press:
London, UK, 2013
The risk-reward nexus in the innovation-inequality relationship: Who takes the risks?
Who gets the rewards? Industrial and Corporate Change, 22:4:1093-1128, with Bill
Lazonick, 2013
Beyond market failures: "The market creating and shaping roles of state investment
banks, SPRU Working Paper Series, 2014-21, with Caetano Penna, 2014
Accounting for productive investment and value creation, Industrial and Corporate
Change, with Alan Shipman, 2014
Innovation policy: smart and inclusive? in New Perspectives on Industrial Policy for
a Modern Britain. D. Bailey, K. Cowling and P.R. Tomlinson (eds.) Oxford University
Press: Oxford, 2015
Innovation as Growth Policy (2015), in The Triple Challenge: Europe in a New Age.
J. Fagerberg, S. Laestadius, and B. Martin (eds.) Oxford University Press: Oxford,
with Carlota Perez, 2015