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STEFANIE KNABBEN RIBEIRO FALSA FOLHA DE ROSTO DESMISTIFICANDO A DISLEXIA: PEQUENAS ADAPTAÇÕES PARA GRANDES HABILIDADES Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a conclusão do Curso de Graduação em Medicina. Florianópolis Universidade Federal de Santa Catarina 2009

DESMISTIFICANDO A DISLEXIA: PEQUENAS ADAPTAÇÕES PARA GRANDES HABILIDADES

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Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a conclusão do Curso de Graduação em Medicina, em 2009.

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  • 1. i STEFANIE KNABBEN RIBEIRO FALSA FOLHA DE ROSTO DESMISTIFICANDO A DISLEXIA:PEQUENAS ADAPTAES PARA GRANDES HABILIDADES Trabalho apresentado Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a concluso do Curso de Graduao em Medicina. Florianpolis Universidade Federal de Santa Catarina 2009
  • 2. ii STEFANIE KNABBEN RIBEIRO FOLHA DE ROSTO DESMISTIFICANDO A DISLEXIA:PEQUENAS ADAPTAES PARA GRANDES HABILIDADES Trabalho apresentado Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a concluso do Curso de Graduao em Medicina.Presidente do Colegiado: Prof. Dr. Rogrio Paulo Moritz.Professor Orientador: Prof. Dr. Paulo Csar Trevisol Bittencourt.Professor Coorientador: Prof. Dr. Antnio Carlos Estima Marasciulo. Florianpolis Universidade Federal de Santa Catarina 2009
  • 3. iii Ficha CatalogrficaRIBEIRO, Stefanie Knabben. Desmistificando a Dislexia: pequenas adaptaes para grandes habilidades. Florianpolis, UFSC,Curso de Graduao em Medicina, 2009. x, 52 p. Trabalho de Graduao: Medicina Orientador: Paulo Csar Trevisol Bittencourt 1. Dislexia 2. Adaptaes 3. Habilidades 4. Pginas eletrnicasI. Universidade Federal de Santa CatarinaII. Ttulo
  • 4. iv DEDICATRIA O modo como voc v o mundo depende da sua viso de mundo - a sua lente conceitual. Cuidado, amigo... Se sua lente no estiver fundamentada na verdade, o mundo pode lhe parecer mecnico. Em um mundo assim, a criatividade perde vigor com a falta de cuidado e ateno.Ultrapasse a sua lente com a conscincia e olhe mais uma vez por meio dos olhos do criativo. (Amit Goswami)
  • 5. v AGRADECIMENTOS Nascemos em um mundo que sofre de Disalolexia. Esta desabilidade, ao estabelecer omundo do outro atravs da concepo de nossa unidade interna, caracteriza um potencialrestritivo na evoluo da espcie. Serve do amor, a pureza da escolha e da coragem em admirar o outro que nos transfereo poder cognitivo social para entender alm de si e de nossas simples associaes. Inspirado,intuitivo, sem precedentes, vivencia-se a oportunidade criativa fundamental de ler o outro. Lera subjetividade humana abre portas no vistas pela maioria e preciso idealiz-la para serconvidado a entrar. Neste universo de amores sinceros, palavras, plateias e correes gramaticais no sefazem necessrias. Perde-se a possibilidade de unidade, para ser mais, para ser muito mais quea soma do que se . Obrigada pelas adaptaes. minha me, por esconder sua presena propositalmente a fim de me dar autonomia,e por eu lhe pegar vez ou outra me cuidando escondida, fazendo-me, nessas ocasies, mesentir muito amada. Aos meus irmos, por serem grandes exemplos de todas as formas. Quando solicitei ao meu Orientador que me ajudasse a compreender os caminhosfeitos na nova cincia, meu contato por e-mail estava com uma linguagem em moldes noconvencionais. Curioso para saber quo diferente eram minhas ideias, aceitou-me com ternurae confiante. De certa forma, por aceitar o diferente e mostrar um conhecimento humanstico,este o modelo de orientador perfeito para os alunos criativos produtivos, pois, deu-meliberdade e apoiou-me em tudo. bom saber na vida que se tem uma funo, fui incentivada a descobrir meus talentosnos artigos cientficos que li. Busco conhecer-me e, depois de nosso encontro, adicionareiespectro aos meus atos criativos e no esconderei meu humanismo. Por isto, Paulo, voc fez adiferena em minha vida. Obrigada.
  • 6. vi RESUMOIntroduo: Dislexia definida como um processamento cerebral diferenciado, de naturezabiolgica e geneticamente herdada. Pessoas com Dislexia apresentam uma variedade dehabilidades que as diferenciam da populao em geral, a maior parte destas relacionadas aohemisfrio cerebral direito, e tambm dificuldades diversas, relacionadas ao hemisfriocerebral esquerdo, em especial na rea da linguagem. Dentre as dificuldades encontradas nalinguagem, destaca-se a necessidade de pequenas adaptaes s caractersticas funcionais deleitura dos Dislxicos para a adequada compreenso das informaes. reconhecido queacomodaes visuais na escrita so suficientes para o entendimento das informaes poresses, que precisam de pequenos ajustamentos para expressar e viabilizar suas grandespotencialidades.Objetivo: avaliar pginas eletrnicas da internet, de reconhecimento internacional, quetenham como objetivo esclarecer o assunto Dislexia e verificar se esto visualmente adaptadass caractersticas funcionais de leitura dos dislxicos.Mtodo: atravs das informaes contidas na Associao Canadense de Pesquisa em Dislexiae na Associao Britnica de Dislexia, foi realizada uma matriz de avaliao, com critrios deadaptaes relacionados acessibilidade das informaes contidas nas pginas eletrnicas derelevncia mdica ao pblico alvo (dislxicos), em diferentes pases.Resultados: dentre as seis pginas eletrnicas avaliadas, apenas trs preencheram os critriosmnimos da matriz de avaliao (Associao Canadense de Pesquisa em Dislexia, AssociaoInternacional Davis Dyslexia e Associao Britnica de Dislexia). As demais pginaseletrnicas, incluindo as pginas da Fundao Brasileira de Dislexia, Associao Brasileira deDislexia e a Associao Internacional de Dislexia, no preencheram os critrios analisados.Concluso: as paginas eletrnicas analisadas que no preencheram os critrios da matriz deavaliao deste trabalho, so as mesmas que apresentam um contedo inconsistente sobre otema, no citam as habilidades associadas Dislexia, no esclarecem o funcionamentocerebral diferenciado dessas pessoas, nem as adaptaes apropriadas para o desenvolvimentodas suas potencialidades e, por consequncia, so de difcil acesso informativo ao seu prpriopblico alvo.Palavras-chave: 1. Dislexia 2. Adaptaes 3. Habilidades 4. Pginas eletrnicas
  • 7. vii ABSTRACTBackground: Dyslexia has been defined as a differentiated cerebral process, of a biologicalnature and genetically inherited. People with Dyslexia present a variety of abilities thatdifferentiate them from the rest of the population; most of them are related to the righthemisphere of the brain, in addition to a diversity of difficulties, which are associated with theleft hemisphere of the brain, especially in the area of language. Among the difficulties foundin language, special attention must be paid to the necessity to accommodate for the functionalcharacteristics of reading in dyslexic people for an adequate comprehension of information. Ithas been recognized that visual adaptations in writing are sufficient for dyslexic people tounderstand information, as they only need a few adjustments to express and realize their greatpotentialities.Purpose: evaluate Internet web pages, of international recognition which objective is toelucidate the subject Dyslexia, and verify if they are visually appropriate for the functionalcharacteristics of reading in dyslexic people.Method: through the information contained in the Canadian Dyslexia Research Associationand the British Dyslexia Association, an evaluation matrix was performed usingaccommodation criteria related to the accessibility of information contained on web pages ofmedical relevance to the target population (dyslexics), in different countriesResults: among the six web pages evaluated, only three fulfilled the minimum criteria of theevaluation matrix (the Canadian Dyslexia Research Association, the Davis InternationalDyslexia Association and the British Dyslexia Association). The other pages, including thoseof the Brazilian Dyslexia Foundation, the Brazilian Dyslexia Association and the InternationalDyslexia Association, did not fulfill the criteria analyzed.Conclusion: the web pages analyzed that did not fulfill the criteria of this study evaluationmatrix are the same that submit a material inconsistent with the subject, do not mention theabilities associated with Dyslexia, do not elucidate the different cerebral function of dyslexicpeople, do not even mention the appropriate adaptations necessary for developing theirpotentialities, therefore, making it difficult the access of their target population to information.Keywords: 1 Dyslexia. 2 Accommodations. 3 Abilities. 4 Web pages.
  • 8. viii LISTA DE ILUSTRAESFigura 1 Pgina eletrnica da Fundao Brasileira de Dislexia. FONTE: www.dislexia.com.br.............................................................................................21Figura 2 Pgina eletrnica da Associao Brasileira de Dislexia. FONTE: www.dislexia.org.br...............................................................................................22Figura 3 Pgina eletrnica da Associao Internacional Davis Dyslexia. FONTE: www.dyslexia.com.................................................................................................23Figura 4 Pgina eletrnica da Associao Internacional de Dislexia. FONTE: http://www.interdys.org/........................................................................................25Figura 5 Pgina eletrnica da Associao Canadense de Pesquisa em Dislexia. FONTE: http://www.dyslexia.ca..........................................................................................26Figura 6 Pgina eletrnica da Associao Britnica de Dislexia. FONTE: http://www.bdadyslexia.org.uk..............................................................................27
  • 9. ix SUMRIOFALSA FOLHA DE ROSTO ............................................................................................................ IFOLHA DE ROSTO ....................................................................................................................... IIDEDICATRIA ............................................................................................................................. IVAGRADECIMENTOS...................................................................................................................... VRESUMO........................................................................................................................................ VIABSTRACT ................................................................................................................................... VIILISTA DE ILUSTRAES ........................................................................................................ VIIISUMRIO ...................................................................................................................................... IX1 INTRODUO ....................................................................................................................... 12 FUNDAMENTOS TERICOS ............................................................................................... 32.1 Definio de Dislexia............................................................................................................................... 32.2 Prevalncia ............................................................................................................................................. 42.3 Tipos de Dislexia ..................................................................................................................................... 52.4 Diferenas funcionais e anatmicas cerebrais......................................................................................... 72.5 Caractersticas da Dislexia....................................................................................................................... 82.6 Caractersticas cognitivas do hemisfrio cerebral direito: ......................................................................133 OBJETIVO............................................................................................................................ 194 MTODO ............................................................................................................................. 204.1 Critrios de incluso e excluso das pginas eletrnicas ........................................................................204.2 Protocolo ...............................................................................................................................................204.3 Matriz de avaliao................................................................................................................................214.4 Recursos humanos .................................................................................................................................21
  • 10. x5 RESULTADOS ..................................................................................................................... 226 DISCUSSO ......................................................................................................................... 317 CONCLUSES...................................................................................................................... 37REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................................... 38
  • 11. 1 1 INTRODUO Dislexia vem do grego e significa dificuldade com as palavras. Define-se por Dislexiaum processamento cerebral diferenciado, de natureza biolgica, geneticamente herdado, e norelacionado capacidade cognitiva, idade ou histrico scio-cultural 1, 2, 3 . Suas caractersticas so de intensidade variada e sua prevalncia, estimada napopulao geral, de 10 a 20%, segundo a IDA (Associao Internacional de Dislexia). De acordo com a IDA, a Dislexia caracterizada por dificuldades especficas nacodificao da linguagem. Associadas s dificuldades com a linguagem esto tambmdificuldades com a administrao do tempo, organizao de papis, materiais e tpicos,desabilidade para entender contedos no visualizveis (como tabelas), movimento motor finoprejudicado, confuso para reconhecer direita, esquerda e coordenadas em duas dimenses,troca de instrues baseadas em etapas. As pessoas com Dislexia destacam-se tambm por apresentar habilidades incomuns apopulao em geral, como memria visual aumentada, compreenso visual de processos porhabilidade imaginativa, perspectiva de objetos em trs dimenses, compreenso facilitada decontedos abstratos, potencial criativo aumentado e viso multidimensional 2,4,5. Dislxicos possuem hipersensibilidade luminosa, olfativa, a rudos externos e a dor etm facilidade em fazer associaes e dedues. So imaginativos, intuitivos, possuemfacilidade tambm para entender e imaginar diferentes situaes e contextos, bem como altograu de empatia2, 4,6. Seus sintomas oscilam diariamente, com dependncia a situaes emocionais ou desade, so emocionalmente sensveis, tm dificuldades em lidar com frustraes e soextremamente persistentes na realizao de seus objetivos2,8, marcas caractersticas dasmesmas dificuldades encontradas na Superdotao tipo Criativo-Produtiva9,10. Mais de 50%dos Dislxicos apresentam TDAH (Transtorno do Dficit de Ateno e Hiperatividade) emassociao (IDA) e 9,7% das pessoas com TDAH apresentam Superdotao (SD) associada -dupla excepcionalidade TDAH/SD. Dislexia, TDAH e SD so manifestaes com frequnciacoexistentes, facilmente confundidas e pouco diagnosticadas10, 11. Exames de imagem demonstram que a linguagem codificada no crebro de umdislxico no realizada de maneira integral no lobo parieto-temporal esquerdo, comparando-se a populao em geral12. den (apud Pinheiro12) descreve que dislxicos seguem vias de
  • 12. 2conexo nicas e individuais e caminhos atpicos do processamento cerebral. J Shaywitz6,postula que dislxicos aprendem a linguagem usando partes do crebro que geralmente noso usadas pelas pessoas sem Dislexia. Sherman13 confirma que pessoas com Dislexiautilizam reas do crebro no usadas habitualmente para diferentes atividades e possuem umperfil funcional distinto. As diferenas do processamento cerebral na Dislexia no esto restritas localizaofuncional das atividades cerebrais, incluem-se tambm diferenas anatmicas. Galaburda(apud Brazeau-Ward2 e Sherman13,14) demonstrou diferenas cerebrais macroscpicas,microscpicas e de conexo neuronal. Crebros de dislxicos tm simetrias cerebraisacentuadas, aumento de volume do hemisfrio cerebral direito e predominncia funcionaldeste hemisfrio; com relao s diferenas microscpicas, observou-se a presena deneurnios ectpicos e maior nmero de pequenas clulas no tlamo. Tambm apresentamdiversificao acentuada das conexes cerebrais, diminuio e encurtamento do CorpoCaloso. O pilar do teraputico da Dislexia baseia-se no entendimento de como ela funciona e,principalmente, no rastreamento das habilidades pessoais para orientao pessoal eprofissional4. Diante do exposto, surge uma dvida: o tema Dislexia alcana seu pblico alvo, aspessoas com esta caracterstica cerebral? O objetivo deste trabalho avaliar as pginaseletrnicas que informam sobre o assunto Dislexia e verificar se esto adaptadas scaractersticas visuais dos dislxicos. Desta forma, o presente trabalho mostra-se de grandevalor, uma vez que pequenas acomodaes nas pginas eletrnicas sobre o tema so defundamental importncia para a acessibilidade dos dislxicos ao seu funcionamento, o quepromoveria viabilizar suas grandes potencialidades.
  • 13. 3 2 FUNDAMENTOS TERICOS2.1 Definio de Dislexia Diferentes olhares justificam as contradies encontradas na descrio de sintomassobre a Dislexia2. A Associao Brasileira de Dislexia (ABD) classifica a Dislexia como um distrbio outranstorno de aprendizagem na rea da leitura, escrita e soletrao. definida como um funcionamento cerebral diferenciado pela AssociaoInternacional Davis Dyslexia. Essa fonte menciona que pessoas dislxicas so pensadoresvisuais. Como pensadores multidimensionais, enxergam figuras, ficando difcil entenderletras, nmeros e smbolos. Considera ainda os dislxicos mais curiosos, criativos e intuitivosque a maioria das pessoas. Esses tendem a ser altamente conscientes do meio ambiente emuito inventivos. O seu pensamento de modo especial, tambm produz o dom da maestria:uma vez algo que aprenderam pela experincia, entendem em um nvel to profundo quesabem como fazer as coisas de forma intuitiva, sem ter que parar para pensar em como faz-las. (Their special mode of thought also produces the gift of mastery: once they have learnedsomething experientially, they understand it on such a deep level that they know how to dothings intuitively without thinking about how.) As informaes sobre Dislexia contidas na Associao Internacional Davis Dyslexiaso utilizadas em 40 naes e traduzidas em 30 lnguas, incluindo a Associao Americana deDislexia, a Sociedade Canadense de Dislexia e a Associao Australiana de Dislexia. considerada uma incgnita pela Associao Britnica de Dislexia, que afirma nosaber o que exatamente e apenas apresenta dicas para sua identificao atravs dacombinao de habilidades e dificuldades que afetam o processo de aprendizagem na rea daleitura, escrita e pronncia. Dentre as habilidades citadas, de acordo com essa Associao, osdislxicos apresentam criatividade, intuio, pensamento inovador e outros talentosespecficos acima da mdia. Esta Associao tambm afirma que a Dislexia no tem relaocom a inteligncia ou situao scio-cultural.
  • 14. 4 A Associao Canadense de Pesquisa em Dislexia a define como um processamentocerebral diferenciado, de natureza biolgica e geneticamente herdada, que cursa comproblemas na leitura, escrita e fala, apesar da inteligncia acima da mdia. Refere quedislxicos tm predominncia de pensamento visual e, por causa da associao de habilidadescom as dificuldades observadas, h confuso e julgamentos equivocados em mdicos eeducadores. Cita tambm que alguns dislxicos possuem sensibilidade aumentada luz eoutras hipersensibilidades.2.2 Prevalncia Como existem diferentes definies sobre Dislexia, seu rastreamento tambm varia deacordo com cada pas. A Associao Internacional de Dislexia considera a prevalncia na populao entre 10a 20%, independente da nacionalidade e do potencial de diagnstico. A Associao Brasileira de Dislexia considera que a prevalncia estimada entre apopulao brasileira varia entre 0,5% e 17%. J a Associao Canadense estima suaprevalncia em 23% da populao 2. Na Inglaterra, a prevalncia estimada de 5 a 10% dapopulao15.Tabela 1: Prevalncia de Dislexia em diferentes pases - Blgica: 5%; - Repblica Tcheca: 2-3%; - Finlndia: 10%; - Grcia: 5%; - Itlia: 1,3%; - Japo: 6%; - Nigria: 11%; - Noruega: 3%; - Polnia: 4%; - Cingapura: 3,3%; - Eslovquia: 1 a 2 %; - Estados Unidos: 8,5-10%. FONTE: Conally, 2008.
  • 15. 5 Segundo Paulesu e colaboradores16, essa diferena ocorre porque muitos pases noanalisam a Dislexia com uma avaliao neurocognitiva completa, classificando indivduoscom demais tipos de dificuldades em ortografia como dislxicos, superestimando os nmeros. J Brazean-Ward6, acredita que os dados sobre a prevalncia da Dislexia estosubestimados devido falta de conhecimento sobre o tema e profissionais capacitados pararealizar o diagnstico. A Associao Canadense de Pesquisa em Dislexia acredita que, por existiremdiferentes formas e graus de Dislexia, muitos dislxicos adaptam de maneira criativa suasdificuldades, sem descobrir sobre seu funcionamento. Esta entidade considera alarmante aconfuso que envolve as informaes sobre a Dislexia. Em relao prevalncia, o gnero masculino consta maior incidncia 4:117. Emcompensao, Lyon6 relata que as meninas dislxicas tm dificuldade de aprendizado com aleitura durante a vida escolar, porm, os professores concentram a ateno nos meninos comdificuldade de aprendizado, porque estes se mostram mais hiperativos e irrequietos do que asmeninas que seguem, na sua maioria, sem diagnstico durante a vida adulta.2.3 Tipos de Dislexia Existem trs tipos fundamentais de Dislexia e sete permutaes possveis 2. Dislexia Motora: dificuldade para realizar movimentos finos, como escrever marcado por disgrafia (letra feia) - ou para cortar um objeto sem se machucar2. Apesardesta dificuldade na motricidade fina, observa-se que grandes cirurgies da histria eramdislxicos5. Este paradoxo neuronal pode ser explicado pelo hiperfoco, que tem comocaracterstica a oscilao dos sintomas. Uma vez concentrado ou sob efeito neuro-hormonalde catecolaminas, como a adrenalina, o dislxico apresenta concentrao e capacidade motorafina aumentada em comparao populao geral. Pode, ao longo do dia, ser extremamentedesastrado, mas em momentos de concentrao, pode alcanar toques leves e sutis demotricidade fina, associados detalhismo visual, memria visual aumentados, imaginao deobjetos em trs dimenses (muitos dislxicos leem de cabea para baixo) e adquirir domniomotor aumentado, pois estes costumam ter tambm motricidade bimanual2,4,8. Por todas essascaractersticas, aconselhvel que mdicos portadores de Dislexia escolham especializaesvisuais como: Dermatologia, Radiologia e Cirurgia 4,5,18. Dislexia auditiva: dificuldade em pronunciar palavras, formar slabas e fazer distinoentre sons semelhantes. A dificuldade de pronncia pode ser considerada como uma variaoda Dislexia motora em articular palavras1, 2,8. Os dislxicos com essa variao normalmente
  • 16. 6tm dificuldade em formar slabas, porm existem mtodos multissensoriais para contornarestas dificuldades, como o mtodo SMT orientado pela Associao Canadense de Dislexia2. Dislexia visual: codificao das letras em trs dimenses, como consequncia detremores, inverses e apagamento de letras ou palavras6. Como consequncia, observa-se adiminuio da velocidade de leitura ou dificuldade de reconhecimento de palavras parecidasvisualmente e de pronuncia semelhante2. Exames escolares nos quais o tempo de realizao determinado igualmente ao grupo,mostram que pessoas com Dislexia adaptam-se sozinhas, deduzindo automaticamentepalavras a partir do contexto ou da primeira letra. Os dislxicos do tipo visual erram asignificao de leituras em palavras parecidas visualmente ou na pronncia quando o materialno adaptado s suas caractersticas visuais7. Segundo Lukasova e colaboradores7, constatou-se atravs de exames de leiturautilizando-se os critrios TCLS (Teste de Competncia de Leitura de Sentenas) e TCSF(Teste de Compreenso de Sentenas Faladas), que crianas com Dislexia demoram maistempo para ler dependendo da intensidade da Dislexia, independente do grau de inteligncia eentendimento do texto, ao contrrio das crianas testadas sem Dislexia, cujo tempo de leituradepende destas variveis. Em relao ao entendimento da palavra escrita, dislxicos mostramentendimento igual ou mais abrangente que crianas sem Dislexia de mesmo nvel scio-cultural e educacional. Lukasova7 conclui que os testes escolares com tempo pr-estabelecido so formas noapropriadas de avaliar a capacidade cognitiva e aprendizado de pessoas com Dislexia. Aautora sugere o aumento do tempo de durao dos testes escolares especificamente para estegrupo de pessoas, pois os que tiveram mais tempo para responder aos testes obtiveram umdesempenho melhorado de acordo com o nmero de acertos, ao contrrio das crianas semDislexia, que alcanam o mesmo desempenho. Aumento do tempo para realizao de testes acadmicos, maior nmero de intervalosentre as aulas, materiais multissensoriais e realizao de testes em ambientes separados jesto disponveis nas Universidades Canadenses e Norte-Americanas, sem diferenciao doaluno em relao aos outros na formao acadmica. Os trs tipos de Dislexia so combinados de acordo com a tabela abaixo (Tabela 1),sendo possvel que uma mesma pessoa possua concomitantemente as trs formas. Aprevalncia dos tipos dentre a populao dislxica desconhecida, porm, sabe-se que ostipos combinados so mais comuns que a forma isolada2.
  • 17. 7 Tabela 2: Os trs tipos de Dislexia. FONTE: Brazeau-Ward, 2005.2.4 Diferenas funcionais e anatmicas cerebrais. Galaburda (apud Brazeau-Ward2 e Sherman13,14) descreve que o crebro dos dislxicospossui diferenas anatmicas em trs nveis, em comparao aos crebros de pessoas semdislexia. Quanto s diferenas macroscpicas, os dislxicos possuem o volume cerebral direitoaumentado, apresentando maior simetria cerebral (diminuio da assimetria) em relao populao em geral, que predominantemente possui o volume cerebral esquerdo aumentadoem comparao ao hemisfrio direito. Enquanto que na populao em geral o Planum temporale dentro da fissura deSylvius - assimtrico (predominncia do lado esquerdo em relao ao direito nos destros),nos dislxicos h uma predominncia simtrica ou uma assimetria diminuda, com a matriacinzenta menor esquerda, no interior do Planum temporale, junto duplicao do giro deHeschl. Dislxicos tambm possuem simetria do lobo parietal esquerdo e aumento do loboanterior esquerdo do cerebelo, com massa cinzenta simtrica. Com relao s diferenas Microscpicas, foram encontrados neurnios menores doque na populao em geral no ncleo do tlamo. No livro The Einsten Factor, biografia deAlbert Einstein, Win Wenger e Richard Poe defendem a hiptese de que Einstein era
  • 18. 8dislxico. Em sua autpsia, realizada por Diamond, foi relatado 73% a mais de clulas gliaisno tlamo, em comparao com a populao em geral. Diferenas de conexes neuronais tambm foram observadas nas autpsias de pessoascom Dislexia: Corpo Caloso menor em posio anterior e menor e mais curto em posioposterior e presena de neurnios ectpicos - clulas nervosas em locais no habituais - comfibras nervosas irregulares e inmeras bifurcaes. den (apud Pinheiro12) apresenta diferenas funcionais em crebros de dislxicosanalisados nos exames de neuroimagem. Descreve que dislxicos seguem vias de conexonicas individuais e caminhos atpicos do processamento cerebral. J Shaywitz6, postula quedislxicos aprendem a linguagem usando partes do crebro que geralmente no so usadaspelas pessoas sem Dislexia. Sherman13 confirma que pessoas com Dislexia utilizam reas docrebro no usadas habitualmente para diferentes atividades e possuem um perfil funcionaldistinto.2.5 Caractersticas da Dislexia. As pessoas com Dislexia apresentam uma mirade de dificuldades nas reas dalinguagem, compreenso e motricidade, no entanto, quando adequadamente orientadas sobreseus talentos, com desvio do foco das suas dificuldades, estes se destacam da populao emgeral no que se refere s tarefas do hemisfrio cerebral direito. Conforme Brazeau-Ward6,segue abaixo uma lista de dificuldades e habilidades comumente encontradas na Dislexia. Dificuldades de leitura: Leitura lenta; Distoro de palavras, apagamentos, confuso entre palavras visualmente parecidas ou com pronncias semelhantes; Esquecimento de palavras conectivas; Confuso com sentenas longas, principalmente em testes; Dificuldade de entendimento de negao em sentenas; Dificuldade acentuada na leitura com letra pequena fonte 12 ou 13 textos com baixa qualidade de tinta, papel com fundo branco, leitura com formatos especficos - itlico, por exemplo;
  • 19. 9 Confuso com smbolos matemticos; Dificuldades de Pronncia: Problemas de pronncia ocorre a pronncia de uma palavra semelhante na falta da desejada; Dificuldades de compreenso quando a mesma palavra escrita de forma diferente num mesmo pargrafo, ocorre falta de letras ou troca delas, h omisso de letras e mistura de palavras; Dificuldade com anotaes: Dificuldade em ler o que escreveu; Dificuldade em escrever enquanto ouve; Letra feia disgrafia; Dificuldade em escrever acompanhando o tempo em que a matria escrita no quadro; Dificuldades de escrita: Dificuldade em expressar de forma clara o que pensa; Dificuldades com estruturao; Esquecimento de pontuao; Mistura de palavras multissilbicas; Dificuldades na fala: Omisso de palavras (acreditam ter dito); Repetio de sentenas (acreditam no ter dito); Dificuldade de pronncia de palavras multissilbicas; Dificuldade de encontrar palavras enquanto falam; Substituio de palavras semelhantes.
  • 20. 10 Dificuldade na audio: Dificuldade de ouvir enquanto l; Problemas com ambientes barulhentos; Dificuldade de entendimento de palavras menos familiares ou no visualizveis; Troca de instrues em etapas; Confuso no entendimento de sentenas longas; Dificuldade de rastrear informaes importantes dentro de sentenas longas. Dificuldade na Matemtica: Dificuldade de memorizao da tabela peridica; Dificuldade com nmeros reversos; Perda de sinais em contas longas. Dificuldades com Organizao: Esquecimento de compromissos; Esquecimento de materiais; Perda de papis; Problemas com horrios (perdem-se no tempo); Dificuldade de orientao (perdem-se nos prdios); Confuso entre direita e esquerda, leste e oeste; Dificuldade em visualizar as horas em relgios analgicos. Problemas somticos: Cefaleia com luz fluorescente ou mudana climtica; Alergias (dificultam a concentrao); Dificuldade de concentrao em uma condio climtica particular; Extremo estresse em dias de prova; Dias de fadiga no explicveis; Sensao de sobrecarga devido exigncia de leitura; Problemas emocionais afetam a habilidade para dirigir;
  • 21. 11 Problemas emocionais causam cegueira vertical ou horizontal; Estranhos contrastes visuais causam distrbios visuais; Sensibilidade a perfumes; Dor em punho e mo para a escrita; Hipersensibilidade auditiva a barulhos de fundo; Sensibilidade a sons especficos (bater palmas, bater de loua). Desempenho dos Dislxicos durante avaliaes acadmicas: Discrepncia no conhecimento e no desempenho dos exames; Leitura lenta, pulo, desaparecimento de palavras; Estresse afeta lembranas de palavras simples (esquece o que significa divida oumultiplique); Dificuldade de ler ou escrever em colunas; Luz fluorescente na sala de aula causa dificuldade na leitura das palavras; Leitura lenta dificulta entendimento de pegadinhas nas questes; Dificuldade de enxergar palavras sem analogias visuais como conjunes. Habilidades: Os Dislxicos se encaixam no espectro de habilidades de predominncia de atividadedo hemisfrio cerebral direito, encontradas tambm na Superdotao criativo-produtiva1,4,9,10,11. Autoconscincia e capacidade de reflexo; Imaginao vvida; Sensibilidade e empatia; Idealismo e senso agudo de justia; Questionamento de regras e autoridade; Perceptividade (insight), preocupao moral precoce; Senso de humor refinado; Habilidade em gerar ideias; Nveis avanados de julgamento moral; Aprendizagem rpida, com instruo mnima; Alta persistncia e concentrao, quando interessados;
  • 22. 12 Curiosidade intelectual; Elaborao de perguntas complexas e persistncia at alcanar a informao desejada; Alto nvel de energia (necessidade de menos horas de sono); Interesses quase obsessivos em reas especficas, a ponto de se tornarem especialistas nestes domnios; Alto nvel emocional em tarefas; Instinto aumentado; Processamento associativo-dedutivo; Criatividade; Distrao/Abstrao; Detalhismo visual; Hipersensibilidade de sentidos; Humanismo; Multidimensionalismo; Senso crtico elevado; Expresso de ideias claras oralmente; Discurso inteligente; Bom desempenho em exames orais; Fala especfica em tempo previsto. Dificuldades encontradas no que se refere ao pouco conhecimento e a falha nodesenvolvimento do processo de aprendizagem. Considerando-se que superdotados criativosprodutivos tambm no so bons alunos nas instituies de ensino despreparadas eapresentam, assim como os dislxicos, as dificuldades especficas citadas abaixo8,9,10: Dificuldade de fazer trabalhos escolares repetitivos e rotineiros; Falta de desafio suficiente no trabalho escolar, hbitos de estudo ruins; Presso de conformidade: esconder talentos para ser aceito pelos pares; Dificuldades em aceitar crticas; Dificuldades nos relacionamentos sociais e isolamento dos pares; No conformidade e resistncia autoridade; Frustrao intelectual na vida diria; Ansiedade, depresso;
  • 23. 13 Dificuldade em selecionar uma profisso entre uma diversidade de interesses (multipotencialidade); Necessidade em desenvolver uma filosofia de vida satisfatria com suas ideologias; Tdio e isolamento.2.6 Caractersticas cognitivas do hemisfrio cerebral direito: Segundo Taylor19, o ser humano possui duas potenciais habilidades de processamentocognitivo distintas, com personalidades completamente diferentes, porque possui doishemisfrios cerebrais separados um do outro, que se comunicam atravs do Corpo Caloso. O hemisfrio esquerdo cerebral processa informaes em formato de linguagem e asconecta com o mundo interno e externo atravs de capacidades calculistas de tarefasprogramadas. Este hemisfrio responsvel por enxergar o tempo em passado e futuro,ordenar tarefas em etapas e codificar informaes de forma linear e metdica. desenhadopara pegar a imagem do momento exato, capturar detalhes, classificar e organizar todas asinformaes, de forma a fazer associao com o passado e projetar as possibilidades para ofuturo. o lado que separa o individuo do coletivo dando uma leitura existencial separada, ouseja, o hemisfrio racional que usa as palavras para classificar cada elemento do mundo aoredor. O hemisfrio esquerdo tambm abriga as clulas responsveis pela percepo doslimites do nosso corpo ou das letras. O hemisfrio direito do crebro codifica as informaes de forma visual e emocional.Este hemisfrio enxerga o momento presente com todas as sensibilidades aguadas aosestmulos externos e internos. O hemisfrio direito pensa em imagens e aprendesinestesicamente atravs dos movimentos do corpo. A informao e o estmulo corremsimultaneamente por todo o sistema sensorial, de forma ligada ao presente e absorve todo oambiente como conectado ao indivduo, atravs de uma cognio intuitiva e coletiva. umhemisfrio cerebral abstrato, artstico, subjetivo e humanista. A maioria das pessoas ativam predominantemente o hemisfrio cerebral esquerdo emtarefas que exigem concentrao 13,14,19. Por este motivo, ou como consequncia disto, omtodo de aprendizado no ensino atual fundamentado s caractersticas do hemisfriocerebral esquerdo, a exemplo de sua composio atravs de um perfil avaliativo ordenado
  • 24. 14classificatoriamente de maneira especfica e objetiva (notas) e sua obrigatoriedade, que se tempor valor necessrio no processo de aprendizado humano. Isto foi descrito por Frey ecolaboradores (apud Logan20) na observao de que o currculo escolar usa principalmenteuma metodologia para aprender atravs de habilidades do hemisfrio cerebral esquerdo eexclui assim a porcentagem de pessoas com o perfil inovador do ensino tradicional. Apesar de dificuldades especficas em determinadas tarefas durante o processo deaprendizagem em ensino regular, muitos dislxicos acabam se destacando profissionalmentepor possurem uma leitura intuitiva de suas habilidades e escolhas guiadas a profisses queutilizam predominantemente habilidades do hemisfrio cerebral direito. Alis, isto foi descritopor Geschewind (apud Brazeau-Ward2), que afirmou no haver questionamento sobre afrequncia de grandes talentos manifestados por dislxicos em diferentes reas e que osmesmos, na maioria das vezes, no foram orientados a desenvolver ou descobrir suashabilidades. Por outro lado, Davis4 diz: no apesar da Dislexia o sucesso, mas por causa dela(It is important to note that these people have become successful because of their gift ofdyslexia, not in spite of it). Talentos na Prtica das Profisses: Medicina: Dermatologia, Radiologia, Cirurgia, Neurocirurgia, esto descritas como as 4,5,18profisses visuais com maior utilizao na rea da sade por dislxicos . Ryan (apude 5 23West e Thompson ) revelou que teve dificuldades na Universidade porque era dislxico. Nasprovas, no reconhecia smbolos e errava os nomes mdicos latinos. Porm, na clnica, setornou um grande observador e inovador no reconhecimento de doenas que seus colegasvisualmente no enxergavam. Hoje v a Dislexia como uma ajuda e no como umadificuldade em sua profisso Outras profisses visuais so aconselhadas como arquitetura, engenharia, mecnica,matemtica, filosofia e artes em geral. Engenharia: a grande maioria (mais de 50%) dos engenheiros da NASA (NationalAeronautics and Space Administration) so dislxicos2. Caractersticas da Dislexia funcionama favor de um processamento cerebral com facilidade a resoluo de problemas: Hiperfoco; Curiosidade; Hiperatividade; Questionamentos diversos; Crtica humanstica;
  • 25. 15 Busca da verdade com muita energia; Distrao/abstrao; Pensamento multidimensional, associativo e intuitivo. Cincia - Perfil Inovador: Thompson23 caracteriza habilidades observadas em dislxicos includos na Cincia: Pensamento Abstrato - formas nicas de resolver problemas; Aumento de contexto - pensamento multidimensional; Habilidade para projetar experimentos interessantes; Formulao de questionamentos brilhantes; Criatividade. Goswani21 descreve quatro tipos de criatividade: Criatividade Situacional (Externa/Interna): metodologia atual pensamentoassociativo atravs de algo pr-existente que se estabelece devido formulao de umproblema. Descobre-se o que j existe, remonta-se o antigo. Possvel de realizar com ocomputador. Criatividade Fundamental: caracterstica apenas humana, do novo e puro, que noutiliza o velho para realizar insights, necessita de inspirao criativa, relacionada a forasonipresentes, que surge do nada e no precisa ser solucionadora - no precisa de hipteses.Esta a criatividade mais transmutadora e difcil de presenciar. Necessita de caractersticascomo humanismo, multidimensionalismo, intuio, empatia, questionamento e crtica para serrealizada. Fundamental Interna: formadores de religies. Fundamental Externa: filsofos. Para Charlton22, o perfil de cientistas inovadores classificado pelas caractersticas dapersonalidade: independncia s normas, criatividade, desejo de descobrir a verdade,impulsos pessoais, inspirao e suas caractersticas multidimensionais e de desobedincia,agregadas a pensamentos imaginativos (visuais) e associativos, alm da rpida produo demuitas ideias. Em sua hiptese, Charlton22 descreve que o processo seletivo da cincia atual escolhepessoas com pouco potencial de grandes mudanas, porque hipervaloriza perfis de atitudespr-sociais e pouca crtica e exclui os grandes cientistas em potencial, que possibilitariamuma cincia mais rpida e revolucionria. Estes cientistas em potencial, quando ultrapassam abarreira burocrtica da cincia, so autores de descobertas e invenes surpreendentes.
  • 26. 16Justifica ainda que esta seja a explicao para a contradio da grande maioria dos cientistasdescritos na histria terem apresentado dificuldades de aprendizado na infncia. Thompson23 acrescenta que dislxicos no so incentivados a seguir a carreiraacadmica, apesar de possurem um talento natural a cincias, e pontua fatores que osdesencorajam para profisso: falta de confiana, medo de situaes que exponham suasdesabilidades, pobre autoimagem, confuso com instruo por etapas, erros pordesorganizao e perda de materiais, frustrao, desistncia e faltas ao meio acadmico. Thopson23, a fim de clarificar a percepo das potencialidades humanas, acrescentadiscursos de cientistas que apresentaram dificuldades com o sistema de ensino e diagnsticoposterior de Dislexia. Horner apresentou grandes dificuldades durante a faculdade, disse ser consideradopreguioso ou idiota ou os dois, porque na poca ningum sabia o que era Dislexia... (Nobodyknew what dyslexia was... everybody thought you were lazy or stupid or both...). Atualmente,apesar de reprovar por seis vezes e nunca conseguir se graduar, ele lder em seu campo depesquisa, orientador de PhD e formulador da sntese que serviu de evidncia a Paleontologiarevisar as teorias evolutivas sobre o comportamento dos dinossauros. Refere que a Dislexiafoi o agente de sua descoberta, porque lhe possvel imaginar visualmente diferentes datas dediversas formas. Kolff, sabidamente dislxico e inventor de diversos rgos artificiais, pai da modernahemodilise, disse: eu no posso dizer a vocs se always se soletra com um ou dois Ls.Eu leio devagar, mas eu sei a literatura sobre rins e coraes artificiais muito bem (I canspell difficult words, but I cannot tell you whether always is spelled with one l or two ls, Iread slowly but I know the literature about artificial kidneys and artificial hearts quite well). West5 cita que muitas famlias com membros que receberam o prmio Nobel possuemcaractersticas em comum, como a habilidade com a arte, design, visual, matemtica,mecnica e engenharia e problemas usuais de leitura, pronncia, soletrao, aritmtica,memorizao e lnguas estrangeiras. Todas essas famlias mostram evidente talento espacial evisual e problemas com palavras, e alguns membros destas chegaram a receber diagnstico deDislexia. Como exemplo, a famlia Thomson, com 4 premiaes entre seus membros: av deLaureates, Sir William Bragg (1862-1942) e seu pai Sir Lawrence Bragg (1890-1971), seumarido Sir Joseph Thomson (1856-1940) e seu sogro Sir George Thomson (1892-1925)
  • 27. 17 Empresariado: Logan20 aponta que 20% dos grandes empresrios do Reino Unido e 35% dos grandesempresrios dos EUA (Estados Unidos da Amrica) so dislxicos. Menos de 1% dosdislxicos ocupam cargos de gerente corporativo nos EUA, indicando uma incidnciarelevante de dislxicos com habilidade intuitiva para o empresariado. As caractersticas do pensamento de dislxicos que so atribudas ao sucesso nomercado empresarial so as seguintes 20,24: Qualidade em delegao de atividades s pessoas; Previses sobre o futuro da empresa; Resoluo de adversidades; Criatividade; Determinao, perseverana; Viso espacial; Viso multidimensional. Logan20 cita a qualidade de delegao de atividades s pessoas como umacaracterstica vinculada Dislexia, porque nas empresas, com equivalente perfil de fatura esalrio, estes apresentam maior nmero de empregados (IC 95%), maior nmero de empresasadministradas ao mesmo tempo (IC 99%) e maior velocidade de crescimento da empresa queos empresrios no dislxicos. Agregado diretamente Dislexia, foi afirmado que quantomais intensa a Dislexia, maior o nmero de empregados e de empresas administradas aomesmo tempo pela mesma pessoa. Estes profissionais tambm permanecem menos tempo nomesmo negcio, tm mais coragem de submeterem-se a riscos, cometem escolhas maisacertadas e abrem seu primeiro negcio antes que os empresrios no dislxicos (IC 99%). O nvel escolar dos empresrios dislxicos e dos no dislxicos mostrou-se o mesmo,porm, a experincia na escola foi constatada diferente para ambos, tendo sido, para osempresrios dislxicos, uma fase de grande dificuldade, marcada por sucesso devido perseverana e determinao, na opinio dos prprios empresrios20. Quando questionados sobre as influncias para a escolha do empresariado comoprofisso, e obteno do sucesso, houve uma diferena importante entre os dois grupos: osdislxicos apontam que um mentor (algum que acreditou em suas habilidades) foi maisimportante que seu histrico escolar, ao contrrio dos no dislxicos, que se dizem maisinfluenciados pelo histrico escolar20.
  • 28. 18 Por fim, Logan20 alude que os livros de empresariado so escritos, em sua maioria,para leitores no dislxicos e no esto adaptados s caractersticas funcionais de leituradestes indivduos, o que exclui as pessoas de perfil talentoso do mercado ao qual se destinam.
  • 29. 19 3 OBJETIVO Gerais: Avaliar pginas eletrnicas na internet, de reconhecimento internacional, que tenhamcomo objetivo esclarecer sobre o assunto Dislexia e verificar se esto visualmente adaptadass caractersticas funcionais de leitura dos dislxicos. Especficos: Construir uma matriz de avaliao padronizada com adaptaes visuais paradislxicos. Traar um perfil comparativo entre as pginas eletrnicas selecionadas, de acordo coma matriz de avaliao.
  • 30. 20 4 MTODO Trata-se de um estudo analtico, realizado atravs de investigao e avaliao depginas eletrnicas de Associaes Nacionais e Internacionais de Dislexia, acessveis aopblico alvo (pessoas com Dislexia), no perodo compreendido ao ano de 2009.4.1 Critrios de incluso e excluso das pginas eletrnicas Includas as instituies de maior importncia do pas referente ao assunto: Fundao Brasileira de Dislexia (www.dislexia.com.br). Associao Brasileira de Dislexia (www.dislexia.org.br). Includa a Associao Internacional de Dislexia: Associao Internacional de Dislexia (http://www.interdys.org). Includas pginas eletrnicas de relevncia sobre conhecimentos mdicos eexperincia no diagnstico da Dislexia: Associao Britnica de Dislexia (http://www.bdadyslexia.org.uk). Associao Canadense de Pesquisa em Dislexia (http://www.dyslexia.ca). Associao Internacional Davis Dyslexia (http://www.dyslexia.com).4.2 Protocolo Realizada uma Matriz de Avaliao com critrios adaptativos para leitores dislxicos,descritas na literatura (Associao Canadense de Pesquisa em Dislexia, Associao Britnicade Dislexia), passveis de serem utilizadas no meio de comunicao da informtica, as quaisno acrescentam gastos infraestrutura tcnica j em uso das pginas eletrnicas originais.
  • 31. 214.3 Matriz de avaliao A. Cor e distraes: 1. Evitar fundo branco: dar possibilidade de escolha de fundo (cada dislxico prefere uma cor especfica de fundo) ou uso de cores leves; 2. Evitar o uso das cores verde e vermelho ou rosa intenso; 3. Evitar contraste de cor ou movimento que desvie ateno da leitura ou cause dor devido hipersensibilidade luminosa. B. Corpo do texto: 4. Espaamento 1,5 cm; 5. Evitar colunas de leitura, como nos jornais; 6. Uso de fonte igual ou maior que 14; 7. Ressaltar palavras conectivas quando importante para que se entenda o contexto; C. Contedo: 8. Evitar sentenas longas, ser conciso nas informaes; 9. Esclarecer o funcionamento da Dislexia, ilustrar adaptaes para as dificuldades e informar sobre as habilidades e potencialidades comuns aos dislxicos.4.4 Recursos humanos A pesquisa foi concebida e desenvolvida por uma acadmica do curso de Medicina daUniversidade Federal de Santa Catarina, sob orientao do Professor de Neurologia Dr. PauloCsar Trevisol Bittencourt e coorientao do Epidemiologista Dr. Antnio Carlos EstimaMarasciulo.
  • 32. 22 5 RESULTADOS 1. Fundao Brasileira de DislexiaFigura 1: pgina eletrnica da Fundao Brasileira de Dislexia. FONTE:www.dislexia.com.br A pgina virtual da Fundao Brasileira de Dislexia apresenta: A. Cores e Distraes: 1. Fundo branco; 2. Barra vermelha intensa bilateral; 3. Contraste de cores. B. Corpo do texto: 4. Letra fonte menor que 14; 5. Formado por bloco nico em coluna; 6. Espaamento menor que 1,5cm. 7. No h palavras ressaltadas.
  • 33. 23 C. Contedo: 8. No conciso: possui pleonasmos como a frase direcionando-o s particularidades de cada indivduo. 9. H, na explicao de sintomas, as seguintes caractersticas: Atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar; atrasoou deficincia na aquisio da fala, desde o balbucio pronncia de palavras; parece difcilpara essa criana entender o que est ouvindo; distrbios do sono; enurese noturna;suscetibilidade a alergias e a infeces; tendncia hiper ou a hipoatividade motora; choramuito e parece inquieta ou agitada com muita frequncia; dificuldades para aprender a andarde triciclo; dificuldades de adaptao nos primeiros anos escolares No explica o funcionamento da Dislexia, no enfatiza adaptaes ou cita habilidades.
  • 34. 24 2. Associao Brasileira de Dislexia Figura 2: pgina eletrnica da Associao Brasileira de Dislexia. FONTE:www.dislexia.org.br A pgina virtual da Associao Brasileira de Dislexia apresenta: A. Cores e Distraes: 1. Fundo branco; 2. Contraste de cores; 3. Jogo de inverter letras em constante movimento. B. Corpo do texto: 4. Letra fonte menor que 14; 5. Dividido em colunas como um jornal; 6. Espaamento menor que 1,5cm; 7. No h palavras ressaltadas. C. Contedo: 8. No conciso; 9. Considera Dislexia um distrbio de aprendizado, com caractersticas marcadas apenas por dificuldades, sem qualquer citao ou especificao de habilidades e talentos dos dislxicos
  • 35. 25 3. Pgina eletrnica da Associao Internacional Davis Dyslexia.Figura 3: pgina eletrnica da Associao Internacional Davis Dyslexia. FONTE:http://www.dyslexia.com A pgina virtual da Associao Internacional Davis Dyslexia apresenta: A. Cores e Distraes: 1. Possibilidade de escolha da cor do fundo da pgina; 2. No h contraste de cores; 3. No h uso de cores intensas. B. Corpo do texto: 4. Possibilidade de troca da fonte e estilo de letra; 5. Espaamento de 1,5cm; 6. H palavras conectivas e importantes ressaltadas; 7. No h exposio do texto em colunas. C. Contedo: 8. direto e conciso: traz como informao relevante: Dislexia um dom.
  • 36. 26 9. A pgina explica o funcionamento da Dislexia e adaptaes de forma direta e concisa, define dislxicos como pensadores visuais, multidimensionais e intuitivos, que pensam em imagens e por isso tm dificuldades com smbolos. Adicionais: A pgina possui opes multissensoriais, como vdeos informativos e possibilidade deouvir o seu contedo ao invs de ler, atravs de uma ferramenta chamada talk text reader. o A pgina da Associao Internacional Davis Dyslexia considerada padro-ouro deste trabalho por preencher todos os critrios da matriz de avaliao proposta e por seu autor ter sido traduzido para 30 idiomas e utilizado em 40 pases, devido consistncia de seu contedo informativo.
  • 37. 27 4. Pgina eletrnica da Associao Internacional de Dislexia.Figura 4: pgina eletrnica da Associao Internacional de Dislexia. FONTE:http://www.interdys.org A pgina virtual da Associao Internacional de Dislexia apresenta: A. Cores e Distraes: 1. Fundo branco; 2. Contraste de cores; 3. No h uso de cores intensas ou movimentos que desviem a ateno. B. Corpo do texto: 4. Letra fonte menor que 14; 5. Dividido em colunas como jornal; 6. Espaamento menor que 1,5cm; 7. No h palavras ressaltadas. C. Contedo: 8. No conciso; 9. Considera a Dislexia com um distrbio de aprendizado com caractersticas marcadas apenas por dificuldades, sem qualquer citao ou especificao de habilidades e talentos.
  • 38. 285. Associao Canadense de Pesquisa em Dislexia. Figura 5: pgina eletrnica da Associao Canadense de Pesquisa em Dislexia. FONTE: http://www.dyslexia.ca A pgina virtual da Associao Canadense de Pesquisa em Dislexia apresenta: A. Cores e Distraes: 1. Fundo branco; 2. No h cores intensas; 3. No h contraste de cores ou movimentos na pgina. B. Corpo do texto: 4. Letra fonte 14; 5. Espaamento de 1,5cm; 6. H palavras ressaltadas; 7. No est exposto em colunas. C. Contedo: 8. conciso; 9. Contm mtodos de adaptaes e funcionamento da Dislexia que no a nomeia como distrbio. Nesta pgina ainda encontramos portadores de Dislexia, profissionais em diversas reas, destacando talentos apresentados por estas
  • 39. 29 pessoas atravs de caractersticas comuns a Dislexia e que lhes ajudaram em seu crescimento profissional. 6. Associao Britnica de Dislexia. Figura 6: pgina eletrnica da Associao Britnica de Dislexia. FONTE:http://www.bdadyslexia.org.uk A pgina virtual da Associao Britnica de Dislexia apresenta: A. Cores e Distraes: 1. Fundo em tonalidade clara; 2. Possibilidade de troca de cores da pgina; 3. No h movimentos na pgina. B. Corpo do texto: 4. Possibilidade de troca da fonte e estilo de letra. 5. Possibilidade de troca do espaamento; 6. No h palavras ressaltadas; 7. Uso de figuras, no h texto em colunas tipo jornal.
  • 40. 30 C. Contedo: 8. direto e conciso. 9. Refere-se Dislexia como uma dificuldade de aprendizado no ensino regular, com um funcionamento cerebral no compreendido por completo ainda pela cincia mdica e caracterizada por habilidades em outras reas como pensamento inovador, facilidade em resoluo de problemas, intuio, criatividade e vias de processamento cerebral nicas. A Associao Britnica possui faculdades/empregos/escolas multissensoriais instrudas e informadas sobre suas habilidades e adequao das dificuldades. Adicionais: A pgina possui opes multissensoriais, como vdeos informativos e possibilidade deouvir o seu contedo ao invs de ler, atravs de uma ferramenta chamada talk text reader.
  • 41. 31 6 DISCUSSO A finalidade das pginas eletrnicas especializadas no assunto Dislexia esclarecer eauxiliar o rastreamento de pessoas com potencial diagnstico, que enfrentam problemas emsuas rotinas sobre o funcionamento da Dislexia e razoveis adaptaes. Para que isso sejapossvel, importante que as pessoas potencialmente dislxicas consigam acessar o materialinformativo das pginas eletrnicas selecionadas neste trabalho. A Associao Internacional Davis Dyslexia, escolhida como o padro ouro do trabalho,alm de cumprir o objetivo principal citado, incentiva a autoconfiana do dislxico que, namaioria das vezes, no compreende porque encontrou dificuldades ao demonstrar edesenvolver, de maneira adequada, suas potencialidades durante o ensino e se ajusta,diminuindo suas expectativas internas e escondendo habilidades. Por isso, esta Associaocita a Dislexia como um presente em seu ttulo principal (The Gift Dyslexia). A Associao Internacional Davis Dyslexia explica que no h esclarecimento sobre ostalentos humanos do hemisfrio cerebral direito e, por isso, estes talentos so interpretados deforma inadequada pelo mtodo de ensino tradicional. Seu papel informativo, associado aoprograma de treinamento acessvel na pgina, definiu-se como terapia efetiva para Dislexia. Apgina trabalha com a explicao dos talentos e sugesto de observao atenta sobre estes,para entendimento do motivo ao qual passaram despercebidos ou punidos durante a vida dodislxico at o momento, como forma de terapia. A Associao Internacional Davis Dyslexia preencheu todos os critrios da matriz deavaliao deste trabalho, juntamente com a Associao Britnica de Dislexia e a AssociaoCanadense de Pesquisa em Dislexia, que preencheram oito dos nove critrios da matriz deavaliao deste trabalho. Estas Associaes foram consideradas efetivas em seus objetivos,porque promovem conforto visual para que os dislxicos tenham segurana de sua capacidadede leitura e sintam-se estimulados a buscar informaes com autonomia, sem acrescentarqualquer barreira durante este processo. A Associao Internacional de Dislexia preencheu um dos nove critrios da matriz deavaliao deste trabalho. Esta Associao tem por finalidade esclarecer profissionaisespecializados sobre os problemas, alertas e comorbidades da Dislexia que considera umdistrbio funcional. No cita adaptaes, habilidades ou funcionamento da Dislexia e no
  • 42. 32exemplifica motivos pelo qual esses alunos tm dificuldade de leitura. No est escrita eadaptada de maneira adequada para que suas informaes possam ser acessadas pelosdislxicos e no demonstra inteno de melhorar a imagem pessoal interna destes oudesmistificar o tema para sociedade. As pessoas potencialmente dislxicas que tem oportunidade de acessar as informaesda Associao Internacional de Dislexia encontram uma justificativa para suas dificuldades.Sou portador de um distrbio do funcionamento normal humano. Esta Associao nomeiao que j foi observado na rotina destas pessoas, com explicaes que dificultam dimensionaruma sada teraputica efetiva. No ficou claro durante o trabalho, que a AssociaoInternacional de Dislexia estava ciente que seu pblico alvo inclua pessoas com Dislexia.Suas informaes, de maneira geral, so iatrognicas em comparao s pginas eletrnicasdas instituies que preencheram a matriz de avaliao deste trabalho. A Fundao Brasileira de Dislexia e a Associao Brasileira de Dislexia nopreencheram nenhum dos nove critrios da matriz de avaliao deste trabalho. A FundaoBrasileira de Dislexia inclui todas as sugestes que deveriam ser evitadas para os leitoresdislxicos, pois combina um enorme texto, em coluna, no conciso, com pleonasmos eredundncias, em letra preta, de fonte pequena, sem nenhum espaamento, com um fundobranco e duas barras laterais em vermelho intenso. Em relao ao contedo, a FundaoBrasileira de Dislexia apresenta vrios sintomas confundidos ou que podem ser verificados,mas que no definem ou explicam o funcionamento da Dislexia. A Associao Brasileira de Dislexia no incluiu em sua pgina eletrnica o conjuntode tudo que deveria ser evitado para acomodao visual de leitores dislxicos, como incluiu aFundao Brasileira de Dislexia. Porm, seu contedo transmite a segurana de conhecimentoespecializado no assunto (por ser uma Associao feita por especialistas, com uma linguagemposicionada e tcnica) e define Dislexia como um Distrbio do Aprendizado que cursa com,da sim, um conjunto de todas as dificuldades possveis na Dislexia, associandoconhecimento inconsciente sobre o tema a descobertas de outras possveis dificuldadesinexistentes, como no exemplo, quando descreve que dislxicos tm dificuldade de aprenderuma nova lngua, ao invs de sugerir que esta uma dificuldade com o ensino e no com acapacidade de aprendizado. Em relao aos talentos citados neste trabalho, a Associao Brasileira de Dislexiapossui um espao para que os dislxicos exponham sua arte. Nesta parte sim, ela nodemonstra a segurana do conhecimento especializado do assunto, como as paginaseletrnicas selecionadas que preencheram os critrios da matriz de avaliao, porque no
  • 43. 33expe explicao do motivo ao quais dislxicos seguem intuitivamente as profissesartsticas. Ao acessar o espao destinado a dislxicos desta pgina, pode-se interpretar que seuobjetivo seria indicar que dislxicos no so totalmente incapacitados (alguns conseguempintar quadros, escrever poemas, etc.). A pgina no desenvolve, em momento algum,conhecimentos sobre anatomia, ativao e funo, j conhecidos na Dislexia, ou sobre odesempenho do hemisfrio cerebral direito em trabalhos artsticos, que incluem cognioabstrata, sensibilidade, sinestesias, menor limite de bordas e dimenses, subjetividade,pensamento visual imaginativo, associativo e nico. Aderindo Associao Internacional de Dislexia, que contm uma coletnea de todasas hipteses no confirmadas e fatalistas da manifestao como resposta especializada etentativa de explicar o que ainda no foi esclarecido pela cincia mdica1, e que tambmno preencheu os critrios da matriz de avaliao, as instituies brasileiras obtm umacoletnea de hipteses fatalista da Dislexia, associadas a um contedo informativoinconsistente e preconceituoso sobre o tema. O maior problema encontrado na Dislexia no se refere a lidar com as dificuldadesdentro do sistema de ensino baseado em leitura por instruo em etapas, mas pelo fato dodislxico possuir um perfil de inteligncia emocional e seus sintomas oscilarem de acordocom estes fatores, o que contribui para que as desabilidades sejam aprimoradas ou diminudasde acordo com a imagem pessoal ou humor. O padro de ensino baseado em compensaes epunies o principal fator desencadeante da Dislexia observada pela cincia fatalista. Nestecaso, no s o especialista enxerga para onde direciona sua viso, como tambm desenvolve,mantm e cria o que v. Ou seja, quanto mais fatalista for a explicao da Dislexia, maisDislexia fatalista ser possvel alcanar. Com este tipo de pensamento, os talentos conhecidos em outras realidades estosubmersos no convvio com a escola, o que refora o que j foi observado pelos especialistasno assunto. Nesta realidade, quando o assunto esclarecido corretamente, torna-se polmico e factvel a permisso sem tanta polmica e com carter de especialidade no assunto: definirDislexia como um erro neurolgico presente no indivduo claramente reconhecido por suasdificuldades no ensino. Certamente a manifestao da Dislexia que este trabalho descreve no a mesma que reconhecida pelas Instituies especializadas no assunto no Brasil. As pginas eletrnicas que preencheram os critrios sugeridos possuem espao paradivulgao das escolas que dispem de professores preparados para entender o funcionamentodessas pessoas, sem focalizar a ateno nas suas dificuldades, e informados sobre as
  • 44. 34habilidades citadas juntamente com avaliaes multissensoriais acomodadas para os alunos.Consequentemente, concede o direito do convvio pacfico do aluno com o aprendizadodurante sua vida escolar. provvel que o diagnstico da Dislexia esteja mais correto nestes pases quedemonstram uma definio adequada e um sistema de ensino estruturado para esta demanda. provvel tambm que os dislxicos que se definem atravs da Dislexia apresentada nestetrabalho, tenham uma autoimagem melhorada, reconheam e desenvolvam seus talentos e,consequentemente, seja possvel identific-los atravs da definio apresentada. Quando pensamos em doenas, disfunes ou transtornos, logo vm mente erros danatureza pouco prevalentes e que se estabelecem pela causalidade de tentativas dadiversificao mutacional ou por processos naturais de uso inadequado, acidente ou desgaste. Observar somente as dificuldades de uma pessoa com diversas habilidades fora docomum demonstra um perfil de pensamento restritivo das possibilidades humanas. Omaior erro que possvel observar nestas pginas eletrnicas, que por destino so poucolegveis a dislxicos, a percepo do outro como sendo uma entidade nosolgica coberta dedificuldades e caracterizada por leitura lenta e inabilidades estudantis. A Dislexia que considero neste trabalho, presente nas populaes, muitas vezes nodiagnosticadas e menos ainda orientadas corretamente sobre seu funcionamento e necessidadede acomodaes visuais na escrita, aquela em que o indivduo codifica tridimensionalmenteseu universo mental, as letras pulam ou se apagam diante deste e possvel perceber melhorada leitura com o aumento da fonte1,2. A partir do momento que se estabelece uma visodiferenciada, fcil perceber que muitos destes alunos fazem associaes de pensamento (nosomente enxergam as letras unidas ou mal definidas) e tambm codificam o pensamento deforma diferenciada e nica1,23. Em nada, ser diferente um prejuzo. Possuir habilidades pouco prevalentes napopulao pode vir a ser uma grande oportunidade. importante que instituies de ensinoconsigam ter a mesma viso e, por isso, o esclarecimento mdico do tema torna-se atosingular sobre a diversificao cerebral humana. Quanto maior a diversidade funcional humana, com relao organizao deprocessamentos e vias cognitivas, maior a probabilidade de sobrevivncia da espcie emdiferentes meios ambientes13. Reconhecer diferentes funcionamentos cognitivos e estimul-los abre caminhos anovas possibilidades. Transmuta-se a qualidade de vida e o futuro para melhor. Incentivartalentos do hemisfrio cerebral direito, como criatividade, instinto, empatia, inconsciente
  • 45. 35coletivo, inteligncia emocional, insights pessoais, abstrao, humor, viso tridimensional epensamento multidimensional necessrio para que estes indivduos no escondam seustalentos a fim de se adaptarem ao ensino tradicional e serem aceitos como iguais pelospares 9,10. Desenvolver seres criativos e estimular seus atos diferenciados possibilita reinventar onovo atravs do velho, algo absolutamente relevante para tornar nossa sociedade maissustentvel. Por isso importante o conhecimento sobre esta caracterstica cognitiva chamadacriatividade, para que possa vir a ser reconhecida e desenvolvida. Quando pensamos em seres criativos, logo nos vm mente suas obras eexperimentamos o mito de que um ser criativo apenas criativo em seu momento inspirador.Seres criativos so criativos desde criana, em todos os momentos, escolhas e fatos da suavida. O ser criativo no um fato isolado, mas um ser que se isola por sua natureza. Sopensadores do inconsciente coletivo, que intuitivamente fazem escolhas diferentes e se isolamou so isolados por suas escolhas. Vivem de forma diferente sem inteno, mas porfuncionamento, trazem o novo em quase tudo e buscam a verdade com muita energia. Sosolucionadores de problemas21. A nanotecnologia facilita o transporte de informaes. Desenvolver pensamentoassociativo mais eficiente do que decorar contedos. Humanismo uma forma sensata dereagir no momento atual, porque observamos uma fobia coletiva desproporcionada. Crtica esenso de justia soam natural evoluo humana e essencial sobrevivncia, j que nossomeio precisa de pessoas que se envolvam desta forma em causas sociais e ecolgicas. Empatia no se relaciona apenas com sentimentos, mas tambm ao mercadoempresarial, que exigente no tratamento do cliente, pois as escolhas dos gastos vinculam osentimento de segurana e bem-estar mais do que a necessidade de ter. Entender como o outrose sente e ter um instinto aumentado facilita o relacionamento interpessoal e a capacidade deexpresso subjetiva (rapport). Abstrao e arte se fazem comum num mundo onde apublicidade torna-se a nova riqueza financeira. A inteno de administrar o desenvolvimento cognitivo dos alunos proporcionar-lhesuma vida saudvel e uma existncia construtiva na sociedade. As contribuies humanas soum espectro de oportunidade (em que necessidades exigem) e de habilidades natas, aos quaisnossos conhecimentos culturais interferem de forma direta. Desenvolver uma viso acolhedora para minorias estudantis uma construo cultural.A estrutura de ensino atual restrita, haja vista que o histrico escolar de muitos alunos no
  • 46. 36condiz com suas carreiras profissionais no que se refere multiplicidade de talentoshumanos23. A definio da Dislexia permanece em construo pela Cincia. Diferenasanatmicas e funcionais do crebro apontam para um perfil organizacional distinto, compredominncia de processos cognitivos caractersticos do hemisfrio cerebral direito, alm dedificuldades e habilidades em comum nestes indivduos. Enxerga-se uma espcie menos homognea, mais individual e diferenciada, onde ainformao necessita de adaptao, sutileza e conhecimento especializado. Por isso importante que as instituies especializadas em esclarecer o assunto disponibilizem contedoa fim de se tornarem tangveis ao seu pblico alvo. O coletivo sobrevive de forma maisconstrutiva, humanstica e unida, porque constri diferentes possibilidades, aceita e enxergaas diferenas, que afinal so a base na qual somos construdos.
  • 47. 37 7 CONCLUSES Neste trabalho podemos concluir que a Associao Britnica de Dislexia, a AssociaoCanadense de Pesquisa em Dislexia e a Associao Internacional Davis Dyslexia preencheramos critrios da matriz de avaliao, pois citam as habilidades em comum destes indivduos emostram conhecimento do funcionamento da Dislexia, tornando-se acessveis a seu pblicoalvo. J a Associao Brasileira de Dislexia, a Fundao Brasileira de Dislexia e aAssociao Internacional de Dislexia no preencheram os critrios da matriz de avaliao,pois no citam habilidades comuns aos dislxicos e apresentam desconhecimento sobre ofuncionamento da Dislexia, tornando-se de difcil acesso ao seu pblico alvo.
  • 48. 38 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS1. The British Dyslexia Association [homepage na Internet]. Inglaterra: The Association;[acesso em mai 2009]. Disponvel em: http://www.bdadyslexia.org.uk.2. Brazeau-Ward, Louise. Im confused, is it dyslexia or is it Learning Disability? TheCanadian Dyslexia Centre. S.P. University On-line Publications [peridico na Internet]. Mar2003 [acesso em jul 2009]; [99 pginas]. Disponvel em:www.dyslexiaassociation.ca/english/publications.shtml3. Blakeslee, Sandra. Study Ties Dyslexia to Brain Flaw Affecting Vision and Other Senses.NYTimes. 15 Set 1991;p. 1 & p. 30.4. Davis Dyslexia Association International. Dyslexia, the Gift [homepage na Internet].Estados Unidos: Davis Dyslexia; [acesso em jul 2009]. Disponvel em:http://www.dyslexia.com/ddai.htm.5. West, Thomas G. Dyslexic Talents and Nobel Prizes. In: Visual Thinkers and Nobel Prizes.ACM Siggraph C.G. Fev/2001; 35(1),14-15.6. Brazeau-Ward, Louise. Dyslexia and the University. The Canadian Dyslexia Centre. S.P.University [peridico na Internet]. Abr 2001 [acesso em Abr/2009];192(1);6-13. Disponvelem: www.dyslexiacentre.ca/english/publications.7. Lukasova, Katerina; Oliveira, Darlene Godoy de; Barbosa, Anna Carolina Cassiano;Macedo, Elizey Coutinho de. Habilidades de leitura e escrita de crianas dislxicas e boasleitoras / Reading and Writing Skills in Dyslexic Children and Good Readers. Arq. bras.psicol.;60(1):45-54, jan./jun. 2008. tab.8. Canadian Dyslexia Association / Association Canadienne de la Dyslexie [homepage naInternet]. Canad: Association; [acesso em set 2009]. Disponvel em:http://www.dyslexiaassociation.ca.9. Negrini, Tatiane; Freitas, Soraia Napoleo. As representaes culturais e os mitos a respeitodas pessoas com altas habilidades. In: III Encontro Nacional do CONBRASD, III CongressoMercosul sobre Altas Habilidades/Superdotao, VI Encontro Estadual Repensando aInteligncia e II Congresso de Jovens com Altas Habilidades/Superdotao. Canela/RioGrande do Sul: nov 2008.10. Cupertino, Ana Slvia Christina; Sabatella, M.L. Prticas educacionais de atendimento aoaluno com altas habilidades/superdotao. In: Fleith, Denise de Souza. (Org.). A construode prticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotao. Braslia/DF: MEC,Sec. Edu. Esp.;1:67-80, set 2007.
  • 49. 3911. Ourofino, Vanessa T. A. T. de; Fleith, Denise de Souza. A comparative study aboutdouble exceptionality giftedness / hyperactivity. In: Avaliaes Psicolgicas. PortoAlegre/RS. Braslia/DF: Univ. Braslia SEEDF;4(2):165-182, nov 2005.12. Pinheiro, Angela M. V.; Dislexia do desenvolvimento: perspectivas cognitivo-neuropsicolgicas. Athos Ethos;2(1):63-91, fev 2002.13. Sherman, Gordon F.; Cowen, Carolyn D. Neuroanatomy of Dyslexia Through the Lens ofCerebrodiversity. The Value of Different Thinkers in Our Mindst. Perspectives;29(2):9-13,out 2003.14. Sherman, Gordon. How Brain Research Can Help Demystify Dyslexia. National HumanGenome Research Institute National Institute of Health [peridico na Internet]. Ago 2009[acesso em ago 2009]; [aproximadamente 9 pginas]. Disponvel em:http://www.genome.gov/articles/research15. Conally, Lucy. Effective Dyslexia Management [dissertao]. West Indies (Montserrat):University of Science, Arts and Technology - Masters Program; nov 2008.16. Paulesu, E.; Dmonet, J. F.; Mccrory, E.; Brunswick, C. N.; Cappa, S. F.; Cossu, G.; et al.Dislexya: Cultural Diversity and Biological Unity. Science Magazine; 291(5511):2165-2167,mar 2001.17. Pampliega, Isabel Galli de. Qu significan las adaptaciones metodolgicas y curriculares.Por qu son necesarias? In: Los conceptos necesarios para entender a La Dislexia. BuenosAires: Zappy Mind Assoc. Argentina de Dislexia; 2, mar 2008.18. Dowell, Ben. Secret of the Super Successful Theyre Dyslexic. SundayTimes(BBC);3(2):1, out 2003.19. Taylor, Jill B. My Stroke of Insight a brain scientists personal journey. 1 ed. NovaYork: Penguin Group USA; 2006.20. Logan, B. S. Ground-breaking research reveals high number of entrepreneurs in the UKand US suffer from dyslexia. Class B.School Education & Training;1: nov 2007.21. Goswami, Amit. Criatividade Quntica: Como despertar nosso potencial criativo. 1 ed.So Paulo: Editora Aleph; 2008.22. Charlton, Bruce G. Why are modern scientists so dull? How science selects forperseverance and sociability at the expense of intelligence and creativity. Medical Hypotheses(Elsevier Ltd.);72(3):237-43, mar 2009.
  • 50. 4023. Thomson, Moira. Supporting Dyslexic Pupils in the Secondary Curriculum Dyslexiaand Science Subjects (biology, chemistry, physics). 1 ed. Wellgreen: Great Britain byDyslexia Scotland; 2007.24. Row, Bunhill. Entrepreneurs five times more likely to suffer from dyslexia. ClassB.School;1: nov 2004.
  • 51. 41 APNDICEA. DISLEXIA E ADAPTAES:Acomodaes para realizao de avaliaes: Mais tempo para realizao de provas; Sem distrao ou barulho; Intervalos Extras; Letra maior, maior espaamento; Mesmo contedo, certificado, nota e sem diferenciao do aluno.
  • 52. 42 Como estudante de medicina, enxergo um ensino mdico alienado, que pune aquelesque tm desabilidade em decorar tabelas e confunde os que tentam entender o funcionamentodas drogas, alm de presentear cada atitude de obedincia que desenvolvemos. Sinto-me maisinteligente neste ensino, tanto quanto mais hbil se torna o no pensar e acredito que estefoi o maior conflito vivido devido minha Dislexia. Ao entendermos mais o funcionamento do crebro, torna-se visvel que muitos olhosso operados sem conhecimento o suficiente da codificao visual, sem diferenciao deMiopia ou Dislexia, sem conhecimento do por que 10% da populao enxerga o mundo atremer por trs de muitos graus de vidro. Voltamos histria da medicina, onde do erro seaprende e no de dedues, onde a verdade no pode ser falada sem polimento, custe o quecustar. No considero, por completa certeza, uma nova medicina baseada em evidncias.Acreditaria em uma medicina baseada em vises multidimensionais e humanistas das anlisesfeitas sobre resultados individuais e qualitativos, da exposio de ideias livres, sem alcanarpatamares ordinais para se poder pensar. certo que nos cabe a insegurana ao lidar com a fragilidade humana, mas se nosservirmos de autoritarismo e confiana plena, evidenciada agora pela realidade comprovada eacostumados a diagnosticar patologias e viver do lado mais sombrio da dor, maior ser avelocidade das descobertas, porque cometeremos muitos erros mais rapidamente, j que nossaviso condicionada. No decorar tabelas s me foi uma barreira durante a faculdade e tenho certeza queno t-las decorado ser uma grande habilidade futura. Questiono-me se esta desabilidade no uma concepo intrnseca de minha crtica intuitiva e, se essas tabelas fossemverdadeiramente importantes para os seres humanos, se eu no seria capaz de l-las. Considero-me diferenciada como futura mdica, porque fui autodidata, nunca aprendiem sala de aula e no fiz parte do ambiente ao qual fui submetida. Isolar-me disso, foi amelhor habilidade que conheci na Dislexia. Parece-me contraditrio chegar concluso, apscinco anos de estudo, que minha desabilidade de aprender em sala de aula foi uma grandehabilidade. certo que o ensino necessita se desenvolver. Enxergo o ensinar como algo diferente do que vejo em geral. Minha desabilidade, aosentar na carteira, no tem tanta relao com a Dislexia de leitura, mas com a Dislexia crticaao que entendemos de ensino, ao nosso perfil de repeties, de falta de criatividade,
  • 53. 43autonomia e coragem no viver e ensinar. Sinto-me inquieta por saber como vai terminar a aulaj no seu comeo e como tudo seria igual se eu ficasse em casa. Hoje sei que aprendo maisestudando em casa e observo o ensino distncia tomando todo espao do ensino em sala deaula. No acho que isso deveria ser o futuro, mas que nossas evolues individuais deveriamsobrepor s evolues tecnolgicas. A vida feita de apesar, no por que, principalmente no que se refere ao universocerebral. H seres suficientemente corajosos para lidar com suas inabilidades a ponto dedesenvolver talentos. H seres suficientemente corajosos para lidar com seus talentos, aponto de se sentirem inaptos. A verdade que todos ns seremos deficientes um dia, cabeabstrair e ser aceito neste momento de crise, para que de uma vez, aprendamos algoverdadeiro. De outra escolha contm apenas sofrer com nossas deficincias. Esperamos serinteligentes o suficiente para evitar esta perda de tempo, pois no vejo no sofrer uma formanica de aprendizado e, se houver, com certeza no a mais rpida.
  • 54. 44