2
Conferência “Administração Pública Electrónica: O que falta fazer? Programa e algumas questões que preocupam a administração pública e a sociedade civil Lisboa, 4 de Junho de 2014 Patrocinadores Apoio científico Manhã Abertura Joaquim Pedro Cardoso Costa Secretário de Estado para a Modernização Administrativa (Em representação do Senhor Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional) Alice Trindade Vice Presidente do ISCSP Raul Mascarenhas Presidente da Direção da APDSI Luís Vidigal Direção da APDSI e Coordenador da Conferência As Grandes Áreas Estruturantes (Moderador: José Gomes Almeida) António Figueiredo Presidente do Instituto de Registos e Notariado Os Cidadãos e as Empresas: A “Fé Pública” Os Registos e Notariado tiveram na última década uma transformação profunda e constituem hoje um dos pilares mais estruturantes do e Government em Portugal. A criação de repositórios digitais, únicos e fiáveis, sobre pessoas, empresas, prédios e veículos devem fazer parte da estratégia de automatização dos processos relacionados com a satisfação dos eventos de vida do cidadão e das empresas. No que se refere à “Fé Pública”, enquanto função soberana do Estado, Portugal deu passos de gigante no que se refere ao sistema de identificação civil, através do Cartão do Cidadão, repositórios de empresas, através da IES e repositórios de veículos, como o Documento Único Automóvel. No entanto, tem faltado a mobilização coletiva para a criação do Cadastro Predial do país, onde ainda existe um longo caminho a percorrer no que se refere aos registos de propriedade. Já se fizeram alguns progresso na eliminação e desmaterialização de certidões e comprovantes, sobretudo em atos que envolviam simultaneamente as conservatórias e os notários, nomeadamente na “Empresa na Hora”, no “Casa Pronta”, entre outros, mas o caminho para a sua eliminação integral e a sua substituição pela troca de web services entre os diversos sistemas da administração pública tem de constituir uma estratégia persistente, com vista à eliminação efetiva das burocracias inúteis em papel, com elevados custo para o Estado e para a sociedade. Paulo Correia Diretor Geral do Território O Território O Território é um dos repositórios mais importantes para o desenvolvimento do eGovernment. Portugal tem adiado por diversas vezes os esforços e os investimentos necessários à criação de um Cadastro Predial único e multifuncional, partilhado por autarquias, impostos, justiça, estatística, ordenamento, ambiente, emergência e proteção civil, defesa, serviços de correios, telecomunicações, energia, águas e saneamento, etc. O SINERGIC foi um sonho não concretizado, mas continuam a multiplicarse iniciativas a nível da administração central e local, que acabam por dispersar esforços e investimentos de forma pouco eficiente e muito pouco eficaz. O interesse pela utilização dos sistemas de Informação geográfica (SIG) tem sido evidente em múltiplos setores, mas temse limitado a uma abordagem sobretudo tecnológica, desintegrada e pouco colaborativa. Desconhecemse ainda os donos de cerca de um quarto do nosso país e a partilha de dados e a interoperabilidade entre os organismos no domínio do território, tais como a Autoridade Tributária, o INE, o IRN, o IMT, as autarquias, entre outros, ainda são uma miragem, com despesas sobrepostas e assinaláveis redundâncias de informação. Jaime Quesado Presidente da ESPAP Os Recursos do Estado A gestão dos recursos financeiros, humanos e patrimoniais do Estado constitui um requisito estruturante para o funcionamento de todos os serviços públicos. A centralização dos sistemas de informação para a gestão (ERP) em serviços partilhados, foi uma opção dos últimos governos, mas a sua concretização no terreno parece tardar. Os últimos anos de intervenção externa da Troika, aceleraram a necessidade de conhecer com rigor os recursos de que o Estado dispõe, não apenas na administração direta, mas sobretudo nos serviços da administração indireta (agências, institutos, fundações, empresas públicas, etc.). A aposta na interoperabilidade entre os diversos ERP e a disponibilização de dados abertos parece ainda ser um desafio adiado, para que se atinja uma visão global e integrada da totalidade dos recursos do Estado e através disso melhorar a eficiência na utilização dos seus recursos financeiros, humanos e patrimoniais. A disponibilização do "Balanço do Estado", do "Balanço Social do Estado" e de uma efetiva contabilidade analítica e patrimonial parecem ainda ser objetivos distantes. As Condições para o Crescimento do País (Moderador: João António Tavares) Paulo Simões Diretor de Serviços da Direção Geral da Atividades Económicas Os Licenciamentos Económicos Os licenciamentos económicos, a par da justiça, constituem os obstáculos mais relevantes para o investimento e o crescimento do país. Depois de Portugal ter batido todos os recordes na aceleração do processo de criação de empresas e ter recebido o reconhecimento internacional, através do sistema “Empresa na Hora”, a demora e a falta de transparência nos licenciamentos económicos e urbanísticos continuam a ser dos mais importantes problemas da administração pública e da economia portuguesa. Apesar dos progressos já alcançados com a iniciativa “Licenciamento Zero”, recentemente premiada pela União Europeia, e da mudança de paradigma que esta nova abordagem significa para a aceleração e transparência do procedimento administrativo, ainda existe um longo caminho a percorrer no sentido de uma administração pública mais rápida, transparente e equitativa, na sua relação com os agentes económicos. Mouraz Lopes Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses A Justiça e os Tribunais O sistema de Justiça e particularmente o funcionamento dos tribunais parece ser um dos maiores problemas do funcionamento do Estado português. Apesar dos esforços de desmaterialização processual mediante a criação de sistemas como o CITIUS ou a desmaterialização da entrega dos atos processuais, parece que não se conseguiu melhorar a produtividade dos tribunais e os juízes continuam a debaterse com a manipulação de processos em papel em paralelo com os novos instrumentos digitais, criandose muitas vezes redundâncias e sobretrabalho em vez de uma aceleração efetiva do processo judiciário. Mais do que gastar dinheiro em mais equipamentos, são cada vez mais necessários esforços de reengenharia de processos e instrumentos fluidos e fáceis de utilizar por parte de todos os agentes judiciários. Mas afinal o que se pretende fazer nos próximos anos? Dada a indisponibilidade dos responsáveis de topo do sistema de informação da Justiça para intervir na conferência, a APDSI decidiu convidar o representante dos juízes, enquanto utilizadores privilegiados do sistema de informação da justiça, a pronunciaremse sobre os seus problemas no presente e as expectativas quanto ao futuro. Antero Luís Secretário Geral do Sistema de Segurança Interna A Segurança Interna A Segurança é um dos pilares para o crescimento e sustentabilidade de um país. O funcionamento integrado dos sistemas de polícia criminal, assim como a eficácia e prontidão dos sistemas de emergência e proteção civil, ainda parecem ficção em séries televisivas e em filmes de Hollywood. A interoperabilidade e a partilha de informação entre as diversas polícias (GNR, PSP, SEF e PJ), a disponibilidade e a prontidão do SIRESP para a próxima época de incêndios, os relacionamentos com o sistema do INEM, são temas de que se conhecem mais os problemas do que as soluções. A recente criação de novas estruturas de cibersegurança e o seu relacionamento com questões de ciberdefesa criam algumas expectativas no modo de coordenação da totalidade do sistema de segurança interna e externa.

Oradores da Conferência e-Gov 2014 da APDSI e algumas questões que preocupam a administração pública e a sociedade civil

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Oradores da Conferência  e-Gov 2014 da APDSI  e algumas questões que preocupam a administração pública e a sociedade civil

     Conferência  “Administração  Pública  Electrónica:  O  que  falta  fazer?  

Programa  e  algumas  questões  que  preocupam  a  administração  pública  e  a  sociedade  civil  

 

Lisboa,  4  de  Junho  de  2014      

Patrocinadores    

 

Apoio  científico          

 

 

Manhã  

Abertura  

 

Joaquim  Pedro  Cardoso  Costa  Secretário  de  Estado  para  a  Modernização  Administrativa  (Em  representação  do  Senhor  Ministro  Adjunto  e  do  Desenvolvimento  Regional)    

Alice  Trindade  Vice  Presidente  do  ISCSP  

 

Raul  Mascarenhas  Presidente  da  Direção  da  APDSI    

 

Luís  Vidigal  Direção  da  APDSI  e  Coordenador  da  Conferência  

As  Grandes  Áreas  Estruturantes  (M

oderador:  José  Gomes  Almeida)  

 

António  Figueiredo  -­‐  Presidente  do  Instituto  de  Registos  e  Notariado  -­‐  Os  Cidadãos  e  as  Empresas:  -­‐  A  “Fé  Pública”  Os  Registos  e  Notariado  tiveram  na  última  década  uma  transformação  profunda  e  constituem  hoje  um  dos  pilares  mais  estruturantes  do  e-­‐Government  em  Portugal.    A  criação  de  repositórios  digitais,  únicos  e  fiáveis,  sobre  pessoas,  empresas,  prédios  e  veículos  devem  fazer  parte  da  estratégia  de  automatização  dos  processos     relacionados  com  a   satisfação  dos  eventos  de  vida  do  cidadão  e  das  empresas.  No  que  se  refere  à  “Fé  Pública”,  enquanto  função  soberana  do  Estado,  Portugal  deu  passos  de  gigante  no  que  se  refere  ao  sistema  de  identificação  civil,  através  do  Cartão  do  Cidadão,  repositórios  de  empresas,  através  da  IES  e  repositórios  de  veículos,  como  o  Documento  Único  Automóvel.  No  entanto,  tem  faltado  a  mobilização  coletiva  para  a  criação  do  Cadastro  Predial  do  país,  onde  ainda  existe  um  longo  caminho  a  percorrer  no  que  se  refere  aos  registos  de  propriedade.  Já  se  fizeram  alguns  progresso  na  eliminação  e  desmaterialização  de  certidões  e  comprovantes,  sobretudo   em   atos   que   envolviam   simultaneamente   as   conservatórias   e   os   notários,   nomeadamente   na   “Empresa   na   Hora”,   no   “Casa  Pronta”,   entre   outros,   mas   o   caminho   para   a   sua   eliminação   integral   e   a   sua   substituição   pela   troca   de  web   services   entre   os   diversos  sistemas  da  administração  pública  tem  de  constituir  uma  estratégia  persistente,  com  vista  à  eliminação  efetiva  das  burocracias  inúteis  em  papel,  com  elevados  custo  para  o  Estado  e  para  a  sociedade.  

 

Paulo  Correia  -­‐  Diretor  Geral  do  Território  -­‐  O  Território  O  Território  é  um  dos  repositórios  mais  importantes  para  o  desenvolvimento  do  e-­‐Government.  Portugal  tem  adiado  por  diversas  vezes  os  esforços   e   os   investimentos   necessários   à   criação   de   um   Cadastro   Predial   único   e   multifuncional,   partilhado   por   autarquias,   impostos,  justiça,   estatística,   ordenamento,   ambiente,   emergência   e   proteção   civil,   defesa,   serviços   de   correios,   telecomunicações,   energia,   águas   e  saneamento,  etc.  O  SINERGIC  foi  um  sonho  não  concretizado,  mas  continuam  a  multiplicar-­‐se  iniciativas  a  nível  da  administração  central  e  local,   que   acabam  por  dispersar   esforços   e   investimentos  de   forma  pouco   eficiente   e  muito  pouco   eficaz.  O   interesse  pela  utilização  dos  sistemas   de   Informação   geográfica   (SIG)   tem   sido   evidente   em   múltiplos   setores,   mas   tem-­‐se   limitado   a   uma   abordagem   sobretudo  tecnológica,  desintegrada  e  pouco  colaborativa.  Desconhecem-­‐se  ainda  os  donos  de  cerca  de  um  quarto  do  nosso  país  e  a  partilha  de  dados  e  a   interoperabilidade  entre  os  organismos  no  domínio  do  território,   tais  como  a  Autoridade  Tributária,  o  INE,  o  IRN,  o  IMT,  as  autarquias,  entre  outros,  ainda  são  uma  miragem,  com  despesas  sobrepostas  e  assinaláveis  redundâncias  de  informação.  

 

Jaime  Quesado  -­‐  Presidente  da  ESPAP  -­‐  Os  Recursos  do  Estado  A  gestão  dos  recursos  financeiros,  humanos  e  patrimoniais  do  Estado  constitui  um  requisito  estruturante  para  o  funcionamento  de  todos  os  serviços   públicos.   A   centralização   dos   sistemas   de   informação   para   a   gestão   (ERP)   em   serviços   partilhados,   foi   uma   opção   dos   últimos  governos,  mas  a  sua  concretização  no  terreno  parece  tardar.  Os  últimos  anos  de  intervenção  externa  da  Troika,  aceleraram  a  necessidade  de  conhecer  com  rigor  os  recursos  de  que  o  Estado  dispõe,  não  apenas  na  administração  direta,  mas  sobretudo  nos  serviços  da  administração  indireta  (agências,  institutos,  fundações,  empresas  públicas,  etc.).  A  aposta  na  interoperabilidade  entre  os  diversos  ERP  e  a  disponibilização  de  dados  abertos  parece  ainda  ser  um  desafio  adiado,  para  que  se  atinja  uma  visão  global  e  integrada  da  totalidade  dos  recursos  do  Estado  e  através  disso  melhorar  a  eficiência  na  utilização  dos  seus  recursos  financeiros,  humanos  e  patrimoniais.  A  disponibilização  do  "Balanço  do  Estado",  do  "Balanço  Social  do  Estado"  e  de  uma  efetiva  contabilidade  analítica  e  patrimonial  parecem  ainda  ser  objetivos  distantes.  

As  Condições  para  o  Crescimento  do  País  (M

oderador:  João  António  Tavares)     Paulo  Simões  -­‐  Diretor  de  Serviços  da  Direção  Geral  da  Atividades  Económicas  

-­‐  Os  Licenciamentos  Económicos  Os   licenciamentos   económicos,   a   par   da   justiça,   constituem  os   obstáculos  mais   relevantes   para   o   investimento   e   o   crescimento   do   país.  Depois   de   Portugal   ter   batido   todos   os   recordes   na   aceleração   do   processo   de   criação   de   empresas   e   ter   recebido   o   reconhecimento  internacional,   através  do   sistema   “Empresa  na  Hora”,   a  demora  e  a   falta  de   transparência  nos   licenciamentos  económicos  e  urbanísticos  continuam  a  ser  dos  mais  importantes  problemas  da  administração  pública  e  da  economia  portuguesa.  Apesar  dos  progressos  já  alcançados  com  a  iniciativa  “Licenciamento  Zero”,  recentemente  premiada  pela  União  Europeia,  e  da  mudança  de  paradigma  que  esta  nova  abordagem  significa  para  a  aceleração  e  transparência  do  procedimento  administrativo,  ainda  existe  um  longo  caminho  a  percorrer  no  sentido  de  uma  administração  pública  mais  rápida,  transparente  e  equitativa,  na  sua  relação  com  os  agentes  económicos.  

 

Mouraz  Lopes  -­‐  Presidente  da  Associação  Sindical  dos  Juízes  Portugueses  -­‐  A  Justiça  e  os  Tribunais  O  sistema  de  Justiça  e  particularmente  o  funcionamento  dos  tribunais  parece  ser  um  dos  maiores  problemas  do  funcionamento  do  Estado  português.  Apesar  dos  esforços  de  desmaterialização  processual  mediante  a  criação  de  sistemas  como  o  CITIUS  ou  a  desmaterialização  da  entrega  dos  atos  processuais,  parece  que  não  se  conseguiu  melhorar  a  produtividade  dos  tribunais  e  os  juízes  continuam  a  debater-­‐se  com  a  manipulação  de  processos  em  papel  em  paralelo  com  os  novos  instrumentos  digitais,  criando-­‐se  muitas  vezes  redundâncias  e  sobretrabalho  em  vez  de  uma  aceleração  efetiva  do  processo  judiciário.  Mais  do  que  gastar  dinheiro  em  mais  equipamentos,  são  cada  vez  mais  necessários  esforços  de  reengenharia  de  processos  e  instrumentos  fluidos  e  fáceis  de  utilizar  por  parte  de  todos  os  agentes  judiciários.  Mas  afinal  o  que  se  pretende  fazer  nos  próximos  anos?  Dada  a  indisponibilidade  dos  responsáveis  de  topo  do  sistema  de  informação  da  Justiça  para  intervir  na   conferência,   a   APDSI   decidiu   convidar   o   representante   dos   juízes,   enquanto   utilizadores   privilegiados   do   sistema   de   informação   da  justiça,  a  pronunciarem-­‐se  sobre  os  seus  problemas  no  presente  e  as  expectativas  quanto  ao  futuro.  

 

Antero  Luís  -­‐  Secretário  Geral  do  Sistema  de  Segurança  Interna  -­‐  A  Segurança  Interna  A  Segurança  é  um  dos  pilares  para  o  crescimento  e  sustentabilidade  de  um  país.  O  funcionamento  integrado  dos  sistemas  de  polícia  criminal,  assim  como  a  eficácia  e  prontidão  dos  sistemas  de  emergência  e  proteção  civil,  ainda  parecem  ficção  em  séries  televisivas  e  em  filmes  de  Hollywood.  A  interoperabilidade  e  a  partilha  de  informação  entre  as  diversas  polícias  (GNR,  PSP,  SEF  e  PJ),  a  disponibilidade  e  a  prontidão  do   SIRESP   para   a   próxima   época   de   incêndios,   os   relacionamentos   com   o   sistema   do   INEM,   são   temas   de   que   se   conhecem   mais   os  problemas  do  que  as  soluções.  A  recente  criação  de  novas  estruturas  de  cibersegurança  e  o  seu  relacionamento  com  questões  de  ciberdefesa  criam  algumas  expectativas  no  modo  de  coordenação  da  totalidade  do  sistema  de  segurança  interna  e  externa.  

Page 2: Oradores da Conferência  e-Gov 2014 da APDSI  e algumas questões que preocupam a administração pública e a sociedade civil

     Conferência  “Administração  Pública  Electrónica:  O  que  falta  fazer?  

Programa  e  algumas  questões  que  preocupam  a  administração  pública  e  a  sociedade  civil  

 

Lisboa,  4  de  Junho  de  2014      

Patrocinadores    

 

Apoio  científico          

 

Tarde  

Os  Eventos  de  Vida  dos  Cidadãos  e  das  Empresas  (M

oderadora:  Maria  Helena  Monteiro)    

João  Mota  Lopes  -­‐  Vogal  do  Conselho  Diretivo  do  Instituto  de  Informática,  IP  -­‐  A  Segurança  Social  e  o  Emprego  A  utilização  das  tecnologias  da  informação  na  Segurança  Social  e  no  Emprego,  constitui  uma  urgência  em  tempo  de  crise  e  um  instrumento  de  apoio  às  pessoas  mais  excluídas  e  desfavorecidas  do  nosso  país.  A  prontidão  nas  prestações  sociais,  a  gestão  e  o  planeamento  financeiro,  a  bolsa  de  emprego,  a  redução  das  filas  de  espera  nos  postos  de  atendimento  e  a  acessibilidade  aos  vários  canais  de  interação  electrónica  com  os  cidadãos  e  agentes  económicos  ainda  constituem  desafios  a  serem  superados  através  dos  sistemas  de  informação.  A  qualidade  dos  repositórios  de  dados  sobre  beneficiários  e  contribuintes,  a   luta  contra  a  evasão  e   fraude,  a  colaboração  e   interoperabilidade  com  outros  sistemas  do  estado  e  agentes  económicos,   a   estratégia  multicanal   e   a  universalidade  de  acesso,   constituem  alguns  dos  desafios  e   fatores  críticos  de  sucesso  nesta  área.  

 

Azevedo  Pereira  –  Diretor  Geral  da  Autoridade  Tributária  -­‐  Os  Impostos  Os  Impostos  são  sem  dúvida  a  área  onde  se  têm  verificado  maiores  progressos  no  e-­‐Government  no  nosso  país.  Portugal  foi  pioneiro  em  todo  o  mundo   a   disponibilizar   desde   1997   o   preenchimento   de   declarações   fiscais   através   da   Internet.   Entretanto   verificaram-­‐se   avanços   na  criação  de  repositórios  cada  vez  mais  fiáveis  relativamente  aos  cidadãos  e  às  empresas,  como  foi  o  caso  do  IES,  que  coloca  Portugal  no  topo  dos   países   com   informação   mais   fiável   sobre   as   empresas,   de   forma   partilhada   com  múltiplos   sectores.   A   informação   sobre   prédios   e  veículos   ainda   requer   aperfeiçoamentos   e  mais   colaboração   com  outros   sistemas   do   estado.  Os   automatismos   na   eficácia   das   execuções  fiscais,  as  faturas  e  as  guias  de  transporte  electrónicas,  entre  outras  iniciativas,  são  também  uma  marca  da  informatização  fiscal  portuguesa,  elogiada  por  uns  e  considerada  excessiva  por  outros.  Mas  afinal  o  que  falta  fazer  para  lutar  contra  a  fraude  e  evasão  fiscal  e  trazer  o  universo  de   contribuintes   para   o   sistema?   Em   que   medida   se   pode   melhorar   a   colaboração   e   a   interoperabilidade   com   outros   sistemas   da  administração  pública,  do  sector  financeiro  e  de  outros  agentes  económicos?  

 

Henrique  Martins  -­‐  Presidente  dos  Serviços  Partilhados  do  Ministério  da  Saúde  -­‐  A  Saúde  A   utilização   das   tecnologias   da   informação   na   saúde,   nomeadamente   no   âmbito   da   telemedicina,   na   intervenção   clínica,   na   gestão   dos  recursos,   etc.,   constitui   desde   há   muito   um   desafio   para   diferentes   governos,   mas   nem   sempre   tem   sido   possível   obter   resultados  proporcionais  ao  elevado  investimento  em  TIC  e  à  altura  da  excelência  já  alcançada  pelo  Sistema  Nacional  de  Saúde  português.  Problemas  de  interoperabilidade  e  de  cooperação  entre  os  diversos  agentes  do  sistema  de  saúde  têm  dificultado  uma  visão  mais  integrada  dos  utentes  e  a  obtenção  mais  efetiva  de  ganhos  financeiros  e  de  produtividade,  numa  área  da  administração  pública  que  é  responsável  por  uma  fatia  significativa  do  orçamento  do  Estado.  As  autonomias  hospitalares  e  profissionais  e  a  consequente  fragmentação  dos  sistemas  de  informação  constituem  um  desafio  sério  a  ser  ultrapassado,  para  uma  gestão  adequada  dos  recursos  do  SNS.  

 

Paulo  Neves  -­‐  Presidente  da  Agência  para  a  Modernização  Administrativa  -­‐  Da  Interoperabilidade  ao  “Balcão  Único”  A  coordenação  da  modernização  administrativa,  através  da  utilização  das  tecnologias  da   informação,   tem  sido  um  desafio  para  a  Agência  para   a  Modernização  Administrativa   e   constitui   um   serviço  horizontal   de   transformação,   fundamental   para   a   tão   anunciada  Reforma  do  Estado.  Questões  como  a  autenticação  através  do  Cartão  do  Cidadão,  a  partilha  da  Plataforma  de  Interoperabilidade,  os  dados  abertos  ou  o  controlo   das   aquisições,   são   preocupações   que   atualmente  mobilizam   a   AMA.   A   publicação   recente   de   três   diplomas   enquadradores   da  modernização  administrativa  e  dos  novos  canais  de  interação  entre  o  Estado  e  a  sociedade,  parece  dar  novo  folgo  a  esta  área.  A  reavaliação  em  curso  da  estratégia  do  GPTIC,  parece  traduzir  a  intenção  de  se  corrigir  o  rumo  e  de  fazer  das  TIC  uma  verdadeira  solução  para  a  melhoria  do  funcionamento  da  administração  pública,  em  vez  de  se  encarar  as  TIC  como  um  mero  problema  de  corte  e  redução  da  despesa  pública,  tal  foi  a  imagem  negativa  passada  no  início  deste  executivo.  

Painel  Final  (M

oderador:  Luís  Vidigal)  

 

Elisabete  Reis  de  Carvalho  Professora  universitária  do  ISCSP,  especializada  em  ciência  da  administração  e  em  políticas  públicas  

 

Maria  Manuel  Leitão  Marques  Professora  universitária  da  Universidade  de  Coimbra,  especializada  em  direito  económico  e  modernização  administrativa  

 

José  Tribolet  Professor  universitário  do  IST,  especializado  em  sistemas  e  tecnologias  da  informação.  

 

Paulo  Neves  Presidente  da  Agência  para  a  Modernização  Administrativa  

Encerram

ento  

 

Pedro  Gonçalves*  Secretário  de  Estado  da  Inovação,  Investimento  e  Competitividade    (Em  representação  do  Senhor  Ministro  da  Economia)  (*)  a  confirmar  

12  propostas  para  um  estado  em  tempo  real  e  amigo  do  cidadão  e  da  economia  do  país  

• Inovação,  criando  valor  e  ouvindo  os  outros  • Orientação  aos  eventos  de  vida  dos  cidadãos  e  das  empresas  • Colaboração  interdepartamental  • Partilha  de  dados  e  infraestruturas  tecnológicas  • Desmaterialização  de  certidões  e  comprovantes  • Interoperabilidade  organizacional,  semântica  e  tecnológica  

• Clareza  e  simplicidade  nas  regras  e  procedimentos  • Rigor  e  transparência  no  processo  decisório  • Reengenharia  de  processos  adaptados  à  era  digital  • Normas  e  dados  abertos  • Garantia  de  segurança  e  continuidade  de  serviços  • Universalidade  de  acesso  através  de  canais  múltiplos