28
A MORTE E O PROCESSO DE MORRER Profa Enfª Eliane Cristina da Cruz Santos

A morte e o processo de morrer

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A morte e o processo de morrer

A MORTE E O PROCESSO DE MORRER

Profa Enfª Eliane Cristina da Cruz Santos

Page 2: A morte e o processo de morrer

O QUE É A MORTE?

Page 3: A morte e o processo de morrer

MORTE

(Etm. do latim: mors.mortis)

Óbito ou falecimento; cessação completa da vida, da

existência.

Dicionário On Line de Português

Page 4: A morte e o processo de morrer

DEFINIÇÕES POPULARES

“É o tempo que a pessoa já cumpriu aqui na terra e vai viver em outro espaço, outro lugar diferente desta aqui, humana”. (Lua)

“A morte para mim é um fenômeno natural que hoje é muito discutida né, entre as religiões.” (Sol)

“A morte é um momento de transição, eu acredito que depois tem um lugar especial guardado para cada um.” (Estrela)

Page 5: A morte e o processo de morrer

CONCEITOS DE MORTE

Morrer é o cessar irreversível:

1- da função de todos órgãos, tecidos e células;

2- do fluxo de todos os fluídos do corpo incluindo o sangue e o ar;

3- do funcionamento do coração e do pulmão;

4- do funcionamento espontâneo do coração e do pulmão;

©Francisconi/2000

Page 6: A morte e o processo de morrer

Morrer é o cessar irreversível:

5- do funcionamento de todo o cérebro, incluindo o tronco cerebral;

6- do funcionamento completo do neocórtex;

7- do funcionamento de todo o cérebro

8- da capacidade corporal de ser consciente.

CONCEITOS DE MORTE

©Francisconi/2000

Page 7: A morte e o processo de morrer

HISTÓRICO

Na Grécia antiga, acreditava-se que os médicos tinham o poder

da cura delegado pelos deuses.

Daí tornarem-se semideuses numa sociedade em que as

relações sociais eram rigidamente definidas entre os cidadãos e

os não cidadãos (escravos e estrangeiros).

O que os médicos determinavam deveria ser cumprido sem

questionamentos.

Page 8: A morte e o processo de morrer

HISTÓRICO

Séculos depois, Descartes fundamentou o método científico em sólidas

bases racionais, deixando de lado os deuses e passando a divinizar a

própria ciência médica.

A tecnologia passa a ser capaz de realizar qualquer coisa: prolongar a

vida, aumentar o bem-estar da população e, porque não, evitar a morte.

O fim da vida passa a ser um acidente não admissível e todos os meios

devem ser utilizados para, ao menos, retardá-lo.

Page 9: A morte e o processo de morrer

SÉCULO XXI

A morte no século XXI é vista como tabu; por outro

lado, o grande desenvolvimento de várias ciências

permitiu a cura de várias doenças e um

prolongamento da vida.

Page 10: A morte e o processo de morrer

Desde os primórdios da civilização que o nascimento e a morte despertam

no ser humano uma grande curiosidade e inquietação.

A morte, assim como a doença e o sofrimento, são partes integrantes da

condição humana.

Quando a morte se anuncia na nossa vida ou na vida dos seres da nossa

intimidade através duma doença incurável, ou nas premissas de uma

sentença irreversível, ficamos demasiados abalados por tudo aquilo que

acontece para nos entregarmos a considerações gerais sobre a morte.

Page 11: A morte e o processo de morrer

O poder da morte é imenso, avassalador, observável em toda a parte, em qualquer ser vivo, e todos nós

percebemos que vamos morrer. Que a morte faz parte da constante renovação da vida e é inerente à condição

humana, é algo que o homem sempre teve dificuldade em aceitar, sobretudo no que lhe diz respeito.

Page 12: A morte e o processo de morrer

VIDA X MORTE

Esta atitude de tentar preservar a

vida a todo custo é responsável por

um dos maiores temores do ser

humano na atualidade.

Que é o de ter a sua vida mantida

às custas de muito sofrimento,

solitário numa UTI, ou quarto de

hospital, tendo por companhia

apenas tubos e máquinas.

Page 13: A morte e o processo de morrer

NATURALIDADE DA MORTE

“(...) Torna-se, por isso, fundamental recuperar o sentido da naturalidade da morte, voltar a encará-la como um processo inerente à condição Humana e deixar de a pensar como um acidente ou um acontecimento que podia ser evitado (...)”

Susana Pacheco (2002)

Page 14: A morte e o processo de morrer
Page 15: A morte e o processo de morrer

INDIGENTE:

INDIGNO DE SER GENTE.

PACIENTE Na visão conservadora

CLIENTENa tendência demercado PESSOA HUMANA

Em sua dignidade

Capelão e Professor: REIS

OS NOVOS PARADIGMAS DE ATENÇÃO

Page 16: A morte e o processo de morrer

Freud (1914) vem nos falar que a morte de um ente querido nos revolta pois, este ser leva consigo uma parte do nosso próprio eu amado.

E na contemporaneidade vivemos uma exigência de imortalidade: que nada mais é que um produto dos nossos desejos.

Morte & Luto no Contexto Hospitalar

Page 17: A morte e o processo de morrer

As cinco fases do luto (ou da perspectiva da morte) são:

Fase 1) Negação

Seria uma defesa psíquica que faz com que o indivíduo acaba negando o

problema, tenta encontrar algum jeito de não entrar em contato com a

realidade seja da morte de um ente querido ou da perda de emprego. É

comum a pessoa também não querer falar sobre o assunto.

Fase 2) Raiva

Nessa fase o indivíduo se revolta com o mundo, se sente injustiçada e não se

conforma por estar passando por isso.

Page 18: A morte e o processo de morrer

Fase 3) Barganha

Essa é fase que o indivíduo começa a negociar, começando com si mesmo,

acaba querendo dizer que será uma pessoa melhor se sair daquela situação,

faz promessas a Deus. É como o discurso “Vou ser uma pessoa melhor, serei

mais gentil e simpático com as pessoas, irei ter uma vida saudável.”

Fase 4) Depressão

Já nessa fase a pessoa se retira para seu mundo interno, se isolando,

melancólica e se sentindo impotente diante da situação.

Page 19: A morte e o processo de morrer

Fase 5) Aceitação

É o estágio em que o indivíduo não tem desespero e consegue

enxergar a realidade como realmente é, ficando pronto pra enfrentar a

perda ou a morte.

Page 20: A morte e o processo de morrer

Quando falar da morte?• Desde o início da intervenção, e não apenas na fase terminal.

• Falar da morte com a pessoa e com a sua família

Características da intervenção:• Acompanhar a pessoa e a sua família, demonstrando

disponibilidade e abertura.

• Validar os esforços de todos os envolvidos.

Page 21: A morte e o processo de morrer

Revelando a verdade

descobrindo como ajudar ..

mentira piedosa

verdade piedosa

Pan Chacon et al. Rev Assoc Med Bras 1995; 41(4): 274.

Page 22: A morte e o processo de morrer

Avaliações prévias:

• Funcionamento da família

• Situações de doença e lutos anteriores

• Contexto e significado da doença

• Como a família compreende a morte

Page 23: A morte e o processo de morrer

Estratégias:

• Avaliar Necessidades;

• Detectar Sinais de Sofrimento;

• Encontrar respostas para essas Necessidades e

Sinais de Sofrimento;

• Promover a Comunicação;

• Ajudar a Família a tratar o Doente como Pessoa

Viva, e não como se já tivesse morrido;

• Estar presente sempre que necessário e possível;

• Reforçar o Apoio à Família durante a fase terminal

• Prestar Apoio quando da Morte.

Page 24: A morte e o processo de morrer

A equipe vivencia a morte de um paciente como um fracasso, colocando à prova, o trabalho de todos.

Segundo Kübler-Ross (1997): "Quando um paciente está gravemente

enfermo, em geral é tratado como alguém sem direito a opinar." 

Page 25: A morte e o processo de morrer

“Dentro dessa humanidade no atendimento ao doente terminal, Kübler-Ross (1997) nos fala da importância do acolhimento ao doente por parte da equipe, da importância da verdade.

O que se questiona não é o dizer ou não a verdade, mas sim como contar essa verdade, aproximando-se da dor do paciente, colocando-se no lugar dele para entender seu sofrimento.” 

Page 26: A morte e o processo de morrer

Paciente terminal: “É aquele que se encontra além da possibilidade

de uma terapêutica curativa e que necessita de um tratamento paliativo visando alívio de inúmeros sintomas que o atormentam, sempre levando em consideração a melhoria da qualidade de vida de uma maneira global, isto é, não somente a parte biológica, mas também nas esferas espiritual, social e psicológica.”

(CHIBA, 1996).

Page 27: A morte e o processo de morrer

Quatro valores nucleares da Medicina

1- Prevenção da doença e do dano; promoção e manutenção da saúde.

2- Alívio da dor e do sofrimento causado pelas doenças.

3- Cura e cuidado dos doentes e cuidados para aqueles que não podem ser curados.

4- Evitar a morte prematura e procurar a morte tranquila.

Hastings Ctr Report,26:6,1996

©Francisconi/2000

Page 28: A morte e o processo de morrer

Questões para discutir:

• O processo de morte, desde o ponto de vista de cuidados, de um idoso é diferente do de uma criança, adolescente ou adulto ?

• Quais os deveres associados ao paciente que está morrendo ?

• Como lidar com um paciente que solicita que a sua vida não seja mantida ?